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A historiografia da industrialização brasileira O artigo nos mostra o surgimento contextual do desenvolvimento industrial, desde pré-1930, com a forte centralização de consumo manufaturados portugueses com exclusividade, favorecendo dessa forma, a metrópole colonizada. Aos poucos foi-se incorporando as novas maneiras de implementação das fábricas, com maquinários diferenciados, recursos economicamente mais favoráveis. Contudo, a atividade industrial ainda era pouco atrativa. Todo processo de industrialização brasileira aconteceu de forma tardia, porém simbólica para o país. No contexto, o processo de industrialização buscava estímulos positivos para expansão do surgimento de indústrias e reconstrução do capitalismo nacional, sendo um grande desafio, visto que, houve um atraso considerável deste acontecimento, partindo de um país tão periférico, e economicamente mal estruturado, contraponto aos países desenvolvidos. O autor nos mostra como os eventos históricos afetaram diretamente as políticas de intervenção, a desigualdade econômico- social, os conceitos de desenvolvimento nacional, compreensão das peculiaridades regionais. Onde ele cita a Bahia, que tinham como principal mercadoria, os escravos, e com o fim do tráfico, foram surgindo novas oportunidades para diversificação econômica. Discute-se que o Brasil aproveitou estrategicamente da Primeira Guerra Mundial para implementar os processos iniciais da industrialização, diminuindo dessa forma, a concorrência internacional x produtos nacionais, onde empresários locais puderam investir mais internamente. Ele ainda comenta economicamente a crise cafeeira, acumulação de capital, fatores que afetaram os anos posteriores. E a indústria pós- 1930 com a Era Vargas, com deslocamento da economia para as atividades industriais internas, pelo conceito de substituição de importação, com a compra excessiva de café, expansão de crédito atrelados a desvalorização da moeda e redução das importações, criando dessa forma, condições para alavancar a indústria nacional em 1933. Por fim, o autor faz uma análise parcial de acontecimentos entre 1960 e 1980. Dossiê – Estado e economia no Brasil: 1930 -1964 O autor busca informar neste artigo, como a economia da época passou por forte instabilidade e sem crescimento por conta do período de Grande Depressão pós-1929 nos países desenvolvidos. Mas no Brasil, houve um favorecimento da economia. Como os países não estavam produzindo por conta da guerra, o Brasil aproveita essa oportunidade para alavancar e introduzir novas ferramentas de expansão, com intuito de reestruturar o capitalismo nacional, e com a ascensão das atividades urbanas-industriais. O autor fragmenta momentos históricos que levaram o Brasil ao processo de desenvolvimento de políticas econômicas e sociais, que vinham surgindo com a diversificação de classes urbanas conforme a expansão industrial vinha acontecendo. Com os fortes acontecimentos econômicos e sociais, nasce então o Estado Novo, introduzido pela Era Vargas, onde houve a centralização do estado brasileiro, onde os estados perdem a força, e o governo central passa a ter mais poder. Uma grande transformação e afastamento das oligarquias agrárias, então sem representatividade e organização, passa a acontecer com a criação da consolidação das leis de trabalho e ampliação os direitos sociais, tanto dos industriários quanto no campo, impondo uma nova dinâmica com reestruturação econômica e social. O autor estrutura acontecimentos significantes para expansão e desenvolvimento industrial e econômico, como abertura do processo de substituição de importações, ocasionando alguns desiquilíbrios anos mais tarde, as desigualdades regionais, o aumento das exportações brasileiras pós-Segunda Guerra Mundial, principalmente de café, crescimento do produto interno em 7,3 % ao ano, no período de 1946-50, investimentos do governo em infraestrutura e mais indústrias, como a CSN em Volta Redonda em 1944 e da CHESF, investimentos na Amazônia, criações de partidos políticos e seus aliados. No mais, o autor contextualiza mais alguns eventos ocorridos até 1964. Brasil 1955-2005 O artigo aborda sobre o neoschumpeteriana no desenvolvimento da economia brasileira, onde o PIB global de 1950 até 1980, teve grande significado, consolidado a estratégias de recursos externos. Porém, 25 anos mais tarde o Brasil ficou para trás. A intenção de implementação desde a segunda metade de 1950, é considerada contrária ao planejamento nacional do governo Vargas no segundo mandato. Contudo, tendo o início do quinto paradigma tecnoeconômico, foram identificadas algumas desvantagens e vulnerabilidades em relação aos outros países. O autor mostra como se deu as revoluções tecnológicas e seus paradigmas, com salto na produtividade industrial, de acordo com seus períodos, como o de Instalação, com incremento de tecnologias novas e revolucionárias, onde esses períodos ainda são subdivido em duas fases. Ele retrata que países periféricos, em desenvolvimento, ingressam economicamente em crescente atraso, em relação aos países em vantagem na revolução tecnológica, por parte da internacionalização econômica, e que sair desse atraso tecnológico não é tão simples assim, sendo que a economia ingressou a fase final do paradigma tecnoeconômico. E com o início de um novo paradigma, o país periférico por sua vez, precisará de um investimento para promover seu upgrading. Com o plano de metas do governo JK, houve uma estratégica de internalização do mercado interno nacional, juntamente ao capital internacional, assim, criando uma crescente expansão de empresas multinacionais, atrelando a incentivos e recursos externos atrativos. O autor faz uma breve escala ao passar dos anos, de como o plano de metas aumentou consideravelmente o desenvolvimento na indústria. O autor ressalta que a forte industrialização ganhou forças junto ao Plano de Metas de JK, e que coincide com a quarta revolução tecnológica em sua metade. Ele ainda traz à tona, como milagre brasileiro marcou a histórica econômica e social do país, com resultados expressivos do PIB. Planejamento econômico no Brasil O artigo mostra como se deu o processo de criação do planejamento econômico no Brasil, detalhando fatores importantes e necessários de sua implementação e os resultados A partir do final da Segunda guerra Mundial, o Brasil se viu obrigado a intensificar a produção de produtos industriais, antes dependentes de importações, para abastecer as demandas internas de bens e serviços, pois os países desenvolvidos se encontravam em retardo econômico. Na parte industrial, o país se consolidou e houve um avanço tecnologicamente, no tocante, aos programas de governo, contudo, ainda com esses expressivos pontos a favor, a sociedade se via em constante desigualdade, principalmente nas classes mais vulneráveis da população, houve perda do poder de compra, desemprego, entre outros. O autor descreve como as políticas econômicas conciliaram o planejamento com órgãos governamentais já existentes como o BNDE, e a criação de novas instituições no período de 1956-61. Identificando os setores, as metas e detalhando de acordo com o plano de metas, os investimentos foram alocados conforme as necessidades mandatórias, a fim de eliminar qualquer barreias que impedissem o salto do desenvolvimento econômico, sendo distribuídos entre: energias, transporte, indústria, alimentação, etc... Contudo, ainda com estratégias e direcionamentos, por volta da 1962, o país entra em estagnação por conta da crescente inflação e outros fatores determinantes para produtividade econômica no país. O autor ainda destaca a criação do Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social do Governo, em busca de conciliar objetivos de crescimentos, a Reforma Financeira, com intuitode criar novos instrumentos de mobilização, o Programa Estratégico de Desenvolvimento, voltada a empresas privadas, novos recursos financeiros, o decreto do Plano Cruzado em 1986, visando um novo padrão monetário, com congelamento total de preços tarifas de bens e serviços, entre outros. Vargas Estadista Neste artigo, o autor inicia a respeito de uma amostragem, onde centenas de pessoas escolheram Getúlio Vargas como “ o maior brasileiro de todos os tempos”, seguido de Juscelino Kubitschek, que deu continuidade aos trabalhos de Vargas. Getúlio Vargas foi referência na construção da nação e Estado brasileiro, o trâmite do Estado oligárquico para o democrático, o grande político do século XX. O autor retrata como Vargas foi um personagem complexo e contraditório, com muitos adversários e grandes desafios. Como ele aproveitou o momento da Grande Depressão, para industrializar e criar oportunidades econômicas para o Brasil, expandindo o mercado interno, acompanhando a sociedade e estando mais em contato com o povo, e não somente com a elite, intermediando as classes, protegendo os trabalhadores de acordo com a lei, um populista, deixando o país 24 anos mais tarde industrializado e dinâmico. Ele chega ao poder em um momento importante e decisivo para o país, em meio a uma crise na sociedade e mais relevante na economia. Teve uma visão de oportunidade em meio a uma grande crise, em busca da revolução capitalista. Vargas enfrentou elites liberais, incrementou estratégias nacionais, contribuiu para o surgimento de uma nova potência hegemônica, com alianças econômicas fortes (perdendo um pouco de força, por conta do imperialismo norte-americano), agiu em prol do povo, identificou a falta de liderança política a classe dos empresários industriais, aos poucos foi implementando estratégias econômicas e sociais em seu mandato, com desafio de formar um verdadeiro Estado-nação independente, onde para isso, precisaria unir não só instrumentos de nação política, mas também, unir a nação em prol das estratégias de desenvolvimento, com a participação do maior número possível de cidadãos ao seu lado, seguindo um projeto nacional. Governou com erros e acertos, aproveitou as oportunidades. Guido Mantega - Celso Furtado e o Pensamento Econômico Brasileiro O artigo mostra como a participação de Celso Furtado consolidou o surgimento do pensamento econômico brasileiro, onde suas principais obras (formação econômica do Brasil e Desenvolvimento e Subdesenvolvimento) serviram de referência para todo contexto da história econômica no país, sendo analítico, definindo as predominâncias e problemáticas sócio-econômicas ali encontradas. Suas análises estruturalistas e históricas, serviram de inspiração para várias gerações. Celso Furtado mostrou interesse cedo pela economia, defendeu sua tese de doutorado em Paris com 28 anos. Contudo, ele não se restringiu apenas a economia, adquiriu conhecimentos assíduos em teoria política. Assistiu o nascimento da CEPAL, onde tempos mais tarde se tornou membro, participou da consolidação do BNDE, fundou o SUDENE, destacou-se como membro dos governos JK, Jânio e Goulart, de quem foi ministro do planejamento. Na CEPAL teve um papel importante ao debate de novas ideias, contribuindo para seu aperfeiçoamento e aprofundamentos teóricos nas problemáticas e desafios da economia brasileira. Em uma de suas obras, Furtado faz uma análise dinâmica da economia brasileira, desde o período colonial, até a fase de industrialização, onde o estudo sobre este advento brasileiro contido na formação, possui inúmeras lacunas, deixando muitos pontos de interrogação, que anos mais tarde foram retomados. Contextualiza a economia cafeeira, as atividades manufatureiras e alguns serviços subsidiários da comercialização e exportação do café. Ele cita a crise de 1929, servindo de impulso para o processo de implementação da industrialização brasileira. Celso Furtado foi o pai dos estudos sobre economia no país, e todo desenvolvimento teórico contribuiu para sua participação direta nos acontecimentos mais importantes, sua influência e disciplina nas pesquisas, faros aguçados, ajudaram de várias formas a entender como seu deu todo processo, e quais fatores foram determinantes na economia política brasileira.
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