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Reações-Aldólicas-e-Reações-de-Condensação-em-Compostos-Carbonílicos

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Prévia do material em texto

____________________________Profa. Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
1	
 
A reação de um enolato ou enol com aldeídos ou cetonas, 
formando um composto b-hidróxi carbonílico é chamada de Reação 
Aldólica. Caso as condições resultarem em subsequente desidratação, 
levando ao composto a,b-insaturado, a reação é referida como 
Condensação Aldólica (Reação Aldólica + eliminação de água). 
 
 
 
As reações de condensação entre compostos carbonílicos são uma 
das metodologias mais importantes para construção de uma ligação C-C. 
Se o enolato/enol usado como nucleófilo for derivado do mesmo 
composto carbonílico que funciona como eletrófilo, chama-se de 
AUTOCONDENSAÇÃO. Se for originado de composto carbonílico 
diferente, é uma CONDENSAÇÃO CRUZADA. 
A autocondensação pode ocorrer se for utilizado no meio 
reacional uma base mais fraca, como NaOH. Nesse caso, o composto 
carbonílico é enolizado apenas parcialmente, havendo no meio reacional 
o composto o carbonílico íntegro e o seu correspondente enolato. Em 
R1
OH
R1
O
ou H R2
O
Nucleófilo: 
Enol ou enolato
Eletrófilo:
compostos carbonílico
Reação 
Aldólica
R1
O
R2
H OH
H H
Eliminação 
de água
R1
O
R2
H
H-(H-OH)
Condensação Aldólica
 ou H
Aduto aldólico
____________________________Profa. Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
2	
situações como essa, a autocondensação ocorre e leva, muitas vezes, ao 
produto principal, mesmo se um outro eletrófilo estiver no meio. 
No exemplo abaixo, o acetaldeído sofre autocondensação, 
formando, primeiro, o aduto aldólico (ALDOL) e, depois, desidratando ao 
produto de condensação. 
 
 
 
 Cetonasm e outros compostos carbonilados ou derivados, também 
podem sofrer Reações Aldólicas. No caso de cetonas, forma-se uma b-
hidróxicetona como aduto aldólico (cetol). 
 
 
 
 O mecanismo da reação é simplesmente o ataque de um enolato, 
enol ou derivado a um composto carbonílico. No exemplo abaixo, o 
composto carbonílico utilizado é uma cetona que reage com o seu 
enolato derivado. Com cetonas, a reação é mais lenta do que com 
aldeídos, pois elas são menos eletrofílicas. Do ataque forma-se o 
intermediário tetraédrico e, após protonação do oxigênio da antiga 
H
O
H Me
O
H
O
Me
H O
H H
H
O
Me
H
H
H Me
O NaOH, H2O
H-OH
H
O
Me
H OH
H H
Aduto Aldólico
- H2O
Enolizado 
parcialmente
(Nucleófilo)
Composto carbonílico 
não enolizado
(eletrófilo)
Me
O
H
2
-OH, H2O
H
O OH
Me
ALD OL
Me
O
Me
2
-OH, H2O
Me
O OH
Me
CET OL
Me
Aldeído
Cetona
____________________________Profa. Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
3	
carbonila, um grupo OH é formado. Isso gera uma b-hidróxicetona. Caso 
ocorra a desidratação, a reação total é uma autocondensação. 
 
 
 
 A adição aldólica é reversível, se o produto b-hidróxicarbonilado 
for aquecido com hidróxido e água. Nesse caso, o aldeído ou cetona que 
formaram esse aduto podem ser regenerados. 
 
 
 
 Como comentado, o aduto aldólico pode ainda sofrer 
desidratação, levando a um composto a,b-insaturado. Essa eliminação 
de água (desidratação) pode ocorrer por dois mecanismos: E1 ou E1CB. 
 Quando o meio onde o aduto aldólico se encontra for ácido, a 
eliminação ocorrerá via mecanismo E1 e, quando o meio for básico, 
ocorrerá uma E1CB. 
Me
O
Me Me
O
Me
O
Me
Me O
H H
Me
O
Me
Me
H
Me Me
O NaOH, H2O
H-OH
Me
O
Me
Me OH
H H
Aduto Aldólico
β-Hidroxicetona
- H2O
Ataque à carbonila Protonação
H
O H OH
H H
OH
H
O H O
H H
H
O
H
O
H
O
2
Rapidamente equilibra para o 
composto carbonílico correspondente
____________________________Profa. Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
4	
 
 
Observação: Álcoois comuns, sem carbonila vizinha ou outro grupo retirador forte, só 
desidratam em meio ácido. Isso ocorre para que a hidroxila seja protonada e vire um 
bom grupo abandonador, ocorrendo uma E1. 
 
 E como prever se o produto será o aduto aldólico ou o derivado 
a,b-insaturado? Bases fortes, altas temperaturas e tempos reacionais 
longos, favorecem a desidratação. Em meio ácido é ainda mais fácil 
haver desidratação. Características estruturais também podem 
interferir. Quando um álcool terciário é produzido, a eliminação através 
de E1 (meio ácido) é muito facilitada. Ou ainda quando se forma um 
produto muito conjugado, a eliminação de água é também favorecida, 
não importando o meio ou o mecanismo. 
 
 
 
1. Adição aldólica com compostos carbonílicos não simétricas 
 Quando aldeídos, ou ésteres, ou outros derivados que possuem 
somente um lado enolizável são utilizados em adições aldólicas, não há 
competição sobre qual enol/enolato (ou derivado) será formado. 
Me Me
O
Me
O
Me
Me
H
Me
O
Me
Me OH
H H
2 H3O
+ H3O+
Δ
Meio ácido
(E1)
Me Me
O
Me
O
Me
Me
H
Me
O
Me
Me OH
H H
2
-OH, H2O -OH
Δ
Meio básico
(E1CB)
Me
O O Me
H
OMe OH
H H
2
-OH, H2O -OH
Δ
Produto com vasta conjugação: 
Desidratação favorecida!
____________________________Profa. Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
5	
 
 
No entanto, com cetonas não simétricas há uma competição entre 
o enol/enolato cinético e o termodinâmico. 
 Para evitar esse problema podem ser utilizadas cetonas que 
possuem somente um lado enolízável (Ha em somente um dos lados). 
Podem ainda, ser utilizadas espécies similares a enolatos, como 
enaminas e silil enóis éteres dentre outros. 
 Esses detalhes podem ser revisados no material específico sobre a 
formação e reação de enóis, enolatos e derivados. 
 
2. Reações Aldólicas Cruzadas/Condensações Cruzadas 
 Quando se utilizam dois compostos carbonilados distintos, um 
como eletrófilo e outro como nucleófilo (enol, enolato ou derivado), em 
reações aldólicas, muitos produtos podem ser formados se não forem 
tomadas precauções. 
Na figura abaixo podem ser observados todos os produtos de 
reações aldólicas possíveis quando dois aldeídos diferentes são 
misturados em um meio reacional. Ambos os aldeídos são enolizáveis e 
podem levar ao enolato. Além disso, ambos podem ser atacados como 
eletrófilo, pois possuem eletrofilicidade similar. 
O O
O
O
Carbonilados não simétricos, mas com somente um lado enolizável.
H
O
O
H
O O OHO
Enolização Reação aldólica
____________________________Profa. Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
6	
 
 
 Adicionalmente, a desidratação pode ocorrer levando aos 
correspondentes produtos de condensação. 
 Portanto, sem planejamento, esse tipo de reação leva a uma 
mistura complexa de produtos. 
No entanto, com planejamento, um resultado mais eficiente pode 
ser obtido e pode-se dirigir para a formação de um produto majoritário. 
Para isso, somente um dos compostos carbonílicos utilizados deve ser 
enolizável, ou seja, somente um deve ter Ha à carbonila. O outro 
composto carbonílico deve ser incapaz de se enolizar e deve ser mais 
eletrofílico do que o primeiro. Dessa forma, uma vez formado o enolato, 
ele preferirá atacar o composto mais eletrofílico em reação cruzada. 
 Abaixo observa-se um exemplo de reagentes que levam a bons 
resultados. 
H
O
A
H
O
B
Dois compostos 
carbonílicos distintos
HO-
H2O
H
O
Enolato de A
(Nucleófilo)
Reação com A
Reação com B
O
H
O
H2O
OH
H
O
O
H
O
H2O
OH
H
O
H
O
Enolato de B
(Nucleófilo)
Reação com A
Reação com B
O
H
O
H2O
OH
H
O
O
H
O
H2O
OH
H
O
HO-
H2O
Reação Aldólica (Auto)
Reação Aldólica (Auto)
Reação Aldólica Cruzada
Reação Aldólica Cruzada
____________________________Profa. Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
7	
 
 
Esse é um exemplo de Reação de Claisen-Schmidt, uma reação 
aldólica entre um aldeído aromático (e, portanto, não enolizável) euma 
cetona. Nesse caso, não ocorre autocondensação da cetona, pois o 
aldeído é mais eletrofílico e, o enolato derivado da cetona prefere reagir 
com ele. Outro ponto a ser observado é que a cetona utilizada só tem um 
Ha e, por isso, somente um lado enolizável. 
 
 
 
 Repare que a desidratação ocorre em alta extensão, levando ao 
produto final conjugado. Isso ocorre, pois o produto tem vasta 
conjugação, do sistema aromático até a carbonila. A reação como um 
todo é, então, chamada de Condensação de Claisen-Schmidt. 
 Outro exemplo, acompanhado do mecanismo, pode ser observado 
abaixo. 
Ph H
O
O
* Aldeído é mais eletrofílico do que a cetona;
* Nesse caso, não há Hα ácido, ou seja, não é 
enolizável (só pode ser o eletrófilo da reação)
* Cetona é menos eletrofílica do que o aldeído, 
evitando a autocondensação;
*Só há Hα ácido de um lado, ou seja, só 
um enolato é possível.
H
O O HO
-
H2O, EtOH
Adicionado 
lentamente
O
90%
H2O
____________________________Profa. Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
8	
 
 
Uma tabela com alguns exemplos de reagentes carbonílicos que 
não são enolizáveis, porém são bastante eletrofílicos, pode ser 
observada abaixo. Esses compostos serão eletrófilos eficientes para uma 
reação aldólica ou condensação cruzada dirigida. 
 
Substituinte Compostos 
H (mais reativo) 
 
CCl3, CF3 
 
t-butila 
 
Alquenila 
 
Arila 
 
NMe2 
 
 
 No entanto, em alguns casos a síntese não ocorre de maneira 
eficiente. Por exemplo, utilizando-se uma cetona não enolizável e um 
aldeído enolizável. 
 
 
O
H
O HO
-
H2O, EtOH
NO2
Cetona enolizável 
em somente um lado
Aldeído não 
enolizável
O
H
O
NO2
Reação 
Aldólica
O O
NO2
H H
H-OH
O OH
NO2
H H
-OH
Enolização O OH
NO2
O
NO2
E1CB
Produto de Condensação
99%
H
O
H
Cl3C
O
CCl3 F3C
O
CF3
t-Bu
O
H
Ph H
O
Ph
O
H
Me2N
O
H
Ph Ph
O
Cetona não enolizável
H
O
Aldeído enolizável
?
Ph H
Ph O
____________________________Profa. Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
9	
 O problema aqui é que somente o aldeído é enolizável e, ele 
também é a espécie mais eletrofílica no meio. Sendo assim, preferirá 
reagir em autocondensação, não levando a produção majoritária do 
produto de condensação cruzada desenhado. A cetona do exemplo, é 
ainda menos eletrofílica do que cetonas normais por ser duplamente 
conjugada (com dois anéis aromáticos). 
 Apesar de mais complicado, a utilização de aldeídos enolizáveis 
pode levar a procedimentos eficientes, caso sejam tomados alguns 
cuidados. Por exemplo, se for uma reação entre uma cetona e um 
aldeído e ambos forem enolizáveis, e se deseja que a cetona seja o 
nucleófilo. Isso pode ser feito, apesar da maior acidez do Ha do aldeído. 
Mas para isso, eles não podem ser adicionados juntos ao meio. A cetona 
deve ser colocada no meio reacional com uma base forte, como LDA. O 
aldeído deve ser colocado em outro balão reacional somente com o 
solvente (sem a base). A solução contendo o enolato da cetona deve ser 
lentamente adicionada sobre a solução contendo o aldeído (gota a gota). 
Isso minimiza as chances de haver desprotonação do aldeído e, 
consequente autocondensação. Lembrando, que ao utilizar-se bases 
fortes, como LDA, deve-se utilizar meio anidro e aprótico. Somente ao 
final da reação água pode ser adicionada. 
 
 
 
 Pode-se também adicionar (gotejar lentamente) a solução do 
aldeído sobre a solução do enolato, derivado da cetona e já formado. 
De qualquer forma, quando for necessária a adição lenta (gota a 
gota), pode-se utilizar um funil de adição ou uma seringa com 
agulha, desde que se evite a entrada de umidade. O melhor para 
condições anidras é realizar o procedimento utilizando saturação do 
O
LDA
THF
O
H
O
O
THF
Adionado lentamente
1.
2. H2O
O OH
____________________________Profa. Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
10	
meio com gases inertes, como nitrogênio ou argônio. Uma figura 
ilustrando um exemplo de sistema pode ser observada abaixo. 
 
 
 
3. Outras estratégias para evitar autocondensação 
 Como comentando anteriormente, utilizar bases fortes, como 
bases organometálicas ou LDA, com cetonas, previne a autocondensação 
da mesma. Nesse caso, o equilíbrio está deslocado para o enolato, não 
sobrando no meio composto carbonílico. Logo, se um eletrófilo (como 
outro composto carbonílico) for adicionado ao meio, ele reagirá em 
adição cruzada. No exemplo abaixo, deve-se ainda verificar se a cetona 
utilizada pode originar enolatos diferentes (cinético ou termonidâmico). 
Nessas condições, contendo base forte, o enolato cinético é privilegiado, 
mas há de se controlar muito bem a temperatura. Em caso de dúvidas, o 
material sobre formação de enolatos e derivados deve ser revisado. 
 
 
 
 No entanto, se o composto carbonílico que se deseja ser o 
nucleófilo for um aldeído, essa estratégia não funciona. Por ser muito 
eletrofílico, o enolato que vai se formando e já reage com o aldeído, ainda 
na forma carbonílica (mesmo com bases fortes como LDA!). Uma 
Funil de adição
Conectado à atmosfera inerte
(N2 ou Ar)
R
O LDA
THF
R
OLi PhCHO
Adição do 
eletrófiloFormação do enolato
R
OLi O
Ph
R Ph
O OLi
H2O
R Ph
O OH
____________________________Profa. Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
11	
estratégia mais segura é transformar o aldeído em uma espécie 
nucleofílica similar a um enol ou a um enolato. Pode-se, por exemplo, 
transformar um aldeído em seu silil enol éter correspondente ou em 
uma enamina, ou ainda em uma imina e, depois realizar a 
desprotonação e formar um aza-enolato. 
 Quando o silil enol éter for a escolha, deve-se utilizar um ácido de 
Lewis para catalisar a reação, devido a menor nucleofilicidade dessa 
espécie. 
 
 
Conforme comentado, o aldeído pode também ser transformado 
em sua correspondente imina, por reação com uma amina primária. A 
imina é menos eletrofílica e pode ser desprotonada por base forte sem 
autocondensar, gerando o aza-enolato. Após sua utilização como 
nucleófilo, a imina pode ser convertida novamente em aldeído, se esse 
for o desejo. Pode haver ainda a desidratação levando ao produto de 
condensação cruzada. 
H
O
Me
H H
Et3N
Base fraca:Vai sendo 
lentamente convertido em enolato
HMe
O
Si Cl
Pequena concentração de 
enolato a cada tempo
HMe
O SiMe3
O-Reação devido a força 
da ligação entre O-Si.
HMe
O SiMe3
CHO OH
CHO
TiCl4
Catálise de ácido de Lewis, pois 
o silil enol éter é pouco nucleofílico
Adição aldólica cruzada 
entre dois aldeídos.
Pode ser controlada para não 
haver a desidratação.
95%
____________________________Profa. Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
12	
 
 
4. Outras espécies nucleofílicas 
 Uma ilida de Wittig estabilizada com um grupo carbonílico, pode 
ser encarada com um enolato contendo um grupo retirador de elétrons 
extra (P+R3 retira elétrons por efeito indutivo). 
 
 
 
 Essa espécie pode atacar um composto carbonílico em reação 
aldólica e levar ao composto a,b-insaturado diretamente, sem haver 
necessidade de desidratação. 
H
O
Me
H H
NH2
Amina primária
H
N
Me
H H
Catálise 
ácida
H
N
Me
H H
LDA, THF
-78 0C
H
N
Me
Desprotonação levando ao Aza-enolato.
Meio aprótico e anidro, devido a utilização de base forte.
Etapa 1: Síntese da imina a partir de um aldeído.
Etapa 2: Desprotonação seguido de reação com um aldeído como eletrófilo.
H
O
O
H
N
Etapa 3: Hidrólise da imina ao correspondente aldeído (obtenção do produto de 
condensação cruzada).
OLi
H
N H2O, HCl OH
H
O
Li
Li
H
OE1
-H2O
Ph3P OEt
O
H H
EtO
Reagente de Wittig estabilizado
(com uma carbonila)
Ph3P OEt
O
Ph3P OEt
O
Ph3P OEt
O
Ilida de fósforo é um nucleófilo.
Ilida desenhada 
como em enolato
____________________________Profa.Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
13	
 
 
 Compostos contendo outros grupos retiradores de elétrons 
(GREs) e pelo menos um Ha podem ser desprotonados e utilizados como 
nucleófilos em reações do tipo aldólica. Um exemplo, são compostos 
contendo o grupo nitro. Esse grupo, por ser um GRE forte, deixa do Ha 
mais ácido do que um Ha carbonílico. Bases mais fracas podem ser 
utilizadas para a etapa de desprotonação. Nitrocompostos podem, 
inclusive, ser colocados no meio reacional juntamente com um composto 
carbonílico que será o eletrófilo e, uma base. Por ser GRE mais forte, a 
base preferirá retirar o Ha ao nitro e a espécie negativa formada ataca a 
carbonila. 
 
 
 
5. Compostos 1,3-dicarbonílicos como nucleófilos 
 Compostos 1,3-dicarbonílicos são outra boa alternativa a serem 
empregados como nuceófilos de reações aldólicas e condensação. O 
hidrogênio entre as duas carbonilas é mais ácido do que aquele vizinho a 
somente uma carbonila e, pode ser retirado facilmente. Uma base mais 
fraca pode ser empregada, por exemplo uma amina. A utilização de 
Ph3P OEt
O
O Ph
Ph3P OEt
O
O Ph
Ph3P
O
OEt
O
Ph
OEt
O
Ph
PPh3
O
N
O
O
H
H
H
Nitro metano
(pKa aproximadamente 10)
NaOH
Pode ser utilizada uma base mais fraca
NaOH (pKaH = 15,7)
N
O
O
N
O
O
O
Cetona
(pKa aprox. 20)
O
N O
O
OH
N O
O
Esse hidrogênio é ainda muito ácido. O meio 
continua básico. Pode haver desidratação 
por E1CB.
NO2
E1CB
____________________________Profa. Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
14	
bases mais fracas facilita a montagem do sistema reacional, pois, nesse 
caso, não há necessidade de controle de umidade ou utilização de baixas 
temperaturas, por exemplo. 
 No exemplo abaixo, o composto 1,3-dicarbonílico e o aldeído (que 
será o eletrófilo) podem ser colocados juntos no meio reacional. A base 
utilizada, uma amina, só tem força suficiente para retirar o próton entre 
as carbonilas do dicarbonílico. Uma vez formado o enolato, esse prefere 
reagir com o aldeído, mesmo que tenha composto dicarbonílico íntegro 
no meio, pois o aldeído é mais eletrofílico. 
 
 
 
Observação: Quando ésteres são utilizados deve se ter cuidado com a base empregada, 
caso se deseje manter o grupo éster. Não pode ser -OH, pois levaria a hidrólise do éster, 
nem uma base -OR com R diferente, pois levaria a transesterificação. 
 
 O produto obtido no exemplo anterior, ainda pode ser hidrolisado 
ao ácido carboxílico correspondente e descarboxilado, caso esse seja o 
desejo. 
 
 
 
 A descarboxilação é uma maneira fácil de obter um produto a,b- 
insaturado através de utilização de um composto 1,3-dicarbonílico como 
reagente. 
EtO OEt
OO
O
H
R2NH, HOAc
EtO OEt
OO
O
HH H
EtO2C
CO2Et
O
H+
Protonação 
e desidratação
EtO2C
CO2Et
EtO OEt
OO H3O+, H2O
Aquecimento
HO
O
____________________________Profa. Dra. Patrícia Bulegon Brondani (@patyqmc) 
	
https://patyqmc.paginas.ufsc.br/ 
	
15	
 Pode ser utilizado um diácido (no lugar de diéster) quando 
possível. A descarboxilação pode ocorrer espontaneamente durante a 
reação. Essa metodologia é conhecida como Reação de Knoevelnagel. 
 Nessa metodologia a catálise é básica usando, geralmente, uma 
mistura de piperidina e piridina. O primeiro hidrogênio a ser retirado é 
o do COOH (mais ácido). Na sequência, um segundo hidrogênio é 
retirado, aquele entre as duas carbonilas. Isso só ocorre com bases mais 
fracas, como priridina e piperidina, pois o diânion formado é muito 
conjugado e, estabilizado por ligação de hidrogênio intramolecular. 
Após, ocorre a reação aldólica. 
 
 
 
A descarboxilação posterior ocorre eliminando o OH como grupo 
abandonador (GA), na verdade OH mais H+, ou seja, água. Sempre 
lembrando que para que a descarboxilação ocorra, os elétrons derivados 
da saída do CO2 precisam ser destinados a um grupo retirador por efeito 
mesomérico, como uma carbonila na posição 3, ou levado por um grupo 
abandonador. Nesse caso, ocorre a segunda opção, o OH sai com os 
elétrons e já abstrai um hidrogênio, formando água. 
 
6. Derivados de ácidos carboxílicos como nucleófilos em reações 
aldólicas 
 Outros derivados de ácidos carboxílicos simples (não 
dicarbonílicos) podem ser utilizados como nucleófilos em reações de 
HO OH
OO
R O
H
Piperidina, 
piridina
HO O
OO Piperidina, piridina
O O
OO
H
R O
H
O O
OO
OR
H
H-Base+
O O
OO
OHR
H
H-Base+
O O
OO
OHR
H
H
CO2
H2O
R CO2H
(E)
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16	
adição aldólica. Esses derivados (exceto cloreto de ácido) possuem o Ha 
menos ácido do que cetonas e aldeídos. 
Quando ácidos carboxílicos são submetidos à meio básico, 
somente funciona se uma base muito forte é utilizada. O primeiro 
hidrogênio a ser abstraído é o do grupo COOH (hidrogênio mais ácido). 
Se bases fortes, como LDA ou organolítio, forem utilizadas, um segundo 
hidrogênio é abstraído, formando um diânion nucleofílico. Esse diânion 
pode ser capturado como silil enol éter ou usado diretamente. 
 
 
 
Observação: No exemplo do item 5, na reação de Knoevelnagel, uma combinação de 
bases mais fracas (piperidica e piridina) pôde ser utilizada, pois se tratava de um 1,3-
diácido. Devido a conjugação observada, mesmo após a abstração de dois prótons, 
forma-se o diânion. Para ácidos carboxílicos simples, isso só é possível com bases 
muito fortes (e impedidas). 
 
Um cuidado deve ser tomado para utilização de bases 
organolitiadas não impedidas. Mesmo o carboxilato, formado após a 
primeira abstração de próton, não sendo muito eletrofílico, a espécie 
litiada, por ser muito nucleofílica, ataca. Deve-se, portanto, usar bases 
fortes, porém impedidas/não nucleofílicas. Bases pouco impedidas, 
como n-Butil Lítio (exemplo abaixo), levam ao ataque à carbonila do 
carboxilato, ao invés da abstração do Ha necessário para a Reação 
Aldólica. 
 
 
O
O
R H
LDA, THF
N
Li
R
O
O
H
N
Li
LDA, THF
R
O
OLi Li
Li
Diânion Litiado
(enolato)
Me3SiCl
R
OSiMe3
OSiMe3
O
O
R H
n-BuLi, 
THF R
O
O
R
O
OLi Li
Li
H2O, H+
R
n-Bu
O
n-BuLi
n-BuLi
n-BuLi, 
THF
Espécie pouco impedida:
Pode atacar a carbonila
n-Bu Tratamento 
final
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17	
Com amidas contendo NH2 ou NHR, assim como com ácidos 
carboxílicos, o hidrogênio ligado ao heteroátomo é o mais ácido e será 
retirado em primeiro lugar. No entanto, em amidas, pode ser que não 
haja hidrogênio ligado ao nitrogênio, se esse estiver substituído com 
dois grupos alquilas (uma amida contendo NR2). 
Cloretos de ácidos deixam o hidrogênio do carbono adjacente 
mais ácido. No entanto, cloretos de ácido quando desprotonados 
decompõem-se no ceteno correspondente e não podem ser utilizados 
como nucleófilos em reações aldólicas. 
 
 
 
 Anidridos de ácidos, por sua vez, tem o Ha bastante ácido e 
podem gerar convenientemente um enolato, reagindo em adição 
aldólica. O intermediário carregado, no entanto, é acilado 
intramolecularmente, e isso é inevitável. 
 
 
 
 A eliminação de ácido acético, levando ao composto a,b-conjugado 
ocorre na sequência. 
Cl
O
R
H H
Base
C C O
R
H
Ceteno
O
OO
H
O
O O
AcO
AcOH
O
Ph
O
OO
Ph
O
Desenhando 
de outra forma
O
O
Ph
O
O
O O
O
O
PhO Ph
OO
O
O-Acilação
intramolecular
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18	
 
 
 Ésteres, como comentado, são menos ácidos do que cetonas e 
aldeídos. Sendo assim, não podem ser misturados com aldeído ou cetona 
e uma base no meio. A base preferirá abstrair o Ha ao aldeído ou à 
cetona. A solução é formar o enolato derivado do éster e, somente 
depois, adicionar o eletrófilo nomeio. Ou ainda, formar o silil enol éter e 
reagir com o outro composto carbonílico (adicionado depois) na 
presença de ácido de Lewis como catalisador. 
 
 
 
7. Espécies eletrofílicas derivadas de ácidos carboxílicos 
 Ésteres podem ser utilizados como o eletrófilo de uma adição 
aldólica cruzada, com uma cetona como nucleófilo. Primeiramente o 
enolato da cetona pode ser formado com a ação de uma base forte, para 
ter certeza de que toda a extensão foi desprotonada (evitando 
autocondensação da cetona). Após, o éster pode ser adicionado. Na 
verdade, nesse caso, cetona e éster até poderiam ficar juntos no meio, 
pois o Ha mais ácido é o da cetona. No entanto, o mais usual é a adição 
lenta e posterior do eletrófilo. 
 
 
O Ph
OO
O
AcOH
O Ph
OO
O
H
- AcO
AcO
OOC
Ph AcOH
HOOC
Ph
OEt
O LDA
OEt
OLi MeCHO
OEt
OOH
OEt
O 1.LDA
OEt
OSiMe3 MeCHO
OEt
OOH
2. Me3SiCl TiCl4
Enolato de Lítio
Silil Enol Éter
O
LDA, THF
O 1. O
O
Adição lenta
2. sol. HCl
O O
EtOH
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19	
 Se o éster for não enolizável, pode-se ainda colocar a base e o 
éster juntos no balão e gotejar a cetona no meio. Quando cair no meio, a 
cetona é desprotonada e ataca o éster. Nesse caso, bases mais fracas 
podem ser utilizadas, pois não haverá excesso de cetona no meio para 
levar a autocondensação. 
 
 
 
 Ácidos carboxílicos, se submetidos ao meio básico necessário 
para gerar o enolato, serão desprotonados no COOH, gerando o 
carboxilato, pouco eletrofílico. Sendo assim, não são utilizados como 
eletrófilos. Uma solução é utilizar o éster correspondente e depois, após 
a reação aldólica/condensação, hidrolisar ao ácido. Amidas também são 
pouco usuais devido a baixa eletrofilicidade. 
 Os demais derivados, como cloretos de ácido e anidridos de 
ácido, podem ser eletrófilos de reações aldólicas. Deve-se, no entanto, 
observar os cuidados referentes a acidez dos Ha desses compostos e 
realizar adição lenta e posterior a formação do nucleófilo. 
 
8. Condensação de Claisen 
 A reação de condensação de Claisen é uma condensação aldólica 
entre dois ésteres. 
 Uma base mais fraca pode ser utilizada e, nesse caso, haverá ao 
mesmo tempo no meio a forma de enolato e a forma carbonílica, levando 
a autocondensação. Alguns cuidados, já relatados, com a base utilizada 
devem ser tomados: Bases contendo íon hidróxido devem ser evitadas, 
H OEt
O
EtO
1.
O
Adição lenta
2. Sol. HCl
O
H
O
EtOH
EtO OEt
O
EtO
1.
O
Adição lenta
2. Sol. HCl
O
OEt
O
EtOH
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20	
caso contrário o éster é hidrolisado ao ácido carboxílico correspondente; 
caso utilize-se um alcóxido como base, a parte orgânica deve ser igual ao 
substituinte orgânico do OR do éster, para evitar transesterificação. Se 
esses cuidados forem tomados, a reação ocorre de maneira eficiente. 
 
 
 
 Como o éster tem um potencial grupo abandonador (GA), esse 
pode ser expelido restituindo a carbonila, diferentemente do que ocorria 
com cetonas e aldeídos: 
 
 
 
 A reação de condensação de Claisen é um equilíbrio que favorece o 
reagente (o reagente é mais estável do que o b-cetoéster formado). A 
reação pode ser dirigida ao produto de condensação se um próton for 
retirado do b-cetoéster formado (o Ha entre duas carbonilas é mais 
OMe
O
R
H H
MeO
Alcóxido como base.
Mesmo OR do éster utilizado
(evita transesterificação).
OMe
O
R
OMe
O
R
OMe
O
R
OMeO
R
O
OMe
R
O
R
MeO
OMe
O
R
OMeO
R
O
OMe
R
O
R
MeO
Condensação de Claisen
H
O
R
O
R
O
HR
OH
R
HO
Reação Aldólica
H
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21	
ácido do que o do éster de partida). Por isso, o éster de partida deve ter 
dois Ha, sobrando um ao aduto formado na condensação. 
 
 
 
 Dois ésteres diferentes podem ser utilizados em Reação de Claisen 
cruzada, desde que cuidados de planejamento sejam tomados. Se um dos 
ésteres não for enolizável ele pode ir junto com base no balão reacional 
e, somente depois, o outro é adicionado, evitando autocondensação do 
segundo éster. 
 
 
 
 Caso os dois ésteres sejam enolizáveis, o melhor é usar uma base 
forte (LDA, por exemplo), enolizar completamente um deles e depois 
adicionar o outro ao meio reacional. 
 
9. Reações aldólicas intramoleculares 
 Reações Aldólicas em compostos contendo dois grupos carbonilas 
podem ocorrer intramolecularmente, levando a formação de ciclos. O 
ciclo mais estável é formado. 
 Abaixo, vemos uma figura onde o material de partida é uma 
dicetona contendo as carbonilas em uma relação 1,4. Dois produtos 
podem ser formados através da reação aldólica intramolecular. No 
entanto, o produto favorecido possui um ciclo de 5 membros, mais 
estável do que um ciclo de 3 membros. Se houver dúvidas sobre 
OMe
O
R
H H
MeO
MeO
O O
MeOH
2
H R
R
MeO
MeO
O O
MeOH
R
R
Éster de partida 
tem dois Hα
Retirada do H+
dirige ao produto
O
OEt
EtO
Éster não 
enolizável
Alcóxido
como base
O
OEt
1.
Adição lenta
2. HCl
O O
OEt EtOH
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22	
estabilidade de cicloalcanos, os materiais sobre análise conformacional 
e hidrocarbonetos devem ser revisados. 
 
Observação: a numeração 1,4 não diz respeito a nomenclatura IUPAC da molécula! 
Apenas diz respeito à distância entre as duas carbonilas, ou seja, se o carbono de uma 
delas for numerada como 1 a outra estará no carbono 4. 
 
 
 
 Se o material de partida for uma 1,5-dicetona, existem duas 
possibilidades: formação de produto contendo ciclo de 4 membros ou 6 
membros. Por ser mais estável, o produto contendo ciclo de 6 membros 
é favorecido e formado majoritariamente. 
 
 
 
 Para reagente contendo uma relação 1,6 entre as carbonilas, dois 
produtos podem ser formados: um contendo o ciclo com 7 membros e o 
outro com 5 membros. O ciclo de 5 membros é mais estável e é formado 
mais rapidamente, sendo favorecido. 
 
O
O
1, 4-dicetona
1
2
3
4
HO
H2O
HO
H2O
O
O
O
O
O
O
O O
H2O
H2O
HO
HO
OH
O
HO O
Favorecido
O
1, 5-dicetona
2
3
4
O
5 H2O
HO
OH
O
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23	
 
 
 Até mesmo se a molécula já for um ciclo, um ataque 
intramolecular pode ocorrer, desde que o ciclo seja grande para permitir 
a formação de uma nova ligação e de um produto biciclo. Um exemplo 
pode ser observado com a 1,6-dicetona cíclica abaixo. 
 
 
 
 Quando o material de partida for uma 1,7-dicetona, somente o 
produto contendo um ciclo de 6 membros é formado. Esse é favorecido 
em detrimento da formação do ciclo de 8 membros. 
 Ésteres também reagem intramolecularmente em uma 
Condensação de Claisen intramolecular, também chamada de 
Condensação de Dieckmann. 
 
 
 
10. O formaldeído 
 O formaldeído é o aldeído mais reativo, pois possui dois 
hidrogênios como substituintes da carbonila. Além da enorme 
O
1, 6-dicetona
1
2
3
4
HO
H2O
HO
H2O
O
O
H2O
H2O
HO
HO
5
6
O
O
O
O
O
OH
O
O
O
OH
O
Favorecido
O
O
Ácido ou base
O
OH
desidratação
O
1 2
3
4
56
Ciclo de 5 membros 
formado no ataque
Ciclo de 7 membros com
 o resto da estrutura
MeO
O
1, 6-diéster
1
2
3
4
5
6
O
OMe HO
H2O
O
MeO
O
MeOH
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24	
eletrofilicidade, ele não pode enolizar, pois não existe Ca, nem, portanto, 
Ha. 
Sendo assim, ele poderia ser um ótimo candidato a eletrófilo de 
reações aldólicas. O problema é que ele é muito reativo e leva a 
sucessivas reações aldólicas, quando reagidocom um enolato derivado 
de outro composto. 
O mecanismo completo do ataque do enolato derivado do 
acetaldeído ao formaldeído pode ser observado abaixo. 
 
 
 
 A reação não para aí! Um quarto equivalente de formaldeído 
reage com o íon hidróxido do meio (adição à carbonila). A espécie 
formada, transfere um hidreto, em uma reação chamada de Redução de 
Canizzaro. 
 
 
H
O
H
HH
Acetaldeído
(enolizável)
H H
O
Formaldeído
(mais eletrofílico
e não enolizável)
HO
H
O
H H
O
H H
OO
H
H2O
H H
OOH
H
Aduto Aldólico
H Hα ainda ácido
HO
H
OOH
H H
O
H
OOH
HO
H
Hα ainda ácido
HO
H
OOH
HO
H
OOH
HO
H H
O
H
OOH
HO
HO
H H
O HO
O O
H H
H
HO
O O
H H
O O
H H
H
OOH
HO
HO H
OOH
HO
HO H
O H
O
H2O
HO
HO
OH
OH
Diânion
Pentaeritrol
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25	
 Se for utilizada uma base mais fraca e não nucleofílica, a reação 
pode ser controlada um pouco. Nesse caso, todos os hidrogênios 
enolizáveis são trocados por uma molécula de formaldeído, mas não há 
redução de Canizzaro. Mesmo assim, não é obtido o aduto aldólico ou 
produto de condensação quando o formaldeído for o eletrófilo. 
 
 
 
 Uma solução para obter o produto de condensação aldólica 
(composto a,b-insaturado) é utilizar a Reação de Mannich como uma 
das etapas. A reação é possível, caso o formaldeído e o composto 
carbonílico enolizável forem reagidos com uma amina. 
 
 
 
 Ocorre o ataque da amina ao formaldeído seguido de 
prototropismo. A protonação posterior e a desidratação levam ao íon 
imínio. Esse é eletrófilo e, pode se atacado por um enolato ou um enol, 
levando ao produto. 
 
 
 
 Utilizando essa reação, é possível obter o produto a,b-insaturado 
que não é possível diretamente com o formaldeído. O produto de 
H
O
H H
H H
O
Formaldeído
K2CO3
Base fraca e 
não nucleofílica
H
O
OHOH
90%
O
H H
O Me2NH, HCl (cat.)
O
NMe2 85%
H H
O
O H2
C NMe2
N
Me
Me
H
NO
Me
Me
H H
Prototropismo
N MeHO
Me
HCl N MeH2O
Me
- H2O
H2C N
Me
Me
O
HCl
OH
H2C N
Me
Me - H+ ou
O
NMe2
Íon Imínio
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26	
Mannich pode ser reagido com um haleto de alquila primário ou 
metílico. A amina é nucleofílica o suficiente para reagir até formar o sal 
quaternário (conforme visto em SN2). Se meio básico for empregado, o 
Ha tem sua acidez aumentada pela presença do grupo retirador amino 
quaternário e é abstraído, seguido da eliminação da amina neutra em 
uma E1CB. 
 
 
 
 Um exemplo completo de como o formaldeído, juntamente com a 
reação de Mannich pode ser utilizado para obtenção de compostos a,b-
insaturados, pode ser observado abaixo. 
 
 
 
11. Bibliografia 
Material baseado ou retirado de: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O
NMe2 Me I SN2
O
NMe3H HO
O
NMe3 E1CB
O
O
N
H
H
O
H
HCl
O H2
C N
1. MeI
2. NaOH
O
CH2
Formaldeído
Amina 
Secundária

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