Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIDADE I Conhecimento Crítico na Prática de Enfermagem TÓPICO I Coleta de Dados da Enfermagem 1 Introdução A enfermagem é determinada por uma série de condutas sistematizadas, garantindo a qualidade e o cuidado eficaz ao paciente. Os cuidados de enfermagem são pautados por diversas ações que envolvem a a assistência ao ser humano em suas necessidades básicas, buscando o processo de promoção, recuperação, prevenção e manutenção da saúde. É necessário praticar o reconhecimento dos direitos dos pacientes em suas necessidades biopsicossociais, estabelecendo prioridades. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) foi institucionalizada em 2002, a partir da Resolução nº 272/2002 do COFEN. O principal objetivo da SAE é estabelecer uma melhoria na qualidade da assistência, ou seja, na prática de um processo de trabalho adequado às necessidades humanas. É uma atividade exclusiva do enfermeiro, que, a partir do método e da estratégia de trabalho científico, busca identificar situações de saúde ou doença que sirvam como parâmetro para a assistência de enfermagem. Em 2009, foi publicada a Resolução nº 358/2009 do COFEN, que dispõe sobre a SAE e a implementação do Plano de Enfermagem (PE) em todos os ambientes que ocorrem os cuidados dos profissionais de enfermagem. O PE é iniciado quando o paciente entra no sistema de saúde, e consiste em cinco etapas, sendo: - Coleta de dados de enfermagem ou histórico de enfermagem; - Diagnóstico de Enfermagem; - Planejamento da Assistência de Enfermagem; - Implementação; - Avaliação de Enfermagem; Assim, o objetivo da equipe de enfermagem, é garantir informações precisas, de qualidade e com o máximo de informações. Esse processo ocorre a partir do que determina a abordagem sistemática da prática de enfermagem. - Investigação: levantamento de dados; - Planejamento: define o plano de cuidados; - Diagnóstico: fornece as bases para as intervenções de enfermagem; - Implementação: execução do plano; - Avaliação: avalia as consequências dos cuidados prestados; 2 Abordagem ao Paciente Um fator relevante é a comunicação, ou seja, a forma como o paciente consegue exteriorizar o que se passa em seu mundo interior, trazendo informações ao profissional de enfermagem. O intuito do profissional deve ser esclarecer, perceber o que é necessário sem adotar uma postura de julgamentos prévios, muitas vezes tendo que respeitar o silêncio do outro. A coleta de dados deve ser realizada em ambiente calmo, iluminado e sem interrupções e pautada nos princípios éticos que norteiam a profissão. Ao examinar, o enfermeiro deve realizar seu julgamento clínico sem juízo de valor, respeitando a cultura, a condição social, a orientação sexual, o gênero, a idade e o momento enfrentado pela pessoa. O quadro a seguir expõe as condutas para uma abordagem adequada ao paciente: A coleta de dados, pode ser de quatro formas, sendo: - Avaliação Inicial: com o propósito de avaliar o estado de saúde da pessoa, identificar problemas e estabelecer um relacionamento terapêutico; - Avaliação Focalizada: tem como finalidade verificar a presença ou ausência de um diagnóstico em particular; - Avaliação de Emergência: utilizada em situações em que há ameaça à vida; - Avaliação de Acompanhamento: realizada em determinado período após uma avaliação prévia; Na consulta de enfermagem, a entrevista é descrita como a primeira etapa do processo de enfermagem na coleta de dados, porém, ela ocorre continuamente, pois é essencial para o desenvolvimento do processo, para que todas as próximas etapas do processo possam ser realizadas adequadamente. A entrevista tem como objetivo levantar dados referentes ao estado físico e emocional do paciente, permitindo reunir informações que irão direcionar o profissinal sobre o que especificamente deve ser investigado no exame físico. O exame físico, tem como base as informações da entrevista, irá realizar a coleta de dados que validarão a entrevista, levantando os dados sobre a saúde do paciente e suas respectivas anormalidades apontadas no histórico em relação a suas queixas. Deve-se realizar uma investigação de sinais e sintomas apresentados pelo paciente, a semiologia e a semiotécnica, que consiste em estudar a metodologia das ações a serem implementadas após o exame físico. Para a etapa do exame físico é de grande relavância o sigilo, a privacidade, um ambiente adequado, instrumentos e aparelhos necessários. A partir da entrevista e do exame físico, é possível estabelecer o procedimento da coleta de dados, a primeira das cinco fases sequênciais e interrelacionadas: Investigação, Diagnóstico, Planejamento, Implementação e Avaliação. 2.1 Roteiro de Informações Relevantes A coleta de dados pode ser ampla, com dados predeterminados em um contato inicial, ou pode ser focalizada, quando realizada com dados específicos de acordo com a situação apresentada. O levantamento de dados de enfermagem, consiste em informações subjetivas, oferecidas pelas pessoas, e em dados objetivos obtidos por meio de exames e diagnósticos. Devido à natureza dos dados coletados, podemos considerar que eles não são indicadores perfeitos dos dados coletados, podemos considerar que eles não são indicadores perfeitos ou exatos do estado de saúde ou do problema apresentado pela pessoa. Nesse contexto, a qualidade das informações, mais do que a quantidade é importante para o julgamento do diagnóstico. Na entrevista esquematizada, facilitando a compreensão das próximas etapas a serem cumpridas na assistência de enfermagem, é preciso abordar os seguintes aspectos: - Identificação: nome, idade (relaciona-se a problemas que incidem em determinadas faixas etárias), sexo (certos problemas são mais frequentes em determinados sexos), etnia (algumas doenças são mais comuns em etnias específicas); estado civil (avaliação de estados emocionais decorrentes de problemas familiares, sexuais, de relacionamento etc.), grau de instrução, profissão (problemas decorrentes da ocupação), naturalidade (avaliação de alterações relacionadas a costumes, alimentação ou doenças características de determinadas regiões); - Queixa Principal: o que motivou a procura pelo serviço de saúde. Quando a queixa for algia, deve-se determinar suas características quanto a localização, duração e intensidade (em uma escala de 0 a 10). Observar sinais emitidos pelo paciente, também é importante para determinar e avaliar a dor, como: sinais vitais, náuseas, coloração da pele, tensão muscular, postura, expressão facial e verbal, ansiedade e depressão, fatores estes de ordem fisiológica, comportamental e afetiva; - Histórico da Doença Atual: sintomas relacionados com a doença devem ser investigados de forma minuciosa, como horário de aparecimento e duração; - Antecedentes Pessoais: como alergias, medicações em uso, vícios, hábitos, hidratação, sono, higiene, eliminação e religião; - Antecedentes Familiares: pesquisando doenças congênitas, hereditárias e contagiosas; Essas informações devem ser coletadas com escuta ativa e raciocínio crítico, assegurando que a próxima etapa, o diagnóstico de enfermagem, assim como a implementação das intervenções adequadas, podem ser realizados com o máximo de segurança e assertividade. 2.2 Escuta Ativa ao Paciente É a principal característica a ser aplicada durante a entrevista, sem julgamentos, compreendendo a realidade do cliente a partir do seu ponto de vista. Ela estabelece dois atributos: Compreensão e Ajuda. Compreender o processo de escuta ativa se dá na percepção da humnização, enquanto peça-chave para ver o paciente em sua integralidade. Escutar implica diretamente em prestar atenção ao que está sendo dito, refletir e assimilar o conteúdo. O profissional dever ser receptivo e disponível, portanto, precisa expressar o desejo de ouvir, conversar, não interrompendo o paciente, de modo a ser verdadeiro, compartilhando esperanças e sentimentos. A escuta ativa promove a compreensão, o conforto e a segurança do paciente, assim como busca de informação e planejamento dos cuidados, umagestão eficaz da doença por meio da adesão terapêutica e do autocuidado, uma redução de fatores de risco e complicações, além de uma melhoria dos resultados em saúde. TÓPICO II Diagnóstico de Enfermagem 1 Introdução Para que o profissional de enfermagem possa elaborar um diagnóstico a partir da investigação inicial, é de suma importância que ele desenvolva um raciocínio crítico e investigativo organizando da melhor forma este processo, garantindo que o planejamento alcance resultados efetivos. O desenvolvimento de raciocínio crítico demanda atenção a questões relevantes, como: conhecimento científico, empenho, curiosidade, capacidade de resoluções de problemas e disponibilidade para escuta ativa, tendo em vista a quantidade de pessoas e de processos envolvidos nos cuidados ao paciente. O Diagnóstico de Enfermagem tem por objetivo identificar as necessidades do indivíduo que precisa de atendimento, buscando oferecer uma base adequada para as intervenções de enfermagem, alcançando, assim, os resultados necessários ao processo de cuidar. Alguns fatores podem determinar os erros no diagnóstico de enfermagem, a começar por uma coleta de dados incorreta, com pouca atenção, sem conhecimento científico sobre patologias, sinais e sintomas, estresse e falta de atenção na escuta. O uso do diagnóstico de enfermagem permite que o profissional repense seu papel e sua proposta de trabalho, pois promove maior aproximação com o paciente. Uma vez que é aplicado o processo de humanização. Além disso, facilita a priorização de cuidados e a transmissão de informações para a equipe, estimula o desenvolvimento de uma visão crítica, contribui para o desenvolvimento do conhecimento científico e para o desenvolvimento pessoal. 2 Pensamento Crítico e Elaboração do Diagnóstico de Enfermagem Para elaborar o diagnóstico de enfermagem, é de suma importância desenvolver o pensamento crítico e científico, com base nos parâmetros estabelecidos adequadamente ao ser humano no processo de saúde. A contextualização da doença é pautada para construir um raciocínio investigativo e assertivo, levando a aplicação do diagnóstico ao plano de cuidados de enfermagem. É necessário que o profissional aprenda a raciocinar acerca dos conceitos. Para raciocinar sobre o dignóstico junto à investigação de enfermagem, é preciso, ter a Hipótese Diagnóstica, que é analisada ao longo do processo investigativo, além da investigação completa. O processo diagnóstico determina o processo ativo do pensamento, em que o enfermeiro investiga na memória os conhecimentos para possíveis explicações dos dados. Identificar diagnósticos é uma atividade complexa, por tratar-se da interpretação do comportamento humano relacionado à saúde, além da escolha de intervenções adequadas para cada intervenção/situação. O pensamento crítico deve ser empregado no raciocínio diagnóstico, objetivando uma interpretação precisa das respostas humanas aos problemas de saúde. As características a serem desenvolvidas são: - confiança; - pensar de maneira independente; - imparcialidade; - responsabilidade e obrigação; - assumir riscos; - criatividade e curiosidade; - disciplina; - perseverança; - usar frases com sentido aberto; - observação, comunicação e ouvir reflexivamente; - fazer perguntas e devolver a pergunta feita; - usar terapeuticamente o silêncio e verbalizar a aceitação e o interesse; - dizer não; - repetir comentários ou última palavra dita pelo cliente; - verbalizar dúvidas; - usar frases descritivas; - resumir o conteúdo da conversa; - usar terapeuticamente o humor; Tendo compreendido a importância do raciocínio crítico no desenvolvimento do diagnóstico de enfermagem, a próxima ação é a elaboração do diagnóstico, a partir dos dados coletados, para a execução dos cuidados adequados ao atendimento das necessidades do ser humano. O diagnóstico de enfermagem é composto por: - Problema: título ou diagnóstico; - Caracterização: evidencia-se por sinais e sintomas, parte do diagnóstico que dá a primeira indicação da aplicabilidade ou não de um diagnóstico; - Características Definidoras: características das pessoas e família, ou seja, características que o cliente apresenta e que dão subsídios ao diagnóstico de enfermagem; - Origem: fatores relacionados ou fatores de risco, de alguma forma contribuem para o diagnóstico; Após a coleta de dados, é preciso analisar e comparar os dados obtidos, com o objetivo de estabelecer o diagnóstico de enfermagem. Para fazer um diagnóstico de enfermagem preciso é necessário coletar dados válidos e pertinentes; agrupar os dados; diferenciar diagnóstico de enfermagem (diagnósticos clínicos sobre as informações do paciente); de problemas colaborativos (complicações fisiológicas que podem vir a ocorrer); formular corretamente os diagnósticos de enfermagem e selecionar os diagnósticos prioritários. Preparando assim, a próxima etapa: Implementação da Intervenção de Enfermagem, que consiste na determinação global da assistência de enfermagem a partir dos diagnósticos estabelecidos. Os diagnósticos de enfermagem podem ser classificados em: - Real: que descreve um julgamento clínico que o enfermeiro validou devido à presença de características definidoras maiores; - De Risco: descreve um julgamento clínico em que o indivíduo está mais vulnerável ao desenvolvimento de um problema; - De Promoção da Saúde: é preciso aumentar o bem-estar e concretizar o potencial de saúde humana; - De Bem-Estar: julgamento clínico sobre o paciente em transição, de um nível específico de saúde para um outro nível mais elevado; - De Síndrome: conjunto de diagnósticos reais ou de risco possíveis devido a um certo evento ou situação; O processo de desenvolvimento de uma enunciado do diagnóstico de enfermagem se dá a partir de sete eixos: - O conceito diagnóstico é o componente central; - O sujeito do diagnóstico, o paciente; - O julgamento que especifica o sentido do diagnóstico; - A localização, parte do corpo ou função relacionada; - A idade, ou seja, feto, neonato, bebê, criança que começa a andar, criança pré-escolar, criança em idade escolar, adolescente, adulto e/ou idoso; - O tempo como agudo, crônico, intermitente, contínuo; - A situação do diagnóstico: real, promoção da saúde, de risco ou bem-estar; As prioridades são estabelecidas com base nas necessidades do paciente, em relação aos seus aspectos biopsicossociais, e são denominados pela Classificação da Nanda como domínios, sendo: Promoção à Saúde, Nutrição, Eliminação e Troca, Atividade/Repouso, Percepção e Cognição, Autopercepção, Papeis e Relacionamentos, Sexualidade, Enfrentamento e Tolerância ao Estresse, Princípios da Vida, Segurança/Proteção. Para um diagnóstico de enfermagem eficaz e com padrões seguros para a implementação das intervenções de enfermagem, a partir da coleta de dados, é preciso seguir o seguinte roteiro: - Estrutura do Diagnóstico; - Tipo de Diagnóstico; - Sete Eixos de Diagnóstico; - Prioridades nas necessidades do paciente; 2 Principais Fontes de Erros no Diagnóstico de Enfermagem O diagnóstico de enfermagem deve ter como componentes básicos o conhecimento científico, pensamento crítico, conhecimento dos parâmetros das necessidades humanas básicas relacionadas à saúde, coleta de dados eficaz, raciocínico clínico adequado, boa comunicação, curiosidade investigativa, enfim, uma série de requisitos necessários para elaborar um diagnóstico, sem causar interferência nas etapas seguintes da SAE. Os dados coletados devem ser os mais fidedignos possíveis, com as informações de maior relevância em linguagem clara e precisa, pois uma linguagem uniforme e padronizada facilita a comunicação e o uso de sistemas informatizados, além disso, promove a representação do conhecimento clínico de enfermagem. O diagnóstico de enfermagem é considerado como uma das etapas mais complexas na sistematizaçãode assistência, gerando muitos problemas em sua realização. 2.2 Aplicação do Diagnóstico ao Plano de Cuidado de Enfermagem Os Planos de Cuidados tem a função de representar o conjunto prioritário de diagnóstico: proporcionar um roteiro para orientar o registro; comunicar a equipe de enfermagem sobre o que ensinar, o que observar e o que implementar, proporcionar resultados para a revisão e avaliação do atendimento; orientar as intervenções que a equipe de enfermagem precisa implementar. O Plano de Enfermagem deve incluir: relatórios diagnósticos, resultados esperados, ordens ou intervenções, além de estado de diagnóstico e evolução do paciente. Os planos de cuidados eficazes utilizam informações escritas, não confiando apenas na comunicação verbal, dese modo, ajudam a dar continuidade ao tratamento do paciente, proporcionando possibilidades para a revisão e reavaliação dos atendimentos. O quadro a seguir demonstra os tipos de diagnósticos: A partir da elaboração adequada do diagnóstico de enfermagem, é preciso realizar sua aplicação no plano de cuidados. Identificadas as necessidades do paciente, o qual é entendido de acordo com o Grau de Dependência e a Natureza da Extensão, o profissional de enfermagem determina a assistência de enfermagem que o paciente deve receber conforme o diagnóstico estabelecido. É fundamental planejar os cuidados e procedimentos adequados, com a intenção de minimizar ou solucionar os problemas reais ou potenciais do paciente. As prioridades devem ser estabelecidas de acordo com a situação e a percepção do paciente e da família, assim como o grau de ameaça a seu bem-estar, garantindo a individualização do processo. Na escolha de cada ação de cuidado, devemos sempre considerar o conjunto de consequências positivas ou negativas que terá como resultado. TÓPICO III Planejamento e Implementação dos Cuidados 1 Introdução O planejamento, nessa etapa do PE, tem por objetivo planejar a implementação das intervenções de enfermagem. Toda ação de planejamento exige uma visão crítica e que priorize as ações da equipe de enfermagem, afinal, para planejar é necessário coletar todas as informações acerca dos objetivos e das metas para cada paciente. Para isso, as ações são priorizadas com base nas necessidades do paciente, na prevenção, promoção, recuperação e manutenção de sua saúde. O planejamento exige uma visão sobre os recursos humanos envolvidos, as perspectivas do paciente e os fatores de risco. O Plano de Cuidado é o planejamento. O enfermeiro deve delegar a sua equipe os cuidados de determinada tarefa, esperando os resultados com responsabilidade, conhecimento crítico e ética. Porém, não deve delegar quando é exigido uma investigação, pensamento e julgamento complexos, pois o resultado da intervenção pode ser imprevisível, com grande risco e necessidade de solução de problemas e criatividade. Os cinco certos de delegar em enfermagem são: Tarefa Certa, Pessoa Certa, Situação Certa, Comunicação Certa e Avaliação Certa. A última etapa do PE, é a avaliação, que tem como intenção recolher todos os dados que foram trabalhados em prol da saúde do paciente, verificando se houve eficácia, se os objetivos foram alcançados, se houve mudanças positivas ou negativas no estado de saúde do paciente, e por meio da evolução de enfermagem proceder com avaliação e reavaliação a partir dos resultados obtidos, gerando então, o Relatório de Enfermagem. As anotações de enfermagem serão avaliadas com base em uma coerência de informações, por isso, é importante que a cada troca de turno haja o processo de comunicação e escuta ativa, pois não é só o paciente que deve ser ouvido, mas a própria liderança e os demais membros da equipe. 2 Estabelecer Prioridades de Cuidados Para que o enfermeiro estabeleça as prioridades em relação aos cuidados, é essencial planejar as ações de intervenção aplicáveis ao diagnóstico, utilizando seus conhecimentos práticos, científicos, sua experiência e seu pensamento crítico e clínico, visando assim, garantir um prognóstico que possa atender às necessidades básicas do paciente, alteradas após a implementação do Plano Assistencial a partir dos dados fornecidos pela evolução de enfermagem. Em seguida é o momento de: - Determinar as prioridades imediatas a partir da identificação do objetivo; - Observar quais problemas necessitam de atenção imediata e quais podem esperar; - Fixar metas, ou seja, estabelecer resultados esperados e a maneira de beneficiar o paciente com os cuidados de enfermagem; - Determinar as intervenções e planejar a assistência levando em consideração os recursos humanos e tecnológicos disponíveis, a aplicabilidade da intervenção e a rentabilidade delas, assim como a necessidade de reavaliação ainda na fase de planejamento, mantendo o foco e evolução do diagnóstico. Nesse contexto, também faz parte a família e a equipe de saúde; - Fazer o registro individualizado do plano de cuidados, redigindo um plano padronizado, para tratar da situação específica do paciente; O planejamento pode ser compreendido a partir do estabelecimento de diagnósticos, metas ou resultados esperados, além da prescrição das ações de enfermagem, as quais serão executadas na fase de implementação. O planejamento é a etapa em que o enfermeiro efetivamente prepara um plano de ação para ter eficácia e assertividade em seus próximos passos no processo de cuidar. A priorização dos diagnósticos pode ser realizada segundo sua importância vital: aqueles que não podem esperar e demandam atenção imediata; problemas que devem ser controlados; problemas que podem ser adiados sem comprometer à saúde dos pacientes que estão sob cuidados do enfermeiro. Ao estabelecer prioridades, o enfermeiro tem segurança do que suas ações deverão estar em concordância com o diagnóstico de enfermagem e que a prescrição acontecerá com uma comunicação ativa, para que ao efetuarem as anotações de enfermagem, os resultados sejam assertivos e coerente. Caso o planejamento tenha uma avaliação coerente, sem grandes intercorrências, é fundamental praticar a monitorização, que envolve a análise constante dos resultados, verificando se as condições do paciente melhoraram, pioraram ou permaneceram dentro de um limite normal. A monitorização proporciona a obtenção de informações importantes para determinar o tipo de intervenção. No Diagnóstico Real, monitora-se as condições de melhora; No de Alto Risco, monitora-se os sinais de aparecimento do problema; No de Bem-Estar, monitora-se a participação do paciente nas mudanças de estilo de vida; Nos Problemas Colaborativos, monitora-se o surgimento de uma problema ou a mudança de um problema já existente. O processo de saúde-doença, além de seus padrões estabelecidos por um conhecimento científico, tem seus padrões subjetivos e emocionais que devem ser percebidos pelo enfermeiro, e no qual a equipe deve ser capacitada para seguir o que for proposto. O enfermeiro enquanto líder, deve estar preparado para um trabalho a ser delegado e cumprido de forma objetiva, profissional e com êxito. O COREN, que é o órgão que regulamenta e fiscaliza a profissão, trata de ações ligadas aos direitos e deveres do enfermeiro, em relação à sua prática no ambiente profissional. Tratar da saúde do paciente do mesmo modo que gostaria de ser tratado, isso se chama Alteridade. É na fase de implementação e de avaliação que surge a possibilidade de recorrer a novas estratégias, caso necessário. Porém, as estratégias só poderão ser reavaliadas se os agravos não levarem o paciente a uma situação de maior gravidade. Cabe ao enfermeiro estar em constante reavaliação de suas próprias práticas. Para cada resultado esperado, o enfermeiro é responsável por propor intervenções de enfermagem e prescrever ações que visem reduzir ou eliminar os fatores que contribuem para o diagnóstico, assim como proporcionar níveis mais elevados de saúde, prevenir problemas e monitorar o estado de saúde atual ou o surgimento de outros problemas. 2.1 Pensamento Crítico Durante a Implementação O objetivo da implementaçãoé a ação do enfermeiro, na qual ele executa as atividades prescritas na etapa de planejamento da assistência. Essa etapa é dividida em: Prescrição de Enfermagem (realizada pelo enfermeiro) e execução da prescrição (realizada pela equipe de enfermagem). As duas ações são extremamente complexas e envolvem toda a equipe de enfermagem, exigindo do enfermeiro o desenvolvimento de pensamento crítico, para que possa, a partir da resolução dos diagnósticos apresentados, ter clareza e resultados positivos sobre suas ações. O fato de o enfermeiro fazer uma prescrição, prevendo os resultados, não garantirá que ela será executada, pois depende totalmente da colaboração e da concreta visão sobre o cuidar por parte da equipe. O enfermeiro formula as atividades de enfermagem para monitorar, prevenir, reduzir ou eliminar os diagnósticos de enfermagem estabelecidos, sendo a fase do processo de enfermagem que envolve o início do plano de cuidados. Essa ação se dá a partir da prescrição de enfermagem. A maneira pela qual o enfermeiro é capaz de auxiliar o paciente a alcançar resultados, envolve as seguintes ações: - Dependentes: implementam as recomendações médicas e indicam a maneira pela qual a recomendação pode ser executada. - Interdependentes: descrevem as atividades que o enfermeiro realiza em colaboração a outros membros da equipe de saúde. As ações podem ser de Cuidados Diretos (realizadas diretamente) ou de Cuidado Indireto (realizadas sem a presença da pessoa e intervenções de coordenação e controle do ambiente em que o cuidado é oferecido). Ambas devem ser prescritas pelo enfermeiro logo após o diagnóstico da enfermagem ter sido realizado. A Prescrição de Enfermagem é o roteiro que coordena a ação da equipe de enfermagem na execução dos cuidados adequados ao atendimento do paciente. A elaboração e execução da prescrição de enfermagem exige conhecimento técnico, científico, tomada de decisões e busca de conhecimentos específicos quando necessário. Os itens devem ser enumerados e checados, assim como devem ser feitas a utilização de verbos (comandos de ação) no infinitivo (fazer, ajudar, orientar, supervisionar e observar) e indicativos de dependência do paciente. No plano assistencial constam: - Prescrição de Enfermagem: conjunto de medidas que direcionam e coordenam a assistência de enfermagem ao paciente de forma individualizada, tem como objetivo a prevenção, promoção, proteção, recuperação e manutenção da saúde. Tudo o que é prescrito pelo enfermeiro deve ser checado. - Relatório de Enfermagem: toda e qualquer anotação feita pela equipe de enfermagem no prontuário do paciente, assim como as intercorrências que não tenham sido previstas pelo enfermeiro na prescrição de enfermagem. Modelo de Relatório de Enfermagem: Dentro desse contexto, ocorrem as anotações e a evolução de enfermagem, onde as informações devem ser claras, objetivas, com letra legível, sem rasuras, com datas, horários, identificação do profissional e terminologias corretas. - Anotação de Enfermagem: é o registro de todas as informações sobre a assistência prestada pela equipe de enfermagem, a fim de estabelecer um processo de comunicação entre todos os membros da equipe. Devem constituir a base da SAE, subsidiando a conduta diagnóstica e terapêutica, além de constituir documento legal e em auditorias. Os dados precisam se apresentar objetivos e evidentes, sem análise, com a descrição feita por todos e quando ocorre o fato. Cabe destacar que as anotações são feitas sobre o que foi observado ou realizado. Deve-se sempre iniciar a anotação com a data, horário e terminar com o nome do profissional e COREN. Dese-se utilizar termos científicos, abreviaturas conhecidas, horário preciso, sem espaço ou rasuras, e não se deve deixar espaço entre a anotação e a assinatura. As anotações devem conter: * Condições gerais do paciente no início do plantão; * Dados referentes às necessidades básicas (nutrição, hidratação, sono e repouso, locomoção, motilidade, eliminação, sinais vitais, comunicação e tratamento realizados); * Sinais (o que é observado) e Sintomas (o que o paciente relata); * Acidentes e intercorrências, se houverem; * Condições gerais do paciente ao término do plantão; * Não repetir anotações checadas na prescrição de enfermagem; * Todas as anotações devem ser feitas logo após a verificação da ocorrência do cuidado prestado); * Evitar expressões como “hábitos fisiológicos normais”, “sem anormalidades”, “sem intercorrência”, “sem queixas” e outras que materializam julgamentos de quem anotou; A Evolução de Enfermagem refere-se à uma criteriosa análise de 24horas, sobre todas as ações que ocorreram dentro do processo de implementação e intervenções ocorridas. Na evolução de enfermagem cabe uma atenção especial às Intercorrências apontadas, as quais não fariam parte do Plano de Cuidados, neste momento, já se estabelece a Avaliação, ou seja, a última etapa da SAE, podendo levar a novos planejamentos e novas prescrições. Modelo de Evolução de Enfermagem: O quadro a seguir demonstra a dieferença entre Anotação e Evolução de Enfermagem: 2.2 Avaliação dos Cuidados Prestados e dos Objetivos a Serem Alcançados É a fase final do PE, tem como objetivo avaliar as consequências dos cuidados prestados a partir da prescrição e das intervenções praticadas. A partir da evolução o enfermeiro é capaz de decidir pela manutenção, mudança de conduta ou alta dos cuidados prescritos. Sendo portanto, responsável por avaliar o estado do paciente, o progresso em relação ao alcance da meta e a avaliação do estado e da atualidade do plano de cuidados, além de medir a resposta do paciente em relação às ações da enfermagem, aos objetivos do tratamento, à qualidade da assistência prestada. Ao avaliar os diagnósticos de enfermagem, o enfermeiro deve atentar-se ao estado do paciente, comparando suas respostas aos critérios de resultados e concluindo se o paciente está ou não progredindo em relação ao estado esperado. Já a avaliação dos Problemas Colaborativos, diz respeito à coleta de dados selecionados, comparação de dados com as normas estabelecidas e julgamento, para analisar se os dados estão dentro de uma variação aceitável. A avaliação é um procedimento deliberado, sistemático e contínuo, podendo ser de: - Estrutura: refere-se aos recursos materiais humanos e financeiros, garantindo um mínimo de qualidade à assistência; - Processo: inclui o julgamento do cuidado prestado; - De resultado: diz respeito à satisfação do paciente durante e após o cuidado; A avaliação de enfermagem determina se os resultados desejados foram atingidos, se as intervenções foram efetivas e se é necessário realizar modificações, desse modo, deve-se realizar a mudança ou concluir o plano. Os aspectos analisados nesse processo, são: resposta do paciente, ações de enfermagem, progresso do paciente em relação aos objetivos do tratamento, a qualidade de assistência de enfermagem prestada e o nível de assistência individualizada. 2.3 Linguagem Padronizada em Enfermagem O uso de uma linguagem uniforme, padronizada, além de facilitar a comunicação, permite a representação do conhecimento clínico de enfermagem. O uso de linguagem padronizada dá suporte ao raciocínio clínico, pois direciona o olhar para identificar problemas de enfermagem, a escolher resultados esperados e intervenções mais adequadas para cada caso e contexto, com base no conhecimento da enfermagem. UNIDADE II Princípios para a Prática de Enfermagem TÓPICO I Segurança do Paciente 2 A Segurança do Paciente Foi criada pelo Ministério da Saúde em 2013, dentro do Programa Nacional de Segurança do Paciene - PNSP. Sua criação partiu de modelos de protocolos elaborados pela OMS. Os fatores que influenciam o ambiente interferem na segurança, portanto a sua identificação é fundamental para que o ambiente possa ser adaptado reduzindo os fatores de risco para os profissionais e pacientes. A OMS coloca a segurança do paciente com seis atributos de assistência de qualidade, junto com a efetividade da assistência,o cuidado prestado, tendo o paciente como centro do atendimento, a oportunidade, a eficiência e a equidade. A partir disso, a segurança do paciente passa a ser subdividida em seis protocolos básicos, sendo: - Identificação do Paciente: a pulseira de identificação previne a ocorrência de erros e danos aos pacientes. - Higienização das Mãos: previne a infecção cruzada a partir da higienização antes da assistência, depois da exposição com fluídos corporais, após o contato com o paciente e após o contato com áreas próximas ao paciente (cama, mesa de cabeceira e cadeira de repouso, entre outros). Deve ser realizada com sabonete líquido e água, sempre que houver presença de sujidade visível ou o profissional achar necessário. Sem a presença de sujidade visível a higiene pode ser feita com solução alcóolica 70% (Lembrando que as soluções alcóolicas, não substituem a necessidade de lavagem das mãos com água e sabão). - Protocolo de Cirurgia Segura: o objetivo é minimizar os riscos de possíveis eventos adversos durante o procedimento cirúrgico. Visa identificar: Paciente Certo, Procedimento Certo e o Local do Procedimento Certo, ou seja, busca reduzir possíveis erros, danos e eventos adversos ao paciente. É fundamental, pois, à medida que as cirurgias ficam mais complexas, aumentam as chances de danos que podem ser temporários, permanentes ou até mesmo levar o paciente à óbito. Baseia-se em três momentos: * Antes da Sedação e Anestesia: deve-se conversar com o paciente, verificar seu nome, confirmando com o nome presente na pulseira de identificação; Deve-se verificar se o procedimento relatado pelo paciente, é o mesmo presente no prontuário e o que a equipe está pronta para realizar; * Antes de realizar a Incisão Cirúrgica: deve-se confirmar novamente qual procedimento será realizado; * Antes do paciente sair da Sala de Cirurgia: deve-se avaliar se todos os instrumentos usados estão em ordem, assim como compressas e gazes, evitando que o paciente saia da sala de cirurgia com algum objeto dentro dele, prevenindo possíveis erros e/ou danos ao paciente; - Administração de Medicamentos: é a administração de fármacos no organismo por meio de uma das vias possíveis, de acordo com a proposta terapêutica e prescrição medicamentosa. Antes de realizar a administração de medicamentos, a equipe de enfermagem precisa se certificar de que está realizando de forma correta, utilizando os NOVE CERTOS, sendo: * Paciente Certo: através da conferência do nome e da data de nascimento, verificando se corresponde ao nome identificado no leito, nome identificado no prontuário e nome identificado na pulseira; * Medicamento Certo: conferir se o nome do medicamento a ser administrado é o mesmo prescrito, averiguar alergias com o paciente e no prontuário; * Via Certa: verificar a prescrição, confirmar se é a via recomendada e avaliar se o medicamento tem compatibilidade com a via prescrita; * Hora Certa: a medicação deve ser preparada na hora da administração, de preferência à beira do leito. Se for o caso, a antecipação ou o atraso da administração em relação ao horário prescrito, somente poderá ser feito com o consentimento do enfermeiro e do prescritor; * Dose Certa: conferir se a dose prescrita é a que foi preparada; * Registro Certo da Administração: checar a prescrição e registrar qualquer intercorrência durante a administração; * Orientação Correta: orientar o paciente sobre a medicação administrada, sua finalidade, o tempo que irão fazer uso dela, a frequência de administração e os horários; * Forma Certa: checar se a forma farmacêutica e a via de administração prescrita estão apropriadas à condição clínica do paciente (por exemplo, se o nível de consciência permite administração de medicação por via oral); * Resposta Certa: observar cuidadosamente o paciente para identificar se o medicamento teve o efeito desejado. Registrar no prontuário e informar ao prescritor todos os efeitos diferentes (a intensidade e forma) do esperado para o medicamento; - Protocolo de Prevenção de Queda (ESCALA DE MORSE): busca minimizar a ocorrência das quedas dos pacientes e, consequentemente, os danos que elas podem causar. É importante que o profissional de saúde verifique os possíveis riscos, buscando identificar os fatores, que podem acarretar uma queda, por exemplo a umidade no piso, o ambiente escuro ou grade de proteção do leito abaixada. Também é importante avaliar as patologias que o paciente apresenta pois, a Osteoporose e a Demência, por exemplo, predispõem ao risco de queda. Outro fator é o medicamento, como o caso de anti-hipertensivos, que podem causar tonturas quando o paciente levanta do leito ou da cadeira de rodas. - Protocolo de Prevenção de Úlcera por Pressão (ESCALA DE BRADEN): tem como objetivo prevenir o surgimento de úlceras por pressão durante os cuidados em pacientes acamados ou hospitalizados. Fatores, como: idade, capacidade de mobilidade e a própria restrição ao leito favorecem o surgimento de úlceras por pressão, por isso esses pacientes precisam ser mais cuidados, para evitar o aparecimento delas. A prevenção de úlceras por pressão é fundamental para o bem estar do paciente e porque o seu aparecimento pode retardar o seu processo de recuperação aumentando o tempo de internação, além de ser um ambiente propício para o aparecimento de infecções, que podem evoluir para uma sepse. A imagem a seguir demonstra as áreas do corpo mais propensas à ulceras por pressão: Essa prevenção precisa ser realizada por meio de uma alimentação balanceada, pois o estado nutricional propicia para o surgimento de úlceras. Além disso, a pele deve estar sempre hidratada, o paciente com restrição ao leito ou com dificuldade em se movimentar dever ser trocado de posição (Mudanla de Decúbito) a cada duas horas e, por fim, redistribuir o peso com apoios. 2.1 Segurança do Ambiente Em relação à segurança do ambiente, temos que considerar: - Risco Físico: como choque elétrico, temperatura elevada ou baixa, radiação, iluminação e umidade; - Risco Químico: como incêndio, gases ou vapores; - Risco Mecânico: como o risco de queda; - Risco Biológico: como a contaminação por um vírus ou bactéria em um ambiente hospitalar; * Dano: qualquer comprometimento da estrutura ou da função do corpo decorrente de uma doença, lesão, incapacidade ou até mesmo uma conduta ou procedimento equivocado que pode gerar uma perda ou agravamento à saúde. Esse dano pode ser físico, social ou psicológico. * Risco: todos os fatores que possam propiciar o risco de um incidente ocorrer de fato. * Incidente: fato ou situação que pode gerar ou que gerou um dano dispensável ao paciente. * Incidente sem Lesão: fato ou situação indesejável que ocorreu, porém, sem nenhum dano ao paciente. * Evento Adverso: incidente que afeta o paciente, resultando em um dano para ele. * Near Miss: ocorrência de um incidente, porém sem danos ao paciente. Sabendo a natureza dos riscos é possível realizar o controle deles por meio do reconhecimento das situações propícias, sendo necessário dar atenção à tomada de decisão, a qual possui três pontos essenciais: Reconhecer os Riscos; Avaliar os Riscos para compreender sua magnitude e a proporção de pessoas que podem ser afetadas por ele; Adotar Medidas de Controle que visem minimizar, ou se possível, eliminar o risco. A iluminação adequada do ambiente é um fator importante para reduzir o risco de acidentes, como quedas, tanto de profissionais como dos pacientes. Os fatores que aumentam as chances de quedas, são: visão reduzida, distúrbios locomotores, uso de medicamentos (analgésicos, sedativos e anti-hipertensivo), uso de andadores e bengalas, ambientes com tapetes e falta de barras de apoio. Grupos vulneráveis como crianças, idosos, doentes mentais e classes de baixa renda, precisam de ambientes com estrutura física adequada, além de conhecimento e discernimento do que pode causar riscos, para que o paciente possa receber atendimento adequado. 2.2 Fatores que Influenciam a Segurança do Paciente O desenvolvimento biológicodo indivíduo, ou seja, a sua mobilidade física, suas condições sensitivas, condições cognitivas e estilo de vida, pode criar barreiras que ameaçam a segurança do paciente, variando de acordo com os grupos etários. Nas instituições de saúde a segurança do paciente, além de estar relacionada à idade e ao estilo de vida do paciente, também deve estar atenta a fatores como: risco de queda do leito ou até mesmo da maca de transporte ou cadeira de rodas. Existe também o risco relacionado ao procedimentos, como adiministração equivocada de um medicamento ou uma punção errada com um cateter contaminado, por exemplo, que em alguns casos chegam a ter consequências que podem colocar a vida do paciente em risco. 2.3 Contenção do Paciente Deve ser realizada quando não for possível nenhuma outra intervenção, como verbal e a medicamentosa, podendo ser empregado, então, o isolamento e a contenção física (imobilização do paciente utilizando várias pessoas da equipe) ou a contenção mecânica (imobiliza o paciente n o leito, fazendo uso de faixas, por exemplo). A Resolução COFEN nº 427/2012 normatiza os procedimentos da enfermagem no emprego de contenção mecânica de pacientes, permite o enfermeiro empregar contenção mecânica em situações de urgência e emergência e, preferencialmente, em conformidade com protocolos estabelecidos pelas instituições de saúde, públicas ou privadas, a que estejam vinculados. A equipe de enfermagem pode executar tal procedimento sob supervisão direta do enfermeiro e o paciente deve permanecer em monitoramento constante pela enfermagem, a fim de evitar a ocorrência de eventos adversos, e caso eles ocorram, possam ser identificados precocemente, evitando danos ao paciente. A respeito da contenção física, é necessário, pelo menos, uma equipe com cinco pessoas, sendo que uma delas irá assumir a coordenação, ou seja, irá observar o comportamento do paciente e iniciará a abordagem. É importante que durante o processo de contenção física, a equipe sempre tente se comunicar com o paciente, pois isso facilitará processo. O posicionamento da equipe deve ser em semicírculo, evitando ficar nas costas do paciente durante a abordagem. Quando for iniciar o processo, é importante que comecem pelos ombros, pulso, quadril e joelho, para evitar que o paciente lute, podendo se machucar ou até mesmo machucar a equipe. TÓPICO II Sinais Vitais 2 Os Sinais Vitais São informações fisiológicas que refletem a condição do paciente, orientando, muitas vezes, a tomada de decisão sobre o tratamento de uma patologia, assim como a respeito da resposta ao tratamento. Possibilitam identificar as necessidades básicas do paciente, portanto, a verificação desses sinais caracteriza uma maneira rápida e eficiente. A equipe de enfermagem faz a monitorização dos sinais vitais como de rotina e sempre que necessário. Ao todo são cinco sinais vitais importantes: TAX., FR, FC, PA e Dor. 2.1 Temperatura Corporal É a diferença entre a quantidade de calor que o corpo produz e a quantidade de calor que ele precisa perder para o ambiente externo. O corpo consegue manter uma temperatura ideal que garante as condições fisiológicas e o bom funcionamento do corpo. O Valor de Temperatura Corporal pode variar: Alguns fatores interferem na variação da temperatura corporal, como a idade. Os RNs apresentam um controle de temperatura imaturo, enquanto os idosos apresentam uma regulação eficiente, em dias frios, os idosos mantém uma temperatura corporal de 36ºC devido ao seu mecanismo de controle de temperatura encontrarem-se em Processo de Deterioração Fisiológica. Outro fator diz respeito aos exercícios físicos, uma vez que, eles aumentam o Metabolismo Corporal, podendo a temperatura chegar em até 41ºC e ainda ser considerado normal (apesar da elevação, ela é temporária, voltando ao normal algum tempo após a atividade física. A Variação Hormonal também pode influir na temperatura corporal, como acontece no ciclo menstrual. Quando a concentração de Progesterona está baixa, a temperatura também fica mais baixa, aumentando quando ocorre o aumento desse hormônio e, consequentemente, a ovulação. Essa variação de temperatura também pode ocorrer durante a menopausa, provocando as ondas de calor comuns nesse período. O Estresse Físico também pode causar variação na temperatura, pois ele tem variação tanto hormonal quanto neural, apresentando uma aumento do metabolismo. A Febre é um aumento anormal da temperatura corporal. É um mecanismo de defesa do organismo, pois, ativa o Sistema Imune, que leva à redução da concentração de ferro no plasma sanguíneo, inibindo o crescimento bacteriano. Porém se a infecção não for resolvida rapidamente, a febre aumenta a FC e a FR. Em relação aos locais de aferição da temperatura, tem-se: - Aferição Oral: tem como desvantagem a leitura lenta (cerca de 7 minutos), além disso o risco de contaminação do termômetro devido o contato com fluídos. Não é indicada para crianças nem para pacientes inconscientes. - Aferição Retal: é a aferição de maior precisão, porém é um método desagradável. É indicado em pacientes com grandes queimaduras, por exemplo, sendo contraindicado em crianças, RNs e pacientes com doenças intestinais. - Aferição Axilar: é a menos precisa, porém a mais usada devido à facilidade de acesso. Mas é importante lembrar que a sudorese intensa pode prejudicar a aferição da temperatura, sendo necessário fazer a secagem das axilas antes de iniciar o procedimento. - Aferição Timpânica: método rápido, porém tem um custo elevado, pois o termômetro utilizado é específico. Normalmente é precisa, mas a quantidade de cerume presente no canal auditivo pode interferir na aferição da temperatura. Procedimento: * Antes de iniciar o procedimento deve-se lavar as mãos. * Reuna os materiais (algodão embebido em álcool, termômetro, caneta e papel) * Dirija-se ao paciente e explique o procedimento. * Ao finalizar a aferição, limpe o termômetro com álcool, e lave as mãos. * Realize a anotação de enfermagem. 2.2 Pulso O Sistema Circulatório apresenta duas bombas, que juntas formam o coração. A Bomba Direita bombeia o sangue para os pulmões, enquanto a Bomba Esquerda bombeia para todos os órgãos periféricos do corpo. Este bombeamento possui dois momentos (Sístole quando os ventrículos do coração contraem bombeando o sangue e Diástole quando os ventrículos relaxam, se enchendo de sangue). O pulso é palpável, sendo percebido em vários pontos do corpo, como mostra a imagem a seguir: A regularidade dos batimentos também é importante, pois indica se o pulso é rítmico ou arrítmico, como indica o quadro a lado: O Aumento do Pulso (Taquicardia) pode ser influenciado por atividades físicas de curta duração, temperaturas elevadas, estado febril, dor aguda, crise de ansiedade, hemorragia, mudanças posturais bruscas e oxigenação ineficiente. Ja a Redução do Pulso (Bradicardia) pode ser influenciado por atividade física de atleta já condicionado, hipotermia, dores intensas, medicamentos digitálicos, e o repouso prolongado. O horário também pode influenciar, pois o corpo tem capacidade máxima por volta das 16:00 horas, e em sua atividade basal por volta das 04:00 horas da manhã, sendo necessário, então, sempre registrar o horário da aferição. Procedimento: * Antes de iniciar o procedimento deve-se lavar as mãos; *Reuna os materiais (relógio de pulso com segundeiro ou oximetro, caneta e papel); * Dirija-se ao paciente e explique o procedimento, encontre o pulso no local de escolha e faça a contagem por um minuto; * Ao finalizar a aferição, lave as mãos e registre o valor encontrado, o local aferido e o horário da eferição. 2.3 Respiração Os seres humanos precisam absorver oxigênio e liberar dióxido de carbono para sobreviver, isto é a respiração, que é o mecanismo que permite essa troca gasosa entre a atmosfera e o sangue e as células. Na respiração, avalia-se a ventilação, ou seja, o movimento de gases dentro dos pulmões, e também a Difusão (movimento de O² e Dióxido de Carbono entre os alvéolos e as hemácias). Tem-se,ainda, a Perfusão (distribuição das hemácias para os capilares pulmonares). A Difusão e a Perfusão podem ser avaliadas pelo nível de saturação de O². A eficiência da respiração deve ser avaliada em três processos: ventilação, profundidade e o ritmo. A Ventilação é a frequência de movimentos respiratórios por minuto, sendo que a Inspiração e a Expiração é um movimento. A Profundidade pode ser normal, profunda ou superficial, isso depende da força que o indivíduo faz durante a respiração. O Ritmo pode ser regular ou irregular. O tipo de respiração pode variar em Respiração Torácica (mais comum em mulheres, são movimentos respiratórios apenas torácicos); em Respiração Abdominal ou Diafragmática (mais comum em homens, são movimentos respiratórios apenas abdominais). e Respiração Mista ou Tóraco-Abdominal (mais frequente em crianças). Em relação ao ritmo respiratório, temos: - Taquipneia: respiração rápida, superficial. Normalmente ocorre em pacientes com frebre, ansiedade ou alguma síndrome restritiva como derrame pleural, doença intersticial ou edema pumonar. - Hiperpneia: aumenta da frequência respiratória acompanhada da amplitude dos movimentos respiratórios. Pode ocorrer em um quadro de febre, ansiedade e acidose metabólica. - Bradpneia: redução do número de movimentos respiratórios, ocorrendo um número baixo de incursões respiratórias por minuto. Pode ocorrer devido a inúmeras situações como lesões neurológicas, depressão do centro respiratório decorrente do uso de drogas e pode inclusive culminar em uma parada respiratória. - Apneia: ausência dos movimentos respiratórios por um período prolongado. Pode ocorrer em indivíduos que tem apneia do sono, em que durante o sono ficam alguns minutos sem respirar, causando hipoxemia e podendo, ainda, ocorrer arritmias cardíacas e até óbito. A realização de uma atividade física ou até mesmo o banho, antes de aferir a frequência cardíaca, pode falsear o resultado para mais, assim como a ansiedade e o uso de algumas medicações. Enquanto o tabagismo, a dor e a presença de alguma lesão neurológica podem reduzir a frequência respiratória. Procedimento: * Antes de iniciar o procedimento deve-se lavar as mãos; * Reuna os materiais (relógio de pulso com segundeiro, caneta e papel); * Dirija-se ao paciente e explique o procedimento. O ideal é que nomomento da contagem do pulso já conte a respiração por um minuto; * Ao finalizar a aferição, lave as mãos e registre o valor encontrado e a característica da respiração. 2.4 Pressão Arterial É a força exercida sobre as paredes de uma artéria pelo sangue que pulsa sob pressão do coração. O sangue flui por meio do Sistema Circulatório por causa da mudança de pressão, ele se move de uma área de alta pressão para uma área de baixa pressão. A Pressão Máxima ou Sístole, ocorre quando o ventrículo esquerdo ejeta sangue para a aorta com o objetivo de nutrir todos os tecidos corpóreos, e a Pressão Mínima ou Diástole, ocorre quando os ventrículos relaxam e ejetam sangue para as artérias. A pressão pode ser aferida com o paciente sentado ou na posição ortostática (em pé). Os aparelhos devem estar calibrados e no tamanho do braço do paciente. O primeiro som audível refere-se à Contração Total dos Ventrículos, verificando-se a Pressão Máxima ou Sistólica. Continuando-se a liberação do ar do manguito, os sons dos batimentos cardíacos são inaudíveis, nesse instante os ventrículos estão entrando em relaxamento e é verificada a Pressão Mínima ou Diastólica. Normalmente, a artéria usada para auscuta é a braquial. Fatores como: - Idade (mais baixa em RNs e mais elevada em idosos); - Sexo; - Esforço Físico; - Postura; - Fatores Climáticos; - Ansiedade; - Estresse Emocional, - Medicamentos; - Hábitos Alimentares; - Insuficiência Renal Crônica; - Dor; - Obesidade; Alterações da Pressão Arterial: - Hipertensão Arterial: é porpularmente conhecida como Pressão Alta, é definida com a pressão arterial acima de 140/90mmHg e é considerada grave quando está acima de 180/120mmHg; Em geral a Pressão Alta não costuma apresentar sintomas, mas ao longo do tempo se não for tratada poderá causar problemas de saúde como: Doenças Cardíacas e AVC. - Hipotensão Arterial: é popularmente conhecida como Pressão Baixa, é definida quando a pressão arterial encontra-se abaixo de 90/60mmHg; Pode causar desmaios e tonturas, pois o cérebro não recebe sangue suficiente. OBS.: A Pressão Arterial NUNCA deve ser mensurada no braço no lado em que houve Mastectomia, com Fístulas Arteriovenosas (FAV) ou shunt arteriovenoso (SAV) utilizados em hemodiálise, pois neste membro há comprometimento da drenagem linfática e os sucessivos garroteamentos feitos pelo manguito do aparelho de pressão podem intensificar o edema e alterar o fluxo sanguíneo local; A Pressão Diastólica (baixa) deve ser determinada na Fase V de Korotkoff. Em Idosos, é importante observar dois aspectos, primeiro que há um número maior de Hiato Auscutatório, ou seja, ocorre o desaparecimento dos sons na auscuta entre a Fase I e II dos sons de Korotkoff. Esse achado é importante para não subestimar a pressão real sistólica e nem superestimar a pressão diastólica. Outro aspecto é a Pseudo-Hipertensão que pode ocorrer devido ao enrijecimento da artéria, causando um aumento falso da pressão arterial. Essa situação pode ser detectada ao realizar a Manobra de Oster (palpar o pulso radial em que manguito foi colocado e inflar o manguito até que o pulso desapareça, desinflando em seguida rapidamente). 2.5 Dor É sentida de maneira diferente em cada paciente, podendo ocorrer em várias intensidades. A avaliação da dor busca identificar a sua etiologia e também a sensação do paciente. Identificar a intensidade da dor é importante, uma vez que a dor afeta outros sinais vitais, que voltam aos parâmetros normais após seu controle. A avaliação da dor deve ser feita com instrumentos específicos que considerem a condição clínica do paciente, a faixa etária e o nível de consciência. Vejamos algumas escalas que podem ser utilizadas para avaliação da dor: - Escala Verbal Numérica: instrumento que realiza a avaliação da dor mensurando sua intensidade em uma escala de 0 a 10, sendo que 0 é ausência completa de dor e 10 intensidade máxima de dor. Pode ser utilizada em crianças a partir dos seis anos de idade. - Pain Assessment in Advanced Dementia (PAINAD): esta escala avalia a dor em pacientes que apresentam alteração no estado cognitivo. Utiliza 5 pontos de comportamento do paciente (respiração, vocalização negativa, expressão facial de linguagem corporal e consolabilidade). É muito utilizada em UTIs. - Escala Behavior Pain Scale (BPS): escala utilizada para realizar a avaliação comportamental de dor em adultos sedados e intubados, ela considera a expressão facial, movimentos corporais e tolerância à ventilação mecânica. Cada indicador foi categorizado em quatro descrições de comportamento, onde 1 indica ausência de dor e 4 dor em grau máximo. A pontuação total varia entre 3 pontos (sem dor) e os 12 pontos (dor máxima). A Escala de Dor pode ser tanto Númerica como em Desenhos de Carinha que mostram a variação da intensidade de dor. A escala que utiliza desenhos é amplamente utilizada em pediatria. O profissional, durante a avaliação da dor, deve atentar-se sempre ao relato do paciente, uma vez que, cada pessoa irá sentir dor de maneira diferente uma da outra. Além disso, é preciso escolher a escala de acordo com as condições do paciente. TÓPICO III Exame Físico 2 O Exame Físico É um conjunto de técnicas para realizar a avaliação física de um paciente. São técnicas utilizadas por profissionais da saúde que e visa diagnosticar algum mau funcionamento do organismo, por exemplo, detectar bexigoma (retenção de urina). O exame inicia-se a partir do momento que o profissional avista o paciente, onde o profissional irá observar o paciente como um todo (jeito de andar, alterações na pele, deformidades corporais, obesidade e movimentos involuntários). 2.1 Preparo do Ambiente para o Exame FísicoUma boa iluminação, se possível natural, ambiente fresco e com odor agradável, sem barulhos ou ruídos. Os equipamentos necessários são: Prontuário, Folha de Registro, Caneta, Fita Métrica, Esfigmomanômetro, Luvas, Termômetro, Álcool, entre outros. Ninguém deve interromper o atendimento, exceto em casos de urgência. 2.2 Técnicas de Avaliação Física - Inspeção: trata-se de olhar, ouvir e cheirar cuidadosamente para distinguir se existe alguma anormalidade. Inicia-se no momento de contato com o paciente. - Palpação: envolve um toque em busca de informações de anormalidades, por exemplo, a palpação da pele é importante para averiguar se há alguma diferença de temperatura, alguma massa palpável e a própria sensibilidade da pele do paciente. Antes de iniciar o processo é importante explicar ao paciente. A palpação pode ser classificada em: Palpação Leve (ou superficial) utilizada para identificar áreas de sensibilidade e pode ser utilizada somente uma mão e a Palpação Profunda utilizada para examinar órgãos e tem como objetivo encontrar alterações mais internas utiliza-se as duas mãos, onde a mão mais sensitiva do profissional fica em contato com a pele do paciente e a outra sobreposta, para auxiliar na palpação. - Percussão: envolve batidas com as pontas dos dedos, a fim de identificar as vibrações de tecidos e órgãos. Tecidos Mais Densos apresentam um som mais silencioso, enquanto Tecidos Menos Densos apresentam um som oco. Essa variação de som é importante para avaliar se há presença de massa ou líquido em locais que não deveriam ter, por exemplo. - Auscuta: consiste em ouvir sons e ruídos do corpo utilizando o estetoscópio. Esse momento é importante porque qualquer som anormal em algum órgão, como o coração ou pulmão, pode ser identificado nessa etapa. 2.3 Inspeção Geral dos Sistemas e Órgãos A Inspeção Inicial consiste em observar o paciente como um todo, em busca de alguma alteração. A Inspeção Geral começa antes da primeira troca de palavras com o paciente, aspectos como idade, jeito de andar, postura e agilidade, precisam ser considerados. Em seguida, é fundamental conversar com o paciente, perguntar seu nome, idade e qual a queixa principal, pois as vezes o pacinete está ali para um exame de rotina ou porque apresenta algum problema de saúde e quer fazer o acompanhamento. Após a primeira conversa, é preciso aferir o sinais vitais, lembrando sempre de registrá-los de maneira completa, após essa etapa, começa a avaliação do paciente como um todo (Inspeção Completa), iniciando sempre pela cabeça (cefalo-caudal), avaliando a coloração da pele (se ela é uniforme ou não) e observando sua simetria (conformidade). A alteração da coloração da pele pode ocorrer por exposição solar, a perda de pigmentação, prescisa ser investigada, pois pode ser o início de um quadro de vitiligo, Cianose (coloração azulada na pele, lábios e extremidades) pode indicar escassez de O², Icterícia (coloração amarela da pele e olhos, causada pelo aumento de bilirrubina na corrente sanguínea) pode indicar infecção ou lesão hepática e Eritema (manchas vermelhas na pele, ocasionada pela vasodilatação capilar) pode indicar alterações no sistema imunológico. A busca por irregularidades e mudanças na pele é importante para identificar lesões que possam estar ainda no início A Hidratação da Pele é essencial, pois a perda de água pode levar a uma desidratação leve e até mesmo severa, colocando a vida do paciente em risco. A temperatura também precisa ser verificada, pois o quadro febril indica que há algo anormal, podendo ser uma reação sistêmica ou local. O Turgor (elasticidade) da pele, é maior em crianças, e com o avançar da idade, vai reduzindo de maneira fisiológica. Quando o turgor é mais fraco ao pinçar a pele, ela permanece pinçada por um tempo, antes de voltar ao seu estado normal. Essa perda de turgor aumenta as chances de danos na pele do paciente. Na pele ainda pode ser encontradas alterações de vascularização, como Petéqueas (pontos avermelhados), Edema (presença de líquido), lesões em decorrência de algum corte, ou até mesmo uma lesão inicial maligna, como um tumor de pele. A Inspeção do Couro Cabeludo busca verificar a higiene, aspectos do cabelo, presença de lesões e se existe algum parasita instalado, como o piolho. A Alopecia (queda do cabelo), pode decorrer devido a fatores emocionais, como: ansiedade, ou falta de alguma vitamina, sendo importante verificar a causa. A Inspeção das Unhas, remete o estado de nutrição, a ocupação do paciente e seus hábitos de higiene. Apenas com uma olhada nas mãos do paciente consegue-se coletar diversas informações. O Exame dos Olhos avalia a acuidade visual, tentando identificar alguma alteração para que possa ser encaminhado para uma avaliação especializada. Pode ser utilizado o Quadro de Snellen. Deve-se ainda avaliar a estrutura externa dos olhos, como a posição e o seu alinhamento; posição das sobrancelhas e a sua distribuição de pelos; a cor das pálpebras, direção dos cílios e sua elasticidade; e observar o sistema lacrimal, pois ele é um local propenso a infecções; A Avaliação dos Ouvidos busca determinar a sua integridade auditiva e sua acuidade. É importante palpar o ouvido externo. Já a avaliação da parte interna necessita de um Otoscópio para avaliar a presença de lesões, transparência timpânica e a presença ou não de cerume. A presença de infecções ou o próprio cerume pode prejudicar a audição do paciente. Avaliar o Nariz e os Seios Paranasais, busca identificar a forma, tamanho, coloração da pele, presença de inflamação ou deformidades. Normalmente, o nariz apresenta a mesma coloração da face. A avaliação dos seios paranasais será por meio da palpação, sendo ela normal quando indolor, pois a dor indica inflamação. Os Lábios são avaliados quanto à sua coloração, textura, hidratação e a presença de lesões. A presença de rachaduras indica desidratação. Avaliar a parte interna da boca também é importante, verificando a dentição do paciente, a mucosa e a sua coloração. Além disso, deve-se avaliar a mobilidade da língua e realizar a palpação, a fim de identificar qualquer massa palpável. A avaliação do Pescoço inclui analisar os músculos, os linfonodos e as artérias carótidas, as veias jugulares, glândula tireoide e a traqueia. A palpação deve ser realizada no pescoço como um todo. Na avaliação da tireoide, após a palpação, peça para que o paciente ingira um pouco de água, isso irá permitir que você visualize se há algum aumento da tireoide. O Tórax e os Pulmões precisam de uma avaliação detalhada em suas funções ventilatórias, sendo preciso realizar a inspeção, palpação e auscuta. Durante a avaliação do tórax, é importante realizar a avaliação das mamas, além de ensinar a paciente a realizar o autoexame. No Abdômen o exame físico é mais complexo devido ao maior número de órgãos no local. É importante realizar a inspeção e a ausculta antes da palpação, pois ela poderá aumentar os ruídos intestinais com a estimulação do peristaltismo. Durante a inspeção abdominal, deve-se observar a pele, a forma do abdômen (Globoso, como gravidez, ascite, obesidade, obstrução intestinal; Escavado pessoas muito magras e Plano normal, sem alterações), celulite, cicatrizes de cirurgias anteriores ou traumas antigos, observar a posição do umbigo, cor, presença de drenagem e também se ele é plano ou côncavo. Realizar a palpação dos órgãos em busca de massa presente ou órgãos aumentados. Na Auscuta Abdominal deve-se analisar a motilidade intestinal por meio da avaliação do peristaltismo. Os sons intestinais são escassos, normalmente ocorrem a cada cinco minutos ou em intervalos maiores de 20 minutos. A ausência de som intestinal, só pode ser determinada se for auscultado por cinco minutos e não houver nenhum borburinho. O Exame Ginecológico (Papa Nicolau) deve ser realizado periodicamente (uma vez ao ano). Esse exame baseia-se na avaliação da genitália externa, observando se há presença de lesões ou sinais de infecção. Em seguida, é realizada a avaliação interna, utilizandoum Espéculo, além disso, realiza-se a coleta de material para análise laboratorial O Sistema Musculoesquelético também deve ser avaliado, observando a postura corporal, a amplitude dos movimentos articulares, o tônus e a resistência muscular. Ao final, deve-se avaliar o estado neurológico e emocional. UNIDADE III Prevenção e Controle de Infecções TÓPICO I Caráter da Infecção 1 Introdução Infecção é caracterizada pela invasão de um patógeno no corpo de um hospedeiro, resultando em uma patologia. É importante diferencia Infecção (invasão de um microrganismo no corpo do hospedeiro, causando danos ao corpo e invadindo tecidos) de Colonização (presença de um microrganismo no corpo e a sua proliferação, sem invadir tecidos e nem causar danos ao corpo do hospedeiro). Infecções podem ser transmitidas de um hospedeiro para outro, sendo chamada de Doença Transmissível. As patologias podem provocar reações Sintomáticas (há presença de sintomas relacionados à infecção) ou Assintomáticas (apresentam a infecção, podem transmiti-la, mas não apresenta nenhum sintoma que mostre que está infeccionado). 2.1 Cadeia de Infecção A presença de um agente patogênico não indica, necessariamente, a presença de uma infecção. A infecção precisa completar um Ciclo de Seis Elementos para que ocorra, formado por: - Um agente infeccioso; - Um reservatório ou fonte de infecção; - Uma porta de saída do reservatório do microrganismo; - Um mecanismo de infecção; - Uma porta de entrada no hospedeiro; - Um hospedeiro suscetível; Se um desses seis pontos não existir, a infecção não conseguirá completar o seu ciclo. O agente infeccioso é o microrganismo capaz de causar a infecção, podendo ser uma Bactéria, Fungo, Vírus ou Protozoário. A Pele é colonizada por diversos microrganismos, comuns ao nosso corpo, sendo divididos em Transitórios (podemos ter contato, com eles durante o dia a dia, porém, quando higienizamos as mãos ou tomamos banho, os eliminamos) e Residentes (os que convivemos com ele diariamente, não causando nenhum mal ao corpo). Indivíduos saudáveis que apresentam uma infecção transitória não terão uma infecção, mas se esse indivíduo estivar imunocomprometido, poderá ocorrer um processo infeccioso, pelo fato de o corpo não conseguir barrar esse agente infeccioso. Os microrganismos necessitam de condições mínimas para sobreviverem, como: disponibilidade de nutrientes, pois eles não sobrevivem na ausência de nutrientes; presença de O², pois algumas bactérias são anaeróbicas (estas são mais difíceis de infectar os humanos), as bactérias mais comuns nas infecções do corpo humanos são a aeróbicas; a temperatura também é importante, diversos microrganismos sobrevivem em temperaturas de 25ºC a 42ºC (a temperatura do corpo humano é entre 36ºC a 37ºC, ideal para proliferação desses microrganismos). Diversas são as portas de saída dos microrganismos do corpo humano, dentre elas: pele, trato respiratório, trato gastrintestinal, isso interfere no modo de transmissão, devido cada doença apresentar uma forma de infecção diferente. Os modos de transmissão podem ser feitos pelo contato direto, através das mãos, pelo beijo ou pelo contato sexual, ou ainda, pode ser indireto, por meio de objetos de uso comum ou do meio ambiente. A transmissão também pode ocorrer por aerossol, quando as partículas percorrem cerca de um metro dura nte a tosse ou a fala, como é o caso da COVID19. Outra forma é pelo ar, através de gotículas suspensas. A infecção também pode ocorrrer a partir de um veículo, como os itens contaminados ou até mesmo os alimentos. Os vetores também são importantes, como os mosquitos que podem picar o indivíduo infectado, e levam para outro indivíduo. A porta de entrada é o local onde o agente infeccioso irá penetrar, pode ser por um corte na pele, por via oral, por alimentos contaminados ou até mesmo através de seringa contaminada. Porém a infecção só ocorre se o indivíduo for susceptível, apresentando alguma deficiência nutricional ou imunológica: caso contrário, a infecção não ocorrerá. 2.2 Processo Infeccioso Precisa de um curso progressivo. - Estágio de Incubação: período em que o hospedeiro entra em contato com o microrganismo até surgir os primeiros sintomas da infecção. - Estágio Prodrômico: quando os sintomas aparecem, porém, ainda inespecíficos, como um mal estar ou febre, não sendo possível caracterizar qual infecção que está ocorrendo. - Enfermidade: é indicada pelos sintomas que caracterizam aquela infecção. - Período de Convalescença: é o tempo em que o hospedeiro levará para recuperar o seu estado fisiológico, sem a doença, podendo ele ser de dias ou até meses. A flora normal do corpo está relacionada com o combate de outros microrganismos. Quando a flora corporal sobre algum desequilíbrio, pode ocorrer a proliferação de outro microrganismo oportunista, por exemplo, quando fazemos uso de antibiótico por tempo prolongado, e as bactérias da flora intestinal são afetadas, com isso, poderá ocorrer a proliferação de outras bactérias no trato gastrointestinal, causando diarreias e gases. A pele é outro mecanismo de defesa que impede que os microrganismos penetrem o nosso corpo, é uma barreira mecânica, que propicia preteção ao nosso corpo. Assim como a boca apresenta a saliva, que, ao deglutirmos, vai para o estômago, onde o pH é ácido e, com isso, a maioria dos microrganismos morrem. Um processo importante, é a inflamação, que é uma resposta do corpo a um microrganismo, o corpo aumenta a permeabilidade vascular, permitindo que os leucócitos migrem para o local da infecção e, com isso, ocorra o combate local. Além disso, temos a resposta celular que fagocita (destrói) corpos estranhos que possam estar causando a infecção, rompendo o ciclo do microrganismo. 2.3 Fatores que Interferem no Controle e na Prevenção das Infecções A idade é um dos fatores que interferem no controle na prevenção de infecções. Os RNs são mais suscetíveis a infecções, por apresentarem um sistema imunológico imaturo. Os adultos apresentam um sistema imunológico maduro e também já foram imunizados ao longo do seu desenvolvimento contra diversas patologias. Já nos idosos, o sistema imunológico começa a regredir, ficando mais propício a infecções. Outro fator é o estado nutricional, que interfere diretamente nas condições de saúde do indivíduo. O processo de infecção requer gastos de energia do corpo para que o indivíduo consiga combater a infecção. Indivíduos com estado nutricional deficiente, há um déficit de energia. O estresse é outro fator importante na infecção, durante o período de alarme, apresenta um aumento do Hormônio Adrenocortitrófico, que leva ao aumento dos níveis de glicose sérico e reduz as respostas anti-inflamatórias desnecessárias. Quando há presença de estresse contínuo, ocorre a depleção do corpo e, consequentemente, a depleção energética e a redução de defesa do corpo. Indivíduos com sistema imunológico comprometido (doenças autoimunes, transplantes, ou até mesmo à baixa no sistema de defesa em função de uma mudança drástica de rotina), tem mais chance de desenvolver infecções. Com isso, é importante que o cuidado para evitar uma infecção seja redobrado, pois como o sistema está falho, a infecção pode ser mais grave e até mesmo fatal para esses indivíduos. TÓPICO II Higienização das Mãos 1 Introdução A higienização das mãos é uma medida importante no controle de infecções relacionadas à assistência de saúde, é considerada como um dos pilares da prevenção e do controle de infecções dentro dos serviços de saúde, inclusive as infecções decorrentes da transmissão cruzada de microrganismos multirresistentes. As infecções decorrentes da assistência de saúde, são um problema grave, pois ameaçam tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde e podem acarretar sofrimentos desnecessários ao indivíduo e gastos excessivos para o sistemas de saúde. Quando comprovado negligência durante a assistência prestada, pode ocorrer, processos e indenizaçõesjudiciais. A Microbiota Transitória é formada por microrganismos não patogênicos ou potencialmente patogênicos, como bactérias, vírus e fungos, raramente eles se multiplicam na pele, mas, podem provocar infecções relacionadas à assistência à saúde. Já a Microbiota Residente, está aderida as camadas mais profundas da pele, é mais resistente à remoção apenas por água e sabão. As bactérias dessa microbiota são as que menos causam infecções veiculadas por contato. É importante o uso de higienização, utilizando a técnica adequada e também o uso de produtos corretos para evitar que ocorra a disseminação deses microrganismos. Normalmente, são utilizados sabonetes líquidos. A clorexidine é outra solução utilizada para higienização das mãos, tem atividade considerada contra bactérias gram-positivas (adquirem a coloração azul, quando submetidas à coloração de Gram), menor atividade contra bactérias gram-negativas (adquirem a coloração vermelha, quando sumetidas à coloração de Gram) e fungos, mínima atividade contra microbactérias e não é esporicida. Outra vantagem é que sua atividade antimicrobiana é pouco afetada na presença de matéria orgânica, incluindo o sangue. A rotina demanda que os recipientes de armazenamento sejam limpos sempre que apresentem sujidade visível e toda vez que for trocar o refil de sabão. Além disso, é importante ficar atento às datas de vencimento do refil, pois, um produto vencido torna-se ineficiente e pode estar contaminado. Os lavatórios devem estar sempre limpos e livres de objetos que possam dificultar o ato de lavar as mãos. Precisam apresentar uma profundidade adequada, viabilizando a higiene das mãos, sem que o profissional encoste nas paredes ou bordas próximas da pia. Além disso, é preciso uma torneira com fechamento automático para que, após a higienização, o profissional não necessite colocar as mãos na torneira para fechá-la. A pia deve ser uma a cada quatro quartos ou duas enfermarias para que o profissional tenha acesso rápido e possa realizar a higiene sempre que tocar no paciente ou em áreas próximas ao paciente. Em UTIs recomenda-se um lavatório a cada cinco leitos. Já em ambientes de isolamento, é um lavatório para cada leito. Bercário, recomenda-se um a cada quatro berços. 2.2 Assepsia Cirúrgica das Mãos Tem como objetivo reduzir a microbiota residente e eliminar a transitória. As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos apresentam cerdas macias e descartáveis, impregnadas ou não de antisséptico, e de uso exclusivo em leito ungueal (parte dura da unha formada pela proteína queratina e pelas estruturas circundantes) e subungueal (pele debaixo da unha, que contém vasos sanguíeos que fornecem nutrientes para a ponta dos dedos). O tempo do procedimento é de três a cinco minutos. A imagem abaixo demonstra o passo a passo desse tipo de higienização das mãos: A higienização cirúrgica das mãos necessita de uma pia especial, funda e com pedaleira que abre e fecha a água a partir da pressão dos pés do profissional. Ela não pode ser acionada em nenhum momento pelas mãos dos profissionais, a fim de evitar contaminações. A escova para lavagem é individual e descartável e a secagem das mãos é realizada com compressa estéril, sempre da ponta dos dedos para o cotovelo, ou seja, da área mais limpa para a área mais contaminada. Por fim, o profissional deve calçar as luvas cirúrgicas utilizando técnica estéril, como demonstra a imagem a seguir: TÓPICO III Preparo do Ambiente Estéril 1 Introdução O ambiente estéril é livre de microrganismos, pode ser luvas, instrumentos ou qualquer objeto que seja possível eliminar microrganismos. O preparo do ambiente estéril pode ser em qualquer setor de saúde. O que determina a utilização de técnica e a necessidade de um procedimentos livre de microrganismos, como, por exemplo, a passagem de uma sonda vesical de demora de alívio ou um curativo em uma incisão cirúrgica. 2 O Preparo do Ambiente Estéril Inicia a partir da desinfecção dos utensílios, sendo este o primeiro passo para a descontaminação inicial do utensílio. Neste primeiro momento, deve ser realizada a lavagem. A limpeza é o processo de retirada de sujidade visível, sendo utilizadas escovas de cerdas macias, que permitem a limpeza sem agredir o equipamento ou instrumento. Após a escovação, é importante o enxágue para eliminar qualquer resíduo e verificar se ainda há sujidade que necessita ser removida. Em seguida, deve-se realizar a secagem do material para confirmar que não há nenhuma sujidade e então preparar para autoclavar. O processo de embalar também é um processo lento e que demanda uma técnica correta, pois, ao abrir um instrumental que foi autoclavado, é importante não encostar na embalagem e no instrumental, porque, se aberto erroneamente, pode gerar contaminação durante a sua abertura e essa contaminação pode passar para o paciente. 2.1 Preparação do Campo Estéril Inicia pela antissepsia da pele ou do local onde será realizado o procedimento. A antissepsia da pele, visa eliminar microrganismos residentes e transitórios, reduzindo os níveis microbianos e inibindo o seu crescimento por um período de tempo para que se possa realizar o procedimento necessário. A escolha da solução antisséptica deve ser realizada a partir das condições da pele do paciente, observando se ele apresenta alguma hipersensibilidade à solução que se planeja usar. Algumas medidas de cuidados para evitar a contaminação são simples, como não encostar o frasco no paciente, manter ele tampado sempre que finalizar o uso e nunca retornar resto da solução para o frasco, caso sobre um pouco. O preparo do campo cirúrgico deve seguir os princípios da preparação antisséptica da pele, sendo necessário o treinamento do profissional para que ele possa desenvolver a habilidade para realizar o procedimento. A agilidade é fundamental, pois é necessário rapidez durante o procedimento e também a técnica correta para que não ocorra contaminação. Recomenda-se que se inicie pelo local da incisão, utilizando materiais estéreis e técnica sem toque para evitar a contaminação das luvas estéreis de quem, está realizando o procedimento. A solução deve ser passada de dentro para fora, em direção à periferia. O processo deve ser repetido, no mínimo duas vezes, trocando a esponja ou gaze todas as vezes, a fim de evitar que seja levado novamente microrganismos para o local. O campo cirúrgico pode ser dividido em duas categorias: - Reutilizável: deve ser de tecidos com trama pesada, com o isolamento tradicional de algodão ou linho com tratamento químico, para fornecer uma barreira contra a passagem de microrganismos e fluidos, ou feito de microfibra. Pode ser lavado e depois autoclavado para novo uso. Existe limite de uso, pois a cada lavagem ocorre um desgaste no tecido e as tramas vão se afrouxando. - Descartáveis: confeccionados em material não tecido, confeccionados em material 100% polipropileno, evitam que haja contaminação por meio de respingos de sangue ou fluidos corpóreos. Depois de autoclavados e utilizados devem ser descartados. Foram criados para atender as exigências de isolamento específicas, como o campo plástico, que é usado para isolar o paciente na mesa de tração. O isolamento do campo cirúrgico é feito colocando o campo em cima da pele do paciente (seca) após ela ter sido preparada com solução antisséptica. 2.2 Preparo e Paramentação de Avental e Luvas Estéreis A paramentação é um procedimento, que deve ser executado em passos padronizados e com observação rigorosa dos princípios de biossegurança. O uso de paramentação cirúrgica, objetiva, tem como objetivo principal, a proteção dos pacientes contra contaminação do sítio cirúrgico por microrganismos liberados pelo ambiente, pessoas, materiais e equipamentos em sala cirúrgica. A paramentação constitui- se de: uniforme privativo (calça e jaleco), gorro, máscara, luvas estéreis e óculos de proteção. O uso adequado de paramentação inicia-se pela sequência de sua colocação, sendo: primeiramente a touca (utilizada como uma barreira contra
Compartilhar