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Globalização e Fragmentação no Mundo

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Geogra�a Política
Aula 4: Globalização e fragmentação no mundo
contemporâneo
Apresentação
Aqui está um termo muito famoso na linguagem geográ�ca, globalização. Cunhado no âmbito do discurso jornalístico de
teor econômico, tornou-se palavra da moda e passou a ser utilizado de modo generalizado nos textos de muitos campos
do conhecimento. Não há dúvidas de que o que mais se globalizou foi a utilização deste termo para demonstrar a
disseminação em escala planetária de processos gerais ligados às relações de trabalho, difusão de informações e
uniformização cultural.
Com isso, é muito perceptível também que a globalização se materializou, pois este mundo chamado planeta Terra está
em rápida mudança em relação à percepção humana.
Assim, é possível identi�car como os processos de fabricação na indústria mudaram seus padrões e a globalização-
fragmentação já ocorre em milhares de produtos.
Vamos conhecer de perto tudo isso.
Objetivos
Reconhecer a diversidade dos processos;
Categorizar o processo de fragmentação da produção;
Reunir esses processos à globalização da informação e da produção.
 Globalização e fragmentação
A palavra globalização passou a ser debatida nas universidades americanas já na década de 1980.
O debate era em torno de uma forma de expandir estrategicamente as empresas de forma global, mas é a partir dos anos
de 1990 que esse termo será praticado e conhecido no mundo por empresas, instituições e pessoas.
Pensar no processo de globalização é não deixar de atrelá-lo ao sistema capitalista, pois é a partir da Segunda Guerra
Mundial e especi�camente após a década de 1970 que o processo vai ganhando corpo, atingindo seu marco inicial de
expansão já na década de 1990.
A interdependência dos países, junto à era informacional foi um fator primordial para a formação de um sistema mundial
em que os países estariam muito mais ligados como nunca visto antes.
Esse sistema integrado acelera as trocas entre os países e a maior parte dos �uxos, de informações, mercadorias etc.
Contudo, nem todos os lugares estão ligados ao sistema mundial, pois a globalização se dá em rede. Nela, os pontos de
ligação têm infraestrutura e mercado consumidor.
Globalização como processo histórico
A globalização tem seu surgimento já na
virada do século XV para o XVI, quando se dá
o período das navegações. O sistema
capitalista estaria atrelado a esse processo,
pois estava sendo constituída no mundo a
expansão comercial.
Com o avanço do capitalismo comercial e a
expansão colonialista, a entrada desse
sistema nos países coloniais foi de suma
importância para dar início à Primeira
Revolução Industrial. As matérias-primas
seriam um dos pilares para a produção de
bens e a acumulação de capitais a partir da
sua transformação.
Já na segunda etapa do capitalismo, no
período �nanceiro, houve um aumento da
capacidade de expansão . Os meios que
dariam tais condições foram proporcionados
pelos trustes e cartéis e pelo próprio
imperialismo.
Contudo, será nessa fase que o sistema
capitalista de produção enfrentará uma das
suas maiores crises, a recessão de 1929.
Mesmo com con�itos gerados por guerras e
lutas armadas, o sistema capitalista
continuou a sua expansão e, após a Segunda
Guerra Mundial, teve o seu ápice,
consolidando as multinacionais pelo mundo.
A globalização ganha força nesse período,
chegando à atual fase de expansão do
capitalismo causando choques na economia,
na cultura e no espaço geográ�co.
Com a mundialização das empresas e o
acirramento entre elas, essa competição das
grandes corporações possibilitou os avanços
tecnológicos e a busca de maiores lucros
pelo mundo e o seu marco principal se dá
após a Segunda Guerra Mundial.
 Montadora da Volkswagen no Brasil em produção, no ano de 1959.
O modelo de produção muito in�uenciou nessa expansão global das
empresas.
O sistema que antes era empregado- fordista- vai dando lugar ao modelo �exível, injetando nessas empresas uma tecnologia
avançada com a robotização na produção e a informatização através de computadores, permitindo a circulação de uma maior
quantidade de informações e maior rapidez.
O uso da robótica nas produções possibilitou um crescimento produtivo, com o auxílio das telecomunicações, como a internet,
garantindo um maior �uxo de capitais e grandes melhorias nos meios de transportes para a circulação de mercadorias,
aumentando a velocidade das trocas.
Deste modo, com esses avanços, o momento da globalização irá se diferenciar dos outros, pois é a partir da internet, das redes
de satélites, do uso de computadores, que o espaço-tempo terá uma redução considerável devido, principalmente, à velocidade
das informações e dos transportes.
 Os satélites representam um salto na transmissão de informação.
Segundo Stiglitz (2002), a globalização fundamentalmente é a integração mais estreita dos países e dos povos do
mundo, que tem sido ocasionada pela enorme redução de custos de transportes e de telecomunicações e a derrubada
de barreiras arti�ciais aos �uxos de produtos, serviços, capital, conhecimento e (em menor escala) pessoas, através de
fronteiras.
Para se obter maiores quantidades de lucro, é preciso diminuir os custos e, graças aos mecanismos como os computadores,
internet, uso de aviões, entre outros, foi possível deslocar com maior velocidade os capitais, pessoas e mercadorias, sendo um
marco importante na revolução técnico-cientí�ca-informacional (ou Terceira Revolução Industrial).
Entretanto, com esses avanços, muitos países periféricos receberam as multinacionais, as �liais– já que a tecnologia
desenvolvida está nos países de origem, ou seja, nos países que possuem as suas matrizes empresariais–, e tal acontecimento
acabou criando uma nova divisão do trabalho, a DIT (Divisão Internacional do Trabalho).
A necessidade dessa expansão empresarial para angariar mais lucros fez países criarem acordos facilitando as trocas
comerciais. Temos como exemplo a criação de blocos econômicos mundiais.
Com todo esse movimento na velocidade das informações
e mercadorias, as trocas culturais entram na disseminação
de valores, alguns se tornando mesmo padronizados, como
conceitos de democracia, direitos humanos,
desenvolvimento sustentável etc.
As trocas culturais e de padrões de direitos têm efervescido
opiniões pelo mundo todo. Algumas ações são contestadas,
como as manifestações contra o encontro dos países
signatários que não seguem uma agenda ambiental tão
rígida quanto a dos norte-americanos. Além desses fatores,
há também os movimentos antiglobalização.  Na imagem, uma pessoa jogando pedras contra os policiais protetores do Fórum
dos Estados Nacionais, na Itália, em 2001.
Globalização e o mundo fragmentado
Quando falamos de globalização e o mundo facetado, devemos nos remeter ao agente mais importante no processo da
globalização, os Estados.
Algumas ideias surgiram colocando o contraponto de que os Estados nacionais estariam enfraquecidos ou mesmo
seriam extintos.
Algumas instituições têm se mostrado atuantes nas questões políticas e econômicas, ou seja, ações que levam o Estado
a diminuir a sua capacidade de exercer o poder, perdendo, assim, a sua soberania. Podemos mesmo citar algumas dessas
organizações, como o FMI, o Banco Mundial, os bancos internacionais, os blocos econômicos, organizações não
governamentais, entre outras.
Alguns autores como Ianni (1994) consideram que o Estado nacional jamais será o mesmo. Suas facetas estão em
declínio, sendo intrigante a mudança na rede�nição das articulações com as forças do capitalismo, mas ainda alguns
aspectos serão mantidos.
Não podemos deixar de mencionar que algumas práticas indagam tais a�rmações. Citamos como exemplo os Estados Unidos.
Este é um dos comandantes da globalização, que in�uencia o mundo com a sua cultura, política, economia e geopolítica de
rea�rmação de poder do Estado, deixando claro que o Estado não há de se tornar tão facilmente multifacetado.
Entretanto, muitas empresas não têm a capacidade de gerir uma economia por conta própria– processo quefoi vivido no
período da recessão de 1929. O Estado continua �rme como um planejador e o liberalismo ainda não atingiu sua etapa plena.
Podemos citar como exemplo o povo francês, que ainda resiste à aceitação do �m do welfare state, que poderá trazer
consequências drásticas.
 Manifestantes durante protesto contra a reforma da previdência na França, em 2017.
A amostra da proteção do Estado está na abertura dos mercados nacionais. Muitos países resistem a essa ação, mas
querem expandir as suas empresas pelo mundo. Os países hegemônicos evitam a entrada de empresas estrangeiras que
ameacem sua soberania nacional, com in�uências econômicas e culturais.
Contudo, o que esses países demonstram é que, para expandir os capitais das empresas de seus países de origem, muitas
vezes incentivam com subsídios para poder atrair mais lucros com os pagamentos de impostos.
Com esses incentivos às práticas da globalização, os Estados têm aumentado as desigualdades entre os países desenvolvidos
e subdesenvolvidos, pois frente à globalização, exercem soberania de acordo com seus interesses.
Um efeito colateral negativo trazido pela globalização é quando os valores da igualdade �cam em segunda instância.
Quando diminui uma amenização das desigualdades sociais, os problemas aumentam, e o sentido de globalização precisa
ser debatido e rede�nido.
 Na fronteira entre México e EUA, uma parede que separa os dois lados foi pintada, perto de Tijuana.
O levantamento da problemática da globalização vai além do que observamos nos textos anteriores.
Todos os recursos tecnológicos podem até ser bené�cos para a sociedade global, porém, se não buscarmos solucionar
problemas de liberdade, cada vez mais muros serão erguidos entre ricos e pobres e iremos para um caminho sem volta da
perpetuação das desigualdades.
Apesar de os liberais idealizarem um mundo onde todos possam usufruir daquilo que é produzido, é esquecido por estes
mesmos que seus investimentos não são igualitários e, sim, especí�cos, buscando sempre o desenvolvimento econômico
de determinados grupos, impedindo, assim, uma equalização das condições socioeconômicas. 
 
Assim sendo, muitos defendem que o poder do Estado pode estar ameaçado perante a globalização, mas é evidente que
essa ameaça de soberania é muito mais concreta nos países subdesenvolvidos, que são os mais afetados pelo processo
globalizante.
Por estar mais suscetíveis às ações da globalização, esses países �cam fragilizados perante as decisões de empresas globais
e pelo capital �nanceiro. As autonomias de seus Estados não têm forças para evitar uma onda de in�uências externas,
principalmente dos países hegemônicos.
 Bolsa de valores de Nova Iorque.
Assim, ao analisar países como os Estados Unidos, de economia desenvolvida, este impulsiona seus poderes pelo mundo
tornando impotentes as decisões de países subdesenvolvidos, sendo que muitas dessas decisões se dão através do mercado
�nanceiro, principalmente o cambial.
Diante das questões postas, é preciso aprofundar o debate acerca da legitimação dos Estados, visto que a globalização não é
algo incontrolável, restam ainda algumas estratégias a serem tomadas.
 Apesar do discurso que rege o �m do Estado, ele ainda continua com um papel primordial no mercado, na cultura,no social, mostrando, assim, a sua importância frente às demandas econômicas liberais.

O Estado mostra a sua força quando o próprio mercado precisa de sua intervenção. Podemos citar como exemplo
o caso da General Motors nos Estados Unidos, que ameaça fechar cinco fábricas. A ação do governo é ameaçar o
�m dos subsídios a essa empresa.
Algumas estratégias são tomadas para inviabilizar o avanço da retirada de soberania, através de acordos com os blocos
econômicos regionais, por exemplo, a criação do Mercosul, em 1991.
Esses acordos visam o fortalecimento de suas economias, fazendo frente à globalização, competindo com novos acordos que
inserem os países desenvolvidos com economias muito maiores.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
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 Atividade
1) É preciso identi�car o motivo que nos leva a repensar o �m dos Estados a partir do avanço da globalização no mundo.
Mecanismos tomados mostram como isso ainda pode ser considerado uma falácia para a análise mundial. 
 
A globalização tem aumentado a sua in�uência principalmente após os anos 1990. Os mecanismos de ação, como as
telecomunicações, meios de transportes, entre outros, facilitaram esse processo. Sendo assim, o que apontaríamos de
importante no Estado frente à globalização?
a) Os mercados financeiros, as instituições mundiais, como os bancos e o FMI, comandam as decisões estatais dos países desenvolvidos.
b) Mesmo o Estado tendo suas forças políticas e econômicas, em algum momento, as fronteiras não existirão mais.
c) Obedecer ao mercado financeiro e aos seus ensejos ajuda no desenvolvimento econômico, político e cultural dos países que mais
necessitam da globalização, mantendo, assim, a autonomia do Estado.
d) A globalização se tornou a principal ferramenta de desenvolvimento dos países mais pobres do planeta.
e) Como exemplos de comando da globalização estão os países desenvolvidos, como os Estados Unidos.
2) É preciso identi�car no processo histórico da globalização alguns momentos que foram marcantes para acelerar seu avanço
pelo mundo e de que maneira isso foi realizado.   A globalização começou, segundo alguns teóricos, no período das
navegações, quando os navios cruzavam os continentes e, desse modo, mantinham as trocas comerciais, porém, ela só se
espalhou pelo globo a partir de que período?
a) A partir da década de 1970, com a implantação do modelo flexível e depois com a popularização da internet.
b) No período posterior à Primeira Revolução Industrial.
c) A partir do século XIX.
d) No período de recessão econômica, no ano de 1929.
e) No início do modelo fordista de produção.
3) É importante fazer as observações necessárias quanto à ideia de globalização. Muitos difundem o conceito de modernidade,
de avanço e melhoria no planeta, mas observamos que a globalização nem sempre é mostrada como é de fato. Tenta-se
passar, não raro, uma imagem que não condiz com a realidade. 
 
A globalização tem as suas facetas. A expansão de empresas e mercadorias pelo mundo tornou-se algo comum e cada vez
mais veloz. Se percebermos as transformações no espaço-tempo, iremos diagnosticar como são rápidas as transformações
espaciais. Diante disso, a globalização pode ser considerada como:
a) Todos os povos usufruem dos recursos tecnológicos que a globalização propõe.
b) O acesso às telecomunicações e aos meios de transporte foi popularizado no mundo todo.
c) Os muros erguidos são marcas de que na globalização ainda existem alguns empecilhos para se ser globalizado de fato.
d) A globalização trouxe grande desenvolvimento e melhorias para a vida dos migrantes pobres mundiais.
e) Os liberais idealizaram um mundo onde todos podem usufruir das mercadorias e da diminuição das desigualdades sociais.
Notas
Referências
MOREIRA, João Carlos. Geogra�a Geral e do Brasil: Espaço geográ�co e globalização. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2016.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: Do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000.
STIGLITZ, Joseph E. A globalização e seus malefícios. São Paulo: Futura, 2002.
Próxima aula
Bipolaridade e Guerra Fria;
Queda do Muro de Berlim e esfacelamento da URSS;
A Nova Ordem Mundial.
Explore mais
Leia os textos:
A globalização não reduziu desigualdade e pobreza no mundo.
Globalização, desemprego e (nova) pobreza: Estudo sobre impactes nas sociedades portuguesa e brasileira.
Assista ao vídeo:
Globalização, o mundo global visto do lado de cá.
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