Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TRABALHO COMPLEMENTAR ESTUDO DE CASO FARMACOLOGIA Professora Orientadora: Débora Gidali INTEGRANTES Sumário ESTUDO DE CASO 5 EXAMES COMPLEMENTARES ALTERADOS: 5 GASTROENTERITE EM CÃES 7 OUTRAS POSSÍVEIS CAUSAS DE DIARREIA CRÔNICA EM CÃES 7 QUAIS AS POSSÍVEIS 3 CAUSAS DE DIARREIA CRÔNICA EM CÃES COM BASE NO ESTUDO DE CASO? 8 DIAGNÓSTICOS 8 DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAL (DII) 8 TRATAMENTO PARA QUADRO AGUDO 8 TRATAMENTO DE SUPORTE 9 DIARREIA INFECCIOSA ( BACTÉRIA : SALMONELLA) 10 1 – INTOXICAÇÃO POR SALMÃO : 10 TRATAMENTO PARA QUADRO AGUDO 10 TRATAMENTO DE SUPORTE 10 2- SALMONELOSE: 11 TRATAMENTO PARA QUADRO AGUDO 11 TRATAMENTO DE SUPORTE 11 REAÇÃO OU SENSIBILIDADE ALIMENTAR 12 TRATAMENTO PARA QUADRO AGUDO 12 TRATAMENTO DE SUPORTE 12 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 13 1- DOENÇA INFLAMATÓRIA DE ORIGEM VIRAL 13 TRATAMENTO AGUDO 13 TRATAMENTO DE SUPORTE 13 ESTUDO DE CASO Nome do animal: Cacau Espécie: Canina Raça: Cavalier King Charles Nasc: 02/05/2019 Pelagem: Bicolor (branco e marrom) Sexo: Feminino Consulta: O animal acima identificado passou em atendimento clínico-cirúrgico nesse estabelecimento no dia 20/10/2021 com histórico de gastroenterite hemorrágica. Paciente encaminhada à internação. Tutora refere que ontem iniciou quadro de diarreia, que evoluiu para hematoquezia e hematêmese. Hoje anorexia e um pouco de prostração. Tutores tem costume de oferecer tudo que comem à mesa. Há 2 dias comeu linguiça, salmão, queijo, batata frita. Tutor relata diarreia frequente que cessa em 1-2 dias. Melhora com probiótico. Quando passou em atendimento clínico o animal apresentava os seguintes parâmetros: -- Peso: 9,1kg (ECG: 6/9) -- Temperatura: 38,1ºC -- Pressão Arterial Sistólica: 98mmHg -- FC: 128bpm -- FR:24mrm -- Hidratação: adequada (realizada fluido SC hoje) -- Refil Capilar: 2’’ -- Mucosas: Róseas -- ACP (Ausculta Cardiopulmonar): Sem sopro, CPSA -- Palpação abdominal: abdominalgia leve -- Outros: pouco prostrada EXAMES COMPLEMENTARES ALTERADOS: Ultrassonografia: aspectos do trato gastrointestinal podem ser correlacionado com processo inflamatório. Menor ecogenicidade do parênquima hepático pode estar relacionado com toxemia/hepatopatia. Aspecto gastrointestinal compatível com processo inflamatório/infeccioso Hemograma : Hemoglominemia (+); Hematócrito alto; HCM (+) ; RDW (+); observado achado de eritrócitos nucleados; Leucocitose (+); Segmentados (+); linfopenia (-); monócitos (+); neutrófilos tóxicos (+); contagem plaquetária (+); Bioquímico : Fósforo (+); albumina-globulina (-); Bilirrubina (+); cloro (limítrofe +); ureia (limítrofe +); sódio (+) Sorologias negativas : dilofilariose, Erliquiose, leishmaniose, anaplasmose Gasometria venosa: ph 7,275 / BE- 4/ bicabornato 22,5/ Na 143/ K 3,7/ iCa 1,28 Glicemia: 78mg/dl GASTROENTERITE EM CÃES Entende-se que enteropatias com base de resposta a tratamentos, podem ser inflamatórias crônicas, enteropatias responsivas a alimentos, responsiva a antibióticos, responsiva a imunossupressores ou não responsivas. Algumas raças possuem probabilidade maior em desenvolver diarreia crônica: Sharpey, Pastor Alemão, Buldog, francês, Yorkshre e Bassenji. Observa-se a diarreia de intestino delgado a ser o prognóstico mais reservado, uma vez que pode causar emagrecimento do animal, desidratação, hipoalbuminemia, comprometimento nutricional, caracterizada por deficiência de digestão e absorção. Diarreia de intestino grosso normalmente é intermitente, não causa perda de peso, uma vez que este local tem por função de formação e armazenamento das fezes e pouca absorção e digestão do que foi ingerido no intestino delgado. Desta forma, comumente o animal apresenta disquesia, tenesmo, urgência em defecar, muco e sangue vivo nas fezes . Diarreia de intestino delgado, pode-se classificar como alterações digestivas ou de absorção. Tais como alterações digestivas ou de absorção, insuficiência pancreática exócrina, disbiose, doenças de mucosa intestinal, doenças inflamatórias intestinais, neoplasias intestinais, síndrome do intestino curto e sensibilidade alimentar OUTRAS POSSÍVEIS CAUSAS DE DIARREIA CRÔNICA EM CÃES Arcobacter Gastroenterite bacteriana Antraz – Bacillus anthracis Gastroenterite leve a grave com hematoquezia Clostridium perfrigens A Gastroenterite alimentar autolimitante Listeriose – LIisteria monocytogenes Gastroenterite febril autolimitante agudo ou leve Salmonelose – Salmonella entérica Gastroenterite a sepse Yersiniose – Yersínia pseudotuberculosis Gastroenterite alimentar bacteriana Yersiniose – Yersinia enterocolítica Gastroenterite com diarreia aquosa Gnatostomíase Gastroenterite alimentar Acantocefalose macracantorrincose Gastroenterite perfurativa intestinal, obstruções Parvovirose canina Gastroenterite por parvovirose Reovírus canino Gastroenterite e doenças respiratórias H. pylori Gastrite e gastroenterite crônica Leptospirose Gastrite ulcerativa e hemorragias Criptosporidiose e ciclosporiase Gastrite por helicobacteriose Bartorella spp. Infecções gastrointestinais QUAIS AS POSSÍVEIS 3 CAUSAS DE DIARREIA CRÔNICA EM CÃES COM BASE NO ESTUDO DE CASO? Animal apresenta quadro de desidratação, respondendo ao hemograma e bioquímico com alterações compatíveis de Policitemia, intoxicação alimentar, inflamação/infecção em processo agudo por microrganismo patogênico de origem bacteriana, verminótica ou viral. Indicando diarreia de intestino delgado, exemplificado pelo exacerbado quadro de desidratação, mudança de padrão fisiológico corporal, frequência de defecação, episódios de hematoquezia e alimentação inadequada. DIAGNÓSTICOS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAL (DII) Inflamação idiopática decorrente de qualquer área do trato gastrointestinal, tais como linfoplasmocítica, eosinofílica e granulomatosa. A sintomatologia varia de vômitos, diarreia, perda de peso. Causas multifatoriais, mas acredita-se com alteração genética imunomediada ou resposta a antígenos dietéticos ou microbiota intraluminal. Exame laboratorial mostram hipoalbuminemia, anemia, trombocitose, leucocitose, proteína c alto, Cobalamina baixo Diagnóstico será eliminado outras causas, exclusão de verminoses, doenças metabólicas e testes alimentares. USG (ultrassonografia) pode mensurar espessamento da parede intestinal localizado ou generalizado, como ou sem perda de estratificação de camadas, aumento de linfonodos adjacentes. Após todas as exclusões, deve-se realizar biópsia por endoscopia do intestino delgado para realização do diagnóstico final. TRATAMENTO PARA QUADRO AGUDO DIAGNÓSTICO DE DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL (DII) MEDICAMENTO DOSE POSOLOGIA INDICAÇÃO DE MEDICAÇÃO Ringer lactato Bomba de infusão, tava de manutenção (18ml/24horas). Dose calculada = peso x 50 x 24 hrs A cada 24 horas Reposição volêmica e hidroeletrolítica, evitar acidose metabólica Prednisona 1-2mg/kg SID por 4 semanas Indicado para alergias – anti-inflamatório esteroidais Ondansetrona 0,4ml IV A cada 8 horas Antiemético - indicado para controle de vômitos Metronidazol 130ml IV A cada 12 horas Antibiótico – antibacteriano – antiinfeccioso - antiparasitário Enrofloxacino 0,9ml IM-IV-SC A cada 24 horas Antibiótico – fluoroquinolonas – infecções por gram negativos e positivos Dipirona 1 gta/kg Por 3 dias Analgésico – dores leve a moderada, controle de febre e dores viscerais Patê+nutralife 1 colher A cada 4 horas, porções pequenas Nutrição balanceada Sucrafilm 0,5ml Oral A cada 12 horas Protetor gástrico, prevenção e tratamento de lesões ulcerativas Mercepton no soro 10ml sid Hepatoprotetor, lipotrópico, antitóxico TRATAMENTO DE SUPORTE DIAGNÓSTICO DE DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL (DII) MEDICAMENTO DOSE POSOLOGIA INDICAÇÕES Metronidazol + espiramicina 4 comprimidos- VO A cada 24 horas por 5 dias Antimicrobiano contra campilobacterioses entéricas, piodermites canina Tilosina 90mg IM A cada 12 horasAntibióticos macrolídeo bacteriostático contra gram-positivos e micoplasma Dipirona 1gta/kg 3 dias Analgésico – dores leve a moderada, controle de febre e dores viscerais Omeprazol 10mg A cada 24 horas Inibidor da bomba de prótons – inibidor de secreções gastroduodenais DIARREIA INFECCIOSA ( BACTÉRIA : SALMONELLA) 1 – INTOXICAÇÃO POR SALMÃO : Infecção por Neorickettsia helminthoeca, onde o microrganismo invade o epitélio do intestino delgado e tecidos linfoides, causando sepse. Sintomatologia como diarreia, vômito, secreção oculonasal e febre. Normalmente está associada a ingestão de peixe cru contendo o vetor. Diagnóstico diferencial : intoxicação, parvovírus canino tipo 2, erliquiose, cinomose. Hemograma sem achados específicos. Melhor diagnóstico: coloração de Giemsa, pelo aspirado de linfonodo enfartado, exame de fezes onde revela ovos operculados. Em achados patológicos: tecidos linfoides aumentados e amarelados, com focos brancos, em conteúdo intestinal com sangue livre. Tratamento: internação, tratar da mesma forma que erliquiose, terapia de suporte com fluido. Medicações: oxitetraciclina 7,5-10mg/kg iv a cada 12 horas por 14 dias – 20mg/kg vo a cada 12 horas ; tetraciclina 15-20mg/kg vo a cada 8 horas por 14 dias; cloranfenicol 40-50mg/kg vo a cada 8 horas por 14 dias; praziquantel 20-30mg/kg sc ou vo a cada 24 horas por 3 dias. TRATAMENTO PARA QUADRO AGUDO DIAGNÓSTICO DE INTOXICAÇÃO DE SALMÃO MEDICAMENTO DOSE POSOLOGIA INDICAÇÃO Ringer lactato Bomba de infusão, tava de manutenção (18ml/24horas). Dose calculada = peso x 50 x 24 hrs A cada 24 horas Reposição volêmica e hidroeletrolítica, evitar acidose metabólica Mercepton 10ml soro A cada 24 horas Hepatoprotetor, lipotrópico, antitóxico Prometazina 1mg IM-ORAL-SC A cada 8 horas Antiemético – fenotiazínico – antialérgico – indicado para alergias Ondansetrona 0,4ml A cada 8 horas Antiemético -usado para controle de vômito TRATAMENTO DE SUPORTE DIAGNÓSTICO DE INTOXICAÇÃO DE SALMÃO MEDICAMENTO DOSE POSOLOGIA 2- SALMONELOSE: Doença bacteriana causada por vários sorotipos diferentes de Salmonella. Sendo uma bactéria gram-negativa que coloniza o intestino delgado, em preferência o íleo. Após penetração ele fica nos enterócitos se multiplicando e promovendo toxinas que levam a necrose do local. Esse processo inflamatório promove a síntese de prostragladina,resultando em diarreia secretora e esfacelamento da mucosa. Pode ocorrer gastroenterite não complicada, onde o paciente só apresenta desidratação; presenta de bacteremia e septicemia após gastroenterite. Como diagnóstico diferencial temos gastroenterite aguda, enterite infecciosa, gastroenterite viral como coronavírus entérico canino, rotavírus, cinomose; gastroenterite bacteriana por E. coli, Campylobacter jejuni, Yersinia enterocolítica, síndrome de proliferação bacteriana como Clostridium difficile, Clostridium perfrigens; parasitas como helmitoses – ancilóstomos, ascarídeos, tricúris, estrogiloides; e protozoários, como giárdia, coccidia, cryptosporidia; riquétsias; gastrite aguda, desconforto induzido por dieta. Em hemograma se acha: neutropenia moderada, desvio á esquerda com neutrófilos tóxicos, anemia arregenerativa, linfopenia, trombocitopenia, hipoalbuminemia e distúrbios eletrolíticos. Diagnóstico: cultura bacteriana fecal e retal, leucócitos fecais, hemocultura, líquido articular. Tratamento ambulatorial, internação. Prescrição: para gastroenterite não complicada – reposição hidroeletrolítica, ringer lactato, transfusões de plasma se albumina estiver <2g/dl . TRATAMENTO PARA QUADRO AGUDO DIAGNÓSTICO DE SALMONELOSE MEDICAMENTO DOSE POSOLOGIA INDICAÇÃO Ringer lactato Bomba de infusão, tava de manutenção (18ml/24horas). Dose calculada = peso x 50 x 24 hrs A cada 24 horas Reposição volêmica e hidroeletrolítica, evitar acidose metabólica Mercepton 10ml soro A cada 24 horas Hepatoprotetor, lipotrópico, antitóxico Prometazina 1mg -IM- ORAL-SC A cada 8 horas Antiemético – fenotiazínico – antialérgico – indicado para alergias Animais neonatos e idosos Transfusão de plasma Ondansetrona 0,4ml A cada 8 horas Antiemético -usado para controle de vômito TRATAMENTO DE SUPORTE DIAGNÓSTICO DE SALMONELOSE MEDICAMENTO DOSE POSOLOGIA Enrofloxacina 5mg/kg VO-IM BID – a cada 12 horas Clorafenicol 50mg/kg VO-IV-IM Antibiótico – afecções do trato entérico, respiratório ou urogenital REAÇÃO OU SENSIBILIDADE ALIMENTAR Trata-se de uma resposta imunológica ao alimento ingerido pelo animal. Pode ser por troca de alimentação ou introdução de outro, tendo como princípio reação alimentar. Normalmente causa diarreias, vômitos, ou demais hipersensibilidade em pele, edemas. Indica-se mudança alimentar, com rações hipoalergênicas hidrolisadas ou dietas caseiras de eliminação com única fonte de proteína e carboidrato. Restrição alimentar acompanha o período de recuperação associada a medicações por um tempo de 6-8 semanas. O diagnóstico costuma dar certo quando os tutores respeitam a dieta, assim os sintomas desaparecem e podemos confirmar o diagnóstico de hipersensibilidade. O tratamento, baseia-se em diminuir ou extinguir os sintomas, como anti-histamínico, analgésico. TRATAMENTO PARA QUADRO AGUDO DIAGNÓSTICO SE SENSIBILIDADE ALIMENTAR MEDICAMENTO DOSE POSOLOGIA INDICAÇÃO Ringer lactato Bomba de infusão, tava de manutenção (18ml/24horas). Dose calculada = peso x 50 x 24 hrs A cada 24 horas Reposição volêmica e hidroeletrolítica, evitar acidose metabólica Prometazina 1m Im – oral – SC A cada 8 horas Antiemético – fenotiazínico – antialérgico – indicado para alergias Buscopan 0,3ml VO-IV A cada 12 horas Anticolinérgico -antiespamódico Ondansetrona 0,4 ml IV A cada 8 horas Antiemético -usado para controle de vômito TRATAMENTO DE SUPORTE DIAGNÓSTICO DE SENSIBILIDADE ALIMENTAR MEDICAMENTO DOSE POSOLOGIA Omeprazol Inibidor da bomba de prótons – inibidor de secreções gastroduodenais Alimentação assistida com modificação da consistência alimentar, refeições pequenas e frequentes, alimentação com alta digestibilidade e palatável Pequenas doses Maior frequência DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 1- DOENÇA INFLAMATÓRIA DE ORIGEM VIRAL TRATAMENTO AGUDO DIAGNÓSTICO DE DOENÇA INFLAMATÓRIA VIRAL MEDICAMENTO DOSE POSOLOGIA INDICAÇÃO TRATAMENTO DE SUPORTE MEDICAMENTO DOSE POSOLOGIA INDICAÇÃO 2- 3-
Compartilhar