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Marya Eduarda de Souza - 7° período Manejo de vias aéreas de cães e gatos → Tópicos . ●PREPARAÇÃO - materiais, equipamentos e equipe ●PROCEDIMENTOS -intubação, cricotireoidostomia e traqueostomia ●COMPLICAÇÕES -laringoespasmo, traumatismos Preparação - a equipe deve estar pronta e treinada, os materiais e equipamentos disponíveis, funcionando e com fácil acesso. Não é na hora que eu recebo um paciente que se busca os equipamentos. . checklist: o local de atendimento deve ter uma rotina sistemática de checagem, SEMPRE se deve ter: - máscara (limpa) - laringoscópio (com a pilha e a lâmpada funcionando) - sondas endotraqueais (novas e de todos os tamanhos) - gaze, luva, seringa para o cu� - material de aspiração - fármacos (lidocaína, hidrocortisona, adrenalina, propofol) Obs importante: O laringoscópio sem pilha, sonda endotraqueal do tamanho errado e bala de O2 vazia não resolvem o problema, só criam mais um. - Equipe ↳ quem auxilia na manobra deve ser orientado e treinado por um médico veterinário capacitado ↳ quem realiza a manobra deve estar seguro e manter-se calmo ● faz parte do ABC não adianta ter feito uma vez, tem que treinar e manter-se treinado Procedimentos - Médico veterinário deve conhecer todos as técnicas • intubação orotraqueal • máscara laríngea • cricotireoidostomia • traqueostomia ➡ Intubação orotraqueal Marya Eduarda de Souza - 7° período - Técnica mais comum 1. Pré-oxigenar - sempre que possível, porém não é obrigatório -Se possível, pré-oxigenar o paciente, pois durante a MPA o paciente pode apresentar uma apnéia ou até mesmo só a redução da F.R. que leva a uma hipoxemia. Pode ser utilizado o colar elizabetano com um papel fechado até 60% na parte de cima. OBS: se deve esperar o tempo de latência, ou seja, o tempo que a droga é absorvida. 2. Posicionar o paciente e abrir a boca - atenção ao posicionamento da cabeça e pescoço ↳ o veterinário deve saber intubar em qualquer posição (ex. RCP, traumatismo, extubação acidental, transoperatória...) 3. Intubar - visualização da laringe, deslocamento da epiglote e acesso entre as aritenóides Obs: a sonda deve ser nova por isso são descartáveis! Atualmente as sondas têm baixíssimo custo. Cobre na conta do cliente, assim como você cobra o catéter. 📎DICAS: • ter sempre uma sonda menor e uma maior que a esperada para o paciente • monitorar o paciente durante a intubação • fixar a sonda imediatamente após intubar • lidocaína IV (2mg/kg) em cães previne aumento da PA e reflexo de tosse reflexo de tosse = principalmente em pacientes com pressão intracraniana aumentada ou hemorragia ativa • lidocaína tópica e plano adequado em felinos EQUINOS: ➔ equinos são respiradores nasais exclusivamente • tempo excessivo em decúbito supino com a cabeça baixa pode formar edema de narinas, cuidado com a extubação • a intubação pode ser feita “às cegas” • a intubação pode causar lesões • nervos importantes Marya Eduarda de Souza - 7° período • mucosa de via aérea superior e traqueia • em geral autolimitantes 📎DICAS: . cuidado com os excessos: • inserir demais o tubo ⟶ intubação seletiva • sondas muito calibrosas e cu�s muito inflados ⟶ lesão na traqueia • sondas muito pequenas⟶ ↑ resistência das vias aéreas ● Intubou? Acho que foi... A intubação deve ser confirmada. Sempre. confirmação do posicionamento da sonda traqueia, esôfago ou brônquio? suspeita clínica tosse ✓ (está na traquéia) umidade na sonda ✓ sonda (está na traquéia) dificuldade na técnica (está no esôfago ou brônquio) hipoxemia (está no esôfago ou brônquio) dilatação abdominal (está no esôfago) auscultação sons pulmonares ✓ (está na traquéia) sons abdominais (está no esôfago) capnografia CO2 ✓ (está na traquéia) estados de baixo DC (está no esôfago ou brônquio) ➔ Confirmação do posicionamento da sonda monitorar continuamente a sonda extubação acidental e obstruções podem ocorrer! ➡ Máscara Laríngea • alternativa à intubação orotraqueal em cães e gatos • menor necessidade de anestésicos, em alguns animais, apenas sedação • risco maior de broncoaspiração em humanos Marya Eduarda de Souza - 7° período • tamanhos: 1.0 a 6.0 1. Pré-oxigenar - sempre que possível, porém não é obrigatório 2. Exsuflar o cu� - integralmente antes da colocação 3. Inserir a máscara laríngea - contra o palato duro e até haver resistência (ponta na entrada do esôfago e abertura acima das aritenóides) 4. Insuflar o cu� e checar - A máscara pode se deslocar dorsalmente após a insuflação e deve-se conseguir ventilar o paciente sem vazamento de ar ➡ Cricotireoidostomia É uma manobra cirúrgica • técnica emergencial e temporária para quando a intubação não for possível • alternativa à traqueostomia, mais rápida e com menos complicações • atenção para que não haja obstrução total de vias aéreas superiores, risco de barotrauma 1. Pré-oxigenar - sempre que possível, porém não é obrigatório 2. Decúbito dorsal, extensão do pescoço e antissepsia - localização e palpação das cartilagens e da membrana cricotireóidea 3. Incisão (percutânea ou cirúrgica) - perfurar a membrana com o catéter ou bisturi e aspirar o ar para testar a posição ● Material • o ideal é ter à mão sempre kits comerciais • se não tiver, improvise, mas acesse as vias aéreas! • catéter IV (14G, 16G, 18G) • seringa de 3 mL • conector da sonda endotraqueal 7,5 • cuidado: dobra com facilidade e impõe resistência ➡ Traqueostomia ↪ incisão cutânea com bisturi na linha média ventral (caudal até a cricóide – linhas curvas) - dissecção - do subcutâneo e do músculo esternohióide Marya Eduarda de Souza - 7° período - retração lateral dos músculos (Gelpi) expondo o aspecto cranial da porção cervical da traqueia ↪ incisão e reparo no espaço entre os anéis 3 e 4 ou 4 e 5, com colocação de reparo com fio nylon “laçando” os anéis - tração e incisão incisão transversal (< 50% da circunferência) no ligamento anular entre os anéis tracionados ↪ inserção da sonda de traqueostomia ou sonda endotraqueal “improvisada” ➔ Características: • mais complexo e demorado que a cricotireoidostomia • cirurgiões experientes: em torno de 3 minutos • risco maior de complicações • muito importante para pacientes que ficarão intubados por longos períodos “é a dificuldade inesperada na intubação que leva ao desastre” ➔ Complicações: (frequentemente, podem levar a consequências graves) • tosse e aumento da PIC (pressão intracraniana) • bradicardia • laringoespasmo • obstrução de vias aéreas e circuitos • intubação esofágica ou seletiva • broncoaspiração e pneumonia • lesões (ex. fratura de dentes, ruptura de traqueia, pneumotórax) → lesões traumáticas • sondas de alto-volume e baixa pressão podem aumentar o risco de traumatismo • estruturas: dentes, língua, ATM, traqueia, aritenóides • lesão vascular na cricotireoidostomia e nervosa/vascular na traqueostomia Braquicefálicos - distúrbios em vias aéreas superiores • pré-oxigenar • abrir vias aéreas superiores • separar sondas endotraqueais menores que as esperadas pro Marya Eduarda de Souza - 7° período tamanho do animal • extubar o mais tardiamente possível, estimulando o paciente (exceto felinos) Pacientes com colapso de traqueia . hidrocortisona pré-intubação . intubação menos traumática possível - tamanho da sonda, manobra e extubação . pós-operatório é o período mais crítico - tranquilização no pós (acepromazina + opióide) PONTOS-CHAVE . checklist (materiais, equipamentos e equipe sempre prontos) . treinamento constante . pré-oxigenar e monitorar . agilidade nos procedimentos . atenção às complicações “horas de tédio, minutos de suspense segundos de terror” Anotações do Kahoot - Aula 2 - Complicações que podem acontecer pós anestesia: injúria em órgãos, hipotensão, hipotermia, lesões nervosas e lesões respiratória - A anestesia inalatória pode ser mais segura do que a venosa, mas nem sempre. Depende do fármaco e depende da técnica utilizada. - A anestesia balanceada é capaz de associar drogas/técnicas variadas para obter analgesia, relaxamento e inconsciência (são os3 pilares da anestesia). Onde se usa técnicas variadas para chegar ao resultado de inconsciência. ➡ São os pilares da Anestesia: relaxamento muscular, inconsciência e analgesia, porém não é necessário ter os 3 sempre. - Todo fármaco tem seus malefícios, então ao se administrar tem que dosar se os benefícios são melhores que os malefícios. - O que é uma anestesia geral? Marya Eduarda de Souza - 7° período É um estado em que o animal se encontra inconsciente, que pode ser realizada de diversas vias, como a inalatória e a venosa. 🔴 Diferença de negligência X imprudência X imperícia: ➔ A imprudência pressupõe uma ação que foi feita de forma precipitada e sem cautela. O agente toma sua atitude sem a cautela e zelo necessário que se esperava. Significa que sabe fazer a ação da forma correta, mas não toma o devido cuidado para que isso aconteça. ➔ Negligência, por outro lado, implica em o agente deixar de fazer algo que sabiamente deveria ter feito, dando causa ao resultado danoso. Como agir com descuido, desatenção ou indiferença, sem tomar as devidas precauções. ➔ Já a imperícia consiste em o agente não saber praticar o ato. Ser imperito para uma determinada tarefa é realizá-la sem ter o conhecimento técnico, teórico ou prático necessário para isso. - A fase que o paciente está em aprofundamento abrupto é a fase de indução anestesia. A anestesia é separada em algumas fases, não necessariamente se deve ter todas as fases (como a medicação pré anestésica). MÓDULO 2 - manejo das vias aéreas -O manejo serve para segurar uma via aérea aberta, porque o animal ao ser anestesiado costuma relaxar muito a musculatura, onde pode ocorrer a depressão dos quimioreceptores de CO2, ocasionando uma dificuldade respiratória, por isso fazemos o manejo, para estar dentro do sistema respiratório e manejar o ar para o paciente. - O objetivo da pré- oxigenação é aumentar a PaO2 (pressão parcial de oxigênio arterial). Para coletar esse dado, pegar sangue arterial e realizar gasometria. - A cianose acontece e aparece por conta da quantidade de hemoglobina não ligada ao oxigênio, o que dá a cor arroxeada. Portanto, animais anêmicos podem mascarar bastante a cianose, pois não há hemoglobina suficiente. - O padrão ouro na confirmação da intubação orotraqueal é a capnografia, que é a medição da EpCO2 - (pressão residual do volume final, que é antes do residual).
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