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PRÉ-VESTIBULAR LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br © 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Produção Projeto e Desenvolvimento Pedagógico Disciplinas Autores Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales Márcio F. Santiago Calixto Rita de Fátima Bezerra Literatura Fábio D’Ávila Danton Pedro dos Santos Matemática Feres Fares Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba Costa Física Cleber Ribeiro Marco Antonio Noronha Vitor M. Saquette Química Edson Costa P. da Cruz Fernanda Barbosa Biologia Fernando Pimentel Hélio Apostolo Rogério Fernandes História Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini Rafael F. de Menezes Rogério de Sousa Gonçalves Vanessa Silva Geografia Duarte A. R. Vieira Enilson F. Venâncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. — Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor] 696 p. ISBN: 978-85-387-0574-1 1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título. CDD 370.71 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 1E M _V _H IS _0 38 A Nova República Depois de 10 anos da proibição de passeatas ou comícios, no dia 10 de abril, cerca de um milhão de pessoas participaram de um comício-monstro na praça da Candelária, no centro do Rio, para clamar eleições diretas para a presidência da República. No dia 16 seguinte no vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, outro comício muito semelhante ao ocorri- do no Rio se destacava na busca pelas “Diretas Já”, que movimentou o país entre 1984-1985. Embora frustada, pois as eleições foram indire- tas, a campanha das Diretas Já representava a espe- rança de mudanças personificadas na figura de um novo presidente civil. O presidente eleito foi Tancredo Neves que um dia antes da posse prevista para 15 de março, foi internado por causa de um tumor no intestino, sendo que no dia 21 de abril foi declarado morto. As ruas do Brasil devido a esta notícia foram novamente tomadas por multidões saudando, entre lágrimas e desmaios, o presidente que não foi, e mais ainda, o presidente que poderia ter sido. O governo José Sarney (1985-1990) José Sarney. A B r/ A ut or d es co n he ci d o. Neste período de transição, tornou-se presiden- te o vice de Tancredo, José Sarney, que deu continui- dade à redemocratização do Brasil e logo ao assumir o poder lançou uma série de emendas à Constituição, no dia 8 de maio de 1985, que estabeleceram: Eleição direta do presidente que sucederia • Sarney; Eleição direta para prefeitos das capitais em • 15 de novembro de 1985; Eleição direta para os municípios considera- • dos de segurança nacional; Eliminação da fidelidade partidária; • Liberdade de criação de partidos (inclusive • os comunistas); Direito de representação política aos morado- • res do Distrito Federal, com oito deputados e três senadores. Em fevereiro de 1987, formou-se a Assembleia Constituinte para definir uma nova Constituição para o Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988. Entre as características de Constituição de 1988 estão: proteção ao trabalhador • : abono de 33% quan- do o trabalhador sair de férias; indenização de 40% do FGTS em caso de demissão; todo o trabalhador que recebia até dois salários mínimos mensais passaria a receber abono de um salário e as horas extras passaram a valer mais 50%; direito de greve irrestrito aos trabalhadores; jornada de trabalho de 44 horas; a aposentadoria não poderá ser inferior a um salário mínimo e o aposentado passou a receber décimo terceiro salário; a licença-maternidade passou de 90 para 120 dias; licença paternidade de 5 dias; Dois turnos nas eleições para governadores • e prefeitos de cidades com mais de 200 mil habitantes; Voto facultativo entre os 16 e 18 anos; • Redistribuição dos impostos em favor dos • estados e municípios; Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 2 E M _V _H IS _0 38 Garantia por parte do Estado de benefícios e • proteção às empresas nacionais; Fim da censura ao rádio, televisão, cinema etc; • Medidas de proteção ao meio ambiente; • Mandato de 5 anos para presidente da Repú- • blica, reduzido para 4 anos em 1995; Medidas de proteção às minorias (0,2% de • índios e 8,1% de negros). Sarney estava longe de ser o presidente dos sonhos de todo brasileiro, e poderia ter passado des- percebido ao longo de seu mandato se não tivesse provocado imensa mobilização nacional em torno de um pacote econômico, o chamado Plano Cruzado lançado em 28 de fevereiro, que em linhas gerais seria um Plano de Estabilização Econômica, projetado sob a liderança do Ministro da Fazenda Dílson Funaro com o objetivo de controlar a inflação no Brasil. Entre as medidas do Plano Cruzado estão: Congelamento de preços por um ano; • Imediato reajuste salarial e correções sala- • riais sempre que a inflação atingir 20%; Livre negociação entre patrões e emprega- • dos, à época dos dissídios anuais; Implantação de um novo padrão monetário, o • cruzado, que teria o valor do cruzeiro menos três zeros; Fim da correção monetária. • Plano Cruzado: criação de José Sarney. A n to n io C ru z/ A B r. Fez-se necessário ressaltar o apelo feito pelo governo de que o próprio povo se comprometesse em fiscalizar a atuação do plano. Os “fiscais do Sar- ney” eram os cidadãos que pretendiam conferir se os preços estavam de fato congelados, através da divulgação de tabelas com o valor máximo dos preços controlados pela Sunab (Superintendência Nacional de Abastecimento e Preços). A ut or d es co n he ci d o. “Fiscais do Sarney”. O resultado inicial do Plano Cruzado foi o con- trole imediato da inflação e uma grande corrida pelo consumo, favorecida pelo congelamento dos preços e reajustes salariais. Porém, com o congelamento, mui- tos produtores viram-se desestimulados a aumentar a produção, gerando um forte desabastecimento no Brasil e a cobrança do ágio (valor cobrado acima da tabela). Para superar tal problema, o governo estimu- lou as importações, prejudicando a balança comercial e esgotando as reservas do país. Esquema didático Congelamento + Gatilho Salarial = Desabas- tecimento = Ágio = Importação = Esgotamento das divisas. Apesar de tantos problemas econômicos, o PMDB conseguiu ampla vitória nas eleições estadu- ais marcadas para 1986. Com maior poder aquisitivo a população votou em seus candidatos. Logo após as eleições o PMDB lançou o Plano Cruzado II, que determinou: Liberação de alguns produtos do congela- • mento; Elevação de 80% no preço dos automóveis; • Aumento das tarifas de energia elétrica, te- • lefone e correio; Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 3E M _V _H IS _0 38 Aumento de impostos sobre o cigarro e • bebidas. Diante de tantos problemas econômicos aos quais o Brasil estava inserido, este plano também foi incapaz de controlar a inflação que disparou (cerca de 26% ao mês) determinando o pedido de mora- tória (suspensão da dívida externa) brasileira em 1987 e a demissão do ministro Dílson Funaro,que foi substituído por Luis Carlos Bresser Pereira. Em julho de 1987 foi lançado o Plano Bresser, que tinha como medidas: Congelamento dos preços por dois meses; • Aumento de tarifas e impostos; • Extinção do gatilho salarial; • Suspensão da moratória e renegociação da • dívida externa com o FMI (Fundo Monetário Internacional). O Plano Bresser também mostrou-se ineficaz no combate à inflação provocando o pedido de demissão de Bresser em dezembro de 1988. O novo ministro foi Maílson da Nóbrega que herdou um quadro caótico – a inflação total do ano de 1988 foi de 934%, agravando a crise de desemprego e o descontentamento da população. Em janeiro de 1989 foi decretado o Plano Verão, que tinha como medidas: Criação do cruzado novo – o cruzado com • corte de três zeros; Corte de gastos do governo; • Novo congelamento de preços. • Apesar de todas estas tentativas, percebe-se a fragilidade econômica brasileira e o fracasso dos planos frente à mesma. Isto provocou um decréscimo na popularidade do governo, tanto pelo desastre fi- nanceiro quanto pelos vários escândalos de desvios de dinheiro público no Maranhão (terra natal do pre- sidente) através da construção de obras superfatu- radas como a Ferrovia Norte-Sul, a Usina Siderúrgica do Maranhão e a Base Espacial de Alcântara. Este desgaste fez com que um grupo de políticos do PMDB (Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Mário Co- vas, entre outros) resolvesse fundar um novo partido, o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira). Em 1989 ocorreram novas eleições presidenciais e Fernando Collor de Mello apresentou sua candida- tura pelo PRN (Partido da Reconstrução Nacional) de pouca expressividade. Ex-prefeito de Maceió e gover- nador do Alagoas baseou sua campanha política na caça aos “marajás” (funcionários públicos acusados de corrupção), na independência em relação aos antigos grupos políticos e ao capital internacional e na promessa de reformas sociais, contando com forte apoio da mídia televisiva. Entre os outros candidatos destacaram-se Luiz Inácio Lula da Silva do PT, atra- vés da coligação Frente Brasil Popular (PT, PC do B e PSB) e Leonel Brizola do (PDT). Fernando Collor foi vitorioso nos dois turnos. Fernando Collor de Mello (1990-1992) Fernando Collor de Mello era um jovem e promis- sor candidato de tendência liberal que representou definitivamente a ruptura com o modelo econômi- co desenvolvimentista inaugurado por JK. Este conseguiu o apoio da elite nacional e utilizou uma propaganda eleitoral baseada em campanha perso- nalista, na qual se propunha a combater a corrup- ção, atitude esta que lhe presenteou com o título de “Caçador de Marajás”. Destacava a necessidade de um líder jovem para que mudanças efetivas, capazes de conter a crise econômica na qual estava inserido o Brasil, fossem realmente realizadas. Para este fim propôs uma economia de cunho neoliberal, na qual o Estado restringe a sua atuação na economia e privatiza setores que era responsável até então. A entrada de capital externo nas empresas reduziria os gastos do governo e permitiria a modernização das empresas privatizadas, vítimas da estagnação econômica. O Estado concentraria investimentos nas necessidades sociais, ao invés de setores produtivos e de serviço – estes são os argumentos do “Estado- -mínimo” neoliberal. Promoveu-se a abertura dos mercados, graças à redução do protecionismo e fim dos subsídios, provocando falências nas indústrias nacionais pela entrada maciça de produtos importados em preços muito mais em conta. O argumento de Collor era a necessidade de entrada de tecnologia, que estimu- laria o desenvolvimento da produção nacional. A criação do Mercosul em 1991 é outra caracte- rística do governo Collor e pretendia fazer do Brasil uma liderança econômica regional. Envolvendo Bra- sil, Paraguai, Argentina e Uruguai, o Mercosul preten- dia ampliar os mercados consumidores e promover uma maior capacidade de atração dos mercados externos, pois empresas se instalariam no Brasil não visando apenas o mercado interno brasileiro, mas sim, todo o mercado garantido pelo bloco. Entretanto, o Mercosul só entrou em vigor no governo Fernando Henrique Cardoso. Logo no início de seu governo, Collor se apode- rou de boa parte do dinheiro que estava depositado nos bancos e instituições financeiras, sob o discurso de um novo plano de combate à inflação, plano este Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 4 E M _V _H IS _0 38 denominado Plano Collor. Lançado um dia após a posse do novo presidente sob a liderança da Ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello, foi responsável por um grande choque econômico. A intenção era frear o consumo exagerado de produtos, causadores do desabastecimento e da inflação. O Plano Collor tinha como princípios básicos: Extinção do cruzado novo e retorno do cru- • zeiro; Salários com reajuste prefixado no dia 15 de • cada mês; Congelamento de preços; • Confisco dos depósitos da poupança e da • conta corrente superiores a 50 mil cruzeiros. O dinheiro seria devolvido corrigido após 18 meses em 12 parcelas; Câmbio controlado pelo mercado e não pelo • Banco Central; Eliminação de todos os subsídios, excetos os • da Zona Franca de Manaus; Aumento do IPI (Imposto sobre os produtos • industrializados); Corte nos gastos públicos através de de- • missão de funcionários e do programa de privatizações; Estímulo à importação. • Fernando Collor de Mello. V al te r C am p an at o/ A B r. Este plano econômico foi baixado por meio de Medidas Provisórias, instrumentos presidenciais que devem ser votados pelo Congresso em 30 dias, podendo ser reeditados em caso de não-apreciação. Entretanto, este plano econômico foi incapaz de conter a inflação, gerando profunda recessão econô- mica e aumento substancial da falência de empresas e da taxa de desemprego no Brasil. Estes fatores determinaram a demissão da equipe econômica e a ascensão de Marcílio Marques Moreira ao Ministério da Economia, que por sua vez foi incapaz de superar os problemas mencionados. Agravando ainda mais o cenário no qual estava inserido o governo Collor, vários foram os rumores que giravam em torno da corrupção neste governo. Surgiram acusações afirmando que a ministra Zélia avisara determinadas empresas da iminência do confisco, sendo que ela e o próprio presidente Collor dispunham de pouco dinheiro em caixa no dia da- quela expropriação. É necessário ainda destacar as denúncias de Pedro Collor, irmão de Collor, revelando detalhes da vida privada e a participação do presidente no chamado Esquema PC, envolvendo o tesoureiro da campanha de Fernando Collor à presidência, Paulo César Farias. De acordo com as denúncias, Paulo César Farias cobrava comissões para favorecer algu- mas empresas em concorrências de obras públicas, comissões movimentadas por contas fantasmas e que custeavam as despesas de Fernando Collor de Mello e de sua mulher, Rosane. O esquema chegou a movimentar cerca de 260 milhões de dólares e a denúncia permitiu à imprensa e a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) desvendar, mesmo que em parte, o esquema de propinas e desvio de verbas comandado por Paulo César Farias. Depois de confirmado o envolvimento de pes- soas muito ligadas ao presidente Fernando Collor no esquema de corrupção, como Rosane e Leda Collor (mãe do presidente), ficou bem claro que de alguma forma o presidente também teria lucrado com o esquema. No dia 1.o de setembro de 1992, os presidentes da Associação Brasileira de Imprensa, Barbosa Lima Sobrinho e da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcelo Lavenere, encaminharam à câmera o pedido de impeachment do presidente. Um mês depois a Câmara autorizou o Senado a julgá-lo o que lhe obrigou a deixar o cargo e aguardar a decisão. Paralelamente a este processo vários foram os estu- dantes que foram às ruas, comos rostos pintados de verde e amarelo, exigir a derrubada de Collor, movimento conhecido como a “Marcha dos Caras Pintadas”. No dia 29 de dezembro, Collor apresentou o seu pedido de renúncia para evitar a cassação de seus direitos políticos por 8 anos. O pedido não foi aceito pelo Senado que deu continuidade ao processo de impeachment. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 5E M _V _H IS _0 38 A g ên ci a JB /R ic ar d o Se rp a. Marcha dos Caras Pintadas. O governo Itamar Franco (1992-1995) R ic ar d o St uc ke rt /P re si d ên ci a d a R ep úb lic a. Itamar Franco. Após a renúncia do presidente Collor, quem as- sumiu o poder foi Itamar Franco, seu vice-presidente, de biografia pouco conhecida, mas que governou com um grande respaldo dos partidos políticos, principal- mente do PSDB. A redução dos juros internacionais, determi- nante para a redução da emissão de divisas para instituições internacionais de crédito, favoreceu o crescimento econômico, mesmo com a manutenção da inflação a níveis altos. Ao fim de seu governo, em 28 de fevereiro de 1994, Itamar lançou o plano econô- mico que foi um dos mais bem-sucedidos que já se havia desenvolvido no Brasil; é o famoso Plano Real que garantiu aos jovens conhecer um futuro sem as hiperinflações e acabou levando à presidência seu principal articulador, o então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. Entre as medidas do plano destacam-se: Controle das contas do governo e redução • do déficit público; Criação da Unidade Real de Valor (URV), • indexador que passaria a corrigir diaria- mente preços, salários e serviços, como uma espécie de moeda; Criação de uma nova moeda, em 1. • o de Julho de 1994, o real, equivalente ao valor de uma URV (2 750,00 cruzeiros reais); Manutenção de um câmbio elevado, com • um dólar equivalendo cerca de um real; Intervenção do Banco Central para garan- • tir o valor do real, em caso de ameaça de desvalorização; Elevação das taxas de juros para controle • da inflação e manutenção das reservas cambiais. Ao controlar a inflação, o Plano Real determinou um aumento do consumo, principalmente a partir de vendas a prazo, o que causava preocupação no governo que temia novamente uma alta da inflação. Apesar disso, o Plano Real conseguiu estabilizar a economia brasileira no sentido de conter a inflação e a desvalorização da moeda. Estes fatores aliados ao temor que o ex-sindicalista Luís Inácio Lula da Silva continuava despertando nas elites brasileiras deter- minou a eleição de Fernando Henrique Cardoso, então com 63 anos, à presidência em 2 de outubro de 1994, ao derrotar candidatos como Lula (PT), Leonel Brizola (PDT), Orestes Quércia (PMDB), entre outros. Após as eleições, antes da posse de Fernando Henrique, o governo Itamar lançou um pacote an- ticonsumo, contendo medidas como a limitação de três meses no parcelamento de compras; suspensão do consórcio de eletrodomésticos e eletroeletrônicos; recolhimento compulsório de 15% sobre empréstimos, redução para doze meses dos consórcios de auto- móveis. Apesar do controle da inflação, as medidas anticonsumo do Plano Real e a alta taxa de juros es- timularam a falência de muitas indústrias nacionais, além de altas taxas de desemprego no Brasil, fruto de um modelo econômico recessivo. Durante o governo de Itamar Franco, conforme previsto na Constituição de 1988, com alto índice de abstenção, foi realizado em plebiscito para a escolha da forma e sistema de governo do Brasil. Vencendo a República, em oposição à Monarquia, e o Presiden- cialismo, em oposição ao Parlamentarismo. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 6 E M _V _H IS _0 38 O governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) O Plano Real lançou as bases definitivas da econômica brasileira. Os próximos governos atuaram de acordo com suas diretrizes colhendo frutos de seus pontos positivos, mas também mergulhando o Brasil numa gravíssima crise social que jogou os indicadores de desenvolvimento humano (IDH) a níveis extremamente baixos. Ao mesmo tempo, os índices de desigualdade social continuaram batendo recordes negativos, demonstrando que se a economia brasileira apresentou crescimento, este não foi para todos, dando continuidade ao histórico processo de exclusão social. Com apoio do PFL, o PSDB lançou a candida- tura de Fernando Henrique Cardoso (FHC), que se aproveitando da estabilidade obtida com o Plano Real, derrotou o candidato Lula com 53,8% dos vo- tos. Embora o Plano Real tenha conseguido manter a inflação sob controle, apresentou alguns efeitos negativos sobre a economia. A paridade cambial (R$1,00 = US$1,00) fez com que os produtos nacio- nais elevassem seus preços em nível internacional, reduzindo as exportações. Por outro lado, os produtos importados apresentavam baixos preços ao entrar no mercado brasileiro, ampliando sua procura e sendo responsável por um déficit comercial que em 1993 chegou à casa de 8 bilhões de dólares. Fernando Henrique Cardoso. Jo sé C ru z/ A B r. Para cobrir esse déficit, o governo brasileiro elevou os juros, atraindo para o Brasil investidores internacionais. Porém, a elevação dos juros gerou uma retração do consumo e produção internos, es- tagnando a economia brasileira e elevando os índices de desemprego. Em paralelo, o estado recessivo, reduziu gastos em infraestrutura, de acordo com a lógica neoliberal, o que gerou a crise energética em 2001, o chamado “apagão”, devido à ausência de investimentos em produção de energia e linhas de transmissão, obri- gando os consumidores domésticos e comerciais a reduzirem o consumo de energia elétrica. Crise típica do estado neoliberal que retrai investimentos nesse setor. G io va n n i C ur ie l. Apagão, 2001. A elevação dos juros, para que o estado arre- gimentasse recursos para a sua considerável dívida interna e externa, foi responsável pela descapitaliza- ção dos setores produtivos. Por outro lado, o setor fi- nanceiro (bancos) colecionou crescimento de capital, oriundo dos juros pagos pelo setor produtivo e pelos consumidores. Para evitar a falência de empresas ou instituições privadas de forte cunho social, o governo assumiu os custos dessas empresas mediante pro- gramas como o Proer (Programa de Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro), que cobriu a quebra de bancos privados, gerando forte oposição da população brasileira. O Mercosul No dia 1.o de Janeiro de 1995, data do início do governo Fernando Henrique, Argentina, Uruguai, Brasil e Paraguai, deram início ao Mercosul (Mercado Comum do Sul), que já vinha sendo articulado desde 1986 com a assinatura do Programa de Integração e Cooperação Econômica (Pice), assinado em julho de 1986 entre os presidentes José Sarney e Raul Alfon- sín, da Argentina. Em dezembro de 1994, a Cúpula de Ouro Preto completou as decisões da união adu- aneira, marcada para o 1.o de janeiro próximo. Apesar dos números modestos em relação aos demais blocos como o Nafta e a União Europeia, o Mercosul agregava na época cerca de 200 milhões de habitantes, com um PIB de cerca de 1 trilhão de Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 7E M _V _H IS _0 38 dólares e cerca de 50% da produção industrial da América Latina. A criação do Mercosul foi um indicador da pro- posta de FHC de integrar o Brasil ao capitalismo in- ternacional, a partir da atração de capitais estrangei- ros – em 1995 o Brasil foi o 6.° receptor internacional de investimentos norte-americano e em 1999 o quarto a atrair investimentos de todo o globo. Esses capitais foram impulsionados pela derrubada de medidas protecionistas e foram acompanhados pela entrada das maiorestransacionais do planeta, além da fusão e aquisição de empresas de capital privado nacional. A privatização de estatais, foi impulsionada por meio dos leilões como o da Vale do Rio Doce e do Sistema Telebrás, além dos programas de demissão voluntária dos funcionários públicos. Os problemas na área social O desemprego, fruto dos anos de estagnação econômica, agravou ainda mais a questão social durante o governo FHC. Corte de gastos do esta- do em setores como educação, saúde e habitação, deterioraram os serviços. Essa crise social também atingiu setores da classe média, que a partir do de- semprego e da redução do poder de compra, passou a disputar postos de trabalho e habitação com as classes mais baixas. Assim, tomaram corpo movimentos, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) que reivindica maior atenção do governo em relação à reforma agrária, pela ocupação de terras considera- das improdutivas. Ao mesmo tempo, os latifundiários organizaram-se na UDR (União Democrática Ruralis- ta) para responder às invasões de maneira violenta por meio de milícias armadas que respondiam violen- tamente às invasões, gerando milhares de mortos e feridos. Diante das reivindicações do MST, o governo FHC assentou mais de 250 mil famílias, num total de 6 milhões de hectares. G er vá si o B ap ti st a/ A B r. Movimento Sem-Terra. Outro sintoma dessa crise social foi o surgi- mento do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), mostrando que a miséria estava presente nos grandes centros urbanos. Outro fator social que se agravou foi o da concentração de renda, fazendo com que o Brasil liderasse o ranking das nações, superando países como Guiné-Bissau. O quadro político Em 1996, as preocupações políticas estavam voltadas para a possibilidade da reeleição de Fernan- do Henrique, uma vez que a Constituição restringia a reeleição para os cargos de presidente, governa- dor e prefeitos. Com o apoio da mídia, a coligação PSDB-PFL procurou convencer a população da ne- cessidade da manutenção das diretrizes econômicas do governo, para evitar a saída de capitais, fruto de uma possível falta de credibilidade diante dos inves- tidores internacionais, caso FHC não fosse reeleito. Após inúmeras negociações, o Congresso aprovou a emenda constitucional que garantia a reeleição. Diante desse forte apelo, FHC foi reeleito em primeiro turno com 53% dos votos, contra 31% de Lula. Outra característica do governo FHC foi a “su- premacia” do poder executivo, manifesta principal- mente por inúmeras medidas provisórias (MPs). Este instrumento estava presente na constituição de 1988 e permitia ao presidente decretar leis que devem ser aprovadas pelo Congresso em um prazo de 30 dias. Se essas leis não forem aprovadas, poderiam ser reeditadas, funcionado como verdadeiros decretos presidenciais. O excesso destas medidas foi respon- sável pela consolidação do projeto governista, em detrimento do Congresso Nacional e da normalidade democrática, gerando inúmeros protestos. Os abalos no Plano Real Em outubro de 1997, Coreia do Sul, Tailândia e Indonésia, (os “tigres asiáticos”), economias emer- gentes, como o Brasil, apresentaram dificuldades para pagar suas dívidas externas. O Brasil, com uma dívida externa de 236,9 bilhões, também gerou incerteza entre os investidores internacionais que passaram a retirar seus investimentos especulativos, movimento acentuado com o pedido de moratória da Rússia em agosto de 1998. Em dezembro, o governo assinou um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) que disponibilizou aos cofres nacionais um empréstimo de 41,5 bilhões de dólares em troca do compromisso Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 8 E M _V _H IS _0 38 de estabilização das contas públicas, o que gerou um grande corte de gastos públicos. A crise foi agravada pelo pedido de moratória da dívida interna pelo governador Itamar Franco (então governador de Minas Gerais), ampliando a desconfiança dos especuladores internacionais. Consequência: o dólar superou a casa dos dois reais, ameaçando a estabi- lidade da moeda. Com altíssimas taxas de juros, o governo con- seguiu contornar a situação de crise, controlando a inflação, apesar do agravamento da estagnação econômica, do desemprego, da falta de investimentos estatais na área social, entre outros fatores. O agravamento das condições sociais, as incer- tezas econômicas, a estagnação, o enriquecimento do setor financeiro em detrimento do setor produtivo, a elevação dos índices de pobreza e desemprego ampliaram o descontentamento da população. Este descontentamento associado à esperança popular em melhorias de vida, resultou na derrota do candi- dato governista José Serra, para Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições presidenciais de 2002. O governo Luiz Inácio Lula da Silva Em janeiro de 2003 assumiu a presidência do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva. Lula chegou ao Pla- nalto após várias tentativas frustradas, depositário da esperança da maioria dos brasileiros de realizar reformas que pudessem fazer a economia brasileira voltar a crescer e a gerar empregos. R ic ar d o St uc ke rt /P re si d ên ci a d a R ep úb lic a. Luiz Inácio Lula da Silva. Lula assumiu a presidência num momento mun- dial bastante delicado: a Guerra do Iraque (2003). Essa guerra dividiu o mundo em torno da validade da ação norte-americana em prol da derrubada de Saddam Hussein, governante do Iraque. Lula defendeu posição contrária a intervenção, sinalizando, no lugar da guer- ra, a necessidade de uma mobilização internacional contra a fome. Essa postura, somada ao fato de ser um presidente originário do movimento operário conferiu ao Brasil um grande destaque internacional. Ao adotar a política econômica do governo an- terior (principalmente em relação à taxa de juros, que apesar de uma sensível redução inicial, continuou em níveis elevados), Lula enfrentou críticas dentro do próprio PT, o que motivou a saída dos chamados radicais, como a senadora Heloísa Helena. Os indus- triais também criticaram a postura, além da pesada carga tributária, alegando que apenas os bancos acumulavam lucros. No Congresso, Lula enfrenta o problema da go- vernabilidade, ou seja, a busca de uma base aliada capaz de aprovar medidas indispensáveis às preten- sões governistas. Para obter esta base, o governo adotou uma prática presente em praticamente todos os governos anteriores – a distribuição de cargos de destaque. Por exercer essa prática, tão criticada pelo PT antes da eleição de Lula, o governo recebeu mais uma série de críticas. Outra questão importante colocada no governo Lula é a necessidade de investimentos em infraes- trutura, considerada “gargalo” do desenvolvimento brasileiro. O governo passou a defender a necessi- dade de investimentos privados em infraestrutura, ou seja, o projeto conhecido como Parceria Público- -Privada (PPP). (UERJ) 1. Manifesto contra a moda de se falar mal do Brasil Sim, o Brasil tem problemas medonhos e não é um exemplo de desenvolvimento e justiça social, mas, com o perdão da má palavra, já ando de saco cheio desse negócio de tudo aqui ser o pior do mundo, ninguém aqui prestar e nada aqui funcionar e sermos culpados de tudo o que de ruim acontece na Terra. Saco cheiíssimo [sic.] de sair do Brasil e enfrentar ares de superioridade e desprezo por parte da gringalhada, todos nos olhando como traficantes de cocaína, assassinos de índios e crian- ças, corruptos natos e mais uma vasta coleção de outras coisas, a depender do país e da plateia. (...) Chega desse negócio, eu não sou bandido, nós não somos bandidos, nós somos brasileiros, eles que vão se catar, enfurnados lá no frio escuro e triste deles. (RIBEIRO, João Ubaldo. Veja, 31 mar. 1993.) Em 1985, com o fim da ditadura militar, surge em segmentos da sociedade brasileira, a esperança de construçãode uma nova sociedade – a Nova República. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 9E M _V _H IS _0 38 Contudo, como é ilustrado pelo texto acima, antigos problemas persistem, contribuindo para alimentar uma determinada imagem negativa do Brasil. Dentre os fatores abaixo, aqueles que indicam, respectivamente, mudança e permanência na ordem político-econômica, durante a Nova República, são: supressão do direito de greve - centralização dos a) poderes no Executivo. extensão do direito de voto aos analfabetos - pe-b) queno poder de compra dos salários. elaboração de leis referentes ao meio ambiente - c) restrições à organização dos partidos políticos. extensão dos direitos previdenciários aos trabalha-d) dores do campo - sobrevivência da legislação polí- tica de exceção. (UFMG) “Neste momento, estamos passando de um 2. estágio emocional para um estágio racional. Em fevereiro, a inflação - a inflação mais a correção monetária - estava nos conduzindo para uma situação na qual o Brasil seria um país absolutamente ingovernável. Naquela ocasião, fizemos o que achamos que deveria ter sido feito, sem levar em consideração os custos políticos das nossas decisões, e sim o bem do povo [...] Uma vez anunciada a reforma econômica, o que se viu foi uma extraordinária adesão popular. Não podíamos antever que a reação seria tão favorável. O povo tomou consciência da cidadania.” (Trecho de entrevista concedida pelo, então, Presidente da República, José Sarney. Veja. n. 949, 12 nov. 1986.) Nesse trecho, o entrevistado faz referência à reforma econômica conhecida como: POLÍTICA DO “FEIJÃO COM ARROZ”, que previa a) uma redução da intervenção do Estado na econo- mia, buscando deixar o mercado cumprir seu papel. PLANO CRUZADO, que adotou medidas hetero-b) doxas - como o congelamento de preços e o gati- lho salarial -, visando ao controle da inflação. PLANO SALTE, que pretendeu estimular as taxas c) de crescimento da economia nacional por meio da decretação da moratória da dívida externa. PLANO VERÃO, que combinou medidas ortodoxas d) e heterodoxas, com ênfase especial no controle dos salários dos trabalhadores. (PUC-Campinas) Analise os textos.3. “Diante dos documentos internacionais que começam a expor a verdadeira situação do Brasil, depois das reformas neoliberais da Constituição e da economia, o único álibi que os responsáveis pelo resultado clamoroso podem invocar é que o ‘processo não está concluído’.” (FREITAS, Janio de. Folha de S. Paulo. 19 set. 1999. Cad. 1. p. 5.) “Nos anos 80 e 90, sob o paradigma neoliberal, diluiu- se a ‘legitimidade’ dos projetos de desenvolvimento e debilitaram-se os Estados nacionais. Liberalização, desregulação e privatização passaram a constituir os pilares de uma suposta ‘nova ordem’ que promoveria a modernização e o progresso por força das virtudes da eficiência alocativa dos mercados de capitais”. (COUTINHO, Luciano. Folha de S. Paulo, 12 set. 1999. Cad. 2. p. 2.) Os dois autores referem-se ao Projeto Neoliberal implantado no Brasil pelos últimos governos da Federação. A partir da análise dos textos, pode-se depreender que o Projeto Neoliberal, no Brasil: acelerou o processo de distribuição de renda no país.a) fortaleceu o poder de intervenção do Estado na b) economia. não alcançou ainda os objetivos pretendidos pelos c) seus idealizadores. ultrapassou a fase de implantação do progresso e d) da modernização econômica. alavancou o projeto de desenvolvimento industrial.e) (PUC-Campinas) Leia os textos.4. “A crise econômica recente no Brasil demonstra que qualquer país está ameaçado por turbulências informativas e movimentos especulativos nos mercados financeiros globais.” (CASTELLS, Manuel. Folha de S. Paulo, 23 mai. 1999. Cad. Mais, p. 5.) (...) uma crise aguda da economia brasileira seria transmitida a toda a América Latina e provocaria uma catástrofe nos Estados Unidos, que destinam 20% de suas exportações a essa região. A Europa, evidentemente, também não seria poupada por uma crise geral da economia. Foi menos o futuro do Brasil do que o medo de uma tal crise mundial que mobilizou uma ajuda internacional considerável para livrar o país dos apuros.” (TOURAINE, Alain. Folha de S.Paulo. 31 jan. 1999. Cad. Mais. p. 5.) O Plano Real, adotado pelo Governo de Itamar Franco, em 1994, contribuiu para a eleição do Presidente Fernando Henrique Cardoso. No início de 1999, o Plano Real sofreu uma crise que fez cair os índices de popularidade do Presidente. De acordo com os textos, essa crise estava relacionada, principalmente: à fuga de capitais ocorrida no final de 1998, que a) provocou uma redução nas divisas e a desvaloriza- ção cambial. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 10 E M _V _H IS _0 38 aos conflitos entre Brasil e Argentina, na definição b) das taxas alfandegárias para importação/exporta- ção de alimentos. aos baixos investimentos do Governo nas áreas so-c) ciais, especialmente na saúde, educação e moradia. à falta de decisão política do Governo para enfren-d) tar os problemas decorrentes da baixa oferta de trabalho. ao retorno do processo inflacionário com a conse-e) quente adoção da política de indexação da economia. Solução: ` A (UFPE) Durante o período dos governos militares (1964-5. 1980) a inflação sofreu uma escalada vertiginosa. A partir do governo Sarney até o atual de FHC muitos planos econômicos foram propostos visando conter a inflação, a retomar o desenvolvimento. Sobre os planos e suas características relacione as colunas a seguir: 1. Plano Cruzado 2. Plano Verão 3. Plano Collor 4. Plano Bresser 5. Plano Cruzado II 6. Plano Real ( ) retomada da negociação com FMI e suspensão da moratória; congelamento dos preços por apenas dois meses. ( ) liberação do congelamento de vários produtos e dis- paro do gatilho salarial, compensador da inflação. ( ) corte de três (3) zeros do cruzado velho produziu o cruzado novo. Houve também congelamento de preços. ( ) bloqueio das cadernetas de poupança e de contas correntes no valor de aproximadamente 85 bilhões de dólares. ( ) controle de preços, desindexação da economia e reestruturação do câmbio. ( ) congelamento de preços, explosão de consumo, de- sestímulo à poupança e declaração da moratória. A sequência correta é: 4, 5, 2, 3, 6, 1a) 4, 1, 3, 2, 5, 6b) 1, 5, 3, 2, 4, 6c) 5, 2, 6, 1, 4, 3d) 3, 5, 4, 2, 1, 6e) Solução: ` A (Mackenzie) Leia o texto:6. “Este Brasil onde aparentemente não cabem os 150 milhões de habitantes das estatísticas demográficas é assim por descaso. Com a produção agrícola atual, poderia alimentar 300 milhões de pessoas. Nada, em sua economia, impede que sejam gerados 9 milhões de empregos de emergência. Se a posse da terra fosse democratizada de maneira rápida e decidida, abriria lugar para 12 milhões de famílias. Se as coisas assim acontecessem, 32 milhões de pessoas que estão passando fome teriam comida, pelo menos comida (...)” (SOUZA, Herbert de. Reflexões para o futuro - Veja “25 anos”.) Nos últimos anos, importante campanha relacionada com o texto acima vem ocorrendo no Brasil, cuja denominação é: Ação da Cidadania contra Fome e Miséria e pela a) Vida. Campanha pela Reforma Agrária da Contag.b) Movimento de Geração de Emprego do Sebrae.c) Campanha de Aumento da Produção Agrícola.d) Frente Nacional pela Paz no Campo e na Cidade.e) Solução: ` A (UERJ) O Governo Sarney acenou para o fim da inflação 1. através de uma política de controle de preços e salários que vigorou até as eleições de 1986 e frustrou a popu- lação por não ter atingido o seu objetivo. Essa política foi operacionalizada por meio do seguinte plano: Dornelles.a) Cruzado.b) Bresser.c) Austral.d) Verão.e) (UFRJ) “Com 105votos a mais do que os 336 necessá-2. rios, a Câmara aprovou ontem o pedido de impeachment Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 11E M _V _H IS _0 38 do presidente Collor, mesmo após a conclusão da CPI sobre Paulo César Faria, o PC. (...) A votação foi acompanhada por multidões que ocuparam ruas e praças das principais cidades do país, festejando, voto a voto, o afastamento do Collor.” (Jornal Do Brasil, 30 set. 1992. p. 1.) O afastamento de Fernando Collor se deu entre outros motivos pela: oposição externa à sua política econômica.a) inexistência de composição com a oposição.b) denúncia de corrupção no interior de seu governo.c) alta inflação, apesar do confisco da poupança.d) adoção pelo presidente de uma política neoliberal.e) (UERJ) “(...) Temos, no governo Collor, a distância entre 3. duas publicidades: uma publicidade favorável ao gover- no, por ele suscitada e mesmo paga, que se expressava na encarnação da força física, melhor dizendo, de uma positividade que não remetia a nenhuma virtude moral ou política, mas se reduzia ao mero abuso da animalidade; e outra publicidade, que lhe foi fatal, quando o irmão veio a público denunciar o presidente enquanto pessoa pública, por corrupção, e enquanto pessoa privada, por atos ilegais, quer imorais, nem todos, porém, de relevância para a sociedade brasileira, como os que se referiam à sua vida sexual.” (RIBEIRO, R. Janine. In: DAGNINO, Evelina (Org.). Anos 90: política e sociedade no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1994.) Este texto apresenta algumas reflexões sobre a crise que desencadeou o impedimento do Presidente Fernando Collor de Mello. A crítica política que apoia as preocupações do autor acerca daquele período pode ser traduzida por: o predomínio da imagem pública é prejudicial à de-a) mocracia. a propaganda positiva é fundamental na consolida-b) ção dos governos atuais. a ênfase na pessoa privada decorre da fragilidade c) das instituições públicas. a imagem pública fica prejudicada com a difusão d) dos meios de comunicação. (UFF) Em julho em 1998 foi privatizado o conjunto de 4. empresas estatais brasileiras do sistema Telebrás, dando prosseguimento ao programa neoliberal do governo Fernando Henrique Cardoso. Assinale a opção que melhor define “privatização”: aplicação de instrumento legal pelo Estado brasilei-a) ro no favorecimento de empresas estrangeiras em leilões das Bolsas de Valores. apropriação do Estado pelo capital privado, nacio-b) nal ou estrangeiro. processo de incorporação de novas empresas pri-c) vadas ao Estado-o mesmo que Estado-mínimo. processo de organização de vendas das empresas d) estatais através de leilões nas Bolsas de Valores. transferência do patrimônio público para o controle e) privado de setores empresariais, nacionais ou es- trangeiros. (Unirio) O retorno do Brasil ao regime democrático, na 5. década de 80, teve como um dos seus marcos mais significativos a(o): vitória do movimento pela eleição direta para Presi-a) dente da República. eleição de Fernando Collor pelo Colégio Eleitoral.b) eleição de Tancredo Neves com o apoio do último c) governo militar. promulgação da nova Constituição, em 1988.d) movimento dos ‘caras pintadas’, a favor do e) impea- chment de Fernando Collor. (UERJ)6. Barracos Gilberto Gil / Liminha Nos barracos da cidade ninguém mais tem ilusão no poder da autoridade de tomar a decisão e o poder da autoridade se pode não faz questão se faz questão não consegue enfrentar o tubarão ôôô ôô gente estúpida ôôô ôô gente hipócrita (...) A música de Gilberto Gil é do ano de 1985. Ela representa uma certa desilusão dos segmentos mais pobres da população brasileira com o que se convencionou chamar de Nova República. Esse sentimento pode ser relacionado com: o fim do milagre econômico.a) a continuação da crise econômica.b) Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 12 E M _V _H IS _0 38 a eleição indireta de Tancredo Neves.c) a manutenção das medidas de exceção.d) Texto para as próximas duas questões. (UFRN) “Voltei nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais (...) Quis criar a liberdade nacional na potencialização de nossas riquezas através da Petrobras; mal ela começa a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobras foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.” Carta-testamento do presidente Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954. (DEL PRIORE, Mary et al. Documentos de história do Brasil: de Cabral aos anos 90. São Paulo: Scipione, 1997. p. 98-99.) O Estado começou a ser transformado para tornar-se mais eficiente, evitar o desperdício e prestar serviços de melhor qualidade à população. (...) Fui escolhido pelo povo (...). Para continuar a construir uma economia estável, moderna, aberta e competitiva. Para prosseguir com firmeza na privatização. Para apoiar os que produzem e geram empregos. E assim recolocar o país na trajetória de um crescimento sustentado, sustentável e com melhor distribuição de riquezas entre os brasileiros. Discurso de posse do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2 de janeiro de 1999. (CARDOSO, F. H. Por um Brasil Solidário. O Estado de S.Paulo, 2 jan. 1999.) Os pronunciamentos de Getúlio Vargas e Fernando 7. Henrique Cardoso foram proferidos em momentos históricos diferentes. Contudo, os dois governantes têm em comum o fato de: sentirem-se pressionados pelas forças democrá-a) ticas para adotarem um modelo político capaz de assegurar a estabilidade das instituições políticas. obterem o apoio em massa dos trabalhadores para b) a implementação de suas respectivas políticas es- tatais. sofrerem campanhas contrárias às suas ações po-c) líticas, lideradas por movimentos nacionais com o apoio clandestino de grupos internacionais. referirem-se ao apoio popular para legitimar suas d) ações, uma vez que chegaram ao poder através do voto direto. A atuação do Estado no Brasil difere nos governos de 8. Getúlio Vargas e Fernando Henrique Cardoso (FHC), uma vez que: para Vargas, ao Estado cabia explorar as riquezas a) nacionais, base para a construção de uma nação forte; para FHC, ao Estado cabe estimular os inves- timentos privados, que inserem o país na economia internacional. para Vargas, o Estado tinha a função de organizar b) os trabalhadores em sindicatos internacionais; para FHC, o Estado situa-se acima das classes sociais, estando assim impossibilitado de intervir nas ques- tões trabalhistas. Vargas concebia um Estado capaz de promover a c) aliança entre a burguesia nacional e a burguesia in- ternacional; FHC concebe um Estado independen- te em relação aos diferentes grupos econômicos. Vargas estimulou a criação de empresas privadas d) com capital nacional em substituição às empresas públicas; FHC defende a privatização das empre- sas estatais como meio de manter a estabilidade da economia. (Unicamp) No corrente ano, os noticiários ocuparam-se 9. intensamente das CPIs organizadas em Brasília. O que quer dizer CPI?a) Qual o papel das CPIs na relação entre o Legislativo b) e Executivo, em uma República? (UFMG) Assinale a alternativa em que o contexto desta-10. cado está corretamente relacionado a uma manifestação cultural de resistência, de setores da sociedade brasileira, aos problemas vivenciados na época. ERA VARGAS – Desfiles de escolas de samba com a) enredos que criticavam Getúlio e seus assessores. GOVERNO JK – Telenovelas cujas tramas busca-b) vam explicitar os problemas econômicos e sociais gerados pela política desenvolvimentista. GOVERNO FHC – Grupos de ‘rap’ com denúncias c) do racismo, da falta de oportunidades econômicas e da miséria que assolam as grandescidades. GOVERNOS MILITARES – Pornochanchadas cine-d) matográficas com roteiros que desmoralizavam as Forças Armadas e o regime implantado em 1964. (Fuvest) Desde 1990, os governos brasileiros vêm des-11. montando um modelo de Estado que se cristalizou no período varguista (1930-1945). Que principais mudan- ças estão ocorrendo no que respeita à intervenção do Estado na economia e nas relações trabalhistas? Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 13E M _V _H IS _0 38 (Unesp) Observe a charge e assinale a alternativa 12. correta. As eleições indiretas acabaram com a injustiça contra os analfabetos: agora não são só eles que não votam. (Charge de Fortuna. Correio da Manhã, 17 abr. 1966, p. 6.) O processo de fechamento político, iniciado duran-a) te o Estado Novo, atingiu seu auge na década de 1960. O Ato Institucional n.º 5 cassou o direito de voto b) não só dos analfabetos, como também dos demais brasileiros. Durante o regime ditatorial dos militares, apesar c) da falta de participação política, houve significativo avanço na distribuição de renda. A Constituição de 1988 assegurou, pela primeira d) vez na história brasileira, o direito de voto para os analfabetos. A campanha pelas “Diretas Já”, com apoio popular e) e da imprensa, conseguiu restabelecer o voto dire- to para presidente. (Mackenzie) O desemprego nas áreas metropolitanas 13. cresce, impulsionado por uma selvagem política de redução de custos e de modernização tecnológica posta em prática especialmente no setor industrial. (...) A tendência ao crescimento do trabalho autônomo, precário, de remuneração incerta e baixa se acentua. (...) Em contrapartida assistimos à crescente imobili- zação do Estado, dilapidado pelas altas taxas de juros, afogado em dívidas, incapaz de levar avante políticas de desenvolvimento ou políticas sociais. (Fernando A. Novais e João M. Cardoso de Mello.) Esse contexto histórico descreve a economia brasileira no período: da década de 1970.a) da República Velha.b) do Estado Novo.c) da década de 1990.d) da década de 1920.e) (UFMG) Observe esta charge:14. POLÍTICO: Você, agora, tem automóvel brasileiro, pra correr em estradas pavimentadas com asfalto brasileiro, com gasolina brasileira. Que mais quer? JECA: Um prato de feijão brasileiro, seu doutô. (Folha de S.Paulo, 15 jun. 2002. p. A2.) Nessa charge, faz-se referência: ao alinhamento político do Governo Fernando Hen-a) rique Cardoso com os países da União Europeia, que, mediante diferentes mecanismos de pressão, determinam a política interna. à frustração do Governo Fernando Henrique Car-b) doso, que, devido à ação dos cartolas internacio- nais, não pôde capitalizar politicamente as vitórias do Brasil na Copa do Mundo. à instabilidade da economia brasileira, economia c) que, devido ao alto grau de endividamento exter- no, é permanentemente sujeita à ação dos grandes grupos de investidores internacionais. à pressão dos grandes magnatas de consórcios d) econômicos brasileiros, que contratam lobistas para influenciar a política externa do Governo Fernando Henrique Cardoso. (UERJ) O Brasil, no século XX, faz parte da realidade da 15. América do Sul pela semelhança de seus problemas. O con- junto que se destaca por ser comum a todos os países é: exportação de produtos industrializados para a a) Europa e Estados Unidos, importação de petróleo, intensa participação das massas nas decisões po- líticas. desenvolvimento industrial, multiplicação das pe-b) quenas e médias propriedades territoriais, grandes avanços na educação e na saúde. média propriedade altamente produtiva, fomento c) à expansão industrial, estímulos a exportação de bens de capital, êxodo rural. concentração da propriedade da terra, controle d) econômico das multinacionais, dívida externa ele- vada, instabilidade política. minifúndios improdutivos, grande incidência de e) analfabetismo, sufrágio universal, repúblicas parla- mentaristas. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 14 E M _V _H IS _0 38 (UERJ)16. Geração Coca-cola Renato Russo Quando nascemos fomos programados A receber o que vocês nos empurraram Com os enlatados dos USA, de 9 às 6. Desde pequenos nós comemos lixo Comercial e industrial Mas agora chegou nossa vez Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês. Somos os filhos da revolução Somos burgueses sem religião Somos o futuro da nação Geração Coca-Cola. Depois de vinte anos na escola Não é difícil aprender Todas as manhas do jogo sujo Não é assim que tem que ser? Vamos fazer nosso dever de casa E aí então, vocês vão ver Suas crianças derrubando reis Fazer comédia no cinema com as suas leis. O título e a letra da canção expressam a insatisfação e a visão crítica de parte da juventude brasileira da década de 1980, em relação a padrões de comportamento dominantes na sociedade. Dois problemas característicos da juventude dessa década, que estão identificados na letra e que melhor justificam o rótulo “Geração Coca-Cola”, são: decadência moral - rígido controle social.a) pobreza econômica - limitações culturais.b) alienação cultural - insatisfação política.c) nacionalismo musical - falta de acesso à escola.d) (UFRJ) Desde o início dos anos 1990, o Brasil vem 1. experimentando os efeitos das políticas adotadas pelos Governos Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. As principais características deste modelo político, considerado por muitos como neoliberal, são: o pleno emprego e o desenvolvimento econômico, a) com base nos investimentos estatais e nas parce- rias com o setor financeiro. o controle da inflação e da dívida pública, a partir b) da redução dos impostos, da negociação da dívida externa e da elevação salarial. a redução da interferência do Estado na economia c) (Estado-mínimo), a abertura ao capital externo e às privatizações, além da redução de gastos do Esta- do, através de reformas constitucionais. os investimentos exclusivos na política de bem-estar d) social, expressos nos assentamentos dos Sem-Terra e na Ação da Cidadania Contra a Fome, privilegian- do a redistribuição de renda e a permanência do homem no campo. a valorização das organizações dos trabalhadores, e) visando construir parcerias na luta contra o de- semprego. (Cesgranrio) A movimentação causada pelo pedido de 2. impeachment do Presidente Fernando Collor de Mello, no Congresso Nacional gerou uma acirrada discussão acerca dos três poderes nacionais. De acordo com a Constituição em vigor, assinale a opção correta. O Congresso Nacional tem poder para cassar o a) mandato do Presidente da República nos casos de crimes comuns. Somente o Supremo Tribunal Federal tem poderes b) para julgar o Presidente da República nos casos de crime de responsabilidade. O Congresso Nacional deve julgar os crimes de c) responsabilidade do Presidente da República. O Presidente da República tem o poder de dissol-d) ver o Congresso Nacional, toda vez que este tentar processá-lo. O Supremo Tribunal Federal tem poderes para jul-e) gar o Congresso Nacional por crime de responsa- bilidade, caso o Presidente da República seja ino- centado. (Unirio) A economia brasileira conheceu, na década 3. de 1986-1996, uma sucessão de crises e de planos de estabilização. Assinale a opção que expressa uma afirmativa correta acerca desses planos econômicos. Os planos de estabilização priorizaram o acerto das a) contas externas e o programa de privatização, rele- gando a segundo plano o controle da inflação. O Plano Cruzado, que promoveu a abertura da eco-b) nomia brasileira, favoreceu a retomada do desen- volvimento financiado pela poupança externa. O Plano Real, que instituiu a nova moeda brasileira, c) vem conseguindo índices de inflação baixos, mas não conseguiu reduzir o desemprego.Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 15E M _V _H IS _0 38 As políticas de distribuição de renda e geração d) de empregos, adotadas pelos planos econômicos, contribuíram para a aceleração do processo infla- cionário. A redução da inflação e a retomada acelerada da e) produção têm sido financiadas pelos recursos do programa de privatização, implantada pelo atual governo. (Cesgranrio) A economia brasileira, desde o final da 4. década de 1970, apresenta índices de inflação alta, redução do crescimento econômico e dificuldades com endividamento externo e interno que caracterizam os anos 80 como a chamada “década perdida”. Assinale a opção que expressa corretamente uma característica do período. Os planos de estabilização (Cruzado, Bresser etc) a) eliminaram momentaneamente a inflação, mas seus resultados foram de curta duração. A elevação da inflação brasileira está ligada à di-b) minuição da produção de alimentos, decorrente do direcionamento da produção agrícola para o mer- cado externo. O crescente endividamento brasileiro no exterior não c) repercutiu na economia interna, porque foi compen- sado pelos investimentos estrangeiros no país. A Constituição de 1988 agravou a crise brasileira, d) ao reduzir a carga de impostos e limitar os benefí- cios trabalhistas e previdenciários. A crise levou o governo a aumentar sua participa-e) ção na economia, criando estatais ou assumindo empresas privadas, com o objetivo de manter os níveis de crescimento. (UFRJ) 5. O período de vinte anos de ditadura no Brasil foi marcado por inúmeras violações aos direitos individuais e sociais, mas registrou também iniciativas governamentais e não-govenamentais de proceder-se a restauração democrática. Independente dos objetivos que orientaram essas proposições, teve inicio timidamente, ainda no período autoritário, o processo da transição, concluído formalmente com a promulgação da Constituição atual, em 5 de outubro de 1988. No entanto, as marcas da política econômica adotada no período encontram-se visíveis na sociedade brasileira. Identifique dois fatos de ordem política que caracte-a) rizam a transição democrática no Brasil no período de 1979 a 1988, além daquele já citado mo texto. Explique uma consequência, no plano social, da b) política econômica adotada no Brasil no período autoritário. (Unicamp) “Democracia é a vontade da lei, que é plural 6. e igual para todos, e não a do príncipe que é impessoal e desigual para os favorecimentos e privilégios.” (Ulysses Guimarães) Retire a definição de democracia expressa no texto a) anterior. Por que, segundo essa definição, a democracia dei-b) xa de existir nos regimes totalitários? (UFES) QUINTILHÕES - Para calcular a inflação do 7. país desde 1829 até 1993 a Andima precisou utilizar um computador de grande porte (mainframe), com levada capacidade de cálculos matemáticos. A inflação brasileira não cabe nos computadores normais por falta de espaço para tantos números antes da vírgula. O número final calculado foi de exatamente 6 666 178 625 954 199 552% (O Estado de S.Paulo, 30 jun. 1995.) Em 1.° de julho de 1994, durante o governo Itamar Franco, surgia no Brasil uma nova unidade monetária, num ambiente inflacionário, na tentativa de se estabilizar a economia. Explique o contexto político no qual foi criado o Real. (PUC-Campinas) 8. “Na relação Estado/mercado, o presidente opta I. pelo privilégio deste, fonte do dinamismo, da mo- dernização, dos gastos racionais - o mercado como ‘melhor alocador de recursos’, em contraposição ao Estado ineficiente, desperdiçador, irracional. Basta- ria o Estado ser passado a limpo, para que a crise brasileira fosse superada, conduzida pela economia privada, livre das travas do Estado.” “Não é uma estabilidade ancorada num desenvol-II. vimento econômico que, ao expressar a força de nossa economia, pudesse determinar a paridade com o dólar pela equiparação das duas economias. É um mecanismo basicamente financeiro, que se apoia na entrada maciça de capitais especulativos, pressionando o preço do dólar para baixo.” Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 16 E M _V _H IS _0 38 Os textos identificam, respectivamente, uma crítica à política. intervencionista do presidente Ernesto Geisel e ao II a) Plano Nacional de Desenvolvimento. autoritária do presidente João Batista Figueiredo e b) ao Plano Cruzado II. liberal do presidente Fernando Collor de Mello e ao c) Plano Brasil Novo. neoliberal do presidente Fernando Henrique Car-d) doso e ao Plano Real. populista do presidente Itamar Franco e ao Plano e) Verão. Com ladrão Lavadeiras, honra, tradição fronteiras, munição pesada. (Chico Buarque) Quais os elementos do cotidiano dos morros cario-a) cas que são reforçados por Chico Buarque? Por que, ao falar dos morros cariocas, Chico Buar-b) que afirma que “cada ribanceira é uma nação”? (UFBA) Na questão a seguir escreva nos parenteses a 11. soma dos itens corretos. Entre as questões relevantes do Brasil atual, pode-se citar: (01) A política de privatizações de empresas estatais, que tem mobilizado setores políticos e empresariais do país, objetivando conter o déficit público, aumentar a produtividade e reduzir os gastos com a máquina governamental. (02) O neoliberalismo, adotado pelos governos brasi- leiros nesta década de 90, que preconiza a inter- venção e o controle do Estado na economia e nas atividades sindicais. (04) A participação no Mercosul, que tem garantido ao Brasil a expansão do mercado de trabalho e a am- pliação significativa da produção industrial. (08) Os problemas enfrentados pelo setor agrícola, de- correntes do acúmulo de dívidas com instituições bancárias, da política de juros altos e da elevação dos preços dos insumos, que ameaçam comprome- ter as safras dos próximos anos. (16) A crise no setor de saúde pública, responsável pelo precário atendimento às camadas populares, con- trastando com os avanços verificados nos campos da medicina e da odontologia nacionais e compro- vando que sua solução depende da adoção de me- didas políticas adequadas. (32) A elevação do contingente populacional sem ter- ra, decorrente do empobrecimento generalizado, da concentração da propriedade da terra e da lentidão do Estado na aplicação de projetos de reforma agrária. Soma ( ) (UFBA) Assinale as proposições corretas, some os núme-12. ros a elas associados e marque no espaço apropriado. Um povo sempre acusado de abulia e de inaptidão para a vida pública ofereceu, ante a surpresa de observadores (Cesgranrio) A grave crise do sistema de saúde 9. refletida no noticiário da imprensa está relacionada à implantação do SUS (Sistema Unificado de Saú- de), estabelecido pela Constituição de 1988, que preconiza: a centralização do atendimento médico pelo a) Inamps (Instituto Nacional de Assistência Mé- dica da Previdência Social), subordinado ao Mi- nistério da Saúde. a transferência da rede de atendimento aos Mu-b) nicípios e supletivamente aos Estados, cabendo à União o repasse das verbas. a universalização do atendimento médico pela c) rede pública e privada, através dos Seguros de Saúde, controlados pelo governo. a vinculação do atendimento médico ao sistema d) de seguridade social gerido pelo Ministério da Previdência Social. a total descentralização do sistema com a trans-e) ferência aos Estados e Municípios de todas as suas etapas, desde a arrecadação das contri- buições até a prestação dos serviços. (Unicamp) 10. Rio de ladeiras Civilização de encruzilhada Cada ribanceira é uma nação. À sua maneira Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 17E M _V _H IS _0 38 locais e estrangeiros, o espetáculode seu próprio talento para se organizar e manifestar, com responsabilidade, energia e imaginação. A tudo isso, congressistas cujos nomes publicamos nesta mesma página disseram não. Evitemos insultar a memória do passado e as gerações de amanhã chamando os congressistas: são representantes de si próprios, espectros de parlamentares, fiapos de homens públicos, fósseis da ditadura. (Folha de S. Paulo apud PILETTI, p. 190.) Da análise do texto e dos conhecimentos sobre as modificações políticas ocorridas no Brasil contemporâneo, pode-se afirmar: (01) A movimentação popular referida no texto diz res- peito à campanha pelas “Diretas Já”. (02) Os parlamentares foram criticados pela Folha de S. Paulo porque apoiaram, em maioria, a emenda Dan- te de Oliveira. (04) As “Diretas Já” não foram aprovadas em 1984, por- que a maioria dos deputados oposicionistas não compareceu à votação. (08) A Constituição de 1967 estabelecia que o Presidente da República fosse eleito indiretamente por um colé- gio eleitoral. (16) Em 1984, o congresso que deveria escolher o pri- meiro presidente civil, após vinte anos de ditadura militar, teve sua legitimidade contestada pelos de- mocratas. (32) Os congressistas referidos no texto como “espectros de parlamentares, fiapos de homens públicos, fós- seis da ditadura” derrotaram o candidato da Aliança Democrática, em 1985. Soma ( ) (Fuvest) Nos dias de hoje, a imprensa tem se referido 13. ao desmantelamento da Era Vargas. Comente o signifi- cado dessa expressão no que diz respeito à legislação trabalhista. (Unicamp) Segundo a imprensa especializada, existem 14. duas maneiras possíveis de se controlar a inflação: uma baseada no desenvolvimento e outra na recessão. O que propõe cada uma dessas “fórmulas” e qual delas é utilizada no Brasil hoje? (UFMG) Carandiru, São Paulo, outubro de 1992. Can-15. delária, Rio de Janeiro, julho de 1993. Cite duas características comuns a esses dois epi-a) sódios. Discuta a reincidência de fatos como esses na his-b) tória do Brasil, tendo em vista os conceitos de ex- clusão, autoritarismo e cidadania. (UFRGS) A crítica feita através da charge refere-se 16. um aspecto da política econômica adotada pela admi- nistração FHC. (Imprensa, n.º 20, set. de 1997, p. 86.) Leia as afirmações a seguir sobre a administração FHC. A administração FHC tem privilegiado a abertura e I. a desnacionalização da economia do país, a privati- zação do setor público e uma política de compres- são dos salários do funcionalismo público federal. O governo FHC nega ser um governo de perfil neo- II. liberal e justifica a política de desmantelamento do setor estatal com o discurso da necessidade de modernizar a economia brasileira como condição para inserir-se competitivamente no processo de globalização. O sucesso do Plano Real e o processo de privati-III. zação da economia provocaram sensíveis melhorias sociais junto às massas dos excluídos do campo, esvaziando quase por completo a luta política dos movimentos sociais organizados no meio rural. Quais estão corretas? Apenas Ia) Apenas IIb) Apenas I e IIc) Apenas II e IIId) I, II e IIIe) (UFPR) Em 1994, Fernando Henrique Cardoso, então 17. candidato à Presidência da República, afirmava: “O grande desafio histórico que temos que enfrentar e resolver é justamente esse: redefinir um projeto de desenvolvimento que possa abrir para o Brasil a perspectiva de um futuro melhor – de uma qualidade de vida decente – para o conjunto da sociedade”. (Mãos à obra Brasil. Proposta de Governo. Brasília, 1994. p. 9-11.) Sobre o Brasil da última década do século XX, é correto afirmar: Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 18 E M _V _H IS _0 38 Juntamente com a Argentina, o Brasil tem demons- )( trado sinais de afastamento comercial e diplomá- tico do Mercado Comum Europeu e dos países asiáticos. Graças às políticas econômicas protecionistas in- )( seridas no Plano Real, não se verificou no Brasil, na década de 1990, a instalação de novas empresas transnacionais. Na agricultura, a produção de grãos destinados à )( exportação beneficiou-se de um modelo de explo- ração empresarial baseado na grande propriedade, na utilização de maquinário moderno e na redução da mão-de-obra. Apesar de um grande número de problemas, o Pla- )( no Real conseguiu atingir uma de suas principais metas: manter o crescimento da economia nacional sem a necessidade de recorrer a financiamentos externos. Desde o início do Plano Real, um dos principais )( problemas enfrentados pela população brasileira é o desemprego, causado, em grande parte, pelo au- mento da importação de bens de consumo e pela alta dos juros. A partir de 1992, o Brasil passou a ser o país que, )( dentre os integrantes do Mercosul, apresenta a maior renda per capita, em função do baixo índice de concentração de riqueza de sua economia. Um dos principais programas do governo do presi- )( dente Fernando Henrique Cardoso propõe a venda de empresas estatais para a iniciativa privada. As estatais já privatizadas integravam principalmente os setores siderúrgico, telefônico, elétrico e petro- químico. (Cesgranrio) A recente eleição revelou um relativo de-18. sinteresse dos eleitores pelo pleito proporcional (eleição para Deputados Federais e Estaduais), o que pode ser associado: a alterações da legislação eleitoral, reduzindo a pro-a) paganda eleitoral nos meios de comunicação. a sucessivos escândalos de corrupção, envolvendo b) políticos e o noticiário sobre falta de quorum para funcionamento do Congresso Nacional. à realização de Revisão Constitucional, apesar da po-c) sição contrária da maioria do Congresso Nacional. à extensão do direito de voto aos analfabetos e aos d) maiores de 16 anos, pela primeira vez. à desvinculação de eleições proporcionais das elei-e) ções majoritárias (Governador e Senador). (Fuvest) “Basta dizer que, desde Juscelino Kubits-19. chek, em 1 de janeiro de 2003, será a primeira vez que um presidente eleito [diretamente pelo povo] passará a faixa para outro presidente também eleito diretamente pelo povo.” Artigo de Fernando Henrique Cardoso, publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, 6 out. 2002. Com base no texto, é correta a afirmação de a) FHC? Justifique sua resposta. Indique as características do sistema eleitoral no b) Brasil desde a Constituição de 1946 até hoje. (Unicamp) Em 1993, o IBGE divulgou dados estatísticos 20. informando que o Brasil possui 32 milhões de miseráveis. Portanto, democrática na aparência, a sociedade brasilei- ra é marcada, na verdade, por um “apartheid social”. Explique a utilização do termo “a) apartheid social” para definir a sociedade brasileira atual. Por que a ideia de “b) apartheid social” compromete os princípios da democracia? Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 19E M _V _H IS _0 38 B1. C2. C3. E4. D5. B6. D7. A8. 9. Comissão parlamentar de inquérito.a) Investigação das ações políticas de pessoas envol-b) vidas no estado, no governo ou no congresso. C10. Os programas de privatizações das empresas estatais 11. iniciados no Governo Fernando Collor e continuado por Fernando Henrique Cardoso, aliados à abertura para as importações e para o capital especulativo, amparados pelos programas de estabilização da economia e com- bate a inflação, refletem a adoção de um modelo econô- mico neoliberal, cujos fundamentos prevê a redução da presença do Estado na economia. Quanto às relações trabalhistas, a flexibilização das leis, a livre negociação salarial entre patrões e empregados, a dexindexação dos salários e a reforma previdenciária, evidenciam a extinção do Estado do Bem-Estar Social. D12. D13. C14. D15. C16. C1. C2. C3. A4. Esse materialé parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 20 E M _V _H IS _0 38 5. Poderiam ser citados os seguintes fatos: anistia a) política, pluripartidarismo, eleições diretas para go- vernadores e prefeitos, eleição de Tancredo Neves como presidente civil, Constituição de 1988. No plano social, a política econômica dos governos b) militares (1964-1985) gerou uma enorme concen- tração de renda nas mãos dos mais ricos, fruto de um processo de arrocho salarial que visava atrair capitais estrangeiros. 6. Democracia liberal-constitucional.a) Pois no regime autoritário o poder executivo acu-b) mula forças submetendo o legislativo. No contexto da sucessão presidencial para neutralizar o 7. crescimento da candidatura do PT com o Lula. D8. B9. 10. Violência, trabalhadores, cidadania, costumes (cul-a) tura). A identidade do conjunto da população como uma b) comunidade identificável. (Ex.: Morro da Man- gueira etc.) 6111. 2512. Relaciona-se ao fim do paternalismo e assistencialismo 13. da legislação, como a revisão da CLT, o fim da mediação governamental no conflito capital-trabalho e o fim do juiz classista. Desenvolvimento - ativam o setor produtivo gerando 14. emprego e equilíbrios em produção e consumo. Recessão – refrear o consumo evitando uma corrida desenfreada do mercado. Hoje, não há um modelo “puro”. Tende-se a evitar o consumo (Plano Real). 15. A execução e participação de policiais militares.a) No Brasil é comum vermos esses tipos de fatos b) onde a autoridade esta acima da lei e ela não serve para proteger o cidadão, que, pela pobreza, cor ou prisão torna-se um excluído de seus benefícios. C16. F, F, V, F, V, F, V17. B18. 19. Sim. A última vez em que esse episódio ocorreu foi a) quando Juscelino Kubitschek passou a faixa presi- dencial à Jânio da Silva Quadros, em 31 de janeiro de 1961. O período entre 1961 e 2003 correspon- de aos governos militares e de José Sarney, eleito indiretamente, ao impedimento de Fernando Collor e à reeleição de Fernando Henrique. De 1946 a 1964, o presidente da República era b) eleito pelo voto direto dos cidadãos. De 1964 a 1985, passou a ser eleito indiretamente por um Colégio Eleitoral, formado pelo Congresso Nacional e representantes dos Legislativos estaduais. A par- tir de 1990, por força da Constituição de 1988, as eleições presidenciais voltaram a ser diretas. E, em 1994, pela primeira vez na História Republicana do Brasil, o presidente da República pôde ser reeleito. 20. Segregação social da população brasileira miserá-a) vel dentro do quadro produtivo. Pois não são respeitados os direitos humanos, cida-b) dania e democracia. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br 00000000000000000 sae-pre-vestibular-extensivo-historia-cap-038
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