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Prévia do material em texto

Centro de Educação a Distância 
Universidade do Estado de Santa Catarina
Universidade Aberta do Brasil
Planejamento e Avaliação
EDUCACIONAL
e INSTITUCIONAL 
FLORIANÓPOLIS 
CEAD/UDESC/UAB
Governo Federal
Presidente da República
Dilma Rousseff
Ministro de Educação
Fernando Haddad
Secretário de Regulação e 
Supervisão da Educação 
Superior
Luis Fernando Massonetto
Diretor de Regulação e 
Supervisão em Educação 
a Distância
Hélio Chaves Filho 
Governo do Estado de 
Santa Catarina
Governador
João Raimundo Colombo
Secretário da Educação 
Marco Antônio Tebaldi
UDESC
 
Reitor
Sebastião Iberes Lopes Melo
Vice-Reitor
Antonio Heronaldo de Sousa
Pró-Reitora de Ensino 
de Graduação
Sandra Makowiecky
Pró-Reitor de Extensão, 
Cultura e Comunidade
Paulino de Jesus F. Cardoso
Pró-Reitor de Administração
Vinícius A. Perucci
Pró-Reitor de Planejamento
Cecília Just Milanez Coelho
Centro de Educação 
a Distância (CEAD/UAB)
 
Diretor Geral
Estevão Roberto Ribeiro
Diretora de Ensino de 
Graduação
Ademilde Silveira Sartori
Diretora de Pesquisa e Pós-
Graduação
Sonia Maria Martins de Melo
Diretora de Extensão
Solange Cristina da Silva
Diretor de Administração
Ivair De Lucca
Chefe de Departamento de 
Pedagogia a Distância 
CEAD/UDESC
Rose Clér Beche
Secretária de Ensino de 
Graduação
Maria Helena Tomaz
 
Coordenadora de Estágio
Isabel Cristina da Cunha
Coordenadora UDESC Virtual
Gabriela Dutra de Carvalho
Coordenador Geral UAB
Estevão Roberto Ribeiro
Coordenador Adjunto UAB
Ivair De Lucca
Coordenadora de Curso UAB
Carmen Maria Cipriani Pandini
Coordenadora de Tutoria UAB
Fátima Rosana Scoz Genovez
Copyright © CEAD/UDESC/UAB, 2011
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Edição - Caderno Pedagógico
Florianópolis 
Diretoria da Imprensa Oficial 
e Editora de Santa Catarina
 
2011
Carmen Maria Cipriani Pandini (Org.)
Giselia Antunes Pereira
Vanessa de Almeida Maciel
Planejamento e Avaliação
Educacional e Institucional
Caderno Pedagógico
1ª Edição
Ficha elaborada pela Biblioteca Central da UDESC
P189p Pandini, Carmen Maria Cipriani
 Planejamento e avaliação educacional e institucional / Carmen Maria 
Cipriani Pandini (org.), Giselia Antunes Pereira, Vanessa de Almeida Maciel 
– Florianópolis : UDESC/CEAD/UAB, 2011.
126 p. : il. ; 28 cm
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-64210-21-9
1. Avaliação educacional. – 2. Práticas pedagógicas. – 3. Educação a 
distância. – I. Pereira, Giselia Antunes. – II. Maciel, Vanessa de Almeida. – III. 
Título
CDD: 371.26 - 20 ed.
Professoras autoras
Carmen Maria Cipriani Pandini (Org.)
Giselia Antunes Pereira
Vanessa de Almeida Maciel
Professora parecerista
Ana Maria Ribeiro
Design instrucional
Ana Cláudia Taú
Projeto instrucional
Ana Claudia Taú
Carmen Maria Pandini Cipriani
Roberta de Fátima Martins
Projeto gráfico e capa
Adriana Ferreira Santos
Elisa Conceição da Silva Rosa
Pablo Eduardo Ramirez Chacón
Diagramação
Elisa Conceição da Silva Rosa
Pablo Eduardo Ramírez Chacón
Revisão de texto
Roberta de Fátima Martins
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Programando os estudos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
CAPÍTULO 1 - O Planejamento nos Espaços Formais e Não Formais: Relação de Ensino, 
 Aprendizagem e Prática Pedagógica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15
Seção 1 – Relações entre currículo e planejamento: referência à prática 
 pedagógica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Seção 2 - O Planejamento: uma ação contextualizada, intencional e 
 orientadora do ensino formal e não formal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Seção 3 - Níveis de planejamento, os elementos constitutivos e as diversas 
 formas de organizar a intervenção pedagógica . . . . . . . . . . . . . . . . 33
CAPÍTULO 2 - Projeto Político-Pedagógico: Uma Ação Educativa Necessária à 
 Realidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49
Seção 1 - Planejar a ação: a escola como projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Seção 2 - Projeto Político-Pedagógico: princípios, finalidade e construção 60
CAPÍTULO 3 - A Avaliação da Aprendizagem e Avaliação Institucional . . . . . . . . . . . . . .77
Seção 1 - Conceitos, funções e modalidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Seção 2 - Avaliação mediadora: um caminho a percorrer . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Seção 3 - Avaliação institucional em prol da qualidade educativa . . . . . . . . 102
Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Conhecendo as professoras autoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Comentários das atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Referências das figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Sumário
Apresentação
Prezado(a) estudante, 
Você está recebendo o Caderno Pedagógico da disciplina de Planejamento e 
Avaliação Educacional e Institucional. Ele foi organizado, didaticamente, a partir 
da ementa e objetivos que constam no Projeto Pedagógico do seu Curso de 
Pedagogia a Distância da UDESC.
Este material foi elaborado com base na característica da modalidade de ensino 
que você optou para realizar o seu percurso formativo – o ensino a distância. 
É um recurso didático fundamental na realização de seus estudos; organiza os 
saberes e conteúdos de modo a que você possa estabelecer relações e construir 
conceitos e competências necessárias e fundamentais a sua formação.
Este Caderno, ao primar por uma linguagem dialogada, busca problematizar a 
realidade, aproximando a teoria e prática, a ciência e os conteúdos escolares, 
por meio do que se chama de transposição didática - que é o mecanismo de 
transformar o conhecimento científico em saber escolar a ser ensinado e 
aprendido.
Receba-o como mais um recurso para a sua aprendizagem, realize seus estudos 
de modo orientado e sistemático, dedicando um tempo diário à leitura. Anote 
e problematize o conteúdo com sua prática e com as demais disciplinas que irá 
cursar. Faça leituras complementares, conforme sugestões e realize as atividades 
propostas.
Lembre-se que na educação a distância muitos são os recursos e estratégias 
de ensino e aprendizagem, use sua autonomia para avançar na construção de 
conhecimento, dedicando-se a cada disciplina com todo o esforço necessário.
Bons estudos!
 
Equipe CEAD\UDESC\UAB
Introdução
Caro(a) estudante,
Você está iniciando o estudo do Caderno Pedagógico de Planejamento 
e Avaliação Educacional e Institucional, que complementa o Caderno de 
Currículo. Juntos, estes cadernos desenvolvem os conteúdos da ementa da 
disciplina de Currículo, Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional – 
estabelecendo um diálogo interdisciplinar e educativo.
Nesta filosofia, iniciamos o estudo! O mestre Paulo Freire nos alerta que
Ninguém podedizer a palavra verdadeira sozinho, ou dizê-la para os outros 
num ato de prescrição, com o qual rouba as palavras dos demais, o diálogo 
é este encontro dos homens, mediatizados pelo mundo, para pronunciá-lo, 
não se esgotando, portanto, na relação eu-tu. (FREIRE, 1978, p. 78).
Nesta linha, então, tecemos o discurso e as discussões deste Caderno, em estreita 
interlocução com a teoria, com os saberes de cada docente envolvido nesta 
“obra” e com as experiências de formação e de profissão. 
Verá, desde o primeiro capítulo, o quanto o currículo precisa do planejamento e 
vice-versa; que para desenvolver um projeto educacional consistente e coeso é 
preciso compreender a complexidade que envolve não só a questão curricular, 
mas também a ação de ensinar. Os estudos da teoria do currículo nos mostram 
que o currículo não é um instrumento fixo no papel. Para Moreira (2004), ele 
possui dimensões nucelares de uma identidade profissional e que fazem parte 
de um conjunto de intenções expressas em um projeto político-cultural e de um 
conjunto de vivências que constituem as práticas que desenvolvemos.
Poderá perceber que o ensinar implica uma visão geral da sociedade, suas 
estruturas e suas complexas conexões socioeconômicas e científicas, assim como 
é importante ter conhecimentos das diversas formas de planejar esta prática no 
cotidiano das instituições formais e não formais. 
Ao ter a oportunidade de conhecer as definições, questões teóricas, finalidades e 
sobre o que vem a ser o Projeto Político-Pedagógico, entenderá de que maneira 
ele se consolida dentro dos espaços escolares e como são criados os espaços de 
comunicação e gestão. O que é fundamental nesse contexto de projeto de escola 
10
é o envolvimento de toda a comunidade escolar e a busca de ações coletivas 
para sua efetivação, para que possamos mudar e transformar a realidade na qual 
a escola está inserida.
Ressaltamos, ao longo deste caderno pedagógico, que uma das questões mais 
importantes de um processo pedagógico e da docência é a realização de um 
planejamento, mas também avaliá-lo sistematicamente. Esta avaliação não 
pode ser parcial e solitária - quem está envolvido no processo deve participar 
das etapas de avaliação, porque avaliar também significa aprender a dialogar, 
aprender a organizar, aprender a criticar, aprender a aprender de modo contínuo 
e reflexivo, como foi abordado no terceiro capítulo. 
Desejamos bons estudos e uma excelente caminhada na sua formação.
Professoras Carmen, Giselia e Vanessa.
Programando os estudos
Estudar a distância requer organização e disciplina; assim como estudos diários e 
programados para que você possa obter sucesso na sua caminhada acadêmica. 
Portanto, procure estar atento aos cronogramas do seu curso e disciplina para 
não perder nenhum prazo ou atividade, dos quais depende seu desempenho. As 
características mais evidenciadas na EAD são o estudo autônomo, a flexibilidade 
de horário e a organização pessoal. Faça sua própria organização e agende 
as atividades de estudo semanais. Para o desenvolvimento desta Disciplina 
você possui a sua disposição um conjunto de elementos metodológicos que 
constituem o sistema de ensino, que são:
 » Recursos materiais didáticos, entre eles o Caderno Pedagógico.
 » O Ambiente Virtual de Aprendizagem.
 » O Sistema de Avaliação: avaliações a distância, presenciais e de 
autoavaliação.
 » O Sistema Tutorial: coordenadores, professores e tutores.
Ementa
Planejamento educacional. Planejamento e gestão institucional. Planejamento 
político-pedagógico e mobilização pela educação. Avaliação: dimensões 
institucional, educacional e de ensino-aprendizagem. 
Objetivos de Aprendizagem
Geral
Compreender a importância do planejamento no contexto da educação formal, 
não formal e em seus desdobramentos, contextualizando os processos de 
mobilização e a avaliação como parte da gestão do espaço educativo.
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Específicos
 » Compreender as relações entre currículo e planejamento no contexto 
da educação escolar e não escolar.
 » Reconhecer a importância do planejamento como uma ação 
contextualizada, intencional que favorece a relação de ensinar e 
aprender no contexto do desenvolvimento educativo.
 » Conhecer os níveis de planejamento e analisá-los no âmbito da sua 
aplicação no seu respectivo contexto. 
 » Compreender a importância e a finalidade do Projeto Político-
Pedagógico no contexto educacional a partir de um processo que é 
coletivo, reflexivo e dinâmico.
 » Refletir sobre a avaliação como elemento integrante da organização e 
da dinamização do trabalho pedagógico, necessária ao aprimoramento 
dos processos educativos, sob os olhares da avaliação da aprendizagem 
e da avaliação institucional.
Carga horária
27 horas/aula.
13
Anote as datas importantes das atividades na disciplina, conforme sua agenda 
de estudos:
DATA ATIVIDADE TIPO
Conteúdo da disciplina 
Verifique, a seguir, a organização didática da disciplina, distribuída em capítulos 
os quais são subdivididos em seções, com seus respectivos objetivos de 
aprendizagem. Leia-os com atenção, pois correspondem ao conteúdo que deve 
ser apropriado por você e faz parte do seu processo formativo.
Capítulos de Estudo: 3 
Capítulo 1 - Nesse capítulo, você terá algumas noções introdutórias acerca do 
que vem a ser currículo. Para tanto, será fundamental que você 
conheça alguns aspectos das chamadas Teorias Tradicionais do 
Currículo e Teorias Críticas. Ainda nesse diálogo, você compreenderá 
os principais componentes do currículo oculto, bem como, suas 
implicações na prática pedagógica, ampliando suas possibilidades 
de reflexão como aluno(a) e educador(a). Encerramos o capítulo, 
dialogando sobre as Teorias Pós-Críticas do Currículo com o objetivo 
de refletirmos sobre as possíveis contribuições dessas teorias para o 
aperfeiçoamento de sua formação como aluno(a) e professor(a).
Capítulo 2 - O objetivo deste capítulo é desenvolver uma discussão acerca da 
importância do Projeto Político-Pedagógico no que diz respeito a 
sua definição, suas finalidades, a partir de princípios norteadores 
que contribuem para um processo que se efetiva com a construção 
e efetivação de uma proposta condizente com as necessidades da 
realidade educacional.
Capítulo 3 - O capítulo 3 trata da avaliação como processo. Não pode ser vista 
como uma medida ou ser praticada ao final de uma etapa – deve 
ser diagnóstica, processual e contínua buscando nos princípios 
democráticos a emancipação e o atendimento dos fins educacionais.
 
Passemos, agora, ao estudo dos capítulos.
CAPÍTULO 1
O Planejamento nos Espaços Formais e Não 
Formais: Relação de Ensino, Aprendizagem e 
Prática Pedagógica 
 Carmen Maria Cipriani Pandini
Este capítulo trata do planejamento escolar, abordado 
como uma atividade fundamental no desenvolvimento de 
atividades de ensino e aprendizagem nos espaços escolares 
e não escolares. Ao abordar a importância da atividade de 
planejar, destacamos as diversas formas e modalidades de 
organização da prática na instituição, com vistas ao sucesso 
da aprendizagem dos alunos. 
CAPÍTULO 1
Compreender o planejamento escolar como atividade 
fundamental no desenvolvimento de atividades de ensino e 
aprendizagem nos espaços escolares e não escolares. 
Objetivo geral de aprendizagem
Seções de estudo
Seção 1 – Relações entre currículo e planejamento: 
 referência à prática pedagógica
Seção 2 – O Planejamento: uma ação contextualizada, 
intencional e orientadora do ensino formal e 
não formal
Seção 3 – Níveis de planejamento, os elementos 
constitutivos e as diversas formas de 
organizar a intervenção pedagógica 
O Planejamento nos Espaços Formais e Não 
Formais: Relação de Ensino, Aprendizagem e 
Prática Pedagógica 
Iniciando o estudo do capítulo
Ensinar é uma atividade que envolve elementos epistemológicos, 
metodológicos e filosóficos; nessa atividade interagem diversos agentes. 
É uma atividade indeterminada einfluenciada por múltiplos fatores, 
podendo não sair conforme o esperado por quem a realiza, quando não se 
conhece os princípios básicos da atividade e os pressupostos que integram 
o processo e os procedimentos do ensinar e do aprender. 
Para iniciar este estudo, é importante destacar que a atividade de ensinar 
não se reduz a expor conteúdos, como também não pode ser vista como 
mera transmissão de conhecimentos; simultaneamente, não é sinônimo 
de método, exposição de estratégias, pelo qual se organiza uma aula, 
tampouco deve ser vista unicamente como uma organização do trabalho 
escolar. É uma atividade complexa que exige, segundo Libâneo (2006), um 
“lidar epistemologicamente”, “cientificamente” e “criticamente”, tendo em 
conta as múltiplas relações que se estabelecem entre sujeitos, culturas e 
fenômenos.
Entre as variáveis que envolvem o ensinar está o planejamento que deve 
anteceder a atividade e ser feito em todos os contextos educativos nos 
espaços formais e não formais, porque ali há uma ação pedagógica e 
educativa. Neste capítulo, abordaremos aspectos teóricos do planejamento 
e orientações práticas da atividade de planejar, considerando os diversos 
níveis e âmbitos de sua aplicação.
Vamos ao estudo? Iniciemos com a relação entre currículo e planejamento. 
Analisemos essa relação e como ela se consolida na prática do dia a dia no 
espaço escolar e não escolar.
 
Cabe dizer que quando se 
diz “indeterminada” não 
significa dizer “improvi-
sada”, por isso há uma 
atividade denominada 
planejamento.
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Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional
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Seção 1 – Relações entre currículo e planejamento: 
 referência à prática pedagógica
Objetivo de aprendizagem
 » Compreender o planejamento escolar como atividade fundamental 
no desenvolvimento de atividades de ensino e aprendizagem nos 
espaços escolares e não escolares.
Ensino é um assunto pedagógico! Aliás, todo trabalho docente está 
orientado para finalidades educativas e para meios de ação de cunho 
genuinamente educativos. Portanto, o sentido da docência, em princípio, 
não é ensinar pura e simplesmente, mas mobilizar mecanismos para fazer 
com que o aluno aprenda; para isso, ele deve dominar um conjunto de 
conhecimentos sobre desenvolvimento e aprendizagem, bem como sobre 
a didática. 
Esse domínio deve estar:
 » No nível da aplicação dos princípios de aprendizagem, no 
contexto da sala de aula.
 » Na compreensão das dificuldades dos alunos e trabalhar a partir 
delas.
 » Na contextualização do ensino de acordo com as representações 
e conhecimentos espontâneos dos alunos, ao problematizar 
situações conceituais a partir dos seus interesses.
 » No envolvimento do aluno durante a atividade de 
aprendizagem. 
Estas dimensões devem ser previstas no plano de ação do ensinar, ou seja, 
no planejamento.
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O que implica o Planejamento e o que o docente precisa saber a respeito? 
Planejar implica trabalhar com competências e habilidades para o 
favorecimento de uma ação bem sucedida. Para tanto, o docente precisa:
a) Possuir domínio da didática, do conteúdo especializado e da 
prática de ensino. 
b) Possuir noções básicas dos fundamentos educacionais e das áreas 
de atuação. 
c) Conhecer os princípios de aprendizagem – seus mecanismos e 
resultados. 
d) Possuir habilidade para construção de um plano de ação docente 
consistente, com o projeto pedagógico da escola.
e) Colocar-se disponível para participar da elaboração das políticas 
educacionais da escola, estabelecendo relações de cooperação 
dentro da instituição com professores, alunos e demais segmentos. 
Perceba que a docência requer também a mobilização de conhecimentos 
disponíveis no currículo, quer seja oculto ou oficial: os valores são 
construídos na diversidade cultural e étnica brasileira, surgem das 
necessidades especiais de aprendizagem, das diferenças, da postura e 
da prática do professor no cotidiano e são referências na construção das 
situações de ensino e aprendizagem em sala de aula.
Para Namo de Melo (2000), o professor deverá saber fazer relações entre 
os conhecimentos adquiridos no curso de formação de nível superior 
com os conhecimentos das demais áreas ou disciplinas do currículo 
da educação básica, trabalhando, assim, de maneira interdisciplinar e 
favorecendo em seus alunos a compreensão das relações entre as várias 
áreas do conhecimento. 
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Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional
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O planejamento deve ser construído de forma coerente com as abordagens 
didáticas, pedagógicas, bem como as concepções de currículo. Este não 
pode ser visto como um documento que determina um conjunto de 
matérias ou conteúdos... vai muito além disso, possui referências dentro 
e fora da escola a partir dos condicionantes sócio-culturais, pedagógicos 
e políticos. Estes fatores influenciam o projeto político pedagógico da 
instituição. 
Sobre essa perspectiva, Moll (1996), afirma que “se queremos construir uma 
teoria de ensino ou uma abordagem pedagógica sob a qual queremos nos 
orientar, a referência deve vir, também, de outro lugar, além das escolas”. 
De fato, o ensino mais qualificado ocorre em outros lugares de socialização, 
desde os locais onde se cuida de crianças até os programas de treinamento 
em serviço.
A partir dessas interações de ensino e aprendizagem em locais não 
escolarizados, podemos derivar princípios que as escolas deveriam adotar 
para produzir um ensino efetivo e planejá-lo adequadamente. Estes 
mesmos princípios podem orientar o projeto pedagógico das escolas, 
a fim de que sua organização melhore, ao invés de impedir o ensino e a 
aprendizagem de todos os seus membros. (MOLL, 1996).
Ao discutirmos a necessidade de organizar o trabalho na escola, 
sobretudo a atividade de ensino, partimos do princípio que essa tarefa 
compete a todos na instituição. A priori uma equipe multidisciplinar 
definiu as políticas de organização e implementação do projeto político 
pedagógico com base em discussões democráticas, tendo como referência 
as necessidades e fins educacionais. Podemos dizer que as teorias do 
currículo norteiam a construção do projeto da escola, bem como todas as 
práticas de planejamento. 
Vamos conhecer as dimensões a serem consideradas na estruturação do 
Planejamento nos diversos espaços educativos:
•	 A dimensão socioinstitucional age como elemento entre a práxis social 
e o que acontece nas instituições: uma dimensão de múltiplas faces e 
 
Significa dizer que a prática 
educativa ocorre em espaços 
escolares e não escolares.
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geradora de contradições e conflitos. Compreende as diretrizes gerais 
e suas formas de representação. Deve ser analisada cuidadosamente, 
pois a escola não é um universo a parte, compreende o todo social - 
suas tendências, práticas e abordagens pedagógicas são um “reflexo” 
da sociedade; ou melhor, podemos dizer que se orientam por um 
determinado paradigma.
•	 A segunda destaca a história e a identidade dos sujeitos que estão 
envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. As reflexões 
sobre a construção do currículo escolar, de certo modo, sintetizam 
resultados que correspondem, também, às dimensões nucleares de 
uma identidade profissional e dos alunos, e que fazem parte de um 
“conjunto de intenções expressas em um projeto político cultural e de um 
conjunto de vivências que constituem as práticas que desenvolvemos” 
(MOREIRA, 2004), as quais podemos também chamar de currículo. 
Resultam também em um projeto profissional e um “modelo” de ação 
pedagógica.
•	 A dimensão que se refere à abrangência pedagógica integra a visão 
que origina os currículos, os programas de ensino, as práticas em 
sala de aula, os procedimentos metodológicos, a avaliação, enfim, o 
planejamento. Sendo o currículo “um lugar de circulação das narrativas, 
mas, sobretudo,um lugar privilegiado dos processos de subjetivação, 
da socialização dirigida, controlada”, como afirma Vorraber Costa (2005, 
p.51), “é em grande parte à escola que tem sido atribuída a competência 
para concretizar um projeto de indivíduo para um projeto da sociedade”. 
(id., ib., op. cit.). Este influencia diretamente a prática pedagógica escolar 
e não escolar.
Gimeno Sacristàn (1998) salienta as relações entre cultura e educação. 
Segundo o autor, a educação está diretamente ligada ao projeto cultural 
que lhe servirá de suporte, ou seja: que objeto? para que projeto cultural?
Perceba que há uma multiplicidade de elementos a serem considerados 
no processo de ensino e aprendizagem implícitos na questão educacional. 
Estes estabelecem as bases do planejamento de ações para que alcancem 
os resultados esperados na ação educativa. 
Essa preocupação com o projeto maior da educação, e por consequência 
da instituição, possibilita-nos estabelecer uma relação de trabalho 
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Planejamento e Avaliação Educacional e Institucional
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cooperativo necessário em todos os espaços escolares, e serve como 
princípio norteador do planejamento em todos os níveis. 
Os docentes devem ter consciência que a prática docente se dá por 
meio de um conjunto de ações e teorias, tornando-se portanto uma 
atividade intencional complexa - tanto para o ensino como para a 
aprendizagem. Ambas precisam de estratégias para sua efetivação 
e a resolução de problemas é um caminha para a sua implementação.
A organização da atividade pedagógica, neste sentido, pressupõe um 
processo em que não se valorize a atuação do professor. Tal organização 
considera os fundamentos teóricos, pois eles determinam a constituição 
da atividade, ou seja, o reconhecimento dos fazeres e saberes estão 
interligados à necessidade de compreensão da dinâmica da prática 
educativa. É uma prática sistêmica de organização do trabalho pedagógico, 
em que interagem elementos humanos, científicos e técnicos, como você 
viu anteriormente. 
COM PARA
Concretização 
dos objetivos
Execução dos 
projetos
Caracterização 
do contexto
Coerência entre 
ensinar e aprender
Ações 
compartilhadas
Constituição 
da proposta:
objetivos,
recursos,
metodologia.
Roteiro Metodológico
Figura 1.1 – Roteiro metodológico
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Analise a figura anterior que representa e ilustra a visão macro de como 
se pode organizar um fluxo de planejamento. Essa figura se refere a um 
roteiro metodológico que dá visibilidade às fases pelas quais uma ação de 
planejamento poderá percorrer. 
Analisando a figura podemos interpretar, em linhas gerais, cada fase do 
planejamento e determinar os passos essenciais, veja:
1. Caracterização do contexto: corresponde à análise da realidade na qual 
se deseja atuar – quais os condicionantes ou variáveis estão implicados 
na elaboração do projeto educativo e o desenvolvimento da ação. 
2. Constituição da proposta: refere-se ao que se deseja; pautada em 
metas e objetivos em relação ao projeto pedagógico.
3. Coerência entre ensinar e aprender: A consequência entre o que 
se deseja com relação aos objetivos e o que se produz, é, também, a 
relação entre a teoria e a prática. O grande objetivo do ensino ou de 
uma ação pedagógica é, de fato, a aprendizagem do aluno, ou seja, o 
acompanhamento do processo através da avaliação contínua. 
4. Objetivos: são planejados no início do projeto ou proposta que 
se concretizam na ação. Os objetivos são atingidos se os alunos 
aprenderem. O aprender implica mudança de comportamento e 
construção de valores projetados nos planos pedagógicos. 
5. Ações compartilhadas: o professor não está sozinho no processo. 
Deve ter em conta que seu aluno possui experiências prévias e que os 
condicionantes externos devem ser referência para a ação docente e 
execução do projeto.
6. Execução do projeto: desenvolvimento tendo em conta as relações de 
todos os elementos tomados no equilíbrio das escolhas metodológicas 
feitas pelo professor. 
O ciclo nunca se fecha, se pensarmos que o desejável é conseguir elaborar 
uma reflexão constante, envolvendo o professor e sua prática; e os alunos 
e seu projeto de aprendizagem. 
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Nessa perspectiva, o planejamento deve conter momentos de: 
elaboração (que contempla a definição dos objetivos e estratégias), 
ação (com produção e discussão dos resultados), reflexão/
avaliação (a ser realizada de forma sistemática e constante) e 
redimensionamento das práticas (a ser realizado no cotidiano do 
trabalho docente, de acordo com as necessidades).
Para Libâneo (2001, apud PANDINI, 2008, p. 22), o “professor, sendo um 
profissional do ensino, precisa conhecer e dominar conhecimentos e 
técnicas específicas da ação de ensinar, mas necessita, também de uma 
formação pedagógico-didática” consistente, sendo que não possuir este 
conhecimento o inviabiliza de realizar um planejamento coerente.
Em virtude da própria constituição da identidade do professor e da 
peculiaridade da atividade docente, das diferentes concepções, do modo 
como organiza seu planejamento diário, escolar ou não escolar, faz com que 
seja diferente também a organização do trabalho pedagógico e isso cabe 
perfeitamente na característica do planejamento – ser flexível, particular 
e dinâmico.
Essa diversidade irá contribuir para que as diferentes práticas construam 
um projeto desejado e único, com base em metas próprias de cada 
projeto, promovendo atividades que se orientam por objetivos específicos. 
Entretanto, é interessante considerar que é o planejamento que traduz a 
atitude e vivência crítica permanente diante do trabalho pedagógico, 
superando atividades desarticuladas e casuístas, promovendo a construção 
de práticas educativas sintonizadas com as necessidades dos alunos e da 
escola.
Vamos aprofundar alguns aspectos do planejamento para compreender 
melhor qual a relação com a atividade orientadora de ensino e da ação 
educativa? 
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Seção 2 – O Planejamento: uma ação contextualizada, 
intencional e orientadora do ensino formal e não formal 
Objetivos de aprendizagem
 » Reconhecer a importância do planejamento como uma ação 
contextualizada, intencional. 
 » Compreender que o planejamento favorece a relação de ensinar e 
aprender no contexto do desenvolvimento educativo.
Planejar é um ato intencional, isso é fato, além de ser uma atividade 
necessária no dia a dia das pessoas. O planejamento deve ser realizado no 
sentido de alcançar um determinado objetivo e está entre as atividades 
essenciais quando se pretende atingir as metas a que nos propomos como 
pessoas comuns e profissionais. O planejamento nos previne de surpresas 
e improvisações e nos dá segurança diante de determinada atividade, pois 
nos prepara para este desenvolvimento – definindo elementos específicos, 
tais como: objetivos, ações, metodologia, recursos e avaliação.
Concordamos com Gandin (2001) quando diz que é praticamente impossível 
conhecer todas as formas, topologias e níveis de planejamento que o ser 
humano utiliza e se insere no seu dia a dia, sobretudo, ele diz,
(...) sendo a pessoa humana condenada, por sua racionalidade, 
a realizar algum tipo de planejamento, está sempre ensaiando 
processos de transformar suas idéias em realidade. Embora não o 
faça de maneira consciente e eficaz, a pessoa humana possui uma 
estrutura básica que a leva a divisar o futuro, a analisar a realidade, a 
propor ações e atitudes para transformá-la. (id., ib., p. 83).
O planejamento, portanto, está relacionado com as tomadas de decisão 
a respeito das ações. Esse processo prevê necessidades, tais como: meios, 
estratégias e recursos disponíveis; visando sempre ao alcance de objetivos, 
em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados 
das avaliações. (PADILHA, 2001). O planejamento na escola iniciacom o 
projeto político pedagógico, levando em conta planejamento das políticas 
educacionais para o Estado ou País (normativas e diretrizes).
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O trabalho do professor, como ação pedagógica, assume um caráter social 
na sua implementação, por possuir uma função de propiciar condições de 
aprendizagem, levando em conta as necessidades e os conteúdos.
Podemos dizer que no âmbito do ensino, o planejamento está diretamente 
relacionado aos sujeitos aprendentes, portanto, aos sujeitos em processo 
de formação, por isto, o planejamento requer uma atitude científica, 
articulada ao fazer didático-pedagógico para que atinja os objetivos 
sob o qual é elaborado. Para tanto, o professor precisa seguir alguns 
procedimentos, passos ou etapas definidos sob o foco das premissas de 
ensino e aprendizagem. 
Como vimos até aqui, o professor é o mediador entre o conhecimento e o 
aluno, entre os produtos culturais e a sociedade e tem no planejamento 
um mecanismo de organização do trabalho escolar sistematizado e a 
atividade pedagógica em outros contextos educativos. 
Quando se trata de ensino e aprendizagem, tanto Vigotski (1988) quanto 
Leontiev (1978) enfatizam o caráter mediador do trabalho do professor 
(adulto responsável ou criança mais experiente) no processo de apropriação 
dos produtos culturais. O planejamento deve considerar as condições reais 
e a atividade intencional para garantir aos alunos a apropriação de saberes 
e apropriação de conceitos.
Desse modo, é importante ressaltar que a escola se preocupa com o 
conhecimento elaborado, com a construção de conceitos e não ao 
conhecimento espontâneo, “com o saber sistematizado, e não ao saber 
fragmentado; à cultura erudita, e não à cultura popular”. (SAVIANI, 2000, 
p. 19). 
A realização da prática docente requer ainda, consciência sobre a mesma, e 
isto se dá pela reflexão sobre o que se faz e sobre as decisões que se toma. 
A partir das demandas da prática, considerando-a uma situação concreta, 
em contextos educacionais em que ocorre o ensino devem emergir do 
planejamento.
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O planejamento do professor deve avançar das leis gerais 
para a realidade circundante em toda a sua complexidade (...) 
a aprendizagem das crianças deve se desenvolver das ações 
preconcebidas para a simbolização do conhecimento que obtêm 
por meio de sua pesquisa, resultando finalmente numa formulação 
lingüística de relações. As atividades iniciais devem ser orientadas 
para a investigação concreta. Em nosso experimento didático, tais 
atividades incluem análise investigativa de objetos, visitas a museus e 
filmes. (...) Há, portanto, um movimento duplo no ensino: o professor 
deve guiar o ensino com base nas leis gerais, enquanto as crianças 
devem se ocupar com essas leis gerais na forma mais clara possível 
por meio da investigação da manifestação dessas leis. (HEDEGAARD 
apud LIBÂNEO, 2004, p. 133).
A sala de aula deve ser como um laboratório, não no sentido do experimento, 
mas um espaço de aperfeiçoamento de práticas e conhecimento da 
realidade escolar de modo a articular, coerentemente, os elementos 
do processo de ensino para o sucesso da aprendizagem dos alunos e 
construção de valores, próprios da educação para a vida.
Considerando as necessidades do processo de formação, que inclui a 
educação ao longo da vida, é importante dizer que os professores são 
fundamentais; mesmo com o advento das tecnologias da informação e 
comunicação, são insubstituíveis. A preocupação com o planejamento deve 
estar presente nos espaços formais e não formais. Os professores devem 
prever em seus planejamentos e manter uma preocupação constante com:
 » A elaboração de planos de ações: para a execução de qualquer 
atividade relacionada aos projetos pedagógicos, mas devem 
fazê-lo de modo consciente e crítico.
 » O trabalho colaborativo e cooperativo: pois se entende que este 
tipo de trabalho surte maior efeito no processo de aprendizagem.
 » O uso das tecnologias e de ambientes de aprendizagem 
diversificados: porque estamos vivendo a emergência de uma 
sociedade dinâmica, tecnológica e plural, do ponto de vista da 
sociedade em rede.
 » Seminários e reuniões sistemáticas de avaliação: para repensar 
as práticas na escola.
 
A UNESCO definiu “quatro 
pilares do conhecimen-
to” para receberem de 
atenção igual por parte do 
ensino estruturado, a fim 
de que a educação apareça 
como uma experiência 
global e presente ao longo 
de toda a vida, no plano 
cognitivo, no prático, para 
o indivíduo enquanto 
pessoa e membro da 
sociedade. (DELORS, 200)
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O planejamento nos remete a um compromisso de uma ação não 
improvisada, em que existe a intenção (que irá provocar uma ação e vice-
versa), percorra várias etapas e se articule harmoniosamente em todos os 
seus elementos – ênfase não só no método, tampouco só nos conteúdos. 
Nessa perspectiva, o planejamento deve conter momentos de: 
 » elaboração: que contempla a definição dos objetivos e estratégias; 
 » ação: com produção e discussão dos resultados; 
 » reflexão/avaliação: a ser realizada de forma sistemática e constante; 
 » redimensionamento das práticas: a ser realizado no cotidiano do 
trabalho docente, de acordo com os resultados que vão surgindo. 
Analise o esquema a seguir: 
Elaboração:
planejamento das 
estratégias
Avaliação:
em constante 
processo
(Re) dimensionamento 
das práticas 
Desenvolvimento: 
produção, 
sistematização 
e discussão
Con
text
o
Teorias
Expectativas
Culturas
Saberes
Expe
riênc
ias
Figura 1.2 – Fases do planejamento
Este deve ser visto como um ciclo ou fases: o planejamento deve ser 
avaliado constantemente, pois ele não pode ser um “instrumento” fixo ou 
de “papel”, ele está relacionado às posturas e atitudes desenvolvidas na 
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escola. A avaliação crítica do processo é parte inerente ao ato de planejar e 
isto corresponde à metodologia como um todo.
De acordo com Sacristàn (2000, p. 282), as fases ou momentos do 
planejamento são aproximações sucessivas à forma que a prática se 
configura antes de se transformar em ação ou ensino interativo. Existem, 
segundo o autor, duas acepções básicas para o conceito de planejamento 
curricular: 
a. A forma como se dispõem as diferentes concepções do currículo 
para facilitar o ensino e a aprendizagem e possibilitar que as escolas 
planejem a atividade em diferentes períodos de tempo. 
b. Um processo de conceitualização de uma série de relações 
sistêmicas entre alunos, a mediação do professor, os materiais, o 
conteúdo, o tempo e os resultados de aprendizagem, isto é, um 
guia para orientação que organiza todos os fatores relacionados 
com a prática, a fim de obter determinados resultados.
É importante ressaltar que o professor ao selecionar o modo como vai 
planejar e executar sua atividade educativa, encontra implícita a dimensão 
política e a postura pedagógica. Estas correspondem aos objetivos que se 
pretende alcançar - com esse trabalho ou projeto se pretende alcançar “o 
quê”? “atender a quem?”, “em que tempo?”, “com quais estratégias?”.
No planejamento, os métodos não podem se subordinar aos conteúdos ou 
vice-versa. A metodologia deve ser tomada “no seu sentido mais amplo, 
como uma estratégia geral de abordagem do fenômeno educativo. Isto 
é, como um instrumento teórico-prático que permita “o conhecimento 
mais amplo possível (...)”. (VASCONCELOS, 2002, p. 115), pois ela pode 
representar a emancipação ou a reprodução de práticas já existentes. Ela 
deve considerar a realidade sócio-histórica e os desafios impostos pela 
prática, no sentido de viabilizar um trabalho que privilegie a dialética da 
prática e do conhecimento. 
A seguir, falemos um pouco sobre os espaços formais e não formais e a 
necessidade de planejá-lo para o sucessodo projeto educativo.
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O planejamento nos espaços escolares e não escolares
O planejamento, como você viu, é uma atividade importante em qualquer 
instância da vida e para as atividades pedagógicas é essencial. Ele previne 
de improvisações e estabelece parâmetros de ação à prática pedagógica e 
à execução do projeto educativo. 
Relembrando que a educação é um movimento que acontece durante toda 
a vida, aprendemos diariamente em diversos lugares e com muitas pessoas, 
por exemplo, em casa, com os amigos, na rua nos locais de lazer etc. Esta 
educação que vamos adquirido ao longo da vida é chamada de educação 
informal porque não pressupõe uma sistematização, um planejamento 
prévio, ou o desenvolvimento de um conhecimento científico. 
Já, quando a educação acontece de modo planejado, com alguma finalidade 
predefinida para atender a objetivos prévios e contempla conhecimento 
científico, estamos diante da educação formal (em ambientes educativos 
escolares) ou não formal. 
Sobre a denominação desses espaços pedagógicos ou educativos, a Lei 
9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional define o espaço formal 
de educação como o espaço escolar, aquele relacionado às Instituições 
Escolares da Educação Básica e do Ensino Superior. 
O espaço formal é aquele em que se realiza a educação formalizada, 
prevista em Lei e organizada de acordo com as normativas e diretrizes 
nacionais. Assim, o espaço formal como um espaço escolar, nos remete 
aquela instituição que possui todas as dependências próprias desse tipo 
de ambiente, tais como salas de aula, laboratórios, quadras de esportes, 
biblioteca, pátio, cantina, refeitório e outros. 
Se a educação formal é o espaço escolar, podemos inferir que o espaço não 
formal é o espaço não escolar. O espaço não formal de educação também 
é regulamentado pela Lei de Diretrizes da Educação Nacional.
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Como exemplo de possibilidade de 
formação para atuação em diversos 
espaços, podemos citar o Curso de 
Pedagogia a Distância do CEAD UDESC 
que oferece uma formação para que o 
futuro professor construa competências 
e atue em espaços formais e não formais 
de educação. Ou seja, o aluno recebe 
uma formação teórico-prática para que, 
como profissional da educação, tenha 
condições de atuar em diferentes setores 
da atividade educativa: instituições de 
ensino; secretarias de educação, nos níveis 
central e intermediários; nas áreas de 
políticas públicas, planejamento, pesquisa, 
administração; e em organizações que desenvolvam processos educativos 
formais e não formais, presenciais e a distância, além de incentivar e 
preparar o profissional para o uso das tecnologias de informação aplicadas 
aos processos de ensino e de aprendizagem.
As classes hospitalares, por exemplo, são consideradas um espaço não 
formal. Acompanhe o contexto:
Há um amparo legal para constituição destes dos espaços não formais 
de educação, conforme o expresso na Carta Magna que rege o Brasil, a 
Constituição Federal de 1988, no Título VIII – Da Ordem Social, Capítulo III 
– Da Educação, da Cultura e do Desporto, Seção I, artigo 205: “a educação é 
direito de todos e dever do Estado e da família (...)”.
Entretanto, somente na década de 90 foram criadas leis específicas para a 
classe hospitalar que até então eram regidas pela Constituição Federal e 
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96. Dentre as 
Leis específicas podemos citar o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 
outubro de 1990, em especial do capítulo 9 que trata do direito à Educação, 
seguida pela Lei dos Direitos da Criança e dos Adolescentes Hospitalizados, 
com a Resolução No. 41 de 13 de outubro de 1995, que em síntese diz ter 
“direito ao atendimento escolar os alunos do ensino básico internados 
em hospital, em sérvios ambulatoriais de atenção integral à saúde ou em 
domicilio; alunos que estão impossibilitados de frequentar a sua escola por 
razões de proteção à saúde ou segurança abrigados em casas de apoio, 
casas de passagem, casas-lar e residências terapêuticas.
Figura 1.3 – Espaço formal de educação
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Podemos citar ainda como espaços 
de educação não formal as atividades 
educativas realizadas em ONGs, Museus, 
Zoológicos – espaços onde acontecem aulas 
de história e ciências, por exemplo. Ali, há 
um espaço de formação, porém não é um 
espaço convencional, com sala biblioteca, 
quadro e giz, refeitório etc..
Onde queremos chegar com isso?
Queremos salientar a importância do 
ato de planejar as atividades humanas 
socioeducativas que nestes espaços também 
exigem planejamento porque possuem 
finalidades educativas intencionais. Nesse 
sentido, é importante dizer que o planejamento deverá variar de acordo 
com cada contexto e objetivo do projeto educativo. 
Considere tudo o que foi estudado até aqui, assim verificará que alguns 
elementos são essenciais ao planejamento, como é o caso do objeto 
do projeto educativo que inclui: título, conteúdo ou tópico, objetivos, 
estratégias/procedimentos, recursos, cronograma e critérios de avaliação. 
A seguir, você encontra quais são os níveis de planejamento e sugestões de 
planejamento em contextos diversos.
Seção 3 – Níveis de planejamento, os elementos 
 constitutivos e as diversas formas de organizar 
 a intervenção pedagógica 
Objetivo de aprendizagem
 » Conhecer os níveis de planejamento e analisá-los no âmbito da sua 
aplicação no seu respectivo contexto.
Figura 1.4 – Espaço não formal de 
educação
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A escola, incluída em uma política educacional pensada para atender às 
necessidades da sociedade, precisa estar articulada na ordem das exigências 
do homem/mundo, independentemente de como se vai caracterizar como 
valor, no que se refere aos papéis que cada um/grupo desempenha em seu 
contexto. Ela se justifica como escola (lugar de apropriações) se oportunizar 
a construção de conhecimento e cidadania e ampliação de oportunidades.
A metodologia, prevista no planejamento deve considerar alguns 
elementos essenciais: a relação conteúdo/forma, sujeito/objeto, professor/
aluno, ensino/aprendizagem, garantindo a especificidade que cada 
elemento possui. 
Portanto, “planejar a prática é algo mais amplo que atender aos objetivos 
e conteúdos do currículo, porque supõe preparar condições de seu 
desenvolvimento, uma vez que também se atende a este”. (SACRISTÀN, 
2000, p. 282). 
Pensar sobre a metodologia de ensino e a elaboração dos projetos escolares 
como forma de promover uma educação com vistas ao desenvolvimento 
integral do aluno, e consequentemente da sociedade, requer compromisso 
e reflexão, sobretudo da relação teoria/prática. 
Nesse sentido, é de extrema importância que você conheça os níveis 
de planejamento. O planejamento pode ser caracterizado por diversos 
níveis, de acordo com sua abrangência e finalidade. Não existem políticas 
educacionais, educativas ou pedagógicas que tenham algum objetivo em 
si mesmo ou que prescindam de planejamento. 
Veja a seguir quais são os níveis de planejamento: 
1. Planejamento educacional
O planejamento educacional envolve um conjunto de setores e 
instituições, e está ligado diretamente ao atendimento de metas sociais 
e ao projeto de um país e envolve políticas públicas, planos estratégicos e 
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definição de ofertas e abrangência da educação e sua finalidade. Segundo 
Vasconcellos (1995, p. 53), “o planejamento do Sistema de Educação é o 
de maior abrangência (entre os níveis do planejamento na educação 
escolar), correspondendo ao planejamento que é feito em nível nacional, 
estadual e municipal”, incorporando as políticas educacionais. Este nível 
de planejamento agregae prevê planos de todas as ordens e âmbitos – do 
pedagógico às diretrizes políticas, curriculares e normativas.
2. Planejamento curricular
O planejamento curricular além de orientar a ação educativa na escola, 
estabelece as diretrizes para a elaboração dos projetos voltados à educação 
em diversos espaços educativos, instituição jurídica (pública e privada, 
confessional ou laica) e modalidades (presencial e a distância). Pode ser 
entendido como um “processo de tomada de decisões sobre a dinâmica 
da ação escolar. Portanto, essa modalidade de planejar constitui um 
instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a preocupação é 
com a proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola deve 
oferecer ao estudante, através dos diversos componentes curriculares”. 
(VASCONCELOS, 1995, p. 56). Digamos que é a forma como o “organismo 
disciplinar” é estruturado de modo a desenvolver os conteúdos, conceitos 
e com o respectivo modelo pedagógico. 
Para entender melhor este assunto, sugiro que você consulte a Lei de Diretrizes 
Curriculares - LEI 9394/96 em seu artigo, que diz:
Art. 27 - Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as 
seguintes diretrizes:
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos 
cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática;
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada 
estabelecimento;
III - orientação para o trabalho;
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-
formais.
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3. Planejamento escolar
Planejamento escolar é o planejamento global da escola, envolvendo o 
processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento 
e a proposta pedagógica da instituição. “É um processo de racionalização, 
organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade 
escolar e a problemática do contexto social”. (LIBÂNEO, 1992, p. 221). No 
planejamento escolar podemos incluir o PPP da escola. 
O planejamento do ano letivo, por exemplo, constitui um momento 
privilegiado para a reflexão coletiva sobre as ações no interior da escola 
e de integração da equipe de trabalho. Ele dá um suporte à elaboração, 
ao desenvolvimento e à avaliação de planos de ensino e ao preparo de 
aulas. Traduz-se em uma atitude ou instrumentos a vivência do trabalho 
pedagógico, possibilitando ou antecipando possibilidades para a 
construção de projeto educacional.
4. Planejamento de ensino
Planejamento de ensino é o processo de decisão sobre atuação concreta 
dos professores no cotidiano de seu trabalho pedagógico. Envolvem 
as ações e situações em constantes interações entre professor e alunos 
e entre os próprios alunos. (PADILHA, 2001). Esse nível de planejamento 
trata da estruturação/organização das atividades do professor em relação 
ao ensino e ao que se espera da aprendizagem do aluno. É a elaboração 
intencional de estratégias que atuam no contexto das situações de ensino-
aprendizagem. No planejamento de ensino, podemos destacar: o plano de 
curso e o plano de aula.
 » Plano de curso: é a organização de um conjunto de disciplinas e 
suas especificidades que serão desenvolvidas, em dada instituição 
educacional, durante o período de duração de um determinado 
curso. Segundo Vasconcellos (1995, p. 117), esse tipo de plano é a 
“sistematização da proposta geral de trabalho do professor naquela 
determinada disciplina ou área de estudo, numa dada realidade”. 
 » Plano de ensino: o plano de ensino prevê um “plano da aula” 
específico. O plano de aula surge a partir da organização do plano 
de curso ou do projeto pedagógico a ser desenvolvido com o 
grupo de alunos. Ele operacionaliza a ação pedagógica e escolar, 
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em que o professor prevê todos os elementos que são essenciais, 
tais como objetivos, metodologia, recursos estratégias, critérios 
de avaliação e cronograma de execução. Estas ações, nas escolas, 
podem ser desenvolvidas por meio de várias modalidades de 
intervenção pedagógica, dependendo da proposta da escola, que 
por sua vez dependerá da concepção de educação prevista no 
projeto político pedagógico. 
No seu plano de ensino, o professor irá definir a forma de 
organização do trabalho pedagógico, que veremos mais adiante. 
O plano de ensino é diferente de projeto de ensino ou projeto de trabalho. 
Pensando nesta diferença é importante saber elaborar um plano de ensino 
de disciplina. Neste sentido, é importante salientar que não existe um 
modelo único de plano de ensino de uma disciplina ou de um nível-escola. 
Você pode verificar o plano de ensino das disciplinas que está cursando. 
A instituição que você escolheu para fazer a sua formação adota um 
único modelo, porém note que cada disciplina tem suas especificidades, 
sua metodologia, recursos muitas vezes diferentes, assim como critérios 
de avaliação específicos para cada plano de ensino da disciplina a ser 
desenvolvida. 
Veja a seguir um exemplo:
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Instituição (inserir o nome da Escola)
Identificação da disciplina ou módulo/eixo (se for ensino sob esse modelo)
Pode ser que uma escola opte trabalhar por eixos temáticos ou por módulos e não por disciplina, então, identificar a unidade de estudo.
Nome do(s) professor(es) (nome dos docentes que irão desenvolver o plano)
Ementa/tópicos
De igual preenchimento, seja por disciplina ou por eixo, inserir os tópicos de estudos ou campos conceituais a atingir.
Conteúdos
Os conteúdos são as seleções que o professor faz acerca do tema proposto que inclui também hábitos, atitudes, valores e convicções. 
Quais são os conteúdos de ensino? Quais os saberes fundamentais? O professor deverá considerar critérios na seleção dos conteúdos 
como: validade, relevância, interdisciplinaridade, articulação com outras áreas, cientificidade, adequação. Além do conhecimento da 
ciência, o professor, por exercer uma função formadora, deve inserir outros conteúdos: socialização, valores, solidariedade, respeito, 
ética, política, cooperação, cidadania etc.
Objetivo geral
Os objetivos devem ser elaborados na perspectiva da construção de conceitos, habilidades e competência: cognitivas, sociais, 
atitudinais e procedimentais. Há níveis e parâmetros diferenciados de objetivos: objetivo geral, deve ser formulado no sentido de 
alcance a longo prazo, está ligado à finalidade desse estudo, o que se quer alcançar com o desenvolvimento desse estudo. Vale 
lembrar, aqui, que os objetivos devem estar colocados em relação à aprendizagem do aluno, o que se quer que ele alcance com o 
estudo. Portanto, o objetivo “mostrar ao aluno como funciona um computador”, por exemplo, não é um objetivo de aprendizagem, 
e sim o que o professor precisa fazer para que o aluno entenda quais os componentes de um computador.
Objetivos específicos
Os objetivos específicos são relativos também ao que o aluno vai aprender, se o geral apresenta quais competências o aluno precisa 
ter ao final desse estudo, os específicos detalharão quais os conteúdos ou conceitos este aluno precisará construir para chegar lá, por 
exemplo: “identificar as finalidades de um processador e quais as suas capacidades físicas em relação ao armazenamento”.
Justificativa de desenvolvimento
Descrever a relevância desta disciplina ou eixo no processo de estudo, no conjunto do currículo ou diante do ser em formação (a 
relevância para o aluno e para o conjunto de estudos que ele vai desenvolver).
Metodologia
Descrever que tipo de metodologia o professor vai usar para desenvolver o estudo desta disciplina ou eixo. Apontar quais os recursos 
e procedimentos a serem utilizados. O método de ensino é o caminho que o professor utilizará para desenvolver suas atividades de 
ensino-aprendizagem. As técnicas referem-se à operacionalização do método, ou seja, que instrumentos o professor utilizará parachegar ao “ponto desejado”, as técnicas vão ajudá-lo. Esses recursos são selecionados para promover a aprendizagem do aluno.
Sistema de avaliação (incluindo critérios)
Descrever sob qual sistema o aluno está sendo avaliado. Se possível, descrever as regras e o que ele terá que cumprir para ser 
aprovado. (O sistema de avaliação é igual para todos os alunos, o que difere são os critérios, portanto, incluir também os critérios 
com relação a esse estudo). O que será avaliado, o que será observado, o que tem o mesmo valor etc.
Referências
Sempre colocar algumas referências para que o aluno possa saber sob quais teóricos o conhecimento está sendo desenvolvido. Em 
se tratando de níveis educacionais, como educação infantil, também é importante colocar sob quais premissas a professora trabalha.
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Perceba que o professor deve ter clareza que as fases, os passos, as etapas, 
as escolhas metodológicas e a forma de executá-lo implicam posturas e 
ações diversificadas, que o professor precisa selecionar previamente para 
utilizá-las em sua aula, em um processo de avaliação constante.
Assim, é interessante considerar que “o planejamento deve servir para 
pensar a prática antes de realizá-la”, conforme afirma Sacristàn (2000, 
p. 297), e neste “projetar reflexivo” existem elementos fundamentais a 
serem considerados, que devem ser coerentes com a intencionalidade 
que se propõe organizar. Precisa apresentar de forma clara e devidamente 
configurado o contexto do ensino – que se guia por uma estrutura: 
pedagógica da matéria a ser ensinada, pelos critérios filosóficos, psicológicos 
e epistemológicos que irão justificar os conteúdos selecionados e a 
metodologia adotada, considerando sempre o contexto de interesses dos 
alunos, recursos disponíveis e limitações existentes.
Possibilidade de organização da prática na instituição educativa: 
várias formas de planejar
No que diz respeito ao planejamento macro, podemos dizer que existem 
várias formas de “organizar o ensino”. A Lei de Diretrizes da Educação 
nacional, a lei 9394/96 apresenta várias possibilidades. Com base nisso, 
existem várias alternativas para a “organização do currículo na escola”. 
De acordo com as opções e com a filosofia educativa da instituição, 
formal ou não, é preciso definir a organização do projeto pedagógico. A 
partir daí, o planejamento de ensino define a metodologia, o tempo, as 
atividades, os critérios de avaliação para realizar a atividade pedagógica, 
independentemente ou com base no espaço e contexto.
A seguir, você terá a oportunidade de conhecer algumas formas de 
organização do trabalho escolar e de planejar um projeto ou aula. Você, 
como aluno em formação e futuro professor, deverá selecionar as formas 
de planejamento de acordo com o projeto da escola (PPP). 
Sem nos determos a uma cronologia histórica, apresentamos algumas 
opções didáticas para de planejamento para utilização nos espaços formais 
e não formais.
Consideramos interessante refletir sobre as situações, o que possibilita 
fazer análises e críticas. Não apresentamos métodos, especificamente, mas 
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possibilidades em que a pesquisa, a colaboração, a mediação e o caráter 
político-social e emancipador estão em destaque.
Organização do ensino e intervenção pedagógica: temas geradores
Esta opção cabe muito bem se a proposta de educação for pensada por 
currículos modulados ou por competências. A modulação pode se 
apresentar como uma proposta diferenciada diante do conhecimento. 
Diferente se o conteúdo estiver organizado por disciplinas, assim como são 
a maioria das propostas educativas nas escolas brasileiras, com raras 
exceções. O módulo pode ser desenvolvido com um tema gerador.
A adoção de um currículo modulado exige mudanças de paradigmas, 
principalmente quanto à postura do professor, que deverá ter uma 
atitude de mediador e líder de equipes, que, em conjunto com os alunos 
e outros professores, construirão o conhecimento de forma integrada, 
interdisciplinar ou multidisciplinar.
Esta proposta de ensino sugere o aluno como um sujeito ativo, agente 
na construção do seu conhecimento, propõe claramente o que se espera 
dele e o que o aluno espera da instituição, sugere organização da escola 
e dos planejamentos com propostas educativas que incorporem aspectos 
fundamentais das disciplinas por meio da visão de focos mais abrangentes 
do conhecimento e não disciplinares.
De maneira esquemática, podemos dizer que o “Método Paulo Freire” está 
dentro do que seria o trabalho por temas geradores, que levam a construir 
competências gerais, em que as disciplinas se entrelaçam, construindo 
um conjunto. 
O trabalho por temas geradores, cujo expoente é Paulo Freire, consiste de 
três momentos dialéticos e interdisciplinarmente entrelaçados:
1. A investigação temática pela qual aluno e professor buscam, no 
universo vocabular do aluno e da sociedade em que ele vive, as palavras 
e temas centrais de sua biografia, ou do contexto.
2. A tematização (temas) que sugere as codificações e decodificações as 
quais os alunos estão submetidos; estes buscam, através dos temas, o 
significado social que gera uma consciência crítica do mundo vivido.
 
É bom lembrar que o currí-
culo por módulo também 
pode ser desenvolvido de 
forma linear e tradicio-
nal, se não houver uma 
postura política e crítica 
envolvida.
 
As competências, en-
quanto ações e operações 
mentais, articulam os 
conhecimentos, o “saber”, 
as habilidades, o “saber fa-
zer” elaborado cognitiva-
mente e socioafetivamen-
te, os valores e as atitudes 
da ordem do “saber ser” 
e do “saber conviver”. 
(DELORS, 2000) 
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3. A problematização na qual os alunos buscam superar uma visão 
primária e de senso comum, construindo uma visão crítica. Esta surge 
da transformação do contexto vivido – na valorização do cotidiano de 
cada aluno.
Dada essa interdisciplinaridade, a obra de Paulo Freire pode ser vista como 
referência na construção de uma visão contextualizada de mundo e que 
parte da realidade da sociedade em que os homens vivem e não de fora 
dela – ali, está incluída a dimensão política e ideológica do conhecimento, 
da educação e do mundo. 
Portanto, trabalhar com temas geradores não é trabalhar com um método, 
mas com uma proposta político-pedagógica, voltada à emancipação do 
sujeito ativo na sociedade em que vive. 
Sugiro que você pesquise sobre o assunto e faça uma leitura crítica do 
trabalho educativo por temas geradores. Verifique se existem muitas 
escolas trabalhando com esta proposta e se esta proposta prevalece mais 
no espaço formal ou não formal de educação.
Organização do ensino e intervenção pedagógica: projetos de 
trabalho 
A organização do currículo por projetos de trabalho implica uma postura 
curiosa e interdisciplinar, além de uma atualização constante, tanto do 
professor, quanto do aluno. Em entrevista à revista Nova Escola, ed. 154/
agosto de 2002, Fernando Hernandez diz o seguinte:
O modelo propõe que o docente abandone o papel de 
“transmissor de conteúdos” para se transformar num 
pesquisador. O aluno, por sua vez, passa de receptor passivo 
a sujeito do processo. É importante entender que não há um 
método a seguir, mas uma série de condições a respeitar. (p. 
18-25). 
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Não há um método fixo a seguir. O professor precisa abandonar a postura 
de dono do saber ou transmissor de conhecimento, como dizia Paulo 
Freire (2002) da educação bancária - o aluno deve ser “ensinado” a ter uma 
postura de “atividade” e agente do processo. 
Figura 1.5 – Projetos de Trabalho
Etapas de um projeto de trabalho
Com base nos princípios apresentados por Fernando Hernández (2002) 
apontamos como possíveis etapas:
1. Escolha do tema: para desencadear a problematização (problema) e/
ou para iniciaruma investigação. Pode partir de uma inquietação dos 
alunos, sugerida por eles ou pode ser uma sugestão do professor. Basta 
que se tenha “uma questão inicial” e se vá em busca de variáveis para 
o desenvolvimento. A partir daí, é importante trabalhar as maneiras de 
olhar o mundo, que são diversas. Mas não interessa só localizá-las, e sim 
entender o significado delas. O resultado é que se constrói uma situação 
de aprendizagem em que os próprios estudantes começam a participar 
do processo de criação, pois buscam resposta as suas dúvidas. 
2. Defina etapas: planejar e organizar as ações para o desenvolvimento do 
tema - divisão dos grupos, definição dos assuntos a serem pesquisados, 
procedimentos e delimitação do tempo de duração, realizar o 
tratamento das informações.
3. Socialize periodicamente: os resultados obtidos nas investigações 
(identificação de conhecimentos construídos) e discussões de estudo 
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devem ser sistematicamente socializados em forma de atividades com 
os alunos.
4. Defina os critérios de avaliação: estabelecer com o grupo os critérios 
de avaliação. Avaliar cada etapa do trabalho, realizando os ajustes 
necessários. O portfólio é uma técnica que tem sido usada e é uma 
importante estratégia de aprendizagem e feedback. 
5. Finalize o projeto: propondo uma produção final, como elaboração 
de um livro, apresentação de um vídeo, uma cena de teatro ou uma 
exposição que dê visibilidade a todo processo vivenciado e possa 
servir de foco para outro projeto educativo. E novas perspectivas para 
trabalho futuro – outras perguntas para futuros trabalhos.
Em síntese, o projeto se organiza observando a seguinte estrutura.
Tema ou problema 
O que se vai pesquisar, estudar ou desenvolver com os alunos?
Questões ou hipóteses 
O que sabemos sobre o assunto? O que os alunos levantam sobre a 
temática? Quais são as principais curiosidades para que se possa iniciar o 
estudo?
Fontes de informação 
Onde buscar as informações e fontes para desenvolver o tema – que 
estratégias vamos usar? 
Critérios de ordenação e de interpretação das fontes 
Como vamos tratar os dados coletados? O que vamos fazer com o que 
vamos coletando?
Relações com outros problemas 
Que relações ainda são possíveis de ser feitas? 
Avaliação 
Como será a avaliação do processo junto com o aluno? O que vou avaliar 
no decorrer das atividades?
Conexão com novo tema ou problema 
Há possibilidade de emendar outro projeto? Isto vai acontecer 
naturalmente? 
Produto final 
O que fazer com o resultado ao longo dos estudos e pesquisas?
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Para Hernandez (2002, p.18-25) “O projeto avança à medida que as 
perguntas são respondidas e o ideal é fazer anotações para comparar erros 
e acertos — isso vale para alunos e professores porque facilita a tomada 
de decisões”. Todo o trabalho deve estar alicerçado nos conteúdos pré-
definidos pela escola e pode (ou não) ser interdisciplinar. Antes, defina os 
problemas a resolver. Depois, escolha a(s) disciplina(s). Nunca o inverso. A 
conclusão pode ser uma exposição, um relatório ou qualquer outra forma 
de expressão. 
Assim, de tudo o que foi abordado, é fundamental que você compreenda 
que existem muitas maneiras de planejar o ensino e a aprendizagem. 
É interessante que o professor proporcione diversas alternativas de 
organização das situações de aprendizagem - aulas expositivas, seminários, 
trabalho em grupos e individualmente, uso de tecnologias, criação de 
mídias e ferramentas, como blog, fóruns, ou seja, proporcionar o estudo 
sob diferentes situações com atividades diversificadas. 
É importante lembrar, no entanto, que muitas formas de ensino e de 
conceber o currículo afastam os alunos do mundo real. Segundo Hernandez 
(2002, p. 18-25), 
Há muitas maneiras de garantir a aprendizagem. Os projetos 
são apenas uma delas. É bom e é necessário que os estudantes 
tenham aulas expositivas, participem de seminários, trabalhem 
em grupos e individualmente, ou seja, estudem em diferentes 
situações. 
É preciso planejar e implementar propostas que promovam aproximação 
do aluno com o mundo, acolhendo, no interior dos projetos, suas 
necessidades; certamente, os resultados do professor serão melhores. 
Síntese do capítulo
 » Neste capítulo, você teve oportunidade de conhecer aspectos 
relacionados ao planejamento: o que dá a base para se pensar no 
planejamento.
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 » Conheceu os pressupostos da construção do planejamento e seus 
elementos essenciais.
 » Conheceu os níveis de planejamento e suas respectivas 
aplicabilidades e o que significam no contexto do sistema, do 
ensino e da aula.
 » Verificou a importância de planejar todos os momentos da prática 
educativa – nos espaços formais e não formais da educação. 
Sobre este assunto ampliou os conhecimentos acerca destas duas 
dimensões da educação.
 » Pode aprender um pouco mais sobre o processo de 
planejamento, a postura do professor diante da atividade 
de ensinar e as possibilidades de intervenção e organização 
pedagógica.
Você pode anotar a síntese do seu processo de estudo nas linhas a seguir:
 
Atividades de aprendizagem
1. Você estudou que a organização da atividade pedagógica pressupõe 
uma prática sistêmica de organização do trabalho pedagógico. Estudou 
também que o planejamento pode ser entendido como um roteiro 
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metodológico, definido por fases que determinam ações para que 
haja a coerência entre o ensinar e o aprender. Fale da importância do 
planejamento na escola e escreva quais os momentos de elaboração de 
um planejamento. Caracterize-os.
2. Você estudou neste capítulo que “o planejamento deve servir para 
pensar a prática antes de realizá-la” (SACRISTÀN, 2000, p. 297). Também 
estudou que o planejamento é importante em todos os contextos 
da educação – nos espaços formais e não formais. Com o apoio da 
tecnologia (por meio da pesquisa na internet) ou no uso das mídias 
que você tem disponíveis elabore um plano de ensino, fazendo a opção 
por um “modelo de planejamento”. A seguir faça uma análise crítica da 
opção que você fez.
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Aprenda mais...
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto sugerimos a leitura de dois 
livros, um por possibilitar uma leitura crítica da educação e seus determinantes e 
o segundo sobre o planejamento e seus pressupostos teóricos e práticos. São eles: 
SACRISTÁN, J. G. Poderes instáveis em educação. Porto Alegre: Artes 
Médicas.
GANDIN, D. Planejamento como prática educativa. 7.ed. São Paulo:
Loyola, 1994.
Sugestão de filme: 
 » Onde fica a casa do meu amigo (Irã, 1987)
Este filme nos permite compreender que o 
mundo dos adultos e o das crianças é diferente 
e que a escola muitas vezes define suas políticas 
educativas sem conhecer os seus alunos. As 
exigências dessa escola e a forma como organiza 
suas propostas, não raro, estão na contramão 
das perspectivas e necessidades dos seus alunos 
e age arbitrariamente, sem considerar todos os 
sujeitos do processo.
Sinopse: ao fazer o seu dever de casa, Ahmad descobre que pegou o caderno 
do seu amigo por engano. Sabendo que o professor exige que as tarefas sejam 
feitas no caderno, ele vai à vila vizinha com o intuito de encontrar o amigo e 
então devolver o caderno. Ahmad não consegue encontrar seu amigo, pois não 
sabe onde ele mora. Ele decide, então, voltar para casa e fazer a lição do seu 
amigo. Duração: 90min. Direção de Abbas Kiarostami. 
Figura 1.6 - Onde fica a casa do 
meu amigo
CAPÍTULO 2
Projeto Político-Pedagógico: uma Ação
Educativa Necessária à Realidade
Nesse capítulo, você será convidado a refletir sobre a 
importância do Projeto Político-Pedagógico como instrumento 
teórico-metodológico, bem como compreender seu significado,e a relação que se estabelece com a escola. Você verá também 
aspectos que definem e caracterizam um projeto, bem como 
conhecer as possibilidades de se estruturar um PPP.
Vanessa de Almeida Maciel
CAPÍTULO 2
Compreender a importância e a finalidade do Projeto Político-
Pedagógico no contexto educacional a partir de um processo 
que é coletivo, reflexivo e dinâmico.
Objetivo geral de aprendizagem
Seções de estudo
Seção 1 – Planejar a ação: a escola como projeto
Seção 2 – Projeto Político-Pedagógico: princípios, 
 finalidade e construção
Projeto Político-Pedagógico: uma Ação
Educativa Necessária à Realidade
Iniciando o estudo do capítulo
Neste capítulo, você verá como o Projeto Político-Pedagógico é importante 
para o incentivo a uma aprendizagem motivadora e permeada por desafios. 
Neste sentido, poderá compreender que sua eficácia enquanto ferramenta 
norteadora de todas as ações de uma instituição educacional demandará 
de uma mobilização de grande equipe, composta por diretor, professores, 
técnicos, funcionários, pais, alunos e membros da comunidade. 
Você verá também como o Projeto Político-Pedagógico contribui para a 
organização do trabalho pedagógico como um todo, ajudando a construir 
a unidade no processo de ensino-aprendizagem.
O nosso objetivo é que, a partir do estudo deste capítulo, você se sinta 
estimulado a pensar sobre o Projeto Político-Pedagógico da sua escola no 
sentido de transformar a sua realidade escolar.
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Seção 1 – Planejar a ação: a escola como um projeto
Objetivos de aprendizagem
 » Conhecer as principais definições que envolvem o conceito de 
Projeto Político-Pedagógico.
 » Compreender a importância do Projeto Político-Pedagógico nas 
ações norteadoras da unidade escolar.
Atualmente fala-se muito em planejamento, isto porque esta é uma 
necessidade em todos os campos da atividade humana, considerando 
que, quanto mais complexos os problemas, maior é a necessidade de 
planejamento. Portanto, se qualquer atividade exige planejamento, a 
educação não foge à regra, pois o planejamento escolar faz parte deste 
contexto de organização do ensino didático-pedagógico. 
É importante você compreender que independente do nível (infantil, 
fundamental, ensino médio ou superior) a educação sempre precisa ser 
planejada e nunca improvisada. 
A escola se relaciona com a sociedade através da definição de suas funções 
(o papel que ela cumpre) – sua dimensão política e a realização destas 
finalidades - sua dimensão pedagógica, envolvendo as diversas dimensões 
do currículo. Além disso, a escola funciona em diferentes âmbitos, sobretudo 
o administrativo, o financeiro e o pedagógico. 
Para entender melhor sobre o papel do Projeto Político- Pedagógico 
é importante pensar em como construir uma escola que atenda às 
necessidades sociais, não é mesmo?
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Isto nos sugere pensar a escola como um projeto, no qual se definem 
finalidades, metas, princípios e uma maneira de gerenciar todos estes 
elementos. Este é o objetivo do Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola.
Para a construção de um projeto eficiente é importante a participação de 
todos os envolvidos, no sentido de apontar um diagnóstico da situação 
atual da escola, assim como a definição de novos objetivos. Sendo assim, 
cada escola deve elaborar sua proposta pedagógica com a participação de 
todos aqueles que, direta ou indiretamente, estão ligados à dinâmica do 
processo educativo: diretor, orientador educacional, professores, alunos e 
comunidade escolar, conforme indicado na figura a seguir:
Alunos
Projeto
Pedagógico
Professores Administração
Comunidade
Figura 2.1 – Projeto Pedagógico
O Projeto Político-Pedagógico é um processo contínuo, nasce do coletivo, 
se renova, se refaz, se movimenta. Veiga afirma que,
[...] pensar o projeto político-pedagógico de uma escola é pensar a 
escola no conjunto e a sua função social. Se essa reflexão a respeito 
da escola for realizada de forma participativa por todas as pessoas 
nela envolvidas, certamente possibilitará a construção de um projeto 
de escola consistente e possível. (VEIGA, 2010b, p. 57).
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O que o autor está nos dizendo é que, para dar início ao processo de 
construção do Projeto Político-Pedagógico, é fundamental sensibilizar e 
comprometer o grupo, a escola e toda comunidade, fazendo-os perceber 
a necessidade do empenho e dedicação de todos os envolvidos no 
processo, para que, de fato, se concretize. Tal construção não deve ocorrer 
simplesmente porque é uma exigência legal, mas, por constituir-se no 
instrumento que norteia as ações da escola para a promoção da cidadania 
e, por consequência, para a promoção das mudanças sociais.
Até agora abordamos a importância do Projeto Político-Pedagógico e 
de todos os envolvidos, mas você já parou para pensar sobre o que ele 
representa e sobre qual o seu real significado?
Vamos, nesse momento, buscar entender melhor o que significa Projeto 
Político-Pedagógico para então compreender a sua importância na prática 
educativa. Para isso, apresentamos a definição de Veiga (2010a, p. 12), “No 
sentido etimológico, o termo projeto vem do latim projectu, particípio 
passado do verbo projicere, que significa lançar para diante. Plano, intento, 
desígnio”.
Pensando em todas as dimensões do termo, podemos dizer que: 
 » O termo Projeto busca um norte, um rumo, uma direção. E se 
traduz numa ação intencional, num compromisso que é assumido 
e definido coletivamente. (VEIGA, 2010a).
 » Já o termo Político se traduz no sentido de que toda a ação 
pedagógica é também política. E, segundo Vasconcellos (2009, 
p.20), “Ser político significa tomar posição nos conflitos presentes 
na Polis; significa, sobretudo, a busca do bem comum. Não deve 
ser entendido no sentido estrito de uma doutrina ou partido”. Ou 
seja, é político porque se faz necessário o compromisso de formar 
o cidadão para um tipo de sociedade.
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 » O termo Pedagógico, “no sentido de definir as ações educativas 
e as características necessárias às escolas de cumprirem seus 
propósitos e sua intencionalidade.” (VEIGA, 2010a, p. 13). 
Contudo, esta intencionalidade está intimamente articulada ao 
compromisso de formar o cidadão participativo, responsável, 
compromissado, crítico e criativo. Está ligado diretamente à 
identidade da escola, às suas finalidades, aos seus objetivos, à sua 
missão como um todo.
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
Projeto: É uma ação intencional de�nido
coletivamente.
Pedagógico: A construção e sistematização
do conhecimento e dos saberes se viabilizam
através da ação pedagógica.
Projeto: Educar é um ato político.
 
Figura 2.2 – Projeto Político Pedagógico
Perceba que o âmbito Político e Pedagógico estão interligados e têm 
uma significação indissociável. Podemos considerar o projeto político-
pedagógico, então, “como um processo permanente de reflexão e discussão 
dos problemas da escola, na busca de alternativas viáveis à efetivação de 
sua intencionalidade”. (VEIGA, 2010a, p. 13).
Podemos dizer que o PPP passa a ser entendido como a própria organização 
do trabalho pedagógico da escola como um todo.
O plano da escola é o plano pedagógico e administrativo da unidade 
escolar, onde se explicita a concepção pedagógica do corpo 
docente, as bases teórico-metodológicas da organização didática, 
a contextualização social, econômica, política e cultural da escola, a 
caracterização da clientela escolar, os objetivos educacionais gerais, 
a estrutura curricular, diretrizes metodológicas gerais, o sistema 
de avaliação do plano, a estrutura organizacional e administrativa. 
(LIBÂNEO, 1994, p. 230).
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O projeto político-pedagógico caracteriza-se por ser um documento

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