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FACULDADES INTEGRADAS PADRÃO – GUANAMBI-BA 
 SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS V 
NOME: Henrique Tulio Martins Tolentino 
5° PERÍODO 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE ACADÊMICA 
TIC´s – Pressão de Perfusão Cerebral (PPC) – SEMANA 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUANAMBI/BA 
2023 
 
PERGUNTA: 
Como podemos calcular a pressão de perfusão cerebral? Quais os valores de 
referência? Quais as medidas imediatas devemos tomar na suspeita de elevação 
da Pressão Intracraneana (PIC)? 
RESPOSTA: 
O reconhecimento precoce e o tratamento imediato de situações de 
hipertensão intracraniana são cuidados prioritários no manuseio de pacientes 
neurocirúrgicos, a fim de minimizar efeitos deletérios passíveis de morbimortalidade. A 
observação contínua da pressão intracraniana é um meio auxiliar importante para 
detecção e atendimento de determinada situação. 
Para entender a monitorização da Pressão Intracraniana é necessário 
conhecer os mecanismos compensatórios da mesma, além do significado dos 
diferentes níveis pressóricos. Dessa forma, compreende-se que através da auto 
regulação do sistema nervoso central, ou seja, através da capacidade intrínseca de 
constrição e dilatação dos vasos que se mantém o fluxo sanguíneo cerebral 
adequado. Essa capacidade permite que haja a manutenção do fluxo, desde que tanto 
a pressão arterial sistêmica, quando a pressão intracraniana esteja dentro dos limites 
da normalidade. 
Dessa forma, considera-se como limite de normalidade, pressão arterial média 
de 50 a 170mmHg e pressão intracraniana atingindo aproximadamente 30mmHg. 
Quando a pressão intracraniana vai além de 30mmHg podem ocorrer distúrbios no 
mecanismo compensatório e o fluxo sanguíneo cerebral torna-se dependente da PAS. 
Da mesma forma, a queda da pressão arterial sistêmica pode acarretar prejuízos na 
manutenção do fluxo sanguíneo cerebral. Sabe-se que quando a pressão de perfusão 
cerebral é menor que 60mmHg, diminui o fluxo sanguíneo cerebral porque o 
mecanismo de auto regulação começa a falhar. 
A Pressão de Perfusão Cerebral (PPC) é a diferença entre a pressão arterial 
média e a pressão intracraniana. O cálculo consiste em: 
 
 
 
O fluxo sanguíneo cerebral torna-se insuficiente quando a PPC está abaixo 
de 40mmHg, sendo que os limites de normalidade se localizam geralmente entre 80 
e 90mmHg.Hipóxias irreversíveis ocorrem quando a PPC está menor que 30mmHg. 
No exame físico inicial, enfoca-se uma breve avaliação do estado 
neurológico, incluindo o nível de consciência e o exame pupilar. A suspeita de 
trauma cervical sempre está presente no TCE grave. 
As metas no tratamento são dirigidas para a prevenção do segundo insulto, 
que exacerba o dano neuronal e acentua a lesão cerebral secundária. Tal meta é 
buscada através de intervenções dirigidas para a redução da pressão intracraniana, 
a maximização da pressão de perfusão cerebral e da oferta de oxigênio ao cérebro. 
A PPC e a oferta de oxigênio dependem de ventilação adequada, da função cardíaca 
e da perfusão sistêmica. 
O atendimento imediato, objetivando o correto diagnóstico e a estabilização 
do paciente é essencial. O roteiro de tratamento deve incluir medidas que visem à 
estabilização global do paciente, assim como medidas específicas para o controle da 
pressão intracraniana. Medidas gerais incluem: 
 
 Posição da Cabeça - Posição neutra e elevada a 30° para otimizar o retorno 
venoso; 
 
 Temperatura Corporal - Manutenção do paciente normotérmico, evitando 
agressivamente a hipertermia, pois pode aumentar o metabolismo cerebral; 
 
 Monitorização hemodinâmica - Recomenda-se a instalação de um cateter 
arterial, para medida de PAM contínua, e cateter central com medida de 
pressão venosa central. Hipotensão deve ser tratada agressivamente com 
 
drogas vasoativas. Deve-se tolerar hipertensão arterial sistêmica leve, pois 
esta pode ser compensatória para manter a PPC; 
 
 Manejo Respiratório - Recomenda-se intubação do paciente, quando houver 
sinais clínicos de HIC, Glasgow menor ou igual a 8, presença de sofrimento 
respiratório, hipercapnia ou hipoxemia refratária. A saturação do paciente deve 
ser mantida acima de 92%.A PaCO2 deve ser mantida em torno de 35 mmHg 
(evitar níveis de PaCO2>38 mmHg). Não deve ser usada a hiperventilação 
profilática, pelo risco de vasoconstricção arterial e consequente isquemia 
cerebral; 
 
 Sedacão/Analgesia - O paciente deve ser mantido sem dor e agitação, 
evitando-se estímulos sempre que possível; 
 
 Controle de Crises Convulsivas - As crises convulsivas podem levar à 
hipoxemia e hipercapnia com aumento da PIC e do FSC. Estudos em adultos 
mostram eficácia no uso profilático da fenitoína na primeira semana pós-
trauma, diminuindo o número das crises convulsivas; 
 
 Suporte Nutricional - Iniciar a alimentação do paciente precocemente, 
preferindo-se via enteral; 
 
 Aporte Hídrico - A restrição da ração hídrica é indicada em paciente com 
hiponatremia dilucional. 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 
1. KOIZUMI, M. S. Monitorizacão da pressão intracraniana. Rev. Esc. Enf. USP, São Paulo, 
75(2):147-154, 1981. 
 
2. Giugno, K. M., Maia, T.R., Kunrath, C. L., & Bizzi, J. J. (2003). Tratamento da 
hipertensão intracraniana. Jornal de Pediatria, 79(4), 287-296. https://doi.org/ 
10.1590/S0021-75572003000400005