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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Gestão da Demanda e dos Estoques Gestão de Estoques Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Rogério Monteiro Prof. Esp. Clovis Cabrera Revisão Textual: Prof.ª Me. Luciene Santos Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução à Gestão de Estoques; • Técnicas de Gestão de Estoques; • Lote Econômico de Compra (LEC); • Estoque de Segurança; • Cenário de Variação do Lead Time. Fonte: iStock/Getty Im ages Objetivos • Entender a importância dos estoques nas empresas; • Conhecer os procedimentos para gerenciar os estoques convencionais e os estoques de segurança; • Abordar o conceito de gestão de estoque, as técnicas de controle em gestão de estoques, bem como o dimensionamento de estoques de segurança; • Entender os aspectos relevantes da gestão de estoques e sua influência nas operações das organizações. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Gestão de Estoques UNIDADE Gestão de Estoques Introdução à Gestão de Estoques Esta unidade apresenta aspectos da gestão de estoques. Começaremos definindo estoques e gestão de estoques: • Estoques: são acumulações de matérias-primas, suprimentos, componentes, ma- teriais em processo e produtos acabados que surgem em numerosos pontos do canal de produção e logística das empresas (BALLOU, 2011). • Gestão de estoques: refere-se ao ato de gerenciar os estoques da empresa, de modo a atender às demandas internas e externas, minimizando o capital inves- tido em estoques. Estoques estão presentes nas diversas fases de produção de um produto. Apesar de estarem fortemente relacionados à manufatura de bens, estão também presentes na pro- dução de serviços, nesse caso, denominados bens facilitadores. Figuras 1 – Fábrica e salão de beleza Fonte: iStock / Getty Images Fábrica Cosméticos Xampus Estoques: • Xampus; • Produtos químicos; • Embalagens; • Rótulos/etiquetas. Bens facilitadores: • Xampus; • Condicionadores; • Produtos especí�cos. Salão de Beleza Figura 2 – Estoques em manufatura e serviços Fonte: Elaborada pelo professor conteudista 6 7 Como pode ser visto na Figura 2, as diversas atividades empresarias mantêm estoques de materiais. Cabe ressaltar que o segmento de manufatura de bens tem a possibilidade de estocar os produtos acabados de seu processo – xampu, por exemplo –, o que não é possível para o segmento de serviços – dado que serviços não podem ser estocados –, limitando-se apenas a estocar os bens que auxiliam na produção de cada serviço. Apesar de representar elevados custos para a empresa, a formação de estoques se justifica por inúmeras razões, entre as quais: • Evitar a interrupção dos processos de produção por falta de materiais; • Possibilitar o ganho de escala nos processos produtivos; • Acelerar a entrega de produtos aos clientes – pronta-entrega; • Precaver-se em relação aos aumentos de demanda; • Programar-se em relação aos prazos de entrega dos fornecedores – lead time; • Precaver-se em relação aos atrasos das entregas dos fornecedores; • Aproveitar oportunidades econômicas – preços promocionais de insumos; • Garantir elevados níveis de serviço aos clientes. Uma vez que identificamos diversas razões para formar e manter estoques, cabe reconhecer a importância de gerenciar tais estoques para que os respectivos custos não se tornem fatores proibitivos para a empresa. Nesse sentido, o próximo tópico apresentará um conjunto de técnicas capazes de auxiliar o gestor a tomar decisões sobre estoques, as quais contribuam para o bom andamento da empresa. Técnicas de Gestão de Estoques Neste tópico, serão apresentadas a curva ABC, o gráfico “dente de serra”, a curva custos de estoques e o lote econômico de compra. Curva ABC Conhecida também como gráfico de Pareto e curva 80-20, classifica os itens esto- cados em função do impacto desses para a empresa. Essa classificação permite a cons- trução de uma política de estocagem que minimiza o capital investido em estoques sem prejudicar os interesses de produção e vendas da empresa. Uma vez aplicada, a curva ABC considera que os itens estocados sejam classifica- dos como A, B e C, conforme os respectivos impactos nos custos da empresa. 7 UNIDADE Gestão de Estoques Tal classificação é apresentada na Figura 3: Figura 3 – Curva ABC Fonte: Elaborada pelo professor conteudista Por sua vez, o Quadro 1 apresenta as classificações da curva ABC, assim como as por- centagens e os respectivos impactos nos custos dos estoques: Quadro 1 – Curva ABC Classificação Porcentagem dos itens Impacto nos custos de estoque A 20% 80% B 30% 15% C 50% 5% Fonte: Elaborado pelo professor conteudista Com base nesse gráfico e no quadro, podemos identificar a necessidade de desen- volver políticas diferenciadas de estoques para cada classificação. Para tanto, lembre- mos do conceito de giro de estoque. Giro de estoque: refere-se ao número de vezes que o estoque é esgotado e reposto ao longo de um período – normalmente um ano. Tal conceito pressupõe que, quanto maior for o giro de estoque, menor será a quantidade de peças estocadas e, por con- sequência, menor será o recurso financeiro dispensado aos estoques ao longo de um ano. A seguir, veremos uma sugestão de política de estoques: Itens Classe A: Como pode ser visto na Figura 3, os itens classificados como “A” provocam impacto de 80% nos custos de estoque da empresa. Nesse sentido, cabe ao gestor definir um número elevado de reposição de estoque para os itens classe A. Na prática, a empresa deverá firmar um contrato de ressuprimento semanal – por exemplo – com seus forne- cedores de itens classe A. 8 9 Nesse caso, considerando que um ano é formado por 52 semanas, pode-se dizer que os itens classe A terão giro 52. Tais itens configuram-se como itens de alto valor monetá- rio e, portanto, devem ser regidos por uma política de frequente ressuprimento – similar ao just in time –, de modo que o estoque formado seja suficiente para suprir uma semana de produção. Just in Time: Trata-se de uma filosofia voltada para a gestão da produção e de materiais na empresa. O JIT apresenta um conjunto de metas que devem ser buscadas incansavel- mente tais como estoque zero, set-up zero, falha zero, desperdício zero. Como podemos observar, essas metas são inatingíveis, devendo os profissionais envolvidos buscarem a redução dos índices de estoques, set-up, falhas, entre outros, em um processo de me- lhoria contínua. Itens Classe B: Os itens classificados como “B” provocam impacto de 15% nos custos de estoque da empresa. Nesse sentido, cabe ao gestor definir um número intermediário de repo- sição de estoque para os itens classe B. Na prática, a empresa firmará um contrato de ressuprimento trimestral – por exemplo – com seus fornecedores de itens classe B. Nesse caso, considerando que um ano é formado por doze meses, pode-se dizer que os itens classe B terão giro 4 (12 meses/3 pedidos = 4 meses por pedido). Esses se configuram como itens de valor monetário moderado e, portanto,devem ser regidos por uma política de ressuprimento intermediário, de modo que o estoque formado seja suficiente para suprir três meses de produção. Itens Classe C: Os itens classificados como “C” provocam impacto de 5% nos custos de estoque da empresa. Nesse sentido, cabe ao gestor definir um número baixo de reposição de estoque para os itens classe C. Na prática, a empresa deverá firmar um contrato de ressuprimento semestral – por exemplo – com seus fornecedores de itens classe C. Nesse caso, considerando que um ano é formado por doze meses, pode-se dizer que os itens classe C deverão ter giro 2. Esses se configuram como itens de baixo valor mone- tário e, portanto, devem ser regidos por uma política de ressuprimento baixo – podendo utilizar a prática do leilão reverso –, de modo que o estoque formado seja suficiente para suprir seis meses de produção. Leilão reverso é o procedimento aplicado nas compras corporativas em que o forne- cedor que oferecer o menor preço ganha a concorrência. Para entender mais sobre as práticas do leilão reverso, pesquise outras fontes. Considere uma empresa montadora de motocicletas. Para cada classificação – A, B e C – identifique, pelo menos, três itens a serem estocados, calculando o giro e o tempo de ressuprimento. 9 UNIDADE Gestão de Estoques Gráfico “Dente de Serra”: Trata-se de um gráfico que apresenta os estoques da empresa ao longo do tempo, permitindo identificar o consumo, ou o acúmulo de estoque, conforme o tipo de em- presa estudada. Gráfico “Dente de Serra” do Fabricante: Neste caso, o estoque é formado ao longo do tempo e por meio do processo produ- tivo da empresa. Conforme o estoque atinge o nível máximo (EMax), o produto é enviado para o cliente, reduzindo, assim, o estoque para o valor mínimo. Figura 4 – Gráfi co “dente de serra” do fabricante Legenda: • Q = tamanho do lote (em unidades); • ES = estoque de segurança (em unidades); • EMax = estoque máximo (em unidades); • P = taxa de produção (em unidades mensais, unidades anuais, entre outros). Gráfico “Dente de Serra” do Varejista: Neste caso, o estoque é consumido ao longo do tempo e por meio das vendas de pro- dutos da empresa. Conforme o estoque atinge o nível mínimo (ES), ocorre o ressuprimen- to de produtos por parte do fornecedor, elevando o estoque para o nível máximo (EMax). 10 11 Figura 5 – Gráfi co “dente de serra” do varejista Legenda: • Q = tamanho do lote (em unidades); • ES = estoque de segurança (em unidades); • EMax = estoque máximo (em unidades); • P = taxa de produção (em unidades mensais, unidades anuais, entre outros). Cabe observar que, apesar de definirmos a Figura 5 como gráfico “dente de serra” do varejista, o referido gráfico também é utilizado em empresas manufatureiras que adquirem materiais de seus fornecedores para serem utilizados em seus processos de fabricação. Nesse caso, a demanda é interna, pois os materiais são consumidos na própria empresa. Em ambos os gráficos, podemos encontrar um conjunto de equações úteis para o cálculo dos estoques, as quais: • Estoque máximo: E Q ESmax = + • Estoque médio: E Q ES= + 2 • Intervalo entre entregas (IEE=Tempo): » IEE Q P = (válido para o fabricante); » IEE Q D = (válido para o varejista). 11 UNIDADE Gestão de Estoques Concentrando nossas atenções no gráfico “dente de serra” para o varejista, observamos uma nova equação que auxilia fortemente a gestão de estoque. Essa equação é denominada ponto de pedido – ou ponto de ressuprimento –, que é dada pela seguinte expressão: PP D LT ES= ⋅ ) +( Legenda: • D = demanda (em unidades por tempo, unidades mensais, unidades anuais, entre outros); • LT = lead time (dia, mês, ano); • ES = estoque de segurança (em unidades). O seguinte gráfico apresenta o ponto de pedido: Figura 6 – Gráfi co “dente de serra” com ponto de pedido Lead time é o intervalo entre a realização do pedido de peças ao fornecedor e o re- cebimento dessas peças. O período entre um pedido e outro é denominado Intervalo Entre Pedidos (IEP). Caso a demanda e o lead time sejam constantes ao longo do tempo – sistema ideal –, pode-se dizer que IEE é igual ao IEP. Exemplo 1: considere um varejista que identificou a demanda de 500 unidades mensais para um determinado produto de limpeza. Visando evitar a falta do produ- to, foi definido que 15 unidades corresponderiam ao estoque de segurança para o produto. Sabendo que o tempo de ressuprimento do fornecedor é de 9 dias corridos (1 mês = 30 dias), calcule o ponto de pedido para o produto. 12 13 Cálculo do lead time: LT = 9 30 LT mês= 0 3, Cálculo do ponto de pedido: PP D LT ES= ⋅( ) + PP = ⋅( ) +500 0 3 15, PP = +150 15 PP unidades=165 O Exemplo 1 traz o cálculo do ponto de pedido. Observe que primeiramente foi necessário alinhar as unidades de medidas, isso porque a demanda foi apresentada em unidades mensais, enquanto o lead time em dias. Em seguida, foi calculado o ponto de pedido, que resultou em 165 unidades. Conforme exposto, o ponto de pedido indica a quantidade de produtos em estoque que dispara um pedido. Nesse caso, quando o varejista identificar que seu estoque atingiu a marca de 165 unidades, deverá emitir um pedido ao fornecedor, de modo que o ressu- primento seja realizado antes daquele produto atingir a marca do estoque de segurança. Exemplo 2: tendo como base o Exemplo 1, considere que o varejista realiza 4 pedi- dos por ano. Assim, calcule o: • Intervalo entre pedidos; • Tamanho do lote; • Estoque máximo; • Estoque médio. a) Cálculo do Intervalo entre pedidos: Sabendo que o giro de estoque é 4 (4 pedidos por ano), temos: IEP = 12 4 IEP meses= 3 Conclui-se que o intervalo entre pedidos é de 3 meses. 13 UNIDADE Gestão de Estoques b) Cálculo do Tamanho do lote: Considerando um sistema ideal, temos que IEP=IEE, então: IEP Q D = 3 500 = Q Q = ⋅3 500 Q unidades=1500 Concluímos que cada pedido deverá ser de 1.500 unidades para que o estoque consiga cobrir a demanda de três meses – daí o termo tempo de cobertura do estoque. c) Cálculo do estoque máximo: E Q ESMax = + EMax = +1500 15 E unidadesMax =1515 d) Cálculo do estoque médio: E Q ES= + 2 E = +1500 2 15 E = +750 15 E unidades= 765 Os exemplos 1 e 2 permitem dimensionar os estoques da empresa, orientar o varejista na elaboração dos pedidos e auxiliar na formação de custos dos estoques a partir do cálculo do estoque médio. Lote Econômico de Compra (LEC) Outra técnica de gestão de estoques é o lote econômico de compra. Como o próprio termo indica, refere-se a um tamanho de lote que proporciona o menor custo total de estoque para a empresa. A seguir, são apresentadas as equações que auxiliam no cálculo do LEC: Q D C C r a = ⋅ ⋅2 14 15 Onde: • Q = LEC – tamanho do lote de compra (em unidades); • D = demanda anual – em unidades; • cr = taxa de reposição do estoque (em reais); • ca = taxa de posse do estoque (em reais por unidade). Uma vez determinado o LEC, é possível calcular o custo total de estoque a partir da seguinte equação: CT D c D Q c Q cr a= ⋅( ) + ⋅ + ⋅ 2 Onde: • CT = custo total de estoque – em reais por ano; • c = taxa de aquisição do estoque – em reais por unidade. O custo total de estoque pode ser representado graficamente, conforme apresen- tado na Figura 8: Figura 7 – Gráfi co do custo total de estoque O Exemplo 3 apresenta uma aplicação do LEC e do CT: Exemplo 3: considere os seguintes dados referentes à aquisição de insumos por parte de uma empresa: • Demanda anual: 1.280 unidades; • Taxa de posse: R$ 2,42 por unidade; • Taxa de ressuprimento: R$ 32,00; • Custo unitário do item: R$ 6,50. 15 UNIDADE Gestão de Estoques Assim: • Calcule o lote econômico de compra (LEC); • Calcule o custo total anual. a) Cálculo do LEC: Q D c c r a = ⋅ ⋅2 Q = ⋅ ⋅2 1280 32 2 42, Q unidades= =33 851 24 184. , O lote econômico de compra é de 184 unidades. b) Cálculo do Custo Total de Estoque:CT D c D Q c Q cr a= ⋅( ) + ⋅ + ⋅ 2 CT = ⋅( ) + ⋅ + ⋅ 1 280 6 5 1 280 184 32 184 2 2 42. , . , CT = + +8 320 00 222 61 222 64. , , , CT R por ano= $ . ,8 765 25 O custo total anual calculado (R$ 8.765,25) equivale ao custo total mínimo de estoque para a empresa. Estoque de Segurança A gestão de estoque está diretamente relacionada à necessidade de manter produtos estocados para atender às demandas internas ou externas. Muitas vezes, a previsibilidade dessas demandas é prejudicada por flutuações do mercado, ou mesmo o ressuprimento de produtos não acontece no momento pla- nejado. Visando então minimizar os riscos da falta de produtos, faz-se necessário calcular o estoque de segurança. Trata-se da quantidade de peças – produtos – que deve ser mantida em estoque para proteger a empresa das flutuações da demanda e do tempo de ressuprimento dos fornecedores. Neste tópico, veremos um procedimento de cálculo para o estoque de segurança que considera três cenários, os quais: • Variação da demanda; • Variação do lead time; • Variação da demanda e do lead time. 16 17 Cenário de Variação da Demanda Nesta situação, entende-se que após a elaboração do pedido ao fornecedor, a de- manda pelo produto aumenta – variação da demanda. O gráfico que representa esta situação é apresentado a seguir: Figura 8 – Estoque de segurança para demanda variável ES D D LTM N= −( ) ⋅ Onde: • ES = estoque de segurança; • DM = demanda maior; • DN = demanda normal; • LT = lead time. Exemplo 4: considere uma empresa que comercializa um produto cuja demanda histórica é de 1.200 unidades mensais. O Departamento de Vendas prevê uma de- manda 15% maior para o próximo mês. Considerando que o fornecedor necessita de 12 dias (1 mês = 30 dias) para suprir a empresa desse produto, calcule o estoque de segurança. Cálculo do Lead Time: LT = 12 30 LT por mês= 0 4, 17 UNIDADE Gestão de Estoques Cálculo do Estoque de Segurança: D DM N= ⋅1 15, DM = ⋅1 200 1 15. , D unidade por mêsM =1 380. ES D D LTM N= −( ) ⋅ ES = −( ) ⋅1 380 1 200 0 4. . , ES = ⋅180 0 4, ES unidades= 72 A empresa necessitará manter 72 unidades do produto em estoque de segurança para atender à maior demanda projetada para o período. Cenário de Variação do Lead Time Nesta situação, entende-se que após a elaboração do pedido, o fornecedor informa que aumentará o tempo de entrega – variação do lead time. O gráfico que representa esta situação é apresentado a seguir: Figura 9 – Estoque de segurança para lead time variável ES D P LTLT= ⋅( ) ⋅ 1 P LT LT LTLT = − 2 1 1 18 19 Onde: • ES = estoque de segurança; • D = demanda; • LT1 = lead time inicial – histórico; • LT2 = lead time final; • PLT = porcentagem de variação do lead time. Exemplo 5: considere uma empresa que comercializa um produto cuja demanda é de 1.200 unidades mensais. Ponderando que historicamente o fornecedor necessita de 12 dias (1 mês = 30 dias) para suprir a empresa desse produto, todavia, o mesmo informou que precisará de 15 dias para realizar a entrega. Assim, calcule o estoque de segurança. Cálculo do PLT: P LT LT LTLT = − 2 1 1 PLT = −15 12 12 PLT = 3 12 PLT = 0 25, Cálculo do LT1: LT 1 12 30 = LT por mês 1 0 4= , Cálculo do Estoque de Segurança: ES D P LTLT= ⋅( ) ⋅ 1 ES = ⋅( ) ⋅1 200 0 25 0 4. , , ES = ⋅300 0 4, ES unidades=120 A empresa precisará manter 120 unidades do produto em estoque de segurança para suportar o maior lead time. 19 UNIDADE Gestão de Estoques Cenário de Variação da Demanda e Lead Time Nesta situação, entende-se que, após a elaboração do pedido ao fornecedor, tanto a demanda quanto o lead time aumentam – variação da demanda e do lead time. O gráfico que representa esta situação é apresentado a seguir: Figura 10 – Estoque de segurança para demanda variável ES D D D P LTM N M LT= −( ) + ⋅( ) ⋅ 1 P LT LT LTLT = − 2 1 1 Onde: • ES = estoque de segurança; • DM = demanda maior; • DN = demanda normal; • LT1 = lead time inicial – histórico; • LT2 = lead time final; • PLT = porcentagem de variação do lead time. Exemplo 6: considere uma empresa que comercializa um produto cuja demanda his- tórica é de 1.200 unidades mensais. O Departamento de Vendas prevê uma demanda 15% maior para o próximo mês. Concomitantemente, o fornecedor, que historicamente 20 21 necessita de 12 dias (1 mês = 30 dias) para suprir a empresa desse produto, informou que precisará de 15 dias para realizar a entrega. Calcule o estoque de segurança. Cálculo do DM: D DM N= ⋅1 15, DM = ⋅1 200 1 15. , D unidades por mêsM =1 380. Cálculo do PLT: P LT LT LTLT = − 2 1 1 PLT = −15 12 12 PLT = 3 12 PLT = 0 25, Cálculo do lead time: LT = 12 30 LT por mês= 0 4, Cálculo do estoque de segurança: ES D D D P LTM N M LT= −( ) + ⋅( ) ⋅ 1 ES = −( ) + ⋅( ) ⋅1 380 1 200 1 380 0 25 0 4. . . , , ES = +[ ]⋅180 345 0 4, ES = ⋅525 0 4, ES unidades= 210 A empresa precisará manter 210 unidades do produto em estoque de segurança para suportar a variação de demanda e de lead time. 21 UNIDADE Gestão de Estoques Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Gestão estratégica de recursos materiais: controle de estoque e armazenagem PASCOAL, J. A. Gestão estratégica de recursos materiais: controle de estoque e arma- zenagem. 2008. 60 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Administração)- -Centro Universitário de João Pessoa, João Pessoa, PB, 2008. http://goo.gl/z1f28e Administração de Estoques BACIC, M. J. Administração de Estoques. 1982. 17 f. Universidade Estadual de Cam- pinas, Campinas, SP, 1982. http://goo.gl/RWCQTE Gestão de Estoque: um estudo de caso em uma empresa que atua no setor de móveis e eletrodomésticos com filial em Bambuí FERNANDES, L. G.; MOARES, J. A. de; VILAMAIOR, A. G. Gestão de Estoque: um es- tudo de caso em uma empresa que atua no setor de móveis e eletrodomésticos com filial em Bambuí. In: Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia (SEGET), 8, 2011. http://goo.gl/dwxu9f Um estudo de caso sobre a gestão de estoques em uma pequena empresa PANZUTO, N. da S.; RODRIGUES, P. C. C. Um estudo de caso sobre a gestão de esto- ques em uma pequena empresa. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP), 12-15 out. 2010. http://goo.gl/AJ4yIm 22 23 Referências BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos – logística empresarial. 5. ed. [S.l.]: Bookman, 2011. CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e operações. Manufa- tura e serviços: uma abordagem estratégica. 4 ed. São Paulo: Atlas,. 2017. MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. 3 ed. São Paulo: Sa- raiva, 2015. 23
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