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Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 1 Caderno de orientações: uso do raciocínio lógico e da interpretação de textos para resolver questões Obra exposta no Museu de Arte Naif – Zagreb – Croácia. Disponível em <https://s.inyourpocket.com/gallery/148939.jpg>. Acesso em 3 jun. 2022. Christiane Mazur Doi 2022 Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 2 APRESENTAÇÃO O conteúdo deste material pedagógico, intitulado “Caderno de orientação: uso do raciocínio lógico e da interpretação de textos para resolver questões”, apoia-se nas competências e nas habilidades previstas nas diretrizes do componente de Formação Geral do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). O Enade, definido na Lei N° 10.861, de 14 de abril de 2004, é parte integrante do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Além de outros aspectos, esse exame prevê a formação de profissionais éticos, competentes e comprometidos com a sociedade. Nessa avaliação, pretende-se que o egresso do Ensino Superior evidencie a compreensão de temas que transcendam o seu ambiente próprio de formação e que sejam importantes para a realidade contemporânea, tanto no âmbito nacional quanto no âmbito mundial. Os exemplos aqui apresentados são analisados de modo a estimular as capacidades do aluno de: • ler e interpretar textos; • raciocinar logicamente; • obter conclusões por métodos indutivos e dedutivos; • estabelecer relações entre situações diversas, analisando-as criticamente; • verificar contradições; • interligar conhecimentos; • articular disciplinas; • questionar a realidade; • propor soluções para problemas “concretos”. Os temas aqui abordados incluem tecnologia, arte, cultura, ecologia, biodiversidade, geopolítica, relações de gênero e de trabalho, sociodiversidade e responsabilidade social. Em resumo, este material visa a promover o desenvolvimento da prática reflexiva e orientar o leitor na resolução dos problemas. Boa leitura! Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 3 Sumário Página 1. Linguagem e raciocínio 05 2. Questões convencionais no formato de enunciado e alternativas 05 Exemplo 1 (Vunesp 2020). 06 Exemplo 2 (Enade 2010). 08 Exemplo 3 (Enade 2011). 09 Exemplo 4 (Enade 2007). 11 Exemplo 5 (Enade 2007). 12 Exemplo 6 (Enade 2010). 13 Exemplo 7 (Enade 2011). 16 Exemplo 8 (Enade 2011). 17 Exemplo 9 (Enade 2011). 19 Exemplo 10 (Enade 2011). 21 Exemplo 11 (Enade 2012). 22 Exemplo 12 (Enade 2012). 24 Exemplo 13 (Enade 2014). 26 Exemplo 14 (Enade 2014). 27 3. Questões do tipo asserção-razão 29 Exemplo 15 (asserção-razão). 30 Exemplo 16 (asserção-razão). 30 Exemplo 17 (asserção-razão). 31 Exemplo 18 (asserção-razão). 31 Exemplo 19 (asserção-razão). 32 Exemplo 20 (asserção-razão). 32 Exemplo 21 (Enade 2009). 33 Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 4 Exemplo 22 (Enade 2009). 34 Exemplo 23 (Enade 2012). 36 Exemplo 24 (Enade 2011). 38 Exemplo 25 (Enade 2012). 39 Exemplo 26 (Enade 2014). 40 4. Questões que envolvem a aplicação da lógica e de raciocínios dedutivos e indutivos 41 Exemplo 27 (lógica). 44 Exemplo 28 (lógica). 45 Exemplo 29 (lógica). 47 Exemplo 30 (dedução e indução). 49 Exemplo 31 (lógica). 50 Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 5 1. LINGUAGEM E RACIOCÍNIO Podemos nos comunicar por meio de gestos, sinais, expressões faciais e várias outras manifestações. Mas, geralmente, é pela linguagem verbal (falada e escrita) que recebemos e transmitimos mensagens. Usando a linguagem, conversamos, contamos segredos aos amigos, narramos histórias, repassamos piadas, fazemos perguntas, lemos textos, redigimos respostas, respondemos emails e muito mais. Há casos em que a linguagem é utilizada de modo bastante informal, sem preocupações muito grandes com as mensagens que recebemos ou transmitimos. E há casos em que a linguagem está associada ao raciocínio formal, como na leitura de um problema, na análise de um teste, na resposta a uma questão, na elaboração de uma prova e na redação de um texto. As situações anteriores são exemplos de contextos em que precisamos interpretar textos. Para isso, devemos ler com reflexão, entender os sentidos dos enunciados, analisar alternativas, avaliar afirmativas, classificar asserções em falsas ou verdadeiras, fazer comparações, fundamentar argumentos, justificar respostas, discernir e decidir. Nessa perspectiva, veremos a seguir alguns tipos de questões comumente presentes em avaliações que demandam leitura reflexiva e exercício de raciocínio para serem resolvidas. Essas questões serão classificadas segundo o critério abaixo e estudadas por meio da análise detalhada de exemplos de aplicação. • Questões convencionais no formato de enunciado e alternativas. • Questões do tipo asserção-razão. • Questões que envolvem a aplicação da lógica e de raciocínios dedutivos e indutivos. 2. QUESTÕES CONVENCIONAIS NO FORMATO DE ENUNCIADO E ALTERNATIVAS Nas questões convencionais, que envolvem a interpretação de um enunciado e das alternativas (ou das afirmativas) relacionadas a ele, temos como base textos, incluindo citações, trechos de livros, declarações, ilustrações, tirinhas, mapas, tabelas, gráficos e diagramas, enfim, instrumentos de comunicação de alguma ideia. Além do uso do raciocínio lógico, a interpretação do conteúdo introdutório e das alternativas pode requerer do leitor as seguintes habilidades e competências: Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 6 • identificação do(s) tema(s) tratado(s) na questão; • busca de informações contidas no próprio enunciado; • estabelecimento de relações entre situações diversas; • verificação de contradições; • observação de semelhanças; • questionamento da realidade; • realização de inferências e extrapolações; • percepção de absurdos; • projeção de consequências; • distinção entre generalidade e particularidade; • formulação de críticas; • apresentação de conclusões válidas. Vejamos, por meio dos exemplos 1 a 11, como analisar questões de múltipla escolha que visam a verificar as habilidades e competências citadas anteriormente. Este estudo está dividido no seguinte ordenamento: • análise do enunciado, com a identificação do tema desenvolvido; • análise das alternativas (ou afirmativas, se for o caso), com a explicação sobre elas serem corretas ou incorretas. Exemplo 1 (Prefeitura de Piracicaba/SP - Vunesp 2020). Leia o texto a seguir para responder à questão. Sempre acreditei que um texto, para ser “bem escrito”, deveria ser conciso, claro e verdadeiro. O problema é quando a concisão compromete a clareza. As siglas, por exemplo. Nada mais conciso do que elas. Mas serão claras? Só se você souber previamente o que significam. Um absurdo de siglas circula hoje alegremente pela língua – nem sempre identificadas entre parênteses – o que nos obriga a piruetas mentais para saber qual é o quê. Como é impossível saber todas, a sigla é a língua estrangulada. Ruy Castro. A língua estrangulada. Folha de S. Paulo, 22.03.2019. Para o autor, A. a preocupação em se exercitar a boa escrita tem colocado em segundo plano o compromisso de retratar a verdade nos textos. B. a incompatibilidade entre clareza e ideias sucintas compromete a qualidade de textos em que se buscam ambas as coisas. C. a atual profusão de siglas desconhecidas tem comprometido a clareza dos textos, dificultando a compreensão deles pelo leitor. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 7 D. o uso abundante de siglas, ao expor o leitor a novas formas de significação nos textos, tem favorecido o interesse pela leitura. E. a identificação prévia do significado das siglas empobrece os textos, ao desobrigar oleitor do exercício de interpretá-los diretamente. Análise do enunciado do exemplo 1. O tema da questão do exemplo 1 é como o uso das siglas pode comprometer a clareza de um texto. O autor elenca qualidades básicas de um bom texto: clareza e concisão. No entanto, ele observa que, no caso de uso de siglas, tem-se a concisão, mas, em muitos casos, compromete-se a clareza. Se o leitor desconhece o que as siglas significam, não compreende bem a mensagem. Assim, o texto discute a relação entre clareza e concisão com o uso de siglas, e não foca em outras questões, como a verdade dos fatos ou o interesse pela leitura. Análise das alternativas do exemplo 1. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O texto do enunciado não expõe a ideia de que a ênfase na produção de textos bem escritos tira a importância da retratação da verdade dos fatos. B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O texto do enunciado não discorre sobre a impossibilidade da produção de textos qualificados que aliem a clareza e a exposição de ideias sucintas. C – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. O texto do enunciado diz que nada é mais conciso do que as siglas. Em seguida, o autor pergunta se as siglas são claras. E responde: “só se você souber previamente o que significam”. Logo, o autor faz uma crítica à profusão das siglas, que, muitas vezes, compromete a clareza do texto e prejudica o seu entendimento. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O texto do enunciado não informa que a profusão do uso das siglas faz o interesse pela leitura aumentar. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O texto do enunciado afirma que, somente se o leitor souber o significado de uma sigla, poderá compreender a mensagem com clareza. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 8 Exemplo 2 (Enade 2010). Leia o texto a seguir. De agosto de 2008 a janeiro de 2009, o desmatamento na Amazônia Legal concentrou-se em regiões específicas. Do ponto de vista fundiário, a maior parte do desmatamento (cerca de 80%) aconteceu em áreas privadas ou em diversos estágios de posse. O restante do desmatamento ocorreu em assentamentos promovidos pelo INCRA, conforme a política de Reforma Agrária (8%), unidade de conservação (5%) e em terras indígenas (7%). Disponível em <www.imazon.org.br>. Acesso em 26 ago. 2010 (com adaptações). Infere-se do texto que, sob o ponto de vista fundiário, o problema do desmatamento na Amazônia Legal está centrado A. nos grupos engajados na política de proteção ambiental, pois eles não aprofundaram o debate acerca da questão fundiária. B. nos povos indígenas, pois eles desmataram a área que ocupavam mais do que a comunidade dos assentados pelo INCRA. C. nos posseiros irregulares e proprietários regularizados, que desmataram mais, pois muitos ainda não estão integrados aos planos de manejo sustentável da terra. D. nas unidades de conservação, que costumam burlar leis fundiárias; nelas, o desmatamento foi maior do que o realizado pelos assentados pelo INCRA. E. nos assentamentos regulamentados pelo INCRA, nos quais o desmatamento foi maior do que o realizado pelos donos de áreas privadas da Amazônia Legal. Análise do enunciado do exemplo 2. O tema da questão do exemplo 2 é o desmatamento da Amazônia Legal. Na citação, informa-se que 80% desse desmatamento ocorreram em áreas privadas ou em diversos estágios de posse. Pede-se que seja feita uma inferência a respeito da centralização, do ponto de vista fundiário, do problema do desmatamento na Amazônia Legal. Análise das alternativas do exemplo 2. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O texto do enunciado não faz referência aos grupos engajados na política de proteção ambiental. Não foi afirmado que o problema do desmatamento na Amazônia Legal está centrado no fato de esses grupos não terem aprofundado o debate sobre a questão fundiária. B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. De acordo com o enunciado, de agosto de 2008 a janeiro de 2009, 7% do desmatamento na Amazônia Legal ocorreram em assentamentos promovidos pelo INCRA em terras indígenas. Esse percentual de desmatamento é significantemente inferior aos Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 9 80% ocorridos em áreas privadas ou em diversos estágios de posse. Além disso, os assentamentos promovidos pelo INCRA em terras indígenas são parte do total de assentamentos realizados por esse órgão. C – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. Segundo o enunciado, de agosto de 2008 a janeiro de 2009, 80% do desmatamento na Amazônia Legal ocorreram em áreas privadas ou em diversos estágios de posse. Logo, podemos inferir que esse problema está centrado em ações de posseiros irregulares e proprietários regularizados, muitos dos quais ainda não estão integrados aos planos de manejo sustentável da terra. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O texto do enunciado não faz referência às unidades de conservação nem ao fato de elas burlarem leis fundiárias. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Pelas informações do enunciado, verificamos que, de agosto de 2008 a janeiro de 2009, 20% do desmatamento na Amazônia Legal ocorreram em assentamentos promovidos pelo INCRA, conforme a política de Reforma Agrária (8%), unidade de conservação (5%) e em terras indígenas (7%). Esse percentual não supera o relativo ao desmatamento realizado pelos donos de áreas privadas, pois 80% aconteceram em áreas privadas ou em diversos estágios de posse. Exemplo 3 (Enade 2011). Leia o texto a seguir. Retrato de uma princesa desconhecida Para que ela tivesse um pescoço tão fino Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos Para que a sua espinha fosse tão direita E ela usasse a cabeça tão erguida Com uma tão simples claridade sobre a testa Foram necessárias sucessivas gerações de escravos De corpo dobrado e grossas mãos pacientes Servindo sucessivas gerações de príncipes Ainda um pouco toscos e grosseiros Ávidos cruéis e fraudulentos Foi um imenso desperdiçar de gente Para que ela fosse aquela perfeição Solitária exilada sem destino ANDRESEN, S. M. B. Dual. Lisboa: Caminho, 2004. p. 73. No poema, a autora sugere que A. os príncipes e as princesas são naturalmente belos. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 10 B. os príncipes generosos cultivavam a beleza da princesa. C. a beleza da princesa é desperdiçada pela miscigenação racial. D. o trabalho compulsório de escravos proporcionou privilégios aos príncipes. E. o exílio e a solidão são os responsáveis pela manutenção do corpo esbelto da princesa. Análise do enunciado do exemplo 3. O enunciado da questão do exemplo 3 é apresentado na forma do poema intitulado “Retrato de uma princesa desconhecida”, de autoria da escritora portuguesa Sofia de Melo Breyner Andresen (Porto, 1919 – Lisboa, 2004). No início do texto, a autora faz o retrato descritivo de uma princesa: pulsos delicados, olhos frontais e limpos, espinha direita, cabeça erguida etc. Em seguida, argumenta que, para que tais características de beleza e sofisticação existissem, foi necessário o trabalho de “sucessivas gerações de escravos (...) servindo sucessivas gerações de príncipes (...) ávidos cruéis e fraudulentos”. Acrescenta que foi necessário “um imenso desperdiçar de gente” para que a princesa “fosse aquela perfeição solitária exilada sem destino”. Análise das alternativas do exemplo 3. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Andresen não afirma que os príncipes e as princesas são naturalmente belos. Segundo a poetisa, foi necessária a exploração do trabalho escravo para que a princesa fosse bela. B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Andresen não afirma que os príncipes generosos cultivavam a beleza da princesa. Segundo a poetisa, os príncipes foram “ávidos cruéis e fraudulentos” e a beleza da princesafoi obtida por meio da exploração do trabalho escravo. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Andresen não cita a miscigenação racial. D – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. Segundo Andresen, o trabalho compulsório de escravos proporcionou privilégios aos príncipes. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Andresen não afirma que o exílio e a solidão fizeram com que a princesa mantivesse a silhueta esbelta. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 11 Exemplo 4 (Enade 2007). Analise a figura a seguir. Revista Isto É Independente. São Paulo: Ed. Três [s.d.] O alerta que a gravura acima pretende transmitir refere-se a uma situação que A. atinge circunstancialmente os habitantes da área rural do país. B. atinge, por sua gravidade, principalmente as crianças da área rural. C. preocupa no presente, com graves consequências para o futuro. D. preocupa no presente, sem possibilidade de ter consequências no futuro. E. preocupa, por sua gravidade, especialmente aos que têm filhos. Análise do enunciado do exemplo 4. O tema da questão do exemplo 4 é o desmatamento. O leitor é sensibilizado a pensar nesse problema por meio de uma gravura que mostra a personagem “Chapeuzinho Vermelho” caminhando em uma floresta diferente da retratada no famoso conto de fadas, com todas as árvores cortadas, e o texto “você não quer contar esta história para seus filhos, quer?”. Pede-se que seja identificado o alerta que a figura pretende transmitir. Análise das alternativas do exemplo 4. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O alerta da gravura não se refere a uma situação que envolve de modo particular e ocasional os habitantes da área rural. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 12 B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O alerta da gravura não se refere a uma situação restrita às crianças da área rural. C – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. O alerta da gravura refere-se ao desmatamento, um problema atual e que gera consequências para o futuro. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O alerta da gravura refere-se ao desmatamento, um problema atual e que gera consequências para o futuro. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O alerta da gravura refere-se a uma situação que preocupa a todos, e não especialmente aos que têm filhos. Exemplo 5 (Enade 2007). Vamos supor que você recebeu de um amigo de infância e seu colega de escola um pedido, por escrito, vazado nos termos a seguir. “Venho mui respeitosamente solicitar-lhe o empréstimo do seu livro de Redação para Concurso, para fins de consulta escolar”. Essa solicitação em tudo se assemelha à atitude de uma pessoa que A. comparece a um evento solene vestindo smoking completo e cartola. B. vai a um piquenique engravatado, vestindo terno completo, calçando sapatos de verniz. C. vai a uma cerimônia de posse usando um terno completo e calçando botas. D. frequenta um estádio de futebol usando sandálias de couro e bermudas de algodão. E. veste terno completo e usa gravata para proferir uma conferência internacional. Análise do enunciado do exemplo 5. A questão do exemplo 5 propõe que se faça uma analogia entre o uso da linguagem em uma situação específica de comunicação e a forma de se vestir em determinados eventos. Para fazer essa comparação, o leitor deve avaliar a linguagem utilizada na frase “Venho mui respeitosamente solicitar-lhe o empréstimo do seu livro de Redação para Concurso, para fins de consulta escolar”. O tratamento empregado, o formalismo exagerado e a presença de marcadores, como “mui respeitosamente” e “para fins de consulta escolar”, Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 13 são inadequados à informalidade apresentada na contextualização da questão (o pedido de empréstimo de livro feito por um amigo de infância e colega de escola). Além de o estudante ter de verificar, nas alternativas, situações de inadequação, deve também identificar o tipo de inadequação. No enunciado, temos o uso de linguagem formal em situação informal. Nas alternativas, devemos procurar um caso de uso de roupa formal em evento informal. Análise das alternativas do exemplo 5. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Não é inadequado uma pessoa comparecer a um evento solene vestindo smoking completo e cartola. Um evento solene é uma situação que requer o uso de trajes sociais. B – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. De maneira análoga à situação apresentada no enunciado, é inadequado uma pessoa ir a um piquenique usando gravata, vestindo terno completo e calçando sapatos de verniz. Um piquenique é uma situação que requer o uso de roupas descontraídas. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. É inadequado um homem vestindo terno ir a uma cerimônia de posse calçando botas. Uma cerimônia de posse requer o uso de sapatos sociais. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Não é inadequado uma pessoa ir a um estádio de futebol usando sandálias de couro e bermudas de algodão. Um jogo de futebol é uma situação que requer o uso de roupas descontraídas. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Não é inadequado uma pessoa proferir uma conferência internacional vestindo terno completo e usando gravata. Uma conferência requer o uso de trajes sociais. Exemplo 6 (Enade 2010). O mapa a seguir representa as áreas populacionais sem acesso ao saneamento básico. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 14 Philippe Rekacewicz (Le Monde Diplomatique). Organização Mundial da Saúde, 2006. Disponível em <http://www.google.com.br/mapas>. Acesso em 28 ago. 2021. Considerando o mapa apresentado, analise as afirmativas que seguem. I. A globalização é fenômeno que ocorre de maneira desigual entre os países e o progresso social independe dos avanços econômicos. II. Existe relação direta entre o crescimento da ocupação humana e o maior acesso ao saneamento básico. III. Brasil, Rússia, Índia e China, países pertencentes ao bloco dos emergentes, possuem percentual da população com acesso ao saneamento básico abaixo da média mundial. IV. O maior acesso ao saneamento básico ocorre, em geral, em países desenvolvidos. V. Para se analisar o índice de desenvolvimento humano (IDH) de um país, devem-se diagnosticar suas condições básicas de infraestrutura, seu PIB per capita, a saúde e a educação. É correto apenas o que se afirma em A. I e II. B. I e III. C. II e V. D. III e IV. E. IV e V. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 15 Análise do enunciado do exemplo 6. Na questão do exemplo 6, é dado um mapa que classifica as regiões do planeta de acordo com os percentuais de população sem acesso ao saneamento básico. Por meio da análise do mapa e de outras informações, o leitor deve analisar cinco afirmativas e julgá-las como corretas ou incorretas. Análise das afirmativas do exemplo 6. I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Embora a globalização seja um fenômeno que ocorre de modo desigual entre os países, o progresso social depende dos avanços econômicos. II – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Não podemos afirmar que haja relação direta entre o crescimento da ocupação humana e o maior acesso ao saneamento básico. No mapa, verificamos que há regiões, como países asiáticos, com elevada ocupação humana e com elevado percentual de pessoas sem acesso ao saneamento básico. III – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O Brasil e a Rússia apresentam percentuais da população com acesso ao saneamento básico acima da média mundial. O mapa mundi da figura 1 mostra as localizações dos países citados na afirmativa. Figura 1. Mapa mundi. Disponível em <http://www.geoensino.net/2011/10/blog-post.html>. Acesso em 13 fev. 2013. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 16 IV – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. De acordo com o mapa do enunciado, emgeral, o maior acesso ao saneamento básico ocorre em países desenvolvidos, localizados na América do Norte, Europa e Oceania. V – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Itens como condições básicas de infraestrutura, PIB per capita, saúde e educação são importantes indicadores do nível de desenvolvimento de um país. Alternativa correta: E. Exemplo 7 (Enade 2011). Observe o infográfico a seguir. A educação é o Xis da questão Disponível em <http://ead.uepb.edu.br/noticias,82>. Acesso em 24 ago. 2011. A expressão “o Xis da questão” usada no título do infográfico diz respeito A. à quantidade de anos de estudos necessária para garantir um emprego estável com salário digno. B. às oportunidades de melhoria salarial que surgem à medida que aumenta o nível de escolaridade dos indivíduos. C. à influência que o ensino de língua estrangeira nas escolas tem exercido na vida profissional dos indivíduos. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 17 D. aos questionamentos que são feitos acerca da quantidade mínima de anos de estudo que os indivíduos precisam para ter boa educação. E. à redução da taxa de desemprego em razão da política atual de controle da evasão escolar e de aprovação automática de ano de acordo com a idade. Análise do enunciado do exemplo 7. O tema básico da questão do exemplo 7 é a educação. Por meio de uma imagem (infográfico), mostra-se que a taxa de desemprego diminui com o aumento dos anos de estudos e que o salário aumenta com o aumento dos anos de estudos. Pede-se que o leitor identifique a referência da expressão “Xis da questão” contida no título da figura (“A educação é o Xis da questão”). Análise das alternativas do exemplo 7. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. No infográfico, não há especificações sobre a quantidade de anos de estudo para garantir um emprego estável e com salário digno. Na figura, há informações sobre taxa de desemprego e não sobre estabilidade no emprego. B – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. A expressão “o Xis da questão” do título do infográfico refere-se, também, às oportunidades de elevação salarial geradas pelo aumento da escolaridade. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. No infográfico, não há referências à influência do ensino de língua estrangeira na vida profissional. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. No infográfico, não há referências à quantidade mínima de anos de estudo para ser ter boa educação. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. No infográfico, não há referências à redução da taxa de desemprego devida à atual política de controle da evasão escolar e de aprovação automática. Exemplo 8 (Enade 2011). Exclusão digital é um conceito que diz respeito às extensas camadas sociais que ficaram à margem do fenômeno da sociedade da informação e da extensão das redes digitais. O problema da exclusão digital se apresenta como um dos Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 18 maiores desafios dos dias de hoje, com implicações diretas e indiretas sobre os mais variados aspectos da sociedade contemporânea. Nessa nova sociedade, o conhecimento é essencial para aumentar a produtividade e a competição global. É fundamental para a invenção, para a inovação e para a geração de riqueza. As tecnologias de informação e comunicação (TICs) proveem uma fundação para a construção e aplicação do conhecimento nos setores públicos e privados. É nesse contexto que se aplica o termo exclusão digital, referente à falta de acesso às vantagens e aos benefícios trazidos por essas novas tecnologias, por motivos sociais, econômicos, políticos ou culturais. Considerando as ideias do texto acima, avalie as afirmativas a seguir. I. Um mapeamento da exclusão digital no Brasil permite aos gestores de políticas públicas escolherem o público-alvo de possíveis ações de inclusão digital. II. O uso das TICs pode cumprir um papel social, ao prover informações àqueles que tiveram esse direito negado ou negligenciado e, portanto, permitir maiores graus de mobilidade social e econômica. III. O direito à informação diferencia-se dos direitos sociais, uma vez que esses estão focados nas relações entre os indivíduos e, aquele, na relação entre o indivíduo e o conhecimento. IV. O maior problema de acesso digital no Brasil está na deficitária tecnologia existente em território nacional, muito aquém da disponível na maior parte dos países do primeiro mundo. É correto apenas o que se afirma em A. I e II. B. II e IV. C. III e IV. D. I, II e III. E. I, III e IV. Análise do enunciado do exemplo 8. O tema principal da questão do exemplo 8 é a exclusão digital. No enunciado, afirma-se que a exclusão digital é um dos maiores desafios da atualidade, pois gera falta de acesso às vantagens e aos benefícios trazidos pelas novas tecnologias de informação e comunicação (TICs), por motivos sociais, econômicos, políticos ou culturais. O leitor deve Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 19 refletir sobre essas ideias, analisar quatro afirmativas e classificá-las como corretas ou incorretas. Análise das afirmativas do exemplo 8. I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A adequada definição do público-alvo de ações de inclusão digital requer que os gestores de políticas públicas façam um mapeamento da exclusão digital. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A inclusão digital, que permite maior mobilidade social e econômica, ocorre, também, pelo uso das TICs. III – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O direito à informação também é um direito social. IV – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O problema de exclusão digital no Brasil não é consequência de tecnologia deficitária. Alternativa correta: A. Exemplo 9 (Enade 2011). A definição de desenvolvimento sustentável mais usualmente utilizada é a que procura atender às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras. O mundo assiste a um questionamento crescente de paradigmas estabelecidos na economia e, também, na cultura política. A crise ambiental no planeta, quando traduzida na mudança climática, é uma ameaça real ao pleno desenvolvimento das potencialidades dos países. O Brasil está em uma posição privilegiada para enfrentar os enormes desafios que se acumulam. Abriga elementos fundamentais para o desenvolvimento: parte significativa da biodiversidade e da água doce existentes no planeta; grande extensão de terras cultiváveis; diversidade étnica e cultural e rica variedade de reservas naturais. O campo do desenvolvimento sustentável pode ser conceitualmente dividido em três componentes: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e sustentabilidade sociopolítica. Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável pressupõe A. a preservação do equilíbrio global e do valor das reservas de capital natural, o que não justifica a desaceleração do desenvolvimento econômico e político de uma sociedade. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 20 B. a redefinição de critérios e instrumentos de avaliação de custo-benefício que reflitam os efeitos socioeconômicos e os valores reais do consumo e da preservação. C. o reconhecimento de que, apesar de os recursos naturais serem ilimitados, deve ser traçado um novo modelo de desenvolvimento econômico para a humanidade. D. a redução do consumo das reservas naturais com a consequente estagnação do desenvolvimento econômico e tecnológico. E. a distribuição homogênea das reservas naturais entre as nações e as regiões em nível global e regional. Análise do enunciado do exemplo 9. O tema da questão do exemplo 9 é o desenvolvimento sustentável, que, segundo o enunciado, é um campo dividido em três componentes: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e sustentabilidade sociopolítica. O texto afirma que a crise ambiental no planeta (mudança climática) ameaçao pleno desenvolvimento das potencialidades dos países e que o Brasil está em uma posição privilegiada para enfrentar desafios, pois detém parcela significativa da biodiversidade e da água doce do planeta, grande extensão de terras cultiváveis, variedade de reservas naturais etc. Pede-se a identificação dos pressupostos do desenvolvimento sustentável. Análise das alternativas do exemplo 9. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O texto não faz referências à desaceleração do desenvolvimento econômico e político de uma sociedade. B – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. O desenvolvimento sustentável, considerado em um contexto de mudanças de paradigmas, requer a inclusão de novas variáveis e a atualização de critérios e instrumentos avaliativos. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O texto não afirma que os recursos naturais são ilimitados. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O texto não afirma que o desenvolvimento sustentável gera estagnação do desenvolvimento econômico e tecnológico em função da redução do consumo das reservas naturais. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 21 E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O texto não afirma que a distribuição homogênea das reservas naturais seja requisito para o desenvolvimento sustentável. Exemplo 10 (Enade 2011). Em reportagem, Owen Jones, autor do livro Chavs: a difamação da classe trabalhadora, publicado no Reino Unido, comenta as recentes manifestações de rua em Londres e em outras principais cidades inglesas. Jones prefere chamar atenção para as camadas sociais mais desfavorecidas do país, que desde o início dos distúrbios, ficaram conhecidas no mundo todo pelo apelido chavs, usado pelos britânicos para escarnecer dos hábitos de consumo da classe trabalhadora. Jones denuncia um sistemático abandono governamental dessa parcela da população: “Os políticos insistem em culpar os indivíduos pela desigualdade”, diz. (...) “você não vai ver alguém assumir ser um chav, pois se trata de um insulto criado como forma de generalizar o comportamento das classes mais baixas. Meu medo não é o preconceito e, sim, a cortina de fumaça que ele oferece. Os distúrbios estão servindo como o argumento ideal para que se faça valer a ideologia de que os problemas sociais são resultados de defeitos individuais, não de falhas maiores. Trata-se de uma filosofia que tomou conta da sociedade britânica com a chegada de Margaret Thatcher ao poder, em 1979, e que basicamente funciona assim: você é culpado pela falta de oportunidades. (...) Os políticos insistem em culpar os indivíduos pela desigualdade”. Suplemento Prosa & Verso, O Globo, Rio de Janeiro, 20 ago. 2011, p. 6 (com adaptações). Considerando as ideias do texto, avalie as afirmações a seguir. I. Chavs é um apelido que exalta hábitos de consumo de parcela da população britânica. II. Os distúrbios ocorridos na Inglaterra serviram para atribuir deslizes de comportamento individual como causas de problemas sociais. III. Indivíduos da classe trabalhadora britânica são responsabilizados pela falta de oportunidades decorrente da ausência de políticas públicas. IV. As manifestações de rua na Inglaterra reivindicavam formas de inclusão nos padrões de consumo vigente. É correto apenas o que se afirma em A. I e II. B. I e IV. C. II e III. D. I, III e IV. E. II, III e IV. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 22 Análise do enunciado do exemplo 10. Um dos temas tratados na questão do exemplo 10 é o fato de os políticos culparem o indivíduo pela desigualdade social. O leitor deve avaliar as ideias presentes no texto do enunciado, analisar quatro afirmativas e classificá-las como corretas ou incorretas. Análise das afirmativas do exemplo 10. I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Chavs é um apelido dado às camadas sociais mais desfavorecidas do Reino Unido. O texto afirma que chavs é um “insulto criado como forma de generalizar o comportamento das classes mais baixas”. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Segundo o texto, os políticos aproveitaram os distúrbios ocorridos na Inglaterra e os deslizes de comportamento para culpar os indivíduos pela desigualdade social. III – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. De acordo com o texto, os políticos responsabilizam os indivíduos da classe trabalhadora britânica pela falta de oportunidades decorrente da ausência de políticas públicas. IV – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. O texto sustenta que as manifestações de rua na Inglaterra pleiteavam modos de inclusão nos padrões de consumo vigentes. Alternativa correta: E. Exemplo 11 (Enade 2012). Leia o texto a seguir. É ou não ético roubar um remédio cujo preço é inacessível, a fim de salvar alguém, que, sem ele, morreria? Seria um erro pensar que, desde sempre, os homens têm as mesmas respostas para questões desse tipo. Com o passar do tempo, as sociedades mudam e, também, mudam os homens que as compõem. Na Grécia Antiga, por exemplo, a existência de escravos era perfeitamente legítima: as pessoas não eram consideradas iguais entre si, e o fato de umas não terem liberdade era considerado normal. Hoje em dia, ainda que nem sempre respeitados, os Direitos Humanos impedem que alguém ouse defender, explicitamente, a escravidão como algo legítimo. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Fundamental. Ética. Brasília, 2012. Disponível em <portal.mec.gov.br>. Acesso em 16 jul. 2012 (com adaptações). Com relação à ética e à cidadania, avalie as afirmativas seguintes. I. Toda pessoa tem direito ao respeito de seus semelhantes, a uma vida digna, a oportunidades de realizar seus projetos, mesmo que esteja cumprindo pena de Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 23 privação de liberdade, por ter cometido delito criminal, com trâmite transitado e julgado. II. Sem o estabelecimento de regras de conduta, não se constrói uma sociedade democrática, pluralista por definição, e não se conta com referenciais para se instaurar a cidadania como valor. III. Segundo o princípio da dignidade humana, que é contrário ao preconceito, toda e qualquer pessoa é digna e merecedora de respeito, não importando, portanto, sexo, idade, cultura, raça, religião, classe social, grau de instrução nem orientação sexual. É correto o que se afirma em A. I, apenas. B. III, apenas. C. I e II, apenas. D. II e III, apenas. E. I, II e III. Análise do enunciado do exemplo 11. Os temas principais da questão do exemplo 11 são ética, cidadania e Direitos Humanos. O texto introdutório inicia com um questionamento de ordem ética (“é ou não ético roubar um remédio cujo preço é inacessível, a fim de salvar alguém, que, sem ele, morreria?”) e sugere que as respostas variam com a época. Prossegue afirmando que as sociedades mudam e cita o exemplo da escravidão, que já foi considerada legítima. Conclui dizendo que, atualmente, os Direitos Humanos impedem a defesa explícita da escravidão como algo legítimo. A questão solicita que o leitor faça análises de três afirmativas e classifique- as como corretas ou incorretas. Análise das afirmativas do exemplo 11. I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. O direito ao respeito dos semelhantes, à vida digna e às oportunidades de realização de projetos é legítimo a todas as pessoas. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Uma sociedade democrática e pluralista requer o estabelecimento de regras de conduta. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 24 III – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Toda pessoa é digna e merecedora de respeito, independentemente do sexo, da idade, da cultura, da raça, da religião, da classe social, do grau de instrução e da orientação sexual. Alternativa correta: E. Exemplo 12 (Enade 2012). Leia o texto abaixo. Legisladores do mundo comprometem-se a alcançar os objetivos da Rio+20 Reunidos na cidadedo Rio de Janeiro, 300 parlamentares de 85 países se comprometeram a ajudar seus governantes a alcançar os objetivos estabelecidos nas conferências Rio+20 e Rio 92, assim como a utilizar a legislação para promover um crescimento mais verde e socialmente inclusivo para todos. Após três dias de encontros na Cúpula Mundial de Legisladores, promovida pela GLOBE International — uma rede internacional de parlamentares que discute ações legislativas em relação ao meio ambiente —, os participantes assinaram um protocolo que tem como objetivo sanar as falhas no processo da Rio 92. Em discurso durante a sessão de encerramento do evento, o vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe afirmou: “Esta Cúpula de Legisladores mostrou claramente que, apesar dos acordos globais serem úteis, não precisamos esperar. Podemos agir e avançar agora, porque as escolhas feitas hoje nas áreas de infraestrutura, energia e tecnologia determinarão o futuro”. Disponível em <www.worldbank.org/pt/news/2012/06/20>. Acesso em 22 jul. 2012 (com adaptações). O compromisso assumido pelos legisladores, explicitado no texto acima, é condizente com o fato de que A. os acordos internacionais relativos ao meio ambiente são autônomos, não exigindo de seus signatários a adoção de medidas internas de implementação para que sejam revestidos de exigibilidade pela comunidade internacional. B. a mera assinatura de chefes de Estado em acordos internacionais não garante a implementação interna dos termos de tais acordos, sendo imprescindível, para isso, a efetiva participação do Poder Legislativo de cada país. C. as metas estabelecidas na Conferência Rio 92 foram cumpridas devido à propositura de novas leis internas, incremento de verbas orçamentárias destinadas ao meio ambiente e monitoramento da implementação da agenda do Rio pelos respectivos governos signatários. D. a atuação dos parlamentos dos países signatários de acordos internacionais restringe- se aos mandatos de seus respectivos governos, não havendo relação de causalidade entre o compromisso de participação legislativa e o alcance dos objetivos definidos em tais convenções. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 25 E. a Lei de Mudança Climática aprovada recentemente no México não impacta o alcance de resultados dos compromissos assumidos por aquele país de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, de evitar o desmatamento e de se adaptar aos impactos das mudanças climáticas. Análise do enunciado do exemplo 12. Os temas principais da questão do exemplo 12 são conferências ambientais (Rio 92 e Rio+20) e acordos internacionais. O texto introdutório afirma que os participantes da Rio+20 assinaram um protocolo com o objetivo de sanar falhas ocorridas na Rio 92. Cita que, segundo o vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, mesmo com a utilidade dos acordos globais, não há motivos para esperar, pois “as escolhas feitas hoje nas áreas de infraestrutura, energia e tecnologia determinarão o futuro”. Pede-se que seja assinalado o fato condizente com o compromisso assumido pelos legisladores na Rio+20. Análise das alternativas do exemplo 12. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Os acordos internacionais na área do meio ambiente não são autônomos, mas demandam a adoção de medidas internas para serem efetivamente implantados. B – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. A implantação dos termos estabelecidos em acordos internacionais, como na Rio+20, requer a efetiva participação do Poder Legislativo dos países, não sendo suficiente a simples assinatura de chefes de Estado. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O texto introdutório indica que houve falhas no cumprimento das metas da Rio 92. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A atuação dos parlamentos dos países signatários de acordos internacionais não é restrita aos mandatos dos respectivos governos. Há causalidade entre o compromisso de participação legislativa e o alcance dos objetivos definidos nas convenções. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 26 E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A Lei de Mudança Climática influencia os resultados dos compromissos assumidos pelo México no que se refere à redução das emissões de gases do efeito estufa, ao impedimento do desmatamento e à adaptação aos impactos das mudanças climáticas. Exemplo 13 (Enade 2014 – com adaptações). Leia o texto a seguir. Uma ideia e um aparelho simples devem, em breve, ajudar a salvar vidas de recém-nascidos. Idealizado pelo mecânico argentino Jorge Odón, o dispositivo que leva seu sobrenome desentala um bebê preso no canal vaginal, e, por mais inusitado que pareça, foi criado com base em técnica usada para remover rolhas de dentro de garrafas. O aparelho consiste em uma bolsa plástica inserida em uma proteção feita do mesmo material e que envolve a cabeça da criança. Estando o dispositivo devidamente posicionado, a bolsa é inflada para aderir à cabeça do bebê e ser puxada aos poucos, de forma a não o machucar. O método Odón deve substituir outros já arcaicos, como o de fórceps e o de tubos de sucção, os quais, se usados por mãos mal treinadas, podem comprometer a vida do bebê, o que, segundo especialistas, não deve acontecer com o novo equipamento. Segundo o The New York Times, a ideia recebeu apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) e já foi até licenciada por uma empresa norte-americana de tecnologia médica. Não se sabe quando o equipamento começará a ser produzido nem o preço a ser cobrado, mas presume-se que ele não passará de 50 dólares, com redução do preço em países mais pobres. GUSMÃO, G. Aparelho deve facilitar partos em situações de emergência. Disponível em <http://exame.abril.com.br>. Acesso em 18 nov. 2013 (com adaptações). Com relação ao texto acima, avalie as afirmações a seguir. I. A utilização do método Odón poderá reduzir a taxa de mortalidade de crianças ao nascer, mesmo em países pobres. II. Por ser uma variante dos tubos de sucção, o aparelho desenvolvido por Odón é resultado de aperfeiçoamento de equipamentos de parto. III. Por seu uso simples, o dispositivo de Odón tem grande potencial de ser usado em diversos países. IV. A possibilidade de, em países mais pobres, reduzir-se o preço do aparelho idealizado por Odón evidencia preocupação com a responsabilidade social. É correto apenas o que se afirma em A. I e II. B. I e IV. C. II e III. D. I, III e IV. E. II, III e IV. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 27 Análise do enunciado do exemplo 13. O tema principal da questão do exemplo 13 é o uso de uma nova técnica aplicada à Medicina. O enunciado faz referência a um novo método, idealizado pelo mecânico argentino Jorge Odón, que facilita o parto de bebês presos no canal vaginal e que deve reduzir, em todos os países, a taxa de mortalidade de crianças no momento do nascimento. No caso das nações mais pobres, a possível diminuição do preço desse aparelho representa uma medida que evidencia preocupação com responsabilidade social. O aparelho, de acordo com o texto, foi desenvolvido a partir de uma técnica empregada para remover rolhas presas em garrafas e deve substituir outros comumente usados nos partos em que a criança não nasce naturalmente, como o fórceps e os tubos de sucção. O novo aparelho não apresenta os riscos desses métodos arcaicos. Análise das afirmativas do exemplo 13. I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. O uso do método Odón poderá diminuir a mortalidade de crianças na hora do nascimento em todos os países. II – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O aparelho desenvolvido por Odón não é uma variante dos tubos de sucção. III – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A simplicidade de utilização do dispositivo de Odón é um atrativo que gera potencial de uso em vários países. IV – Afirmativa correta.JUSTIFICATIVA. A perspectiva de redução do preço do dispositivo de Odón em países mais pobres indica preocupação com a responsabilidade social. Alternativa correta: D. Exemplo 14 (Enade 2014). Leia o texto a seguir. Constantes transformações ocorreram nos meios rural e urbano, partir do século XX. Com o advento da industrialização, houve mudanças importantes no modo de vida das pessoas, em seus padrões culturais, valores e tradições. O conjunto de acontecimentos provocou, tanto na zona urbana quanto na rural, problemas como explosão demográfica, prejuízo nas atividades agrícolas e violência. Iniciaram-se inúmeras transformações na natureza, criando-se técnicas para objetos até então sem utilidade para o homem. Isso só foi possível em decorrência dos recursos naturais existentes, que propiciaram estrutura de crescimento e busca de prosperidade, o que faz da experimentação um método de transformar os recursos em benefício próprio. SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988 (com adaptações). Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 28 A partir das ideias expressas no texto acima, conclui-se que, no Brasil do século XX, A. a industrialização ocorreu independentemente do êxodo rural e dos recursos naturais disponíveis. B. o êxodo rural para as cidades não prejudicou as atividades agrícolas nem o meio rural porque novas tecnologias haviam sido introduzidas no campo. C. homens e mulheres advindos do campo deixaram sua cultura e se adaptaram a outra, citadina, totalmente diferente e oposta aos seus valores. D. tanto o espaço urbano quanto o rural sofreram transformações decorrentes da aplicação de novas tecnologias às atividades industriais e agrícolas. E. os migrantes chegaram às grandes cidades trazendo consigo valores e tradições, que lhes possibilitam manter intacta sua cultura, tal como se manifestava nas pequenas cidades e no meio rural. Análise do enunciado do exemplo 14. O tema principal do exemplo 14 é a industrialização e suas consequências. O processo de industrialização no Brasil ganhou impulso a partir do governo de Getúlio Vargas, em 1930. Com o fim do regime oligárquico, o foco da economia deslocou-se da produção agrícola, que tinha como produto principal o café, para a industrial. Essa transformação afetou, também, a relação entre população rural e urbana, uma vez que as cidades passaram a se desenvolver e atrair mão de obra. A migração de pessoas do meio rural para o urbano implicou alterações culturais, pois elas tiveram que se adaptar a um novo estilo de vida e a valores diferentes, mas não necessariamente opostos aos que estavam habituadas. O êxodo rural também provocou mudanças nas atividades agrícolas, que, por sua vez, também foram sendo modificadas pela introdução de novas tecnologias. Análise das alternativas do exemplo 14. A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O processo de industrialização no Brasil do século XX está vinculado ao êxodo rural e à disponibilidade dos recursos naturais. B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O êxodo rural para as cidades no Brasil do século XX teve impactos nas atividades agrícolas e no meio rural. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 29 C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Pessoas oriundas do campo não abandonaram, necessariamente, sua cultura nem se adaptaram a outra totalmente diferente e oposta aos seus valores. D – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. No Brasil do século XX, tanto o espaço urbano quanto o espaço rural experimentaram transformações como consequência do uso de novas tecnologias nas atividades industriais e agrícolas. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. No Brasil do século XX, as manifestações culturais dos migrantes que chegaram às grandes cidades não permaneceram intactas. 3. QUESTÕES DO TIPO ASSERÇÃO-RAZÃO As questões do tipo asserção-razão são resolvidas por meio da análise das relações existentes entre duas afirmativas (proposições I e II) conectadas pela palavra “PORQUE”. Na figura 2, está representado um esquema desse tipo de questão. Figura 2. Esquema de questões do tipo asserção-razão. Podemos ter as combinações de possibilidades mostradas abaixo. C1. As proposições I e II são falsas. C2. A proposição I é verdadeira, e a proposição II é falsa. C3. A proposição I é falsa, e a proposição II é verdadeira. C4. As proposições I e II são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. C5. As proposições I e II são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. Pelo exposto, observamos que a primeira etapa na análise de questões do tipo asserção-razão é verificar se as proposições I e II, isoladamente, são falsas ou Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 30 verdadeiras. Se pelo menos uma das proposições for falsa (a I, a II ou ambas), então não precisamos ver se a segunda é ou não uma justificativa da primeira. Vejamos alguns exemplos. Exemplo 15 (asserção-razão). Analise as asserções que seguem. I. A palavra “abacaxí” deve ser acentuada. PORQUE II. Todas as palavras paroxítonas são acentuadas. É correto afirmar que A. a primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. B. a primeira asserção é verdadeira, e a segunda é falsa. C. as duas asserções são falsas. D. as duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira. E. as duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a primeira. Análise do exemplo 15. A asserção I é falsa, pois a palavra “abacaxi” não deve ser acentuada. A asserção II também é falsa, pois nem todas as palavras paroxítonas são acentuadas. Além disso, “abacaxi” não é paroxítona, mas oxítona. Como as duas asserções são falsas, não precisamos verificar se a II justifica a I. Alternativa correta: C. Exemplo 16 (asserção-razão). Analise as asserções que seguem. I. A palavra “abacaxí” deve ser acentuada. PORQUE II. Todas as palavras paroxítonas terminadas em i são acentuadas. É correto afirmar que A. a primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. B. a primeira asserção é verdadeira, e a segunda é falsa. C. as duas asserções são falsas. D. as duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira. E. as duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a primeira. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 31 Análise do exemplo 16. A asserção I é falsa, pois a palavra “abacaxi” não deve ser acentuada. A asserção II é verdadeira, pois todas as palavras paroxítonas terminadas em i são acentuadas. “Abacaxi” é oxítona; não obedece a essa regra, portanto. Como temos uma asserção falsa, não precisamos verificar se a II justifica a I. Alternativa correta: A. Exemplo 17 (asserção-razão). Analise as asserções que seguem. I. A palavra “abacaxi” não deve ser acentuada. PORQUE II. As palavras paroxítonas terminadas em i não são acentuadas. É correto afirmar que A. a primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. B. a primeira asserção é verdadeira, e a segunda é falsa. C. as duas asserções são falsas. D. as duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira. E. as duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a primeira. Análise do exemplo 17. A asserção I é verdadeira, pois a palavra “abacaxi” não deve ser acentuada. A asserção II é falsa, pois as palavras paroxítonas terminadas em i são acentuadas. Lembremos que “abacaxi” é oxítona. Como temos uma asserção falsa, não precisamos verificar se a II justifica a I. Alternativa correta: B. Exemplo 18 (asserção-razão). Analise as asserções que seguem. I. A palavra “catástrofe” deve ser acentuada. PORQUE II. Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas. É correto afirmar que A. a primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. B. a primeira asserçãoé verdadeira, e a segunda é falsa. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 32 C. as duas asserções são falsas. D. as duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira. E. as duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a primeira. Análise do exemplo 18. A asserção I é verdadeira, pois a palavra “catástrofe” deve ser acentuada. A asserção II também é verdadeira, pois todas as palavras proparoxítonas são acentuadas. Como temos as duas asserções verdadeiras, precisamos verificar se a II justifica a I. Visto que a justificativa do uso do acento em “catástrofe” é o fato de essa palavra ser proparoxítona, a asserção II justifica a I. Alternativa correta: D. Exemplo 19 (asserção-razão). Analise as asserções que seguem. I. Todas as palavras proparoxítonas devem ser acentuadas. PORQUE II. A palavra “catástrofe” é acentuada. É correto afirmar que A. a primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. B. a primeira asserção é verdadeira, e a segunda é falsa. C. as duas asserções são falsas. D. as duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira. E. as duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a primeira. Análise do exemplo 19. A asserção I é verdadeira, pois todas as palavras proparoxítonas devem ser acentuadas. A asserção II também é verdadeira, pois a palavra “catástrofe” é acentuada. Como temos as duas asserções verdadeiras, precisamos verificar se a II é justificativa da I. A acentuação usada especificamente na palavra “catástrofe” não determina que todas as palavras proparoxítonas devem ser acentuadas, ou seja, II não justifica I. Alternativa correta: E. Exemplo 20 (asserção-razão). Considere as duas proposições a seguir. • O cubo de gelo derreteu. • O cubo de gelo ficou exposto ao sol. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 33 Sabendo que essas duas proposições são verdadeiras, ordene-as conforme solicitado nos itens A e B. A. As duas são verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira. B. As duas são verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a primeira. Item A do exemplo 20. I. O cubo de gelo derreteu. PORQUE II. O cubo de gelo ficou exposto ao sol. Podemos resumir essa asserção-razão na seguinte frase: “O cubo de gelo derreteu porque ficou exposto ao sol”. Há sentido lógico e veracidade nessa frase, pois o motivo de o gelo ter derretido foi sua exposição do sol. Ou seja, as duas proposições são verdadeiras (conforme definido no enunciado) e a proposição II justifica a I. Item B do exemplo 20. I. O cubo de gelo ficou exposto ao sol. PORQUE II. O cubo de gelo derreteu. Não há sentido lógico e veracidade em resumirmos a situação anterior na seguinte frase: “O cubo de gelo ficou exposto ao sol porque derreteu”. Ou seja, as duas proposições são verdadeiras (conforme definido no enunciado) e a proposição II não justifica a I. Exemplo 21 (Enade 2009). Analise as asserções que seguem. “No princípio, Deus criou o céu e a terra”. Essa frase bíblica é encontrada no Manual de Estilo da Editora Abril como exemplo de clareza, simplicidade e impacto, destacando que “se a primeira frase não levar à segunda, seu texto está morto”. PORQUE A abertura da matéria deve trazer a informação mais importante. É correto afirmar que A. a primeira é falsa, e a segunda é verdadeira. B. a primeira é verdadeira, e a segunda é falsa. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 34 C. as duas são falsas. D. as duas são verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira. E. as duas são verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a primeira. Análise do exemplo 21. A alternativa correta é a D, pois ambas as asserções são verdadeiras e o fato de a abertura da matéria trazer a informação mais importante determina (“causa”) a orientação contida no Manual de Estilo da Editora Abril. Exemplo 22 (Enade 2009). A urbanização no Brasil registrou marco histórico na década de 1970, quando o número de pessoas que viviam nas cidades ultrapassou o número daquelas que viviam no campo. No final do século XX, em 2000, segundo dados do IBGE, mais de 80% da população brasileira já era urbana. Considerando essas informações, estabeleça a relação entre as charges a seguir. PORQUE BARALDI, Márcio. http://www.marciobaraldi.com.br/baraldi2/component/joomgallery/?func=detail&id=178. Acesso em 05 out. 2009. Com base nas informações dadas e na relação proposta entre essas charges, é correto afirmar que Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 35 A. a primeira charge é falsa, e a segunda é verdadeira. B. a primeira charge é verdadeira, e a segunda é falsa. C. as duas charges são falsas. D. as duas charges são verdadeiras, e a segunda charge explica a primeira. E. as duas charges são verdadeiras, e a segunda charge não explica a primeira. Análise do exemplo 22. O texto inicial diz que “a urbanização no Brasil registrou marco histórico na década de 1970, quando o número de pessoas que viviam nas cidades ultrapassou o número daquelas que viviam no campo. No final do século XX, em 2000, segundo dados do IBGE, mais de 80% da população brasileira já era urbana”. Ou seja, houve uma inversão do percentual de pessoas que viviam no campo e na cidade: “antes”, a maioria da população do Brasil vivia no campo; “hoje”, a maioria da população do Brasil vive na cidade. Isso está traduzido nas charges da seguinte maneira: “hoje” temos “enxadas paradas” (ou seja, “pouca gente no campo”) e “inchadas paradas” (ou seja, “muita gente na cidade”). Pela leitura do texto inicial e pela lógica, concluímos que as duas charges são verdadeiras. Agora, vamos analisar a palavra PORQUE, que “liga” as duas charges. Essa palavra indica que a segunda charge seria a causa e a primeira charge seria a sua consequência. Você concorda com isso? Usando a lógica, concluímos que esse raciocínio não é correto, pois foi a saída de pessoas do campo (primeira charge - causa) que ocasionou o “caos” urbano (segunda charge - consequência) e não o contrário. Assim, pela nossa análise lógica de “causa e efeito”, concluímos que as duas charges são verdadeiras e a segunda não explica a primeira. Alternativa correta: E. IMPORTANTE. O leitor que não estivesse atento sobre essa relação de “causa e efeito” poderia, equivocadamente, apontar a alternativa D como correta. A alternativa D afirma o seguinte: as duas charges são verdadeiras e a segunda explica a primeira. Para que ela estivesse correta, a ordem das figuras deveria ser a apresentada na figura 3. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 36 PORQUE Figura 3. Alteração da ordem das imagens. De modo geral, podemos pensar no esquema da figura 4. Figura 4. Esquema da asserção-razão. Exemplo 23 (Enade 2012). Leia o texto a seguir. A globalização é o estágio supremo da internacionalização. O processo de intercâmbio entre países, que marcou o desenvolvimento do capitalismo desde o período mercantil dos séculos 17 e 18, expande-se com a industrialização, ganha novas bases com a grande indústria nos fins do século 19 e, agora, adquire mais intensidade, mais amplitude e novas feições. O mundo inteiro torna-se Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 37 envolvido em todo tipo de troca: técnica, comercial, financeira e cultural. A produção e a informação globalizadas permitem a emergência de lucro em escala mundial, buscado pelas firmas globais, que constituem o verdadeiro motor da atividade econômica. SANTOS, M. O país distorcido. São Paulo: Publifolha, 2002 (com adaptações). No estágio atual do processo de globalização, pautado na integração dos mercados e na competitividade em escala mundial, as crises econômicas deixaram de ser problemas locais e passaram a afligir praticamentetodo o mundo. A crise recente, iniciada em 2008, é um dos exemplos mais significativos da conexão e interligação entre os países, suas economias, políticas e cidadãos. Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. O processo de desregulação dos mercados financeiros norte-americano e europeu levou à formação de uma bolha de empréstimos especulativos e imobiliários, a qual, ao estourar em 2008, acarretou um efeito dominó de quebras nos mercados. PORQUE II. As políticas neoliberais marcam o enfraquecimento e a dissolução do poder dos Estados nacionais, bem como asseguram poder aos aglomerados financeiros que não atuam nos limites geográficos dos países de origem. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa da I. C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas. Análise do exemplo 23. Com a globalização pautada “na integração dos mercados e na competitividade em escala mundial, as crises econômicas deixaram de ser problemas locais e passaram a afligir praticamente todo o mundo” e a crise iniciada em 2008 “é um dos exemplos mais significativos da conexão e interligação entre os países, suas economias, suas políticas e seus cidadãos”. Assim, concluímos que a asserção I é verdadeira, pois a “desregulação dos mercados financeiros norte-americano e europeu levou à formação de uma bolha de empréstimos especulativos e imobiliários, a qual, ao estourar em 2008, acarretou um efeito dominó de quebras nos mercados”. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 38 A asserção II é falsa, pois não podemos afirmar que as políticas neoliberais marcam o enfraquecimento e a dissolução do poder dos Estados nacionais e asseguram poder aos aglomerados financeiros que não atuam nos limites geográficos dos países de origem. Como temos uma asserção falsa, não precisamos verificar se a proposição II justifica a I. Alternativa correta: C. Exemplo 24 (Enade 2011). Leia o texto a seguir. A Internet não é simplesmente uma tecnologia; é o meio de comunicação que constitui a forma organizativa de nossas sociedades; é o equivalente ao que foi a fábrica ou a grande corporação na era industrial. A Internet é o coração de um novo paradigma sociotécnico, que constitui na realidade a base material de nossas vidas e de nossas formas de relação, de trabalho e de comunicação. O que a Internet faz é processar a virtualidade e transformá-la em nossa realidade, constituindo a sociedade em rede, que é a sociedade em que vivemos. CASTELLS, M. Internet e sociedade em rede. In: MORAES, D. (org.) Por uma outra comunicação: mídia, mundialização cultural e poder. Rio de Janeiro: Record, 2003, p. 287. Considerando o texto acima, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. As teorias da comunicação estudam não só os meios e seus produtos, mas o ambiente simbólico que se instala a cada nova tecnologia, suas significações, seus processos e suas implicações sociais. PORQUE II. A Internet, como espaço de convergência de mídias, é o meio que possibilita uma nova configuração social, em que a lógica da “rede” redefine os processos de comunicação. Acerca dessas asserções, assinale a opção correta. A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa da I. C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas. Análise do exemplo 24. A asserção I é verdadeira, pois as teorias da comunicação ocupam-se de todo o ambiente simbólico derivado das novas tecnologias. A asserção II é verdadeira, pois, conforme afirmado na citação introdutória, a “Internet é o coração de um novo paradigma sociotécnico, que constitui, na realidade, a base material de nossas vidas e de nossas formas de relação, de trabalho e de comunicação”. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 39 Como temos as duas asserções verdadeiras, precisamos verificar se a proposição II é justificativa da I. O fato de a Internet ser um meio que permite novas configurações sociais não determina o objeto de estudo das teorias da comunicação, ou seja, a asserção II não justifica a I. Alternativa correta: B. Exemplo 25 (Enade 2012). Leia o texto a seguir. O anúncio feito pelo Centro Europeu para a Pesquisa Nuclear (CERN) de que havia encontrado sinais de uma partícula que pode ser o bóson de Higgs provocou furor no mundo científico. A busca pela partícula tem gerado descobertas importantes, mesmo antes da sua confirmação. Algumas tecnologias utilizadas na pesquisa poderão fazer parte de nosso cotidiano em pouco tempo, a exemplo dos cristais usados nos detectores do acelerador de partículas Large Hadron Colider (LHC), que serão utilizados em materiais de diagnóstico médico ou adaptados para a terapia contra o câncer. “Há um círculo vicioso na ciência quando se faz pesquisa”, explicou o diretor do CERN. “Estamos em busca da ciência pura, sem saber a que servirá. Mas temos certeza de que tudo o que desenvolvemos para lidar com problemas inéditos será útil para algum setor”. CHADE, J. Pressão e disputa na busca do bóson. O Estado de S. Paulo, p. A22, 08/07/2012 (com adaptações). Considerando o caso relatado no texto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. É necessário que a sociedade incentive e financie estudos nas áreas de ciências básicas, mesmo que não haja perspectiva de aplicação imediata. PORQUE II. O desenvolvimento da ciência pura para a busca de soluções de seus próprios problemas pode gerar resultados de grande aplicabilidade em diversas áreas do conhecimento. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa da I. C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas. Análise do exemplo 25. A asserção I é verdadeira, pois, mesmo sem aplicações imediatas, precisamos de estudos nas áreas de ciências básicas. Segundo o texto introdutório, “estamos em busca da ciência Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 40 pura, sem saber a que servirá, mas temos certeza de que tudo o que desenvolvemos para lidar com problemas inéditos será útil para algum setor”. A asserção II é verdadeira, pois o desenvolvimento da ciência pura pode gerar aplicações em diversas áreas do conhecimento Como temos as duas asserções verdadeiras, precisamos verificar se a II justifica a I. O fato de o desenvolvimento das ciências básicas gerar futuras aplicações práticas justifica o investimento nessa área. Alternativa correta: A. Exemplo 26 (Enade 2014 – com adaptações). Leia o texto a seguir. O trecho da música “Nos Bailes da Vida”, de Milton Nascimento, “todo artista tem de ir aonde o povo está”, é antigo, e a música, de tão tocada, acabou por se tornar um estereótipo de tocadores de violões e de rodas de amigos em Visconde de Mauá, nos anos 1970. Em tempos digitais, porém, ela ficou mais atual do que nunca. É fácil entender o porquê: antigamente, quando a informação se concentrava em centros de exposição, veículos de comunicação, editoras, museus e gravadoras, era preciso passar por uma série de curadores paragarantir a publicação de um artigo ou livro, a gravação de um disco ou a produção de uma exposição. O mesmo funil, que poderia ser injusto e deixar grandes talentos de fora, simplesmente porque não tinham acesso às ferramentas, às pessoas ou às fontes de informação, também servia como filtro de qualidade. Tocar violão ou encenar uma peça de teatro em um grande auditório costumava ter um peso muito maior que fazê-lo em um bar, um centro cultural ou uma calçada. Nas raras ocasiões em que esse valor se invertia, era justamente porque, para uso do espaço “alternativo”, havia mecanismos de seleção tão ou mais rígidos que os do espaço oficial. RADFAHRER, L. Todo artista tem de ir aonde o povo está. Disponível em <http://novo.itaucultura.org.br>. Acesso em 29 jul. 2014 (com adaptações). A partir do texto acima, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. O processo de evolução tecnológica da atualidade democratiza a produção e a divulgação de obras artísticas, reduzindo a importância que os centros de exposição tinham nos anos 1970. PORQUE II. As novas tecnologias podem fazer com que artistas sejam independentes, montem seus próprios ambientes de produção e disponibilizem seus trabalhos para grande número de pessoas. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II justifica a I. B. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não justifica a I. C. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E. As asserções I e II são proposições falsas. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 41 Análise do exemplo 26. Segundo o texto do exemplo 26, “antigamente, quando a informação se concentrava em centros de exposição, veículos de comunicação, editoras, museus e gravadoras, era preciso passar por uma série de curadores para garantir a publicação de um artigo ou livro, a gravação de um disco ou a produção de uma exposição” e “tocar violão ou encenar uma peça de teatro em um grande auditório costumava ter um peso muito maior que fazê-lo em um bar, um centro cultural ou uma calçada”. Dessas afirmativas, conclui-se que a asserção I é verdadeira (a evolução tecnológica pode democratizar a produção e a divulgação de obras artísticas, diminuindo a importância dos centros de exposição) e que a asserção II também é verdadeira (as novas tecnologias podem fazer com que artistas sejam independentes, montem seus ambientes de produção e disponibilizem seus trabalhos para várias pessoas). Além disso, a asserção II justifica a I. Alternativa correta: A. 4. QUESTÕES QUE ENVOLVEM A APLICAÇÃO DA LÓGICA E DE RACIOCÍNIOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS Inicialmente, vamos lembrar que uma proposição é uma sentença que “diz alguma coisa”, com palavras ou símbolos, e seu conteúdo pode ser ou verdadeiro (V) ou falso (F). Vejamos alguns exemplos de proposições. Proposição 1. Morangos são frutas. A proposição 1 é verdadeira porque morangos são frutas. Proposição 2. O planeta Terra tem a forma cúbica. A proposição 2 é falsa porque o planeta Terra não tem a forma cúbica. Proposição 3. O número 2,73 é um número inteiro. A proposição 3 é falsa porque 2,73 não é um número inteiro. Proposição 4. O número 273 é um número inteiro. A proposição 4 é verdadeira porque 273 é um número inteiro. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 42 Observação. A sentença “Como vai você?” não é uma proposição, pois seu conteúdo não pode ser classificado como verdadeiro ou falso. Será que uma proposição pode ser verdadeira e falsa “ao mesmo tempo”? Não na lógica clássica. Vejamos o porquê disso (e mais um pouco) com os PRINCÍPIOS DA LÓGICA descritos a seguir. • PRINCÍPIO DA IDENTIDADE. Uma proposição verdadeira será sempre verdadeira e uma proposição falsa será sempre falsa. Exemplo: A caneta é caneta. • PRINCÍPIO DO NÃO CONTRADITÓRIO. Uma proposição nunca pode ser verdadeira e falsa simultaneamente. Exemplo: A caneta não é “não caneta”. • PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO. Uma proposição ou será verdadeira ou será falsa, não existindo outra possibilidade. Exemplo: Ou aquilo é caneta ou aquilo não é caneta. Em relação às negações de proposições, temos o que segue. • Se uma PROPOSIÇÃO é VERDADEIRA, a sua NEGAÇÃO é FALSA. • Se uma PROPOSIÇÃO é FALSA, a sua NEGAÇÃO é VERDADEIRA. Vejamos, a seguir, algumas situações de negações de proposições. Situação 1. PROPOSIÇÃO. Morangos são frutas. NEGAÇÃO. Morangos não são frutas A proposição da situação 1 é verdadeira, consequentemente a sua negação é falsa. Situação 2. PROPOSIÇÃO. Renata tem cabelos loiros. NEGAÇÃO. Renata não tem cabelos loiros. Se a proposição da situação 2 for verdadeira, a sua negação é falsa. Se a proposição da situação 2 for falsa, a sua negação é verdadeira. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 43 Cuidado. A sentença “Renata tem cabelos castanhos” não é a negação (completa) da sentença “Renata tem cabelos loiros”. Negar que Renata tenha cabelos loiros deve incluir as possibilidades de Renata ter cabelos castanhos, ruivos, pretos... Situação 3. PROPOSIÇÃO. O número 2,73 é um número inteiro. NEGAÇÃO. O número 2,73 não é um número inteiro. A proposição da situação 3 é falsa, consequentemente a sua negação é verdadeira. Situação 4. PROPOSIÇÃO. O número 273 é um número inteiro. NEGAÇÃO. O número 273 não é um número inteiro. A proposição da situação 4 é verdadeira, consequentemente a sua negação é falsa. Situação 5. PROPOSIÇÃO. Todas as brasileiras são vegetarianas. NEGAÇÃO. Pelo menos uma brasileira não é vegetariana. Observação: Basta uma única brasileira não ser vegetariana para que a proposição acima se torne falsa. Pense um pouco sobre isso! Situação 6. PROPOSIÇÃO. Sílvia sabe cozinhar e nadar. NEGAÇÃO. Sílvia não sabe cozinhar ou não sabe nadar. Observação: A proposição da situação 6 torna-se falsa se Sílvia não souber cozinhar ou se Sílvia não souber nadar. Pense um pouco sobre isso! Situação 7. PROPOSIÇÃO. Se hoje fizer sol, então vou à praia amanhã. NEGAÇÃO. Hoje faz sol e não vou à praia amanhã. Situação 8. PROPOSIÇÃO. Se hoje chover, então não vou à praia amanhã. NEGAÇÃO. Hoje chove e vou à praia amanhã. Caderno de orientações – Christiane Mazur Doi 44 Agora, reflita sobre as perguntas que seguem. Pergunta 1. Você acha que a sentença “100% das meninas brasileiras não gostam de futebol” é falsa ou verdadeira? Por quê? Pergunta 2. Qual é a negação (completa) de “100% das meninas brasileiras não gostam de futebol”? Pergunta 3. Qual é a negação (completa) de “se eu ganhar na loteria, então nos casaremos logo”? Pergunta 4. Qual é a negação (completa) de “André é carismático e desenvolto”? Podemos pensar nas seguintes respostas. Resposta à pergunta 1. A sentença “100% das meninas brasileiras não gostam de futebol” é falsa, pois, com certeza, existe pelo menos uma menina brasileira que gosta de futebol. Resposta à pergunta 2. A negação completa de “100% das meninas brasileiras não gostam de futebol” é “pelo menos uma menina brasileira gosta de futebol” ou “existe uma menina brasileira que gosta de futebol”. Resposta à pergunta 3. A negação completa de “se eu ganhar na loteria, então nos casaremos logo” é “ganho na loteria e não nos casamos logo”. Resposta à pergunta 4. A negação completa de “André é carismático e desenvolto” é “André não é carismático ou não é desenvolto”. Observe que, com relação à pergunta 4, a conjunção "ou" é negação do que se afirma com a conjunção "e", visto que, se André não atender a uma das características, a negação é completa. Exemplo 27 (lógica). Existem três suspeitos de invadir uma rede de computadores: Luiz, Thais e Felipe. Sabe-se que
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