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01 Fundamentos e Princípios da Educação Inclusiva

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FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Fundamentos e Princípios da Educação Inclusiva 
Princípios e Conceitos na Educação Inclusiva. Esse é um tema muito já discutido pela sociedade, mas 
muito ainda se tem a refletir sobre esse tema, pois é notória, a necessidade de mudanças profundas 
na mentalidade da sociedade diante a sua negação sobre o tema inclusão, dificultando assim o enten-
dimento que a inclusão é o caminho certo para que pessoas com necessidades especiais tenham o 
direito a igualdade perante todos, pois assim como qualquer outro ser humano, elas sejam olhadas e 
aceitas por aquilo que são hoje, e não por aquilo que poderão vir a ser e a produzir. 
A pessoa com necessidades especiais tem os mesmos direitos como qualquer outro cidadão brasileiro, 
pois conforme a legislação que nos rege, Art. 5º da CF/88, “Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabili-
dade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. 
 O preconceito e a falta de informação talvez seja um dos maiores fatores que justifique a resistência 
da sociedade em aceitar a inclusão de pessoas com necessidades especiais em nosso cotidiano. 
 Através de uma pesquisa qualitativa de várias obras de autores renomados como: Werneck, Omote, 
Sassaki, Singer e Montoan, podemos fundamentar nossa pesquisa sobre os princípios e conceitos na 
educação inclusiva. 
 Para Werneck: 
A sociedade esta sempre em busca de um padrão de normalidade, quase sempre baseado em concei-
tos estáticos culturais, isso justifica a dificuldade de aceitação no processo de inclusão de pessoas com 
necessidades educativas especiais nas escolas regulares de ensino, pois consideram essas pessoas 
fora do padrão de beleza e de normalidade da sociedade. (WERNECK, 1998, p.21) 
 Omote (1990) se refere à deficiência não só como um problema do aluno, mas de nosso próprio com-
portamento. Singer fala de um princípio muito importante, para ele o princípio da igualdade relaciona-
se com a igual consideração de interesses. Sassaki fala em adaptação da sociedade para que o pro-
cesso de inclusão se realize. Montoan destaca o conceito de autonomia como finalidade da educação 
de pessoas com necessidades educativas especiais. 
 Enfim todos os autores citados convergem em um senso comum, a inclusão na vida escolar de pes-
soas com algum tipo de deficiência é fundamental para seu desenvolvimento e a torne uma pessoa 
digna de todos os direitos de qualquer cidadão comum. 
Princípios E Conceitos 
O Princípio Da Igualdade E A Igual Consideração De Interesses 
Segundo dicionário da língua portuguesa (FERREIRA, 1986, p.34) entende-se por igualdade, “Quali-
dade daquilo que é igual; uniformidade; identidade de condições entre os membros de uma sociedade, 
em que não há privilégios de classes”. 
 A história comprova que pessoas muito diferentes da média na aparência física ou no modo de pensar 
e de agir tem sido vistas como deslize da natureza. É como se a humanidade tivesse um evidente 
padrão de qualidade. 
As sociedades preferem serem lembradas e referidas mais por suas identidades do que por suas dife-
renças. Seres humanos tendem a se agrupar com seus semelhantes em bairros, grupos de adolescen-
tes, de apreciadores de música clássica, etc.. E sempre que possível, até mesmo inconscientemente, 
desprezamos ou evitamos o convívio íntimo com quem consideramos diferente. Quando a diferença é 
uma deficiência, essa tendência se agrava. 
A busca do padrão de normalidade, quase sempre baseado em conceitos estáticos culturais, tem jus-
tificado, através dos séculos, assassinatos de pessoas que se diferenciavam da maioria, apenas por 
terem pele mais escura ou defenderem crenças que fugisse da época. 
Segundo Werneck (1997), a sociedade para todos, conscientes da diversidade da raça humana, estaria 
estruturada para atender às necessidades básicas de cada cidadão, das maiorias às minorias, dos 
 FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
privilegiados aos marginalizados. Crianças, jovens e adultos com deficiência seriam naturalmente in-
corporadas à sociedade inclusiva, definida pelo princípio: “todas as pessoas tem o mesmo valor”. E 
assim, trabalhariam juntas com papéis diferenciados para atingir o bem comum: 
Na sociedade inclusiva não há lugar para atitudes como “abrir espaço para deficientes” ou “aceita-los”, 
num gesto de solidariedade, e depois bater no peito ou mesmo ir dormir com a sensação de ter sido 
muito bonzinho. (WERNECK, 1998, p.22) 
Ninguém precisa ser caridoso, bonzinho, somos sim todos cidadãos, e é nosso dever privar pela qua-
lidade de vida do nosso semelhante, por mais diferente que ele nos pareça ser. 
Em todas as regiões do planeta, pessoas com necessidades especiais estão entre os mais excluídos. 
Excluídos das escolas, do direito de ir e vir, da sociedade em fim. 
Temos a Política Nacional de Educação, elaborada desde 1993. E a partir da Declaração de Salamanca 
(1994) e da nova Lei de Diretrizes e base da Educação, Lei n.º 9.394, muito tem se discutido e se 
atualizado sobre este tema através de discussões de várias ideias com representantes de organizações 
governamentais e não governamentais, abrangendo todos os campos de pessoas com necessidades 
educativas especiais. 
O objetivo dessa política é garantir o atendimento educacional ao aluno portador de necessidades es-
peciais, pois num passado não muito distante as crianças eram segregadas em instituições especiali-
zadas, perdendo a chance de conviver e participar da sociedade em geral. 
Atualmente através de muitas discussões vem se buscando de forma gradual a inclusão de pessoas 
com necessidades educativas especiais nas classes regulares de ensino, com ótimos resultados. 
No entanto, infelizmente esse caminho é longo e moroso, pois vários obstáculos devem ser vencidos 
como: a maioria das escolas do país ainda não recebeu a infraestrutura adequada para a inclusão, à 
maioria dos professores ainda não recebeu qualificação adequada para trabalharem com aluno com 
necessidades educativas especiais previstas em lei, sem falar no pior dos obstáculos, a resistência de 
todos nós, família, educadores, governo e a sociedade, em aceitar a pessoa com necessidades espe-
ciais iguais a quaisquer outras pessoas, com os mesmos direitos. 
As pessoas com necessidades especiais na maioria das vezes não são vistas como cidadãs, e sim 
como pessoas que precisam de atendimento tão especial que acabam sendo diferenciados ainda mais 
dos outros, trazendo para ela uma única realidade: a diferença. 
Segundo Carvalho (1997, p. 18): 
Embora a desigualdade seja estrutural em qualquer sociedade, os índices ainda registrados no Brasil 
são indicadores dos baixos níveis de bem estar social, com o que temos convivido. A produção da 
deficiência se dá, portanto, não apenas sob a ótica do aluno que se torna deficiente circunstancial ou 
tem agravada sua deficiência real. Pode-se dizer que a produção da deficiência na nossa qualidade de 
vida é de nossa considerável participação. 
Essa desigualdade social se reflete nas dificuldades de acesso e permanência na escola, de crianças 
com dificuldades e com necessidades especiais. Com isso nasce um tipo de deficiência cultural, que é 
mais comum em nossas escolas, tendo como consequência, o fracasso escolar de muitos alunos. 
Todos são diferentes uns dos outros, temos preferências diferentes, necessidades diferentes. 
Essas diferenças dependem e são produto da interação das características biológicas com cada um de 
nós vem equipado (genéticas, hereditárias e adquiridas após o nascimento), do nível de desenvolvi-
mento real em que cada um de nós se encontra e do significado que atribuímos às situações que 
vivemos em nosso cotidiano. (MEC, 1986, p.30) 
Todos podem se desenvolver, todos podem aprender desde que ensinemos e possamos mediar esse 
processo.Entretanto, para que isso acorra, temos que garantir a igualdade de condições. 
Segundo Peter Singer (1994) o princípio da igualdade relaciona-se diretamente com a igual considera-
ção de interesses. 
 FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
O princípio de igual consideração de interesses dos outros não dependem das aptidões ou de caracte-
rísticas destes, executando a característica de ter interesse. É verdade que não podemos saber aonde 
vai nos levar a igual consideração de interesse enquanto não soubermos quais interesses tem as pes-
soas, o que pode variar de acordo com suas aptidões, ou outras características. 
Levar em conta os interesses das pessoas, sejam elas quais forem, devesse aplicar-se a todos, sem 
levar em consideração sua raça, sexo ou nível de inteligência, pois ela nada tem a haver com muitos 
interesses do ser humano como o interesse de evitar a dor, desenvolver as próprias aptidões, satisfazer 
as necessidades básicas de alimentação, abrigo e de manter relações saudáveis com os outros. 
Nossa sociedade, muitas vezes escraviza pessoas ditas deficientes mentais, impedindo-as se satisfa-
zer seus interesses. No entanto, o princípio da igual consideração de interesses é forte o suficiente 
para excluir essa sociedade baseada no índice de inteligência. Também exclui a discriminação sob o 
pretexto de incapacidade, tanto intelectual como física. 
Com o passar dos tempos difundiu-se a constatação de que todas as tentativas de “normalização” das 
vidas das pessoas com necessidades especiais se baseavam na modificação da própria pessoa, como 
premissa para o seu ingresso na sociedade. Depois foi se generalizando a compreensão de que a 
deficiência, qualquer ela seja, tem como referência, “a norma”, o ambiente psicossocial ou o espaço 
físico, para que a pessoa possa desenvolver ao máximo suas capacidades. 
Acreditamos que todas as pessoas devem levar em conta o verdadeiro sentido da igualdade, não como 
discurso, mas como princípio de guiar suas vidas. 
Autonomia 
“Autonomia é a condição de domínio no ambiente físico e social, preservando ao máximo a privacidade 
e a dignidade da pessoa que a exerce”. (Sassaki, 1997, p.36) 
Para o autor citado, ter mais ou menos autonomia significa que a pessoa com necessidades especiais 
tem maior ou menor controle nos vários ambientes físicos e sociais que ela queira ou necessite fre-
quentar, para atingir seus objetivos. Por exemplo, as rampas de acesso nas calçadas, transporte cole-
tivo com acesso aos cadeirantes enfim adaptação de todas as infraestruturas facilitando o desloca-
mento o mais autônomo possível no espaço físico. 
Muitas pessoas com necessidades especiais, na conquista de sua autonomia no meio escolar, pos-
suem uma percepção negativa delas mesmas. As pessoas creem que o sucesso escolar está fora de 
seu alcance, também tendem a um sub desempenho escolar, porque essa percepção negativa inibe a 
aquisição do meio para adaptarem-se as exigências da escola. Na maioria das vezes, elas percebem 
o esforço de adaptação como sendo não gratificante e tornarem-se dependentes e mesmo subordina-
das às outras, escolhas e respostas alheias. Nesse sentido, a atitude passiva de aceitação no meio 
escolar, que é largamente adotada pela escola e pela sociedade com relação às pessoas com neces-
sidades educativas especiais, deve ser substituída por atitudes ativas e modificadoras. 
Elas precisam ser colocadas em situações problemáticas para aprender a viver o equilíbrio cognitivo e 
emocional. Se aos conflitos lhes sã evitados, como poderão chegar a uma tomada de consciência dos 
problemas a resolver e como testarão sua capacidade de enfrentá-los? (Montoan, 1997, p.141) 
Montoan (1997) comenta que a situação remete a quadros conceituais e a paradigmas educacionais 
mais amplos, que estão sendo apontados como propostas para prover o meio escolar de condições 
favoráveis ao desenvolvimento da à autonomia de alunos com necessidades educativas especiais. 
Independência 
 
Segundo Sassaki (1997), independência é a faculdade de decidir sem depender de outras pessoas, 
tais como: membros da família ou profissionais especializados. Uma pessoa com deficiência pode ser 
mais independente ou menos independente em decorrência não só da quantidade e qualidade de in-
formações que lhes estiverem disponíveis para tomar a melhor decisão, mas também da sua autode-
terminação e prontidão para tomar decisões numa determinada situação. Esta situação pode ser pes-
soal (quando envolve a pessoa na privacidade), social (quando ocorre junto a outras pessoas) e eco-
nômica (quando se refere às finanças dessa pessoa). Tanto a autodeterminação como prontidão pode 
ser aprendida ou desenvolvida. E quanto mais cedo na vida, a pessoa tiver oportunidade para fazer 
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isso, melhor. Porém, muitos adultos parecem esperar que a independência da criança com necessida-
des especiais irá ocorrer de repente, depois que ela crescer. 
Equiparação De Oportunidades 
Existem várias declarações que amparam a Equiparação de oportunidades das pessoas com necessi-
dades especiais. 
De acordo com Sassaki (1997), uma das primeiras organizações foi a Disables International (DPI), uma 
organização criada por pessoas portadoras de deficiência (termo usado na época), não governamental 
e sem fins lucrativos. A DPI define “equiparação de oportunidades” como processo mediante o qual os 
sistemas gerais da sociedade são feitos acessíveis para todos. Inclui a remoção das barreiras que 
impedem a plena participação das pessoas deficientes em todas as áreas, permitindo-lhes alcançar 
uma qualidade de vida igual à de outras pessoas. 
Uma definição semelhante consta no documento “Programa Mundial de Ação às pessoas com Defici-
ência”, adotado em 3/12/1982 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Este 
documento define Equiparação de Oportunidades como o processo através do qual os sistemas gerais 
da sociedade, tais como o ambiente físico e cultural, a habitação e os transportes, os serviços sociais 
e de saúde, as oportunidades educacionais e de trabalho, a vida cultural e social, incluindo as instala-
ções esportivas e recreativas devem ser acessíveis a todos. 
Dez anos depois, a Assembleia Geral da ONU adotou o documento Normas Sobre Equiparação de 
Oportunidades que traz outra definição: “Significa o processo através do qual os diversos sistemas da 
sociedade e do ambiente são tornados disponíveis para todos”. 
Mais adiante esse documento acrescenta que pessoas com deficiência são membros da sociedade e 
tem o direito de permanecer em suas comunidades locais. Elas devem receber o apoio que necessitam 
dentro das estruturas comuns de educação, saúde, emprego e serviços sociais. (SASSAKI, 1997, p.39) 
Em todas estas definições, esta em primeiro lugar a igualdade de direitos. O princípio de direitos iguais 
implica nas necessidades de cada um e de todos. As comunidades devem basear-se nisso para cons-
trução de uma vida melhor e digna para todos os membros de uma sociedade. 
Rejeição Zero 
De acordo com Sassaki (1997), inicialmente a rejeição zero, ou exclusão zero, consistia em não rejeitar 
uma pessoa, par qualquer finalidade, com base no fato de que ela possuía uma deficiência ou por 
causa do grau de severidade dessa deficiência. Mais tarde, o conceito passou a abranger as necessi-
dades especiais, independente de suas causas. 
Este conceito vem revolucionando a prática das instituições assistenciais que excluem pessoas cujas 
deficiências ou necessidades especiais não possam ser atendidas pelos programas ou serviços dispo-
níveis. 
A luz do princípio da exclusão zero, porém, as instituições são desafiadas a serem capazes de criar 
programas e serviços internamente ou busca-los em entidades comuns da comunidade a fim de melhor 
atenderem as pessoas com deficiência. 
As avaliações (sociais, psicológicas, educacionais, profissionais,etc.) devem trocar sua finalidade tra-
dicional de diagnosticar e separar pessoas, passando para a moderna finalidade de oferecer parâme-
tros em face dos quais as soluções são buscadas a todos. (SASSAKI, 1997, p.41) 
Isso faz com que as instituições tenham que servir às pessoas e não às pessoas terem que se ajustar 
às instituições. 
Para Montoan (1997), as comunidades que rejeitam a riqueza da diversidade continuam ultrapassadas, 
colocando a sociedade em risco, não permitindo, assim, que todos exerçam seus direitos. 
De acordo com os objetivos propostos nesta pesquisa, verificamos que os princípios e conceitos es-
senciais da proposta de inclusão envolvem: igualdade e equiparação de oportunidades, autonomia, 
independência e rejeição zero. 
 FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
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Tudo está mudando tão rápido, são novas tecnologias que muitos de nós nem conseguimos conhece-
las direito. 
Para os mais jovens, já é quase normal às pessoas não se cumprimentarem. Tudo é cercado por “in-
teresses” e “aparências”, o tempo é algo muito importante, quase todos querem ganhar sem pensar 
naqueles que precisam de uma chance para poder “andar” pelas ruas sem olhares preconceituosos. 
O país e o mundo vivem atravessando crises financeiras, usando-a como desculpa pela falta de inves-
timento na saúde, educação etc... Afetando os mais fracos: pobres, idosos e pessoas com necessida-
des especiais, isto é, todos que se diferenciam um pouco do que a sociedade impõe que deva ser 
normal. 
Verificamos também que a sociedade deve se esforçar para transformar esta situação de rejeição ao 
que se considera fora do padrão. Não existe nenhuma fórmula, basta que as pessoas pensem um 
pouco naqueles que estão a sua volta como cidadãos que possuem os mesmos direitos e deveres, não 
importando se possui necessidades especiais ou não, todos viemos do mesmo lugar e vamos acabar 
no mesmo lugar, independente se somos ricos ou pobres, brancos ou pretos, enfim de qualquer coisa. 
A luta pela educação especial no Brasil nunca foi fácil. Temos uma legislação, mas sabemos que ela 
sozinha não resolve nada. Ainda são poucas as pessoas que lutam pelos direitos das pessoas com 
necessidades especiais e que defendem para todos, uma sociedade inclusiva. Precisamos dar as mãos 
nesta luta e repensarmos a maneira pela qual lidamos com as diferenças. 
Incluir não é favor, mas uma troca e todos saem ganhando. E convivendo com as diferenças humanas 
construiremos um país diferente e melhor. 
Os Princípios Da Filosofia Da Educação Inclusiva 
A Educação Inclusiva no Brasil tem dado resultados impressionantes, de acordo com o MEC (Ministério 
da Educação), em 2008, estão em classes comuns 375.772 estudantes com deficiência, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. A fundamentação filosófica da edu-
cação inclusiva é parte importante desses números. 
A filosofia da Educação Inclusiva tem seus princípios baseadas na Declaração Universal dos Direitos 
Humanos. De acordo com o MEC a diversidade se impõe como uma condição para o alcance da uni-
versalidade e da indivisibilidade dos Direitos Humanos. A fundamentação filosófica da educação inclu-
siva defende que as pessoas precisam ser tratadas da mesma forma, respeitando-se a limitação de 
cada uma. 
A ideia de uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que reconhece e valoriza a diversi-
dade, como característica inerente à constituição de qualquer sociedade. Partindo desse princípio e 
tendo como horizonte o cenário ético dos Direitos Humanos, sinaliza a necessidade de se garantir o 
acesso e a participação de todos, a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de 
cada indivíduo e/ou grupo social. (MEC) 
Os princípios da filosofia da educação inclusiva são: 
• A construção da identidade pessoal, social e a igualdade na diversidade; 
• Construção da Cidadania 
• Exercício da cidadania e promoção da paz 
• E atenção as pessoas com necessidades especiais. 
Marcos Legais Da Educação Infantil Inclusiva 
A educação infantil é um direito constitucional de todas as crianças que vivem no Brasil. A emenda nº 
59/2009 alterou os incisos I e VII do artigo 208 da Constituição Site externo, determinando a obrigato-
riedade da educação básica dos 4 aos 17 anos de idade. Consequentemente, a matrícula tornou-se 
obrigatória a partir da pré-escola, sendo o acesso à creche um direito de todas as crianças de 0 a 3 
anos, devendo o poder público ampliar sua oferta gradativamente. 
 FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
O artigo 7 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência Site externo da Organização 
das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o compromisso com a adoção de medidas necessárias para 
assegurar às crianças com deficiência o pleno exercício de todos os direitos humanos e liberdades 
fundamentais em igualdade de oportunidade com as demais. O documento internacional também re-
solveu a polêmica da coexistência entre um sistema segregado de educação, que se baseia na condi-
ção de deficiência, e um sistema comum, que reconhece e valoriza a diversidade humana presente na 
escola, ao explicitar que o direito das pessoas com deficiência à educação somente se efetiva em 
sistemas educacionais inclusivos, em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino. 
À luz desses preceitos legais, a resolução nº 5/2009 do Conselho Nacional de Educação (CNE) Site 
externo estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), adotando 
os pressupostos da educação inclusiva. Assim, as creches e pré-escolas passaram a se constituir em 
estabelecimentos educacionais, públicos ou privados, destinados à educação das crianças de 0 a 5 
anos de idade, por meio da implementação de proposta pedagógica elaborada e desenvolvida por pro-
fessores habilitados, superando o modelo assistencialista e fragmentado, divorciado do sistema edu-
cacional. 
Mudanças Na Prática Pedagógica Da Educação Infantil 
Os novos marcos legais, políticos e pedagógicos da educação infantil, a mudança da concepção de 
deficiência, a consolidação do direito da pessoa com deficiência à educação e a redefinição da educa-
ção especial, em consonância com os preceitos da educação inclusiva, constituíram-se nos principais 
fatores que impulsionaram importantes transformações nas práticas pedagógicas. Considerando que a 
educação infantil é a porta de entrada da educação básica, seu desenvolvimento inclusivo tornou-a o 
alicerce dos sistemas de ensino para todas e todos. 
Conforme a resolução n° 04/2009 do CNE Site externo, as creches e pré-escolas passaram a prever o 
atendimento das especificidades educacionais das crianças com deficiência em seus Projeto Político-
Pedagógicos (PPPs), planejando e desenvolvendo as atividades próprias da educação infantil de forma 
a favorecer a interação entre as crianças com e sem deficiência nos diferentes ambientes (berçário, 
solário, parquinho, sala de recreação, refeitório, entre outros), proporcionando a plena participação de 
todos. De acordo com a lei n° 13.005/2014 Site externo, a articulação entre as áreas da educação 
infantil e da educação especial é condição indispensável para assegurar o atendimento das especifici-
dades das crianças com deficiência na creche e na pré-escola. 
Nesse contexto educativo, por intermédio das brincadeiras multissensoriais, as crianças são instigadas 
a redescobrirem o mundo, assim como, são introduzidas estratégias de desenvolvimento da comuni-
cação. Na perspectiva inclusiva, valoriza-se tanto a comunicação oral, quanto a sinalizada e demais 
formas alternativas de expressão, levando as crianças a compartilharem meios diversificados de inte-
ração. 
A transformação dos sistemas educacionais em sistemas educacionais inclusivos inicia-se, portanto, 
pela garantia de pleno acesso às crianças com deficiência à educação infantil, com a efetivação das 
medidas necessáriasà consecução da meta de inclusão plena. 
Marcos Históricos E Legais Da Educação Especial No Brasil 
No Brasil, o primeiro março da educação especial ocorreu no período imperial. Em 1854, Dom Pedro 
II, influenciado pelo ministro do Império Couto Ferraz, admirado com o trabalho do jovem cego José 
Álvares de Azevedo que educou com sucesso a filha do médico da família imperial, Dr. Sigaud, criou o 
Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Em 1891 a escola passou a se chamar Instituto Benjamin 
Constant - IBC. 
Em 1857, D. Pedro II também criou o Instituto Imperial dos Surdos-Mudos. A criação desta escola 
deve-se a Ernesto Huet que veio da França para o Brasil com os planos de fundar uma escola para 
surdos-mudos. Em 1957 a escola passou a se chamar Instituto Nacional de Educação de Surdos – 
INES. Ainda no período imperial, em 1874, iniciou-se o tratamento de deficientes mentais no hospital 
psiquiátrico da Bahia (hoje hospital Juliano Moreira). 
Após a proclamação da República, a Deficiência Mental ganha destaque nas políticas públicas, 
mesmo porque acreditavam que esta deficiência pudesse implicar em problemas de saúde - uma vez 
que era vista como problema orgânico e a relacionavam com a criminalidade, além de temerem pelo 
 FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
fracasso escolar. Por volta de 1930 surgiram várias instituições para cuidar da deficiência mental, em 
número bem superior ao das instituições voltadas para as outras deficiências. 
O surgimento das primeiras entidades privadas marca mais um fator preponderante na história de 
nosso país: a filantropia e o assistencialismo. Estes dois fatores colocam as instituições privadas em 
destaque no decorrer da história da educação especial brasileira, uma vez que o número de atendi-
mentos realizados por elas era muito superior ao realizado pelas públicas, e, por essa razão tinham 
certo poder no momento de discutir as políticas públicas junto a instancias governamentais. 
Pelo relato acima, podemos dividir a história do Brasil em dois momentos: 
No primeiro, durante o Brasil Império, as pessoas com deficiências mais acentuadas, impedidas de 
realizar trabalhos braçais (agricultura ou serviços de casa) eram segregadas em instituições públicas. 
As demais conviviam com suas famílias e não se destacavam muito, uma vez que a sociedade, por 
ser rural, não exigia um grau muito elevado de desenvolvimento cognitivo. 
No segundo momento, ao mesmo tempo em que surgia a necessidade de escolarização entre a 
população, a sociedade passa a conceber o deficiente como um indivíduo que, devido suas limita-
ções, não podia conviver nos mesmos espaços sociais que os normais – deveria, portanto, estudar 
em locais separados e, só seriam aceitos na sociedade aqueles que conseguissem agir o mais pró-
ximo da normalidade possível, sendo capazes de exercer as mesmas funções. Marca este momento 
o desenvolvimento da psicologia voltada para a educação, o surgimento das instituições privadas e 
das classes especiais. (BATISTA, 2006) 
Lei 4.024/1961: Antiga Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional previa o direito dos “excep-
cionais” à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino. 
O Título X desta LDB previa que “a educação dos excepcionais, devia, no que for possível, enqua-
drar-se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade”. Dessa maneira, ficava 
claro que se pretendia integrar, na medida do possível, todos os alunos, com deficiências ou não, no 
processo educacional. Todavia, também no título X frisava-se que “toda iniciativa privada conside-
rada eficiente pelos conselhos estaduais de educação, e relativa à educação de excepcionais, rece-
beria dos poderes públicos tratamento especial mediante bolsas de estudos, empréstimos e subven-
ções”. 
Com isso, ao mesmo tempo em que se previa a integração de todos os alunos no sistema educacional 
geral (público), colocava-se também o incentivo às iniciativas privadas que visassem abarcar a edu-
cação de alunos com dificuldades. Isso tornou contraditórias as afirmações iniciais da LDB, de edu-
cação pública para o desenvolvimento de todos, colocando as premissas da educação inclusiva como 
distantes dos ideais desta Lei. 
Lei 5.692/1971: Alterou a LDBEN de 1961 e definiu “tratamento especial” para alunos com deficiên-
cias físicas e mentais que se encontram em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula 
e os superdotados, não promove a organização de um sistema de ensino capaz de atender às ne-
cessidades educacionais especiais e acaba reforçando o encaminhamento dos alunos para as clas-
ses e escolas especiais. 
Em 1973, o MEC cria o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP, responsável pela gerência 
da educação especial no Brasil, que, sob a égide integracionista, impulsionou ações educacionais 
voltadas às pessoas com deficiência e às pessoas com superdotação, mas ainda configuradas por 
campanhas assistenciais e iniciativas isoladas do Estado. 
Nesse período, não se efetiva uma política pública de acesso universal à educação, permanecendo 
a concepção de “políticas especiais” para tratar da educação de alunos com deficiência. No que se 
refere aos alunos com superdotação, apesar do acesso ao ensino regular, não é organizado um 
atendimento especializado que considere as suas singularidades de aprendizagem. 
Constituição Federal de 1988: A Constituição Federal de 1988 traz como um dos seus objetivos fun-
damentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação” (art. 3º, inciso IV). Define, no artigo 205, a educação como um direito 
de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação 
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para o trabalho. No seu artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e per-
manência na escola” como um dos princípios para o ensino e garante como dever do Estado, a oferta 
do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208). 
Lei 7.853-1989: Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, 
sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui 
a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Mi-
nistério Público, define crimes, e dá outras providências. 
Seu texto prevê a oferta obrigatória e gratuita de educação especial na rede pública de ensino, o 
oferecimento obrigatório de programas de Educação Especial a nível pré-escolar, em unidades hos-
pitalares e congêneres nas quais estejam internados, por prazo igual ou superior a 1 (um) ano al-
gum educando portador de deficiência, a matrícula compulsória em cursos regulares de estabeleci-
mentos públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no 
sistema regular de ensino e define como crime punível com reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e 
multa: recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de 
aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, por motivos 
derivados da deficiência que porta. 
No momento em que o legislador prevê a matrícula compulsória para aqueles portadores de defici-
ência “capazes de se integrar no sistema de ensino regular”, ele indiretamente seleciona o público 
deficiente que terá acesso à escola, pois não há na legislação uma orientação sobre quem pode 
definir tal capacidade. Esta atitude deixa uma lacuna na norma imposta e permite que as próprias 
unidades de ensino definam através de padrões e laudos que determinados deficientes não são ca-
pazes de se integrar ao ambiente escolar. 
Declaração de Jomtien 1990: Determina o fim de preconceitos e estereótipos de qualquer natureza 
na educação. 
Nesta Declaração, os paísesrelembram que "a educação é um direito fundamental de todos, mulhe-
res e homens, de todas as idades, no mundo inteiro". Declararam, também, entender que a educação 
é de fundamental importância para o desenvolvimento das pessoas e das sociedades, sendo um 
elemento que "pode contribuir para conquistar um mundo mais seguro, mais sadio, mais próspero e 
ambientalmente mais puro, e que, ao mesmo tempo, favoreça o progresso social, econômico e cul-
tural, a tolerância e a cooperação internacional". 
Tendo isso em vista, ao assinar a Declaração de Jomtien, o Brasil assumiu, perante a comunidade 
internacional, o compromisso de erradicar o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental no 
país. Para cumprir com este compromisso, o Brasil tem criado instrumentos norteadores para a ação 
educacional e documentos legais para apoiar a construção de sistemas educacionais inclusivos, nas 
diferentes esferas públicas: municipal, estadual e federal. 
Em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial, orientando o processo de “integra-
ção instrucional” que condiciona o acesso às classes comuns do ensino regular àqueles que “(...) 
possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino 
comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais” (p.19). Ao reafirmar os pressupostos constru-
ídos a partir de padrões homogêneos de participação e aprendizagem, a Política não provoca uma 
reformulação das práticas educacionais de maneira que sejam valorizados os diferentes potenciais 
de aprendizagem no ensino comum, mas mantendo a responsabilidade da educação desses alunos 
exclusivamente no âmbito da educação especial. 
Lei 8859/94: Modifica dispositivos da Lei nº 6.494, de 07 de dezembro de 1977 (Lei de Estágio, re-
vogada pela Lei 11.788/2008), estendendo aos alunos de ensino especial o direito à participação em 
atividades de estágio. 
Art. 1º - As pessoas jurídicas de Direito Privado, os órgãos de Administração Pública e as Instituições 
de Ensino podem aceitar, como estagiários, os alunos regularmente matriculados em cursos vincu-
lados ao ensino público e particular. 
§ 1º - Os alunos a que se refere o "caput" deste artigo devem, comprovadamente, estar frequentando 
cursos de nível superior, profissionalizante de 2º grau, ou escolas de educação especial. 
 FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
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1994 – Declaração de Salamanca: Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades 
Educativas Especiais. 
A inclusão de crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema 
regular de ensino é a questão central, sobre a qual a Declaração de Salamanca discorre. 
Na introdução, a Declaração aborda os Direitos Humanos e a Declaração Mundial sobre a Educação 
para Todos e aponta os princípios de uma educação especial e de uma pedagogia centrada na cri-
ança. Em seguida apresenta propostas, direções e recomendações da Estrutura de Ação em Educa-
ção Especial, um novo pensar em educação especial, com orientações para ações em nível nacional 
e em níveis regionais e internacionais. 
Pode-se dizer que o conjunto de recomendações e propostas da Declaração de Salamanca, é guiado 
pelos seguintes princípios: 
- Independente das diferenças individuais, a educação é direito de todos; 
- Toda criança que possui dificuldade de aprendizagem pode ser considerada com necessidades 
educativas especiais; 
- A escola deve adaptar–se às especificidades dos alunos, e não os alunos as especificidades da 
escola; 
- O ensino deve ser diversificado e realizado num espaço comum a todas as crianças. 
A Declaração de Salamanca ampliou o conceito de necessidades educacionais especiais, incluindo 
todas as crianças que não estejam conseguindo se beneficiar com a escola, seja por que motivo for. 
Assim, a ideia de "necessidades educacionais especiais" passou a incluir, além das crianças porta-
doras de deficiências, aquelas que estejam experimentando dificuldades temporárias ou permanen-
tes na escola, as que estejam repetindo continuamente os anos escolares, as que sejam forçadas a 
trabalhar, as que vivem nas ruas, as que moram distantes de quaisquer escolas, as que vivem em 
condições de extrema pobreza ou que sejam desnutridas, as que sejam vítimas de guerra ou conflitos 
armados, as que sofrem de abusos contínuos físicos, emocionais e sexuais, ou as que simplesmente 
estão fora da escola, por qualquer motivo que seja. 
Segundo o documento, “o princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças 
deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam 
ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, 
acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de 
qualidade a todos através de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de en-
sino, uso de recursos e parceiras com a comunidade (...) Dentro das escolas inclusivas, as crianças 
com necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio extra que possam pre-
cisar, para que se lhes assegure uma educação efetiva (...)” (MENEZES, SANTOS 2002). 
Portaria MEC 1793/94: Recomenda a inclusão da disciplina Aspectos Ético - Político - Educacionais 
na normalização e integração da pessoa portadora de necessidades especiais, prioritariamente, nos 
cursos de Pedagogia, Psicologia e em todas as Licenciaturas. 
Lei 9.394/1996: Atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e 
organização específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica 
àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de 
suas deficiências; e assegura a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do pro-
grama escolar. Também define, dentre as normas para a organização da educação básica, a “possi-
bilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (art. 24, inciso V) 
e “[...] oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus 
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37). 
Incorporou os princípios da Declaração de Salamanca e a partir dela verifica-se toda uma alteração 
na legislação brasileira onde, nota-se a intenção de tornarem-se possíveis, as mudanças sociais 
necessárias para a construção de uma escola inclusiva. Pela primeira vez foi destinado um capítulo 
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para tratar da educação especial (Capítulo V da LDB), prevendo a oferta de educação “preferencial-
mente” na rede regular para os alunos deficientes, a oferta de serviço de apoio especializado na 
escola regular para atender às peculiaridades da clientela, o início da oferta de educação na educa-
ção infantil e restringe o atendimento em classes e/ou escolas especializadas aos alunos cuja defici-
ência não permitir sua integração na rede regular. 
A partir deste documento a rede regular começou a matricular os deficientes nas classes comuns e 
iniciou-se uma série de discussões sobre o assunto. Alguns defendem a proposta, pois reconhecem 
que a convivência entre “normais” e “deficientes” será benéfica para ambos, uma vez que a integra-
ção permitirá aos ”normais” aprender a conviver com as diferenças e aos “deficientes” será oferecida 
maior oportunidade de desenvolvimento devido ao estímulo e modelo oferecido pelos alunos “nor-
mais”. Outros se posicionam contra, pois veem que a escola regular não possui nenhum recurso 
(físico ou humano) para atender uma clientela tão diversa. Afirmam que o governo institui as leis, 
mas não oferece condições para que sejam devidamente implantadas. 
Decreto nº 3.298/1999: regulamenta a Lei nº 7.853/89, ao dispor sobre a Política Nacional para aIntegração da Pessoa Portadora de Deficiência. 
No que se refere especificamente à educação, o Decreto estabelece a matrícula compulsória de 
pessoas com deficiência, em cursos regulares, a consideração da educação especial como modali-
dade de educação escolar que permeia transversalmente todos os níveis e modalidades de ensino, 
a oferta obrigatória e gratuita da educação especial em estabelecimentos públicos de ensino, dentre 
outras medidas (Art. 24, I, II, IV). Reafirma a educação especial como modalidade de ensino que visa 
promover o desenvolvimento das potencialidades de pessoas portadoras de necessidades especiais. 
Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão – 2001: Com forte apelo de Direitos inerentes 
à pessoa humana, estabelece que o acesso igualitário a todos os espaços da vida é um pré-requisito 
para os direitos humanos universais e liberdades fundamentais das pessoas. 
Considera que o esforço rumo a uma sociedade inclusiva para todos é a essência do desenvolvi-
mento social sustentável. Sob a liderança das Nações Unidas, reconheceu a necessidade de garan-
tias adicionais de acesso para certos grupos, e as declarações intergovernamentais fizeram coro 
para unificar, em parceria, governos, trabalhadores e sociedade civil a fim de desenvolverem políticas 
e práticas inclusivas. 
Decreto 3.956/2001:Promulga a Convenção Interamericana da Guatemala para a Eliminação de To-
das as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. 
A partir da Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação con-
tra as Pessoas Portadores de Deficiência, os Estados Partes reafirmaram que "as pessoas portado-
ras de deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas 
e que estes direitos, inclusive o de não ser submetido à discriminação com base na deficiência, 
emanam da dignidade e da igualdade que são inerentes a todo ser humano”. Define como discrimi-
nação com base na deficiência, toda diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o exer-
cício dos direitos humanos e de suas liberdades fundamentais. De uma forma geral a Convenção 
trata do combate à discriminação contra pessoas com deficiência, apresentando objetivos que tentam 
promover a igualdade entre portadores de deficiência e demais pessoas, mas também sugere que 
os Estados Partes trabalhem na prevenção de todas as formas de deficiência passíveis de se preve-
nir. 
Entre as ações compromissadas pelo Brasil no ato da assinatura, tem destaque o trabalho “prioritário” 
nas seguintes áreas: 
- prevenção de todas as formas de deficiência; 
- detecção e intervenção precoce, tratamento, reabilitação, educação, formação ocupacional e pres-
tação de serviços completos para garantir o melhor nível de independência e qualidade de vida para 
as pessoas portadoras de deficiência; 
- sensibilização da população, por meio de campanhas de educação, destinadas a eliminar precon-
ceitos, estereótipos e outras atitudes que atentam contra o direito das pessoas a serem iguais, per-
mitindo desta forma o respeito e a convivência com as pessoas portadoras de deficiência. 
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Resolução CNE/CEB 02/2001: Acompanhando o processo de mudança, as Diretrizes Nacionais para 
a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, nos artigo 2º e 3º, deter-
minam que: 
“Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para 
o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições 
necessárias para uma educação de qualidade para todos (MEC/SEESP, 2001)”. 
“Por educação especial, modalidade da educação escolar, entende-se um processo educacional de-
finido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais, orga-
nizados institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os 
serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvi-
mento das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais, 
em todas as etapas e modalidades da educação básica”. 
As Diretrizes ampliam o caráter da educação especial para realizar o atendimento educacional espe-
cializado complementar ou suplementar à escolarização, porém, ao admitir a possibilidade de subs-
tituir o ensino regular, não potencializam a adoção de uma política de educação inclusiva na rede 
pública de ensino, prevista no seu artigo 2º. 
Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001: destaca que “o grande avanço que a década 
da educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento 
à diversidade humana”. 
Ao estabelecer objetivos e metas para que os sistemas de ensino favoreçam o atendimento às ne-
cessidades educacionais especiais dos alunos, aponta um déficit referente à oferta de matrículas 
para alunos com deficiência nas classes comuns do ensino regular, à formação docente, à acessibi-
lidade física e ao atendimento educacional especializado. 
Entre os objetivos e metas para a educação das pessoas com necessidades educacionais especiais 
estabelecidos no PNE, destacam-se os que tratam: 
• do desenvolvimento de programas educacionais em todos os municípios, e em parceria com as 
áreas de saúde e assistência social, visando à ampliação da oferta de atendimento da educação 
infantil; 
• dos padrões mínimos de infraestrutura das escolas para atendimento de alunos com necessidades 
educacionais especiais; 
• da formação inicial e continuada dos professores para atendimento às necessidades dos alunos; 
 
• da disponibilização de recursos didáticos especializados de apoio à aprendizagem nas áreas visual 
e auditiva; 
• da articulação das ações de educação especial com a política de educação para o trabalho; 
• do incentivo à realização de estudos e pesquisas nas diversas áreas relacionadas com as necessi-
dades educacionais dos alunos; 
• do sistema de informações sobre a população a ser atendida pela educação especial. 
Lei 10.436/2002: Reconhece LÍBRAS (língua brasileira de sinais), como língua oficial no País junta-
mente com o Português. 
Resolução CNE/CP 01/2002: Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de 
Professores da Educação Básica, define que as instituições de ensino superior devem prever, em 
sua organização curricular, formação docente voltada para a atenção à diversidade e contemple co-
nhecimentos sobre as especificidades dos alunos com necessidade educacionais especiais. 
Portaria MEC 2.678/2002: Aprova diretrizes e normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão 
do Sistema Braille em todas as modalidades de ensino, compreendendo o projeto da Grafia Braille 
para a Língua Portuguesa e a recomendação para o seu uso em todo território nacional. 
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Lei 10.845/2004: Institui o Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especiali-
zado às Pessoas Portadoras de Deficiência (PAED), com objetivos principais de garantir a universa-
lização do atendimento especializado de educandos portadores de deficiência, cuja situação não 
permita a integração em classes comuns de ensino regular e garantir, progressivamente, a inserção 
dos educandos portadores de deficiência nas classes comuns de ensino regular. 
A complementação é realizada através da transferência de recursos financeiros pelo Governo Fede-
ral diretamente à unidade executora constituída na forma de entidade privada sem fins lucrativos, 
que preste serviços gratuitos na modalidade de educação especial. 
Decreto 5.626/2005: Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Lín-
gua Brasileira de Sinais - Líbras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Define 
que a formação de docentes para o ensino de Líbras nas séries finaisdo ensino fundamental, no 
ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível superior, em curso de graduação 
de licenciatura plena em Letras: Líbras ou em Letras: Líbras/Língua Portuguesa como segunda lín-
gua. 
Decreto 6.094/2007: Em 2007 foi lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, reafir-
mado pela Agenda Social, tendo como eixos a formação de professores para a educação especial, 
a implantação de salas de recursos multifuncionais, a acessibilidade arquitetônica dos prédios esco-
lares, acesso e a permanência das pessoas com deficiência na educação superior e o monitoramento 
do acesso à escola dos favorecidos pelo Benefício de Prestação Continuada – BPC. 
No documento do MEC, Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas é 
reafirmada a visão que busca superar a oposição entre educação regular e educação especial. 
Contrariando a concepção sistêmica da transversalidade da educação especial nos diferentes níveis, 
etapas e modalidades de ensino, a educação não se estruturou na perspectiva da inclusão e do 
atendimento às necessidades educacionais especiais, limitando, o cumprimento do princípio consti-
tucional que prevê a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola e a continuidade 
nos níveis mais elevados de ensino (2007, p. 09). 
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD): Aprovada pela ONU em 2006 e 
da qual o Brasil é signatário, estabelece que os Estados Partes devem assegurar um sistema de 
educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento 
acadêmico e social compatível com a meta da plena participação e inclusão, adotando medidas para 
garantir que: 
a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação de 
deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e 
compulsório, sob alegação de deficiência; 
b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino fundamental inclusivo, de qualidade e 
gratuito, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem. 
Considerando que a previsão de terminalidade específica da Lei de Diretrizes e Bases, se baseia 
exatamente nas limitações do aluno deficiente para justificar a impossibilidade de continuidade no 
Ensino Fundamental, há um choque com o estabelecido na CDPD. 
Decreto Legislativo 186/2008: Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com De-
ficiência e de seu Protocolo Facultativo, nos termos do § 3º do artigo 5º da Constituição Federal, as-
sinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007. 
Em parágrafo único do artigo 1º, estabelece que ficam sujeitos à aprovação do Congresso Nacional 
quaisquer atos que alterem a referida Convenção e seu Protocolo Facultativo, bem como quaisquer 
outros ajustes complementares que, nos termos do inciso I do caput do art. 49 da Constituição Fe-
deral, acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. 
Decreto 6.949/2009: Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Defi-
ciência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. 
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Resolução CNE/CEB 04/2009: Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Es-
pecializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. 
Apresenta o AEE – Atendimento Educacional Especializado como um “serviço” da Educação Espe-
cial assegurado na legislação brasileira através da Constituição de 1988. 
Diante da análise recorrente aos documentos Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva 
da Educação Inclusiva e da Resolução CNE/CEB n. 04/2009, podemos perceber que ambos condi-
zem em relação às ideias referentes ao AEE. Os referidos documentos concebem o AEE como uma 
modalidade da Educação Especial que identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de 
acessibilidade, com o intuito de eliminar as barreiras que se interpõem à plena participação, no de-
senvolvimento e na aprendizagem dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. 
Os textos dos citados documentos fazem referência ao Atendimento Educacional Especializado como 
um serviço que perpassa todos os níveis e etapas, assim como todas as modalidades da educação 
básica e superior, ocorrendo, preferencialmente, nas salas de recursos multifuncionais da própria 
escola na qual o aluno encontra-se matriculado ou outra escola do ensino regular, podendo ser rea-
lizado, também, em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de insti-
tuições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos... (art. 5º CNE/CEB nº 04). 
Foi a partir do artigo 1º desta Resolução que brotaram as primeiras divergências ideológicas acerca 
da Educação Especial, pois a determinação é de que os sistemas de ensino devem matricular os 
alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação 
nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado 
em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da 
rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. 
Decreto 7611/2011: Publicado em 18 de novembro de 2011, dispõe sobre a educação especial, o 
atendimento educacional especializado e dá outras providências. Revogou na íntegra o De-
creto 6571/2008 e causou controvérsias na interpretação de seus artigos por “supostamente” recuar 
em políticas que já vinham se solidificando na garantia do direito de alunos com deficiência. 
Um dos artigos controversos é o 1º e seu inciso III, cuja transcrição prevê: 
Art. 1o O dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial será 
efetivado de acordo com as seguintes diretrizes: 
... 
III - não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência; 
Previsão esta que destoa da Lei de Diretrizes e Bases da Educacao Nacional(9.394/96), que em seu 
artigo 59, inciso II, determina a terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível 
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências. 
A polêmica continua quando se trata de repasse de verbas, pois o Decreto 6571/08 também garantia 
a dupla matrícula no âmbito do FUNDEB desses alunos matriculados no AEE no período oposto ao 
da escolarização. Ou seja, além de o aluno estar na sala regular, garantia a oferta do AEE no turno 
oposto em Salas de Recursos Multifuncionais na própria escola ou em outra escola da rede de en-
sino, em centro de atendimento educacional especializado ou por instituições filantrópicas. 
Militantes da causa da educação especial, professores e profissionais apontam um retrocesso no 
artigo 14 do Decreto 7611/2011 e seu parágrafo 1º, cuja transcrição prevê: 
Art. 14. Admitir-se-á, para efeito da distribuição dos recursos do FUNDEB, o cômputo das matrículas 
efetivadas na educação especial oferecida por instituições comunitárias, confessionais ou filantrópi-
cas sem fins lucrativos, com atuação exclusiva na educação especial, conveniadas com o Poder 
Executivo competente. 
 FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
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§ 1o Serão consideradas, para a educação especial, as matrículas na rede regular de ensino, em 
classes comuns ou em classes especiais de escolas regulares, e em escolas especiais ou especiali-
zadas. 
“O conflito está no termo “educação especial”, onde deveria ler-se “atendimento educacional especi-
alizado”, visto que as instituições filantrópicas não possuem autorização para escolarizar como a 
escola regular”. 
Segundo a interpretação de alguns, este artigo do novo decreto permite que escolas especiais ofer-
tem a Educação, ou seja, que espaços considerados segregadosde escolarização sejam regulamen-
tados por lei. 
Decreto 7612/2011: Institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Plano Viver 
sem Limite. 
Possui a finalidade de promover, por meio da integração e articulação de políticas, programas e 
ações, o exercício pleno e equitativo dos direitos das pessoas com deficiência, nos termos da Con-
venção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, 
aprovados por meio do Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008, com status de emenda 
constitucional, e promulgados pelo Decreto 6.949/2009 
Possui como um de seus eixos principais o acesso à educação, e prevê a garantia de que os equi-
pamentos públicos de educação sejam acessíveis para as pessoas com deficiência, inclusive por 
meio de transporte adequado. 
Meta 4 do Novo Plano Nacional de Educação: O Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2020) 
documento que servirá como diretriz para todas as políticas educacionais do País para a próxima 
década, é composto por 12 artigos e um anexo com 20 metas para a Educação, e tem como foco a 
valorização do magistério e a qualidade da Educação. 
Sua formulação foi realizada através de um documento base elaborado pelo Ministério da Educação 
e adequado exaustivamente por representantes da educação de todo o país, através da realização 
de Conferências Municipais e Estaduais de Educação. Após esse processo, a Conferência Nacional 
de Educação (CONAE), ocorrida em 2010, finalizou o documento que seria enviado à Câmara dos 
Deputados para aprovação e demais trâmites legais. 
A meta 4 do PNE, que trata da educação de pessoas público-alvo da Educação Especial, em seu 
texto original, tal qual apresentado pelo Ministério da Educação, foi fruto de deliberações de centenas 
de delegados na Conferência Nacional de Educação, baseado na Constituição Federal e na Conven-
ção sobre os direitos das Pessoas com Deficiência. 
O texto original proposto pelos delegados da CONAE apresentava a seguinte redação: 
“Meta 4: Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede re-
gular de ensino”. 
Após inúmeras intervenções, que não consideraram a construção coletiva como havia sido feito an-
teriormente, em 29 de maio de 2012 o Deputado Angelo Vanhoni apresenta nova redação, que vem 
sendo acusada de ser anticonstitucional uma vez que contraria a Convenção sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência, que tem status de emenda constitucional no Brasil, veja: 
“Meta 4: Universalizar, para a população de quatro a dezessete anos, o atendimento escolar aos 
alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, 
preferencialmente, na rede regular de ensino, garantindo o atendimento educacional especializado 
em classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários, sempre que, em função 
das condições específicas dos alunos, não for possível sua integração nas classes comuns.” 
Para os defensores da inclusão plena em escolas regulares da rede pública de ensino, tal redação 
legitima a exclusão da população com deficiência do sistema comum de ensino, permite a triagem 
de alunos para o ingresso na escola e traz de volta a segregação em escolas e classes especiais. 
Permite que se determine se uma criança ou um jovem deve ou não estar numa escola comum, ação 
 FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
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essa que pelo histórico legislativo do país, não foi nenhuma inovação, visto que ao longo dos anos 
as regulamentações sempre oscilaram entre a escola regular e as instituições especializadas, ha-
vendo movimento pró escola regular num lapso temporal de aproximadamente quatro anos até os 
dias de hoje. 
A escola comum se caracteriza como inclusiva quando reconhece e valoriza as diferenças de carac-
terísticas de seu alunado e quando luta contra práticas discriminatórias, segregacionistas e contra 
processos sociais excludentes, garantindo a todos o direito de aprender a aprender. 
A escola na perspectiva inclusiva, não o é somente pela presença física de sujeitos deficientes, muito 
menos por assegurar a matricula e a presença de educandos especiais em seu âmbito. Esse acesso 
deverá ser acompanhado de qualidade, permanência com êxito, mudança comportamental da comu-
nidade escolar e o reconhecimento do aluno deficiente como sujeito de direito igual a todos, capaz 
de traçar sua própria trajetória, caso contrário será a exclusão dentro da inclusão. 
As escolas de educação regular, pública e privada, devem assegurar as condições necessárias para 
o pleno acesso, participação e aprendizagem dos estudantes com deficiência e transtornos globais 
do desenvolvimento, em todas as atividades desenvolvidas no contexto escolar, para que haja con-
texto e justificativa da presença do aluno naquele ambiente, para não nos pautarmos em práticas 
que apenas permitem ao deficiente estar na escola, em qualquer ambiente, fazendo qualquer coisa, 
menos as atividades inerentes às unidades escolares, ou seja, sem efetivamente integrar-se à es-
cola. 
Dentre os serviços da educação especial que os sistemas de ensino devem prover estão os profissi-
onais de apoio, tais como aqueles necessários para promoção da acessibilidade e para atendimento 
a necessidades específicas dos estudantes no âmbito da acessibilidade às comunicações e da aten-
ção aos cuidados pessoais de alimentação, higiene e locomoção. Na organização e oferta desses 
serviços devem ser considerados os seguintes aspectos: 
As atividades de profissional tradutor e intérprete de Líbras e de guia-intérprete para alunos surdo 
cegos seguem regulamentação própria, devendo ser orientada sua atuação na escola pela educação 
especial, em articulação com o ensino comum. 
Os profissionais de apoio às atividades de locomoção, higiene, alimentação, prestam auxílio indivi-
dualizado aos estudantes que não realizam essas atividades com independência. Esse apoio ocorre 
conforme as especificidades apresentadas pelo estudante, relacionadas à sua condição de funcio-
nalidade e não à condição de deficiência. 
A demanda de um profissional de apoio se justifica quando a necessidade específica do estudante 
público alvo da educação especial não for atendida no contexto geral dos cuidados disponibilizados 
aos demais estudantes. 
Em caso de educando que requer um profissional “acompanhante” em razão de histórico segregado, 
cabe à escola favorecer o desenvolvimento dos processos pessoais e sociais para a autonomia, 
avaliando juntamente com a família a possibilidade gradativa de retirar esse profissional. 
Não é atribuição do profissional de apoio desenvolver atividades educacionais diferenciadas, ao 
aluno público alvo da educação especial, e nem responsabilizar-se pelo ensino deste aluno. 
O profissional de apoio deve atuar de forma articulada com os professores do aluno público alvo da 
educação especial, da sala de aula comum, da sala de recursos multifuncionais, entre outros profis-
sionais no contexto da escola. 
Os demais profissionais de apoio que atuam no âmbito geral da escola, como auxiliar na educação 
infantil, nas atividades de pátio, na segurança, na alimentação, entre outras atividades, devem ser 
orientados quanto à observação para colaborar com relação no atendimento às necessidades edu-
cacionais específicas dos estudantes. 
A educação inclusiva requer uma redefinição conceitual e organizacional das políticas educacionais 
e culturais. Nesta perspectiva, o financiamento dos serviços de apoio aos alunos público alvo da 
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educação especial devem integrar os custos gerais com o desenvolvimento do ensino, sendo dispo-
nibilizados em qualquer nível, etapa ou modalidade de ensino, no âmbito da educação pública ou 
privada. 
Ressalta-se que os estabelecimentosde ensino deverão ofertar os recursos específicos necessários 
para garantir a igualdade de condições no processo educacional, cabendo-lhes a responsabilidade 
pelo provimento dos profissionais de apoio. Portanto esta obrigação não deverá ser transferida às 
famílias dos estudantes público alvo da educação especial, por meio da cobrança de taxas ou qual-
quer outra forma de repasse desta atribuição, e ao Ministério Público caberá a definição de entendi-
mentos positivados pela interpretação das normas em vigor, no sentido de promover a garantia dos 
direitos de crianças e adolescentes em circunstâncias que não firam sua dignidade humana. 
Os Desafios Da Educação Inclusiva: Foco Nas Redes De Apoio 
Para fazer a inclusão de verdade e garantir a aprendizagem de todos os alunos na escola regular é 
preciso fortalecer a formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, 
gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças com Necessidades Edu-
cacionais Especiais 
O esforço pela inclusão social e escolar de pessoas com necessidades especiais no Brasil é a res-
posta para uma situação que perpetuava a segregação dessas pessoas e cerceava o seu pleno 
desenvolvimento. Até o início do século 21, o sistema educacional brasileiro abrigava dois tipos de 
serviços: a escola regular e a escola especial - ou o aluno frequentava uma, ou a outra. Na última 
década, nosso sistema escolar modificou-se com a proposta inclusiva e um único tipo de escola foi 
adotado: a regular, que acolhe todos os alunos, apresenta meios e recursos adequados e oferece 
apoio àqueles que encontram barreiras para a aprendizagem. 
A Educação inclusiva compreende a Educação especial dentro da escola regular e transforma a es-
cola em um espaço para todos. Ela favorece a diversidade na medida em que considera que todos 
os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar. 
Há, entretanto, necessidades que interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem e 
que exigem uma atitude educativa específica da escola como, por exemplo, a utilização de recursos e 
apoio especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos. 
A Educação é um direito de todos e deve ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento e do 
fortalecimento da personalidade. O respeito aos direitos e liberdades humanas, primeiro passo para a 
construção da cidadania, deve ser incentivado. 
Educação inclusiva, portanto, significa educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar. A 
opção por este tipo de Educação não significa negar as dificuldades dos estudantes. Pelo contrário. 
Com a inclusão, as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade. É essa varie-
dade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades de 
convivência a todas as crianças. 
Preservar a diversidade apresentada na escola, encontrada na realidade social, representa oportuni-
dade para o atendimento das necessidades educacionais com ênfase nas competências, capacidades 
e potencialidades do educando. 
Ao refletir sobre a abrangência do sentido e do significado do processo de Educação inclusiva, estamos 
considerando a diversidade de aprendizes e seu direito à equidade. Trata-se de equiparar oportunida-
des, garantindo-se a todos - inclusive às pessoas em situação de deficiência e aos de altas habilida-
des/superdotados, o direito de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a 
conviver. (CARVALHO, 2005). 
O Que O Plano Nacional De Educação Diz Sobre A Educação Inclusiva 
Isac Oliveira Souza aprendendo ler na lousa braile, na sala de recursos da EE Dom Jayme de Barros. 
No Brasil, a regulamentação mais recente que norteia a organização do sistema educacional é o Plano 
Nacional de Educação (PNE 2011-2020). Esse documento, entre outras metas e propostas inclusivas, 
estabelece a nova função da Educação especial como modalidade de ensino que perpassa todos os 
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segmentos da escolarização (da Educação Infantil ao ensino superior); realiza o atendimento educaci-
onal especializado (AEE); disponibiliza os serviços e recursos próprios do AEE e orienta os alunos e 
seus professores quanto à sua utilização nas turmas comuns do ensino regular. 
O PNE considera público alvo da Educação especial na perspectiva da Educação inclusiva, educandos 
com deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e múltipla), transtorno global do desenvolvimento 
(TGD) e altas habilidades. 
Se o aluno apresentar necessidade específica, decorrente de suas características ou condições, po-
derá requerer, além dos princípios comuns da Educação na diversidade, recursos diferenciados identi-
ficados como necessidades educacionais especiais (NEE). O estudante poderá beneficiar-se dos 
apoios de caráter especializado, como o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação 
e sinalização, no caso da deficiência visual e auditiva; mediação para o desenvolvimento de estratégias 
de pensamento, no caso da deficiência intelectual; adaptações do material e do ambiente físico, no 
caso da deficiência física; estratégias diferenciadas para adaptação e regulação do comportamento, no 
caso do transtorno global; ampliação dos recursos educacionais e/ou aceleração de conteúdos para al-
tas habilidades. 
A Educação inclusiva tem sido um caminho importante para abranger a diversidade mediante a cons-
trução de uma escola que ofereça uma proposta ao grupo (como um todo) ao mesmo tempo em que 
atenda às necessidades de cada um, principalmente àqueles que correm risco de exclusão em termos 
de aprendizagem e participação na sala de aula. 
Além de ser um direito, a Educação inclusiva é uma resposta inteligente às demandas do mundo con-
temporâneo. Incentiva uma pedagogia não homogeneizadora e desenvolve competências interpesso-
ais. A sala de aula deveria espelhar a diversidade humana, não escondê-la. Claro que isso gera novas 
tensões e conflitos, mas também estimula as habilidades morais para a convivência democrática. O 
resultado final, desfocado pela miopia de alguns, é uma Educação melhor para todos. (MENDES, 
2012). 
O Que Significa Ter Um Projeto Pedagógico Inclusivo? 
Marilda Dutra, professora de Geografia, e Marcia Maisa Leite Buss, intérprete de libras, da EE Nossa 
Senhora da Conceição, e seus alunos. 
As barreiras que podem impedir o acesso de alguns alunos ao ensino e à convivência estão relaciona-
das a diversos componentes e dimensões da escolarização. Ocorrem, também, impedimentos na ação 
dos educadores. Vejamos os principais pontos revelados na experiência com educadores no exercício 
da Educação inclusiva, para todos. 
Educadores reconhecem, cada vez mais, a diversidade humana e as diferenças individuais que com-
põem seu grupo de alunos e se deparam com a urgência de transformar o sistema educacional e ga-
rantir um ensino de qualidade para todos os estudantes. 
Não basta que a escola receba a matrícula de alunos com necessidades educacionais especiais, é 
preciso que ofereça condições para a operacionalização desse projeto pedagógico inclusivo. A inclusão 
deve garantir a todas as crianças e jovens o acesso à aprendizagem por meio de todas as possibilida-
des de desenvolvimento que a escolarização oferece. 
As mudanças são imprescindíveis, dentre elas a reestruturação física, com a eliminação das barreiras 
arquitetônicas; a introdução de recursos e de tecnologias assistivas; a oferta de profissionais do ensino 
especial, ainda em número insuficiente. Além da compreensão e incorporação desses serviços na es-
cola regular são necessárias alternativas relativas à organização, ao planejamento e à avaliação do 
ensino. 
Outro ponto importante refere-se à formação dos professores para a inclusão. A transformação de pa-
radigma na Educação exige professores preparados para a nova prática, de modo que possam atender 
também àsnecessidades do ensino inclusivo. 
O saber está sendo construído à medida que as experiências vão acumulando-se e as práticas anteri-
ores vão sendo transformadas. Por isso, a formação continuada tem um papel fundamental na prática 
profissional. 
 FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
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A inclusão de pessoas com necessidades especiais faz parte do paradigma de uma sociedade demo-
crática, comprometida com o respeito aos cidadãos e à cidadania. Esse paradigma, na escola, apre-
senta-se no projeto pedagógico que norteará sua ação, explicitará sua política educacional, seu com-
promisso com a formação dos alunos, assim como, com ações que favoreçam a inclusão social. 
É o projeto pedagógico que orienta as atividades escolares revelando a concepção da escola e as 
intenções da equipe de educadores. Com base no projeto pedagógico a escola organiza seu trabalho; 
garante apoio administrativo, técnico e científico às necessidades da Educação inclusiva; planeja suas 
ações; possibilita a existência de propostas curriculares diversificadas e abertas; flexibiliza seu funcio-
namento; atende à diversidade do alunado; estabelece redes de apoio, que proporcionam a ação de 
profissionais especializados, para favorecer o processo educacional. 
É na sala de aula que acontece a concretização do projeto pedagógico - elaborado nos diversos níveis 
do sistema educacional. Vários fatores podem influenciar a dinâmica da sala de aula e a eficácia do 
processo de ensino e aprendizagem. Planejamentos que contemplem regulações organizativas diver-
sas, com possibilidades de adequações ou flexibilizações têm sido uma das alternativas mais discutidas 
como opção para o rompimento com estratégias e práticas limitadas e limitantes. 
Flexibilização E Adaptação Curricular Em Favor Da Aprendizagem 
Para estruturar as flexibilizações na escola inclusiva é preciso que se reflita sobre os possíveis ajustes 
relativos à organização didática. Qualquer adaptação não poderá constituir um plano paralelo, segre-
gado ou excludente. As flexibilizações e/ou adequações da prática pedagógica deverão estar a serviço 
de uma única premissa: diferenciar os meios para igualar os direitos, principalmente o direito à partici-
pação, ao convívio. 
O desafio, agora, é avançar para uma maior valorização da diversidade sem ignorar o comum entre os 
seres humanos. Destacar muito o que nos diferencia pode conduzir à intolerância, à exclusão ou a 
posturas fundamentalistas que limitem o desenvolvimento das pessoas e das sociedades, ou, que jus-
tifiquem, por exemplo, a elaboração de currículos paralelos para as diferentes culturas, ou para pessoas 
com necessidades educacionais especiais. (BLANCO, 2009). 
Além disso, para que o projeto inclusivo seja colocado em ação, há necessidade de uma atitude positiva 
e disponibilidade do professor para que ele possa criar uma atmosfera acolhedora na classe. A sala de 
aula afirma ou nega o sucesso ou a eficácia da inclusão escolar, mas isso não quer dizer que a res-
ponsabilidade seja só do professor. O professor não pode estar sozinho, deverá ter uma rede de apoio, 
na escola e fora dela, para viabilizar o processo inclusivo. 
Para crianças com necessidades educacionais especiais uma rede contínua de apoio deveria ser pro-
videnciada, com variação desde a ajuda mínima na classe regular até programas adicionais de apoio 
à aprendizagem dentro da escola e expandindo, conforme necessário, à provisão de assistência dada 
por professores especializados e pessoal de apoio externo. (Declaração de Salamanca, 1994). 
Como Formar Redes De Apoio À Educação Inclusiva 
Matheus Santana da Silva, aluno autista, com seu pai na biblioteca da escola. 
Os sistemas de apoio começam na própria escola, na equipe e na gestão escolar. O aluno com neces-
sidades especiais não é visto como responsabilidade unicamente do professor, mas de todos os parti-
cipantes do processo educacional. A direção e a coordenação pedagógica devem organizar momentos 
para que os professores possam manifestar suas dúvidas e angústias. 
Ao legitimar as necessidades dos docentes, a equipe gestora pode organizar espaços para o acompa-
nhamento dos alunos; compartilhar entre a equipe os relatos das condições de aprendizagens, das 
situações da sala de aula e discutir estratégias ou possibilidades para o enfrentamento dos desafios. 
Essas ações produzem assuntos para estudo e pesquisa que colaboram para a formação continuada 
dos educadores. 
A família compõe a rede de apoio como a instituição primeira e significativamente importante para a 
escolarização dos alunos. É a fonte de informações para o professor sobre as necessidades específicas 
da criança. É essencial que se estabeleça uma relação de confiança e cooperação entre a escola e a 
família, pois esse vínculo favorecerá o desenvolvimento da criança. 
 FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
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Profissionais da área de saúde que trabalham com o aluno, como fisioterapeutas, psicopedagogos, 
psicólogos, fonoaudiólogos ou médicos, também compõem a rede. Esses profissionais poderão escla-
recer as necessidades de crianças e jovens e sugerir, ao professor, alternativas para o atendimento 
dessas necessidades. 
Na perspectiva da Educação inclusiva, os apoios centrais reúnem os serviços da Educação especial e 
o Atendimento Educacional Especializado (AEE). São esses os novos recursos que precisam ser in-
corporados à escola. O aluno tem direito de frequentar o AEE no período oposto às aulas. O sistema 
público tem organizado salas multifuncionais ou salas de apoio, na própria escola ou em instituições 
conveniadas, com o objetivo de oferecer recursos de acessibilidade e estratégias para eliminar as bar-
reiras, favorecendo a plena participação social e o desenvolvimento da aprendizagem. 
Art. 1º. Para a implementação do Decreto no 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os 
alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas 
classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em 
salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede 
pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos; Art. 2º. O 
AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização 
de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena partici-
pação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem; Parágrafo Único. Para fins destas Dire-
trizes, consideram-se recursos de acessibilidade na Educação aqueles que asseguram condições de 
acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos 
materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de co-
municação e informação, dos transportes e dos demais serviços. (CNB/CNE, 2009). 
Ainda que não apresente números consideráveis, a inclusão tem sido incorporada e revela ações que 
podem ser consideradas práticas para apoiar o professor. Ter um segundo professor na sala de aula, 
é um exemplo, seja presente durante todas as aulas ou em alguns momentos, nas mais diversas mo-
dalidades: intérprete, apoio, monitor ou auxiliar. Esse professor poderá possuir formação específica, 
básica ou poderá ser um estagiário. A participação do professor do AEE poderá ocorrer na elaboração 
do planejamento e no suporte quanto à compreensão das condições de aprendizagem dos alunos, 
como forma de auxiliar a equipe pedagógica. 
Outra atividade evidenciada pela prática inclusiva para favorecer o educador é a adoção da práxis - no 
ensino, nas interações, no espaço e no tempo - que relacione os diferentes conteúdos às diversas 
atividades presentes no trabalho pedagógico. São esses procedimentos que irão promover aos alunos 
a possibilidade de reorganização do conhecimento,

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