Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Treinamento Anbima CPA – 20 Prof. Hygor Duarte Atualização 03.2022 com base no programa detalhado com vigência a partir de 07.2022 2 BOAS VINDAS !!! Me chamo Hygor Paulo Duarte da Silva e inicio com vocês neste momento uma jornada pelo conhecimento e também a busca pelo seu entendimento da maneira mais fácil e didática possível. Desejo que você tenha sucesso nesta prova e para isso você conta a partir de agora com o meu comprometimento e empenho pessoal para que isso aconteça. Nas próximas páginas e capítulos você terá o conteúdo necessário para ter sucesso nesta prova. Este conteúdo, somado às vídeo aulas de seu curso online ou ainda de suas aulas presenciais, caso você seja aluno dessa modalidade, são a fórmula para que você não somente passe na prova, mas que também adquira o devido conhecimento para sua atividade futura, afinal não adianta nada saber todo o conteúdo da prova e as pegadinhas que ela traz sem ter o conhecimento necessário para o atendimento ao seu cliente futuramente. É aí que nos diferenciamos dos demais conteúdos e treinamentos oferecidos pelo mercado. Consolidei aqui não somente um material espetacular para vocês, mas também 16 anos de conhecimento e vivência como bancário com passagem por 4 bancos de nosso sistema financeiro (Caixa, Bradesco, HSBC e Santander), tempo este que, somado aos 13 anos que mergulhei profundamente no mundo das certificações financeiras, me fazem vibrar e comemorar diariamente a grata oportunidade de participar da aprovação de mais de 5.000 alunos. Portanto, você terá neste treinamento e em nossos vídeos, exemplos práticos vivenciados por você no dia a dia, facilitando assim seu aprendizado e a absorção de tamanho conteúdo, assuntos que possivelmente sejam novidade para muitos que aqui se encontram. Para os autodidatas este material já será suficiente para a realização da prova, porém as vídeo aulas, as aulas online ministradas ao vivo ou ainda as aulas presenciais, lhe darão a cereja do bolo. Com exemplos semelhantes aos encontrados em cursinhos pré-vestibulares, você encontrará maneiras práticas e divertidas para a memorização do conteúdo. Fica a dica! ATENÇÃO: QUANDO VOCÊ ENCONTRAR ASSUNTOS ESCRITOS EM LETRA MAÍUSCULA FIQUE ATENTO, SÃO DISCLAIMERS (DESTAQUES) QUE LHE INFORMAM ALGO IMPORTANTE . Desejo sucesso a você e que essa futura certificação lhe traga muita felicidade, paz e tranquilidade para desenvolver seu trabalho da melhor forma possível. 3 Para quem essa certificação é destinada? CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL ANBIMA – SÉRIE 20 Objetivo A CPA-20 se destina a certificar Profissionais das instituições participantes que atuam na prospecção, venda de produtos de investimento ou manutenção de carteira de investimentos diretamente junto a investidores atendidos nos segmentos Varejo Alta Renda, Private Banking, Corporate e Investidores Institucionais. Os Profissionais das instituições participantes que desenvolvem suas atividades em Plataformas de Atendimento diferenciadas, destinadas exclusivamente aos clientes Varejo Alta Renda, Private, Corporate e Investidores Institucionais, mesmo que alocados em agências bancárias, deverão obter a CPA-20. Os Profissionais que obtiverem a CPA-20 poderão exercer as atividades que requeiram a CPA-10. Considera-se: I. Plataformas de atendimento: toda e qualquer forma de atendimento do investidor pelas instituições participantes, inclusive por meio eletrônico e telefônico, em que os Profissionais da instituição participante desempenhem as atividades previstas na CPA0-10 e CPA-20. Estão excluídas do conceito de Plataformas de Atendimento as centrais de atendimento que se destinam exclusivamente a receber e executar ordens de clientes; II. Produtos de investimento: todos os valores mobiliários e ativos financeiros, conforme definido nas normas em vigor, regulados pela Comissão de Valores Mobiliários e pelo Banco Central do Brasil, respectivamente; Não são considerados Produtos de investimentos, para fins deste Código, a Caderneta de Poupança e os Planos de Previdência Complementar Aberta e Fechada; III. Prospecção ou venda: oferta de produtos ou serviços diretamente ao investidor, de forma individual ou coletiva, que tenha como finalidade a aplicação de recursos em um produto de investimento; IV. Investidor: consideram-se investidores as pessoas física ou jurídica atendida nos segmentos de Varejo Alta Renda, Private, Corporate e Investidores Institucionais, conforme definido pela própria instituição participante. 4 Certificação em Produtos de Investimentos Série – 20 Módulo I Sistema Financeiro Nacional e Participantes do Mercado (5% a 10% do exame) 5 1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MERCADO ........................................7 1.1 Órgãos de Regulação, Autorregulação e Fiscalização .........................................................8 1.1.1 Conselho Monetário Nacional – CMN - Principais atribuições: fixar as diretrizes e normas da Política Cambial, Monetária e de Crédito ...........................................................8 1.1.2 Banco Central do Brasil – BACEN – Principais atribuições: executor de diretrizes e normas do CMN e supervisor de Instituições Financeiras. Executor das Políticas Monetária e Cambial. Autonomia do BACEN: vantagens e consequências. ...........................................8 1.1.3 Comissão de Valores Mobiliários – CVM - Principais atribuições: fixar e implementar as diretrizes e normas do mercado de valores mobiliários; fiscalizar as companhias abertas, a Bolsa de Valores e os agentes do mercado de capitais e Fundos de Investimento; dar proteção aos investidores; assegurar a lisura nas operações de compra e venda de valores mobiliários ...........................................................................................10 1.1.4 Superintendência de Seguros Privados – SUSEP – principais atribuições; controle e fiscalização dos mercados de seguro e previdência complementar aberta; fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras e Entidades de Previdência Privada Aberta; proteger os investidores desses mercados. .....10 1.1.5 Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC – principais atribuições: fiscalizar e supervisionar as Entidades Fechadas de Previdência Complementar e de executar políticas para o regime de previdência complementar; autorizar a constituição e o funcionamento das EFPC, bem como a aplicação dos respectivos estatutos e regulamentos. Promover a mediação e conciliação dos participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores com os planos. .........................11 1.1.6 ANBIMA: Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. Atribuições. ........................................................................................................................11 1.1.6.1 Atribuições. O papel da ANBIMA e as atividades desenvolvidas: representação, autorregulação, informação e educação. Condução dos processos de Regulação e Melhores Práticas das Instituições e dos Mercados. Relevância para os profissionais do mercado, instituições participantes e os investidores. ...................................................12 1.1.6.1.1 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação Continuada: ............................................................................................12 1.2 Bancos Múltiplos ..............................................................................................................13 1.2.1 Principais Carteiras (Comercial, Investimento) ..........................................................13 1.2.2. Principais funções e atribuições: underwriting, negociação e distribuiçãode títulos e valores mobiliários; administração de recursos de terceiros; intermediação de câmbio; intermediação de derivativos .............................................................................................13 1.3 Distribuidoras e Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários e de Futuros ......................13 1.3.1. Principais atribuições: intermediação de títulos e valores mobiliários; compra, venda e distribuição de títulos e valores mobiliários por conta e ordem de terceiros .......13 6 1.4 Investidores Qualificados, Investidores Profissionais e Investidores Não-Residentes. .....15 7 1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MERCADO Intermediação Financeira É quando o dinheiro passa das mãos de quem tem recursos disponíveis (bancos comerciais, múltiplos e de investimento por exemplo), para quem não tem recursos disponíveis (pessoas físicas e jurídicas que necessitam de empréstimos para realização de seus objetivos, por exemplo). Em resumo é a transferência de recursos dos agentes superavitários para os deficitários. Para que esta intermediação financeira ocorra adequadamente temos o Sistema Financeiro Nacional, cujo organograma abaixo será fundamental para o seu entendimento do assunto e sucesso na prova. Também fazem parte do organograma abaixo o CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) e o CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar). Siglas CMN – Conselho Monetário Nacional CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados CNPC – Conselho Nacional de Previdência Complementar BACEN – Banco Central do Brasil CVM – Comissão de Valores Mobiliários SUSEP – Superintendência de Seguros Privados PREVIC – Superintendência Nacional de Previdência Complementar 8 1.1 Órgãos de Regulação, Autorregulação e Fiscalização 1.1.1 Conselho Monetário Nacional – CMN - Principais atribuições: fixar as diretrizes e normas da Política Cambial, Monetária e de Crédito O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional e tem por finalidade formular a política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do País. CMN sofreu algumas alterações em sua composição ao longo dos anos. Sua composição atual é: - Ministro da Economia, como Presidente do Conselho; - Presidente do Banco Central do Brasil. - Secretário Especial da Fazenda do Ministério da Economia; Os seus membros reúnem-se uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos relacionados com as competências do CMN. Em casos extraordinários pode acontecer mais de uma reunião por mês. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções, normativo de caráter público, sempre divulgado no Diário Oficial da União e na página de normativos do Banco Central do Brasil. A Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964 determina as principais atribuições do CMN (ATENÇÃO: A PROVA NÃO VAI PEDIR A LEI OK, VOCÊ PRECISA SABER SOMENTE AS ATRIBUIÇÕES DO CMN), logo abaixo: - Regular o valor interno da moeda - Estabelecer medidas de prevenção ou correção de desequilíbrios econômicos; -Coordenar as políticas: monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa; - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras - Regular a constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras, bem como a aplicação das penalidades previstas na Lei quando cabíveis; -Disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações creditícias; -Determinar as taxas de recolhimento compulsórios das instituições financeiras. 1.1.2 Banco Central do Brasil – BACEN – Principais atribuições: executor de diretrizes e normas do CMN e supervisor de Instituições Financeiras. Executor das Políticas Monetária e Cambial. Autonomia do BACEN: vantagens e consequências. O Banco Central do Brasil (BC, BACEN ou BCB) é autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional, sendo vinculado ao Ministério da Economia do Brasil. Criado em 31 de dezembro de 1964 pela da Lei nº 4.595. Assim como os outros bancos centrais do mundo, o brasileiro é uma das principais autoridades monetárias do país. Principais atribuições: - Autorizar, normatizar, fiscalizar e intervir nas instituições financeiras; - Emitir a moeda (observação: a Casa da Moeda do Brasil - empresa pública - fabrica o papel moeda e moeda metálica, mas o ato de emissão - colocar em circulação - é responsabilidade do Banco Central) 9 -Controlar créditos: o BACEN divulga as decisões do Conselho Monetário Nacional, baixa as normas complementares e executa o controle e a fiscalização a respeito das operações de crédito em todas as suas modalidades; -Controlar capitais estrangeiros: o BACEN é o depositário das reservas internacionais do País; - Executar a política monetária.: o objetivo da ação dos bancos centrais na política monetária é controlar a expansão da moeda e do crédito e a taxa de juros; - Executar a política cambial. Autonomia do BACEN – vantagens e consequências A lei complementar 179/2021 trouxe importantes mudanças para o nosso mercado financeiro. Uma das principais razões para a autonomia do banco central é separar o ciclo político do ciclo de política monetária. Por sua própria natureza, a política monetária requer um horizonte de longo prazo, por conta da defasagem entre as decisões de política e seu impacto sobre a atividade econômica e a inflação. Em contraste, o ciclo político possui um horizonte de prazo mais curto. Abaixo alguns dos principais artigos dessa lei com temas que serão cobrados em sua prova: Art. 1º O Banco Central do Brasil tem por objetivo fundamental assegurar a estabilidade de preços. Parágrafo único. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental, o Banco Central do Brasil também tem por objetivos zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego. Art. 2º As metas de política monetária serão estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, competindo privativamente ao Banco Central do Brasil conduzir a política monetária necessária para cumprimento das metas estabelecidas. Art. 3º A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil terá 9 (nove) membros, sendo um deles o seu Presidente, todos nomeados pelo Presidente da República entre brasileiros idôneos, de reputação ilibada e de notória capacidade em assuntos econômico-financeiros ou com comprovados conhecimentos que os qualifiquem para a função. Art. 4º O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil serão indicados pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação de seus nomes pelo Senado Federal. § 1º O mandato do Presidente do Banco Central do Brasil terá duração de 4 (quatro) anos, com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da República. § 2º Os mandatos dos Diretores do Banco Central do Brasil terão duração de 4 (quatro) anos, observando-se a seguinte escala: I - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de março do primeiro ano de mandato do Presidente da República; II - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do segundo ano de mandato do Presidente da República; III - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da República; e IV - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do quarto ano de mandato do Presidente da República. 10 Obs.: Uma mudança importante que também ocorreu foi o fato de que, a partir desta lei, o BACEN não precisa mais pedir autorização para a emissão de papel moedaao CMN. Como o papel do BACEN fica enfatizado como o verdadeiro comandante da Política Monetária, faz total sentido deixar em sua gestão a emissão do papel moeda como importante instrumento para essa gestão. 1.1.3 Comissão de Valores Mobiliários – CVM - Principais atribuições: fixar e implementar as diretrizes e normas do mercado de valores mobiliários; fiscalizar as companhias abertas, a Bolsa de Valores e os agentes do mercado de capitais e Fundos de Investimento; dar proteção aos investidores; assegurar a lisura nas operações de compra e venda de valores mobiliários A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia vinculada ao Ministério da Economia. A CVM tem poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado. Seu poder de normatizar abrange todas as matérias referentes ao mercado de valores mobiliários, inclusive toda a indústria de fundos de investimentos. Principais atribuições: - Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; - Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobiliários; - Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; - Assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido; - Assegurar a observância de práticas comerciais eqüitativas no mercado de valores mobiliários; - Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; - Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações - Estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas. - Proteger os investidores de mercado 1.1.4 Superintendência de Seguros Privados – SUSEP – principais atribuições; controle e fiscalização dos mercados de seguro e previdência complementar aberta; fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras e Entidades de Previdência Privada Aberta; proteger os investidores desses mercados. A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Autarquia vinculada ao Ministério da Economia, foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. MISSÃO "Regular, supervisionar e fomentar os mercados de seguros, resseguros, previdência complementar aberta, capitalização e corretagem, promovendo a inclusão securitária e 11 previdenciária, bem como a qualidade no atendimento aos consumidores." COMPOSIÇÃO ATUAL DO CNSP, Conselho Nacional de Seguros Privados: MINISTRO DA ECONOMIA - Presidente SUPERINTENDENTE DA SUSEP – Vice Presidente Representante do Ministério da Justiça Representante da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho Representante do Banco Central do Brasil Representante da Comissão de Valores Mobiliários 1.1.5 Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC – principais atribuições: fiscalizar e supervisionar as Entidades Fechadas de Previdência Complementar e de executar políticas para o regime de previdência complementar; autorizar a constituição e o funcionamento das EFPC, bem como a aplicação dos respectivos estatutos e regulamentos. Promover a mediação e conciliação dos participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores com os planos. Por mais que tenha esse nome, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar tem a sigla PREVIC. Por favor não confunda com a PREVI, que é o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil - que aliás é fiscalizado pela PREVIC. A expressão Fundo de Pensão é uma forma mais fácil de designar as Entidades Fechadas de Previdência Complementar. De fato, a PREVIC funciona exclusivamente para fiscalizar e executar as normas do CNPC relativas a fundos de pensão. Portanto, se tentarem ligar a PREVIC a qualquer coisa que não seja "fundos de pensão" (ou "Entidades Fechadas de Previdência Complementar" - que é a mesma coisa), está errado. PREVIC é só fundo de pensão, assim como CNPC. Uma das coisas importantes dentro da legislação da PREVIC que é peculiar e pode ser perguntado é que, segundo a lei, é função da PREVIC harmonizar as atividades das EFPC com as políticas de desenvolvimento. De fato, esse não parece o propósito dos fundos de pensão (cuja principal finalidade é pagar a aposentadoria para os contribuintes), mas, provavelmente por algum motivo político, na hora da criação da lei colocaram isso. Lembrando que, por mais que o CNPC controle as atividades relativas a Previdência Privada, as aplicações do dinheiro em posse das EFPC são regidas pelo CMN, já que é uma funcionalidade financeira (e qualquer ação financeira é regida pelo CMN). 1.1.6 ANBIMA: Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. Atribuições. A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa as instituições do mercado de capitais brasileiro. A entidade possui mais de 340 12 associados, entre bancos comerciais, bancos múltiplos e bancos de investimento, empresas de gestão de ativos,corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e gestores de patrimônio. Além da atividade de representação, a ANBIMA atua como entidade autorreguladora voluntária, através de seus Códigos de Regulação e Melhores Práticas. As instituições que aderem aos códigos, conforme seu segmento de atuação, ficam sujeitas à supervisão de mercados da associação. 1.1.6.1 Atribuições. O papel da ANBIMA e as atividades desenvolvidas: representação, autorregulação, informação e educação. Condução dos processos de Regulação e Melhores Práticas das Instituições e dos Mercados. Relevância para os profissionais do mercado, instituições participantes e os investidores. A observância dos princípios e regras dos Códigos de Regulação será obrigatória para as Instituições Participantes, assim entendidas as instituições filiadas à ANBIMA, bem como as instituições que, embora não associadas, expressamente aderirem ao Código mediante a assinatura do competente termo de adesão. CÓDIGOS DA ANBIMA – ATENÇÃO Imagine que você está entrando em uma empresa e recebe um manual de conduta para o exercício de suas atividades. Assim são os códigos da Anbima, documentos que norteiam as atividades e regras a serem cumpridas pelas instituições que optarem por segui-los. No programa de estudos para sua certificação existem alguns desses códigos que serão cobrados em sua prova e eles estão distribuídos nos diversos módulos do programa. Nossos alunos terão este material adicional disponibilizado em sua sala de aula online ou ainda receberão como material complementar caso sejam alunos de turmas presenciais. Para cada código cobrado em sua prova, disponibilizaremos dois arquivos referentes a este assunto. Um arquivo será o respectivo código na íntegra retirado diretamente do site da Anbima e outro arquivo conterá os temas/capítulos do respectivo código que serão cobrados em sua prova. Dessa forma você poderá ir diretamente ao ponto, especialmente se estiver com o tempo limitado para estudo. Sugerimos que não imprimam este material complementar, pois, além de se tratar de um material extenso, em alguns deles os temas/capítulos cobrados não passam de 1% do código na íntegra. Embora apresentem certo grau de facilidade, recomendamos que não ignore esses assuntos, pois eles estão sendo cobrados de forma massiva nas provas. Citamos abaixo um dos principais Códigos ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas: 1.1.6.1.1 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação Continuada: O objetivodo presente Código é estabelecer princípios e regras que deverão ser observados pelas Instituições Participantes e pelos profissionais que atuam nos mercados financeiros e de capitais, buscando a permanente elevação de sua capacitação técnica, bem como a observância de padrões de conduta no desempenho de suas respectivas atividades. 13 1.2 Bancos Múltiplos É a instituição financeira privada ou pública que realiza as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras (sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento), e ser organizado sob a forma de sociedade anônima. Da sua denominação social deve constar a expressão “Banco”. 1.2.1 Principais Carteiras (Comercial, Investimento) 1.2.2. Principais funções e atribuições: underwriting, negociação e distribuição de títulos e valores mobiliários; administração de recursos de terceiros; intermediação de câmbio; intermediação de derivativos Banco Comercial Pode ser uma instituição financeira privada ou pública. Tem como objetivo principal proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários para financiar, a curto e médio prazo, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas. A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial. Deve ser instituído sob a forma de sociedade anônima e de sua denominação social deve constar a expressão “Banco”. Banco de Investimento É uma instituição financeira privada especializada em operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e da administração de recursos de terceiros. Não é permitida a captação de depósitos à vista. Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão “Banco de Investimento”. 1.3 Distribuidoras e Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários e de Futuros 1.3.1. Principais atribuições: intermediação de títulos e valores mobiliários; compra, venda e distribuição de títulos e valores mobiliários por conta e ordem de terceiros 14 SOCIEDADES CORRETORAS E DISTRIBUIDORAS: PRINCIPAIS FUNÇÕES A corretoras de títulos e valores mobiliários (CTVM) e a distribuidora de títulos e valores mobiliários (DTVM) atuam nos mercados financeiro e de capitais e no mercado cambial intermediando a negociação de títulos e valores mobiliários entre investidores e tomadores de recursos. Entenda o que são valores mobiliários: As corretoras e distribuidoras, na atividade de intermediação, oferecem serviços como plataformas de investimento pela internet (home broker), consultoria financeira, clubes de investimentos, financiamento para compra de ações (conta margem) e administração e custódia de títulos e valores mobiliários dos clientes. Na remuneração pelos serviços, essas instituições podem cobrar comissões e taxas. As corretoras e as distribuidoras devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. São supervisionadas tanto pelo Banco Central quanto pela Comissão de Valores Mobiliários. Principais atividades das corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários • comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros; • operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros; • intermediar a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado; • operar em bolsas de valores; • administrar carteiras e custodiar títulos e valores mobiliários; • subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no mercado; • exercer funções de agente fiduciário; • instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; • intermediar operações de compra e venda de moeda estrangeira, além de outras operações no mercado de câmbio; • praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta própria e de terceiros; • realizar operações compromissadas; • praticar operações de conta margem. • prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica, em operações e atividades nos mercados financeiro e de capitais. Diferença entre corretoras e distribuidoras Com a Decisão Conjunta 17/2009, que autorizou as distribuidoras a operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsa de valores, eliminou- se a principal diferença entre as corretoras e as distribuidoras de títulos e valores mobiliários, que hoje podem realizar praticamente as mesmas operações. http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/primeiros_passos/Entendendo_mercado_valores.html http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/Menu_Investidor/valores_mobiliarios/introducao.html http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/Menu_Investidor/prestadores_de_servicos/agentes_fiduciarios.html http://wwwhomologa.bcnet.bcb.gov.br/glossario.asp?Definicao=153&idioma=P&idpai=GLOSSARIO http://sistemas.cvm.gov.br/Port/Atos/DecCon/Bccvm17.asp 15 1.4 Investidores Qualificados, Investidores Profissionais e Investidores Não- Residentes. São considerados Investidores Qualificados: I – investidores profissionais; II – pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio, de acordo com a IN CVM; III – as pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios; e IV – clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas, que sejam investidores qualificados. Os regimes próprios de previdência social instituído pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou por Municípios são considerados investidores profissionais ou investidores qualificados apenas se reconhecidos como tais conforme regulamentação específica do Ministério da Previdência Social. São considerados Investidores Profissionais: I – instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil; II – companhias seguradoras e sociedades de capitalização; III – entidades abertas e fechadas de previdência complementar; IV – pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor profissional mediante termo próprio, de acordo com a IN CVM; V – fundos de investimento; VI – clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM; VII – agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios; VIII – investidores não residentes. Investidor não residente É considerado como investidor não residente individual ou coletivo as pessoas físicas ou jurídicas, os fundos ou outras entidades de investimento coletivo, com residência, sede ou domicilio no exterior. Previamente ao início das operações, o investidor não residente deve: - constituir um ou mais representantes;- obter registro junto a CVM. Quando o representante for pessoa física ou jurídica não financeira, o investidor deve nomear instituição autorizada a funcionar pelo BACEN, que será corresponsável pelo cumprimento das obrigações. 1 Certificação em Produtos de Investimentos Série – 20 Módulo II Compliance Legal, Ética e Análise do Perfil do Investidor (15% a 25% do exame) 2 2. Compliance Legal, Ética e Análise do perfil do Investidor ........................................................5 2.1. Risco de Imagem (Reputação) e Risco Legal (Não Cumprimento da Legislação/ Regulamentação): Implicações da não Observância dos Princípios e Regras de Compliance Legal e Ética ..............................................................................................................................5 2.2. Controles Internos: Resolução CMN 2.554/98, Artigo 1º ..................................................5 2.2.1. Segregação de atividades de forma a evitar possíveis conflitos de interesses (Chinese Wall, também conhecido como barreira de informação) e definição de responsabilidades: Artigo 2° .................................................................................................5 2.2.2. Política de segurança da informação: Artigo 2º IV e VII..............................................7 2.3. Prevenção e Combate a Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento ao Terrorismo (PLDFT) .....................................................................................................................................7 2.3.1. Legislação e regulamentação correlata ......................................................................7 Fases da Lavagem de Dinheiro: Colocação”, “Estratificação/Ocultação” e “Integração” .7 2.3.1.1. Quem está sujeito à lei e à regulamentação: abrangência, amplitude e responsabilidades dos profissionais e das Instituições Financeiras e Não-Financeiras (Lei 9.613, cap. V, art. 9º, Resolução CVM nº50, cap. I e Circulares Bacen 3.858/2017, cap. I e 3.978/20, cap. I).............................................................................................................8 2.3.1.2. Identificação dos clientes e da manutenção de registros (Lei 9.613, cap. VI, art.10A, Resolução CVM nº 50, cap. IV e VI e Circular Bacen 3.978/20, cap. V e VI) ........9 2.3.1.3. Da comunicação de Operações Financeiras ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF (Lei 9.613, cap. VII, Resolução CVM nº50, cap. V, Circular Bacen 3.978/20, cap. VII e VIII e Carta Circular Bacen 4.001/20) .....................................9 2.3.1.4. Do cumprimento de sanções de indisponibilidade de ativos impostas por resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas – CSNU (Lei 13.260/16, Lei 13.810/19, Resolução CVM nº50, cap. VII e Circular Bacen 3.942/19) ...........................10 2.3.1.5. Políticas e procedimentos de PLD/FT - Organismos nacionais e de cooperação internacional. Convenção de Viena, Decreto n.154/91, Convenção Internacional para Supressão do Financiamento do Terrorismo, Decreto n. 5.640/05 e o Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo – GAFI (Lei 9.613, cap. IX, Lei 13.260/16, Lei 13.810/19, Resolução CVM nº50, Circular Bacen 3.942/19 e Circular Bacen 3.978/20) ..............................................................................10 2.3.2. Conceito de abordagem baseada em risco para PLD/FT (Resolução CVM nº50, cap. II e Circular Bacen 3.978/20, cap. IV): ...................................................................................12 2.3.2.1 Avaliação Interna de Risco ..................................................................................12 2.3.2.2 Política direcionada às características e riscos relevantes da instituição ...........12 2.3.2.3 Controle de efetividade das políticas e procedimentos......................................13 3 2.3.3. Aplicação do princípio “Conheça seu cliente” (Resolução CVM nº50, cap. IV e Circular Bacen 3.978/20, cap. V): .......................................................................................14 2.3.3.1. Função do cadastro e implicações de um cadastro desatualizado. Análise da capacidade financeira do Cliente....................................................................................14 2.3.3.2. O princípio “Conheça seu Cliente” como forma de proteção da Instituição Financeira e do profissional ............................................................................................14 2.3.4 Procedimentos destinados a conhecer funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados (Resolução CVM nº50, cap. II e Circular Bacen 3.978/20, cap. IX) ...14 2.4 Normas e Padrões Éticos ..................................................................................................15 2.4.1 Utilização Indevida de Informações Privilegiadas (contexto de negociação – mercado primário e secundário em renda fixa e renda variável – valorização de cotas em fundos de investimento, manipulação de preços) ..............................................................................15 2.4.1.1. Insider Trader (Insider Trading) .........................................................................16 2.4.1.2 Front Runner (Front Running) ............................................................................16 2.4.2 Confidencialidade ......................................................................................................16 2.4.3 Conflito de interesses ................................................................................................16 2.5 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para a Distribuição de Produtos de Investimento no Varejo. .........................................................................................................16 2.6 Análise do Perfil do Investidor - API .................................................................................17 2.6.1 Resolução CVM nº 30 – dever de verificação da adequação dos produtos, serviços e operações ao perfil do cliente (suitability). Finalidade e para quem se aplica a regra. ......17 2.6.1.1 Abrangência; perfil do cliente; categorias de produtos; vedações e obrigações; regras, procedimentos e controles internos; atualizações e dispensas. .............................18 2.6.2 Adequação de produtos ofertados em função do perfil do investidor. Importância e motivação do API para o investidor. Possibilidade de venda de um produto não adequado ao perfil do investidor. .......................................................................................................19 2.6.3 Fatores Determinantes para Adequação dos Produtos de Investimento as Necessidades dos Investidores .......................................................................................19 2.6.3.1 Objetivo do Investidor ........................................................................................19 2.6.3.2 Horizonte de Investimento e idade do investidor...............................................19 2.6.3.3 Risco versus retorno ...........................................................................................19 2.6.3.4 Diversificação: Vantagens e limites de redução do risco incorrido .....................19 2.6.3.5 Finanças Pessoais ...............................................................................................20 4 2.6.3.5.1 Conceitos de Orçamento Pessoal e familiar (Receitas/Despesas), fluxo de caixa e situação financeira: .........................................................................................20 2.6.3.5.2 Patrimônio Líquido (ativos e passivos). Índices de endividamento..............22 2.6.3.6 Grau de conhecimento do mercado financeiro – experiência em matéria de investimento ..................................................................................................................232.7 Decisões do Investidor na perspectiva de Finanças Comportamentais ............................25 2.7.1 A decisão do investidor na perspectiva das Finanças Comportamentais. .................25 2.7.2 Algumas das Heurísticas (regras práticas ou atalhos mentais que orientam o julgamento e avaliação dos investidores) e os erros que podem causar nas decisões dos investidores (vieses) ...........................................................................................................25 2.7.2.1 Disponibilidade (decisões influenciadas por ocorrências e eventos recentes na memória do investidor) ..................................................................................................26 2.7.2.2 Representatividade (decisões a partir de associações com estereótipos formados e desprezo de informações relevantes para a tomada de decisão) ...............26 2.7.2.3 Ancoragem (decisões com base em informações e conhecimentos prévios ou pré- concebidos) .............................................................................................................27 2.7.2.4 Aversão à perda (manutenção de investimentos não lucrativos e venda de investimentos com ganho). ............................................................................................27 2.7.3 Efeitos de estruturação: influência na decisão de investimento da forma como as alternativas ou o problema é apresentado (framing) .........................................................28 2.8 Conceitos de ASG (Ambiental, Social e Governança)........................................................29 2.8.1 Aspectos Ambientais .................................................................................................29 2.8.2 Aspectos Sociais ........................................................................................................29 2.8.3 Aspectos de Governança Corporativa .......................................................................29 2.8.4 Conceitos de Investimentos ASG ...............................................................................29 5 2. Compliance Legal, Ética e Análise do perfil do Investidor 2.1. Risco de Imagem (Reputação) e Risco Legal (Não Cumprimento da Legislação/ Regulamentação): Implicações da não Observância dos Princípios e Regras de Compliance Legal e Ética Risco de Imagem (Reputação) Possibilidade de perdas decorrentes de a instituição ter seu nome desgastado junto ao mercado ou às autoridades, em razão de publicidade negativa, verdadeira ou não. Exemplos: risco de imagem na lavagem de dinheiro (envolvimento do nome da instituição financeira). Risco Legal (Não Cumprimento da Legislação/Regulamentação): implicações da não observância dos princípios e regras de Compliance legal e Ética Pode ser definido como a possibilidade de perdas decorrentes de multas, penalidades ou indenizações resultantes de ações de órgãos de supervisão e controle, bem como perdas decorrentes de decisão desfavorável em processos judiciais ou administrativos. Também conhecido como risco jurídico. Ex: inobservância dos princípios éticos e regras de compliance legal das instituições financeiras. 2.2. Controles Internos: Resolução CMN 2.554/98, Artigo 1º Art. 1º Determinar às instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil a implantação e a implementação de controles internos voltados para as atividades por elas desenvolvidas, seus sistemas de informações financeiras, operacionais e gerenciais e o cumprimento as normas legais e regulamentares a elas aplicáveis. - Parágrafo 1º Os controles internos, independentemente do porte da instituição, devem ser efetivos e consistentes com a natureza, complexidade e risco das operações por ela realizadas. - Parágrafo 2º São de responsabilidade da diretoria da instituição: I - a implantação e a implementação de uma estrutura de controles internos efetiva mediante a definição de atividades de controle para todos os níveis de negócios da instituição; II - o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes aos mesmos III - a verificação sistemática da adoção e do cumprimento dos procedimentos definidos em função do disposto no inciso II. 2.2.1. Segregação de atividades de forma a evitar possíveis conflitos de interesses (Chinese Wall, também conhecido como barreira de informação) e definição de responsabilidades: Artigo 2° Art. 2º Os controles internos, cujas disposições devem ser acessíveis a todos os funcionários da instituição de forma a assegurar sejam conhecidas a respectiva função no processo e as responsabilidades atribuídas aos diversos níveis da organização, devem prever: I - a definição de responsabilidades dentro da instituição; 6 II - a segregação das atividades atribuídas aos integrantes da instituição de forma a que seja evitado o conflito de interesses, bem como meios de minimizar e monitorar adequadamente áreas identificadas como de potencial conflito da espécie; III - meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar adversamente a realização dos objetivos da instituição; IV - a existência de canais de comunicação que assegurem aos funcionários, segundo o correspondente nível de atuação, o acesso a confiáveis, tempestivas e compreensíveis informações consideradas relevantes para suas tarefas e responsabilidades; V - a contínua avaliação dos diversos riscos associados às atividades da instituição; VI - o acompanhamento sistemático das atividades desenvolvidas, de forma a que se possa avaliar se os objetivos da instituição estão sendo alcançados, se os limites estabelecidos e as leis e regulamentos aplicáveis estão sendo cumpridos, bem como a assegurar que quaisquer desvios possam ser prontamente corrigidos; VII - a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de informações, em especial para os mantidos em meio eletrônico. Parágrafo 1º Os controles internos devem ser periodicamente revisados e atualizados, de forma a que sejam a eles incorporadas medidas relacionadas a riscos novos ou anteriormente não abordados. Parágrafo 2º A atividade de auditoria interna deve fazer parte do sistema de controles internos. Parágrafo 3º A atividade de que trata o parágrafo 2º, quando não executada por unidade específica da própria instituição ou de instituição integrante do mesmo conglomerado financeiro, poderá ser exercida: I - por auditor independente devidamente registrado na Comissão de Valores Mobiliários - CVM, desde que não aquele responsável pela auditoria das demonstrações financeiras; II - pela auditoria da entidade ou associação de classe ou de órgão central a que filiada a instituição; III - por auditoria de entidade ou associação de classe de outras instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, mediante convênio, previamente aprovado por este, firmado entre a entidade a que filiada a instituição e a entidade prestadora do serviço. Parágrafo 4º No caso de a atividade de auditoria interna ser exercida por unidade própria, deverá essa estar diretamente subordinada ao conselho de administração ou, na falta desse, à diretoria da instituição. Parágrafo 5º No caso de a atividade de auditoria interna ser exercida segundo uma das faculdades estabelecidas no parágrafo 3º, deverá o responsável por sua execução reportar-se diretamente ao conselho de administração ou, na falta desse, à diretoria da instituição. Parágrafo 6º As faculdades estabelecidas no parágrafo 3º, incisos II e III, somente poderão ser exercidas por cooperativas de crédito e por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades corretoras de câmbio e sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários não integrantes de conglomerados financeiros. 7 2.2.2. Políticade segurança da informação: Artigo 2º IV e VII IV - a existência de canais de comunicação que assegurem aos funcionários, segundo o correspondente nível de atuação, o acesso a confiáveis, tempestivas e compreensíveis informações consideradas relevantes para suas tarefas e responsabilidades; VII - a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de informações, em especial para os mantidos em meio eletrônico. 2.3. Prevenção e Combate a Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento ao Terrorismo (PLDFT) 2.3.1. Legislação e regulamentação correlata É considerado como lavagem de dinheiro ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores proveniente, direta ou indiretamente, de crimes antecedentes, conforme abaixo: A caracterização do crime ocorre por meio dos seguintes crimes antecedentes: * Tráfico de drogas; * Terrorismo e seu financiamento; * Contrabando ou tráfico de armas; * Extorsão mediante sequestro; * Contra a administração pública; * Contra o Sistema Financeiro Nacional; * Praticado por organização criminosa; * Praticado por particular contra a administração pública estrangeira Toda conversão de capital ilícito em capital aparentemente lícito ou ainda dinheiro originário do ilícito e que passa a integrar a economia formal, como dinheiro lícito também é considerado como lavagem de dinheiro. Fases da Lavagem de Dinheiro: Colocação”, “Estratificação/Ocultação” e “Integração” 1. Colocação – a primeira etapa do processo é a colocação do dinheiro no sistema econômico. Objetivando ocultar sua origem, o criminoso procura movimentar o dinheiro em países com regras mais permissivas e naqueles que possuem um sistema financeiro liberal. A colocação se efetua por meio de depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou compra de bens. Para dificultar a identificação da procedência do dinheiro, os criminosos aplicam técnicas sofisticadas e cada vez mais dinâmicas, tais como o fracionamento dos valores que transitam pelo sistema financeiro e a utilização de estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie. 8 2. Ocultação – a segunda etapa do processo consiste em dificultar o rastreamento contábil dos recursos ilícitos. O objetivo é quebrar a cadeia de evidências ante a possibilidade da realização de investigações sobre a origem do dinheiro. Os criminosos buscam movimentá-lo de forma eletrônica, transferindo os ativos para contas anônimas – preferencialmente, em países amparados por lei de sigilo bancário – ou realizando depósitos em contas abertas em nome de "laranjas" ou utilizando empresas fictícias ou de fachada. 3. Integração – nesta última etapa, os ativos são incorporados formalmente ao sistema econômico. As organizações criminosas buscam investir em empreendimentos que facilitem suas atividades – podendo tais sociedades prestarem serviços entre si. Uma vez formada a cadeia, torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal. Para disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de dinheiro realiza- se por meio de um processo dinâmico que requer: primeiro, o distanciamento dos fundos de sua origem, evitando uma associação direta deles com o crime; segundo, o disfarce de suas várias movimentações para dificultar o rastreamento desses recursos; e terceiro, a disponibilização do dinheiro novamente para os criminosos depois de ter sido suficientemente movimentado no ciclo de lavagem e poder ser considerado "limpo". 2.3.1.1. Quem está sujeito à lei e à regulamentação: abrangência, amplitude e responsabilidades dos profissionais e das Instituições Financeiras e Não- Financeiras (Lei 9.613, cap. V, art. 9º, Resolução CVM nº50, cap. I e Circulares Bacen 3.858/2017, cap. I e 3.978/20, cap. I) Sujeitam-se às obrigações da lei as pessoas jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não: * A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira; * A compra e venda de moeda estrangeira ou instrumento cambial; * A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou administração de títulos e valores mobiliários. Sujeitam-se às mesmas obrigações: * As Bolsas de Valores e de mercadorias e futuros; * As seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência complementar e capitalização; * As administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem como administradoras de consórcios para aquisição de bens e serviços; * As empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento comercial (factoring); * As pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionarias ou por qualquer forma representem os interesses de estrangeiro que exerça qualquer das atividades acima; 9 * As pessoas jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra e venda de bens imóveis; * As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e antiguidades; * As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor ou exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos em espécie. 2.3.1.2. Identificação dos clientes e da manutenção de registros (Lei 9.613, cap. VI, art.10A, Resolução CVM nº 50, cap. IV e VI e Circular Bacen 3.978/20, cap. V e VI) Para a identificação dos Clientes, o cadastro deverá estar atualizado. Os registros das transações dos Clientes deverão ser identificados em todas as operações em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais ou qualquer outro ativo passível de ser convertido em dinheiro que ultrapassar limite fixado pelas autoridades competentes. As instituições participantes do mercado devem manter cadastros atualizados de seus Clientes, registros das operações pelo prazo mínimo de 10 (dez) anos a partir do ano seguinte ao encerramento da conta ou da conclusão da operação. As instituições devem coletar de seus clientes permanentes informações que permitam caracterizá-los ou não como pessoas politicamente expostas e identificar a origem dos fundos envolvidos nas transações dos clientes assim caracterizados. Devemos dispensar especial atenção às operações que nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos na lei ou com eles relacionar-se, deverão comunicar, abstendo-se de dar aos Clientes ciências de tal ato, no prazo de 24 horas às autoridades competentes. 2.3.1.3. Da comunicação de Operações Financeiras ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF (Lei 9.613, cap. VII, Resolução CVM nº50, cap. V, Circular Bacen 3.978/20, cap. VII e VIII e Carta Circular Bacen 4.001/20) Veja o quadro abaixo: ENTIDADE COMUNICAÇÃO AO ÓRGÃO COMPETENTE Instituição Financeira BACEN – Banco Central do Brasil Funcionário Órgão competente da sua Instituicão Financeira 10 2.3.1.4. Do cumprimento de sanções de indisponibilidade de ativos impostas por resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas – CSNU (Lei 13.260/16, Lei 13.810/19, Resolução CVM nº50, cap. VII e Circular Bacen 3.942/19) O ato normativo ora proposto estabelece, inicialmente, que as instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN devem cumprir imediatamente as resoluções do CSNU (Conselho de Segurança das Nações Unidas) ou as designações de seus comitês de sanções que determinem a indisponibilidade de ativos de titularidade, direta ou indireta, de pessoas naturais, de pessoas jurídicas ou de entidades, sem prejuízo do dever de cumprir as determinações judiciaisde indisponibilidade previstas na Lei 13.810, de 2019, lei que dispõe sobre a indisponibilidade de ativos de pessoas investigadas ou acusadas de terrorismo . Para isso, as instituições reguladas deverão monitorar as determinações de indisponibilidade, bem como eventuais informações a serem observadas para o seu atendimento, visando ao seu cumprimento imediato, independentemente de comunicação desta Autarquia. 2.3.1.5. Políticas e procedimentos de PLD/FT - Organismos nacionais e de cooperação internacional. Convenção de Viena, Decreto n.154/91, Convenção Internacional para Supressão do Financiamento do Terrorismo, Decreto n. 5.640/05 e o Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo – GAFI (Lei 9.613, cap. IX, Lei 13.260/16, Lei 13.810/19, Resolução CVM nº50, Circular Bacen 3.942/19 e Circular Bacen 3.978/20) As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem implementar políticas e procedimentos internos de controle destinados a prevenir sua utilização na prática dos crimes de que trata a Lei nº 9.613/98. Tais políticas devem: - especificar, em documento interno, as responsabilidades dos integrantes de cada nível hierárquico da instituição; - definir os critérios e procedimentos para seleção, treinamento e acompanhamento da situação econômico-financeira dos empregados da instituição; - contemplar a coleta e registro de informações sobre clientes e que permitam a identificação dos riscos identificados na lei; - incluir análise prévia de todo produto e serviço novo sob a ótica da lei; - ser aprovada pelo conselho de administração da instituição; - receber ampla divulgação interna. Assim como os procedimentos necessários também devem confirmar todas as informações cadastrais dos clientes e identificar os beneficiários finais das operações. Ainda devem possibilitar a caracterização das pessoas politicamente expostas. 11 Obs.: Em caso de estrangeiros considera-se pessoa politicamente exposta indivíduos em posições ou categorias que exerce ou exerceu importantes funções públicas em país estrangeiro, tais como, chefes de estado e de governo, políticos de alto nível, altos servidores dos poderes públicos, magistrados ou militares de alto nível, dirigentes de empresas públicas ou de partidos políticos. No Brasil, o organismo nacional responsável para disciplinar e aplicar penas administrativas é o COAF e o organismo internacional é o GAFI. O Brasil engajou-se nesta luta contra o crime organizado e em Março de 1998 deu mais um passo em direção ao reconhecimento da necessidade de corroborar com a comunidade internacional com atitudes internas que pudessem ter resultados eficazes. A Lei 9.613/1998 criou o COAF, órgão no âmbito do Ministério da Fazenda, que tem como principal tarefa promover um esforço conjunto por parte dos vários órgãos governamentais do Brasil que cuidam da implementação de políticas nacionais voltadas para o combate aos crimes de lavagem de dinheiro, evitando que setores da economia continuem sendo utilizados nessas operações ilícitas. COAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras tem a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo da competência de outros órgãos e entidades. O principal organismo internacional é o GAFI - Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo. A reclusão prevista como pena para o crime ainda pode ser somada à multa pecuniária, aplicada pelo COAF, que será variável não superior: a) ao dobro do valor da operação; b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da operação; ou c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); As instituições devem manter registros de todos os serviços financeiros prestados e de todas as operações financeiras realizadas com os clientes ou em seu nome. Atentando para os valores: - das operações que, realizadas com uma mesma pessoa, conglomerado financeiro ou grupo, em um mesmo mês calendário, superem, por instituição ou entidade, em seu conjunto, o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais); - das emissões de cheque administrativo, de cheque ordem de pagamento, de ordem de pagamento, de Documento de Crédito (DOC), de TED e de outros instrumentos de transferência de recursos, quando de valor superior a R$ 1.000,00 (mil reais); - em recarga ou emissão de valores em um ou mais cartões pré-pagos, em montante acumulado igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) ou o equivalente em moeda estrangeira, no mês calendário; 12 - depósito em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré-pago ou pedido de provisionamento para saque, ou de qualquer outro instrumento de transferência de fundos contra pagamento em espécie, de valor igual ou superior a R$ R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Todos os valores acima se referem à movimentação normal, ou seja, sem apresentar indícios de ocultação ou dissimulação da natureza, da origem, da localização, da movimentação ou da propriedade de bens e direitos. Outro tema que pode ser cobrado em sua prova é a Convenção de Viena, que se trata de uma convenção da ONU contra tráfico de entorpecentes e substâncias psicotrópicas, que tem como objetivo promover a cooperação entre os Estados para tratar de forma mais eficaz o tráfico de drogas, acabar com os lucros de organizações criminosas através da produção de drogas ilícitas e do tráfico e fornecer novas ferramentas aos governos. A Convenção também buscou reduzir o sofrimento humano e pediu que os Estados adotassem medidas efetivas nas áreas de prevenção, tratamento e reabilitação. Como essa reunião aconteceu em Viena, a convenção levou este nome. 2.3.2. Conceito de abordagem baseada em risco para PLD/FT (Resolução CVM nº50, cap. II e Circular Bacen 3.978/20, cap. IV): Abordagem Baseada em Risco (ABR) é um dos assuntos mais discutidos quando o tema é prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Isso porque se trata de uma metodologia que avalia cada situação com singularidade e permite que os controles sejam diretamente proporcionais aos riscos avaliados. Hoje a ABR é o eixo central das normas de Prevenção a Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo. 2.3.2.1 Avaliação Interna de Risco Art. 10. As instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN devem realizar avaliação interna com o objetivo de identificar e mensurar o risco de utilização de seus produtos e serviços na prática da lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo. § 1º Para identificação do risco de que trata o caput, a avaliação interna deve considerar, no mínimo, os perfis de risco: I - dos clientes; II - da instituição, incluindo o modelo de negócio e a área geográfica de atuação; III - das operações, transações, produtos e serviços, abrangendo todos os canais de distribuição e a utilização de novas tecnologias; e IV - das atividades exercidas pelos funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados. 2.3.2.2 Política direcionada às características e riscos relevantes da instituição § 2º O risco identificado deve ser avaliado quanto à sua probabilidade de ocorrência e à magnitude dos impactos financeiro, jurídico, reputacional e socioambiental para a instituição. 13 § 3º Devem ser definidas categorias de risco que possibilitem a adoção de controles de gerenciamento e de mitigação reforçados para as situações de maior risco e a adoção de controles simplificados nas situações de menor risco. § 4º Devem ser utilizadas como subsídio à avaliação interna de risco, quando disponíveis, avaliações realizadas por entidadespúblicas do País relativas ao risco de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. 2.3.2.3 Controle de efetividade das políticas e procedimentos Art. 62. As instituições referidas no art. 1º devem avaliar a efetividade da política, dos procedimentos e dos controles internos de que trata esta Circular. § 1º A avaliação referida no caput deve ser documentada em relatório específico. § 2º O relatório de que trata o § 1º deve ser: I - elaborado anualmente, com data-base de 31 de dezembro; e II - encaminhado, para ciência, até 31 de março do ano seguinte ao da data-base: a) ao comitê de auditoria, quando houver; e b) ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria da instituição. Art. 63. O relatório referido no art. 62, § 1º, deve: I - conter informações que descrevam: a) a metodologia adotada na avaliação de efetividade; b) os testes aplicados; c) a qualificação dos avaliadores; e d) as deficiências identificadas; e II - conter, no mínimo, a avaliação: a) dos procedimentos destinados a conhecer clientes, incluindo a verificação e a validação das informações dos clientes e a adequação dos dados cadastrais; b) dos procedimentos de monitoramento, seleção, análise e comunicação ao Coaf, incluindo a avaliação de efetividade dos parâmetros de seleção de operações e de situações suspeitas; c) da governança da política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo; d) das medidas de desenvolvimento da cultura organizacional voltadas à prevenção da lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo; e) dos programas de capacitação periódica de pessoal; f) dos procedimentos destinados a conhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados; e g) das ações de regularização dos apontamentos oriundos da auditoria interna e da supervisão do Banco Central do Brasil. 14 2.3.3. Aplicação do princípio “Conheça seu cliente” (Resolução CVM nº50, cap. IV e Circular Bacen 3.978/20, cap. V): 2.3.3.1. Função do cadastro e implicações de um cadastro desatualizado. Análise da capacidade financeira do Cliente O procedimento de Conheça seu Cliente é uma recomendação do Comitê de Basiléia, na qual os bancos devem estabelecer um conjunto de regras e procedimentos bem definidos com o objetivo de “Conhecer Seu Cliente, buscando identificar e conhecer a origem e constituição do patrimônio e dos recursos financeiros do cliente”. É um elemento crítico na administração dos riscos bancários e a aplicação de uma adequada política de Conheça seu Cliente ajuda a proteger a reputação e a integridade das instituições e do sistema bancário, reduzindo a possibilidade dos bancos se tornarem veículos ou vítimas de crimes financeiros. São procedimentos que devem ser realizados na forma de uma due dilligence sobre o cliente, com o objetivo de conhecer detalhes da sua vida pessoal e profissional, dando maior segurança às informações apresentadas pelo cliente na Ficha Cadastral. Em algumas instituições, o Conheça seu Cliente é preparado e atualizado por um departamento diferente ao do Cadastro. Não existe entretanto, uma determinação legal relativa à competência/responsabilidade sobre isto, facultando-se desta forma a cada instituição determinar seus próprios procedimentos. Obs.: O cadastro deverá ser mantido e conservado durante o período mínimo de 10 anos contados a partir do primeiro dia do ano seguinte ao do encerramento das contas ou conclusão da operação. 2.3.3.2. O princípio “Conheça seu Cliente” como forma de proteção da Instituição Financeira e do profissional As Instituições Financeiras devem comunicar aos órgãos responsáveis qualquer indício de lavagem de dinheiro identificado. A iniciativa de comunicação parte do profissional, que tem um contato direto com o cliente e sua respectiva movimentação de recursos. Mantendo os dados atualizados e realizando a comunicação aos órgãos competentes, tanto a instituição financeira como os profissionais estão protegidos perante a lei, ficando isentos de corresponsabilidades, pois a lei garante que as comunicações de boa-fé não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa. 2.3.4 Procedimentos destinados a conhecer funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados (Resolução CVM nº50, cap. II e Circular Bacen 3.978/20, cap. IX) 15 Você já estava acostumado com o “KYC” (Know Your Costumer) ou “Conheça seu cliente”. Agora a preocupação com potenciais participantes de um processo de lavagem de dinheiro dentro das instituições financeiras se estendeu para funcionários e parceiros. Surge então o KYE (Know Your Employee) ou “Conheça seu funcionário” e KYP (Know Your Partner) ou “Conheça seu parceiro”. As práticas de Know Your Employee (KYE) e Know Your Partner (KYP) também vêm ganhando corpo como forma de evitar fraudes e desfalques, especialmente em empresas e corporações. Know your employee (KYE) parte do mesmo princípio do KYC, e o processo consiste em analisar, verificar e validar as informações fornecidas pelos colaboradores e candidatos em processos seletivos. O know your partner (KYP) analisa, verifica e valida as informações fiscais, legais e financeiras dos parceiros, fornecedores, distribuidores e prestadores de serviço com o qual a empresa se envolve. A maioria das fraudes na iniciativa privada, a despeito de envolver clientes e entes externos ou não, geralmente conta com participação ativa de funcionários, parceiros e fornecedores, ou pelo menos algum grau de facilitação por essas partes. Normas internas de compliance em grandes empresas e companhias de capital aberto, por exemplo, já incluem pesadas políticas de admissão e contratação e de cadastro e qualificação de fornecedores, entre outros. 2.4 Normas e Padrões Éticos 2.4.1 Utilização Indevida de Informações Privilegiadas (contexto de negociação – mercado primário e secundário em renda fixa e renda variável – valorização de cotas em fundos de investimento, manipulação de preços) Chamado de INSIDER no Mercado de Ações, ele tem informações privilegiadas da empresa que trabalha e passa essas informações para outros contatos ou usa para o próprio bem. Um exemplo mais claro de INSIDER seria eu trabalhando em algum Banco, na área estratégica e em meio a algumas reuniões decidíssemos adquirir um outro Banco. Esse tipo de informação é muito valiosa. Como sou dos primeiros a saber dessa compra, posso me antecipar e comprar muitas ações do banco que será adquirido antes da informação ser divulgada no mercado. Certamente quando for divulgada a compra do banco, suas ações irão disparar em instantes. Com isso realizo meu lucro absurdamente alto em um espaço de tempo curtíssimo. Existem diferentes tipos de informações privilegiadas – as relacionadas a informações sobre empresas e suas atividades além das relacionadas a movimentações financeiras em operações realizadas nos mercados organizados e de balcão. Nas situações que uma pessoa, seja ela física ou jurídica, de posse de informações antecipadas, obtenha proveito delas em beneficio próprio ou para terceiros, caracteriza-se como utilização de informações privilegiadas. Estudaremos agora dois tipos distintos destas informações: o Insider Trader e o Front Runner. 16 2.4.1.1. Insider Trader (Insider Trading) Somente possuir informações privilegiadas ou ter acesso a elas não caracteriza o insider trading. É necessário que delas se faça uso no mercado de valores mobiliários em proveito próprio ou de terceiros. É ilegal usar informações privilegiadas para obter ganhos no mercado financeiro. Desta forma, um diretor financeiro de uma determinada empresa não pode negociar no mercado de capitais ações da companhia que dirige com base em informações que não sejam públicas. Em geral, o insider trading aparece ligado aos mercados de ações,futuros e opções, justamente quando ocorre um negócio irregular feito por quem tem esta informação privilegiada ou foi orientado por insider. 2.4.1.2 Front Runner (Front Running) A prática de "Front running" consiste em realizar operações antecipadamente às operações principais. Neste caso surge o chamado conflito de ordens de compra e venda de produtos de investimento se a situação não for adequadamente administrada. Trata-se de utilização indevida de informações privilegiadas. Resumo * Insider Trader Obter conhecimento de uma informação privilegiada a ponto de influenciar o valor do ativo. * Front Runner Realizar operações antecipadamente de posse das informações privilegiadas. 2.4.2 Confidencialidade A confidencialidade e o dever de sigilo estão relacionados às informações sobre operações realizadas pelos Clientes, bem como a informações cadastrais e movimentações financeiras. Porém há também situações em que é possível quebrar a confidencialidade, normalmente sob pedido judicial ou do próprio investidor. 2.4.3 Conflito de interesses Configura um potencial um conflito como por exemplo a execução de ordens de compra ou venda de produtos de investimento para Clientes e para a carteira própria da instituição administradora de fundos. Aqui entra a necessidade de segregação de atividades (chinese wall) de forma a assegurar a independência na tomada de decisões. 2.5 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para a Distribuição de Produtos de Investimento no Varejo. 17 Obs.: Se você é aluno dos nossos cursos presenciais, o código acima, bem como todos os demais cobrados em sua prova, serão enviados como material complementar de estudos e você também terá um arquivo adicional contemplando cada item cobrado em sua prova referente ao respectivo código. Se você é aluno de nossas turmas online, este conteúdo estará disponível em sua sala de aula online, com o tema “Códigos”. 2.6 Análise do Perfil do Investidor - API O mercado financeiro possui uma infinidade de ativos e produtos diferentes, cada um com características bem particulares. O investidor vê-se diante de muitas opções e uma pergunta. Qual é o mais indicado para si? Os bancos e corretoras criaram uma forma de ajudar o investidor a descobrir os melhores produtos para aplicar seus recursos. O procedimento foi batizado de Análise de Perfil do Investidor (API). Em geral, trata-se de um questionário onde os clientes respondem sobre sua condição financeira, idade, quantidade de recursos que disponibilizam para investir, para que pretendem utilizar o capital que estão investindo, em quanto tempo etc. As respostas agrupadas mostram o seu perfil de investidor e, em alguns casos, já sugerem em quais produtos você pode alocar que fatias do seu capital. Isso dá mais segurança para o cliente, no momento de ele investir seus recursos. No exterior, a API é conhecida como suitability e é bastante aplicada em países onde o mercado de investimentos é maduro. O “Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para os Fundos de Investimento”, divulgado em janeiro de 2008, passou a contemplar as regras de Suitability. No Brasil os Bancos adotaram o nome de API – Análise de Perfil do Investidor. 2.6.1 Resolução CVM nº 30 – dever de verificação da adequação dos produtos, serviços e operações ao perfil do cliente (suitability). Finalidade e para quem se aplica a regra. Art. 1º Esta Resolução regulamenta o dever de verificação da adequação dos produtos, serviços e operações ao perfil do cliente. Parágrafo único. As regras previstas na presente Resolução são aplicáveis às recomendações de produtos ou serviços, direcionadas a clientes específicos, realizadas mediante contato pessoal ou com o uso de qualquer meio de comunicação, seja sob forma oral, escrita, eletrônica ou pela rede mundial de computadores, e devem ser adotadas para o cliente titular da aplicação. Art. 2º As pessoas habilitadas a atuar como integrantes do sistema de distribuição e os consultores de valores mobiliários não podem recomendar produtos, realizar operações ou prestar serviços sem que verifiquem sua adequação ao perfil do cliente. 18 2.6.1.1 Abrangência; perfil do cliente; categorias de produtos; vedações e obrigações; regras, procedimentos e controles internos; atualizações e dispensas. PERFIL DO CLIENTE Art. 3º As pessoas referidas no art. 2º devem verificar se: I - o produto, serviço ou operação é adequado aos objetivos de investimento do cliente; II - a situação financeira do cliente é compatível com o produto, serviço ou operação; e III - o cliente possui conhecimento necessário para compreender os riscos relacionados ao produto, serviço ou operação. § 1º Para cumprimento do disposto no inciso I do caput, as pessoas referidas no art. 2º devem analisar, no mínimo: I - o período em que o cliente deseja manter o investimento; II - as preferências declaradas do cliente quanto à assunção de riscos; e III - as finalidades do investimento. § 2º Para cumprimento do disposto no inciso II do caput, as pessoas referidas no art. 2º devem analisar, no mínimo: I - o valor das receitas regulares declaradas pelo cliente; II - o valor e os ativos que compõem o patrimônio do cliente; e III - a necessidade futura de recursos declarada pelo cliente. § 3º Para cumprimento do disposto no inciso III do caput, as pessoas referidas no art. 2º devem analisar, no mínimo: I - os tipos de produtos, serviços e operações com os quais o cliente tem familiaridade; II - a natureza, o volume e a frequência das operações já realizadas pelo cliente no mercado de valores mobiliários, bem como o período em que tais operações foram realizadas; e III - a formação acadêmica e a experiência profissional do cliente. § 4º O disposto no inciso III do § 3º não se aplica ao cliente pessoa jurídica. § 5º No cumprimento do dever previsto no caput do art. 3º, as pessoas referidas no art. 2º devem considerar os custos diretos e indiretos associados aos produtos, serviços ou operações, abstendo-se de recomendar aqueles que, isoladamente ou em conjunto, impliquem custos excessivos e inadequados ao perfil do cliente. Art. 4º Com o objetivo de atender às obrigações contidas no art. 3º, as pessoas referidas no art. 2º devem avaliar e classificar o cliente em categorias de perfil de risco previamente estabelecidas. Art. 5º Com o objetivo de atender às obrigações contidas no art. 3º, as pessoas referidas no art. 2º devem analisar e classificar as categorias de produtos com que atuem, identificando as características que possam afetar sua adequação ao perfil do cliente. Parágrafo único. Na análise e classificação das categorias de produtos devem ser considerados, no mínimo: 19 I - os riscos associados ao produto e seus ativos subjacentes; II - o perfil dos emissores e prestadores de serviços associados ao produto; III - a existência de garantias; e IV - os prazos de carência. 2.6.2 Adequação de produtos ofertados em função do perfil do investidor. Importância e motivação do API para o investidor. Possibilidade de venda de um produto não adequado ao perfil do investidor. Fatores que determinam o perfil do investidor. - Idade; - Valor disponível para investir; - Horizonte de investimento; - Finalidade do investimento; - Tolerância ao risco; e - Experiência com investimentos. Adequação de produtos em função do perfil do investidor A Análise do Perfil do Investidor é feita por meio de um questionário, que deverá conter os fatores que determinam o perfil de risco, que por meio de suas respostas receberá a indicação de um dos perfis abaixo: . Conservador . Moderado sem Renda Variável . Moderado com Renda Variável . Dinâmico . Arrojado Cada perfil carrega consigo uma simulação de carteira que poderá estar dividida em até 3 partes, levando-se
Compartilhar