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PSICOPATOLOGIA e SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA Profª Rosylene Machado Pelegrini Médica Psiquiatra 1.NOÇÕES INICIAIS Semiologia · Sinais comportamentais objetivos (observáveis) · Sintomas (vivências subjetivas relatadas pelo paciente) Semiologia: Estuda especificamente os sinais e sintomas produzidos pelos transtornos mentais Semiotécnica: · Refere-se aos procedimentos específicos de observação e coleta dos sinais e sintomas, assim como de sua interpretação · No caso dos transtornos mentais, o instrumento fundamental é a entrevista, com o paciente, os familiares e demais pessoas que com ele convivem. · A relação entre examinador e examinando é fundamental para a coleta de dados. · É fundamental o “como” e o “quando”, fazer as perguntas, assim como o modo de interpretar as respostas e a decorrente formulação de novas perguntas. · É importante sobretudo a “observação” minuciosa, atenta e perspicaz do comportamento do paciente, o conteúdo de seu discurso e seu modo de falar, sua mímica, postura, vestimenta, a forma como reage, seu estilo de relacionamento com o entrevistador, com outros pacientes e com seus familiares Semiologia · Síndromes são agrupamentos relativamente constantes e estáveis de determinados sinais e sintomas · A síndrome é puramente uma definição descritiva de um conjunto momentâneo e recorrente de sinais e sintomas. · A noção de síndrome em psicopatologia clínica tem sido menos utilizada por não ser adotada pela CID e pelo DSM. · Entidades nosológicas, doenças, ou transtornos específicos são fenômenos mórbidos nos quais se podem identificar (ou pelo menos presumir) determinados fatores causais (etiologia), um curso relativamente homogêneo, estados terminais típicos, mecanismos psicológicos e psicopatológicos característicos, antecedentes genético-familiares algo específicos e respostas a tratamentos mais ou menos previsíveis. Definição de Psicopatologia · Pode ser definida como o conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano · Conhecimento que se esforça por ser sistemático, elucidativo e desmistificante. · Não há julgamento moral do objeto, se busca apenas observar, identificar, e compreender os diversos elementos da doença mental. Conceito de Normalidade O conceito de normalidade em psicopatologia implica também na própria definição do que é saúde e do que é doença mental, definição que tem repercussões em várias áreas da saúde mental Critérios de Normalidade Os critérios são multidimensionais: Tem-se no mínimo 9 critérios, sendo que o mais divulgado é o usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) Normalidade como bem-estar (segundo OMS) E os outros 8 critérios? Detalhes em anexo 1. Normalidade como ausência de doença 2. Normalidade ideal 3. Normalidade estatística 4. Normalidade funcional 5. Normalidade como processo 6. Normalidade subjetiva 7. Normalidade como liberdade 8. Normalidade operacional Princípios Gerais de Diagnóstico Apesar de ser absolutamente imprescindível considerar os aspectos mais pessoais, singulares de cada indivíduo, sem um diagnóstico psicopatológico aprofundado não se pode nem compreender adequadamente o paciente e seu sofrimento, nem escolher o tipo de estratégia terapêutica mais adequada. Princípios Gerais de Diagnóstico · Há no processo diagnóstico uma relação dialética permanente entre o particular, individual (paciente específico, pessoa em particular), e o geral e universal (categoria diagnóstica). Portanto, não nos esqueçamos: os diagnósticos são “idéias” (construtos), fundamentais para o trabalho científico, para o conhecimento do mundo, mas não objetos reais e concretos. · Os limites da ciência psicopatológica consistem precisamente em que nunca se pode reduzir inteiramente o ser humano a conceitos psicopatológicos · A ciência psicopatológica é tida como uma das abordagens possíveis do homem mentalmente doente, mas não a única e exclusiva. · A psicopatologia sempre perde aspectos essenciais do homem, principalmente nas dimensões existenciais, estéticas, éticas e metafísicas. · Não se pode compreender ou explicar tudo o que existe em um homem por meio de conceitos psicopatológicos. · Deve-se manter-se em duas linhas paralelas de raciocínio clínico: 1) uma linha diagnóstica, baseada fundamentalmente no cuidadosa descrição evolutiva e atual dos sintomas que, de fato, o paciente apresenta, 2) e uma linha etiológica, que busca na totalidade de dados biológicos, psicológicos e sociais uma formulação hipotética plausível sobre os possíveis fatores etiológicos envolvidos no caso. Diagnóstico descritivo Classificações nosológicas: a) CID10 – Classificação Internacional das Doenças – 10ª edição b) DSM V – Manual Estatístico das Doenças Mentais – 5ª edição ANÁLISE PSICOPATOLÓGICA A PSICOPATOLOGIA se importa com a FORMA de cada função psíquica, os conteúdos têm uma importância secundária. Ex.: a forma de um livro é aquilo que faz com que reconheçamos que se trata de um livro, e o conteúdo é sua mensagem. SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA HISTÓRIA CLÍNICA: a) ANAMNESE b) EXAME FÍSICO c) EXAME DO ESTADO MENTAL d) EXAME COMPLEMENTARES ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA · Obtenção de informações valiosas para o diagnóstico clínico, para o conhecimento da dinâmica afetiva do paciente e o que pragmaticamente é mais importante para uma melhor intervenção e planejamento terapêuticos. · A técnica e a habilidade em realizar entrevista é um atributo fundamental e insubstituível do profissional de saúde. Principais aspectos da avaliação psicopatológica: a) Anamnese – Histórico dos sintomas e sinais e sintomas; antecedentes pessoais e familiares, e meio social. b) Exame psíquico - Exame do estado mental EXAME PSIQUIÁTRICO CONCEITO “O exame psiquiátrico é a ferramenta que o terapeuta possui, para não só classificar o que se passa com o paciente, mas principalmente ter uma forma de entender toda abrangência e complexidade de seu sofrimento.” Por intermédio de uma entrevista realizada com arte e técnica, o profissional poderá obter informações valiosas para o diagnóstico clínico, para o conhecimento da dinâmica afetiva do paciente e o que pragmaticamente é mais importante para uma melhor intervenção e planejamento terapêuticos. A técnica e a habilidade em realizar entrevista é um atributo fundamental e insubstituível do profissional de saúde Referências bibliográficas · DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Caps. 1 a 5. Porto Alegre:ArtMed, 2008.
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