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Aparelho Locomotor: Ossos, Articulações e Músculos

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79
ANATOMIA
Unidade II
5 APARELHO LOCOMOTOR
Embora o corpo humano seja o resultado da interpretação de todos os sistemas, existem alguns 
que, devido a relações mais íntimas no desenvolvimento (embriologia), na situação (topografia) 
e na função (fisiologia) e a fatores didáticos, podem ser considerados ou concentrados, caso em 
que recebem o nome de aparelho. Como vimos anteriormente, podemos listar vários sistemas do 
ponto de vista da Anatomia Sistêmica. Portanto, temos o aparelho osteoarticular, formado pelos 
sistemas esquelético e articular, e o aparelho locomotor, composto de três sistemas: o esquelético, 
o articular e o muscular. 
No aparelho locomotor, o sistema esquelético inclui os ossos, os quais dão fixação aos músculos, 
delimitam cavidades para a proteção dos órgãos nelas contidas, formam alavancas e servem 
como órgãos passivos de movimento e como hematocitopoieticos. O sistema articular é composto 
de conexões ou articulações que se estabelecem entre os ossos, ao nível das quais se observam 
movimentos, lembrando o que acontece nos artrópodes, o que significa “com as patas e todos os 
outros apêndices articulados”. O sistema muscular compreende o conjunto dos músculos voluntários 
ou esqueléticos, assim chamados por estarem sujeitos ao controle da vontade e por estarem ligados 
ao esqueleto. Envolvidos por fáscias musculares, os músculos esqueléticos se originam ou se inserem 
por meio dos seus tendões e das suas aponeuroses, além de outras estruturas anatômicas que formam 
esse sistema, como o retináculo, as bainhas tendíneas e as bolsas sinoviais. Os músculos esqueléticos 
são os órgãos ativos do movimento.
Assim, com a integração desses três sistemas, temos os ossos como as estruturas anatômicas simples 
e rígidas que amparam os músculos esqueléticos; eles sustentam a massa corpórea e trabalham com os 
músculos esqueléticos para gerar os movimentos controlados e precisos. Sem a estrutura de sustentação 
dos ossos, a contração muscular apenas tornaria os músculos esqueléticos mais curtos e espessos. Os 
músculos esqueléticos devem tracionar o esqueleto para fazer-nos sentar, levantar, andar ou correr. 
Entenderemos que as articulações existem sempre que dois ou mais ossos se encontram, podendo 
estar em contato direto ou separadas por tecido fibroso, cartilagíneo ou sinóvia, sendo que cada 
tipo de articulação executa um movimento específico. Veremos que quase todos os 700 músculos 
esqueléticos individuais que formam o sistema muscular, como o músculo bíceps braquial, contêm 
tanto tecido muscular quanto tecido conjuntivo. De tal forma, a ação principal de alguns músculos 
esqueléticos é estabilizar os ossos para que outros músculos esqueléticos possam realizar movimentos 
de forma mais eficaz. 
Esta unidade apresentará muitos dos principais músculos esqueléticos do corpo humano, sendo 
a maioria encontrada em ambos os lados. Além disso, identificaremos os locais de origem e inserção 
80
Unidade II
de cada músculo esquelético citado, assim como as suas principais ações. Detalharemos também a 
musculatura apendicular, músculos esqueléticos que são responsáveis pela estabilização das cinturas 
dos membros superiores e inferiores e pela motilidade dos membros superiores e inferiores. Os músculos 
apendiculares correspondem a cerca de 40% dos músculos esqueléticos do corpo.
Os papéis e a amplitude dos movimentos requeridos diferem altamente entre esses grupos. As 
conexões musculares entre a cintura do membro superior e o esqueleto axial elevam a motilidade 
do membro superior porque a posição dos elementos esqueléticos não fica atravancada em relação 
ao esqueleto axial. As conexões musculares agem também como amortecedores de impactos. Por 
exemplo, os indivíduos podem correr e apesar disso realizar movimentos suaves com as mãos 
porque os músculos apendiculares absorvem e atenuam os impactos da corrida. Diferencialmente 
dessa situação, a cintura do membro inferior ampliou uma forte conexão com o esqueleto para 
transmitir o peso do esqueleto axial para o apendicular. A evidência é centralizada mais na força 
do que na multifuncionalidade, e as mesmas características que reforçam as articulações limitam 
a amplitude do movimento.
A aquisição desses conhecimentos é especial e primordial para os profissionais da Educação Física 
e do esporte, pois influenciam de maneira definitiva na elaboração e na implementação de programas 
voltados à promoção de saúde e de programas de treinamento desportivo. Essa reflexão pode ser 
conceituada como imprescindível, principalmente para aqueles que iniciam os seus estudos sobre o 
movimento humano. 
Como vimos anteriormente, durante o Renascimento, Leonardo da Vinci despontou como um 
dos maiores artistas de todos os tempos, muito conhecido, ainda hoje, por suas descrições artísticas 
do corpo humano. Ele dissecou centenas de corpos para que pudesse adquirir uma compreensão da 
musculatura e da forma do corpo humano, e podem-se notar o conhecimento e a valorização expressos 
em seu trabalho artístico. A figura a seguir mostra que desde os tempos antigos até os dias de hoje, a 
apreciação da beleza da forma humana em movimento sempre seduziu a atenção de artistas, cientistas, 
profissionais da saúde e atletas:
Figura 74 – A plástica na ginástica artística 
81
ANATOMIA
Essa investigação sobre o movimento humano evoluiu de pura arte para um conjunto de arte e 
ciência que combinava teorias e princípios procedentes da Anatomia, da Fisiologia, da Antropologia, da 
Física, da Mecânica e da Biomecânica.
No estudo da anatomia do aparelho locomotor, o foco central está nos músculos e nos ossos aos 
quais eles se prendem. Os ossos também se conectam uns aos outros formando as articulações. Assim, as 
três principais estruturas nas quais devemos nos ater na anatomia do aparelho locomotor são os ossos, 
as articulações e os músculos.
 Observação
O esqueleto é o arcabouço resistente no qual o organismo humano está 
construído. Muito parecido à armação de um edifício, o esqueleto deve ser 
forte o suficiente para sustentar e proteger todas as estruturas anatômicas 
do corpo humano. A estrutura esquelética ordena nossa forma e tamanho. 
Ela pode também ser imensamente influenciada pela nutrição, nível de 
exercícios físicos e hábitos posturais.
A B
Figura 75 – Esqueleto humano em vistas anterior (A) e posterior (B)
No esqueleto imaturo em desenvolvimento ou imaturo, conforme ilustra a figura a seguir, a 
interferência do apoio de peso e forças musculares terá uma ação mais considerável na constituição 
do tamanho e no formato dos ossos do que as mesmas forças aplicadas sobre um esqueleto maduro. 
Por esse motivo, é relevante dar valor extremo aos tipos de exercícios físicos e hábitos posturais de 
um pré-adolescente.
82
Unidade II
Figura 76 – Esqueleto imaturo 
 Observação
Um exemplo clássico de alteração no esqueleto imaturo é a presença 
de escoliose idiopática, uma curvatura lateral da coluna vertebral, existente 
em aproximadamente 15 a 20% das meninas entre 10 e 12 anos de idade. 
Essa modificação seria por que as mulheres mais novas passam muito 
tempo mantendo a massa corporal sobre os saltos finos? Tem a ver com 
uma postura que compreende joelhos hiperestendidos e lordose? É simples 
supor sobre prováveis causas, porém ainda não há temas científicos cruciais. 
É sabido que o sistema esquelético é flexível, podendo ser modelado e 
formado por meio da atividade. Agora você já sabe que os hábitos posturais 
ou aspectos sociais podem levar a modificações no esqueleto imaturo. 
Quando as meninas forem utilizar saltos finos, observe as consequências e 
faça a sua escolha.
5.1 Osteologia
O esqueleto humano representa 20% da massa corpórea, ou seja, 14 quilogramas em um 
indivíduo de 70 quilogramas. O sistema esquelético desempenha um papel principal e vários papéis 
secundários para cooperar com outros sistemas em papéis substanciais. 
Lembre-se que os ossos são formados por diversos tecidos que agem em conjunto, comoo tecido ósseo, a cartilagem, o tecido conjuntivo denso, o epitélio, o tecido adiposo e o tecido 
nervoso. Por essa razão, cada osso do corpo é considerado um órgão. Portanto, o tecido ósseo 
é um tecido vivo, complexo e dinâmico, participando assim de forma contínua em um processo 
83
ANATOMIA
chamado remodelação, ou seja, a formação de novo tecido ósseo e a degeneração do tecido ósseo 
antigo. Toda a estrutura dos ossos e suas cartilagens, juntamente com os ligamentos e os tendões, 
compõem o sistema esquelético. Também iremos examinar os vários elementos dos ossos a fim 
de auxiliá-lo a compreender como os ossos se constituem e envelhecem; além disso, entenderemos 
como o exercício físico afeta a densidade e a resistência óssea. 
 Observação
O estudo da estrutura óssea e o tratamento dos distúrbios ósseos são 
chamados osteologia.
5.1.1 Os principais papéis do esqueleto e dos ossos
Como vimos anteriormente, o esqueleto fornece as alavancas e os eixos de rotação sobre os quais o 
sistema muscular realiza os movimentos. Assim, uma alavanca consiste em uma máquina simples que 
eleva a força ou a velocidade de movimento. Podemos dizer que as alavancas são inicialmente os ossos 
longos do corpo humano e os eixos são as articulações nas quais os ossos se deparam, conforme ilustra 
a figura a seguir: 
Figura 77 – Sistema de alavancas
Um segundo papel relevante do esqueleto é servir de arcabouço e suporte para as partes moles 
do corpo humano. Os ossos dos membros inferiores, da pelve e da coluna vertebral suportam o corpo 
humano e são utilizados para a manutenção da postura ereta. Quase todos os ossos proveem suporte 
para os músculos e apoio para os dentes. 
Encontram-se ainda outros papéis adicionais não associados exclusivamente com o movimento 
humano. Tecidos e órgãos vulneráveis são comumente protegidos por elementos do esqueleto. As 
84
Unidade II
costelas, por exemplo, protegem o coração e os pulmões, conforme ilustram as figuras a seguir. Por 
sua vez, o crânio aloja o encéfalo, as vértebras fornecem abrigo para a medula espinal e a pelve óssea 
acomoda órgãos digestórios e genitais.
A B
Figura 78 – As costelas protegendo o coração e os pulmões. Vistas anterior (A) e posterior (B)
Descreveremos, agora, o osso como um depósito para minerais, especialmente, cálcio e fósforo. 
O cálcio é o mineral mais farto no corpo humano. Um indivíduo apresenta aproximadamente 1 a 2 
quilogramas de cálcio, dos quais mais de 98% estão armazenados nos ossos e nos dentes. Os minerais 
armazenados são liberados na circulação sanguínea quando há necessidade de distribuição a todas 
as partes do corpo humano. Ele é essencial para a contração muscular, para a coagulação do sangue 
e para a movimentação de íons através da membrana celular. Já o fósforo é essencial para as funções 
dos ácidos nucleicos DNA e RNA. Na hipótese de os minerais não se encontrarem na alimentação em 
quantidades satisfatórias, eles podem ser retirados dos ossos até serem compensados pela própria 
alimentação. Na realidade, “depósitos” e “retiradas” de minerais para os ossos e a partir deles acontecem 
quase incessantemente.
 Observação
DNA (ácido desoxirribonucleico) é uma molécula presente no núcleo 
das células de quase todos os seres vivos e que carrega toda a informação 
genética de um organismo.
RNA (ácido ribonucleico) é o responsável por sintetizar as proteínas. 
Se todo o mineral é extraído de um osso longo, o colágeno se torna o principal constituinte, e o 
osso fica excessivamente flexível. Contudo, se o colágeno é retirado do osso, os componentes minerais 
se tornam o constituinte principal, e o osso fica muito quebradiço, conforme ilustra a figura a seguir:
85
ANATOMIA
(a)
(b) sem minerais (c) sem colágeno
Figura 79 – A) Osso normal; B) Osso desmineralizado, no qual o colágeno é o principal componente, pode ser dobrado sem quebrar; 
C) Quando o colágeno é extraído, os minerais são o principal componente restante, tornando o osso tão quebradiço que é facilmente 
destruído
 Observação
O colágeno é uma proteína de relevância essencial na composição da 
matriz extracelular do tecido conjuntivo, sendo responsável por grande 
parte de suas propriedades físicas. 
Podemos descrever os ossos como órgãos hematocitopoieticos, ou seja, eles realizam a produção de 
células sanguíneas por meio da medula óssea vermelha, conforme ilustram as figuras a seguir:
Pontos ósseos palpados facilmente através da pele
Distribuição da medula óssea vermelha
Figura 80 – Vista anterior
86
Unidade II
Pontos ósseos palpados facilmente através da pele
Distribuição da medula óssea vermelha
Figura 81 – Vista posterior
Estima-se que uma média de 2,5 milhões de células sanguíneas vermelhas é produzida a cada 
segundo pela medula óssea vermelha para suprir aquelas que são excluídas e degradadas pelo fígado. 
Em uma criança, o baço e o fígado também produzem células sanguíneas. Com o passar da idade, a 
maior parte da medula óssea vermelha transforma-se em medula óssea amarela, de maneira que no 
adulto encontra-se medula óssea vermelha apenas em alguns ossos, como no esterno. Já a medula óssea 
amarela é formada basicamente de células adiposas, que armazenam triglicerídeos. Os triglicerídeos 
armazenados são reservas potenciais de energia química.
Por fim, citaremos os osteoblastos, as células responsáveis pela síntese dos componentes 
orgânicos da matriz óssea, como colágeno, proteoglicanos e glicoproteínas. Essas células ósseas 
também estão envolvidas no metabolismo, pois secretam osteocalcina, um hormônio que influencia 
na regulação de glicemia.
5.1.2 Arquitetura óssea
Como descrito anteriormente, os ossos são peças duras e calcificadas, em número, coloração e 
formas variáveis. Apresentam matéria orgânica (1/3) e matéria inorgânica (
2/3). A matéria orgânica atribui 
elasticidade aos ossos, enquanto a matéria inorgânica atribui rigidez e força.
 Observação
Quão fortes são os ossos? Calcula-se que, se for empregada carga 
vagarosamente sobre um crânio humano, ele é capaz de suportar três 
toneladas antes de se quebrar! As extremidades de um osso longo são 
87
ANATOMIA
chamadas de epífises, enquanto a parte média é chamada de diáfise. 
Durante o crescimento ósseo, as epífises são compostas de um material 
cartilagíneo chamado de placa de crescimento. 
Macroscopicamente, os ossos têm dois tipos diferenciados de substâncias ósseas, a esponjosa e a 
compacta. Os dois tipos podem aparecer de maneira simultânea, porém em quantidades variadas, num 
mesmo osso, conforme ilustram as figuras a seguir:
A B
Substância 
esponjosa
Cavidade 
medular
Substância 
compacta
Figura 82 – Um corte longitudinal da extremidade proximal de uma tíbia (A) e da diáfise 
de um fêmur (B), mostrando as substâncias ósseas e a cavidade medular
Como visto na imagem anterior, a substância óssea esponjosa é mais leve, o que diminui a 
massa total de um osso, de modo que ele se mova com maior simplicidade quando tracionado pelo 
músculo esquelético. Ela é porosa e se situa na parte interna dos ossos, constituindo as trabéculas 
ósseas (do latim pequenos feixes). As trabéculas ósseas suportam e protegem a medula óssea 
vermelha. Além disso, a presença da substância óssea esponjosa diminui a massa do esqueleto 
e colabora na mobilidade dos ossos pelos músculos esqueléticos. A substância óssea esponjosa 
é encontrada em grandes quantidades nas epífises dos ossos longos e nos ossos curtos, sendo 
recobertas por fina camada de substância óssea compacta. 
Observem que a substância óssea compacta se caracteriza por um revestimento externo denso e rijo. 
Ela sempre reveste completamente todo osso e tende a variar de espessura. Assim, a substância óssea 
compacta predomina na diáfise dos ossos longos. Além disso, ela envolve uma cavidade chamada de 
cavidade medular, que contém a medula óssea, vermelha ou rubra e amarela ou flava, conforme ilustra 
a figura a seguir:
88
Unidade II
Medula óssea vermelha
Medula óssea vermelha
Medula ósseaamarela
Figura 83 – Medula óssea
 Saiba mais
Indicamos o filme:
UMA Prova de amor. Dir. Nick Cassavetes. EUA: Playarte, 2009. 109 minutos.
Neste filme, Sara e Brian Fitzgerald são comunicados que Kate, sua filha, 
tem leucemia e possui poucos anos de vida. O médico recomenda aos pais 
que tentem um método médico ortodoxo, gerando um filho de proveta que 
seja um doador compatível com Kate. Disposto a tudo para salvar a filha, 
eles aprovam a ideia. Assim nasce Anna, que logo ao nascer doa sangue de 
seu cordão umbilical para a irmã. Anos depois, os médicos decidem realizar 
um transplante de medula de Anna para Kate.
 Lembrete
O osso esponjoso localiza-se profundamente ao periósteo, 
compondo uma fina substância compacta, o córtex, que prossegue para 
o interior do osso, como substância esponjosa, composta de trabéculas 
ósseas. Entre as trabéculas ósseas e nas cavidades medulares situa-se 
a medula óssea.
89
ANATOMIA
 Saiba mais
A estrutura de um osso pode ser analisada considerando-se as 
partes de um osso longo. Como outros tecidos conjuntivos, o osso ou o 
tecido ósseo contém uma matriz abundante de materiais intercelulares, 
circundando as células amplamente separadas.
Complemente os seus conhecimentos com a leitura das páginas 
117-125 da obra a seguir. Você explorará mais sobre a estrutura dos ossos 
nos níveis macroscópicos e microscópicos e entenderá a importância da 
formação óssea durante as diferentes fases da vida de uma pessoa. 
TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de 
Anatomia e Fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
5.1.3 O periósteo e o endósteo
A superfície externa de um osso é comumente revestida pelo periósteo, exceto as superfícies 
articulares que são recobertas por cartilagem do tipo hialina. Ele isola e protege o osso dos tecidos 
vizinhos, provê uma via e um local de união para o suprimento cardiovascular e nervoso, e participa 
ativamente no crescimento ósseo em diâmetro e na reparação de fraturas. Entretanto, o periósteo não 
reveste os ossos sesamoides.
No interior do osso, o endósteo celular reveste a cavidade medular, conforme ilustra a figura a seguir. 
O endósteo está em atividade durante o crescimento e sempre que a reparação e o remodelamento da 
arquitetura óssea estiverem acontecendo.
Diáfise
Epífise proximal
Osso esponjoso
Osso compacto
Periósteo
Cavidade medular
Linha epifisial
Epífise distal
Cartilagem articular
Endósteo
Fibras perfurantes
Forame nutricio
Vasos nutrientes
Figura 84 – Osso longo com periósteo rebatido
90
Unidade II
 Lembrete
O periósteo, o endósteo e a medula óssea são relevantes estruturas 
anatômicas pertinentes aos ossos.
 Saiba mais
Leia o capítulo 5 da obra a seguir:
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 
Porto Alegre: Artmed, 2009. 
A página 118 apresenta a nota clínica Formação Óssea Heterotrópica e 
a página 123 apresenta a nota clínica Doenças Congênitas do Esqueleto. 
5.1.4 Vascularização óssea
Os ossos são muito vascularizados, sendo que eles recebem amplo suprimento de sangue. De 
particular relevância são os vasos metafisários e os vasos epifisários. As artérias adentram nos 
ossos a partir do periósteo. As artérias periosteais acompanhadas por nervos adentram na diáfise 
e irrigam o periósteo e a parte externa da substância compacta. Próximo ao centro da diáfise, uma 
grande artéria nutrícia adentra no osso compacto por meio do forame nutrício, conforme ilustra a 
figura anterior. Ao adentrar na cavidade medular, a artéria nutrícia se ramifica em ramos proximal 
e distal, que irrigam a parte interna da substância óssea compacta da diáfise, substância óssea 
esponjosa, e a medula óssea. Na tíbia há uma artéria nutrícia, enquanto no fêmur existem diversas. 
As extremidades dos ossos são irrigadas pelas artérias metafisárias e epifisárias. Ambas irrigam a 
medula óssea vermelha e as substâncias ósseas da metáfise. As artérias epifisárias irrigam a medula 
óssea e as substâncias ósseas das epífises.
Uma ou duas veias nutrícias seguem a artéria nutrícia na diáfise. Abundantes veias epifisárias e 
metafisárias saem das epífises com as suas relativas artérias. As veias periosteais saem do periósteo com 
as suas relativas artérias. Os vasos linfáticos dos ossos estão no periósteo, porém alguns podem adentrar 
no tecido ósseo. 
5.1.5 Inervação óssea
Os nervos seguem as artérias que irrigam os ossos. O periósteo, conforme ilustra a figura anterior, 
é rico em nervos sensitivos, responsáveis pela sensação de dor. São exemplos as dores consequentes de 
uma fratura, de tumores ósseos ou de uma biópsia da medula óssea vermelha por meio de uma agulha. 
Microscopicamente a medula óssea vermelha é avaliada em situações, por exemplo, em leucemias, 
91
ANATOMIA
linfomas e anemias aplásicas. Apresentam-se dores à medida que a agulha adentra no periósteo; assim 
que a agulha adentra e ultrapassa o periósteo há poucas dores.
 Saiba mais
Leia o conteúdo Fatores de regulação do crescimento ósseo (páginas 
123-124) da obra a seguir:
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 
Porto Alegre: Artmed, 2009. 
 Lembrete
Na maior parte dos casos, os ossos são abundantemente 
vascularizados. Cada tipo recebe suprimento de sangue e nervoso de 
forma característica.
5.1.6 Morfologia óssea
Os ossos podem apresentar diversos tamanhos e formatos. Por exemplo, o osso pisiforme da 
mão possui o tamanho e a forma de uma ervilha, enquanto o fêmur pode ter até 60 centímetros de 
comprimento em alguns indivíduos e uma cabeça arredondada em formato de bola. Desse modo, o 
fêmur suporta a grande massa corporal e pressão, sendo que a sua arquitetura de cilindro oco provê 
força máxima com peso mínimo.
Na maioria dos casos, os ossos são classificados conforme sua forma geométrica aproximada em: 
longos, alongados, curtos, planos e irregulares. Existem, ainda, os ossos pneumáticos, sesamoides 
e acessórios.
Os ossos longos são formados por uma diáfise e duas epífises. Apresentam o comprimento maior 
em relação à largura e à espessura que são equivalentes. Os ossos longos são encontrados apenas no 
esqueleto apendicular, por exemplo, o osso úmero, conforme ilustram as figuras a seguir, em vista 
anterior e posterior. Eles proporcionam suporte ao organismo e oferecem uma série de alavancas e elos 
que nos possibilitam criar movimentos. 
92
Unidade II
A B
Figura 85 – Úmero em vista anterior (A) e posterior (B)
Os ossos alongados são achatados, sendo eles um subgrupo dos ossos longos. Eles não apresentam 
epífises bem definidas e não têm cavidade medular. A clavícula e as costelas são exemplos típicos de 
ossos alongados, conforme ilustra a figura a seguir: 
A B
Figura 86 – Vista anterior da clavícula direita (A) e vista interna da costela (B)
Os ossos curtos apresentam as três dimensões – comprimento, largura e espessura – equivalentes, 
as quais lhes conferem uma forma cúbica. Exemplos clássicos desse grupo são os ossos do carpo e os 
do tarso, exceto o pisiforme, que é um osso sesamoide, e o osso calcâneo, que é um osso irregular, 
conforme ilustram as figuras a seguir. Esses ossos apresentam um papel relevante na absorção de 
choque e transmissão de forças.
93
ANATOMIA
Osso do carpo Osso pisiforme
Figura 87 – Ossos do carpo 
Figura 88 – Ossos calcâneo
Nos ossos planos, a largura e o comprimento predominam sobre a espessura. Alguns exemplos de 
ossos planos são os que formam a calvária. Eles possuem duas lâminas compactas, onde temos um 
tecido ósseo mais denso e, entre essas camadas, uma camada esponjosa composta de osso menos denso, 
chamada díploe, conforme ilustram as figuras a seguir, respectivamente. Os ossos planos proporcionam 
proteção para o conteúdo interno e ampla superfície para a fixação muscular.
Parietal
Frontal
Lâmina externa
Lâmina interna
Diploe
A B
Figura 89 – Parietal em vista interna (A) e díploe (B)
94
Unidade II
Os ossos irregulares não possuem formas geométricas bem definidas. As vértebras,os ossos da base 
do crânio e os ossos da face são exemplos desse grupo (veja as figuras a seguir). Eles oferecem suporte 
de massa corporal, dissipação de cargas, proteção da medula espinal e contribuição com os movimentos 
e locais de inserção muscular. 
Figura 90 – Vértebra lombar, vista superior
Figura 91 – Temporal, vista lateral
Os tipos morfológicos que acabamos de ver podem ainda apresentar características adicionais que 
nos possibilitam classificá-los também como se segue. 
Os ossos pneumáticos apresentam uma ou mais cavidades de volumes variáveis, chamados 
seios, que se apresentam revestidas de mucosa e preenchidas por ar. Os ossos pneumáticos estão 
localizados no crânio, sendo eles o frontal, a maxila, o etmoide e o esfenoide, conforme ilustra a 
figura a seguir:
95
ANATOMIA
Células etmoidais
Seio maxilar
Seio esfenoidal
Seio 
frontal
Figura 92 – Cavidades do crânio
 Observação
O osso temporal é considerado pneumatizado, pois apresenta 
cavidades que se comunicam com a cavidade da orelha, enquanto os ossos 
pneumáticos se comunicam com a cavidade nasal.
Os ossos sesamoides se assemelham a sementes de gergelim e estão localizados em regiões em que 
alguns tendões cruzam epífises de ossos longos. Eles se desenvolvem dentro dos tendões e os protegem 
de desgaste exorbitante junto ao osso. Também alteram o ângulo de inserção de um tendão. Os ossos 
sesamoides estão presentes no desenvolvimento fetal, mas não são considerados partes do esqueleto 
axial ou apendicular, exceto pelas patelas, que são os maiores ossos sesamoides, conforme ilustra a 
figura a seguir:
Figura 93 – Patela, vista anterior 
96
Unidade II
Os outros ossos sesamoides mais frequentes estão situados nas plantas dos pés e na base do primeiro 
metatarso. Nos membros superiores, os ossos sesamoides são frequentemente encontrados nos tendões 
próximos à superfície palmar e na base dos metacarpos. Outro exemplo clássico é o hioide, conforme 
ilustra a figura a seguir:
Figura 94 – Hioide, vista anterior 
 Lembrete
Embora apresentem o comprimento maior que a largura, as costelas e a 
clavícula não têm canal medular, muito menos metáfises; por esse motivo, 
são classificadas como ossos alongados.
Os ossos acessórios são raros e sua sede, as suas dimensões e o seu número podem ser muito 
variáveis. Acontecem mais comumente na superfície externa do que na superfície interna. Do ponto de 
vista da Anatomia Comparativa, alguns desses ossos correspondem aos que se deparam normalmente 
em outros vertebrados e outros não apresentam essa correspondência. A estes ossos acidentais dá-se 
o nome de ossos suturais ou wormianos, os quais acontecem muitas vezes na sutura lambdoide, em 
crânios hidrocefálicos. Como exemplos de ossos acessórios podemos mencionar os ossos bregmático, o 
osso ptérico e o osso astérico, conforme ilustra a figura a seguir:
eu
ms
ast
Figura 95 – Ossos acessórios: ast = Asterion, eu = Eurion, i = Inion, l = Lambda, mas = Mastoidale e o = Opisthion
97
ANATOMIA
 Observação
As lâminas das epífises dos ossos longos específicos ossificam em prazos 
previstos. Os médicos radiologistas comumente podem especificar a idade 
de um indivíduo jovem analisando as lâminas das epífises para observar 
se elas ossificaram. Uma diferença entre a idade dos ossos e a cronológica 
pode sugerir alguma disfunção metabólica.
5.1.7 Características anatômicas de superfície dos ossos
Os ossos apresentam acidentes ósseos ou detalhes ósseos, como as proeminências, as fossas, as 
depressões, os tubérculos, as eminências, os orifícios, os canais, as cavidades e os seios, para referir 
apenas as características mais frequentes, que compõem relevantes pontos de referência em Anatomia, 
Radiologia, Ortopedia e Antropologia Física. As seguir há exemplos de características anatômicas da 
superfície dos ossos:
• O forame (do latim foramine = orifício) é uma abertura por meio da qual passam artérias ou 
nervos, como o forame magno do osso occipital.
• A fossa (do latim fossa = fenda, trincheira) é uma depressão rasa sobre um osso, como a fossa 
cerebelar do osso occipital.
• O côndilo (do grego Kondylo = elevação arredondada) é uma proeminência grande e arredondada 
que constitui uma união, como os côndilos medial e lateral do fêmur.
• A cabeça é uma projeção arredondada que compõe uma união e é sustentada na constrição (colo) 
do osso, como a cabeça do úmero).
• A tuberosidade é uma projeção grande e arredondada, frequentemente com uma superfície 
áspera, como a tuberosidade da tíbia.
• A espinha é uma projeção aguda e delgada, oriunda da face de um osso, como a espinha 
da escápula.
• A crista é uma margem ou borda proeminente, comumente rugosa, como a crista ilíaca do quadril.
• A incisura é uma chanfradura ou entalhe em uma margem óssea, como a incisura da mandíbula.
98
Unidade II
Forame 
magno
Fossa 
cerebelar
Figura 96 – Forame magno Figura 97 – Fossa cerebelar
Côndilo
Cabeça
Figura 98 – Côndilo do fêmur Figura 99 – Cabeça do úmero
Tuberosidade
Figura 100 – Tuberosidade da tíbia
Espinha
Crista
Figura 101 – Espinha da escápula Figura 102 – Crista ilíaca
99
ANATOMIA
Incisura
Figura 103 – Incisura da mandíbula
Exemplo de aplicação
Vamos conhecer mais sobre os detalhes ósseos? Leia a obra a seguir: 
ALVES, N.; CÂNDIDO, P. L. Anatomia para o curso de Odontologia Geral e Específica. 4. ed. São Paulo: 
Grupo Gen, 2016.
Veja, nas páginas 17 até 39, os ossos que formam as cinturas (escapular e pélvica) e os ossos dos 
esqueletos apendicular e axial. Utilize o livro indicado, papel vegetal, lápis Hb2, lápis para colorir e caneta 
Stabilo e elabore pranchas de Anatomia, apontando os detalhes anatômicos de cada osso. Certamente 
tal tarefa irá enriquecer os seus conhecimentos e facilitará o entendimento dos demais conteúdos 
relacionados ao aparelho locomotor. 
5.1.8 Fatores de variação anatômica no número de ossos
Existem 206 ossos no indivíduo adulto médio e normal, excluindo-se os ossos sesamoides e os 
ossículos da audição, na orelha média, conforme ilustra a figura a seguir: 
Figura 104 – Ossículos da audição: martelo, bigorna e estribo (da esquerda para a direita)
O número de peças ósseas varia com a idade, havendo maior número no recém-nascido do 
que na idade avançada. Por exemplo, no crânio de uma criança permanecem duas peças ósseas 
paramedianas ou hemifrontais que, com a sinostose da sutura metópica, conforme ilustra a figura a 
seguir, comporão o osso frontal, enquanto na idade avançada, com a sinostose de todas as suturas, 
tornam o crânio uma esfera óssea. 
100
Unidade II
Figura 105 – Norma anterior do osso frontal: sutura metópica e parte anterior da fontanela anterior 
 Saiba mais
Leia o tópico “Crescimento ósseo” nas páginas 176-178 da obra a seguir: 
VANPUTTE, C. L. et al. Anatomia e fisiologia de Seeley. 10. ed. São Paulo: 
AMGH, 2016. 
Após esse estudo você estará apto a compreender o crescimento ósseo 
em comprimento e largura, assim como a cartilagem articular. Além disso, 
entenderá os fatores que afetam o crescimento ósseo, como a nutrição e 
os hormônios.
Leia também, na página 191 da obra a seguir, a respeito de como o 
exercício e o estresse mecânico afetam o tecido ósseo:
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
5.1.9 Divisão do esqueleto
Como visto anteriormente, o esqueleto humano adulto consiste em 206 ossos, a maioria 
deles pares, com um membro de cada par nos lados direito e esquerdo do corpo. Vimos que há 
fatores de variação no número de ossos. Assim, os esqueletos de recém-nascidos, lactentes e 
crianças apresentam mais de 206 ossos porque alguns deles se unem mais tarde na vida. Como 
exemplos, podemos citar os ossos do quadril e alguns da parte final da coluna vertebral, o sacro 
e o cóccix.
101
ANATOMIA
Os ossos do esqueleto adulto estão agrupados em três divisões principais: o esqueleto axial, 
o esqueleto apendicular e as cinturas escapular e pélvica.O esqueleto axial apresenta 80 
ossos; o esqueleto apendicular, 126 ossos. A figura a seguir mostra como as duas divisões se 
unem para compor o esqueleto completo. O esqueleto axial consiste em ossos em torno do eixo 
longitudinal do corpo humano, descrevendo uma linha vertical imaginária que atravessa o centro 
de gravidade do corpo, indo da cabeça até o espaço entre os pés. Portanto, o esqueleto axial é 
composto de ossos do crânio, o hioide, as costelas, o esterno e os ossos da coluna vertebral. Já 
o esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros superiores e inferiores. Os ossos 
que compõem as cinturas unem os membros ao esqueleto axial. Portanto, a cintura escapular 
une os membros superiores ao esqueleto axial, enquanto a cintura pélvica liga os membros 
inferiores ao esqueleto axial. 
Figura 106 – Visão geral do esqueleto humano
 Observação
Funcionalmente, os ossículos da audição na orelha média, que vibram 
em resposta às ondas sonoras, atingindo ao tímpano, não integram o 
esqueleto axial nem o apendicular, porém são agrupados com o esqueleto 
axial por conveniência. 
 Lembrete
O esqueleto humano adulto consiste em 206 ossos, podendo ser dividido 
em esqueletos axial e apendicular, além das cinturas escapular e pélvica.
102
Unidade II
5.1.10 O esqueleto da cabeça
O esqueleto da cabeça ou esqueleto cefálico abrange os ossos do crânio e os ossos da face ou 
viscerocrânio. Consiste, portanto, em uma sequência de ossos que na sua maioria estão unidos entre si 
por articulações imóveis, com exceção realizada apenas para a mandíbula, que se articula com o osso 
temporal pela articulação sinovial, a articulação temporomandibular.
 Lembrete
O esqueleto da cabeça ou esqueleto cefálico é composto de 22 ossos 
divididos em duas partes: o neurocrânio e os ossos da face.
O neurocrânio envolve os ossos relacionados com a proteção dos órgãos do sistema nervoso central. 
Ele é formado pelos seguintes ossos: frontal, temporal, etmoide, esfenoide, parietal e occipital.
Os ossos da face estão relacionados com os órgãos dos sentidos: o paladar, a visão e o olfato. 
Além disso, eles ancoram os músculos da expressão facial e são formados pelos seguintes ossos: 
maxilas, mandíbula, palatinos, vômer, nasais, zigomáticos, lacrimais e conchas nasais inferiores. 
Com exceção à mandíbula, os demais ossos da face se articulam com as maxilas, que servem de 
implantação dos dentes superiores. 
É relevante examinar a “geografia” básica do esqueleto da cabeça antes de descrever os seus ossos 
individualmente. Com a mandíbula retirada, o esqueleto da cabeça equipara-se a uma esfera óssea 
desigual e vazia. Portanto, veremos que os ossos da face compõem sua norma anterior e o neurocrânio 
constitui o resto do esqueleto da cabeça. 
O neurocrânio pode ser dividido em calota craniana e base do crânio. A calota craniana, também 
chamada de calvária, compõe as normas superior, lateral e posterior do esqueleto da cabeça, assim 
como a região da fronte. A base do crânio, ou soalho, constitui a norma inferior do esqueleto da cabeça. 
Internamente, detalhes ósseos proeminentes dividem a base do crânio em três “andares” ou fossas: as 
fossas anterior, média e posterior do esqueleto da cabeça. O encéfalo aloja-se plenamente nessas fossas, 
sendo envolvido pela calota craniana. Dessa maneira, o encéfalo preenche a cavidade craniana.
Além da grande cavidade craniana, o esqueleto da cabeça apresenta diversas outras. Entre elas estão 
as cavidades da orelha média e da orelha interna, entalhadas na norma lateral da base do crânio e, 
anteriormente, a cavidade nasal e as órbitas. As órbitas abrigam os globos oculares. 
Exemplo de aplicação
Enquanto você lê sobre os ossos do esqueleto da cabeça, identifique, com o auxílio de um atlas de 
Anatomia, cada um deles nas diferentes normas, conforme ilustram as figuras a seguir:
103
ANATOMIA
A B
Figura 107 – Esqueleto da cabeça: normas anterior (A) e lateral (B)
A B
Figura 108 – Esqueleto da cabeça: normas posterior (A) e inferior (B)
A B
Figura 109 – Esqueleto da cabeça: norma superior da base do crânio (A) e da calvária (B)
104
Unidade II
5.1.10.1 Os ossos do neurocrânio
Veremos agora algumas informações sobre os ossos do neurocrânio:
• O osso frontal é plano, anterior, ímpar e mediano da calvária. 
• O osso occipital é plano, inferior, posterior, mediano, pertencente à base do crânio, perfurado por 
uma abertura ampla e oval, o forame magno, por meio do qual a cavidade craniana comunica-se 
com o canal vertebral. 
• O osso esfenoide é irregular, ímpar, mediano e situa-se na base do crânio anteriormente aos 
temporais e à parte basilar do osso occipital. 
• O osso etmoide é leve, esponjoso, irregular, ímpar, inferior e situa-se na base do crânio. 
• O osso parietal é plano, par e compõe o teto do crânio. 
• O osso temporal é irregular, par e muito complexo. Possui três partes: a escamosa, a petrosa e a 
timpânica. A parte petrosa abrange o órgão vestibulococlear e a cavidade timpânica que contém 
os três ossículos da audição. 
5.1.10.2 Os ossos da face
Veremos agora algumas informações sobre os ossos da face:
• O osso zigomático, frequentemente referido como “maçã do rosto”, forma parte da parede lateral 
e assoalho da órbita. É par e irregular. 
• O osso nasal é um pequeno osso retangular que forma, com o nasal do lado oposto, o dorso 
do nariz. 
• A maxila é um osso plano, anterior e irregular. Forma quatro cavidades: o teto da cavidade oral, o 
soalho e a parede lateral do nariz, o soalho da órbita e o seio maxilar. Possui os alvéolos dentários 
para abrigar os dentes superiores. 
• O osso lacrimal é pequeno, aproximadamente, retangular, situado na parte medial da órbita. É o 
menor e mais frágil osso da face. 
• O osso palatino é irregular, localizado posteriormente à maxila. Forma a parte posterior do palato 
duro, parte do soalho e parede lateral da cavidade nasal e o soalho da órbita. 
• O vômer é ímpar, plano, de formato trapezoidal. Forma as partes posteriores e inferiores do 
septo nasal. 
105
ANATOMIA
• A concha nasal inferior é um pequeno osso com o formato de uma placa delgada e alongada e 
com margens curvas. Situa-se ao longo da parede lateral da cavidade nasal, separando os meatos 
nasais médio e inferior. É a única concha nasal independente, pois as outras conchas, a superior e 
a média, pertencem ao etmoide. 
• A mandíbula, conforme ilustra a figura a seguir, é um osso ímpar, móvel da cabeça, o maior e mais 
forte da face, onde tem situação anteroinferior. Apresenta o formato de uma ferradura e contém 
os alvéolos dentários para abrigar os dentes inferiores. 
Figura 110 – A mandíbula
5.1.10.3 Os ossos do esqueleto da cabeça em conjunto
5.1.10.3.1 A cefalometria
Por meio da cefalometria, ou mensuração da cabeça permite-nos reconhecer crânios microcéfalos, 
mesocéfalos e macrocéfalos, ou seja, pequenos, médios e grandes. Quando as dimensões são extrapoladas, 
esses tipos são ditos patológicos, como o crânio hidrocéfalo, que possui descomunal hidrocefalia.
 Observação
Hidrocefalia é o acúmulo do líquor nas cavidades encefálicas, causando 
aumento na pressão intracraniana sobre o cérebro, o que pode levar a 
lesões no tecido cerebral, bem como ao aumento do crânio. 
5.1.10.3.2 O esqueleto da cabeça do RN: espaços suturais e fontanelas
As principais variações do esqueleto da cabeça do recém-nascido (RN) em relação ao adulto residem 
na falta dos seios paranasais, por exemplo, dos ossos esfenoide e frontal. As margens dos ossos da 
calvária no feto de termo estão espaçadas, mas unidas por suturas membranáceas, que possibilitam a 
diminuição de volume da cabeça fetal, muito relevante para a passagem pela vagina e vulva, durante o 
parto normal.
106
Unidade II
Ao nível dos ângulos dos ossos, sem ter ocorrido ainda a ossificação, deparam-se as fontanelas do 
esqueleto da cabeça, a saber: as fontanelas medianas (anterior e a posterior) e as fontanelas laterais 
(anterolateral ou esfenoidal e a posterolateralou mastóidea). À medida que a ossificação toma as 
áreas membranáceas, as reduzem de dimensões até sumir. A última fontanela a realizá-la é a fontanela 
anterior, que desaparece entre o 2º e o 3º anos de vida, conforme ilustram as figuras a seguir:
Figura 111 – Diferentes vistas das fontanelas em crânio desarticulado e reconstruído 
Figura 112 – Norma superior: fontanela anterior 
Figura 113 – Norma lateral: fontanela anterolateral e posterolateral
107
ANATOMIA
Figura 114 – Norma posterior: fontanela posterior 
5.1.10.3.3 O esqueleto da cabeça nos indivíduos senis
Nos indivíduos senis, a elasticidade do esqueleto da cabeça reduz e as suturas somem, por sinostoses, 
após os 40 anos de idade, conforme ilustra a figura a seguir. Segue uma relação de algumas suturas e do 
início de sua calcificação: por volta dos 22 anos de idade, a sutura sagital e a sutura esfenofrontal; dos 24 
anos de idade, a sutura coronal; dos 26 anos de idade, a sutura lambdoide e a sutura occipitomastóidea; 
dos 30 anos de idade, a sutura parietomastóidea; e dos 37 anos de idade, a sutura temporoparietal. 
O fechamento começa a acontecer vagarosamente, e vai sofrer um surto na idade avançada. Tende a 
completar-se após os 80 anos de idade. 
Figura 115 – Sinostose da sutura coronal. Vista lateral do crânio
5.1.10.3.4 O esqueleto da cabeça e o dimorfismo sexual
Os caracteres mais dimórficos e usuais do crânio são o tamanho geral do crânio (maior nos homens 
do que nas mulheres), os processos mastoides (maiores e mais desenvolvidos nos homens do que nas 
mulheres), os arcos superciliares (muito marcados nos homens e pouco nas mulheres), o túber frontal 
(bem marcado nas mulheres e pouco nos homens), a protuberância occipital externa (relevo muito 
marcado nos homens e pouco nas mulheres) e a mandíbula (maior e mais quadrangular nos homens do 
que nas mulheres). Veja as figuras:
108
Unidade II
A
B
Arco superciliar
Forma quadrangular
Túber frontal
Margem supraorbital
Forma arredondada
Protuberância 
occipital 
externa
Processo 
mastóideo
Protuberância 
occipital externa
Crista 
supramastóideo
Arco 
superciliar
Figura 116 – A) Comparação genérica de algumas características anatômicas cranianas entre indivíduos do sexo masculino e 
feminino, norma anterior; B) Comparação genérica de algumas características anatômicas cranianas entre indivíduos do sexo 
masculino e feminino, norma lateral
 Saiba mais
O processo de identificação, a partir de exames periciais, do segmento 
cefálico ou de partes dele tem sido de significante relevância para o 
esclarecimento de fatos de interesse jurídico-social. Uma tentativa de 
observar o dimorfismo sexual e estimar a idade consiste em examinar os 
crânios secos. Faça uma leitura do artigo científico a seguir: 
ALMEIDA JUNIOR, E. de. et al. Estimativa do sexo e idade por meio de 
mensurações cranianas. Revista Bahiana de Odontologia, v. 6, n. 2, 2015. 
Disponível em: <https://www5.bahiana.edu.br/index.php/odontologia/
article/view/672>. Acesso em: 29 abr. 2018. 
Exemplo de aplicação
Para conhecer mais sobre os ossos do crânio, leia: 
LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
Leia as páginas 34 até 41, sobre os ossos do crânio. Utilize o livro indicado, papel vegetal, lápis 
Hb2, lápis para colorir e caneta Stabilo para elaborar pranchas de Anatomia, apontando os detalhes 
109
ANATOMIA
anatômicos de cada osso. Com esse exercício você memorizará com maior facilidade os detalhes 
anatômicos dos ossos do neurocrânio e da face.
 Lembrete
Os ossos do neurocrânio são: o frontal, o etmoide, o esfenoide, os 
parietais, os temporais e o occipital. Os ossos da face são: as maxilas, a 
mandíbula, os palatinos, os nasais, os lacrimais, as conchas nasais inferiores, 
os zigomáticos e o vômer. 
5.1.11 O esqueleto do pescoço
Partiremos agora para os ossos do esqueleto do pescoço. Ele é composto das vértebras cervicais 
(ver coluna vertebral) e, do ponto de vista topográfico, do hioide. O hioide é um osso ímpar, mediano 
e sesamoide que faz parte de um conjunto de estruturas anatômicas e une a base do crânio ao 
esqueleto do pescoço. Está localizado na parte anterossuperior do pescoço, superiormente à laringe e 
posteroinferiormente à mandíbula. Apresenta como papel oferecer suporte para a língua, fornecendo 
locais de fixação para os músculos da língua, do pescoço e da faringe, fazendo dele um elemento 
relevante nas ações de mastigação e no ato de engolir. O hioide é um osso móvel e não se articula com 
mais nenhum outro.
5.1.12 O esqueleto do tronco
Veremos agora o esqueleto do tronco. Ele, conforme ilustra a figura a seguir, abrange o tórax, as 
vértebras lombares, as vértebras sacrais, as vértebras coccígeas e a pelve óssea. O tórax é a parte do 
organismo localizada no tronco, entre o pescoço e o abdome, exatamente entre a abertura superior do 
tórax e o diafragma. Seu formato abobadado possibilita grande rigidez, tendo em vista o pouco peso de 
seus constituintes, e propicia:
• proteger os órgãos internos torácicos e abdominais, sendo que a maioria deles é cheia de ar ou 
líquido contra as forças externas;
• resistir às pressões internas negativas produzidas pela retração elástica dos pulmões e pelos 
movimentos inspiratórios;
• oferecer fixação para os membros superiores e sustentar a sua massa;
• proporcionar a fixação de diversos músculos que movem e sustentam a posição dos membros 
superiores em relação ao tronco, além de possibilitar fixação para os músculos do abdome, do 
pescoço, do dorso e da respiração.
110
Unidade II
O formato do tórax depende da idade, do sexo e do biótipo. O tórax do feto é mais desenvolvido 
sagital do que transversalmente, em virtude ao maior desenvolvimento do coração, do timo e dos 
órgãos abdominais do que dos pulmões. Aos 18 anos de idade, o tórax assume seu formato definitivo, 
prosseguindo a crescer até 35 anos de idade no sexo masculino e 25 anos de idade no sexo feminino. 
No indivíduo senil, as costelas e as cartilagens costais perdem a flexibilidade e as articulações sofrem 
anquilose, conduzindo o tórax a perder a elasticidade e a mobilidade. Com a ampliação da coluna 
vertebral, as costelas ficam mais próximas umas das outras. O tórax masculino é mais largo do que o 
feminino, com a máxima largura ao nível da VIII costela, com pequeno aperto inferior. O tórax feminino 
é mais curto e arredondado, com maior aperto inferior do que o masculino. No indivíduo longilíneo, cujo 
crescimento é mais dinâmico e leva a um maior desenvolvimento em altura, o tórax é longo e estreito, 
enquanto no indivíduo brevilíneo, cujo desenvolvimento transversal prevalece sobre o vertical, o tórax 
é mais curto e largo.
Crânio
Sacro
Cóccix
Costelas
Esterno
Vértebras 
lombares
Figura 117 – Esqueleto do tórax
5.1.12.1 O esterno
O esterno, conforme ilustra a figura a seguir, é um osso plano com aproximadamente 15 centímetros 
de extensão, mediano, ímpar, localizado medianamente na parede anterior do tórax. É um relevante osso 
hematocitopoietico. O esterno articula-se com as clavículas e as cartilagens das sete primeiras costelas. 
Possui três partes: o manúbrio do esterno, o corpo do esterno e o processo xifoide.
111
ANATOMIA
Figura 118 – O esterno
5.1.12.2 As costelas
Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; 
e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; e da costela 
que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a 
Adão (Gênesis 2: 21,22). 
Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada 
mulher, porquanto do homem foi tomada (Gênesis 2: 23). 
A mulher foi tirada do lado de Adão, isto é, da sua costela, ela não foi tirada 
da cabeça, pois não é sua função dominá-la; nem de seus pés, pois não foi 
criada para ser pisada por ele (Gênesis 2: 21,22).
A Bíblia nos relata o momento em que Deus criou a primeira mulher: Eva. Na realidade essa passagem 
bíblica é apenas uma metáfora,pois tanto os homens como as mulheres possuem 12 pares de costelas 
que protegem o coração, os pulmões, o fígado e o baço.
Entretanto, na Medicina, diversas são as indicações cirúrgicas que retiram costelas com objetivos 
terapêuticos e reparadores. Em cirurgia torácica, deformidades relevantes do tórax, como o pectus 
excavatum e o pectus carinatum, são reparados com a retirada parcial das cartilagens costais e o 
reposicionamento do esterno. Também não é incomum a necessidade de retirada de costelas após 
traumatismos torácicos ou em toracotomias muito extensas.
De natureza igual, a retirada de costelas tem sido uma indicação frequente em cirurgia 
plástica para usá-las como enxerto em processos reparadores de orelhas, nariz e outras cirurgias 
craniomaxilofaciais. Parece existir uma bruma em torno desse processo, pois, ao que parece, diversas 
celebridades sujeitam-se a essa cirurgia, sem, conquanto, assumirem tal fato. Isso já é considerável 
para que exista uma agitação nos meios de difusão de informação e a existência de diversas candidatas 
a sua realização, procurando conquistar um corpo visto como “perfeito” pela sociedade, pondo em 
risco sua plenitude física e emocional.
112
Unidade II
Sabemos agora que as costelas são em número de 12 pares, tanto em indivíduos do sexo masculino como 
do sexo feminino. Elas têm formato de semiarcos, conforme ilustra a figura a seguir, unindo as vértebras 
torácicas ao esterno. As costelas são classificadas em: costelas verdadeiras, I-VII (articulam-se diretamente 
ao esterno por intermédio das cartilagens costais); costelas falsas, VIII-X (articulam-se indiretamente com 
o esterno, unindo-se suas cartilagens costais umas às outras); e por fim as costelas flutuantes, costelas XI 
e XII (são curtas e livres e protegem o fígado e o estômago).
Figura 119 – As costelas
Logo abaixo do arco costal direito é possível palpar o fígado, durante a inspiração. Abaixo do arco 
costal esquerdo situa-se o estômago, não palpável, e o baço, que pode ser palpado no lado esquerdo, 
especialmente quando possui um aumento patológico.
Uma costela típica apresenta a cabeça, o colo e o corpo. Com exceção das costelas I, XI, e XII, as 
outras podem ser consideradas costelas típicas, embora a VIII, a IX e a X sejam mais curtas e cooperem 
para constituir a margem costal. A primeira costela é a mais curta entre as costelas verdadeiras. Além 
disso, ela é mais larga e plana do que as outras, localizando-se sob a clavícula anteriormente, o que 
dificulta sua palpação. A artéria subclávia e a veia subclávia sulcam na face posterior. 
 Observação
Excepcionalmente, pode existir uma costela cervical e uma costela 
lombar, as quais são consideradas costelas supranumerárias, geralmente 
conectadas com a C7 e a L1, concomitantemente. 
5.1.13 A coluna vertebral
Estudaremos agora a coluna vertebral, ilustrada na figura a seguir. Ela oferece um suporte axial para 
o tronco. A coluna vertebral estende-se desde o crânio até a pelve, onde o peso do tronco é transmitido 
aos membros inferiores. Outra função dela consiste em proteger a medula espinal, provendo ainda 
pontos de fixação para as costelas e para os músculos do dorso e do pescoço. No feto e na criança, a 
coluna vertebral consiste de 33 ossos separados, ou vértebras. Inferiormente, nove vértebras se fundem 
113
ANATOMIA
para compor dois ossos, o sacro e o cóccix. Os 24 ossos restantes permanecem como vértebras individuais 
separadas por discos intervertebrais.
Figura 120 – Arranjo anatômico geral da coluna vertebral em vistas 
anterior, lateral e posterior, respectivamente
 Observação
Herófilo, e depois Vesalius, chamaram assim o cóccix por sua semelhança, 
em conjunto, com o formato do bico do pássaro cuco. Jean Riolan dá 
outra explicação: declara que na emissão de gases pelo ânus, o som “ecoa” 
no cóccix, o osso do “apito”. Curiosamente, devido do costume do cuco 
fêmea em se apoderar dos ovos de outros pássaros e chocá-los como seus, 
os gregos antigos utilizavam a palavra Kókkys como termo grosseiro às 
mulheres adúlteras.
5.1.13.1 Regiões e curvaturas
A coluna vertebral mede aproximadamente 70 centímetros em um adulto, sendo responsável por 
dois quintos da massa corporal total e possui cinco regiões principais. São sete vértebras cervicais, 12 
vértebras torácicas, cinco vértebras lombares, cinco sacrais e três a cinco vértebras coccígeas.
Quando a coluna vertebral é vista lateralmente, se observam as quatro curvaturas, conforme 
ilustra a figura a seguir, responsáveis por seu formato sinuoso. As curvaturas cervical e lombar 
são côncavas posteriormente; as curvaturas torácica e sacral são convexas posteriormente. Essas 
114
Unidade II
curvaturas aumentam a elasticidade e a flexibilidade da coluna, possibilitando que ela trabalhe de 
maneira mais semelhante a uma mola do que a uma haste rija.
 Lembrete
Curvaturas convexas na vista posterior são chamadas cifoses, e na vista 
anterior, lordoses.
 
Normal NormalHipercitose Hiperlordose Escoliose
Figura 121 – Curvaturas da coluna vertebral 
A cifose é uma curvatura normal da coluna vertebral localizada na região torácica, presente em todos 
os indivíduos. A hipercifose é uma modificação nessa região da coluna vertebral que leva a um aumento 
da cifose normal, deixando os ombros projetados para frente e o dorso arredondado. A curvatura normal 
da região lombar é uma curvatura anterior chamada de lordose. Em caso de uma curvatura excessiva 
dessa região, dizemos então que se trata de uma hiperlordose. A escoliose é uma condição em que a 
coluna vertebral do indivíduo apresenta uma deformação lateral em forma de curva. A curva, em geral, 
tem um formato em “S” ou “C”. 
5.1.13.2 Elementos das vértebras
As estruturas anatômicas encontradas em quase todas as vértebras, exceto em C1 e C2, servem como 
meio de diferenciação destas com os demais ossos do esqueleto. Todas as vértebras têm sete elementos 
fundamentais: o corpo vertebral, o processo espinhoso, o processo transverso, os processos articulares, 
as lâminas, os pedículos e o forame vertebral. A C7 possui um processo espinhoso longo e proeminente, 
conforme ilustra a figura a seguir:
115
ANATOMIA
Processo articular superior
Processo articular inferior
Processo transverso
Processo espinhosoLâmina
Arco 
vertebral
Corpo vertebral
Pedículo
Figura 122 – Vista posterossuperior esquerda. Com exceção de C1 e C2, todas as vértebras são 
formadas pelos mesmos elementos estruturais
Na idade avançada acontece especialmente em mulheres uma redução de massa óssea chamada de 
osteoporose. A desmineralização e a diminuição do número de trabéculas ósseas reduzem a resistência 
dos corpos vertebrais que podem de tal modo sofrer fraturas, mesmo na falta de traumas. Algumas das 
causas da osteoporose são a falta de estrógenos, dependente da idade, e uma alimentação pobre em 
vitamina D e cálcio. 
As características regionais possibilitam a diferenciação das vértebras pertencentes a cada 
região, conforme ilustra a figura a seguir. Diversos são os elementos de distinção. As vértebras 
cervicais apresentam um corpo pequeno. Geralmente possuem o processo espinhoso bífido e 
horizontalizado, e os seus processos transversos têm os forames transversários que permitem a 
passagem da artéria vertebral. Nas vértebras torácicas o processo espinhoso não é bifurcado, se 
apresenta descendente e pontiagudo.
As vértebras torácicas se articulam com as costelas, sendo que as superfícies articulares dessas 
vértebras são chamadas de fóveas e hemifóveas. As fóveas podem estar situadas no corpo vertebral, no 
pedículo ou nos processos transversos. O forame vertebral tem o formato circular. 
Nas vértebras lombares os corpos vertebrais são maiores, pois suportam a massa corporal. O processo 
espinhoso é quadrilátero, além de estar disposto em posição horizontal. Apresenta o forame vertebral em 
formato triangular e os processos mamilares. Possui o processo transverso bem desenvolvido, chamado 
de apêndice costiforme.Pode ser distinguido também por não possuir forame no processo transverso e 
nem a fóvea costal. 
As vértebras consideradas atípicas são C1, ou atlas, e C2, ou áxis, ou ainda epistrofeu. 
C1 C2 Cervical Torácica Lombar
Figura 123 – Características regionais das vértebras
116
Unidade II
 Lembrete
C1 não possui corpo vertebral, nem processo espinhoso.
 
Atlas, representado na figura a seguir, foi um gigante mitológico de força cavalar, filho 
de Iápeto e Clímene, que após a derrota dos Titãs para os Deuses foi condenado por Júpiter 
a amparar o mundo nos ombros. É essa imagem do Titã que é relizada por vários escultores. 
Chama-se atlas a vértebra C1, por analogia, já que ela sustenta a cabeça. 
Figura 124 – Atlas, em Viena, Áustria
 
A C1 apresenta como a principal distinção dela para as outras vértebras o fato de não ter corpo 
vertebral. Além disso, essa vértebra possui outras estruturas: o arco anterior do atlas, que constitui 
aproximadamente 1/5 do anel; o tubérculo anterior; a fóvea do dente, que se articula com o processo 
odontoide; o arco posterior do atlas, que constitui aproximadamente 2/5 do anel; e o tubérculo posterior. 
A C2 apresenta um processo ósseo forte chamado de processo odontoide.
O sacro tem o formato de uma pirâmide quadrangular com a base voltada para cima e o ápice para 
baixo. Articula-se superiormente com L5 e inferiormente com o cóccix. Ele é diferente conforme o sexo. 
Nas mulheres o sacro é mais largo e curto do que nos homens e tem uma curva mais pronunciada, 
possivelmente relacionada com a forma do restante da pelve óssea feminina, adequada para a gestação.
5.1.13.3 Os discos intervertebrais
Os 23 discos intervertebrais conectam os corpos vertebrais vizinhos. A defasagem entre o número de 
vértebras e o número de discos intervertebrais deriva do fato de que os ossos das regiões sacral e coccígea 
não possuem disco intervertebral entre si e que C1 e C2 são conectadas através de articulações sinoviais.
117
ANATOMIA
 Lembrete
As articulações da cabeça não apresentam discos intervertebrais. A 
falta dos discos entre o osso occipital, a C1 e a C2 possibilita a grande 
movimentação dessa região. 
Os discos intervertebrais consistem em um anel fibroso externo que envolve um núcleo pulposo 
interno. A pressão sobre o disco intervertebral gera uma expansão do núcleo pulposo, em todas as 
direções, uma vez que é abundante a presença de água e o disco não pode ser comprimido. Essa expansão 
determina uma força de tração no anel fibroso. Portanto, o disco intervertebral desempenha um papel 
de “almofada aquosa”.
O esforço de compressão diário motiva uma diminuição reversível de água do núcleo pulposo, que 
implica a redução da altura dos discos intervertebrais e da estatura do corpo. Com a descompressão 
acontece uma reidratação, induzindo nutrientes ao disco intervertebral. Entretanto, os vasos de sangue 
estão presentes apenas nas camadas mais externas do anel fibroso.
A figura a seguir mostra que diversas atividades esportivas, como pular corda, saltos de trampolim 
ou jogging, levam a um aumento considerável da carga que age sobre a coluna vertebral. Saltos leves 
sobre um trampolim provocam uma pressão máxima de 240%; saltos altos, uma carga de 380%. Pular 
corda sem grande esforço resulta em uma carga de 240%. Jogging realizado com sapatos apropriados 
eleva a carga para valores de 170%, um dos motivos pelos quais indivíduos com artrose avançada 
de joelho deveriam evitar esse tipo de carga. Citamos também que valores consideravelmente mais 
altos com cargas dinâmicas estão presentes. Por esse motivo, durante cargas esportivas, como no 
levantamento de peso, deve-se prestar atenção para que a realização do movimento seja efetuada 
com a técnica apropriada, uma vez que ela leva a uma melhor distribuição de cargas na região dos 
discos intervertebrais. 
Em pé
Deslizando sobre bolas suíças
Praticando jogging
Saltando do trampolim
Pulando corda
Apoiando sobre quatro apoios
Com as costas arqueadas
Com acentuação da lordose lombar
0% 50% 100% 150% 200% 250%
Momento de curvatura
Pressão intradiscal
Figura 125 – Pressão intradiscal e momentos de curvatura nos fixadores vertebrais para diferentes 
atividades esportivas relacionados aos valores na posição em pé
118
Unidade II
 Lembrete
Os discos intervertebrais representam um tecido com redução do 
metabolismo e mínima aptidão regenerativa. 
A herniação do núcleo pulposo para dentro do anel fibroso ou através dele é uma causa comum 
de lombalgia e, muitas vezes, é chamada de ruptura ou deslizamento do disco intervertebral. Atividade 
física, como os alongamentos, descomprime os discos e aumenta a circulação de sangue geral, o que 
acelera a captação de O2 e de nutrientes pelos discos e a retirada de metabólitos.
 Observação
Uma musculatura abdominal e lombar forte protege a coluna vertebral 
e é capaz de fazer com que o disco intervertebral seja predominantemente 
submetido à pressão.
5.1.13.4 Variações no número das vértebras
A maioria dos indivíduos apresenta 33 vértebras, porém alguns podem ter 32 ou 34 vértebras em 
razão de erros no desenvolvimento. As estimativas da frequência de números anormais das vértebras 
acima do sacro alteram entre 5% e 12%. As variações das vértebras são afetadas por diversos fatores 
de variação anatômica, como a raça e o sexo, e ambientais. O aumento do número de vértebras é mais 
comum em homens e a diminuição do número é mais habitual em mulheres. Algumas raças expõem 
maior variação do número de vértebras. As variações do número de vértebras podem ser clinicamente 
relevantes. 
5.1.14 A cintura escapular
Veremos agora a cintura escapular, composta de escápula e clavícula, conforme ilustram as figuras 
a seguir. A clavícula é um osso par que compõe parte da cintura escapular. Ela é um osso alongado, 
ou seja, que embora comprido, nem sempre apresenta cavidade medular, conforme estudamos na 
classificação da morfologia óssea. Portanto, não é um osso longo típico por não possuir todos os 
atributos indispensáveis para assim ser contemplada. A clavícula tem o formato curvado como um “S” 
itálico e se localiza quase que horizontalmente logo acima da I costela. A escápula é um osso par, plano 
e triangular, que articula-se com dois ossos: o úmero e a clavícula.
 Observação
O nome escápula provém de uma palavra que significa “pá”, pois em 
culturas antepassadas as escápulas de animais eram usadas como pás.
119
ANATOMIA
Figura 126 – A escápula
Figura 127 – A clavícula
5.1.15 O membro superior
Estudaremos agora os ossos dos membros superiores. Os membros superiores dos seres humanos, 
ao passar da posição quadrúpede para a bípede, reduziu sua função de locomoção, porém ganhou 
mobilidade e preensão. Os ossos dos membros superiores podem ser divididos em três segmentos: o 
braço, o antebraço e as mãos.
O úmero, localizado no braço, é o maior e mais longo osso do membro superior. Dois ossos longos 
paralelos, o rádio e a ulna, compõem o esqueleto do antebraço. Na posição anatômica, o rádio situa-se 
lateralmente e a ulna medialmente. Veja as figuras a seguir:
Figura 128 – O úmero
Figura 129 – O rádio
120
Unidade II
Figura 130 – A ulna
 Observação
Algumas vezes é pertinente utilizar algum recurso que auxilie a lembrar 
de um novo dado. Tal ajuda é chamada de dispositivo mnemônico, ou, mais 
facilmente, “ativador da memória”. Para auxiliá-lo a lembrar da localização 
da ulna em relação à mão, um mnemônico pode ser m.u. (o “mindinho” está 
no lado da ulna), ou, ainda, o polegar é a “antena” do rádio.
A mão preênsil representa, em companhia com o encéfalo e a laringe, o seu comprometimento na 
capacidade da fala, um “órgão cultural” imprescindível para a evolução dos homens. É consenso que 
a evolução da mão, até atingir a aptidão de produção de ferramentas, aconteceu anteriormente ao 
avanço da fala. De qualquer maneira, a mão apresenta um papel relevante na comunicação não verbal, 
ou guiando a palavra proferida ou, ainda, como parteda linguagem corporal. 
As funções preênsil e tátil da mão são fundamentais e carecem das articulações dos dedos, com 
o polegar exibindo uma movimentação extraordinária e podendo ostentar uma posição de oposição 
em relação aos quatro outros dedos. Os papéis das articulações das mãos são inerentes no uso e no 
posicionamento adequado das mãos em relação ao antebraço. Para que os dedos ajam em afazeres 
mais concisos, manuseando artefatos pequenos, na escala de milímetros, os dedos têm que ser finos: 
não apresentam músculos e são movidos por longos tendões dos músculos do antebraço e, ainda, dos 
músculos intrínsecos da mão. 
Coligado à visão, os humanos podem utilizar o sentido tátil da mão para o reconhecimento de um 
espaço tridimensional e de seus artefatos. A relevância da mão procedeu no uso da expressão “palpar” 
também para o entendimento de processos abstratos.
A mão se divide em carpo, metacarpo e ossos dos dedos, conforme ilustra a figura a seguir. O carpo 
é formado por oito ossos dispostos em duas fileiras: proximal e distal. A fileira proximal de lateral para 
medial inclui o escafoide, o semilunar, o piramidal e o pisiforme. A fileira distal de lateral para medial 
inclui o trapézio, o trapezoide, o capitato e o hamato. 
O metacarpo é composto de cinco ossos, que são numerados de lateral para medial em I, II, III, IV e V 
metacarpos e obedecem aos dedos da mão. Eles são classificados como ossos longos. Entre os ossos do 
metacarpo há os espaços interósseos. 
121
ANATOMIA
Os cinco dedos da mão de lateral para medial são: o polegar (I), o dedo indicador (II), o dedo médio 
(III), o dedo anular (IV) e o dedo mínimo (V). Apresentam 14 falanges, cada uma com uma base, um corpo 
e uma cabeça. Elas são classificadas como ossos longos. Os dedos de II a V apresentam três falanges: 
proximal, média e distal. O dedo I possui duas falanges: proximal e distal.
Rádio UlnaUlna
Escafoide
Trapézio
Tubérculo do escafoide
Tubérculo do rapezoide
Trapezoide
Processo estiloide do rádio Processo estiloide da ulna
Semilunar
Piramidal
Pisiforme
Hamato
Hâmulo do osso hamato 
Osso do metacarpo
Capitato 
Figura 131 – A mão
 Observação
Para memorizar os ossos do carpo (de proximal para distal e de lateral 
para medial): “Um barco (escafoide) viajou a luz do luar (semilunar) em 
torno da pirâmide (piramidal) e pela plantação de ervilhas (pisiforme). O 
grande trapézio (trapézio), o trapézio pequeno (trapezoide) e a grande 
cabeça (capitato) têm que permanecer junto ao gancho (hamato)”. 
5.1.16 A cintura pélvica
Abordaremos agora a cintura escapular. Ao assumir a marcha ereta, e em similaridade à coluna 
vertebral, a pelve humana possui grandes desigualdades funcionais, em comparação à dos quadrúpedes. 
Ela é extraordinariamente maciça, em comparação à pelve de quadrúpedes, uma vez que ampara grande 
parte da massa corporal, exceto dos membros inferiores. Na posição ereta, o peso das vísceras abdominais 
e das vísceras pélvicas é empregado especialmente sobre a pelve.
A cintura pélvica, do latim pelvis (bacia), é formada pelos ossos do quadril, que se articulam entre si, 
pelas vértebras coccígeas e pelo sacro. O osso do quadril, conforme ilustra a figura a seguir, é classificado 
morfologicamente em plano ou irregular. A sua constituição inclui três ossos isolados: o ílio, o ísquio 
e o púbis. Nos seres humanos, até à puberdade, as três peças ósseas que compõem o osso do quadril 
continuam conectadas umas às outras por cartilagem; a partir desse período acontece a ossificação 
da cartilagem, e o osso do quadril passa a ser único, apesar de permanecerem as nomeações das peças 
ósseas que o formam originalmente. 
122
Unidade II
Figura 132 – O osso do quadril
O estreito superior da pelve, ao nível das linhas arqueadas, a divide numa parte superior, a 
pelve maior ou falsa, e outra parte inferior, a pelve menor ou verdadeira. A pelve maior aloja 
os órgãos abdominais, enquanto a menor acomoda os órgãos do sistema genital e o final do 
sistema digestório.
 Observação
O conhecimento da pelve feminina apresenta relevância durante a 
gestação e o parto. As dimensões da pelve menor aumentam e a sínfise 
púbica se torna mais flexível nas gestantes à medida que os hormônios – 
no caso, a relaxina, produzida pelo corpo lúteo e pela placenta – promovem 
o relaxamento dos ligamentos pélvicos.
A sínfise púbica é uma articulação semimóvel que une os ossos do quadril. 
 Lembrete
A pelve representa um conjunto ósseo, em formato de anel, que 
transmite o peso da cabeça, do pescoço, dos membros superiores e do 
tronco, através de suas articulações até os membros inferiores.
Conforme ilustram as figuras a seguir, a pelve feminina e a pelve masculina possuem peculiaridades 
distintas. Comparada com a pelve masculina, a feminina possui os ossos mais suaves e delgados, com as 
saliências e as depressões menos pronunciadas; o promontório é mais saliente; a sínfise púbica e o sacro 
são mais curtos; a concavidade sacral é mais funda; as fossas ilíacas são maiores, mais rasas, achatadas 
e horizontais; a inclinação pélvica apresenta 4° a mais; o arco púbico é mais ampliado; os acetábulos são 
mais separados; o forame obturado é mais oval, com predomínio transverso nos homens, e mais circular 
nas mulheres; e os ossos fêmures são mais oblíquos.
123
ANATOMIA
Articulação 
sacroilíaca
Promontório 
sacral
Diâmetro anatômico 
≅ 11 cm da abertura 
superior da pelve
Diâmetro transverso 
≅ 13 cm da abertura 
superior da pelve
Diâmetro oblíquo 
≅ 12,5 cm da abertura 
superior da pelve
Eminência iliopúbica
Espinha isquiática
Túber isquiático
Arco púbico
Sínfise púbica
 
Figura 133 – A pelve feminina
As asas do ílio são 
mais alargadas
Diâmetro 
transverso da 
pelve
Diâmetro oblíquo 
da pelve
Todas as medidas são 
ligeiramente menores que 
no sexo feminino, no que diz 
respeito ao tamanho do corpo
A sínfise púbica 
é mais profunda 
(mais lata)
O arco púbico e o 
ângulo subpúbico 
são mais estreitos
A abertura superior da 
pelve está orientada mais 
anteroposteriomente 
que no sexo feminino, 
onde ela tende a ser 
transversalmente oval
Diâmetro anatômico 
da pelve
Os túberes 
isquiáticos estão 
mais afastados
Figura 134 – A pelve masculina
5.1.17 O membro inferior
Veremos agora os membros inferiores. Os membros inferiores dos seres humanos desenvolveram-se, 
sobretudo, para a manutenção da massa corporal e a locomoção. Portanto, eles têm a capacidade de 
movimentar-se de um lugar para outro e sustentar o equilíbrio. Os ossos dos membros inferiores podem 
ser divididos em três segmentos: a coxa, a perna e os pés. Os membros inferiores são unidos ao tronco 
pela cintura pélvica. 
A marcha ereta dos humanos solicita adaptações morfológicas, não apenas na pelve, mas também 
na parte livre do membro inferior, responsáveis por muitas diferenças entre os membros inferiores e os 
124
Unidade II
membros superiores. Em virtude da sustentação de massa corporal, o fêmur é um osso muito mais vigoroso 
do que o úmero. O acetábulo da articulação do quadril é expressivamente mais profundo do que a cavidade 
glenoide da articulação do ombro, ocasionando em uma resistência maior contra luxações, contudo, 
possuindo uma movimentação mais restringida. Ao mesmo objetivo desempenham os ligamentos que são 
muito fortes, cujo arranjo possibilita a postura ereta, com um mínimo de empenho, em uma articulação do 
quadril em extensão. Os prestigiosos ligamentos do joelho não apenas resistem a luxações como se exibem 
estendidos, transformando os membros inferiores em “colunas estáveis”, adequados para sustentar a massa 
corporal sem grande vigor muscular. A disposição assimétrica dos ligamentos da articulação do quadril e 
da articulação do joelho, por exemplo, possibilita uma flexão máxima sincrônica durante a corrida.
O fêmur, representado na figura a seguir, é o mais longo e pesado osso do organismo humano. Influencia, 
de maneira significativa, a estatura de um indivíduo, em vida, que pode sermedida a partir do comprimento do 
fêmur, por exemplo, na Arqueologia. O fêmur transmite o peso do tronco e da pelve para a tíbia. 
Figura 135 – O fêmur
 Observação
Em caso de fratura do fêmur acontece a perda de aproximadamente um 
a dois litros de sangue, isto é, há o risco de choque por hipovolemia. 
Hipovolemia é o estado de diminuição do volume de sangue.
A patela é um osso pequeno e triangular, situada anteriormente à articulação do joelho. É o maior 
osso sesamoide do corpo humano e se divide em base, ápice, face anterior e face articular. A face anterior 
é convexa, enquanto a posterior possui uma área articular lisa e oval, conforme vimos anteriormente. 
Afora pelo fêmur, a tíbia, conforme ilustra a figura a seguir, é o maior osso no corpo humano que 
aguenta a massa corporal. Está situada medialmente na perna. A tíbia tem o papel de transferir o peso 
do fêmur para o tálus.
Figura 136 – A tíbia 
125
ANATOMIA
 Observação
O termo tíbia quer dizer flauta, pois os ossos tibiais de pássaros eram 
utilizados antigamente para fazer instrumentos musicais.
A fíbula, conforme ilustra a figura a seguir, localiza-se lateralmente e um pouco posterior à tíbia. 
Não possui a função de manutenção da massa corporal. 
Ela não contribui com a articulação do joelho e tão-só auxilia a estabilizar a articulação do tornozelo. 
Figura 137 – A fíbula
 Observação
A fíbula, do latim fíbula (espeto, agulha, prego) é reconhecida como 
termo anatômico em virtude à similaridade com a agulha. O termo estaria 
relacionado à “infibulação”, processo usado pelos romanos no qual uma 
agulha de prata era inserida no prepúcio de adolescentes a fim de evitar 
relações sexuais prematuras.
 Lembrete
A fíbula não transfere, de maneira significativa, o peso do fêmur para o pé.
Vamos estudar o último segmento dos membros inferiores? O pé se divide em: tarso, metatarso e 
falanges, que compõem o esqueleto dos dedos (veja a figura a seguir). Os pés são responsáveis pela 
sustentação e pela locomoção. O pequeno desenvolvimento dos ossos dos dedos dos pés recorre-se 
pelo fato de que, com a aquisição da postura ereta, os dedos dos pés humanos abandonaram o papel de 
órgãos de preensão, diversamente de outros primatas.
O tarso apresenta sete ossos, divididos em duas fileiras: a proximal e a distal. Os dois ossos da fileira 
proximal são o calcâneo e o tálus. Já a fileira distal abrange o osso navicular, o osso cuboide, o osso 
cuneiforme medial, o osso cuneiforme intermédio e o osso cuneiforme lateral. Ele transmite a massa 
corpórea em dois sentidos: inferior e posterior, para o calcâneo; e inferior e anterior, para o calcâneo e 
o osso navicular, os quais, por sua vez, a transmitem para os ossos da fileira distal e para os metatarsos. 
126
Unidade II
O calcâneo é um osso quadrangular que compõe o calcanhar, transferindo a massa corporal 
transmitida pelo tálus ao solo. É o mais volumoso dos ossos do tarso. O osso navicular está localizado 
medialmente no pé. O osso cuneiforme medial apresenta o formato de “cunha”. O osso cuboide é o maior 
da fileira distal do tarso.
O metatarso é composto de cinco ossos, que são numerados de medial para lateral em I, II, III, IV e 
V. Esses ossos são longos e determinam a ligação entre o tarso e as falanges. Diferentemente das mãos, 
em que o polegar possui enorme independência de movimentação, no metatarso todos os ossos são 
paralelos e no mesmo plano. Os dedos dos pés de medial para lateral são: o hálux, ou I dedo, o II dedo, o 
III dedo, o IV dedo e o dedo mínimo ou V dedo. As falanges são ossos longos. Há três falanges – proximal, 
média e distal – em cada dedo, exceto o hálux e, às vezes, o dedo mínimo possuem tão-só duas falanges. 
Falange proximal
Falange média
Falange distal
Falange distal hálux
Falange proximal do hálux
Falanges
Articulações interfalangeanas
Metatarsos
Cuneiformes
Cuboide
Calcâneo
Fíbula
Tíbia
TarsoNavicular
Tálus
Figura 138 – O pé
 Observação
Na clínica médica usa-se, comumente, outra divisão, que define a região 
do antepé, na divisão anatômica supracitada. O tálus e o calcâneo compõem 
o retropé. Os demais ossos do tarso e do metatarso formam o mediopé. 
127
ANATOMIA
6 ARTROLOGIA E MIOLOGIA
6.1 Artrologia
Note uma manobra de um esquiador estilo livre em uma montanha ou um jogador driblando e 
deixando os defensores para trás e você estará observando as articulações em ação, conforme ilustram 
as figuras a seguir. Os músculos puxam os ossos para movê-los, entretanto, o movimento não seria 
possível sem as articulações entre os ossos. 
Figura 139 – Esquiador
Figura 140 – Drible no futebol 
Agora estudaremos as articulações. O local onde dois ou mais ossos se encontram, existindo ou não 
movimento entre eles, é chamado de articulações ou junturas. 
Ainda que sempre reflitamos em articulações como móveis, esse nem sempre é o caso. Muitas 
possibilitam apenas movimentos limitados e outras não consentem nenhum tipo de movimento 
aparente. A estrutura de uma determinada articulação está diretamente relacionada com o seu grau 
de movimento. As articulações móveis são locais do corpo onde os ossos se movimentam em contato 
próximo um com o outro. Ao trabalhar com máquinas, compreendemos que as peças que fazem contato 
entre si demandam maior conservação. Contudo, em nossos corpos, destinamos a dar pouca importância 
às articulações móveis até que patologias ou danos tornem a mobilidade muito precária. Se a mobilidade 
for limitada, mesmo em uma articulação altamente móvel, a qualquer instante durante a vida de um 
indivíduo uma articulação móvel pode ser transformada em uma articulação imóvel.
128
Unidade II
Veremos, então que os três tipos principais de articulações podem ser subdivididos em sinartroses, 
anfiartroses e diartroses. As partes ósseas das sinartroses são conectadas por um “tecido de preenchimento”. 
Nas sinartroses encontram-se as articulações fibrosas, cuja conexão óssea é constituída por tecido 
conjuntivo, enquanto nas anfiartroses encontram-se as articulações cartilagíneas, cuja conexão óssea 
é composta de cartilagem. As diartroses se caracterizam pela presença de uma cavidade articular entre 
os ossos articulados, preenchida por líquido, o líquido sinovial ou sinóvia. As articulações fibrosas e 
cartilagíneas são estabelecidas pela continuidade dos ossos articulantes por meio do tecido interposto. 
As articulações sinoviais se fazem por contiguidade.
6.1.1 Articulações fibrosas
Estudaremos a seguir as articulações fibrosas. Nelas, os ossos são conectados, entre si, por fibras de 
tecido conjuntivo, e desse modo é possível muito pouco movimento. Consideram-se os seguintes tipos 
de articulações fibrosas: as suturas, as sindesmoses, as gonfoses e as esquindileses.
6.1.1.1 Suturas
Nas suturas, existe pequeno afastamento entre os ossos e, consequentemente, pequena quantidade 
de tecido conjuntivo interposto. As suturas da calota craniana são exemplos deste tipo de articulação.
A morfologia dessas suturas difere. Distinguimos: a sutura serrátil, a sutura escamosa e a sutura 
plana, conforme as figuras a seguir:
Sutura sagital
Figura 141 – Vista superior do crânio 
129
ANATOMIA
Sutura escamosa
Figura 142 – Vista lateral do crânio
Sutura palatina 
mediana
Figura 143 – Palato duro, vista inferior
Na sutura serrátil as margens apresentam dentículos que se engrenam, sendo simples, 
inicialmente, e podendo, mais tarde, exibir a extremidade mais dilatada que a base, o que impede 
o afastamento dos ossos. A sutura escamosa possui as margens ósseas cortadas em bisel, à custa 
das faces opostas dos ossos. Na sutura plana as margens ósseas são planas e lisas.
6.1.1.2 Sindesmoses
Nessas articulações fibrosas, as sindesmoses ocorrem quando o afastamento entre os ossos é 
grande e há consequentemente grande quantidade de tecido conjuntivo interposto. Os dois ossos 
vizinhos são conectados por fibras colágenas de tecido conjuntivo, como a membrana interóssea 
130
Unidade II
do antebraço, entre

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