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4 Serviço social com grupos

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Coordenação de 
Ensino FAMART 
 
 
TRABALHO SOCIAL COM GRUPOS 
 
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TRABALHO SOCIAL COM 
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Sumário 
 
Introdução ................................................................................................................... 4 
O Serviço Social com grupos ...................................................................................... 5 
A história do Serviço Social com grupos ..................................................................... 5 
Os grupos e as ações socioeducativas ..................................................................... 12 
A dimensão ético-política e técnico-operativa do trabalho com grupos ..................... 18 
A constituição do ser social e a formação de grupos ................................................ 28 
O ser social e a concepção de grupos ...................................................................... 28 
Interação social ......................................................................................................... 33 
Finalidade .................................................................................................................. 35 
A classificação dos grupos ........................................................................................ 39 
A dinâmica e o funcionamento dos grupos ............................................................... 46 
Grupos e a sociabilidade ........................................................................................... 50 
O ser social e participação em grupos ...................................................................... 50 
Movimentos de formação de grupos ......................................................................... 54 
Dinâmicas grupais: vivências e aprendizagens ........................................................ 58 
Referências ............................................................................................................... 67 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
 
 
 
Fonte: https://pt.slideshare.net/carollalves1/servio-social-de-grupo 
 
A história do Serviço Social com grupos compreende os fundamentos 
histórico- críticos e os aspectos técnico-operativos nos processos e na dinâmica 
grupal adotados no Brasil diante da perspectiva socioeducativa. Esses fundamentos 
precisam ser estudos pelo Serviço Social porque deles depende uma correta 
compreensão e trabalho com grupos. 
É relevante destacar que a história do Serviço Social com grupos é permeada 
pela dimensão ético política e técnico-operativa do trabalho com grupos. 
Assim, não podemos deixar de ter em mente e seguir essas dimensões 
quando trabalhamos com grupos. Logo, o trabalho do/a assistente social com grupos 
deve estimular/oportunizar espaços para fluir as habilidades e a criatividade dos 
participantes do grupo com o propósito de contribuir para a evolução mesmo, tanto 
no sentido de desenvolvimento dos indivíduos como do grupo como um todo. 
 
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Cada grupo é singular na escolha e desempenho das atividades projetadas 
por si próprio e, portanto, não existe um modelo padronizado para sua condução. 
O profissional é o responsável por facilitar e assessorar o grupo no nível 
teórico- metodológico e técnico – operativo. Cabe cumprir um rol de etapas inerentes 
à formação de um grupo de trabalho a fim de facilitar a evolução do grupo. 
O Serviço Social com grupos 
A história do Serviço Social com grupos 
 
 
Fonte: https://pt.slideshare.net/carollalves1/servio-social-de-grupo 
 
O Serviço Social chega ao Brasil na década de 1930, com a primeira escola 
criada em São Paulo, em 1936, seguida da escola do Rio de Janeiro, em 1937. O 
surgimento e o desenvolvimento do Serviço Social no Brasil tem sua gênese 
relacionada à negação dos antagonismos oriundos do capitalismo, presentes no 
acelerado processo de industrialização mundial. 
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As práticas sociais revestiam-se de ações humanizantes e tinham o sentido 
da minimização desses antagonismos. Práticas contraditórias do Serviço Social, 
assim, considerado “tradicional”, negando os conflitos existentes e atuando sem as 
percepções sócio-históricas de tais condições, realizando processos de adaptação, 
orientação e administrando conflitos mediante “certas técnicas de ajuda”. 
Para a compreensão do que se qualifica como “Serviço Social tradicional”, 
recorre-se a José Paulo Netto (2005, p. 6), pois o autor apresenta-o sumariamente 
como: 
Prática empirista, reiterativa, paliativa e burocratizada, orientada por uma 
ética liberal burguesa, que, de um ponto de vista claramente funcionalista, visava 
enfrentar as incidências psicossociais da „questão social‟ sobre indivíduos e grupos, 
sempre pressuposta a ordenação capitalista da vida social como um dado factual 
ineliminável. 
Com abordagens marcadas pelo atendimento individualizado, as orientações 
voltavam-se para as adaptações dos sujeitos às condições impostas pela sociedade 
capitalista. Diante do avanço da questão social, frutos das relações sociais 
contraditórias, de exploração e de dominação, ampliam-se também as demandas 
para o Serviço Social. Como forma de responder paliativamente a essas demandas, 
o Serviço Social brasileiro adota o trabalho com grupos já em vigência, nos países 
da Europa e da América do Norte, como resposta imediata aos dramas e 
consequências da II Guerra mundial e, assim, influenciando o Serviço Social da 
América Latina. 
Ao apontar o início da abordagem com grupos no Serviço Social brasileiro, 
Faleiros (1985, p. 23), descreve as características destes grupos: 
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A partir de 1945, o Serviço Social enfatizou o trabalho com grupos, 
geralmente grupos recreativos e de lazer. Na sociedade norte-americana, a 
finalidade destes grupos era de “democratizar” os seus membros, proposição ao 
nazismo, e resolver problemas pessoais de seus membro. Segundo Konopka, os 
grupos de Serviço Social tinham a finalidade de possibilitar a internalização dos 
valores da sociedade norte-americana, por meio da interação. Mais tarde os grupos, 
em Serviço Social, foram utilizados com fins terapêuticos, no sentido de melhor 
adaptação do homem ao seu meio. 
Na década de 1960, o Serviço Social no Brasil apresentava três métodos, 
quais sejam: atendimento de caso, grupo e desenvolvimento de comunidade. O 
atendimento de caso tratava de atender o indivíduo em busca de uma solução 
imediata para as situações e dificuldades do cotidiano, como desemprego, fome, 
moradia, entre outros. 
Sobre o Serviço Social com grupos, Faleiros (1985, p. 24) escreve que: 
Os grupos em Serviço Social são considerados como um conjuntode 
pessoas em integração, por intermédio dos quais se busca „harmonizar os 
interesses‟, chegar ao consenso, à compreensão, a objetivos comuns, dentro do 
sistema. Estes objetivos são avaliados segundo princípios eternos e valores 
imutáveis, como a dignidade do homem e o bem-estar ideal. 
O desenvolvimento de comunidade emerge no Serviço Social como uma 
resposta modernizadora com o propósito de trabalho com a população, tendo a 
planificação como a solução para o subdesenvolvimento. Inicialmente, as ações 
ocultavam as contradições inerentes ao avanço do sistema capitalista e de 
urbanização. 
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Esses métodos reduziam as potencialidades da ação profissional, 
mascaravam os fundamentos da sociedade com base capitalista e as contradições a 
ela inerentes. Transformavam o Serviço Social em ações fragmentárias e de 
especializações (assistente social de „caso‟, ou de „grupo‟ ou de „comunidade‟), 
desconectando instrumentais e técnicas da visão de totalidade e de leitura de 
contexto social. 
No caso do trabalho com grupos, como escreve Moreira (2013, p. 52): 
A influência positivista esteve nas reflexões dos profissionais de Serviço 
Social sobre o tema em pauta durante a década de 1970 e mesmo em meados da 
década seguinte. O trabalho dos agentes de Serviço Social tinha como fim sempre o 
indivíduo, independentemente das ações profissionais realizadas. O vies da ajuda 
circundava notadamente a lógica do trabalho dos então chamados „assistentes 
sociais de grupo‟. Mas não uma „ajuda‟ nos moldes iniciais da nossa profissão, 
marcada por ações persuasivas e coercitivas. Tais ações deram lugar a uma ajuda 
menos autoritária, mas ainda norteadas por vieses conservadores. 
Nas décadas seguintes, o Serviço Social brasileiro mergulha em revisões de 
ordem teórica e metodológica, ética e política. As reflexões e necessárias revisões 
envolviam a fragmentação da ação profissional, que se vinculava à leitura recortada 
da realidade social e repercutiam em ações segmentadas. 
Processos interventivos que Iamamoto (1998, p. 55) destaca como “as 
abordagens unilaterais, antes acentuadas, acabaram por provocar um relativo 
afastamento entre o Serviço Social e a própria realidade social, o que explica a 
reiterada proclamação da urgência de um estreitamento de vínculos entre ambos”. 
As rupturas, no caso do Serviço Social, envolvem os estigmas e práticas 
repressivas/assistencialistas e as construções - por meio de concepções e práticas 
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libertadoras (com suas especificidades). Os pontos norteadores dos novos sujeitos 
sociais correspondem a projeções políticas imbuídas de expectativas de 
democratização da relação entre Estado e sociedade rumo à construção de uma 
„nova ordem societária‟. 
As revisões no Serviço Social não significaram o abandono dos diferentes 
instrumentais de trabalho, entre eles o atendimento individual, o trabalho com grupos 
e de organização comunitária/social. Paulatinamente, a ação profissional passou a 
considerar amplo acervo técnico-operativo, porém, com a exigência de sintonia 
deste com a realidade social em suas demandas e necessidades sociais. 
A relação do assistente social com o trabalho com grupos vem perpassando a 
história do Serviço Social no Brasil, como escreve Moreira (2013, p. 11), pois: 
O trabalho com grupos é uma prática inerente à cultura profissional do 
assistente social e está presente no trabalho de campo desde seus primórdios. 
Mesmo após todas as mudanças pelas quais o Serviço Social brasileiro 
experimentou – em especial com o Movimento de Reconceituação - este instrumento 
permanece ocupando um importante lugar no arsenal técnico- operativo de seus 
profissionais. Muitas são as formas de se explorar a dimensão político-pedagógica 
do assistente social durante um trabalho grupal. 
O trabalho com grupos em Serviço Social também foi ressignificado. Deixou 
de ser um “método” que colocava uma espécie de especialização, tornando o/a 
“assistente social de grupo”, passando a ser mais um importante instrumento no 
processo de intervenção profissional. 
As transformações ocorridas no Serviço Social a partir das décadas de 1970 e 
1980, com a inspiração da teoria social marxista e a forte influência dos 
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ensinamentos de Paulo Freire e a educação popular, trouxeram novas perspectivas 
para o trabalho com grupos em Serviço Social. 
Já na década de 1990, o Serviço Social com grupos é parte integrante da Lei 
nº 8.662/1993, que dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá outras 
providências, com o seguinte texto: 
Artigo 4º.Constituem competências do Assistente Social: (...) 
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos 
e à população; 
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de 
identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de 
seus direitos; 
(...) 
No mundo contemporâneo, o Serviço Social é chamado a contribuir no 
enfrentamento à questão social, preparando-se para tanto. Os novos rumos ético- 
políticos, teórico-metodológicos e técnico-operativos (dentre estes o trabalho com 
grupos) sintetizam o alinhamento da profissão com a realidade social. A permanente 
sintonia e qualificação profissional são exigências da realidade social. 
Sobre este aspecto, Iamamoto (1998, p. 49) escreve que: 
Exige-se um profissional qualificado, que reforce e amplie a sua competência 
crítica; não só executivo, mas que pensa, analisa, pesquisa e decifra a realidade. 
Alimentado por uma atitude investigativa, o exercício profissional cotidiano tem 
ampliadas as possibilidades de vislumbrar novas alternativas de trabalha neste 
momento de profundas alterações na vida em sociedade. 
O novo perfil que se busca construir é de um profissional afinado com a 
análise dos processos sociais, tanto em suas dimensões macroscópicas quanto em 
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suas manifestações cotidianas; um profissional criativo e inventivo, capaz de 
entender o tempo presente, os homens presentes, a vida presente e nela atuar, 
contribuindo, também, par moldar os rumos de sua história. 
Enfim, o/a assistente social tem o desafio cotidiano de acionar diferentes 
instrumentais de trabalhado, entre eles o trabalho com grupos, alinhando-se às 
demandas da realidade social devidamente integrado com os sujeitos (indivíduos e 
grupos), com os quais interage profissionalmente. 
São desafios do Serviço Social brasileiro que devem alinhar-se com os 
princípios fundamentais do Código de Ética, pois é a partir deles que ocorre a 
constituição das orientações para a ação profissional, no sentido que reflete 
Marilda Iamamoto (2001, p. 78): 
Os princípios constantes no Código de Ética são focos que vão iluminando os 
caminhos a serem trilhados, a partir de alguns compromissos fundamentais 
acordados e assumidos coletivamente pela categoria. Então ele não pode ser um 
documento que se „guarda na gaveta‟: é necessário dar-lhe vida por meio dos 
sujeitos que, internalizando seu conteúdo, expressam-no por ações que vão tecendo 
o novo projeto profissional no espaço ocupacionalcotidiano. 
Essa sintonia profissional exige a permanente formação e/ou qualificação, 
fundamentando o caráter crítico reflexivo e a proposição das ações que envolvem a 
intervenção do/a assistente social, como determina o Código de ética profissional 
do/a assistente social (1993), entre seus princípios fundamentais: compromisso com 
a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, 
na perspectiva da competência profissional. 
 
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Os grupos e as ações socioeducativas 
 
 
 
Fonte: http://atividadescras.blogspot.com/2018/01/percursos-de-atividades-socioeducativas.html 
 
É na sociedade moderna que o/a homem/mulher aparece como ser histórico. 
Sociedade em que mais se desenvolve o ser social e, contraditoriamente, onde há 
maior alienação. 
O homem/mulher compreendidos como ser social são sujeitos da história, 
capazes de autodeterminar-se, de criar suas próprias leis, de ser universal, 
consciente, pertencente ao gênero humano. 
Como bem sinalizou Torres (1985, p. 11): “os grupos existem para satisfazer 
as diversas necessidades que os seres humanos possuem e que não poderiam 
resolver sozinhos”. 
A sociedade é o conjunto das relações entre homens e mulheres. Seres 
históricos, construtores da história. 
Os apontamentos de Marx remetem ao pensamento do/a homem/mulher 
como sujeito da história e consciente, pertencente ao gênero humano. Em „A 
ideologia alemã‟, apresenta-se a percepção de que: 
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A produção das ideias, representações, da consciência está a princípio 
diretamente entrelaçada com a atividade material e o intercâmbio material dos 
homens, linguagem da vida real [...] 
Os homens são os produtores das suas representações, idéias, etc. [...[ a 
consciência nunca pode ser outra coisa senão o ser consciente, e o ser dos homens 
é o seu processo real de vida.( Marx 1981, p. 29). 
O pensamento com bases históricas e materialistas reporta à reprodução do 
ser social, que se faz por meio do próprio homem/mulher. Assim, tudo o que diz 
respeito ao homem deve ser analisado aqui historicamente, a partir da percepção do 
real. Tudo o que se quiser investigar está pautado na história, sem recorrer ao 
transcendente. 
O/a homem/mulher estão carregados da dinâmica da sociedade, do seu 
tempo e apreendendo seus fenômenos. Ser histórico não é apenas saber que os 
fenômenos e suas determinações existem, mas constitui também ir à gênese desses 
fenômenos – determinações fundantes. Para além do acompanhamento da 
constituição histórica dos fenômenos, é preciso identificar sua processualidade. 
Para Marx, o ser social se desenvolve de forma progressiva, distanciando- se, 
no entanto, da concepção linear e evolutiva, é parte da riqueza humana, que é 
critério para se pensar a ética e o pleno desenvolvimento de todas as 
potencialidades e capacidades do ser humano, como a sociabilidade, e a liberdade. 
O ser humano é genérico e universal. Também envolve a consciência, os desejos 
(subjetividade) e o conhecimento. 
Assim, a liberdade é valor e capacidade. A liberdade se torna valor mediante 
a capacidade dos homens de se conscientizarem da sua capacidade. Capacidade 
de realizar escolhas entre alternativas viáveis com o propósito de responder suas 
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necessidades. A liberdade está intrinsecamente vinculada à capacidade de escolha, 
não há escolha sem as alternativas, e somente se tem alternativas se o 
homem/mulher constituí-las. A liberdade é condição ontológica da existência do/a 
homem/mulher - ser social. E é sobre essa liberdade que o Código de Ética 
profissional do/a Assistente Social concebe ao prever entre seus princípios 
fundamentais ao contemplar “reconhecimento autonomia, emancipação e plena 
expansão dos indivíduos sociais”. 
Ao se referir sobre a libertação, Marx & Engels (1981, p. 32) expõem “[...] que 
não é possível conseguir uma libertação real a não ser no mundo real e com meios 
reais [...] a libertação é um acto histórico, não um acto do pensamento, e é efetuada 
por realções históricas [...]”. 
A sociabilidade corresponde à compreensão de que o/a homem/mulher é um 
ser que existe em relação a outros homens/mulheres. É um ser que ao mesmo 
tempo é produto e produtor de suas condições históricas na relação social com 
outros homens/mulheres. 
A consciência, ainda na visão de Marx (1981, p. 30): “Não é a consciência 
que determina a vida, é a vida que determina a consciência”. O autor ressalta ainda 
que “a consciência é, pois, logo desde o começo, um produto social, e continuará a 
sê-lo enquanto existirem homens” (1981, p. 39). 
Ao compreendermos o grupo como espaço de vivências, de aprendizagens 
coletivas, o homem/mulher nele inseridos tem a oportunidade de socializar 
experiências e ensinar/aprender reciprocamente. 
O grupo, na abordagem deste texto, torna-se a expressão da percepção do 
ser social na sua totalidade, envolvendo a razão, as aprendizagens, a emoção e 
suas vivências cotidianas. Isso perpassado por procedimentos, fundamentos teórico- 
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metodológicos que orientam ações técnico-operativas carregadas da dimensão 
lúdica do encontro com os indivíduos que passam a compor o grupo, interagindo 
com a perspectiva educativa. 
Retomando a dimensão educativa do trabalho com grupo, importa saber que 
ela pode ocorrer no sentido ampliado como: as reuniões, encontros, assembleias, 
encontro com uma família, entre outros. 
O encontro entre os indivíduos de forma sistemática, mediante objetivos 
compartilhados, gerando interações sociais, é um fértil campo para desencadear 
experiências educativas. 
Transformar os encontros do cotidiano em espaços de experiências 
educativas é o desafio colocado ao Serviço Social na relação com grupos. Passam a 
ter esse caráter quando os indivíduos assumem sua condição de sujeitos, 
apropriando-se da realidade e paulatinamente interferindo nela. 
Seguindo nesse viés, encontramos apoio em Paulo Freire (1985, p. 30), ao 
destacar que: 
Quando o homem compreende sua realidade, pode levantar hipóteses sobre 
o desafio dessa realidade e procurar soluções. Assim, pode transformá-la e com seu 
trabalho pode criar um mundo próprio. 
Considerando o aporte teórico-metodológico do Serviço Social, o trabalho 
com grupos envolve a atividade continuada de trocas entre seus componentes e a 
difusão de conhecimento, de forma a contribuir para um processo educativo a partir 
das experiências e do conhecimento dos sujeitos. 
O processo educativo na organização de grupos é perpassado pelo caráter 
democrático e participativo, proporcionando novas percepções da realidade e das 
formas como nos relacionamos com ela. Paulo Freire (1985, p. 86) ressalta que 
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assim “nos tornamos capazes de intervir na realidade, tarefa incomparavelmente 
mais complexa e geradora de novos saberes do que simplesmente a de nos adaptar 
a ela”. 
O que realmente importa ao pensarmos sobreo Serviço Social com grupos é 
valorizar o encontro do grupo como espaço educativo, onde os indivíduos passam a 
ter a oportunidade de novas experiências e novas relações em sociedade. É um 
espaço que envolve a ressignificação dos valores e percepções do mundo. O grupo 
é também espaço de prazer, pois todo o processo educativo, de aprendizagens para 
a vida social, também se configura, ou, assim deve ser, de forma prazerosa, 
contemplando, desse modo, todas as dimensões do humano. Reafirmamos, com 
Rubem Alves, que “só aprendemos aquelas coisas que nos dão prazer e é a partir 
da sua vivência que surgem a disciplina e a vontade de aprender”. 
Assim, chamamos a atenção para o desenvolvimento de atividades 
perpassadas pela dimensão lúdica, gerando as condições adequadas para o 
harmonioso funcionamento do grupo. Ao oportunizar a integração grupal, o 
relaxamento, a confiança mútua entre os componente do grupo cria-se um ambiente 
acolhedor, que possibilitará a socialização das vivências, os novos aprendizados, 
as trocas e as mudanças necessárias para a concretização dos acessos (às 
políticas de direitos) e da humanização do/a homem/mulher. 
Ao assistente social que trabalha com grupos, segue-se a perspectiva de 
Freire (1996, p. 81) ao escrever que: 
Como educador preciso ir „lendo‟ cada vez melhor a leitura do mundo que os 
grupos populares com quem trabalho fazem de seu contexto imediato e do maior de 
que o seu é parte. O que quero dizer é o seguinte: não posso de maneira alguma, 
nas minhas relações político-pedagógicas com os grupos populares, desconsiderar 
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seu saber de experiência feito. Sua explicação do mundo de que faz parte a 
compreensão de sua própria presença no mundo. E isso tudo tem vem explicitado 
ou sugerido ou escondido no que chamo „leitura do mundo‟ que precede sempre a 
„leitura da palavra‟. 
Essa perspectiva auxilia a reduzir resistências e na superação das 
inseguranças nas relações entre os componentes do grupo. Cabe ao Serviço Social 
o fomento à condição autônoma do/a homem/mulher, na mesma direção do 
pensamento de Freire (1996, p. 59) “o respeito à autonomia e à dignidade de cada 
um é imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos 
outros”. 
Ao dispor de técnicas e dinâmicas de grupo, é possível potencializar a 
qualidade das relações entre os indivíduos, o encontro do indivíduos consigo mesmo 
e a profusão de novos conhecimentos. 
Nesse sentido, a abordagem de Freire (1996, p. 69) converge com essa 
perspectiva, ao abordar que: 
Mulheres e homens, somos únicos seres que, social e historicamente, nos 
tornamos capazes de apreender. Por isso, somos os únicos em quem aprender é 
uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico do que meramente 
repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para 
mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito. 
O desenvolvimento de grupos, como instrumentos em Serviço Social, é 
mediado por técnicas que deve oportunizar processos de conscientização e de 
autonomia aos sujeitos que dele fazem parte. A atenção do/a assistente social é 
para o alinhamento ao projeto ético político profissional em sintonia com as 
demandas e interesses do grupo. Nesse sentido, o trabalho com grupos não se 
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restringirá ao grupo isolando-o do contexto territorial e social. Tal qual prevê os 
fundamentos do Serviço Social, a dimensão da totalidade e a dialeticidade das 
relações sociais devem perpassar o trabalho social. 
O trabalho social dirige-se, portanto, à possibilidade de os sujeitos se 
descobrirem como tal, assim como o reconhecimento de sua identidade social e 
valores, construindo vivências novas e refletindo sobre as experiências. 
Essa não é tarefa de fácil execução, pois a sociedade com seu traços 
capitalistas tem suas marcas na competição, no individualismo e no 
descompromisso de uns pelos outros. Contrariando essa perspectiva, o trabalho 
social com grupos oportuniza o „encontro‟ e a dimensão do ser eminentemente 
„social‟. 
A dimensão ético-política e técnico-operativa do trabalho com grupos 
 
Ao pensarmos o Serviço Social com grupos, partimos da compreensão de 
grupo como um conjunto de pessoas que interagem conjuntamente e compartilham 
os mesmos objetivos. A ação conjunta reflete o aspecto relacional entre as pessoas 
que compõem o grupo. 
Para avançarmos nas definições de grupo, recorremos a Wefort 
citandoPichon- Riviere eLewin. 
A abordagem trazida por Wefort (1994, p. 16) lembra a concepção de Pichon- 
Riviere, ao tratar de grupo: 
Quando um conjunto de pessoas movidas por necessidades semelhantes se 
reúnem em torno de uma tarefa específica. No cumprimento de desenvolvimento das 
tarefas, deixam de ser um amontoado de indivíduos, para cada um assumir-se 
enquanto participante de um grupo com um objetivo mútuo. 
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Para Lewin (1989, p. 48) a formação de um grupo emerge: 
A partir do momento que temos três ou mais pessoas se comunicando e 
trocando informações podemos dizer que elas estão se movimentando, aprendendo, 
e se há uma interação há a dinâmica. Portanto, para o autor, a dinâmica de um 
grupo é o seu movimento. 
São abordagens que convergem na percepção de que o grupo passa a existir 
a partir do encontro de pessoas e quando essas apresentam interesses e/ou 
objetivos comuns num movimento que acompanha a vida em sociedade. 
O Serviço Social associa-se a essa percepção, sintonizando o agrupamento 
de pessoas, suas características e interesses individuais, alinhadas ao propósito 
coletivo (construção de objetivos de grupo) com a realidade social. 
É a compreensão de que um grupo é uma totalidade dinâmica (não é 
abstrato), autônoma e compõe um determinado contexto social. Deve ser 
compreendido em razão desse contexto e das ideologias que o cercam (do nível 
conceitual, cultural, simbólico e de expectativas expressas pelo grupo). 
É importante destacar o que escreve Moreira (2013, p. 47): 
Compactuamos com a concepção gramsciana de que cultura e política são 
elementos indissociáveis. A cultura de determinados grupos sociais é, portanto, a 
base fundante do direcionamento político que estes empenham em suas ideias e 
ações. Os arcabouços culturais dos segmentos apresentam-se no terreno da prática 
como resultantes das variadas formas de inserção às quais esses grupos foram 
submetidos e se postaram no curso dos processos sócio-históricos. 
O trabalho com grupos exige o ordenamento dos aspectos ético-político, 
teórico- metodológico e técnico-operativos da profissão. Exige ações planejadas, 
acompanhadas e com avaliação sistemática, em busca do desenvolvimento de 
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habilidades, de flexibilidade pedagógica e de dinamismo para o reconhecimento do 
desenvolvimento do processo grupal. 
Ao tratar do Serviço Social com grupos, MIOTO (2009, p. 507-508)) escreve 
que: 
A formação de grupos é altamente recomendável porque permite, por meio da 
reunião de diferentes sujeitos, a realização do processo educativo de forma coletiva. 
Tanto nas reuniões como nos encontros individuais (entrevistas),que são s 
instrumentos utilizados para a abordagem dos sujeitos, o desenvolvimento do 
processo educativo se faz com a utilização de inúmeros recursos. Esses incorporam 
técnicas de dinâmica de grupo, recursos audiovisuais, técnicas de reconhecimento 
do território, entre outras (...) todo o seu percurso necessita de planejamento e 
avaliação sistemática. 
Independentemente dos recursos educativos para a interação com o grupo, o 
planejamento das ações, definindo o caminho educativo com os sujeitos do grupo, é 
fundamental para o processo interventivo do/a assistente social. 
E o planejamento é parte singular da ação profissional, tal qual escreve 
BAPTISTA (2000; p. 13) sobre a abordagem do planejamento social:”na perspectiva 
lógico- racional, refere-se ao processo permanente e metódico de abordagem 
racional e científica de questões que se colocam no mundo social [...] supõe ação 
contínua sobre um conjunto dinâmico de situações em um determinado momento 
histórico”. Para a autora, “a dimensão política do planejamento decorre do fato de 
que ele é um processo contínuo de tomada de decisões, inscritas nas relações de 
poder, o que caracteriza ou envolve a função política” (Baptista, 2000; p. 17). 
Ao apresentar uma definição de planejamento social, Baptista (2000, p. 14), 
focaliza-o como uma “ferramenta para pensar e agir dentro de uma sistemática 
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analítica própria, estudando as situações, prevendo seus limites e suas 
possibilidades, propondo-se objetivos, definindo-se estratégias”. 
A abordagem sobre o planejamento social remete-nos inicialmente à 
perspectiva de mudança social, pois mais do que a organização técnica das ações 
está contida a melhoria ou consecução das ações desejadas e compartilhadas com 
os sujeitos, componentes de grupos, envolvidos com a ação profissional. 
O Serviço Social desenvolve o processo de trabalho na perspectiva de 
mudança social, porém, a mudança só se efetiva quando emerge do próprio grupo. 
O trabalho com grupos exige a compreensão diagnóstica do sujeito indivíduo 
e do grupo, para além das questões imediatas ou emergentes. Trata-se de conhecer 
a realidade de cada indivíduo e da trajetória de formação do grupo. Tem o propósito 
de subsidiar o/a assistente social em busca de proposições as quais serão a base 
do diálogo com o grupo. 
O conhecimento do grupo e da realidade que o envolve é um processo 
cumulativo, dinâmico e de participação coletiva permeada por aproximações 
sucessivas. O diagnóstico deve articular as informações diretamente vinculadas aos 
componentes do grupo, ao contexto territorial e determinações macroeconômicas e 
sociopolíticas. 
O Serviço Social com grupos envolve a definição de finalidades, de 
atribuições e de papéis a partir da realidade de cada grupo. O trabalho com grupos 
não se inscreve em modelos pré-concebidos. 
Ressaltamos o que escreve Mioto (2009, p.): 
É importante assinalar que as ações socioeducativas se constituem como 
processos que se constroem e se reconstroem continuamente, não existindo 
modelos pré-definidos. Porém, para desenvolvê-las, é necessário estabelecer um 
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alto grau de coerência entre a direção teórico-metodológica e ético-política e a 
definição dos objetivos e dos procedimentos operativos. 
Esse passa a ser um desafio constante para o/a assistente social, a 
compreensão de permanente reflexão sobre a realidade de cada grupo, assim como 
de cada movimento do grupo nos diferentes tempos de formação dele. 
A atribuição fundamental do profissional de Serviço Social é o de ser um 
facilitador para o grupo. Essa atribuição é compartilhada com os integrantes do 
grupo. 
Partindo dessa percepção, recorre-se a Martinelli (1998, p. 149) ao abordar 
que o/a assistente social deve: 
Saber estabelecer uma nova relação com a profissão tendo presente que 
quem produz a prática são os sujeitos sociais dela participantes - agentes 
institucionais e usuários - e quem a legitima são exatamente esses usuários e não 
os mandantes e/ou contratantes da prática. 
O/a assistente social atua nas lutas sociais em defesa da consolidação e 
ampliação dos direitos sociais e da cidadania, e a agenda de trabalho com grupos 
deve ser perpassada por essa percepção, prescrita pelo Código de ética profissional 
do/a assistente social (1993), cujo conteúdo nesse viés é aqui destacado em parte: 
“defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo; 
ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda 
sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes 
trabalhadoras”. 
Entende-se a cidadania como algo que deve ser conquistado e não 
apresentado aos sujeitos. A cidadania não se encontra garantida pelos direitos 
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básicos, mas sim pela apropriação de si mesmo enquanto sujeitos de direitos, que 
tem nas mãos a responsabilidade de fazer história. 
Há uma dimensão educativa na ação profissional do/a assistente social, como 
escreve Martinelli (1998, p. 147) ao conceber a prática educativa: 
Toda a prática social concebida na perspectiva que estamos anunciando é 
verdadeiramente uma prática educativa: é a expressão concreta da possibilidade de 
trabalharmos com os sujeitos sociais na construção de seu real, de seu viver 
histórico. É uma prática que se despoja da visão assimétrica dos sujeitos com os 
quais trabalha e que se posiciona diante deles como cidadãos, como construtores de 
suas próprias vidas. É, portanto, prática do encontro, da possibilidade do diálogo, da 
construção partilhada. 
Nessa direção, encaminha-se o trabalho do/a assistente social com grupos, 
buscando promover ações fundamentadas no aporte teórico- metodológico e ético-
político do Serviço Social, fortalecendo a cidadania e a possibilidade de 
emancipação dos sujeitos. 
Nas palavras de Freire (1985, p. 30), “quando o homem compreende sua 
realidade, pode levantar hipóteses sobre o desafio dessa realidade e procurar 
soluções. Assim, pode transformá-la e com seu trabalho pode criar um mundo 
próprio”. 
Ao prever o trabalho social com grupos, faz-se necessário retomar o 
pensamento de Iamamoto (1998, p. 24) sobre o objetivo do Serviço Social nos 
seguintes termos: 
Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais 
variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no 
trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, 
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etc. Questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver 
sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão 
entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência que 
trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por interesses 
sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida 
em sociedade, [...]... a questão social, cujas múltiplas expressões são o objeto de 
trabalho cotidiano do assistente social. 
Um dos desafios na prática profissional é de separar, na prática, a elaboração 
de planos de intervenção darelação com o sujeito indivíduo e o grupo, assim como 
com o contexto comunitário ou organizacional. Na prática, significa que os indivíduos 
devem participar de todo o processo de planejamento das ações nas mais variadas 
dimensões da vida social e de políticas sociais, tais como: a educação, a saúde, 
assistência social, a política ambiental, trabalhando com grupos de idosos, de 
crianças, de gestantes, pessoas se preparando para a aposentadoria, grupos de 
famílias, de mulheres, entre outros. 
A construção da identidade de cada grupo vai delimitar o acervo temático e a 
agenda de trabalho. Cabe ao assistente social desenvolver debates e atividades 
sobre temas inerentes ao cotidiano do grupo de forma acolhedora e afetiva, sem 
perder a perspectiva fundante do Serviço Social e a intencionalidade política no 
processo de planejamento das ações. Trata-se de contemplar de forma coletiva as 
questões que envolvem o cotidiana dos indivíduos, porém, sem subtrair a atenção 
individualizada. 
Sobre este tema envolvendo o trabalho do/a assistente social com grupo, 
Moreira (2013, p. 110) concebe que “o trabalho com grupos aparece assim com o 
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intento de deslocar para o âmbito da coletivização questões que são comumente 
individualizadas”. 
O/a assistente social e os componentes do grupo estão numa relação 
dialógica, onde todos têm a possibilidade de expor-se à mudança em meio ao 
caminho percorrido de interação entre o profissional e os sujeitos do trabalho social 
(componentes do grupo). 
Ratificando essa perspectiva, retoma-se o pensamento de Moreira (2013, p. 
117) ao escrever que: 
Ao profissional comprometido com os processos pedagógicos de caráter 
emancipatório cabe a tarefa permanente de dialogar, que por sua vez implica na 
disposição de falar e ouvir, de dar voz e vez, em uma reflexão individual e grupal, 
possibilitando a elaoração e o fortalecimento de culturas centradas em valores 
solidários e coletivos. É justamente a incidência no campo do conhecimento, dos 
valores, dos comportamentos, ou seja, no campo da cultura, que se alargam as 
possibilidades para o assistente social colocar-se na função de um intelectual capaz 
de possibilitar ao usuário a percepção de contradições que se apresentam na 
realidade devidamente fetichizada por influência da ação da ideologia. 
As informações devem circular, ocorrer as trocas, possibilitando a descoberta 
de significados comuns. Essa é a atitude que considera o grupo com efetiva 
capacidade de, com a devida orientação, construir as alternativas para a superação 
das dificuldades e/ou caminhar rumo a novas oportunidades e conquistas. 
Tal desafio colocado aos assistentes sociais exige buscas teóricas, 
aprofundadas e incorporadas às observações e práticas, conforme Freire (1985, p. 
11): “pensar a prática é, por isso, o melhor caminho para pensar certo”. As ações 
envolvem estudo e qualificação permanente dos profissionais, refletindo sobre os 
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limites, possibilidades e desafios do contexto socioeconômico-cultural que envolve 
cada componente do grupo e o movimento do mesmo. 
O profissional de Serviço Social deve estar atento para o desenvolvimento de 
habilidades, como a comunicação, a criatividade envolvendo técnicas e dinâmicas 
de grupo. 
Para Iamamoto (1998, p. 20), cabe ao assistentes sociais a função 
propositiva, assim expressa pela autora: 
Um dos maiores desafios que o assistente social vive no presente é 
desenvolver a capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho 
criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergente 
no cotidiano. Enfim, ser um profissional propositivo e não só executivo. 
As mediações que surgem no acompanhamento aos grupos são direcionadas 
para a transformaçãoda relação do/a homem/mulher com a natureza. A consciência 
se amplia, a criatividade aflora, voltando para o/a homem/mulher a compreensão de 
que ele/ela pode transformar a natureza, que possui capacidade para tal. 
Os contatos e orientações com o grupo devem ocorrer com base na 
compreensão de liberdade e pela postura democrática, sem com isso escorregar em 
práticas espontaneístas. 
Nesse sentido, o/a assistente social envolve-se no processo educativo tal qual 
preconiza Freire (1985, p. 35) ao se referir que o educador quando “democrático, no 
processo, na prática educativa, vai substituir a indução pela colaboração crítica e 
consciente do educando”. 
Sobre esse aspecto, Martinelli (1998, p. 149) destaca que: 
É indispensável que o profissional tenha claro que em toda a prática há um 
espaço de criatividade a ser explorado, há vias de transformação a serem 
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acionadas. Nenhuma prática é um bloco monolítico, impenetrável, sempre há 
caminhos críticos, vias de superação a serem trilhadas, porém a verdade é que só 
são encontrados por quem os procura pacientemente, por quem os constrói 
corajosamente. 
O processo de trabalho do Serviço Social envolve a identificação e o 
acionamento das habilidades pessoais e do grupo. Retoma-se a dimensão crítica, 
criativa e de iniciativa do/a assistente social, com base nos fundamentos da 
profissão. 
O trabalho com grupos é direcionado de forma a estimular/oportunizar 
espaços para fluir as habilidades e a criatividade dos componentes do grupo, com 
o propósito de contribuir para a evolução do grupo, tanto no sentido de 
desenvolvimento dos indivíduos como do grupo, como parte de um determinado 
território. 
O processo de trabalho deve contemplar não só as relações intragrupo, mas 
também intergrupos, articulando as demandas dos grupos com as demais 
necessidades territoriais e de contexto social, na direção do acesso a serviços e 
políticas de atenção direta ao grupo. 
Os avanços advindos da ampliação do acessos dos componentes do grupo 
aos serviços, programas e projetos sociais materializam novos patamares de 
dignidade na convivência social, como prescreve o Código de ética profissional do/a 
assistente social (1993) em um de seus princípios: “posicionamento em favor da 
equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e 
serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão 
democrática”. 
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Princípios ético-políticos que balizam a os/as assistentes sociais, pois 
coadunam com o ético-político profissional, que está imerso no movimento dialético, 
envolvendo o contexto societário em suas dimensões econômica, política e culturais, 
sinalizando alternativas às necessidades sociais. 
A participação dos usuários no grupo, influindo e compondo o poder decisório 
sobre os rumos de desenvolvimento do grupo, reflete intencionalidade política e se 
expressa na defesa da democracia, assim como na gestão democrática do grupo. 
Tal posicionamento remete ao posicionamento em favor da equidade e da justiça 
social, pois não se pode conceber uma sociedade democrática sem que se estenda 
o acesso aos bens e serviços e à noção de interesse público. 
Para Vieira (2004, p. 134), a “sociedade democrática é aquela na qual ocorre 
real participação de todos os indivíduos nosmecanismos de controle de decisões, 
havendo, portanto, real participação deles nos rendimentos de produção”. 
A democracia aproxima-se inevitavelmente do entendimento de justiça social, 
e equidade de acesso, participação, usufruto e produção dos bens e serviços 
gerados na sociedade. Nesse sentido, Chauí (1997, p. 194) considera que “a 
questão democrática implica, pois, criar condições para que o cidadão seja soberano 
e interfira realmente nas decisões sociais e econômicas através dos órgãos de 
decisão política”. 
 
A constituição do ser social e a formação de grupos 
 
O ser social e a concepção de grupos 
 
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Fonte: http://medimagem.com.br/noticias/fazer-parte-de-grupos-sociais-diversos-aumenta-a-resiliencia-e-a-
saude-fisica,16554 
 
É importante ressaltar que o adequado trabalho com grupos é parte integrante 
dos instrumentais técnico- operativos do Serviço Social, oportunizando vivências 
sociais. 
Parte-se da compreensão de que homem/mulher é ser social, pois é na 
sociedade moderna que o/a homem/mulher aparece como ser histórico. Tudo o que 
diz respeito ao homem deve ser analisado aqui historicamente, a partir da percepção 
do real. Tudo o que se quiser investigar está pautado na história, sem recorrer ao 
transcendente. 
O/a homem/mulher estão carregados da dinâmica da sociedade, do seu 
tempo e apreendendo seus fenômenos. Ser histórico não é apenas saber que os 
fenômenos e suas determinações existem, mas envolve ir à gênese desses 
fenômenos – determinações fundantes. Para além do acompanhamento da 
constituição histórica dos fenômenos, é preciso identificar sua processualidade. 
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O ser social está em permanente transformação, porém, com algumas 
características que perduram historicamente, tais como a socialização e a 
transformação da natureza. Ao considerar a sociabilidade, compreendemos que o 
homem/mulher é um ser que existe em relação a outros homens/mulheres. É um ser 
que ao mesmo tempo é produto e produtor de suas condições históricas na relação 
social com outros homens/mulheres nas diferentes esferas da vida social. 
Para Miranda (1999, p. 45): 
A constituição do indivíduo é um processo contínuo e contraditório que deve 
ser apreendido, ao mesmo tempo, numa perspectiva de ruptura/continuidade e de 
igualdade/diferença. Nesse sentido, somos e não somos os mesmos que éramos há 
anos e somos iguais e diferentes de nós e dos outros. Não se trata de um processo 
linear, sem contradições e nem tampouco significa que o indivíduo seja um ser 
diferente a cada dia. Ao contrário, à medida que vai se constituindo, o homem 
mantém uma estabilidade em seu modo de ser e, ao mesmo tempo, rompe com 
outros modos de ser. Ele vai assumindo características que o identificam e o 
distinguem das outras pessoas. (...) Assim, o indivíduo vai se constituindo, sendo 
constituído, se criando e sendo criado como igual e diferente de si e dos outros 
indivíduos a cada dia. Sua identidade se constitui exatamente no reconhecimento 
dessa igualdade e diferença com relação aos outros. Desenvolvimento é, portanto, 
um conceito relativo a um processo complexo de Criações, rupturas e continuidades 
que se operam em condições muito especiais. 
A relação entre homem e mundo é desenvolvida na produção de ideias, com 
ligação na atividade material e na linguagem da vida real. A representação, o 
pensamento, a consciência são resultados das produções dos seres humanos. 
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Os apontamentos de Marx (1981, p. 29) remetem ao pensamento do/a 
homem/ mulher como sujeito da história, capaz de autodeterminar-se, criar suas 
próprias leis, ser universal, consciente, pertencente ao gênero humano. Em „A 
ideologia alemã‟, apresenta a percepção de que: a produção das ideias, 
representações, da consciência está a princípio diretamente entrelaçada com a 
atividade material e o intercâmbio material dos homens, linguagem da vida real [...] 
os homens são os produtores das suas representações, ideias, etc. [...[ a 
consciência nunca pode ser outra coisa senão o ser consciente, e o ser dos homens 
é o seu processo real de vida. (Marx, 1981, p. 29) 
O pensamento com bases históricas e materialistas reporta à reprodução do 
ser social, que se faz por meio do próprio homem/mulher. Assim, tudo o que diz 
respeito ao homem deve ser analisado aqui, historicamente, a partir da percepção 
do real. Tudo o que se quiser investigar está pautado na história sem recorrer ao 
transcendente. 
Nossa consciência é o desenvolvimento de nosso ser em decorrência dos 
fatores que envolvem a vida em sociedade. Quando desenvolvemos nossas 
produções materiais temos a transformação de nosso pensamento, o 
desenvolvimento de nossas atividades e a construção de nossa consciência. 
Isso impõe ao profissional do Serviço Social uma atitude crítica, com 
competência teórico-metodológica, técnico-operativa e ético-política. Um 
profissional em sintonia com a perspectiva de reforma progressiva, compreendendo-
a a partir da compreensão de homem, como sujeito histórico, tal qual aborda Marx 
(1981, p. 22) “[...] como indivíduos reais, sua ação e suas condições materiais de 
vida, tanto as que encontraram como as que produziram pela sua própria ação”. 
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Trata-se de pensar o/a homem/mulher a partir da compreensão exposta por 
GRAMSCI (CC 10, Vol. I, p. 405/6), pois: 
Concebe o homem como um conjunto das relações sociais (...) o homem é 
também o conjunto das suas condições de vida, pode-se medir quantitativamente a 
diferença entre o passado e o presente, já que é possível medir a medida em que o 
homem domina a natureza e o acaso. A possibilidade não é a realidade, mas é, 
também ela, uma realidade: que o homem possa ou não possa fazer determinada 
coisa, isto tem importância na avaliação daquilo que realmente se faz. 
O ser social é, portanto, produto e produtor das relações sociais em que se 
insere, seja no nível para inserção nos diferentes grupos sociais (família, esporte, 
associação, trabalho etc.). 
Esse aspecto da vida do/a homem/mulher e sua condição de sujeito histórico 
está intrinsecamente relacionado à inserção em grupos sociais, presentes ao longo 
do desenvolvimento humano/social. 
Inicialmente, compreendemos o grupo como um conjunto de diferentes 
indivíduos cujas relações têm por base papéis interligados de inter-relações sociais, 
que realizam uma interação padronizada, tendo como resultado diversos grupos 
sociais, como por exemplo, grupo de alunos, membros de uma instituição, grupo de 
trabalho, de idosos, de adolescentes e assim por diante. 
Maria Lúcia Rodrigues destaca que o grupo é “como uma realidade sui-
generis, irredutível aos indivíduos que o compõem e também irredutível aos seus 
objetivos ou suas características”. (1978, p. 36) Ou seja, para essa autora, o grupo é 
mais que as somas das suas partes, pois produz uma sinergia capaz de produzir 
mais que as somas das suas partes isoladas. 
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O grupo é um sistema cuja interdependência entre seus membros dá-se em 
função de um objetivo comum. O exterior - mais especificamente, seu objetivo – 
interagem com as relações internas do grupo: outros objetivos, normas, divisão de 
papéis, entre outros. 
O grupo é um sistema social e apresenta três conceitos básicos: sentimento, 
atividade e interação. A relação deles entre si é caracterizada no sistema como 
processo de formação do grupo, sendo os diferentes papéis e normas o modo de 
regular as inter-relações e a dinâmica de funcionamento do grupo. 
Ao refletirmos sobre esse aspecto, cabe o pensamento de Rodrigues (1978, 
p. 36): 
O grupo é um todo cujas propriedades são diferentes da soma das partes que 
o compõem; o grupo e o seu meio constituem um campo social dinâmico cujos 
principais elementos são: os subgrupos, os membros, os canais de comunicação, as 
barreiras. Quando se modifica um elemento importante do campo, a estrutura do 
conjunto pode se modificar. 
Cabe ressaltar que não existe um quadro de referência conceitual único para 
a compreensão dos grupos, além da produção do Serviço Social, recorre-se aos 
estudos realizados pela sociologia, psicologia, pedagogia e antropologia. 
Interação social 
 
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Fonte: http://www.oaltotaquari.com.br/portal/2012/07/bem-vindas-interacoes-sociais/ 
 
Esse termo é utilizado no resultado de transformações de atitudes e condutas 
dos participantes do grupo. A base para sua realização é a comunicação, que pode 
ser descrita em verbal ou não verbal. Existindo a troca de informações e construção 
de objetivos em comum. 
A própria essência da comunicação interpessoal é compreendida como um 
processo social complexo, por meio de sentimentos, atitudes e informações. 
A comunicação pautada na propagação é uma mensagem para outras 
pessoas, consiste na troca de pensamentos e sentimentos. Pode existir ou não a 
intenção de influenciar os demais. Cabe ao receptor avaliar os sentidos claros e 
ocultos para providenciar adequadamente uma resposta à mensagem recebida. 
Quando cada membro compartilha alguma informação ou atitude com os 
demais, não existe a recusa da participação por recear retaliação ou falta de 
descrição. O serviço social deve trabalhar para que esse compartilhamento ocorra. E 
é desejável que o enfoque da comunicação esteja no grupo como um todo, 
decorrendo de uma verdadeira participação no processo ao apresentar experiências 
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e adesões emocionais, por exemplo. Dessa forma, são formadas as redes de 
relações sociais entre os participantes. Esses se comunicam de acordo com sua 
aceitação ou não, bem como se dedicam para diversas atividades. O resultado é o 
desenvolvimento de relacionamentos, por meio de valores que se estabelecem ou 
modificam, cujos conflitos precisam ser superados para manter a coesão no grupo. 
 
Finalidade 
 
Cada grupo é delimitado por objetivos. Seus integrantes só se unem quando 
possuem interesses que consideram que a união entre eles seja capaz de ser 
alcançada. Pode ser resumida como “um desígnio, fim ou interação fundamental; 
objetivo ou meta, em geral se refere a um específico que é instrumento à finalidade” 
(Northen, Ellen. p. 31) 
É possível citar como exemplo a família. Ela apresenta finalidades 
específicas, estabelecidas como expectativas da própria sociedade: cuidado das 
crianças, manutenção de valores, normas e hábitos culturais. Além disso, cada 
família apresenta formas peculiares de comunicação e um conjunto de regras e 
metas para a vida familiar. 
Cabe ressaltar que o conceito de finalidade é dinâmico, os desejos dos 
participantes, bem como suas necessidades, são inerentes à interação do grupo e 
resulta na transformação/ resultado/ finalidade. 
Todos que fazem parte do grupo possuem seus interesses e demandas, 
reconhecidas ou não, manifestadas ou não, porém, evidenciadas pelo simples fato 
de fazer parte de um conjunto, nesse caso, o próprio grupo. 
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A natureza do grupo é determinada pela compatibilidade entre as pessoas, 
que pode resultar em desenvolvimento do mesmo ou não. É necessária a 
preocupação com o afeto, aproximações e conflitos entre os membros de um grupo, 
o que compreende os laços emocionais entre eles. 
Segundo Rodrigues (1978, p. 52): “muitos autores vêm enfatizando a 
importância da afetividade na vida dos grupos, principalmente quando se trata de 
coesão, atitudes, interação e liderança”. 
A comunicação é responsável por manifestações relacionadas ao afeto de um 
membro pelo outro. E é importante lembrar que os sentimentos são retratados de 
maneira verbal ou não verbal, que podem ser resumidos em: amor, afeição, repulsa, 
raiva e indiferença. 
A comunicação não verbal é resumida em ações e gestos, sendo o meio mais 
importante para expressar emoções. Ela é utilizada na maioria das vezes para 
expressar emoções e a percepção das mesmas pode se dar por meio dos olhos, 
tato, não só por meio dos nossos ouvidos. A postura do corpo, a expressão facial, o 
silêncio, os movimentos de aproximação ou de repulsa são algumas das maneiras 
de expressar os sentimentos entre as pessoas. 
Ressaltamos que as respostas às emoções são os meios pelos quais uma 
pessoa procura satisfazer suas necessidades de relacionamento com o outro. 
Assim, se alguém sempre responde de modo negativo às situações, deve-se 
verificar quais os estímulos vinculados, responsáveis, inteira ou em parte, por essa 
resposta. 
Fato é que os indivíduos possuem necessidades emocionais. As 
necessidades emocionais interpessoais podem ser resumidas como: inclusão, 
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controle e afeição. Logo, aos interesses de um grupo estarem vinculando-se com as 
necessidades é relevante para manter a coesão entre seus integrantes. 
No entanto, cada indivíduo é único no que diz respeito às relações 
significativas com o outro, e seus desejos, cujo conjunto é sempre único. Pode-se 
até compartilhar parte deles com esse ou aquele grupo, parte com outro grupo, mas 
o conjunto deles é único, pertence ao indivíduo. 
Por meio da capacidade de reação favorável ou não é que temos a relação 
humana. Uma atitude é, naturalmente, algo ambivalente. Os relacionamentos 
humanos são caracterizados por laços relacionais de aproximação e de conflitos 
entre os indivíduos, como amor, empatia, cordialidade, considerados como “natureza 
associativa”, o que resulta na união das pessoas, mas também por “laços” negativos 
(ódio, raiva, hostilidade). 
Cada indivíduo é único, porém, apresenta semelhanças com o outro por meio 
de diversas formas. As ligações entre os indivíduos decorrem de conexões como 
nacionalidade, idade, sexo, religião, entre outros. Além disso, a semelhança e 
diferença nos objetivos e aspirações dos membros. 
Sobre este tema os estudos de Rodrigues (1978, p. 53) nos orientam a 
pensar que: 
É próprio da atitude racional, procurar apreender e compreender, em 
contrapartida às atitudes afetivas, derivadas de impulsos primitivos. Dessas duas 
forças resulta uma tensão que sera tão mais dolorosa aos sujeitos do grupo, pois 
que nãosabem contra que forças estão lutando e são a origem de emoções 
irreprimíveis. O fim a essa tensão só se dá pela elucidação e interpretação dos 
processos afetivos subjacentes que os sujeitos devem, progressivamente aprender a 
identificar e a tolerar. 
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Ou seja, desde o primeiro momento, em qualquer grupo, cria-se um elo entre 
seus membros. Ao compartilhar os sentimentos e atitudes pessoais, temos como 
resultado uma solidariedade entre os membros do grupo. Nesse caso, o elo é uma 
defesa objetiva contra a angústia. 
O conflito é considerado um grande agente de mudança. O impacto pode ser 
construtor e/ou destruidor para o indivíduo ou grupo em geral. Porém, também pode 
ser considerado como força construtiva nas relações. É o componente inerente aos 
grupos, necessário, para o processo de mudança nesses ambientes. 
O conflito está ligado a emoções e impulsos contraditórios e incompatíveis 
presentes no íntimo de uma pessoa em relação a outras do grupo, mas não consiste 
no conflito. Para que possa ocorrer, é preciso que ações vinculadas a essas 
emoções, impulsos e conflitos ocorram e de modo a provocar as reações do grupo. 
É possível que o conflito resulte numa maior compreensão dos objetivos do 
grupo e no fortalecimento de laços entre os seus membros. Nesse caso, é 
denominado conflito social e serve como instrumento para as próprias 
transformações do grupo. 
A coesão do grupo é como a força da união dos membros do grupo uns com 
os outros, ou seja, a atração entre os integrantes do grupo. Quanto mais coeso for o 
grupo, maior é a influência dos seus membros entre si, resultando mais facilmente 
em mudanças de atitudes e/ou condutas. Podem ocorrer discordâncias, porém, as 
soluções para os problemas são encontradas mais rapidamente. Ou seja, a coesão 
também é o resultado do processo de interação existente dentro do grupo. 
A mudança em um grupo nada mais é que um processo contínuo e dinâmico, 
necessária para movimentar o grupo nos mais diversos estágios de seu 
desenvolvimento como um todo. 
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Cada grupo apresenta um conjunto de singularidades, suas próprias 
características. Além das fases e estágio pelos quais passa, abriga mudanças em 
seus integrantes sem resultar obrigatoriamente em uma nova fase ou estágio do 
desenvolvimento do grupo. 
 
A classificação dos grupos 
 
 
 
Fonte: http://www.reintegracaosocial.sp.gov.br/noticia.php?noticia=275 
 
Um indivíduo é membro de mais de um grupo social que contribui para a 
importância de seu bem-estar. É estando dentro deles que as pessoas se integram 
na sociedade e satisfazem suas necessidades, que muitas vezes não conseguem 
resolver sozinhos. 
Observe uma criança. Com o passar do tempo ela cresce e vai sendo inclusa 
em outros grupos. Ou seja, “o homem vive em grupos desde o nascimento até 
a morte”, conforme as palavras de Zélia Torres. (1983, p. 11) 
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É a relação social a responsável por nos tornar humanos. Inicialmente, temos 
necessidades biológicas, porém, qualquer pessoa necessita sentir identificação, 
pertencer a um grupo e, assim, relacionar-se e passar a ter relações sociais. 
A necessidade de pertencer a um grupo não está ligada apenas à idade 
infantil ou vínculo familiar, primeira experiência grupal dos indivíduos. O resultado é 
um indivíduo com coragem para correr novos desafios. Relacionamentos podem ser 
profundos ou superficiais, porém, ambos são importantes para a construção do 
indivíduo. 
 
Grupo primário 
 
 
Fonte: http://harumiga.blogspot.com/2016/11/33-grupos-primarios-y-secundarios.html 
São grupos sociais em que os indivíduos possuem como características 
básicas o fato de se conhecerem melhor; laços afetivos mais íntimos; grupos 
menores; informais; contatos diretos; convivência maior e as necessidades afetivas 
mais vivenciadas. 
Ou seja, neste grupo, como escreve Torres (1985, p. 13) “o indivíduo se sente 
mais à vontade e onde não somente recebe como dá mais amor. O principal grupo 
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primário é a família, responsável pela formação que permite ao indivíduo viver bem 
em uma determinada sociedade”. 
Ainda refletindo sobre o grupo primário, Torres (1985, p. 13) expõe: 
É o grupo que lhe dá origem e consequentemente aquele do qual ele 
depende mais e com quem afetivamente tem mais compromisso. É através dele que 
a pessoa consegue se colocar mais segura e espontânea no mundo, porque é nela 
que aprende a estabelecer os contatos afetivos mais intensos e significativos, 
também chamados de contatos simpáticos. 
Portanto, o grupo primário tem uma grande influência na formação social dos 
indivíduos, mas não consegue atender suas necessidades integrais. E é com a 
evolução do ser humano, da vida em sociedade, que outras funções foram 
repassadas a outros grupos além daquele que compõe a família. 
 
Grupos secundários 
 
 
Fonte:https://plus.google.com/100429427092291153286/posts/6VM5fwUy2R8 
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Os grupos secundários são maiores que os primários e sua existência é 
necessária para que haja a integração entre os indivíduos para além da família. Por 
isso, suas características estão baseadas em relacionamentos com curta ou longa 
duração, alguns com relações mais indiretas e o conhecimento entre os indivíduos 
pode ser menor, assim como o envolvimento afetivo também é menor. 
Alguns exemplos de grupos secundários: grupos de trabalho, de prática 
esportiva, associações, grupos de idosos, de mulheres, de adolescentes, entre 
outros. 
O tema liderança perpassa a existência dos conteúdos e existência dos 
grupos. A liderança compreendida como a capacidade de influenciar pessoas para 
se atingir um objetivo previsto por quem exerce a liderança. O meio utilizado para 
exercê-la é a comunicação, que pode ser verbal e não verbal. Existe em vários 
grupos sociais. 
Liderança também pode ser resumida como uma arte, que seria a de 
comandar pessoas mediante a influência de forma positiva nos comportamentos 
dessas, ocasionando a atração delas para atingir o fim almejado pela liderança. 
É possível que seu surgimento seja de forma natural, neste caso, alguém se 
destaca como líder. Nesse caso, temos a liderança informal. Porém, caso haja a 
eleição de um líder por intermédio de uma organização e se inicia um cargo de 
autoridade, trata-se da liderança formal. 
Ao escrever sobre a liderança nos grupos, Torres (1985, p 37) escreve que: 
Pode ser realizada por um ou mais membros, só existe dentro do grupo e é 
exercida sempre em função de uma situação do grupo. Assim sendo, concluímos 
que: - líderes são os elementos que mais influenciam as atividades e atitudes do 
grupo, e facilitam a realização das finalidades e objetivos destes grupos. 
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43Os líderes – membros que exercem notável influência – surgem muito cedo 
na vida do grupo. À medida que este se torna maior, precisa aumentar o número de 
líderes. A liderança social continua ainda sendo estudada, mas já não se aceita mais 
a ideia de que „os líderes nascem feitos‟, ou de que possuem características 
superiores de personalidade”. (TORRES, 1985, p. 37) 
A liderança é uma habilidade que pode ser apreendida, pois se trata do 
estudo da influência de uma pessoa sobre as outras, como exercício da autoridade 
ou do autoritarismo (o que não se recomenda nas relações em sociedade). 
Quando a comunicação é realizada somente pelo líder e ele controla a 
interação entre seus membros, dificulta a interação, consequentemente, o pleno 
desenvolvimento democrático do grupo. 
Podem ocorrer situações em que o líder exerce um papel autoritário, quando: 
• Cria barreiras à comunicação; 
• Usa pessoas a seu serviço; 
• Utiliza sua influência em seu próprio benefício; 
• Não tem necessidade de se submeter à fiscalização; 
• Afasta-se do grupo; 
• Elimina a oposição, pois não aceita e não sabe lidar com conflitos; 
• Planeja sozinho o trabalho para o grupo; 
• Não cultiva a união dos participantes do grupo. 
Caso o líder respeite as escolhas de papéis de seus integrantes, o poder de 
escolha desses em relação à função que cada um vai exercer no grupo, além de 
permitir divergências de ideias, de modo a surgir uma melhor solução para as 
demandas do grupo, também facilita que essa seja aceita por esses integranes, 
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além, de, é claro, ser bem aceito como líder. Afinal, ele (o líder) é considerado como 
um membro do grupo e não como um indivíduo hierarquicamente superior no grupo. 
Assim se exerce uma liderança participativa. Ela é mais realizadora na vida 
do grupo que as demais e pode ser resumida como algo em que o líder: 
• Participa do grupo que lidera e está sempre no meio dele; 
• É tido por seus seguidores como “o melhor do grupo”, em virtude de 
suas habilidades; 
• Aceita ideias diferentes e exerce o planejamento juntocom todo o 
grupo; 
• Estimula a lealdade de seu grupo. 
Para um grupo ser eficiente, a liderança deve ser compartilhada, assim todos 
os integrantes do grupo possuem sua responsabilidade de trabalho e assumem suas 
realizações. Quanto maior a participação de todos os envolvidos, quanto mais 
democrática as relações, maior a circulação das lideranças no grupo. Afinal, o 
objetivo primordial é a realização dos objetivos do grupo em sintonia com o processo 
de desenvolvimento humano e social dos sujeitos que o integram. 
A constituição de regras de relações e normas podem ser resumidas como 
ações comuns de um grupo e esperadas para serem realizadas por ele. 
Também podem ser resumidas como padrões, sistemas de valores ou linhas 
de referências comportamentais. Trata-se de um quadro de referência físico, social e 
moral, capaz de classificar “um homem ou ação preferível a outro, num determinado 
conjunto de circunstâncias. As normas têm grande influência no comportamento do 
indivíduo”, segundo Klein (1982, p. 89-90) 
É importante ressaltar que “as normas são adquiridas por meio das interações 
das pessoas. São aprendidas.” (KLEIN, 1982, p. 90) 
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A primeira experiência quanto a normas está vinculada à família, pois esse é 
o primeiro grupo a que pertencemos. Ao nascer em um determinado grupo estamos 
condicionados a satisfazer nossos próprios desejos mediante o respeito àss normas 
desse grupo. É necessário obter apoio ou agradar os outros para atingir nossos 
objetivos, pois dependemos também da colaboração do outro para tal. 
Estando dentro de um grupo, é necessário respeitar todos os seus membros. 
Do contrário, instala-se o conflito e, com isso, os atritos e a possibilidade de deixar 
de pertencer ao mesmo. Logo, nos amoldamos aos demais do grupo para ser 
respeitado e evitar assim qualquer tipo de pressão interna e também de certas 
pressões externas ao grupo. 
Uma norma pode ser resumida como uma ideia na mente dos membros dos 
grupos, caracterizando a forma de aceitação do que o outro deve fazer, assim como 
nós em diversas situações. Para Klein (1982, p. 90), “ao traçar o desenvolvimento 
das normas, veremos que ao se firmarem elas afetam o comportamento dos 
membros do grupo como se fossem variáveis independentes deste”. 
O indivíduo possui seu comportamento governado pelas normas de seu 
grupo, pois as experiências do indivíduo sofrem influência das ações anteriores do 
mesmo tipo dos membros do grupo. À medida que tal semelhança é percebida, mais 
relevante é considerada a norma e a expectativa é que ele se comporte de acordo 
com elas. 
Assim, as normas podem ser construídas e reconstruídas e fazer circular as 
relações sociais democráticas, ou não, a depender da formação social das 
lideranças e dos participantes do grupo. 
Klein (1982, p. 102) vai sinalizar que “a presença física do grupo não é uma 
condição necessária para a conformidade às normas do grupo. O indivíduo 
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conforma-se às pressões do grupo que atuaram sobre ele no passado. Numa 
situação de competição, o indivíduo percebe mais agudamente a presença do 
outro”. 
É importante ressaltar que quando não houver um grupo cujas normas 
possuam importância em situações pouco familiares, o comportamento em relação a 
essas será determinado pelas referências culturais. Ao contrário, as normas culturais 
são desprezadas quando existe um grande apego às normas do grupo. 
E por fim, “a luta pelo sucesso pode ser ditada pela necessidade de 
pertencer”, palavras de Klein (1982, p. 102). Nesse caso, a avaliação do sucesso 
pelo indivíduo de suas ações é o resultado das reações dos integrantes do grupo, 
aprovando-as, tornando-o assim o indivíduo parte do grupo. 
 
A dinâmica e o funcionamento dos grupos 
 
 
Fonte: https://www.ibccoaching.com.br/portal/entenda-o-funcionamento-da-dinamica-da-teia-e-como-aplica-
la/ 
A dinâmica em grupo foi identificada em meados de 1930 nos Estados 
Unidos. Sua criação, segundo Torres (1978, p. 21 -22), é “o resultado de muitos 
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estudos por anos e em diversas profissões. É usada por profissionais diversos: 
assistentes sociais, administradores de empresas, educadores”. 
A realização de dinâmicas em grupos é concebida por Torres (1978, p. 22) 
como “o estudo teórico-prático das relações sociais dos indivíduos em grupos”. Os 
objetivos das dinâmicas em grupos são: facilitar a compreensão de fenômenos 
sociais ou comportamentos e ensinar por meio da vivência. 
O propósito inicial para a realização de dinâmicas e da atuação do assistente 
social em grupos é oportunizar a participação dos sujeitos e envolver o indivíduo 
dentro de um grupo. É uma relação entre seus interesses e participações de 
decisões, apesar de ser possível que sua opinião seja diferente da maioria do grupo. 
Quanto maior a participação de um grupo, maior a possibilidade de democratizar as 
suas relações. 
É necessário que os objetivos e atividades do grupo sejam avaliados 
continuamente para verificar se estão

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