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Filoso�a da linguagem Aula 9: Linguagem e �cção Apresentação Passamos, ao longo desta disciplina, por diversas fases do pensamento linguístico, abarcando desde as ideias da Antiguidade Clássica, na Grécia Antiga, até a contemporaneidade, na qual a linguagem se aproxima cada vez mais de outras ciências, como as psicológicas e as sociais. Ela funciona, assim, como um instrumento preponderante da interdisciplinaridade tão necessária aos estudos modernos da língua e dela própria. Nesta aula, esboçaremos alguns conceitos bastante radicais e, de certa forma, inimagináveis sobre a �loso�a da linguagem. Ao radicalizarmos a própria língua como práxis, potencializaremos até o último grau a sua potência demiúrgica, ou seja, a de criar mundos a todo tempo. Traçaremos, dessa forma, o percurso de uma linguagem levada às suas últimas consequências: ela agora é um instrumento de choque e abalo por meio da arte e da estética. Para isso, lançaremos mão de algumas obras de Samuel Beckett – tanto na literatura como no teatro – e outras da cinematogra�a moderna, as quais, por intermédio da linguagem, problematizam a própria língua. Sejam bem-vindos ao universo paralelo da linguagem! Objetivos Identi�car nas obras de Beckett um pensamento radical sobre o fazer da linguagem; Relacionar o pensamento de Beckett com a forma como os novos meios de comunicação se valem da linguagem; Distinguir nas produções de arte contemporânea um modus operandi que radicaliza o próprio conceito pós- estruturalista de linguagem. Primeiras palavras Antes de iniciar nossa exposição sobre as obras de Samuel Beckett, é importante você saber que, nesta aula, será necessário um pouco de imaginação – en�m, um pouco de delírio, loucura e até desvario. Por quê? Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Beckett de�nitivamente não é um daqueles pensadores da linguagem sobre quem seríamos capazes de fazer uma resenha descomprometida. Isso é impossível. Suas obras beiram o inalcançável, o improvável, tamanho o manejo tão distinto que o autor possui da escrita. Arrolaremos nesta aula algumas obras de Beckett nas quais identi�camos de que forma ele desa�ava os limites da palavra como representação, escrachando a precariedade do pensamento lógico, que tende ao fracasso total ao pretender dar conta e representar as coisas reais em sua essência – se é que ela, segundo Samuel Beckett, de fato existe. A realidade retratada como um caos que nenhuma palavra é capaz de retratar �elmente: é sobre isso que, em muitos momentos, a obra beckettiana se debruça. Por vezes, ela se vale de sequências de palavras aleatórias; em outras, dá destaque àquelas que silenciam, aproximando-nos do discurso apofático – aquele que vimos nas primeiras aulas quando falamos do indizível. Figura: O irlandês Samuel Beckett é um dos escritores mais influentes do século XX. A literatura de Beckett certamente causa mais incômodo do que prazer a um leitor desavisado, pois a linguagem utilizada por ele provoca o que muitos chamam de desconforto da incerteza, cheia de estranhamentos, como estranho e sombrio é o mundo em que se vive – cheio de guerras, indiferenças com os seres humanos e repleto de violências de todo gênero. O �lósofo Jacques Derrida já falava da importância de uma linguagem solidária que unisse as diferenças em suas estruturas em vez aumentá- las mais ainda. Em Beckett, a fraqueza humana, a incapacidade lógica e a falência dela como representação entram em cena para mostrar que a indiferença humana em relação a si mesma e aos seus iguais vai inibir suas potencialidades diante da impossível tarefa de captar as verdadeiras essências das coisas. Sua proposta da linguagem não oferece soluções como vimos nos pós-estruturalistas. Ela é mais radical: há uma recusa total de artifícios e ornamentos para melhorá-la. Pelo contrário: deve ser caótica como caótico é o pensamento – e já vimos isso em Freud por conta do seu estudo do inconsciente. Caótica é própria existência. A proposta clara de Samuel Beckett é tornar visível nas letras de suas obras a impossibilidade de uma harmonia entre palavras e signi�cados, inviabilizando o projeto-matriz dos �lósofos favoráveis à linguagem como representação do mundo. Destacamos a frase do próprio Beckett sobre seu projeto literário: "A experiência de meu leitor estará entre frases, no silêncio, comunicado pelos intervalos, e não pelos termos do enunciado. Sua experiência será a ameaça, o milagre, a memória de uma trajetória indizível." - (BECKETT, 1993, p. 48.) Por essas poucas palavras do escritor irlandês, já é possível identi�car que não será por meio da organização linear delas que captaremos a energia criadora da literatura beckettiana, mas pelos silêncios, pelos intervalos entre uma coisa e outra, pela não representação – em suma, pela não palavra. Isso parece soar como a mais completa loucura: a�nal, como um escritor, um literato, que se vale das palavras para veicular suas ideias, pretende desfazer-se tanto assim das letras? A resposta está na citação acima: o mundo real não é um romance, não está ordenado como a sintaxe de nossa língua. Ele é a bagunça, a explosão e o caos generalizado. Eis a primazia de Beckett com a linguagem: captar esse real. Na relação do homem com a linguagem, há a busca implacável por uma ponte perfeita entre as coisas do mundo e as palavras, as quais deveriam representar com exatidão o que existe em nossa realidade. Nas aulas anteriores, vimos que diversos �lósofos ligados ao ideário de uma linguagem como prática e ação contínua denunciavam essa tentativa frustrada dos pensadores clássicos e dos logocêntricos, embora, na literatura de Beckett, seja possível notar um progressivo sinal de que os representacionistas estavam equivocados em suas empreitadas. Figura: Cenário da obra de Beckett Esperando Godot. No texto beckettiano, a linguagem, da mesma forma que o pensamento e o próprio homem, tropeça o tempo todo: ela diz e não diz, silencia e interrompe o silêncio – muitas vezes, sem haver tal necessidade. Ela é provisória e mutável. Seus signi�cados não dão conta da velocidade dos fatos. Beckett, por isso, propõe, de forma aparentemente contraditória, que a única maneira de se aproximar da realidade é assumir a falência desse projeto, reforçando a incerteza como única certeza. Em suma, é o apofático na sua melhor vestimenta. Um resumo disso seria a fala do personagem de Malone, uma obra beckettiana, ao a�rmar: "É melhor aceitar a explicação mais simples, mesmo que não seja simples, mesmo que não explique muita coisa." - (BECKETT, 1986, p. 10.) Na mesma esteira, o professor Ulisses Maciel, estudioso da literatura de Samuel Beckett, atesta que: "A língua revela-se, sim, como a forma de ampliarmos nossa visão sobre o real, com a clareza de que, quanto mais desenvolvemos essa visão, mais entendemos nossa posição diante do caos inapreensível em que estamos inseridos. Compreender essa relação nos leva a confrontar uma nova perspectiva de existência. Conscientes da impossibilidade que temos de dar conta do ser em si das coisas, resta-nos pensar a realidade da língua, que, por outro lado, não deixa de dialogar com aquilo que nos está dado. " - (MACIEL, 2017, p. 42) A contradição é um fato na literatura de Samuel Beckett, já que ela é o fator mais contundente da realidade, extremamente contraditória e inatingível por si só. Sua escrita se compõe de alguns movimentos de negação: nega-se a cultura e a história num movimento de autoexílio sem início, meio e �m. A língua não é mais um elemento uni�cador; ao contrário, ela é o retrato de um mundo – equivocadamente pautado na ilusão da racionalidade – caótico e cheio de mal-entendidos. In�uência �losó�ca na literatura de Beckett Não se pode dizer que Samuel Beckett era um niilista. Apesar de haver um movimento constante de negação na obra beckettiana, existe, ao mesmo tempo, uma busca por algo além da língua. Por esse mesmo motivo, as palavras se tornam insu�cientespara representar o pensamento e o mundo. Vemos, então, que o autor se tornou o último representante desse universo de pensadores que se se diziam contrários à linguagem como representação. Obviamente, o movimento que Beckett imprimiu é muito mais violento e radical que os anteriores, porquanto o escritor irlandês problematizava a comunicação sem sequer nos garantir de que fosse um adepto do paradigma pragmático de linguagem. Como já dissemos anteriormente, ele foi muito mais um representante do gênero apofático de discurso, em que o indizível e o inominável ganham o espaço das letras. Dessa forma, Beckett articulou uma literatura que, por meio das palavras desordenadas, nos condenava a uma certeza: a do silêncio como alternativa mais viável. Postulava o autor na sua obra O inominável: 1 Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0113/aula9.html "Não querer dizer, não saber o que se quer dizer, não poder dizer o que se acredita que se quer dizer, e sempre dizer ou quase isso, isto é o que é importante não perder de vista [esse erro] no calor da redação." - (BECKETT, 2007, p. 49) Comentário Não podemos incorrer no erro de imaginar que, ao a�rmar que o silêncio, o não dizer, era a melhor forma de trazer à tona o universo no qual se vive, Samuel Beckett acreditasse em uma realidade transcendental ou em uma essência indizível pelas palavras humanas, mas captável por algum outro modo metafísico. Precisamos compreender que a incerteza – marca clássica deste escritor – se constrói quando nos encontramos tão certos de que nosso pensamento pode dar conta de todas as coisas, porque é aí que vêm a melancolia e a frustração. Nada pode representar as coisas do mundo real, muito menos o pensamento logocêntrico, fundado na razão (como já denunciava Derrida), ou a consciência, representada pelo sujeito autossu�ciente (como já mostrava Freud no estudo da Psicanálise). Na verdade, a única realidade que as palavras podem representar é a própria, tendo em vista a sua capacidade ontológica e sua potência demiúrgica ao criar os próprios mundos, recriá-los, transformá-los e até destruí-los. Voltemos à obra O inominável para podermos constatar tal fato na fala da personagem principal: "Não direi mais eu, não o direi mais nunca, é besta demais. Colocarei em seu lugar, cada vez que o ouça, a terceira pessoa, se pensar nisso. Se isso os diverte. Isso não mudará nada. Há apenas eu, eu que não sou, ali onde estou. E só. Palavras, ele diz que sabe que são palavras. Mas como pode saber, ele que nunca ouviu outra coisa". - (BECKETT, 2009, p. 110) Não há como pensar a obra beckettiana senão como uma radical crítica ao método representacionista da linguagem, tanto na literatura quanto na realidade, pois, como a�rma Ulisses Maciel (2017, p. 45), o fracasso dela habita toda e qualquer experiência de comunicação entre nós, habitando, inclusive, a própria realidade. Assim, �ca claro que, tomando Beckett como referência, as palavras não equivalem aos eventos que nomeiam. Sobre essa tentativa infundada de representar as coisas pelas palavras, a�rma o personagem Malone na obra homônima: "Sempre vem o momento em que a gente desiste, por esperteza, demasiado, mas não ao ponto de desfazer o que já foi feito". - (BECKETT, 1986, p. 50) Figura: Obra de arte que retrata O inominável, de Samuel Beckett. Saiba mais Talvez um dos textos mais emblemáticos de Beckett levados para a representação teatral seja Not I, em que milhares de palavras são ditas em sequências desconexas, algumas vezes se repetindo. Isso demonstra quão confusa é a comunicação humana por intermédio dessas mesmas palavras. Recomendamos que você assista ao vídeo sobre esta obra. javascript:void(0); A linguagem nas mídias e na �cção É inegável que a linguagem passou por inúmeras transformações em pouco menos de meio século, principalmente com o advento das linguagens digitais. No entanto, mesmo antes de a internet se transformar em uma febre mundial, o cinema já retratava a evolução dela, que, até então, era mais romântica, pausada e linear. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Ao falarmos sobre a linguagem, é bom você saber que não nos referimos somente àquelas articuladas, mas também às sequências de imagens e cenas, aos silêncios, além de outras características da indústria cinematográ�ca. No início das produções cinematográ�cas, havia uma tendência de as telas imitarem os livros, especialmente no que tange ao seu ritmo; com o tempo, �cou claro que as possibilidades de comunicação das películas eram muito mais férteis e múltiplas. Isso foi tão explorado que, com o passar do tempo, as obras literárias de �cção e mesmo os romances tiveram de passar por uma revolução: seguir o mesmo ritmo do século XIX era o suicídio da literatura moderna. Dessa forma, a linguagem literária passa a acompanhar a velocidade das cenas de cinema, buscando uma nova face capaz de retratar de maneira mais �el os anseios das subjetividades modernas. No Brasil, o modernista Oswald de Andrade foi o primeiro a praticar em seus livros essa nova linguagem. Na obra Memórias sentimentais de João Miramar, as cenas e os capítulos se dão como cortes de cenas, muito rapidamente, como vemos a seguir: "Papai estava doente na cama e vinha um carro e um homem e o carro ficava esperando no jardim. Levaram-me para uma casa velha que fazia doces e nos mudamos para a sala do quintal onde tinha uma figueira na janela. No desabar do jantar noturno a voz toda preta de mamãe ia me buscar para a reza do Anjo que carregou meu pai. " - (ANDRADE, 1971, p. 30) A antiga linguagem literária se preocuparia em descrever esta velha casa a ponto de desfazer completamente a personi�cação daquela casa que fazia doces. Na linguagem veloz de Oswald, não há tempo para isso, pois ela, as imagens e o tempo ocorrem simultaneamente, formando, assim, um universo de possibilidades na mente do leitor ao deixar em aberto diversas conjecturas e interpretações. Quanto ao Cinema Moderno, é importante ressaltarmos a emergência de questões fundamentais sobre o ato de fazer cinema, colocando em discussão a própria arte cinematográ�ca em todo o seu conjunto: iluminação, palco, imagem, linguagem etc. Saiba mais O Neorrealismo Italiano demonstra esse compromisso do Cinema Moderno ao concentrar suas temáticas nos acontecimentos da vida real, deixando de lado a �cção ou o romance ideal. Destaquemos também a Nouvelle Vague francesa, que passou a veicular em suas obras uma arte que representava a ideia do autor, assim como sua perspectiva sobre as coisas do mundo. Uma das características mais emblemáticas do Cinema Moderno é o rompimento com a narrativa linear, própria do cinema clássico, bem como a tomada de cenas em locais fora de estúdios: um retrato da preocupação de seus realizadores de tornar a obra cinematográ�ca mais próxima da realidade e de seu público. Para aqueles que amam a sétima arte, é perceptível que esse movimento trouxe a inovação da tomada de câmera: enquanto os personagens do cinema clássico contracenavam com uma tomada estática, os movimentos realizados pela câmera no Cinema Moderno acompanham as personagens a �m de atribuir à cena uma realidade tão similar àquela vivida pelos expectadores. Movimentos como o zoom, os travellings ou mesmo as imagens tremidas da câmera são fatores inovadores dessa forma de se fazer arte. Tudo isso mostra a preocupação das linguagens modernas das artes: em suas diferentes facetas, elas desejavam romper com a linguagem sob o prisma da representação, adentrando o universo da práxis como forma genuína de comunicação. Figura: Cena do filme Cidade de Deus. No âmbito da palavra, podemos contemplar as novas obras cinematográ�cas brasileiras, como Orfeu, Tropa de elite, Alemão e Cidade de Deus, que trazem à tona o universo real vivido por atores e telespectadores, especialmente quanto ao léxico utilizado em tais obras. As palavras dicionarizadas,aquelas da norma culta da língua, aparecem em número bem menor que as gírias, que são as marcas de guetos e grupos. Podemos, portanto, a�rmar que não só no âmbito morfológico há uma mudança de foco, mas também no sintático: apresentam-se estruturas frasais quase inimagináveis a um falante de língua do início do século ou mesmo para pessoas que vivem alheias às situações sociolinguísticas no Brasil. Esperamos que você assista às obras de cinema elencadas acima – ou as reveja se for o caso – para observar as palavras, a organização das frases e as suas abreviações, entre outras marcas das novas linguagens do cinema. Palavras �nais Nesta aula, pudemos contemplar que o objetivo do estudo está intimamente ligado às artes nas formas literária e cinematográ�ca. Observamos ainda como a literatura de Samuel Beckett se localiza no espaço da crítica à linguagem como representação, con�gurando-se como um movimento extremamente radical sobre o lugar da palavra. Por �m, vimos como as novas mídias modernas, especialmente o cinema, modi�caram a forma dessa veiculação e a própria comunicação, aferindo como isso também foi transmitido para as novas literaturas. Atividade 1. Na literatura pós-moderna, a partir da segunda metade do século XX, contemplamos um movimento de radicalização extrema contra a e�ciência da palavra como modelo de representação do pensamento humano e do mundo. A falência natural e o fracasso intrínseco das palavras re�etem o mundo caótico em que a humanidade vive; por isso, a única certeza que as palavras nos podem dar é exatamente a incerteza. O autor que representa esse modo de pensar é: a) Jacques Derrida b) Sigmund Freud c) Friedrich Nietzsche d) Samuel Beckett e) Ferdinand de Saussure 2. Ao assumir que, na maioria das vezes, seria melhor o não dizer em vez do uso das milhões de palavras de que nos valemos para comunicar, Samuel Beckett aproximava-se de um gênero que antecede até mesmo os �lósofos socráticos, retomado, em alguma medida, pelo apóstolo Paulo em parte de suas cartas. Estamos nos referindo ao: a) Gênero literário clássico ateniense b) Gênero apofático c) Gênero épico d) Gênero pragmático de discurso e) Gênero homérico 3. Sobre as características da literatura de Samuel Beckett, pode-se a�rmar que: I. A linguagem utilizada é linear, com as ideias concatenadas de forma racional e de fácil compreensão; II. Os elementos textuais são harmônicos entre si: contêm sempre início, meio e �m, trabalhando suas obras com uma linguagem teleológica; III. Na maioria de suas obras, destaca o valor insubstituível da palavra escrita. Estão corretas as alternativas: a) I e II b) II e III c) I e III d) III e) Nenhuma das respostas acima 4. Nas obras de Samuel Beckett, podemos a�rmar que à palavra são dados diversas marcas e outros tantos adjetivos. Isso é fruto do seu ponto de vista sobre a representatividade que ela possui diante do caos generalizado que é a vida humana. Abaixo estão algumas dessas características da palavra em Beckett, exceto: a) Propensa ao fracasso b) Retrata a falência da racionalidade c) Caótica d) Incompetente para representar as coisas e) Fiel às essências 5. A partir do século XX, a linguagem sofre transformações indeléveis devido, em grande parte, à in�uência direta de algumas formas de arte. Marcas como objetividade, rapidez e dinamicidade chegam à língua escrita literária muito por conta das in�uências do: a) Cinema Moderno b) Positivismo c) Teatro francês d) Movimento pós-estruturalista e) Neorromantismo 6. A linguagem contemporânea traz algumas marcas muito próprias de nossa época: ela é extremamente fragmentada, abreviada e simpli�cada em sua estrutura morfológica e sintática, mas, ao mesmo tempo, recebe novos termos e estruturas, fruto das recriações de possibilidades comunicativas em nosso cotidiano. Uma das obras cinematográ�cas que trabalha seu enredo com essa nova linguagem é: a) O vento levou b) Branca de Neve c) Rock Balboa d) Cidade de Deus e) Esqueceram de mim 2 - perdido em Nova York. Notas Universo de pensadores 1 A sequência de autores vista neste curso é composta por Giambattista Vico, Ludwig Wittgenstein, Friedrich Nietzsche, Sigmund Freud e Jacques Derrida, embora haja muitos outros não menos importantes que não foram contemplados nesta disciplina. Referências ANDRADE, O. de. Memórias sentimentais de João Miramar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira: 1971. BECKETT, S. Dream of fair to middling women. New York: Arcade, 1993. BECKETT, S. O inominável. São Paulo: Globo, 2009. BECKETT, S. Molloy. São Paulo: Globo, 2007. MACIEL, U. Samuel Beckett: o real, o ideal e a linguagem. In: Revista Odisseia. v. 2. n. 2. Natal/RN. 2017. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/odisseia/article/view/12236. Acesso em: 24 maio 2019. WHITELAW, B. Not I. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=M4LDwfKxr-M. Acesso em: 24 maio 2019. Próxima aula A linguagem como aspecto central para a compreensão de si e do mundo; A linguagem nas escolas e ensino; As relações de aprendizagem e o papel da língua. Explore mais Observe os dois �lmes a seguir para comparar a velocidade das linguagens e como a língua sofreu um forte abalo em sua estrutura: javascript:void(0); javascript:void(0); Assista ao �lme Cidade de Deus e compare com Central do Brasil. Ambos são do �nal do século XX, mas a linguagem em jogo é completamente diferente. Este remonta aos clássicos dramas produzidos no Brasil, enquanto aquele é o retrato das novas linguagens de gueto; Assista a esta adaptação de 2001 da obra de Beckett Esperando Godot para sentir como é a linha de raciocínio deste brilhante escritor. https://www.imdb.com/title/tt0276613/?ref_=nv_sr_1?ref_=nv_sr_1 javascript:void(0);
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