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Segurança do paciente no período perioperatório Impactos e dificuldades relacionadas a segurança cirúrgica ERRO HUMANO Troca de paciente (medicação, operação) Troca da identificação correta do lado do corpo do paciente Sítio cirúrgico equivocado (amputação, prótese, toracotomia, craniotomia) Técnica cirúrgica ou anestésica equivocada Troca de medicação (plantão exaustivo, má remuneração) Profissional (todos) sem treinamento adequado e sem supervisão Uso inadequado de medicação crítica (antibióticos, corticoides) ERRO HUMANO Profissionais de Saúde: Administradores, Chefes, Cirurgiões, Anestesistas Residentes, Enfermagem, equipes de engenharia e manutenção Esterilização vencida Equipamentos defeituosos Falta na manutenção preventiva Aparelhos de anestesia/esterilização Respiradores–gasímetros Aspiradores–oxímetros Capnógrafos Sala de recuperação–UTI Falta de práticas seguras Falta de remédios e equipamentos indispensáveis (Antibióticos-UTI, Próteses, Grampeadores) Dados de incidentes ocorridos no Brasil a realidade brasileira das ocorrências em procedimentos cirúrgicos, através dos números notificados e registrados nos Boletins Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde de 2016, 2017 e 2018; da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. TABELA 1: Números de incidentes notificados, por categoria do serviço e por unidade hospitalar. Brasil (BRASIL, 2016) (BRASIL, 2017) (BRASIL, 2018). ANO QUANTIDADE PERCENTUAL 2016 2028 20,41% 2017 3095 31,15% 2018 4812 48,44% TOTAL 9935 100% FALHAS DURANTE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO TABELA 2: Números de incidentes relacionados à assistência à saúde, notificados por tipo. Brasil (BRASIL, 2016) (BRASIL, 2017) (BRASIL, 2018). ANO QUANTIDADE PERCENTUAL 2016 197 17,65% 2017 403 36,11 2018 516 46,24 TOTAL 1116 100% NOTIFICAÇÕES ENVOLVENDO CIRURGIAS TABELA 3: – Números de incidentes relacionados à assistência à saúde classificados como “outros”. (BRASIL, 2016) (BRASIL, 2017) (BRASIL, 2018 ANO QUANTIDADE PERCENTUAL 2016 375 31,75% 2017 351 29,72% 2018 455 38,53% TOTAL 1181 100% FALHAS DURANTE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO ANO QUANTIDADE PERCENTUAL 2016 14 21,87% 2017 28 43,75% 2018 22 34,38% TOTAL 64 100% TABELA 4: – Óbitos decorrentes de evento adversos relacionados à assistência à saúde, notificados segundo causa. (BRASIL, 2016) (BRASIL, 2017) (BRASIL, 2018) FALHAS DURANTE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO TABELA 5: Números de Never Events notificados, por tipo. (BRASIL, 2016) (BRASIL, 2017) (BRASIL, 2018) TIPO – NEVER EVENTS ANO TOTAL % 2016 2017 2018 Retenção não intencional de corpo estranho em um paciente após a cirurgia 27 41 46 114 56,72 Óbito intra-operatório ou imediatamente pós-operatório / pós-procedimento em paciente ASA Classe 1 8 10 8 26 12,93 Procedimento cirúrgico realizado no lado errado do corpo 5 7 8 20 9,95 Realização de cirurgia errada em um paciente 5 6 8 19 9,45 Procedimento cirúrgico realizado em local errado 3 6 7 16 7,96 Procedimento cirúrgico realizado no paciente errado 1 0 5 6 2,99 TOTAL GERAL 49 70 82 201 100% Dificuldades para a segurança cirúrgica A segurança cirúrgica ainda não foi reconhecida como uma preocupação significativa em saúde pública. Faltam infraestrutura e equipamentos. A segurança de alguns medicamentos é ainda duvidosa. O treinamento das pessoas ainda é insuficiente. Há falhas no controle de infecções. As práticas de segurança existentes parecem não ser efetivamente empregadas em nenhum país. A falta de recursos é um problema em países de baixa renda, mas não é necessariamente o mais importante. Os antimicrobianos, por exemplo, ainda são administrados de maneira inadequada. Dificuldades para a segurança cirúrgica As complicações anestésicas ainda são uma importante causa de morte durante as cirurgias no mundo, apesar de os padrões de segurança e monitorização virem reduzindo esses números. Mesmo os procedimentos mais simples envolvem dezenas de etapas críticas, cada uma com diversas chances para ocorrerem falhas que têm potencial para causar lesão nos pacientes. Por exemplo: identificação correta do paciente e identificação correta do lado do corpo. O ponto mais crítico deste cenário é a interação dos membros da própria equipe cirúrgica: os cirurgiões, os anestesiologistas, a equipe de enfermagem e outros. Não podemos modificar a condição humana, porém podemos modificar as condições em que nós humanos trabalhamos. James Reason BMJ 2000; 320; 760 -770 Referencias 1 Boletim Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde nº 15, 18 e 20: Incidentes Relacionados à Assistência à Saúde – ANVISA. 2 Rodrigues, J.M. et al. Controle de Qualidade em Centro Cirúrgico: Relato de caso de incidente em cirurgia bariátrica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 12, Vol. 01, pp. 27-40. Dezembro de 2020. ISSN: 2448-0959. 3 Organização Mundial da Saúde. Segundo desafio global para a segurança do paciente: Manual - cirurgias seguras salvam vidas (orientações para cirurgia segura da OMS) / Organização Mundial da Saúde; tradução de Marcela Sánchez Nilo e Irma Angélica Durán – Rio de Janeiro: Organização Pan-Americana da Saúde ; Ministério da Saúde ; Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2009.
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