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TEOLOGIA E EXEGESE BÍBLICA - AULA 10-Introdução à exegese do Novo Testamento III

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Teologia e Exegese Bíblica
Aula 10: Introdução à exegese do Novo Testamento - III
Apresentação
Tomando por critério a extensão dos respectivos livros, os Profetas são distribuídos
em duas categorias: a dos maiores, compreendendo Isaías, Jeremias e Ezequiel; e a
dos menores, compreendendo Oséias, Joel. Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum,
Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias. Após o livro de Jeremias, nossas
bíblias trazem os livros de Lamentações e Baruc e após Ezequiel, o livro de Daniel.
Estes três, contudo, não são escritos proféticos e por isso serão estudados depois.
Esses homens acompanharam o povo de Deus durante longos anos, aconselhando,
repreendendo, chorando, animando o povo e anunciando a palavra que vinha de
Deus.
A divisão de profetas em maiores e menores não quer dizer que os primeiros foram
mais importantes, mas escreveram mais que os outros. Os profetas menores são
assim chamados por serem curtas mensagens anunciadas ao povo, por
determinada época e por motivos especí�cos. Essas mensagens eram muitas vezes
de repreensão e aviso para que o povo abandonasse seus pecados, idolatria e
desonestidade.
Objetivo
Praticar a interpretação do texto bíblico em busca da clareza da mensagem e seu
contexto;
Analisar a passagem bíblica utilizando os gêneros exegéticos vistos
anteriormente;
Página 1 de 21
Praticar a interpretação do texto bíblico compreendendo as mensagens e
ensinamentos com clareza e sem ocultação de sua mensagem original.
O Autor do Livro de João
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Fonte: Shutterstock
Página 2 de 21
O autor conhecia bem a geogra�a da Palestina: Caná (2,1); Enom, junto a Salim (3,23);
Sicar (4,5); sinagoga de Cafarnaum (6,59); Efraim (11,54); Cedron e Horto das Oliveiras
(18,1); Gábata ou Litóstrotos (19,13), Betânia da Transjordânia e Betânia de Lázaro (1,28
e 11,18).
Conhecia bem a mentalidade dos judeus, inconstantes e divididos entre si como haviam
sido outrora no deserto: 10,19-21; 7,12; 9,16. Alguns creem (2,23-25; 12,19.42), enquanto
outros se endurecem na incredulidade (7,5; 9,18). Ora querem apedrejar Jesus (8,59;
10,31) ou prendê-lo (10,39) ou matá-lo (5,18; 7,1), ora querem aclamá-lo Rei (6,15).
Conhecia bem as festas dos judeus e seus usos: 2,6.13; 4,9; 5,1; 6,4; 7,2; 11,55; 18-28.
Origem do evangelho
O Evangelho segundo João foi composto em diversas etapas, tendo sido concluído entre
95 e 100 d.C., provavelmente em Éfeso, onde João se estabeleceu.
Tendo sido �nalizado tão tardiamente, o 4º Evangelho é um escrito
profundamente meditado e teológico. Foram escolhidos dados da tradição
anterior, entre os quais sete milagres, chamados "sinais” (2,1-11; 4,46-54;
5,1-9: 6.5-14; 6,16-21; 9,1-11; 11,1-37); a esses sinais foram acrescentados
discursos de Jesus, que expõem a transcendência de Deus (Pai, Filho e
Espírito Santo).
Página 3 de 21
Apresentando essa doutrina, o Evangelho tinha em mira fortalecer na fé os leitores,
agitados pelas falsas ideias de Cerinto e Ebion, os quais negavam a Divindade de Jesus,
a�rmando que o Espírito Santo desceria sobre o homem Jesus no Batismo e dele se
afastaria na Paixão. Por isso, a�rma o evangelista: Jesus fez muitos outros sinais que
não estão escritos no livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é
o Messias, e, acreditando, tenhais a vida em seu nome (20,30).
A Mensagem de João
Quais os principais traços da mensagem teológica de Jo?
A �gura de Cristo é muito elaborada. São postos em relevo os traços divinos e os traços
humanos de Jesus:
Desde o início da sua vida pública Jesus é reconhecido como Messias e
Deus
(1,15.29.35.41.49). Ele mesmo a�rma ser o Messias e o Filho de Deus (1,51; 3,11-13;
4,26; 5,16-18;8,58; 9,36-39). Jesus aparece cheio de majestade, de modo que, quando o
querem prender antes da sua hora, não o conseguem (7,30; 8,20); ninguém lhe tira a
vida, mas Ele a dá por sua própria vontade (10,17); antes de ser preso, Ele põe por terra
os seus adversários (18,4-6). Por trinta e oito vezes em Jo ocorre nos lábios de Jesus a
expressão “Eu sou", que lembra o Santo nome de Deus (Eu sou aquele que é; Ex 3,14);
A natureza humana de Jesus
Aparece por ocasião do episódio de Lázaro, quando Ele revela seu coração (11,5.11.33-
38); por ocasião das bodas de Caná (2,1-11); quando, cansado e sedento, se senta junto
ao poço de Jacó (4,6-8.31); quando manifesta angústia diante da sua Paixão (12,27);
quando prediz a traição (13,21). Ele é profundo conhecedor da psicologia humana, como
se depreende de Jo 4,7-9.16-18.29; 9,7.35-38.
João utiliza também �guras (tipos) do Antigo Testamento para ilustrar elementos do
Novo Testamento, mostrando, assim, como a própria Escritura explica aos nossos olhos
o seu sentido:
Página 4 de 21
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
01 Jo 1,14 há alusão à tenda de Ex 33,7-11.18-23; 40,34.
02 Jo 3,14 → Nm 21,4-9 (a serpente de bronze);
03 Jo 6,32.485.58 → Ex 16,2-36; Nm 11,4-9 (o maná);
04 Jo 7,37-39 → Ex 17,1-7 (água que jorra da pedra);
05 Jo 8,12 (12,46) → Ex 40,36-38 (a luz que guiava Israel);
06 Jo 19,36 (1,29) → Ex 12,46; Nm 9,12 (cordeiro de Páscoa);
07 Jo 19,26; 2,4 → Gn 3,15 (Maria, a nova Eva).
Conforme Jo 1,19.29.35.43; 2,1, Jesus realiza o primeiro sinal no sétimo dia da sua vida
pública. Ora, segundo Gn 2,2, o Criador terminou sua obra precisamente no sétimo dia;
Jesus aparece então como o novo Criador ou o Recriador do mundo e do homem.
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Exegese das Cartas Paulinas
Paulo não escrevia diretamente, mas recorria a escribas peritos (Tércio, em Rm 16,22,
Silvano, Timóteo; (1Ts 1,1; GI 6,11; 1Cor 16.21; CI 4,18) a quem o Apóstolo ditava. Fazia-o
não durante o dia, pois então pregava e trabalhava com as mãos, mas em serões
noturnos, que não podiam durar mais de 2/3 horas: a luz era fraca e amarelada, de
azeite; as posições, sobre o chão ou almofadas, muito incômodas. Em tais
circunstâncias o rendimento do trabalho era exíguo: 3 sílabas por minuto, 72 palavras
por hora.
Na base destes dados, julga-se que a carta aos Romanos, que tem 16
capítulos e 6.701 palavras, deve ter exigido mais de 98 horas de escrita e 50
folhas de papiro hierático. Isso equivale a 32 dias com 3 horas de trabalho
ou a 49 dias com 2 horas de trabalho.
Página 6 de 21
Facilmente, porém, poderíamos admitir que:
• A redação de Rm se tenha protraído por dois meses ou mais, se levássemos em conta
as depressões de saúde e os imprevistos que perturbavam a vida do Apóstolo;
 
• 1Ts, com 1.472 palavras, pode ter exigido 20 horas de escrita; 
• 1Cor, com 6.820 palavras, 94 horas; 
• 2Cor, com seus 13 capítulos, 62 horas; 
• Gálatas, com 2.200 vocábulos, 22 horas; 
• Colossenses, com 4 capítulos, 21 horas; 
• 2Ts, com 3 capítulos, 11 horas; 
• 1Tm, com 6 capítulos, 22 horas; 
• 2Tm, com 1.329 vocábulos, 17 horas; 
• Tt com seus 3 capítulos, 9 horas; 
• Filemom com 335 palavras, 5 horas ou 2/3 serões.
Estes números não são aceitos por todos os estudiosos. Julgam que o temperamento
enérgico do Apóstolo não se concilia com tal morosidade na redação de mensagens
que, muitas vezes eram urgentes.
Estilo das Cartas Paulinas
O Apóstolo reconhecia que não fazia caso da sabedoria da linguagem (1Cor 1,17).
Interessavam-lhe, acima de tudo, o conteúdo dos vocábulos e a doutrina a ser
transmitida. Esta, Paulo a possuía em profusão:
Ainda que seja imperito no falar, não o sou na ciência de
Cristo. Nós sempre o manifestamos diante de vós em todos
os pontos.
(2Cor 11,6)
Página 7 de 21
Paulo vibrava com todas as �bras do seu ser ao tratar do Evangelho. Em consequência,
a sua palavra não podia deixar de ser rica de vigor e vida. A todos impressionava não
tanto pela forma literária, mas pela profundidade do conteúdo. Aliás, Quintiliano, famoso
mestre romano de eloquência, observava:
O coração e a sólida convicção é que tornam os
homens eloquentes.
Ora, é justamente isso que se dava com Paulo. Por isso tambémos críticos reconhecem,
nas cartas do Apóstolo, passagens de admirável eloquência, que merecem para Paulo
um lugar de destaque entre os grandes escritores da literatura mundial. Tenham-se em
vista especialmente Rm 8,31-39 (o hino da vitória de Cristo), 1Cor 13,1-13 (a Dama
Caridade), 1Cor 1,18-30 (a loucura da cruz).
Para terminar, seguem-se três sugestões práticas:
01
Não ler as epístolas paulinas como estão dispostas no cânon (a ordem é de
tamanho decrescente), mas segundo a sequência cronológica (a partir de 1Ts);
02
Colocar cada epístola no seu contexto histórico e geográ�co próprio, ou seja, no
contexto da biogra�a de São Paulo; usar cronologia e mapa das viagens paulinas;
03 Ler anotando as dúvidas para levá-las a quem as possa elucidar.
Comentário
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Dos escritos do Novo Testamento, vinte e um têm textos em forma de epístola. Mas
nem todos são realmente cartas, ou seja, escritos endereçados em ocasiões especí�cas
a pessoas determinadas ou a círculo de pessoas, escritas com a �nalidade de
comunicação íntima, sem intenção de maior divulgação. Em Tiago, por exemplo, falta
tudo o que constitui realmente uma carta. Com relação à Epístola aos hebreus, as
opiniões variam largamente, não se sabendo ao certo se deve ser considerada como
uma verdadeira carta ou um ensaio artisticamente elaborado e dirigido a um público
mais vasto, empregando a forma epistolar apenas como forma externa.
Entre as epístolas católicas, somente a segunda e terceira epístolas de João são
realmente cartas, com endereços exatos e especí�cos.
O esquema segundo o qual são redigidas as epístolas é o seguinte:
• Logo no começo, uma fórmula de saudação com o nome do remetente e do
destinatário; • Segue-se uma oração de ação de graças à Deus; • Seguida de fórmula
introdutória; • Na conclusão, mensagens de saudações e votos de felicidade em nome
de alguém, em substituição da nossa assinatura atual.
Este esquema é, em linhas gerais, aquele usualmente empregado nas epístolas
helenísticas daquela época, das quais os papiros encontrados nas décadas recentes
forneceram abundante material ilustrativo. Contudo, Paulo, nas fórmulas com que se
dirige às pessoas, aproxima-se mais da maneira oriental e judaica, ao passo que Tiago
(e as epístolas contidas em At 15,23 e 23,26) segue o uso helenístico neste particular.
Mas as epístolas paulinas assumem certa superioridade sobre este tipo de epístola,
desprovida de artifícios literários e de caráter popular.
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Isso foi conseguido mediante transformações
livres e intencionais dessas peças literárias,
especialmente da fórmula introdutória que, de
acordo com a ocasião da carta, varia de fórmula,
não só na introdução como na conclusão que é
formalmente estruturada, mas também por
causa da parênese encontrada em quase todas
as cartas e das comunicações relativas às
viagens de Paulo e de seus companheiros de
jornada.
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Exegese segundo Livro do Apocalipse
Apocalipse (em grego, apokálypsis = revelação) é um modo de pensar, uma mentalidade,
que se tornou usual entre os judeus a partir do século III a.C. até cerca do século II d.C.
Trata-se de uma visão de mundo e de história baseada na primazia do sobrenatural da
ação de Deus, sobre os acontecimentos humanos. Mostra que o julgamento decisivo
sobre a história será de Deus. Com isso, procura encorajar os que passam por
perseguições e tribulações, exortando-os a considerar os fatos à luz de Deus, que
domina tudo.
O modo de pensar apocalíptico empregou diversos gêneros literários para se manifestar,
dentre os quais, o que melhor o expressa é o gênero literário apocalíptico. Nele, através
de um intermediário, Deus revela a realidade transcendente que dá os critérios para se
avaliar corretamente os fatos. Muitas vezes fala-se do �m dos tempos e do juízo dos
iníquos e do prêmio para os que se mantiverem �éis. Essa intervenção de Deus é por
vezes acompanhada de sinais que abalam a natureza; algumas vezes recorre-se a
símbolos e números simbólicos nesse gênero literário.
Sobre este fundo de cena, situa-se o Apocalipse de João, que tenciona levantar os
ânimos dos leitores abatidos, servindo-se das regras de estilo dos autores apocalípticos
da época.
E como o autor do livro haveria de reerguer as forças espirituais dos seus leitores?
Não lhes diria que o dia de amanhã seria próspero para os amigos de Deus ou que o
Senhor isentaria de maus tratos os seus �éis. Tal maneira de consolar seria infantil.
A Interpretação do Apocalipse
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
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 Quadro da Batalha do Apocalipse
(1887)
O Apocalipse, com suas múltiplas imagens, tem suscitado a curiosidade dos cristãos
através dos séculos. As numerosas interpretações que se tem dado ao livro podem
reduzir-se a quatro sistemas:
Página 12 de 21
Clique nos botões para ver as informações.
Os mais antigos intérpretes julgavam que o Apocalipse se referia aos
acontecimentos do �m dos tempos e da consumação do mundo (perseguições,
apostasia, Anticristo, ressurreição dos mortos e juízo �nal). O livro mostraria como a
história acabará com o triunfo do Reino de Deus sobre o pecado.
Sendo assim, não tinham a preocupação de relacionar os quadros do Apocalipse
com episódios e personalidades dos primeiros tempos da era cristã. Este sistema
esteve mais ou menos abandonado durante a Ida Média. É, porém, de novo
prestigiado do século XVI aos nossos dias: há quem julgue que as calamidades
anunciadas pelo Apocalipse se cumprirão ao pé da letra na última quadra da
história.
Reconheçamos que o autor sagrado tem em vista levar aos seus leitores uma
mensagem de grande esperança referente ao �m dos tempos. Contudo, ele não
perdeu o contato com a história da sua época (Nero, Roma, as invasões dos
bárbaros no Império). Por isso, o sistema meramente escatológico é insu�ciente.
Sistema escatológico 
Página 13 de 21
Supõe que o livro descreva os acontecimentos não do �m, mas do início da história
da Igreja: apresentaria a luta do judaísmo e do paganismo contra os cristãos, luta
que terminou com a queda da Roma pagã e o triunfo do Cristianismo em 313;
assim o ciclo da história considerada pelo Apocalipse se encerraria no século IV, o
que também é insu�ciente.
1) Sistema da história universal: O Apocalipse apresentaria, sob a forma de
símbolos, uma visão completa de toda a história do Cristianismo: descreveria
sucessivamente os principais episódios de cada época e do �m do mundo.
2) O sistema da recapitulação: Parte da observação de que corpo do livro do
Apocalipse consta de três septenários:
• 7 selos, de 6,1 a 8,1; 
• 7 trombetas, de 8,2 a 11,15; 
• 7 taças, de 15,7 a 16,17.
Sete é o símbolo de totalidade para os antigos. Cada septenário, portanto, recapitula
toda a história da Igreja; descreve não os acontecimentos sucessivos de cada
século, mas o �o condutor que está por debaixo de todos esses acontecimentos, a
saber: a luta entre Cristo e Satanás ou entre a linhagem da mulher e a da serpe (Gn
3,15); em qualquer época, essa luta prossegue, tendo diversos protagonistas, sim,
mas sempre o mesmo sentido básico.
Por conseguinte, as calamidades que o Apocalipse apresenta não hão de ser
interpretadas ao pé da letra; o seu sentido depreende-se à luz das cenas de paz e
triunfo que o autor intercala entre as narrativas de �agelos (Ap 7,9-12; 11,15-18;
12,10-12; 15,3-4; 19,1-8...).
Sistema da história antiga Página 14 de 21
Dados Complementares do Livro do Apocalipse
E por �m, veremos que há, entre os escritos joaneus e Apocalipse, diferenças de
linguagem e estilo; o Apocalipse parece compor-se de seções quase independentes
umas das outras (8,2-5; 11,1-13; 12,1-17; 14,1-15), que supõem diversos autores. Por
isso, com boas razões, há quem atribua o Apocalipse à Escola de João, �cando o
Apóstolo como fonte inspiradora de todo o livro. A composição �nal deve se datar do �m
do século I.
Ap 2-3 contém sete cartas dirigidas asete comunidades da Ásia Menor, que corriam o
risco de cair na tibieza. Constituem uma parte do livro quase independente dos capítulos
4-22. São muito úteis para o exame de consciência dos cristãos.
A canonicidade de Ap foi posta em dúvida nos primeiros séculos da Igreja em parte por
causa do capítulo 20, que os milenaristas entendiam em sentido materialista. Todavia,
no �m do século IV fez-se o consenso dos mestres cristãos sobre a canonicidade de Ap.
Em suma, o Ap �ca sendo até hoje o livro da consolação e da esperança dos cristãos,
pondo em relevo o triunfo de Cristo. "Feliz aquele que lê e ouve as palavras desta
profecia” (1,3).
 https://www.mundoepic.com.br/a-
batalha-do-apocalipse-o-fim-do-
mundo
Página 15 de 21
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O Apocalipse está intimamente associado à literatura apocalíptica do judaísmo
contemporâneo (ver S 33). O material mítico, os números secretos, as visões e os
fenômenos do céu como meios a serviço da revelação de coisas do mundo do além, a
representação das visões através de imagens fantásticas e ricamente embelezadas,
bem como a frequente dependência do AT, caracterizam o Apocalipse como uma obra
pertencente ao mesmo gênero literário dos apocalipses judaicos.
Numa trilha de imagens visionárias representam-se:
• "...as coisas que devem acontecer muito em breve...” (1,1; 22,6); 
• "...as coisas presentes como as que deverão acontecer depois destas...” (1,19); 
• A fase �nal na história das relações de Deus com o homem e com o universo.
Contudo, em mais de uma ocasião, o vidente do Apocalipse liberta-se ─ de maneira bem
característica ─ do esquema da literatura apocalíptica, e esboça uma imagem histórica
de estilo bastante diferente do apocalíptico judaico.
O Ap não é um livro pseudônimo: João escreve usando o seu próprio nome (1,1,4.9;22,8).
Ele não se esconde por trás da máscara de alguma pessoa importante do passado, à
maneira da apocalíptica judaica. Presumivelmente, ele foi de fato um visionário, mas,
quando retrata o que experimentou, não escreve uma sabedoria secreta, supostamente
oriunda dos tempos primitivos; ao invés disto, ele oferece uma clara profecia
escatológica e uma exortação relacionada com o presente (22,10).
O livro tem como meta um amplo círculo: as sete Igrejas como sendo a
igreja na perspectiva de João. A estrutura literária em que se situa o
Apocalipse, inclusive com um prefácio (14) e a conclusão (22,21), constitui
uma reminiscência da forma literária em que a literatura cristã primitiva
aparece inicialmente e com maior frequência (ver S 11). Tudo isso permite-
nos constatar que Ap foi escrito com a ideia de ser lido alto nas reuniões de
culto, de modo que, também aqui, as práticas da existência cristã primitiva
moldaram decisivamente a forma literária.
Página 16 de 21
Em sua visão da história, o livro apocalíptico do NT contrasta ainda mais fortemente
com o tipo judaico. Na história do seu tempo, João vê um poderoso drama que está
sendo representado:
01
O palco é a terra, mais exatamente o mundo dominado pelo Império Romano e
principalmente a parte onde João vive, a província da Ásia;
02 A comunidade cristã e o poder civil pagão defrontam-se em chocante oposição;
03 O Estado romano fornece as cores para a Besta, o cruel inimigo da igreja (13,1);
04 A Roma pagã é a Prostituta que está sentada sobre a Besta (17,1);
05
Roma quer tomar a ofensiva contra o cristianismo: as igrejas da Ásia Menor têm
de sofrer sob seus ataques (2,3. 10;3,8), o sangue dos mártires já correu em
Pérgamo (2, 13);
06
Já nas visões dos selos aparece, diante dos olhos do vidente, uma multidão de
mártires cristãos sob o altar no céu (6,9).
Página 17 de 21
Entretanto, esses acontecimentos do passado e do presente constituem apenas uma
espécie de prelúdio da grande batalha decisiva que o futuro próximo trará, “a hora de
tentação que virá sobre o mundo inteiro, para colocar à prova os habitantes da terra"
(3,10), em que o número de mártires divinamente predeterminado �cará completo (6,11),
a hora em que os cristãos que permanecerem �éis até a morte receberão a coroa da
vitória (2,10;3, 11;13, 10, entre outros).
O vidente já observa o número in�nito de mártires que vêm do tempo da grande
tentação, vestidos com roupas brancas e trazendo ramos de palmeiras, com o sinal da
vitória em suas mãos, de pé diante do trono de Deus à beira do mar de vidro (7,9; 15,2).
Ele ouve o hino de louvor que os mártires cantam o hino dos anjos (12,10); vê-os como
participantes do governo e da alegria do reino de mil anos (20,4.6). Por isso, João
conclama-os apaixonadamente para o combate e para a vitória nesse tempo de
tentação: "Felizes os mortos, os que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito,
que descansem de suas fadigas, pois suas obras os acompanham” (14,13).
Este drama, porém, desenvolve-se, por assim
dizer, apenas na frente do pano-de-boca do
palco porque com ele e por detrás dele existe
uma operação de muito maior peso, da qual o
céu e o inferno participam: a luta entre Deus e
Satanás (capítulo 12).
Página 18 de 21
O animal com sete cabeças e com dez chifres, que emerge do fundo do mar ─ um
símbolo apocalíptico do Império Romano ─, recebe o poder do Dragão, da antiga
serpente, a sedutora do mundo. Ele é o servo do Diabo e executa a vontade deste sobre
a terra (13,2). O Império Romano representa o poder satânico do mundo porque
promove e exige o culto ao imperador (13,4).
A atividade blasfema do império é mostrada ainda mais grosseiramente pela �gura
secundária do segundo animal, que se ergue da terra e seduz os habitantes do mundo,
desviando-os e incitando-os a adorarem a imagem do primeiro animal (13,12). Com
boas razões, este segundo animal foi identi�cado como "o falso profeta”
(16,13;19,20;20,10), sacerdócio imperial nas províncias (ou algum indivíduo procedente
do meio delas) com a promoção fanática do culto imperial.
O Dragão, que �ca à espreita da criança nascida no céu e que tenta provocar um
cataclisma nos céus (12,4.7) é a força oculta que dirige a perseguição dos cristãos
(12,17) que se recusam a participar da adoração da Besta. Não obstante, a resistente
comunidade de cristãos possui um senhor que se mostra cada vez mais forte: Cristo, o
Filho do Homem (1,13,14,14), o Cordeiro com a ferida mortal que está curada (5,6),
aquele que, como primogênito ressuscitou dos mortos para subir ao céu, e que, reinando
à direta de Deus, é o Senhor que está acima de todos os reis da terra (1,5). Ele é o
conquistador, o vencedor (5,5;3,21), o Senhor da nova era.
O Deus onipotente, até agora, reduziu a zero os ataques de Satanás. Salvou das mãos
deste a criança celeste (12,5), e o próprio Satanás, juntamente com seus anjos, foi
expulso do céu (12,9). A vitória de Deus no céu garante a vitória que deve ser alcançada
sobre a terra. A vontade de Deus vai delineando deste modo o curso da história. E ele o
faz de tal maneira que os guerreiros, que combateram a seu lado, receberão o prêmio
dos vencedores. Trata-se daqueles “que não tinham adorado a Besta, nem sua imagem,
e nem recebido a marca sobre a fronte ou na mão” (20,4).
Aqui concluímos esta etapa de nossos estudos. Realize a seguir atividades que abordam
os assuntos aqui estudados.
Atividades
1. Como é traçado a �gura de Jesus no Evangelho de João?
Página 19 de 21
2. Qual o livro considerado da consolação e da esperança?
a) Evangelho de Marcos.
b) Habacuque.
c) Evangelho de João.
d) Eclesiástico.
e) Apocalipse.
3. O livro do Apocalipse apresenta em seus textos a forma de símbolos. O que pode
signi�car isso?
a) Visão do Império Romano.
b) Luta entre Cristo e Satanás.
c) Domínio do judaísmo.
d) Trabalho dos apóstolos pregando evangelho.
e) Uma visão completa de toda a história do Cristianismo.
Notas
Referências
A BÍBLIA. Bíblia católica online. Disponível em: https://www.bibliacatolica.com.br/.
Acesso em: 22 ago. 2019.
A BÍBLIA. Bíblia protestante online. Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/.
Acesso em:22 ago. 2019.
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PEREIRA, S. Exegese do Antigo Testamento. Curitiba: InterSaberes, 2017.
PEREIRA, S. Exegese do Novo Testamento. Curitiba: InterSaberes, 2018.
SILVA, C. M. D. Metodologia de exegese bíblica. São Paulo: Paulinas, 2000.
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