Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROTOCOLO PARA BRONQUITE CRÔNICA Definição: A bronquite crônica é uma doença pulmonar obstrutiva crônica do tipo 2. A bronquite crônica é definida como tosse produtiva na maioria dos dias da semana, com duração total de pelo menos 3 meses em 2 anos consecutivos. A bronquite crônica torna-se bronquite obstrutiva crônica se houver o desenvolvimento de evidências espirométricas de obstrução das vias respiratórias. Fisiopatologia: DPOC é a limitação do fluxo de ar provocada por resposta inflamatória a toxinas inalatórias, frequentemente fumaça de cigarro. Deficiência de alfa-1 antitripsina e uma variedade de exposições ocupacionais constituem causas menos comuns em indivíduos que não são tabagistas. Uma das possíveis complicações da DPOC é a perda ponderal. Em indivíduos geneticamente suscetíveis, as exposições inalatórias deflagram uma resposta inflamatória nas vias respiratórias e nos alvéolos, que desencadeia a doença. Admite-se que o processo seja mediado pelo aumento da atividade da protease e pela diminuição da atividade antiprotease, resultando em destruição tecidual e hipersecreção de muco. A DPOC envolve situações de saúde como a asma, o efisema pulmonar e bronquite crônica. Recomendações Nutricionais PTN: 20% do NET CHO + LIP: 80 % (CHO – 50 a 60%) 1 a 1,5 g/kg de peso corporal por dia de PTN · Mínimo de 2 litros de água ao longo do dia para que as vias aéreas fiquem bastante hidratadas e o muco seja mais fácil de ser expelido · Preparar sempre refeições para os momentos de dificuldade de respirar. Nesses momentos, focar em ingerir alimentos leves e de fácil digestão, como ovos, peixes sem espinha, frango desfiado, purês, iogurtes naturais, gelatina natural caseira, smoothies saudáveis, legumes cozidos e sem casca e frutas picadas e sem casca. · Caso o paciente faça uso de broncodilatador e outros remédios, orientar o paciente para que evite fazê-lo perto do momento de se alimentar. · Consumir em torno de 5 porções de frutas, legumes e verduras ao dia. Cinco porções de vegetais e frutas fornecem aproximadamente 220 mg / dia de vitamina C, a ingestão recomendada para adultos Nutrientes-alvos: · Proteinas: frango, peixe, ovos, carne, porco, feijões, lentilha, queijos brancos, iogurte, leite, amendoim, castanhas, pistache, nozes, avelã. · Gorduras de boa qualidade: azeite extra-virgem, abacate, óleo de linhaça, óleo de gergelim, castanhas, amêndoa, nozes, pistache, avelãs. · ferro: ovos, carne vermelha, peixe, aves, fígado, miúdos, hortaliças verdes escuras, como couve, taioba, salsinha, espinafre, agrião e o feijão e a lentilha. · cálcio: gergelim, amêndoas, salsa, brócolis, sardinha, couve, taioba, repolho, feijão branco, chia, soja, tofu, linhaça, espinafre, agrião, rúcula, quiabo · magnésio: levedo de cerveja, farelo de trigo, aveia, uva, banana, abacate, amendoim, couve, espinafre, beterraba, gergelim, semente de girassol, grão-de-bico, soja, castanha-do-Pará, linhaça · fósforo: Queijos; Miúdos (moela, fígado, coração, sarapatel, dobradinha, chouriço, etc), oleaginosas (amendoim, castanhas, nozes), Chocolates e cacau, frutos do mar, peixes como: sardinha, atum, bacalhau e salmão, gema de ovo. · potássio: cenoura, sardinha, batata, molho de tomate, abacate, abóbora, espinafre, beterraba, suco de laranja, pistache, lentilha, feijão, castanha do Pará, ameixa seca, melancia, queijo cottage, uva passa · Selênio: castanha-do-Pará, castanha-de-caju, ovos, frango, peixes, arroz integral, semente de girassol · vitamina A: gema de ovo, espinafre, mamão, óleo de peixe, fígado, abóbora, cenoura, manga · Vitamina C: mamão, abacaxi, limão, acerola, açaí, pimentão, brócolis, caju, camu-camu, goia, kiwi, morango, laranja, tangerina · Vitaminas do complexo B: levedo de cerveja, aveia, semente de girassol, avelã, amendoim, amêndoas, cogumelos, feijões, espinafre, quiabo, suco de laranja · Vitamina E: castanhas, azeite, amendoim, pistache, amêndoas, abacate, gema de ovo, vegetais folhosos · Magnésio: vegetais verdes escuros, frutas, legumes, semente de girassol, semente de abóbora, oleaginosas (amendoim, pistache, avelã, nozes, castanha-de-caju, amêndoas) · Zinco: ostras, peixes, feijões · Ubiquinona: peixes gordos (cavala, atum, salmão, sardinha), feijão azuki, óleo de gergelim, gergelim, laranja, morango, abacate, brócolis, espinafre, couve-flor Outras informações importantes: - Uma dieta rica em proteínas é recomendada para restaurar o músculo respiratório e promover melhorias no sistema imunológico. No entanto, um excesso de proteínas na dieta deve ser evitado. Uma dieta com teor de proteína excessivamente alto pode resultar em aumento da dispneia em pacientes com aumento do impulso respiratório, bem como naqueles com reserva respiratória. Além disso, dietas contendo proteínas com altas concentrações de AAR (valina, leucina e isoleucina) também devem ser evitados, pois podem estimular o centro respiratório, resultando em aumento respiratório, esforço e induzindo fadiga muscular. - Uma quantidade de carboidratos excedendo a necessidade leva à lipogênese, resultando na produção de um excesso de dióxido de carbono, que também pode levar à esteatose hepática. Há um aumento do quociente respiratório durante a lipogênese. - As evidências de vários estudos sugerem que uma dieta com baixo teor de gordura e alto teor de carboidratos (que aumenta o VCO2), quando comparada com uma dieta com alto teor de gordura e baixo teor de carboidratos, piora o desempenho nos exercícios e função pulmonar e aumenta PaCO2 em pacientes com DPOC. - O zinco poderia ter efeito no manejo da geração de radicais livres. - Os altos níveis de ácidos graxos n-6 (de carne e óleo vegetal) e baixos níveis de ácidos graxos n-3 (de nozes, sementes, legumes e ingestão de peixes gordurosos) na dieta ocidental pode levar a um aumento nos níveis de prostaglandina E2, o que eventualmente promove a síntese de IgE que prepara o palco para atopia e inflamação. - Os ácidos graxos poliinsaturados n-3, que estão presentes nos óleos de peixe, são metabolizados em menos mediadores broncoconstritores e inflamatórios do que o n-6 ácidos graxos poliinsaturados. - O consumo excessivo de sal também pode estar relacionado ao aumento da reatividade brônquica. - Alimentos antiinflamatórios e bons para DPOC/bronquite: tomate, goiaba, uva roxa, suco de uva integral, chia, linhaça, sardinha, salmão, atum arenque, cavala, chá verde, café, alho, cebola Evidências sobre suplementação: - Os suplementos de vitamina C e n-3 são seguros e razoáveis; entretanto, são necessários estudos para estabelecer sua eficácia na DPOC - N-acetilcisteína: 400 a 1200 mg / dia por 3 a 6 meses reduziu o número de crises em 26% - Os níveis de magnésio nos glóbulos vermelhos podem orientar o uso de reposição de magnésio. O magnésio possui efeito broncodilatador. - O uso de L-carnitina em três pequenos estudos demonstrou melhor tolerância ao exercício. Dose de 2000 mg por dia de 2 a 4 semanas. - Vários estudos têm mostrado uma relação positiva da suplementação de vitamina D em pacientes com DPOC. Isso pode ser devido ao efeito imunomodulador da vitamina D, e também ajuda a diminuir a miopatia / fraqueza muscular Alimento Medida caseira Nutriente-alvo teor de nutriente na medida caseira Fígado de galinha 1 unidade média ferro 2,46 Espinafre 4 colheres de sopa cheia ferro 162,04 mg Couve refogada 4 colheres de sopa cheia ferro 1,64 mg Sardinha em conserva de óleo 1 unidade média potássio 152, 31 mg Molho de tomate 6 colheres de sopa potássio 0, 18 mg Iogurte natural 1 unidade cálcio 300 mg Amêndoa 10 unidades cálcio 28,2 mg Brócolis 5 colheres de sopa cheia cálcio 23 mg Acerola 5 unidades vitamina C 1006,2 mg Mamão 1/2 unidade média vitamina C 71,3 mg Ovo de galinha frito 2 unidades médias vitamina A 341 mg Manga vitamina A Castanha do Pará 2 unidades selênio 236,8 mg Castanha de caju 5 unidades selênio 2,93 mg parmesão 3 colheres de sopa cheia fósforo312,3 mg gema de ovo 2 unidades fósforo 146,4 mg abacate 1 copo pequeno cheio vitamina E 2,95 mg amendoim 1 punhado magnésio 54,30 mg Espinafre 4 colheres de sopa cheia magnésio 123 mg feijão preto cozido 1 concha média cjeia zinco 0,98 mg Pirâmide Alimentar para pessoas com DPOC ( Rondanelli et al, 2020) REFERÊNCIAS: Nutrition therapy for chronic obstructive pulmonary disease and related nutritional complications. FERNANDES, AC; BEZERRA, OMPA. Disponível em < https://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v32n5/en_14.pdf >. J Bras Pneumol. 2006; 32 (5): 461-71 https://www.sbn.org.br/orientacoes-e-tratamentos/orientacoes-nutricionais/ Jaber, R. (2002). Respiratory and allergic diseases: from upper respiratory tract. to asthma. Prim Care Clin Office Pract 29, 231–261 https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc Nutmed. Apostila de Nutrição Clínica e Dietoterapia. Capítulo “Terapia Nutricional nas Patologias Pulmonares”. Rondanelli M, Faliva MA, Peroni G, et al. Food Pyramid for Subjects with Chronic Obstructive Pulmonary Diseases. Int J Chron Obstruct Pulmon Dis. 2020;15:1435-1448. Published 2020 Jun 19. doi:10.2147/COPD.S240561
Compartilhar