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ABORTAMENTO AUTOR: PEDRO V.F. MEDRADO - É a interrupção da gestação com feto <500g ou IG abaixo de 20 semanas (metade da gestação). - Mais do que 20 semanas – parto - Etiologia · Anormalidades cromossômicas – a principal causa · Mais frequentes – trissomias (do 16 é mais comum, pois é incompatível com a vida) e monossomias do X (síndrome de Turner) · Desordens anatômicas · Incompetência istmo-cervical (IIC) – 2º trimestre, o orifício interno do colo não consegue segurar o saco gestacional · Malformações uterinas · Sinéquias – aderências dentro do endométrio · Causa de amenorreia secundária – Síndrome de Ashermann · Doenças endócrinas · Insuficiência lútea, doenças da tireoide (hipotiroidismo franco) e DM (hiperglicemia no período de organogênese – más formações do feto). · Infecções · Rubéola, CMV, parvovirose, HIV e sífilis e outras – resposta inflamatória agride o saco gestacional e o feto. Distúrbios imunológicos · Síndrome antifosfolipídica – é uma trombofilia autoimune, auto-Ab que ataca os fosfolipídios da membrana. · Abortamento de repetição · Óbito fetal e pré-eclâmpsia (agressiva) · Trombose arterial e venosa (AVC isquêmico) · Associação com lúpus eritematoso sistêmico – auto-anticorpos antifosfolipídicos da membrana. · Diagnóstico – 1 critério clínico mais 1 critério laboratorial · Critérios clínicos · Trombose arterial ou venosa, OU · Óbito fetal após 10 semanas, OU · Parto prematuro por Pré-Eclâmpsia <34 semanas, OU · Três ou mais abortamentos <10 semanas. · Critérios laboratoriais – apenas 1 critério abaixo · Lúpus anticoagulante, OU · Anticardiolipina IgG ou IgM, OU · Anti-beta2glicoproteína I IgG ou IgM. · Tratamento – desfecho favorável em até 80% dos casos · SAF com critérios obstétricos – AAS em baixas doses + heparina profilática ao longo da gestação · SAF com história de trombose – AAS + heparina terapêutica Classificação do abortamento - Precoce – até 12 semanas · Anormalidades cromossômicas - Tardio – entre 12 e 20 semanas (tempo em que ocorreu o abortamento) · IIC - Habitual – 3 ou mais episódios consecutivos · Associado a SAF Ameaça de abortamento - Sangramento e dor discretos - B-HCG positivo - Útero compatível com IG - Informações úteis que orientam o abortamento · Colo uterino fechado – não permite a saída do saco gestacional · USG – BCE presente - Se ameaça de abortamento, apenas observo e faço sintomáticos Abortamento inevitável - É a paciente que estava com ameaça de abortamento e evoluiu para um abortamento propriamente dito. - Sangramento intenso e cólicas - B-hCG positivo - Útero compatível com a IG - Colo uterino aberto – não há o que fazer, isso indica que o saco gestacional vai sair · Se sair, · Aguardar até 8 semanas o saco gestacional · Se incompleto – esvaziamento uterino · Imunoglobulina anti-Rh – profilaxia de doença hemolítica peri-gestacional em gestações subsequentes. - USG – BCE presente Abortamento completo - Sangramento discreto e dor ausente - B-hCG negativo ou em queda – o saco gestacional saiu - Útero menor que o da IG - Colo uterino fechado - USG – útero vazio - Conduta – apenas imunoglobulina anti-Rh (sensibilização pelo sangramento em pacientes suscetível). Abortamento incompleto - Sangramento variável e cólicas - B-hCG negativo ou em queda - Útero menor que o esperado para IG - Colo uterino – aberto ou incomum fechado - USG – restos ovulares - Conduta · Esvaziamento uterino · Imunoglobulina anti-Rh Abortamento infectado - Sangramento de odor fétido e dor abdominal + febre - B-hCG negativo - Útero amolecido e doloroso - Colo uterino aberto - USG – restos ovulares - Conduta, · Gentamicina + Clindamicina · Esvaziamento uterino · Imunoglobulina anti-Rh Abortamento retido - O útero não entendeu que a gestação parou, o paciente está assintomático - Sangramento B-hCG negativo ou em queda - Útero menor que a IG - Colo uterino fechado - USG com embrião sem BCE (> 5mm) - Conduta, · Repetir USG (confirmatório ou se embrião <5mm) de 7 a 15 dias · Esvaziamento uterino · Imunoglobulina anti-Rh Ovo anembrionado - Ausência de embrião em SG íntegro - USG – diagnóstico · SG >25 mm sem embrião · SG >20 mm sem vesícula vitelínica - Colo do útero fechado em paciente assintomático - Conduta, · Esvaziamento uterino · Imunoglobulina anti-Rh Esvaziamento cirúrgico - AMIU – aspiração manual intrauterina · É o método de escolha até a 12ª semana, por menor risco de perfuração · Grande seringa de plástico com a formação de vácuo e introdução de um êmbolo para introdução do útero. - Curetagem uterina · IG maior que 12 semanas, sem feto dentro, porém com maior risco de perfuração · É primeiro feito os esvaziamentos clínicos com misoprostol · Espéculo, dilatação e curetagem · Pode resultar em IIC - Outros – vacuoaspiração (vácuo ligado à parede, sendo mais potente para doença trofoblástica gestacional) e microcesariana (se não é possível fazer misoprostol e não a curetagem). Esvaziamento clínico - Ocitocina · Expulsão do feto e paralelamente ao tratamento cirúrgico, diminuir o risco de perfuração. - Misoprostol · Método complementar de escolha para expulsão do feto (principalmente se >12 semanas), sendo complementar ao tratamento cirúrgico (curetagem uterina). · Estimula contração uterina - Conduta expectante · Gestações iniciais e estáveis de 6 a 8 semanas com sangramento discreto. Incompetência Istmocervical - Falha do oficio interno em manter a gestação - Quando pensar? · Abortamento tardio · Perdas gestacionais indolores · Amniorrexe precoce – herniação da bolsa amniótica · Feto morfologicamente normal - Fatores predisponentes · Amputações do colo · Dilatação do colo – vela de ferro (metálico que acaba traumatizando) · Fatores congênitos – dietilmetilbestrol (falência do orifício interno) · Partos laboriosos - Diagnóstico · Fora da gravidez · Histerossalpingografia · Histeroscopia · Passagem da vela Hegar 8 · Durante a gravidez · Dilatação do colo indolor · USG – encurtamento do colo e dilatação cervical - Tratamento · Circlagem uterina – amarra o colo do útero, impedindo que o saco gestacional saia · Circlagem entre 12 e 16 semanas · Alguns autores contraindicam a técnica para dilatações acima de 4 cm Interrupção voluntária da gestação - Risco de vida para gestação · Abortamento terapêutico – IC grave (NYHA IV), HAP – se atestado por dois médicos e uma notificação da comissão de ética do hospital - Anencefalia · Descriminalização pelo STF em 2012 · Interrupção em qualquer IG – se desejar · Diagnóstico ultrassonográfico com duas fotografias – sagital e transversal · Laudo assinado por dois médicos, não precisa de documento de justiça - Gestação advinda de estupro – violência sexual · Permitida após informar Unidade de Saúde · Não precisa de B.O OU autorização judicial · Objeção de consciência – o médico se recusa a realizar o procedimento, ele não é obrigado a fazer, mas é obrigado a encaminhar a paciente a outro. · Até 20 semanas – após 20 semanas não é possível, deve-se doar.
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