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RESENHA CRÍTICA - TEXTO UNIDADE 2 - DA NOVA REPÚBLICA ATÉ OS DIAS ATUAIS - Francisco Madson de Queiroz

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CAMPUS NATAL ZONA LESTE
DESENVOLVIMENTO E MUDANÇAS NO ESTADO BRASILEIRO 
PROFESSOR: ARTEMILSON LIMA
ATIVIDADE DA UNIDADE 2
ALUNO: FRANCISCO MADSON DE QUEIROZ
RESENHA CRÍTICA
TEXTO: UNIDADE 2 - DA NOVA REPÚBLICA ATÉ OS DIAS ATUAIS
LEITE JÚNIOR, Alcides Domingues. Desenvolvimento e mudanças no estado brasileiro. 3. ed. rev. atual. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2014. 88p.
INTRODUÇÃO
O autor é graduado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da USP, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental pela ENAP e mestre em Administração pela FEA-USP. É Inspetor-Analista do Banco Central do Brasil, desde julho de 2000, e professor de Mercado Financeiro e de Economia da Trevisan Escola de Negócios, desde janeiro de 2003. 
Nessa unidade, ele relata fatos importantes ocorridos no período que vai da nova República até o fim do segundo mandato do governo Lula. Nesse período ocorreu importantes transformações na política brasileira, como a redemocratização com o reestabelecimento de bases do Estado de Direito, da liberdade de expressão, da democracia, da inclusão social e da abertura econômica, também nasceu atual constituição brasileira em 1988. 
Leite Júnior relata que depois de um longo período de repressão, as décadas de 1980 e 1990 foram muito importantes para a reconstrução e modernização do Estado, houve grandes conquistas como as eleições diretas, instituição de políticas públicas que impulsionaram os ganhos sociais e melhoria econômicas. Cabe aqui ressaltar que os avanços sociais mais relevantes que melhoram significativamente a vida das classes sociais menos favorecidas, ocorreram nos anos 2000, mais precisamente após 2003.
 
GOVERNO TANCREDO NEVES/SARNEY (1985-1990)
O autor do texto resume as os acontecimentos e ações do governo Tancredo Neves e José Sarney. A chapa foi eleita de forma indireta em 1985, tendo como presidente, Tancredo e vice, José Sarney quem acabou de fato assumindo o cargo em decorrência das complicações do estado de saúde de Tancredo que veio a falecer. 
Sarney enfrenta uma forte inflação que chegou a 15% ao mês, como medida de combate foi adotado o congelamento de preços e salários, mas essas medidas falharam e assim o governo Sarney entregou o país (1989) em estado de hiperinflação chegando 80% ao mês e 507% ao ano. Bresser teve uma rápida passagem pelo governo como Ministro da Fazenda e defendeu o controle de gastos públicos e aumento da taxa de juros.
Essa inflação galopante dos anos a partir do anos 80 acabaria convergindo para o avanço nas políticas neoliberais nos anos seguintes, que de acordo com Fiori (2018), os problemas inflacionários e as dívidas estatais difundiram as teses neoliberais na américa latina e a agenda reformista promovendo a privatização e desregulação dos mercados, e políticas para a austeridade fiscal e monetária. 
As medidas implantadas por Sarney falharam e a crise econômica não cessou, é importante destacar que o autor não apresenta dados sociais do governo Sarney na sua obra, como pobreza, fome miséria, acesso a saúde ou quaisquer indicadores sociais. 
COLLOR/ITAMAR FRANCO (1990-1994)
Com o fim do governo Sarney em 1990, Fernando Collor foi eleito o primeiro presidente pelo voto direto desde a redemocratização, assumindo o governo sobre forte pressão da inflação e promoveu medidas de controle, que mais tarde seriam consideradas errôneas, como o congelamento de preços e dos salários, que que fez com que a inflação explodisse nos meses seguintes.
 O autor destaca como pontos importantes do seu governo, o enxugamento da máquina pública, a abertura da economia e o início da era das privatizações. Porém, o autor não destacou uma medida severa e impopular do governo Collor: o confiscou da poupança dos brasileiros. 
Devido ao fracasso das medidas implantadas, o presidente perdeu o apoio político e acabou renunciando, em 1992, para não enfrentar o processo de impedimento aberto pelo Congresso Nacional. Após sua renúncia, quem assume é seu vice, Itamar Franco, que consegue controlar a inflação através do Plano Real, uma medida de valorização da moeda nacional com a ajuda do ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso. 
Em relação ao Plano Real o autor não teceu comentários a respeito de figuras importantes que muito contribuíram para o seu sucesso, como Ciro Gomes, que também foi Ministro da Fazenda.
Com a valorização da moeda e abertura de mercado foi possível equalizar a inflação, um dos maiores problemas econômicos do Brasil nas últimas décadas. Itamar Franco deu prosseguimento a política econômica de Collor com a desestatização. 
O autor caracteriza a gestão de Collor como recessão, com queda de 4,5% do PIB em 1990, aumento de 1% em 1991 e queda de 0,5% em 1992, já o período comandado por Itamar Franco foi de crescimento de 4,9% em 1994 e 5,9% em 1995.
Cabe observar que a política econômica de Itamar Franco seguiu as mesmas políticas de Collor, com diferenças que foram fundamentais como a estabilidade da moeda e apoio político para governar.
Os indicadores sociais que demostrariam as condições de vida do povo nesse período não foram elencados pelo autor. 
A ERA FHC (1995-2002)
Na eleição seguinte FHC (1994-1998), conseguiu eleger-se com folga devido a popularidade adquirida com a implantação do Plano Real, segundo Leite Júnior. Durante seus primeiro 4 anos de governo podemos observar que a inflação ficou sobre controle baixando a média de 9,44 % ao ano. 
Leite Júnior afirma que um dos maiores feitos do seu governo foi a privatização de dezenas de estatais arrecadando bilhões que segurou a economia por algum tempo, mas quando o dinheiro da venda de estatais acabou, a balança comercial sentiu o impacto levando o governo a buscar empréstimo no FMI, causando o endividamento do país. 
As reformas promovidas por FHC, segundo Teixeira e Pinto (2012), não proporcionaram o desenvolvimento adequado uma vez que teve como consequência o aumento da dívida externa, subordinação ao capital externos e o fortalecimento do bloco de poder financeiro-bancário, o qual se tornará hegemônico.
Devido a privatização, nasceu nesse período as Agências Reguladoras como a ANATEL, ANEEL e outras. No final do primeiro mandato, o governo teve que aumentar a taxa de juros drasticamente. 
Para evidenciar a característica do governo neoliberal, além do o Plano Nacional de Desestatização, o governo criou o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER), um socorro financeiro para bancos privados no valor de 30 bilhões e o Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária (PROES) para ajudar o setor de bancos estatais que custou 60 bilhões.
Para Teixeira e Pinto (2012), o governo FHC fortaleceu essa nova forma de dependência externa que acabaria por consolidar em seu governo a configuração do bloco no poder (bancário-financeiro), fração hegemônica do capital, que seria herdada pelo governo Lula mantendo sua forte influência nas decisões de políticas e que permanecem até os dias atuais. 
O texto de Leite Júnior apresenta o primeiro mandato de FHC como um governo reformista, entretanto não foram apresentados dados socioeconômicos que possa caracterizar o desenvolvimento do ponto de vista social, enquanto isso, ficou claro que o governo fortaleceu o setor financeiro.
Em 1999, FHC assumiu seu segundo mandato assombrado pelo fantasma da inflação o que acabou contribuindo para a criação do sistema de metas de inflação para controlar a inflação ou deflação com interferência direta do Banco Central. 
Em 2000, o governo criou a Lei de Responsabilidade Fiscal, sem dúvida uma grande inovação na legislação, que tem a finalidade de limitar e controlar os gastos públicos da administração pública em todas as esferas de governo. Nesse período, devido à baixa popularidade, FHC começou a olhar para as questões sociais criando programas de transferência de renda como a bolsa escola, o vale gás e o cartão alimentação, programas esses, que não alcançavatodo o contingente de necessitados. No seu governo, houve o aumento da fome, estima-se que cerca de 290 pessoas morriam por dia, devido a fome (Alves, 2015).
Ainda de acordo com Teixeira e Pinto (2012) abertura comercial e financeira, as privatizações, as reformas pró-mercado e a condução ortodoxa da política econômica (juros altos e contenção de gastos correntes) não proporcionaram o esperado desenvolvimento. Com as estatais liquidadas, sem dinheiro, o governo ainda viria a passar por uma grave crise energética em 2001, que ficou conhecida como o “apagão”. A soma desse e de outros fatos fez a economia desandar e abriu caminho para o crescimento das intenções de votos para o candidato da oposição, Lula.
A ERA LULA (2003-2010)
A era FHC chegou ao fim em 2002, e ano seguinte, Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao poder, manteve o foco no combate à inflação e deu prosseguimento as políticas fiscais dos governos anteriores, realizou uma nova e mais dura reforma previdenciária dos servidores públicos, com isso reduziu o temor do mercado em relação a sua gestão, mas desagradou setores políticos da esquerda. 
A agenda econômica inovou focando na microeconomia (antes a agenda era voltada para a Macroeconomia), por exemplo, criando o microcrédito e criando a lei das Parcerias Público-Privado. Na área social criou o Bolsa Família amplificando o número de famílias beneficiadas, o que fez dele um dos maiores programas de distribuição de renda do Brasil. Teve forte crescimento nas exportações, em 128% fortalecendo a balança comercial. Com a valorização do real, o dólar caiu e o governo pode reduzir a dívida externa e liquidar dívidas com o FMI. A economia estabilizou e assim possibilitou a redução da taxa de juros, aumentou o nível de empregos e a melhora das contas públicas. 
Essas ações pró-mercado pode ser explicada devido ao estabelecimento do bloco de poder na era FHC. Nesse ponto Teixeira e Pinto (2012) argumentam que o que garantiu a sustentação de Lula não foram as conquistas sociais do proletariado, mas a manutenção do poder hegemônico bancário-financeiro. Tanto Fiori (2018), quanto Bresser Pereira (1995) e Teixeira e Pinto (2012) demonstram a existência dessas forças que compõem a luta de classes e quais delas se sobressaem, que acabam ditando os seus interesses cooptando os poderes do Estado para isso. 
Leite Júnior descreve o segundo mandato de Lula resumidamente (1999-2002), afirmou que Lula direcionou esforços para alavancar o PIB investindo em infraestrutura e para isso criou o programa de aceleração do crescimento (PAC), um investimento de 504 bilhões, comandado por Dilma Rousseff. Tentou uma realizar uma reforma tributária ampla, mas sem sucesso. Seu segundo mandato proporcionou um aumento considerável no volume de investimentos privados no Brasil.
A crise econômica internacional de 2008 afetou diretamente o governo que causou impactos na inflação e aumento na taxa, diminuição da oferta de créditos e queda na Bolsa de Valores. Esses fatores combinados desaceleraram a economia entre os anos de 2009 a 2010. Outra questão observada é que a crise, aliada ao fortalecimento do bloco agropecuário, pode ter originado a fissura na hegemonia bancário-financeiro, dominante no cenário nacional, e que Teixeira e Pinto (2012) consideraram como uma oportunidade para o governo Dilma aumentar a ação do Estado através dos bancos públicos não dominados pela hegemonia bancária.
A era Lula terminou com aprovação recorde e uma economia cada vez mais consolidada no cenário mundial, surpreendendo até os mais críticos. Embora tenha avançado em várias frentes sociais como a expansão da educação, facilitar o acesso a graduação e cursos técnicos, melhorar as condições de vida das pessoas, a maior conquista do governo Lula foi diminuir drasticamente a fome, fato reconhecidamente no mundo.
Ao longo do seu texto, Leite Júnior pouco explorou questões sociais e se deteve a analisar algumas variáveis econômicas como o PIB, a inflação e a balança comercial. Faltou uma abordagem que retratasse as condições de vida do povo durante cada ciclo de governo explorado. 
Referências.
ALVES, Anselmo. Jornal Nacional (2001): Fome mata 300 crianças por dia no Brasil. [S. l.: s. n.], 2015. 1 Vídeos (5,01 min.). Youtube, 05 de fev. de 2015. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=UI3yFKVrE4I. Acesso em 18 de abr. 2022.
BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos. Estado, sociedade civil e legitimidade democrática. Lua Nova: Revista de Cultura e Política. [s. l] 1995, n. 36, p. 85-104.
FIORI, José Luís. A controvérsia do estado e do desenvolvimento. Por ODELA em 22 de agosto de 2018 em publicações, textos para discussão. 5p. Acesso em 15 de abr. 2022. Disponível em: https://www.ufrgs.br/odela/2018/08/22/a-controversia-do-estado-e-dodesenvolvimento/. Acesso em 17 de abr. 2022.
LEITE JÚNIOR, Alcides Domingues. Desenvolvimento e mudanças no estado brasileiro. 3. ed. rev. atual. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2014. 88p.
TEIXEIRA, R. A.; PINTO, E. C. A economia política dos governos FHC, Lula e Dilma: dominância financeira, bloco no poder e desenvolvimento econômico. Economia e Sociedade, Campinas, v. 21, n. especial, p. 909–941, 2012.

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