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Matéria: Direito Penal 
Professor: Daniel Bispo 
 Aplicação da Lei Penal – Teoria 
Prof. Daniel Bispo e Equipe Exponencial 
 
Prof. Daniel Bispo e Equipe Exponencial 2 de 30 
www.exponencialconcursos.com.br 
Aplicação da Lei Penal 
Sumário 
1 - Lei Penal no Tempo ........................................................................ 4 
1.1 – Conflito de Leis Penais no Tempo .................................................... 4 
1.1.1 - Novatio Legis in Mellius e Abolitio Criminis ..................................... 5 
1.1.2 – Novatio Legis in Pejus e Legis Incriminadora .................................. 8 
1.1.3 – Lei Excepcional e Lei Temporária.................................................. 9 
1.1.4 – Crime Permanente e Crime Continuado ....................................... 11 
1.1.5 – Tempo do Crime...................................................................... 13 
2 - Lei Penal no Espaço ...................................................................... 14 
2.1 - Territorialidade ........................................................................... 14 
2.1.1 – Território Nacional ................................................................... 14 
2.2 - Extraterritorialidade .................................................................... 16 
2.3 – Princípios Aplicáveis à Extraterritorialidade ..................................... 17 
2.4 – Pena Cumprida no Exterior .......................................................... 19 
2.5 - Lugar do Crime .......................................................................... 19 
3 – Eficácia da Sentença Estrangeira ................................................. 21 
4 – Contagem de Prazo ...................................................................... 23 
5 – Frações não Computáveis da Pena ............................................... 24 
6 – Legislação Especial ...................................................................... 25 
7 – Interpretação da Lei Penal ........................................................... 25 
7.1 – Quanto ao Método ...................................................................... 26 
7.2 – Quanto à Origem ....................................................................... 28 
7.3 – Quanto ao Resultado .................................................................. 29 
8- Referencial Bibliográfico................................................................ 30 
 
 
 
 
 
 Aplicação da Lei Penal – Teoria 
Prof. Daniel Bispo e Equipe Exponencial 
 
Prof. Daniel Bispo e Equipe Exponencial 3 de 30 
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Lista de Esquemas 
Esquema 1 - Leis penais no tempo .......................................................... 5 
Esquema 2 – Lei mais Benéfica .............................................................. 7 
Esquema 3 - Lei mais Gravosa ............................................................... 9 
Esquema 4 - Lei Excepcional e Lei Temporária ........................................ 10 
Esquema 5 - Território Nacional ............................................................ 15 
Esquema 6 - Extraterritorialidade ......................................................... 17 
Esquema 7 - Princípios / Extraterritorialidade ......................................... 18 
Esquema 8 – Lugar e Tempo do Crime .................................................. 20 
Esquema 9 - Eficácia de Sentença Estrangeira ........................................ 23 
Esquema 10 - Interpretação da Lei Penal ............................................... 26 
Esquema 11 - Quanto ao Método .......................................................... 28 
Esquema 12 - Quanto à Origem............................................................ 29 
Esquema 13 - Quanto ao Resultado ...................................................... 30 
 
 
 Aplicação da Lei Penal – Teoria 
Prof. Daniel Bispo e Equipe Exponencial 
 
Prof. Daniel Bispo e Equipe Exponencial 4 de 30 
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1 - Lei Penal no Tempo 
 
Assim como tudo que é vivo tem seu tempo de nascer, crescer e morrer, 
não é diferente com a Lei Penal, passando pelo processo legislativo e após 
sancionada, entra no período de “vacância” ou vacatio legis (leia-se: vacácio 
légis), período de publicidade da lei penal, período no qual a lei torna-se 
conhecida. Na vacatio legis ainda não houve a revogação da lei anterior, que 
continua produzindo efeitos. Dessa forma, o ius puniendi estatal, ou seja, o 
direito de punir do Estado, tem nascimento com a entrada em vigor da lei penal. 
Isso garante ao cidadão de que não será surpreendido com a criminalização de 
uma conduta que antes era descriminalizada ou com o agravamento de um fato 
típico, o que também garante a segurança jurídica, ou seja, dá ao cidadão a 
certeza da correta aplicação da lei ao caso concreto. 
Vale ressaltar que, conforme doutrina majoritária, a lei penal não produz 
efeitos enquanto em seu período de vacância, visto que pode nunca entrar em 
vigor. 
 
1.1 – Conflito de Leis Penais no Tempo 
 
Em razão do surgimento de uma nova lei, como fica a aplicabilidade da 
lei revogada? No caso de haverem duas leis sobre a mesma matéria penal, qual 
delas deverá ser aplicada ao caso concreto? Em virtude dessas indagações é 
que surge o conflito de leis penais em razão do tempo. 
Uma Lei Penal, após seu período de vacância, pode produzir efeitos a 
fatos posteriores à sua vigência e, mesmo após revogada, pode continuar 
produzindo efeitos aos atos praticados durante sua vigência, mas que só foram 
sentenciados após sua revogação. Em razão dessas possibilidades, surge a 
dúvida sobre a aplicação de leis que se sucedem. Para isso, deve-se observar 
alguns aspectos da Lei Penal. 
 
a) Fenômeno da atividade 
 A lei penal é aplicada a fatos que ocorrem durante seu período de 
vigência. 
 
b) Fenômeno da Extra-atividade 
A lei penal pode ser aplicada a fatos anteriores ou posteriores ao seu 
período de vigência. 
 
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Esquema 1 - Leis penais no tempo 
 
Quando é aplicada a fatos anteriores ao seu período de vigência, diz-se 
retroatividade; e quando é aplicada a fatos posteriores à sua vigência, diz-se 
ultra-atividade. 
Por via de regra, a lei penal deve ser aplicada a fatos ocorridos dentro 
do seu período de vigência, sendo o fenômeno da extra-atividade uma exceção. 
Conforme se observa no princípio da irretroatividade da lei penal, 
também conhecido como princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica, 
insculpido no artigo 5º, XL, da CRFB/88. 
Dessa forma, apenas a lei penal mais benéfica poderá retroagir. 
 
Artigo 5º, XL, da CRFB/88: 
“A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.” 
 
1.1.1 - Novatio Legis in Mellius e Abolitio Criminis 
 
A lei penal mais benéfica se divide em novatio legis in mellius e abolitio 
criminis. 
a) Novatio legis in mellius 
É a lei penal nova que trás benefícios ao réu como: redução da pena, 
abrandamento do regime de cumprimento de pena, autorização de concessão 
de benefícios, redução de prazos prescricionais..., contudo, ainda considerando 
o fato praticado como crime. 
 
 
 
•Efeitos Durante a vigência da Lei PenalAtividade
•Efeitos Antes (retroatividade) ou Após seu 
período de Vigência (ultra-atividade)Extra-atividade
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b) Abolitio criminis 
É a lei penal que descriminaliza uma conduta, tendo como efeito a 
extinção da punibilidade, conforme art. 107, III, do Código Penal. 
a) Antes do trânsito em julgado: 
Quando a abolitio criminis ocorre antes de trânsitoem julgado de 
sentença penal condenatória, todos os efeitos, penais e extrapenais, ficam 
impedidos. 
b) Após o trânsito em julgado: 
Quando a abolitio criminis se dá após o trânsito em julgado de sentença 
penal condenatória, ficam impedidos apenas os efeitos penais da condenação, 
mantendo-se os efeitos extrapenais. 
 
 
Art. 107 do CP - Extingue-se a punibilidade: 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como 
criminoso; 
 
 
Como exemplo de abolitio criminis podemos destacar o artigo 240 do 
Código Penal, revogado pela Lei nº 11.106, de 2005, que previa o crime de 
adultério, com pena de detenção de 15 dias a 6 meses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Esquema 2 – Lei mais Benéfica 
 
 
 (TJ-SC – Titular de Serviços de Notas e de Registros – 
Provimento – IESES – 2019) 
Quanto à aplicação da lei penal e processual penal no tempo e no espaço, é 
INCORRETO afirmar: 
a) Com relação ao lugar do crime, para efeito de aplicação da lei brasileira e 
sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, o Código 
Penal adotou a teoria da ubiquidade, nos termos do seu art. 6º, considerando 
praticado o delito no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em 
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
b) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes 
praticados contra o patrimônio da União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público, ainda que o agente tenha 
sido absolvido no estrangeiro. 
c) Com relação ao tempo do crime, o Código Penal adotou, nos termos de seu 
art. 4º, a teoria da atividade, considerando praticado o delito no momento da 
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
• Fato ainda considerado como crime
• Trás benefícios ao réu
• Redução de Pena
• Abrandamento de regime de cumprimento de pena
• Autorização de concessão de benefícios
• Redução de prazos prescricionais
Novatio 
Legis in 
Mellius
• Descriminaliza a conduta
• Extingue a punibilidade - art. 107, III, do CP
Abolitio 
Criminis
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d) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela os efeitos penais da sentença condenatória, salvo se 
já transitada em julgado. 
 
Resolução: 
O comando da questão pede a questão incorreta, e exceto a letra D, todas as 
demais questões estão corretas, de acordo com a legislação de referência. 
A letra D está incorreta no final da resposta. Ela se refere à abolitio criminis, ou 
seja, segundo o art. 107, III, do CP, é causa de extinção da punibilidade, 
independente de transitado em julgado. 
Gabarito 1: D 
 
1.1.2 – Novatio Legis in Pejus e Legis Incriminadora 
 
A lei penal mais gravosa se divide em novatio legis in pejus e legis 
incriminadora. 
 
a) Novatio legis in pejus 
Se diz da lei nova que dá tratamento mais rigoroso ao réu, contudo, 
mantendo como crime o fato praticado. 
É a lei nova que pode suprimir concessão de benefícios, aumenta prazos 
prescricionais, prevê cumprimento de pena mais severo... 
 
b) Legis incriminadora 
É a lei nova que cria um tipo penal, criminaliza condutas, cria crimes, 
torna uma conduta que antes era permitida em proibida. 
 
 
Como exemplo de legis incriminadora, foi sancionada a Lei nº 
14.132/2021, inserindo o crime de “Perseguição” ou Stalking, no art. 147-A 
do Código Penal. 
 
 
 
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Art. 147-A do Código Penal: 
“Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-
lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de 
locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de 
liberdade ou privacidade”. 
 
 
 
Esquema 3 - Lei mais Gravosa 
 
1.1.3 – Lei Excepcional e Lei Temporária 
 
O artigo 3º do Código Penal estabelece aplicabilidade da lei excepcional 
e lei temporária. 
 
Lei excepcional ou temporária 
Art. 3º, do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o 
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, 
aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
 
 
 
• Tratamento mais rigoroso ao réu
• Fato praticado continua sendo crime
• Suprimir concessão de benefícios
• Aumenta prazos prescricionais
• Prevê cumprimento de pena mais severo
Novatio Legis 
in Pejus
• Torna proibida conduta antes permitida
• Criminaliza condutas
• Cria crimes
Legis 
Incriminadora
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a) Lei Excepcional 
É a lei aplicada em situações de excepcionalidade, como calamidade 
pública, guerra, epidemia, permanecendo vigente até cessar o fato que a fez 
entrar em vigor. 
 
b) Lei Temporária 
É a lei que tem sua vigência regulada por um determinado período de 
tempo. 
 
Embora parte da doutrina considere que as leis excepcionais e as leis 
temporárias são extra-ativas / ultra-ativas, tendo em vista que mesmo após 
cessadas as condições que determinaram sua criação, são aplicadas a fatos 
havidos durante sua vigência, contudo, podem não ser revogadas, tendo apenas 
seu efeito suspenso, até que seja reestabelecida sua condição de aplicabilidade. 
Dessa forma, não há que se falar em extra-atividade, já que continua vigente, 
mas com efeitos suspensos. 
 
 
 
Esquema 4 - Lei Excepcional e Lei Temporária 
 
 
Lei 
Excepcional
Situação 
Excepcional
Tempos de 
Guerra
Calamidade 
Pública
Epidemia
Lei 
Temporária
Por 
determinado
período de 
tempo
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 (TJ-PR - Juiz Substituto - CESPE – 2019) 
Nas disposições penais da Lei Geral da Copa, foi estabelecido que os tipos penais 
previstos nessa legislação tivessem vigência até o dia 31 de dezembro de 2014. 
Considerando-se essas informações, é correto afirmar que a referida legislação 
é um exemplo de lei penal 
a) excepcional. 
b) temporária. 
c) corretiva. 
d) intermediária. 
 
Resolução: 
Em razão do comando da questão informar que a lei geral da copa tem data de 
vigência, é correto afirmar que tal lei é uma lei temporária. 
Lei intermediária é aquela que tem data de vigência por um tempo determinado, 
para que produza efeitos em um período determinado. 
Gabarito 2: B 
 
1.1.4 – Crime Permanente e Crime Continuado 
 
Denomina-se crime permanente todo aquele que tem seu momento 
consumativo se prolongando no tempo, ou seja, se renova dia a dia, é como se 
a consumação não cessasse. 
 
Sequestro e Cárcere Privado 
Art. 148, do CP - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro 
ou cárcere privado. 
Assim sendo, enquanto a vítima estiver privada da liberdade, o crime de 
sequestro e cárcere privado está se renovando. 
 
Denomina-se crime continuado ou continuidade delitiva a prática 
de dois ou mais crimes, da mesma espécie, nas mesmas condições de tempo e 
lugar, desde que exista uma ligação entre eles e sejam os subsequentes, 
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continuação dosanteriores. Cabe ressaltar que ao mencionar que os crimes são 
da mesma espécie, significa dizer que precisam atingir ao mesmo bem 
jurídico, desde que obedeçam aos critérios do artigo 71, do CP. 
 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, 
lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser 
havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer 
caso, de um sexto a dois terços. 
 
E como fica a aplicação da lei penal aos crimes permanentes e 
crimes continuados? 
Bom, basta que se observe o enunciado da súmula 711 do Supremo 
Tribunal Federal. 
 
Súmula 711 do STF: 
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência. 
Fica claro que a lei aplicada ao caso será a lei que esteja em vigor no 
momento da ocorrência do crime, o que autoriza a aplicação de lei mais gravosa 
aos crimes permanentes e aos crimes continuados, já que uma lei mais gravosa 
pode entrar em vigor enquanto não cessar a consumação desses crimes. 
Vejamos o exemplo do Recurso em Habeas Corpus nº 83.437, de 
relatoria do ex-ministro Joaquim Barbosa, da 1ª Turma, julgado em 10-2-2004 
e publicado em 18-4-2008. 
 
1. A conduta imputada ao paciente é a de impedir o nascimento de nova 
vegetação (art. 48 da Lei 9.605/1998), e não a de meramente destruir a flora 
em local de preservação ambiental (art. 38 da Lei Ambiental). A consumação 
não se dá instantaneamente, mas, ao contrário, se protrai no tempo, pois o bem 
jurídico tutelado é violado de forma contínua e duradoura, renovando-se, a cada 
momento, a consumação do delito. Trata-se, portanto, de crime permanente. 
2. Não houve violação ao princípio da legalidade ou tipicidade, pois a conduta 
do paciente já era prevista como crime pelo Código Florestal, anterior à Lei nº 
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9.605/1998. Houve, apenas, uma sucessão de leis no tempo, perfeitamente 
legítima, nos termos da Súmula 711 do Supremo Tribunal Federal. 3. Tratando-
se de crime permanente, o lapso prescricional somente começa a fluir a partir 
do momento em que cessa a permanência. Prescrição não consumada. 
RHC 83.437, rel. min. Joaquim Barbosa, 1ª T, j. 10-2-2004, DJE 70 de 18-4-
2008. 
 
1.1.5 – Tempo do Crime 
 
É importante a observância do momento do cometimento do crime para 
que se estabeleça a lei aplicada, que se verifique a imputabilidade ou 
inimputabilidade do agente. 
O Código Penal estabelece a teoria da atividade, ou seja, que 
considera praticado o crime no momento da ação ou omissão, 
independentemente do momento do resultado. 
 
Tempo do crime 
Art. 4º, do CP - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
 
a) Crime Permanente 
Como sua consumação se prolonga no tempo, existe a possibilidade da 
entrada em vigor de lei nova, que será aplicada ao fato, respondendo o agente 
pelo que se estabelece na lei nova (mais gravosa ou mais benéfica). 
Também importa verificar que caso o agente tenha menos de 18 anos 
no momento em que se inicia a consumação e complete 18 anos durante a 
consumação, será considerado plenamente capaz, respondendo criminalmente 
pela conduta criminosa. 
 
b) Crime Continuado 
Diferente do crime permanente, como o crime continuado importa no 
cometimento de diversos crimes, caso o agente esteja completando a 
maioridade penal durante a prática delitiva, responderá por ato infracional pelos 
atos praticados enquanto menor de 18 anos e responderá por crime, pelos atos 
praticados após completar a maioridade penal. 
 
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2 - Lei Penal no Espaço 
 
2.1 - Territorialidade 
 
O Caput do artigo 5º do Código Penal consagrou o princípio da 
Territorialidade. 
Territorialidade 
Art. 5º, do CP - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território 
nacional. 
Desse modo, em regra, a lei brasileira será aplicada aos crimes 
cometidos dentro do território nacional. 
 
2.1.1 – Território Nacional 
 
Por definição jurídica, entende-se por território nacional: 
• os limites compreendidos pelas fronteiras nacionais; 
• o mar territorial brasileiro (faixa que compreende o espaço de 12 
milhas contadas da faixa litorânea média — art. 1º da Lei nº 
8.617/93); 
• todo o espaço aéreo subjacente ao nosso território físico e ao mar 
territorial nacional (princípio da absoluta soberania do país 
subjacente — Código Brasileiro de Aeronáutica, art. 11, e Lei nº 
8.617/93, art. 2º); 
• as aeronaves e embarcações: a) brasileiras privadas, em 
qualquer lugar que se encontrem, salvo em mar territorial 
estrangeiro ou sobrevoando território estrangeiro; b) brasileiras 
públicas, onde quer que se encontrem; c) estrangeiras privadas, 
no mar territorial brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
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Esquema 5 - Território Nacional 
 
 
 (PGE-SC – Procurador do Estado – FEPESE – 2018) 
Sobre a aplicação da lei penal, conforme o Código Penal, assinale a alternativa 
correta. 
a) O dia do começo exclui-se no cômputo do prazo. 
b) Considera-se praticado o crime no momento do resultado lesivo. 
c) A lei posterior aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por 
sentença condenatória transitada em julgado. 
d) A lei excepcional ou temporária, decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, é inaplicável ao fato praticado 
durante sua vigência se não instaurado o procedimento penal ao tempo da 
conduta típica por ela regida. 
e) É aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou 
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em 
pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas 
em porto ou mar territorial do Brasil. 
 
Território Nacional
Fronteiras Nacionais
Mar Territorial 
Brasileiro
Espaço Aéreo sobre 
Terra e Mar Territorial
Aeronaves e 
Embarcações
Brasileiras privadas, 
em qualquer lugar que 
se encontrem
Salvo em mar 
territorial estrangeiro 
ou sobrevoando 
território estrangeiro
Brasileiras públicas, 
onde quer que se 
encontrem
Estrangeiras privadas, 
no mar territorial 
brasileiro
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Resolução: 
a) Incorreta – O prazo penal tem início no primeiro dia do termo inicial. Art. 10 
do CP. 
b) Incorreta – O código penal adotou a teoria da atividade, considerando-se 
praticado o crime no momento da ação ou omissão, mesmo que outro seja o 
momento do resultado. Art. 4º do CP. 
c) Incorreta – Apenas a lei benéfica pode retroagir para beneficiar o réu. Art. 
5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
d) Incorreta – Contraria a súmula 711 do STF e o art. 3º do CP. A lei excepcional 
ou temporária, ainda que decorrido o período de sua duração ou cessadas as 
circunstâncias que a determinaram, é aplicável ao fato praticado durante sua 
vigência. 
e) Correta – É exatamente o que consta no art. 5º, § 2º, do CP. 
Gabarito 3: E 
 
2.2 - Extraterritorialidade 
 
Além dos crimes cometidos nos limites da soberanianacional, segundo 
o artigo 7º, do Código Penal, para que se evite impunidade em razão de 
crimes cometidos fora do território nacional, observados alguns critérios 
definidos no referido artigo, é possível a aplicação da lei brasileira. É importante 
ressaltar que, respeitado o princípio da soberania nacional, não será possível 
que se aplique a lei brasileira dentro do território estrangeiro, a menos que haja 
acordo nesse sentido. Desse modo, a aplicação da lei penal brasileira se dará 
dentro do território nacional. 
 
a) Extraterritorialidade Incondicionada 
Prevista no inciso I do artigo 7º, do Código Penal. 
Importante destacar que tais hipóteses são incondicionadas em razão 
de não haver critérios para sua aplicabilidade. 
 
b) Extraterritorialidade Condicionada 
Prevista no inciso II e no parágrafo 3º do art. 7º, se atendidas as 
condições do parágrafo 2º e alíneas a e b do parágrafo 3º, do Código Penal. 
 
 
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Esquema 6 - Extraterritorialidade 
 
2.3 – Princípios Aplicáveis à Extraterritorialidade 
 
a) Real, da Defesa ou Proteção (art. 7º, I, a, b e c, do CP) 
A lei brasileira será aplicada quando houver assunto de interesse 
nacional, como é o caso de crime contra o Presidente da República, contra o 
patrimônio das unidades da federação, de empresa pública, sociedade de 
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. 
 
b) Justiça Penal Universal (art. 7º, I, d e II, a, do CP) 
Também conhecido como: Cosmopolita, da Universalidade, da 
Universalidade do direito de punir. 
Constitui o direito que todo Estado Nacional tem de punir qualquer 
crime, independentemente do lugar do ocorrido ou da nacionalidade do agente, 
desde que tenha o agente adentrado ao seu território. 
 
c) Nacionalidade ou Personalidade Ativa (art. 7º, II, b, do CP) 
Consiste no direito que cada Estado Nacional tem de punir seus 
nacionais que praticaram crimes, e nesse sentido, não importa a nacionalidade 
da vítima, tendo em vista que o único critério, nesse caso, é a nacionalidade do 
agente. 
 
 
 
• Art. 7º, I do CP
• Não há critérios para sua aplicabilidade
Incondicionada
• Prevista no inciso II e no parágrafo 3º do art. 7º do 
CP
• se atendidas as condições do parágrafo 2º e alíneas 
a e b do parágrafo 3º do CP
Condicionada
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d) Nacionalidade ou Personalidade Passiva (art. 7º, §3º, do CP) 
Consiste na ideia de que todo cidadão está ligado às leis de seu país, 
assim sendo, independentemente se o autor for brasileiro ou não, o que importa 
é a nacionalidade da vítima; e sendo a vítima brasileira, independentemente de 
ter sido o crime praticado no exterior, será aplicada a lei brasileira. 
 
e) Representação ou da Bandeira (art. 7º, II, c, do CP) 
Consiste na aplicação da lei brasileira quando ocorrido o crime a bordo 
de aeronaves ou embarcações brasileiras, dentro do território estrangeiro, 
desde que lá não tenham sido julgados. 
 
 
 
Esquema 7 - Princípios / Extraterritorialidade 
 
 
 
 
 
 
 
Princípios
Real, da Defesa ou Proteção
(art. 7º, I, a, b e c, do CP)
Justiça penal universal
(art. 7º, I, d e II, a, do CP)
Nacionalidade ou Personalidade 
Ativa
(art. 7º, II, b, do CP)
Nacionalidade ou Personalidade 
Passiva (art. 7º, §3º, do CP)
Representação ou da Bandeira
(art. 7º, II, c, do CP)
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2.4 – Pena Cumprida no Exterior 
 
 
Pena cumprida no estrangeiro 
Art. 8º do CP - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta 
no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando 
idênticas. 
 
Levando-se em conta a extraterritorialidade, e o direito que cada País 
tem de punir crimes praticados em seu território, que deve-se observar o artigo 
8º do CP, para os casos em que haja cumprimento de pena no exterior e 
aplicação da lei penal brasileira, para que se evite o duplo apenamento pelo 
mesmo fato, o conhecido princípio do ne bis in idem. 
Dessa forma, a pena cumprida no exterior possui duas características: 
 
a) Atenuar 
Quando a pena imposta no Brasil for diferente da pena cumprida no 
exterior, não sendo possível efetuar o desconto da pena já cumprida com a pena 
imposta no Brasil, deverá ser observada a proporcionalidade e verificado o grau 
de atenuação da pena a ser imposta no Brasil. 
 
b) Computar 
Ou descontar. Método bem mais simples, em caso da pena cumprida no 
exterior for idêntica à pena imposta no Brasil, será subtraída a pena já cumprida 
pela pena imposta no Brasil, devendo o agente cumprir pela quantidade de pena 
restante. 
 
2.5 - Lugar do Crime 
 
Importante se verificar que o Brasil adotou a teoria da “ubiquidade”, 
ou seja, o lugar do crime pode ser definido como o local da ação ou omissão, 
assim como o local do resultado, desse modo, se o agente inicia a execução de 
um crime no território paraguaio, mas a consumação se dá no Brasil, aplica-se 
a lei brasileira. 
 
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Lugar do crime 
Art. 6º, do CP - Considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu 
ou deveria produzir-se o resultado. 
 
 
 
Esquema 8 – Lugar e Tempo do Crime 
 
 
 (TJ-AC – Juiz de Direito Substituto – VUNESP – 2019) 
Assinale a alternativa correta quanto à aplicação da lei penal. 
a) Para efeito de análise sobre o local do crime, a legislação brasileira adota a 
teoria da ubiquidade. 
b) É incabível a aplicação retroativa da Lei n° 11.343/2006, ainda que o 
resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao 
réu do que o advindo da aplicação da Lei n° 6.368/76, permitida, no entanto, a 
combinação das mencionadas leis para beneficiar o agente. 
c) O Código Penal Brasileiro não adotou o princípio da representação na eficácia 
espacial da lei penal. 
d) A lei penal mais grave não se aplica ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência. 
L
• Lugar
U
• Ubiquidade
T
• Tempo
A
• Atividade
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Resolução: 
a) Correta – Segundo o art. 6º do CP, considera-se praticado o crime no lugar 
em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se 
produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
b) Incorreta – O artigo 5º, XL, da CRFB/88, instituiu o princípio da retroatividade 
da lei mais benéfica: “A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. 
Desse modo, a lei mais benéfica pode retroagir, desde que beneficie o réu. 
c) Incorreto – O artigo 7º, II, c, do CP, firmou o princípio da representação ou 
da bandeira. 
d) Incorreto – Como o crime permanente tem sua consumação se renovando e 
o crime continuado consiste em uma sucessão de crimes, se faz possível a 
aplicação de lei mais gravosa aos fatos praticados durante sua vigência. É o que 
se verifica na súmula 711 do STF. 
Gabarito 4: A 
 
3 – Eficácia da Sentença Estrangeira 
 
O art. 9º do Código Penal estabelece as finalidades da homologação de 
sentença estrangeira e suas condições. 
• Obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e 
a outros efeitos civis => Desde que haja pedido da parteinteressada. 
• Sujeitar o agente a medida de segurança => Desde que 
exista tratado de extradição com o país de cuja autoridade 
judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de 
requisição do Ministro da Justiça. 
 
Desse modo, os requisitos para homologação de sentença penal 
estrangeira dependem do disposto no art. 788 do Código de Processo Penal 
e são os seguintes: 
• I - estar revestida das formalidades externas necessárias, 
segundo a legislação do país de origem; 
• II - haver sido proferida por juiz competente, mediante citação 
regular, segundo a mesma legislação; 
• III - ter passado em julgado; 
• IV - estar devidamente autenticada por cônsul brasileiro; 
• V - estar acompanhada de tradução, feita por tradutor público. 
 
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Cabe ressaltar que, segundo o que dispõe o art. 105, I, i, da CRFB/88, 
a competência para homologação de sentença estrangeira é do STJ. 
 
Art. 105, da CRFB/88. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur 
às cartas rogatórias 
 
 
Reincidência 
Para efeitos de reincidência, conforme o artigo 63 do CP, não existe 
necessidade de homologação de sentença estrangeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Esquema 9 - Eficácia de Sentença Estrangeira 
 
4 – Contagem de Prazo 
 
O Artigo 10 do CP define como se dará a contagem do prazo penal, 
que interfere diretamente sobre o poder punitivo do Estado: prescrição, 
decadência, perempção... 
 
Contagem de prazo 
Art. 10 do CP - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. 
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
 
Eficácia de Sentença 
Estrangeira
Finalidade
A pedido do interessado
Reparação do dano / 
Restituições / Outros 
efeitos civis
Requisição do Ministro 
da Justica
Sujeitar o agente a 
medida de segurança 
Requisitos
Formalidades segundo a 
legislação do país de 
origem
Proferida por juiz 
competente, mediante 
citação regular, segundo 
a mesma legislação
Ter passado em julgado
Devidamente autenticada 
por cônsul brasileiro
Acompanhada de 
tradução, feita por 
tradutor público
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Dessa forma, os prazos penais se iniciam no primeiro dia, ou termo 
inicial e tem como referência o calendário comum. 
Já os prazos processuais regem a marcha processual, ou seja, prazos 
para oferecimento de denúncia, prazos para interposição de recursos, para opor 
embargos... 
 
O artigo 103 do CP é um claro exemplo da contagem do prazo penal: 
Decadência do direito de queixa ou de representação 
Art. 103 do CP - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido 
decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo 
de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor 
do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se 
esgota o prazo para oferecimento da denúncia. 
 
 
Em 22 de dezembro de 2021 foi expedido mandado de prisão de 5 dias, 
contra João. Ocorre que João só foi localizado às 23:50h do mesmo dia. 
Termo inicial: 22/12/2021 (quarta-feira); 
2º dia => 23/12/2021 (quinta-feira); 
3º dia => 24/12/2021 (sexta-feira); 
4º dia => 25/12/2021 (sábado); 
Final => 26/12/2021 (domingo). 
Independentemente de ter sido localizado no final do dia 22/12/2021, é 
contado como termo inicial, ou seja, 1º dia. De igual modo, ainda que o 
mandado de prisão tenha como término o dia 26/12/2021 (domingo), o acusado 
deverá ser posto em liberdade. 
 
5 – Frações não Computáveis da Pena 
 
 
Frações não computáveis da pena: 
Art. 11 do CP - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas 
restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de 
cruzeiro. 
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Desse modo, quis o legislador que as frações do dia (horas) e as frações 
de dinheiro (centavos) fosse desprezada na execução das penas, não sendo o 
condenado a cumprir pena de 2 anos e 3 horas, por exemplo, ou ao pagamento 
de mil reais e quinze centavos. 
Assim quando da dosimetria da pena (cálculo da pena), em razão do juiz 
aplicar as causas de aumento ou diminuição em frações, caso a pena total tenha 
horas na sua composição, essas horas serão desprezadas e computados apenas 
os dias ou anos. Assim como da aplicação de pena pecuniária, muito embora a 
lei penal estabeleça o pagamento em “Cruzeiros”, entenda-se na moeda 
corrente, sendo também desprezados os centavos. 
 
6 – Legislação Especial 
 
 
Legislação especial 
Art. 12 do CP - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos 
incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. 
 
O artigo 12 do Código Penal faz duas importantes abordagens quanto à 
aplicação das regras gerais da lei penal às leis especiais. 
1º => O código penal será norma subsidiária de norma especial, 
quando a lei especial for silente em algum aspecto; 
2º => Em razão do princípio da especialidade, a norma especial terá 
prevalência sobre as regras gerais do código penal. 
 
Dessa forma, entende-se que as regras gerais do código penal só devem 
ser aplicadas às leis especiais se estas não possuírem qualquer disposição sobre 
o assunto. 
 
7 – Interpretação da Lei Penal 
 
Interpretar a lei penal é tentar buscar seu efetivo alcance, é tentar 
compreender o que o legislador quis dizer na elaboração da lei penal, qual a 
intensidade da lesão se busca reprimir. 
 
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Esquema 10 - Interpretação da Lei Penal 
 
7.1 – Quanto ao Método 
 
Dentre os métodos de interpretação da lei penal, estão o gramatical 
ou literal, o histórico, o sistemático e o teleológico. 
 
a) Gramatical ou Literal 
É o principal método de interpretação, contudo, não o único, e nem se 
esgota nele a atividade interpretativa. 
É nele que se busca o sentido real das palavras empregadas. 
 
b) Histórico 
Pelo método histórico se verificam os motivos que levaram à elaboração 
da norma penal. 
Miguel Reale criou o a teoria tridimensional do Direito com os seguintes 
elementos: fato, valor e norma, no qual, de forma resumida, um fato deve se 
tornar relevante, recebendo um valoramento social, culminando na elaboração 
da norma, sendo assim, há que se admitir que toda norma possui um 
fundamento social histórico. 
Interpretação 
da Lei Penal
Quanto ao 
Método
Gramatical ou 
Literal
Histórico
Sistemático
Teleológico
Quanto à 
Origem
Autêntica
Doutrinária
Judicial
Quanto ao 
Resultado
Restritiva
Extensiva
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Capoeiragem 
Decreto nº 847/1890 - Código Penal de 1890. 
Art. 402, do Decreto nº 847/1890. Fazer nas ruas e praças públicas 
exercício de agilidade e destreza corporal conhecida pela denominação 
Capoeiragem: andar em correrias, com armas ou instrumentos capazes de 
produzir lesão corporal, provocando tumulto ou desordem, ameaçando pessoa 
certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal. Pena: de prisão celular por 
dois aseis meses. Parágrafo único. É considerada circunstância agravante 
pertencer o capoeira a alguma banda ou malta. Aos chefes ou cabeças, se 
imporá a pena em dobro 
O crime de capoeiragem, inserido no código penal de 1890, está 
intimamente ligado ao período escravocrata no Brasil, já que a capoeira era 
praticada pelos escravos. A prática da capoeira era bastante estigmatizada e 
causava certo temor nos “homens bons”, motivo pelo qual se buscou reprimir. 
 
c) Sistemático 
A interpretação sistemática leva em conta tudo o que envolve o tipo 
penal em questão. O intérprete não observa somente a norma penal, mas o 
todo onde ela está contida, em consonância com os demais dispositivos legais 
que a sustentam. 
 
O art. 5º, XXXVIII, d, da CRFB/88 estabelece a competência do tribunal 
do júri para processar e julgar os crimes dolosos contra a vida. 
Art. 5º da CRFB/88 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe 
der a lei, assegurados: 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
 
Contudo, será que também é de competência do tribunal do júri 
processar e julgar o crime do art. 129, § 3º, do CP, lesão corporal seguida de 
morte? E utilizando dos recursos disponíveis, verifica-se que o crime do art. 129 
do CP não é um crime contra a vida, é um crime contra a incolumidade do corpo, 
além do que dispõe o art. 74, § 1º do Código de Processo Penal, que elenca os 
crimes de competência do Tribunal do Jurí. 
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d) Teleológico 
Com o método teleológico se busca entender o alcance da norma, o 
objetivo da lei, o que não é possível observando-se apenas o sentido das 
palavras. Por vezes se aplicam princípios ou utiliza-se da jurisprudência para 
julgar qual seja o objetivo da lei. 
 
 
 
Esquema 11 - Quanto ao Método 
 
7.2 – Quanto à Origem 
 
a) Interpretação autêntica 
Diz-se autêntica a interpretação feita pelo próprio texto legal, pelo 
legislador. 
 
b) Interpretação doutrinária 
Aquela realizada pelos estudiosos da ciência jurídica, pelos 
pesquisadores, professores doutrinadores. 
 
c) Interpretação judicial 
A interpretação realizada em razão das decisões emanadas pelo poder 
judiciário. 
Quanto ao 
Método
Gramatical ou 
Literal
Significado 
das palavras
Histórico
Motivo Social-
histórico
Sistemático
Observa-se o 
todo
Teleológico
Objetivo da 
Lei
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Esquema 12 - Quanto à Origem 
 
7.3 – Quanto ao Resultado 
 
a) Interpretação restritiva 
Na interpretação restritiva entende-se que a lei já disse exatamente o 
que precisava dizer. O alcance da lei é restringido ao seu conteúdo. 
 
b) Interpretação extensiva 
Ocorre quando necessária uma ampliação da extensão da lei para que 
se possa conhecer seu alcance. 
 
Há interpretação extensiva quando se entende que o art. 159 do 
Código Penal - Extorsão mediante sequestro, se estende à extorsão 
mediante cárcere privado, já que a condição do sequestrado é a mesma de 
quem é mantido preso (em cárcere privado). 
 
 
 
 
 
Quanto à Origem
Autêntica
Feita pelo 
legislador
Doutrinária
Feita pelos 
doutrinadores
Judicial
Decisões 
emanadas pelo 
judiciário
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Esquema 13 - Quanto ao Resultado 
 
8- Referencial Bibliográfico 
 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral 1. 17. 
ed. rev., ampl. e atual. de acordo com a Lei n. 12.550, de 2011. – São Paulo, 
Saraiva, 2012. 
ESTEFAM, André; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito penal 
esquematizado – parte geral. – Coleção esquematizado / coordenador Pedro 
Lenza, Saraiva Educação, São Paulo, 9. ed. 2020. 
 
GONÇALVES, Rodrigo Machado; THOMAZ, Rafael Lage; DUTRA, Renan 
Rodrigues. Privatização dos presídios e a reificação do preso. Lex Humana, 
v. 10, n. 2, p. 117-137, dez. 2018. ISSN 2175-0947. Disponível em: 
http://seer.ucp.br/seer/index.php/LexHumana/article/view/1606 
 
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral. Impetus, Rio de 
Janeiro, 17. ed., V. 1, 2015. 
 
 
 
Quanto ao Resultado
Restritiva
O alcance da lei é 
restringido ao seu 
conteúdo
Extensiva
Ampliação da extensão 
da lei para que se possa 
conhecer seu alcance
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QUESTÕES | Aplicação da Lei Penal 
Sumário 
1- Questões Comentadas ..................................................................... 1 
2– Questões não comentadas ............................................................ 13 
3- GABARITO ..................................................................................... 19 
 
1- Questões Comentadas 
 
1 - (TJ-SC – Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento – 
IESES – 2019) 
Quanto à aplicação da lei penal e processual penal no tempo e no espaço, é 
INCORRETO afirmar: 
a) Com relação ao lugar do crime, para efeito de aplicação da lei brasileira e 
sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, o Código 
Penal adotou a teoria da ubiquidade, nos termos do seu art. 6º, considerando 
praticado o delito no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em 
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
b) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes 
praticados contra o patrimônio da União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público, ainda que o agente tenha 
sido absolvido no estrangeiro. 
c) Com relação ao tempo do crime, o Código Penal adotou, nos termos de seu 
art. 4º, a teoria da atividade, considerando praticado o delito no momento da 
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
d) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela os efeitos penais da sentença condenatória, salvo se 
já transitada em julgado. 
 
Resolução: 
O comando da questão pede a questão incorreta, e exceto a letra D, todas as 
demais questões estão corretas, de acordo com a legislação de referência. 
A letra D está incorreta no final da resposta. Ela se refere à abolitio criminis, ou 
seja, segundo o art. 107, III, do CP, é causa de extinção da punibilidade, 
independente de transitado em julgado. 
Gabarito 1: D 
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2 - (TJ-PR - Juiz Substituto - CESPE – 2019) 
Nas disposições penais da Lei Geral da Copa, foi estabelecido que os tipos penais 
previstos nessa legislação tivessem vigência até o dia 31 de dezembro de 2014. 
Considerando-se essas informações, é correto afirmar que a referida legislação 
é um exemplo de lei penal 
a) excepcional. 
b) temporária. 
c) corretiva. 
d) intermediária. 
 
Resolução: 
Em razão do comando da questão informar que a lei geral da copa tem data de 
vigência, é correto afirmar que tal lei é uma lei temporária. 
Lei intermediária é aquela que tem data de vigência por um tempo determinado, 
para que produza efeitos em um período determinado. 
Gabarito 2: B 
 
3 - (PGE-SC – Procurador do Estado – FEPESE – 2018) 
Sobre a aplicação da lei penal, conforme o Código Penal, assinale a alternativa 
correta. 
a) O dia do começo exclui-se no cômputodo prazo. 
b) Considera-se praticado o crime no momento do resultado lesivo. 
c) A lei posterior aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por 
sentença condenatória transitada em julgado. 
d) A lei excepcional ou temporária, decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, é inaplicável ao fato praticado 
durante sua vigência se não instaurado o procedimento penal ao tempo da 
conduta típica por ela regida. 
e) É aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou 
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em 
pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas 
em porto ou mar territorial do Brasil. 
 
Resolução: 
a) Incorreta – O prazo penal tem início no primeiro dia do termo inicial. Art. 10 
do CP. 
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b) Incorreta – O código penal adotou a teoria da atividade, considerando-se 
praticado o crime no momento da ação ou omissão, mesmo que outro seja o 
momento do resultado. Art. 4º do CP. 
c) Incorreta – Apenas a lei benéfica pode retroagir para beneficiar o réu. Art. 
5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
d) Incorreta – Contraria a súmula 711 do STF e o art. 3º do CP. A lei excepcional 
ou temporária, ainda que decorrido o período de sua duração ou cessadas as 
circunstâncias que a determinaram, é aplicável ao fato praticado durante sua 
vigência. 
e) Correta – É exatamente o que consta no art. 5º, § 2º, do CP. 
Gabarito 3: E 
 
4 - (TJ-AC – Juiz de Direito Substituto – VUNESP – 2019) 
Assinale a alternativa correta quanto à aplicação da lei penal. 
a) Para efeito de análise sobre o local do crime, a legislação brasileira adota a 
teoria da ubiquidade. 
b) É incabível a aplicação retroativa da Lei n° 11.343/2006, ainda que o 
resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao 
réu do que o advindo da aplicação da Lei n° 6.368/76, permitida, no entanto, a 
combinação das mencionadas leis para beneficiar o agente. 
c) O Código Penal Brasileiro não adotou o princípio da representação na eficácia 
espacial da lei penal. 
d) A lei penal mais grave não se aplica ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência. 
 
Resolução: 
a) Correta – Segundo o art. 6º do CP, considera-se praticado o crime no lugar 
em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se 
produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
b) Incorreta – O artigo 5º, XL, da CRFB/88, instituiu o princípio da retroatividade 
da lei mais benéfica: “A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. 
Desse modo, a lei mais benéfica pode retroagir, desde que beneficie o réu. 
c) Incorreto – O artigo 7º, II, c, do CP, firmou o princípio da representação ou 
da bandeira. 
d) Incorreto – Como o crime permanente tem sua consumação se renovando e 
o crime continuado consiste em uma sucessão de crimes, se faz possível a 
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aplicação de lei mais gravosa aos fatos praticados durante sua vigência. É o que 
se verifica na súmula 711 do STF. 
Gabarito 4: A 
 
5 - (PGE-PE – Analista Judiciário de Procuradoria – CESPE – 2019) 
Com relação ao tempo e ao lugar do crime e à aplicação da lei penal no tempo, 
julgue o item seguinte. 
O Código Penal adota a teoria da atividade, segundo a qual o delito deverá ser 
considerado praticado no momento da ação ou da omissão e o local do crime 
deverá ser aquele onde tenha ocorrido a ação ou a omissão. 
 
Resolução: 
De fato, o art. 4º do CP consagra a teoria da atividade para o tempo do crime. 
Contudo, em relação ao lugar do crime, o art. 6º do CP consagra a teoria da 
“ubiquidade”, ou seja, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu 
a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado. 
Gabarito 5: Errado 
 
6 - (PC-PI – Delegado de Polícia Civil – NUCEPE – 2018) 
Caio cometeu no dia 01 de janeiro de 2016 um fato criminoso punível com pena 
privativa de liberdade previsto em lei temporária, sendo no dia 05 de dezembro 
de 2016 condenado a 5 (cinco) anos de reclusão. No ano seguinte decorreu o 
período de sua duração, findando-se a citada lei no dia 31 de dezembro de 2017. 
Em relação à aplicação da lei penal indique a opção CORRETA. 
a) Caio deve ser preso e cumprir a pena estabelecida de cinco anos, aplicando-
se ao fato criminoso a lei temporária. 
b) Ninguém pode ser punido por fato que medida provisória posterior deixa de 
considerar crime. 
c) Deve continuar a execução da pena de Caio até o dia 31 de dezembro de 
2017. 
d) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, não se aplica aos 
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em 
julgado. 
e) Caio deve ser imediatamente solto. 
 
Resolução: 
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Para essa questão é necessário que se conheça o que dispõe o art. 3º do CP: “A 
lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado 
durante sua vigência”. 
a) Correta – Segundo o que dispõe no art. 3º do CP, a lei temporária será 
aplicada aos fatos ocorridos durante sua vigência, mesmo após o término de 
sua duração ou de cessados os motivos que a determinaram. Assim sendo, Caio 
deverá cumprir a pena estabelecida, de 5 anos. 
b) Incorreta – Essa alternativa trata do art. 2º do CP, que fala sobre a LEI mais 
benéfica, não sobre Medida Provisória. Contudo, pelo princípio da legalidade 
estrita, não se admite a edição de medida provisória em matéria penal, apenas 
em caso de excepcionalidade, segundo entendimento do STF, se aceita medida 
provisória em matéria penal, desde que seja mais benéfica ao réu. 
c) Incorreta – Mesmos fundamentos da alternativa A. 
d) Incorreta – Essa alternativa é o contrário do que está disposto no parágrafo 
único do art. 2º do CP: “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o 
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença 
condenatória transitada em julgado”. Dessa forma se cumpre o que sugere o 
princípio da retroatividade da lei mais benéfica, disposta no art. 5º, XL: “a lei 
penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. 
e) Incorreta – Mesmos fundamentos da alternativa A. 
Gabarito 6: A 
 
7 - (TJ-CE – Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção – 
IESES – 2018) 
Em relação a aplicação da lei penal, é correto afirmar: 
I. Considera-se praticado o crime no momento do resultado. 
II. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de 
direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
III. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal. 
IV. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores, desde que, ainda não decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado. 
A sequência correta é: 
a) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. 
b) Apenas a assertiva I está incorreta. 
c) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas. 
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d) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
 
Resolução: 
I – Incorreta – O Direito Penal brasileiro adota ateoria da atividade para o 
tempo do crime, conforme o que dispõe o art. 4º do Código Penal: “Considera-
se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o 
momento do resultado”. 
II – Correta – É exatamente o que dispõe o princípio da territorialidade, 
insculpido no art. 5º do CP. 
III – Correta – É a redação do art. 1º do CP, que consagra o princípio da 
legalidade penal, também conhecido como princípio da reserva legal e o 
princípio da anterioridade da lei penal. 
IV – Incorreta – Essa alternativa é o contrário do que está disposto no parágrafo 
único do art. 2º do CP: “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o 
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença 
condenatória transitada em julgado”. Dessa forma se cumpre o que sugere o 
princípio da retroatividade da lei mais benéfica, disposta no art. 5º, XL: “a lei 
penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. 
Gabarito 7: D 
 
8 - (PC-RS – Escrivão e de Inspetor de Polícia – Tarde – FUNDATEC – 
2018) 
A regra geral em direito é a aplicação da lei vigente à época dos fatos (tempus 
regit actum). No campo penal, não ocorre de maneira diferente, pois, ao crime 
cometido em determinada data, aplicar-se-á a lei penal vigente ao dia do fato. 
Considerando o conceito e o alcance da lei penal no tempo, assinale a alternativa 
INCORRETA. 
a) A exceção à regra geral é a extratividade, ou seja, a possibilidade de 
aplicação de uma lei a fatos ocorridos fora do âmbito de sua vigência. O 
fenômeno da extratividade, no campo penal, realiza-se em dois ângulos: 
retroatividade e ultratividade. 
b) A ultratividade é a aplicação da norma penal benéfica a fato criminoso 
acontecido antes do período da sua vigência. 
c) O Código Penal Brasileiro, no artigo 2º, faz referência somente à 
retroatividade, pelo fato de estar analisando a aplicação da lei penal sob o ponto 
de vista da data do fato. Desta maneira, ou se aplica o princípio regra (tempus 
regit actum), se for o mais benéfico, ou se aplica a lei penal posterior, se for a 
mais benigna (retroatividade). 
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d) Para a definição da lei penal mais favorável, deve-se ter em vista, como 
marco inicial, a data do cometimento da infração penal, e, como marco final, a 
extinção da punibilidade pelo cumprimento da pena ou outra causa qualquer. 
De toda sorte, durante a investigação policial, processo ou execução da pena, 
toda e qualquer lei penal favorável, desde que possível a sua aplicação, deve 
ser utilizada em favor do réu. 
e) A abolição do delito (abolitio criminis) é um fenômeno que ocorre quando 
uma lei posterior deixa de considerar crime determinado fato. Essa hipótese 
gera a extinção da punibilidade. 
 
Resolução: 
Como o comando da questão pede a alternativa INCORRETA, basta apontarmos 
para ela e analisarmos seu erro. 
a) Correta. 
b) Incorreta – Ultratividade é a aplicação da norma penal ao fato ocorrido APÓS 
seu período de vigência. A aplicação da norma penal aos fatos ocorridos antes 
do seu período de vigência se chama “retroatividade”. 
c) Correta. 
d) Correta. 
e) Correta – Conforme art. 107, III, do CP: “Extingue-se a punibilidade: pela 
retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso”. 
Gabarito 8: B 
 
9 - (Prefeitura de Bauru — SP — Procurador Jurídico — VUNESP — 2018) 
Imagine que o Prefeito Municipal de Bauru, em viagem oficial ao exterior, tenha 
o computador pessoal que utiliza para trabalho — propriedade da Prefeitura, 
portanto — subtraído nas dependências do hotel em que se hospedava. Nesse 
caso, é correto afirmar que o furtador 
a) não será punido pela Lei Penal Brasileira. 
b) será punido pela Lei Penal Brasileira, ainda que eventualmente absolvido pela 
lei do país em que o furto ocorreu. 
c) apenas será punido pela Lei Penal Brasileira, caso seja brasileiro. 
d) apenas será punido pela Lei Penal Brasileira, caso adentre voluntariamente 
ao território nacional. 
e) apenas será punido pela Lei Penal Brasileira, caso seja absolvido pela lei do 
país em que o furto ocorreu. 
 
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Resolução: 
Para a resolução dessa questão é necessário que se fale sobre 
extraterritorialidade incondicionada, disposta no art. 7º, I, b, do CP: 
Art. 7: Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, 
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda 
que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
Todas as hipóteses do inciso I do art. 7º do CP, são de extraterritorialidade 
incondicionada em virtude de não haver critérios para sua aplicação, assim 
como em razão do § 1º do art. 7º do CP prever que a aplicação da lei brasileira 
independe de absolvição ou condenação no exterior. 
Gabarito 9: B 
 
10 - (TJ-AL – Analista Judiciário — Área Judiciária — FGV — 2018) 
No dia 02.01.2018, Jéssica, nascida em 03.01.2000, realiza disparos de arma 
de fogo contra Ana, sua inimiga, em Santa Luzia do Norte, mas terceiros que 
presenciaram os fatos socorrem Ana e a levam para o hospital em Maceió. Após 
três dias internada, Ana vem a falecer, ainda no hospital, em virtude 
exclusivamente das lesões causadas pelos disparos de Jéssica. Com base na 
situação narrada, é correto afirmar que Jéssica: 
a) não poderá ser responsabilizada criminalmente, já que o Código Penal adota 
a Teoria da Atividade para definir o momento do crime e a Teoria da Ubiquidade 
para definir o lugar; 
b) poderá ser responsabilizada criminalmente, já que o Código Penal adota a 
Teoria do Resultado para definir o momento do crime e a Teoria da Atividade 
para definir o lugar; 
c) poderá ser responsabilizada criminalmente, já que o Código Penal adota a 
Teoria da Ubiquidade para definir o momento do crime e a Teoria da Atividade 
para definir o lugar; 
d) não poderá ser responsabilizada criminalmente, já que o Código Penal adota 
a Teoria da Atividade para definir o momento do crime e apenas a Teoria do 
Resultado para definir o lugar; 
e) poderá ser responsabilizada criminalmente, já que o Código Penal adota a 
Teoria do Resultado para definir o momento do crime e a Teoria da Ubiquidade 
para definir o lugar. 
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Resolução: 
Segundo o que dispõe o comando da questão, Jéssica efetua disparos de arma 
de fogo contra Ana um dia antes de completar a maioridade, vindo Ana a falecer 
após Jéssica completar 18 anos. Contudo, o código penal brasileiro adota a 
teoria da atividade para o momento do crime, considerando apenas o momento 
em que Jéssica efetuou os disparos, não importando quando ocorreria o 
resultado. Desse modo, como Jéssica tinha apenas 17 anos no momento em 
que efetuou os disparos, não deverá responder pelo crime, já que era 
inimputável. 
Art. 4º do CP: Considera-se praticado o crime no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
Art. 27 do CP: Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, 
ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. 
Gabarito 10: A 
 
11 - (CESPE/2018/EMAP/Analista Portuário – Área Jurídica) 
A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir. 
A analogia constitui meio para suprir lacuna do direito positivado, mas, em 
direito penal, só é possível a aplicaçãoanalógica da lei penal in bonam partem, 
em atenção ao princípio da reserva legal, expresso no artigo primeiro do Código 
Penal. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Resolução: 
Vamos entender. Interpretação analógica é a que se verifica quando a lei 
contém em seu bojo uma fórmula casuística seguida de uma fórmula genérica. 
É necessária para possibilitar a aplicação da lei aos inúmeros e imprevisíveis 
casos que as situações práticas podem apresentar. 
Analogia, cuida-se de integração ou colmatação do ordenamento jurídico. 
No direito penal, somente pode ser utilizada em relação às leis não 
incriminadoras, em respeito ao princípio da reserva legal. Cleber Masson. 
Gabarito 11: Certo 
 
12 - (TCE/RN — Auditor — CESPE — 2015) 
Julgue o item a seguir, referentes à lei penal no tempo e no espaço e aos 
princípios aplicáveis ao direito penal. 
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A revogação de um tipo penal pela superveniência de lei descriminalizadora 
alcança também os efeitos extrapenais de sentença condenatória penal. 
 
Resolução: 
A questão está incorreta. O art. 2º do Código Penal menciona que a abolitio 
criminis impede a execução e os efeito penais, por via de regra. Contudo, 
segundo Cesar Roberto Bitencourt e André Estefam, existem duas possibilidades 
em relação à abolitio criminis: 
• Quando a abolitio criminis ocorre antes de trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória, todos os efeitos, penais e extrapenais, 
ficam impedidos. 
• Quando a abolitio criminis se dá após o trânsito em julgado de sentença 
penal condenatória, ficam impedidos apenas os efeitos penais da 
condenação, mantendo-se os efeitos extrapenais. 
Dessa forma, essa afirmativa não está correta pois os efeitos extrapenais só 
estarão impedidos se a abolitio criminis ocorrer antes do trânsito em julgado. 
Gabarito 12: Errada 
 
13 - (TCM-RJ — Procurador da Procuradoria Especial — FCC — 2015) 
No que concerne à aplicação da lei penal no espaço, o princípio pelo qual se 
aplica a lei do país ao fato que atinge bem jurídico nacional, sem nenhuma 
consideração a respeito do local onde o crime foi praticado ou da nacionalidade 
do agente, denomina-se princípio 
a) da nacionalidade. 
b) da territorialidade. 
c) de proteção. 
d) da competência universal. 
e) de representação. 
 
Resolução: 
Real, da Defesa ou Proteção (art. 7º, I, a, b e c, do CP) 
A lei brasileira será aplicada quando houver assunto de interesse nacional, 
como é o caso de crime contra o Presidente da República, contra o patrimônio 
das unidades da federação, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. 
Gabarito 13: C 
 
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14 - (VII Exame Unificado — FGV — OAB — Maio/2012) 
John, cidadão inglês, capitão de uma embarcação particular de bandeira 
americana, é assassinado por José, cidadão brasileiro, dentro do aludido barco, 
que se encontrava atracado no Porto de Santos, no Estado de São Paulo. Nesse 
contexto, é correto afirmar que a lei brasileira: 
a) não é aplicável, uma vez que a embarcação é americana, devendo José ser 
processado de acordo com a lei estadunidense; 
b) é aplicável, uma vez que a embarcação estrangeira de propriedade privada 
estava atracada em território nacional; 
c) é aplicável, uma vez que o crime, apesar de haver sido cometido em território 
estrangeiro, foi praticado por brasileiro; 
d) não é aplicável, uma vez que, de acordo com a Convenção de Viena, é 
competência do Tribunal Penal Internacional processar e julgar os crimes 
praticados em embarcação estrangeira atracada em território de país diverso. 
 
Resolução: 
Art. 5º do CP - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território 
nacional. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de 
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se 
aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo 
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. 
Em razão de estar a embarcação, de propriedade privada, atracada em porto 
brasileiro, será considerada território brasileiro por extensão, se aplicada a lei 
brasileira, de acordo com o disposto no art. 5º, § 2º do CP. 
Gabarito 14: B 
 
15 - (Procurador Municipal/SP — FCC — 2004) 
Uma semana antes de completar 18 (dezoito) anos João, durante uma briga, 
causou graves ferimentos em José. No mesmo dia, sequestrou Maria. Quinze 
dias após os fatos, José faleceu em razão dos ferimentos e Maria foi libertada 
em razão do pagamento do resgate. É correto afirmar que João: 
a) responderá pelo homicídio e pela extorsão mediante sequestro pois, na 
sistemática de nosso ordena mento jurídico, considera-se praticado o crime 
quando da ocorrência do resultado; 
b) responderá pelos crimes de homicídio e de extorsão mediante sequestro pois, 
embora vigente em nosso sistema a teoria da atividade, ambos os crimes são 
permanentes; 
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c) não responderá nem pelo homicídio nem pela extorsão mediante sequestro, 
ambos considerados pela doutrina crimes instantâneos de efeitos permanentes, 
pois era inimputável na data dos fatos; 
d) não responderá pelo homicídio, crime instantâneo, mas responderá pela 
extorsão mediante sequestro, crime permanente, pois na sistemática de nosso 
ordenamento, considera-se praticado o crime indistintamente no momento da 
ação ou do resultado, vigendo o princípio da ubiquidade; 
e) não responderá pelo homicídio, crime instantâneo, mas responderá pela 
extorsão mediante sequestro, crime permanente, pois, na sistemática de nosso 
ordenamento, considera-se praticado o crime no momento da ação ou da 
omissão, vigendo o princípio da atividade. 
 
Resolução: 
Primeiramente deve-se observar que o código penal adotou a teoria da 
atividade para o tempo do crime, desse modo, considera-se praticado o crime 
no momento da ação ou omissão, independentemente do momento do 
resultado. 
2º- Em relação ao crime praticado contra José, independente do resultado 
morte ter ocorrido após João ter completado 18 anos, pela teoria da atividade, 
o homicídio foi praticado no momento da ação, ou seja, quando o agente tinha 
menos de 18 anos, sendo, segundo o art. 27 do CP, considerado inimputável, 
não respondendo pelo crime de homicídio. 
3º- Em relação ao crime de extorsão mediante sequestro, praticado contra 
Maria, embora tenha sido consumado antes do agente ter completado a 
maioridade, é crime permanente, tendo sua consumação se prolongando no 
tempo, até que cessada a permanência. Dessa forma, como a permanência 
cessou apenas quando o agente completou 18 anos, deverá responder 
pelo crime de extorsão mediante sequestro. 
Gabarito 15: E 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2– Questões não comentadas 
 
1 - (TJ-SC – Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento – 
IESES – 2019) 
Quanto à aplicação da lei penal e processual penal no tempo e no espaço, é 
INCORRETO afirmar: 
a) Com relação ao lugar do crime, para efeito de aplicação da lei brasileira e 
sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, o Código 
Penal adotou a teoria da ubiquidade, nos termos do seu art. 6º, considerando 
praticado o delito no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,no todo ou em 
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
b) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes 
praticados contra o patrimônio da União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público, ainda que o agente tenha 
sido absolvido no estrangeiro. 
c) Com relação ao tempo do crime, o Código Penal adotou, nos termos de seu 
art. 4º, a teoria da atividade, considerando praticado o delito no momento da 
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
d) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela os efeitos penais da sentença condenatória, salvo se 
já transitada em julgado. 
 
2 - (TJ-PR - Juiz Substituto - CESPE – 2019) 
Nas disposições penais da Lei Geral da Copa, foi estabelecido que os tipos penais 
previstos nessa legislação tivessem vigência até o dia 31 de dezembro de 2014. 
Considerando-se essas informações, é correto afirmar que a referida legislação 
é um exemplo de lei penal 
a) excepcional. 
b) temporária. 
c) corretiva. 
d) intermediária. 
 
 
 
 
 
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3 - (PGE-SC – Procurador do Estado – FEPESE – 2018) 
Sobre a aplicação da lei penal, conforme o Código Penal, assinale a alternativa 
correta. 
a) O dia do começo exclui-se no cômputo do prazo. 
b) Considera-se praticado o crime no momento do resultado lesivo. 
c) A lei posterior aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por 
sentença condenatória transitada em julgado. 
d) A lei excepcional ou temporária, decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, é inaplicável ao fato praticado 
durante sua vigência se não instaurado o procedimento penal ao tempo da 
conduta típica por ela regida. 
e) É aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou 
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em 
pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas 
em porto ou mar territorial do Brasil. 
 
4 - (TJ-AC – Juiz de Direito Substituto – VUNESP – 2019) 
Assinale a alternativa correta quanto à aplicação da lei penal. 
a) Para efeito de análise sobre o local do crime, a legislação brasileira adota a 
teoria da ubiquidade. 
b) É incabível a aplicação retroativa da Lei n° 11.343/2006, ainda que o 
resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao 
réu do que o advindo da aplicação da Lei n° 6.368/76, permitida, no entanto, a 
combinação das mencionadas leis para beneficiar o agente. 
c) O Código Penal Brasileiro não adotou o princípio da representação na eficácia 
espacial da lei penal. 
d) A lei penal mais grave não se aplica ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência. 
 
5 - (PGE-PE – Analista Judiciário de Procuradoria – CESPE – 2019) 
Com relação ao tempo e ao lugar do crime e à aplicação da lei penal no tempo, 
julgue o item seguinte. 
O Código Penal adota a teoria da atividade, segundo a qual o delito deverá ser 
considerado praticado no momento da ação ou da omissão e o local do crime 
deverá ser aquele onde tenha ocorrido a ação ou a omissão. 
 
 
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6 - (PC-PI – Delegado de Polícia Civil – NUCEPE – 2018) 
Caio cometeu no dia 01 de janeiro de 2016 um fato criminoso punível com pena 
privativa de liberdade previsto em lei temporária, sendo no dia 05 de dezembro 
de 2016 condenado a 5 (cinco) anos de reclusão. No ano seguinte decorreu o 
período de sua duração, findando-se a citada lei no dia 31 de dezembro de 2017. 
Em relação à aplicação da lei penal indique a opção CORRETA. 
a) Caio deve ser preso e cumprir a pena estabelecida de cinco anos, aplicando-
se ao fato criminoso a lei temporária. 
b) Ninguém pode ser punido por fato que medida provisória posterior deixa de 
considerar crime. 
c) Deve continuar a execução da pena de Caio até o dia 31 de dezembro de 
2017. 
d) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, não se aplica aos 
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em 
julgado. 
e) Caio deve ser imediatamente solto. 
 
7 - (TJ-CE – Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção – 
IESES – 2018) 
Em relação a aplicação da lei penal, é correto afirmar: 
I. Considera-se praticado o crime no momento do resultado. 
II. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de 
direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
III. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal. 
IV. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores, desde que, ainda não decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado. 
A sequência correta é: 
a) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. 
b) Apenas a assertiva I está incorreta. 
c) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas. 
d) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
 
 
 
Aplicação da Lei Penal – Questões 
Prof. Daniel Bispo e Equipe Exponencial 
 
Prof. Daniel Bispo e Equipe Exponencial 16 de 19 
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8 - (PC-RS – Escrivão e de Inspetor de Polícia – Tarde – FUNDATEC – 
2018) 
A regra geral em direito é a aplicação da lei vigente à época dos fatos (tempus 
regit actum). No campo penal, não ocorre de maneira diferente, pois, ao crime 
cometido em determinada data, aplicar-se-á a lei penal vigente ao dia do fato. 
Considerando o conceito e o alcance da lei penal no tempo, assinale a alternativa 
INCORRETA. 
a) A exceção à regra geral é a extratividade, ou seja, a possibilidade de 
aplicação de uma lei a fatos ocorridos fora do âmbito de sua vigência. O 
fenômeno da extratividade, no campo penal, realiza-se em dois ângulos: 
retroatividade e ultratividade. 
b) A ultratividade é a aplicação da norma penal benéfica a fato criminoso 
acontecido antes do período da sua vigência. 
c) O Código Penal Brasileiro, no artigo 2º, faz referência somente à 
retroatividade, pelo fato de estar analisando a aplicação da lei penal sob o ponto 
de vista da data do fato. Desta maneira, ou se aplica o princípio regra (tempus 
regit actum), se for o mais benéfico, ou se aplica a lei penal posterior, se for a 
mais benigna (retroatividade). 
d) Para a definição da lei penal mais favorável, deve-se ter em vista, como 
marco inicial, a data do cometimento da infração penal, e, como marco final, a 
extinção da punibilidade pelo cumprimento da pena ou outra causa qualquer. 
De toda sorte, durante a investigação policial, processo ou execução da pena, 
toda e qualquer lei penal favorável, desde que possível a sua aplicação, deve 
ser utilizada em favor do réu. 
e) A abolição do delito (abolitio criminis) é um fenômeno que ocorre quando 
uma lei posterior deixa de considerar crime determinado fato. Essa hipótese 
gera a extinção da punibilidade. 
 
9 - (Prefeitura de Bauru — SP — Procurador Jurídico — VUNESP — 2018) 
Imagine que o Prefeito Municipal de Bauru, em viagem oficial ao exterior, tenha 
o computador pessoal que utiliza para trabalho — propriedade da Prefeitura, 
portanto — subtraído nas dependências do hotel em que se hospedava. Nesse 
caso, é correto afirmar que o furtador 
a) não será punido pela Lei Penal Brasileira. 
b) será punido pela Lei Penal Brasileira, ainda que eventualmente absolvido pela 
lei do país em que o furto ocorreu. 
c) apenas

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