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Questão Discursiva direito financeiro

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DIREITO FINANCEIRO
QUESTÃO DISCURSIVA
(Valor 3,0)
Curso: Direito
Disciplina: Direito Financeiro
Ano/semestre: 2021/2 DIR8A
Professor: Tiago Neu Jardim
Aluno(a):CLÓVIS HANSEL Data: 10/12/2021
Determinado Prefeito fez um grandioso projeto de revitalização de um Parque da cidade no último ano do seu mandato (Exercício 2020). O projeto inclui a pavimentação de uma pista de caminhada em torno de um lago já existente e a execução de um moderno Teatro para apresentações de orquestras e corais. Espera-se que, com essa medida, aumente o número de turistas, proporcionando espaços de lazer e fortalecendo o comércio local. O tempo estimado para a execução da obra é de pouco mais de um ano e as despesas, somadas, chegam a R$ 3 milhões. Com o objetivo de terminar tudo antes das próximas eleições (15/11/2020), e sem que haja dotação específica para esse fim, ele decide abrir um crédito extraordinário por decreto no valor de R$ 500 mil, já que precisa efetuar o pagamento referente à primeira parte da obra, já concluída há cerca de 30 dias. Como não possui orçamento suficiente, determina uma operação de crédito por antecipação de receita no montante de R$ 3,1 milhões e, aproveitando-se do mesmo Projeto de Lei que tratava da criação de uma Banda Municipal, faz um remanejamento de outras dotações orçamentárias na ordem de R$ 150 mil para dar conta de eventuais aditivos. Informações do Departamento de Contabilidade dão conta, ainda, do seguinte:
- A obra foi devidamente licitada e teve início há cerca de 1 ano (Exercício 2019);
- O Projeto não consta no PPA ;
- Tanto o decreto quanto o Projeto de Lei foram encaminhados sem anexos contendo cálculo de estimativa ou qualquer outro documento;
- Foi registrado que a dívida consolidada do Município ultrapassou o limite no final do primeiro quadrimestre do Exercício 2020; 
- O Prefeito isentou da cobrança da contribuição de melhoria os moradores vizinhos que tiveram os seus imóveis valorizados pelo empreendimento;
- Não se sabe ao certo o valor da despesa. Sabe-se, apenas, que ela pode ultrapassar os R$ 3 milhões.
Com base no caso relatado e nas informações obtidas, disserte apontando as irregularidades cometidas pelo Prefeito, os eventuais crimes que poderiam lhe ser imputados e se houve afronta a algum princípio de Direito Financeiro ou Orçamentário, cintando todos os artigos pertinentes.
De início e importante ressaltar que os atos praticados pelo prefeito foram feitos no último ano de exercício do seu mandato. Denota-se que a despesa realizada pelo prefeito ultrapassa um exercício (um ano), o que exigiria a inclusão dessa no PPA. Art 167 § 1º da CF e Art. 5. § 5º da LRF.
Despesas que chegam a 3 milhões. Cumpre salientar que o gestor que deu início a execução da despesa sem que houvesse dotação orçamentaria, em outras palavras não se sabe ao certo se ao final dessa obra haverá recursos para honrar o compromisso. 
Tampouco houve estimativa de impacto financeiro que deveria ter sido incluída na LDO (Art 165 § 2º e Art 4º da LRF).
O problema refere que não se sabe ao certo o valor da despesa, apenas que ele pode ultrapassar os R$ 3 milhões (afronta ao Art 5º § 4º da Lei nº 4.320/64), nos termos do Art 5º § 4º da Lei nº 4.320/64. A obra idealizada pelo Gestor implica em grande despesa pública, exigindo que o Gestor observasse o disposto nos Arts 16 e 17 da LRF.
O gestor não observou o art. 60, caput da Lei 4320/64, ao não ter realizado prévio empenho para a realização dessa despesa.
Ademais abriu um credito extraordinário indevidamente por não ser caso de calamidade para pagar despesa já realizada, novamente sem atender as exigências legais. O caso não enseja a abertura de crédito extraordinário, mas sim de crédito especial, visto que não havia dotação orçamentária para esse fim (violação do Art 167 § 3º da CF, Art 41, I e II da Lei nº 4.320/64).
É possível observar que foi realizada uma operação de crédito para antecipação de receita no valor de 3,1 milhões, (art. 32 e seguintes da lei complementar 101/2000). Circunstancia em que viola a regra de ouro das finanças públicas (art. 167, III, CF e art. 12, § II, lc nº 101/2000) visto que supera a despesa de capital prevista.
Deixou de ser observado também o princípio da especificidade ou da pureza, ao utilizar projeto de lei que tratava da banda municipal. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE: o Gestor utilizou o mesmo Projeto de Lei que tratava da criação da Banda Municipal, para trazer um remanejamento de outras dotações orçamentárias.
O problema refere que tanto o decreto quanto o projeto de lei foram encaminhados sem anexos contendo estimativa, metodologia de cálculo de estimativa ou qualquer outro documento não observando assim a exigência prevista no Art 16 I e II da LRF).
Trata-se de uma dívida pública consolidada (Art 29, I da LRF). O problema afirma que a dívida consolidada do município já ultrapassou o limite no final do primeiro quadrimestre do Exercício 2016. O Gestor deveria ter procedido conforme disposto no Art 31 da LRF, estando, pois, impossibilitado de realizar operação de crédito, principalmente por se tratar do último ano de mandato ( Art 38, IV, “b” da LRF).
A despesa é classificada como despesa de capital (trata-se de um investimento, conforme disposto no Art 13 da Lei nº 4.320/64)
A operação de crédito por antecipação de receita realizada supera a despesa de capital prevista. Afronta à Regra de ouro das Finanças Públicas (Art 167, III da CF; 12 § 2º da LRF e 14 da LRF).
O Gestor contraiu obrigações de despesas nos últimos 2 quadrimestres do mandato incorrendo em Restos a pagar, conforme previsão do Art 42 da LRF.
Foi realizada operação de crédito por antecipação de receita sem qualquer critério que garantisse o aumento da arrecadação, pondo em risco o equilíbrio nas contas públicas ( Art 30 da Lei 4.320/64)
O prefeito incorreu em renúncia de despesa quando isentou da cobrança da contribuição de melhoria os moradores vizinhos que tiveram os seus imóveis valorizados pelo empreendimento, o que configura renúncia de receita (Art 11 da LRF e Art 150 § 6º da CF)
O prefeito incorre nas vedações impostas pelo Art 167, I,II,III,V,VI da CF.
Liquidação e pagamento de despesa sem prévio empenho (Art 60 da Lei 4.320/64)
O problema refere que não se sabe ao certo o valor da despesa, apenas que ele pode ultrapassar os R$ 3 milhões (afronta ao Art 5º § 4º da Lei nº 4.320/64)
PRINCÍPIOS IDENTIFICADOS
LEGALIDADE: houve flagrante afronta a inúmeros dispositivos legais e constitucionais
PROGRAMAÇÃO: o orçamento deve ter compatibilidade com o PPA
EXCLUSIVIDADE: o Gestor utilizou o mesmo Projeto de Lei que tratava da criação da Banda Municipal, para trazer um remanejamento de outras dotações orçamentárias
PROIBIÇÃO DO ESTORNO: violação do Art 167, VI da CF
	
	CRIMES PASSÍVEIS DE IMPUTAÇÃO
	Crime de Responsabilidade do prefeito (Decreto Lei 201/67) 
	Art 359-A, 359-B, 359-C,359- D do Código Penal
O Prefeito incorreu nas infrações político-administrativas constantes na Lei nº 8.429/92 por improbidade administrativa e a Lei 12.846/13 (Lei Anticorrupção)

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