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TEOLOGIA SISTEMÁTICA III-Aula 8-A Igreja nas diversas tradições cristãs

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Teologia Sistemática III
Aula 08: A Igreja nas diversas tradições cristãs
Apresentação
Nesta aula, exploraremos uma das tarefas mais complexas na vida das igrejas
cristãs no século XX, o Ecumenismo. Aqui chamamos de complexa, pois se viveu
durante séculos em uma atmosfera de contendas e con�itos violentos entre cristãos.
Guerras, mortes, difamações e perseguições recíprocas construíram muros quase
intransponíveis.
Mas o século XX, após o pavoroso panorama do Nazismo e da Segunda Guerra,
exigiu novos comportamentos que buscassem construir uma atmosfera de paz e
diálogo entre os povos.
A Religião e o próprio Cristianismo não poderiam �car fora desse esforço
humanitário. Religião, que indica não só comunhão com o Divino, com o
Transcendente, mas também união entre os seres humanos, a construção de uma
rede fraterna e solidária.
As palavras voam velozes e lisonjeiras, mas a realidade é mais complicada. Nela
sempre temos um arsenal de motivos para estar separados e em con�itos.
Por isso, pode-se denominar o Ecumenismo como a arte do Espírito Santo nas
Igrejas de Cristo. Uma verdadeira revolução nos comportamentos e métodos de
evangelização cristã.
Objetivos
Examinar os signi�cados e desa�os do conceito e da experiência do
Ecumenismo;
Analisar, no estudo do Ecumenismo, os aspectos teológicos do Diálogo entre as
igrejas cristãs.
Os dois fundamentos
 (Fonte: Sogno Lucido / Shutterstock)
Partiremos de dois Princípios fundamentais para iniciar nossa aula:
O primeiro fundamento se origina da Cristologia: a Fé em Cristo produz e garante a
unidade dos cristãos?
O segundo fundamento perpassa a Eclesiologia: de que maneira a Igreja de Cristo
se traduz em diversas igrejas particulares e separadas?
O Documento Unitatis Redintegratio (a
Reintegração da Unidade)
Com alguns conceitos deste documento do Vaticano II, passamos às análises sobre a
questão do Ecumenismo.
I. Signi�cado
A palavra é de origem grega e signi�ca o universo (casa) dos habitantes que
compartilham algo em comum entre si, mesmo pertencendo a etnias e regiões diversas
do mundo:
Essa palavra tem origem no vocábulo grego oikoumene. Este, por sua vez, é
derivado da palavra oikos, que signi�ca casa, lugar onde se vive, espaço
onde se desenvolve a vida doméstica, onde as pessoas têm um mínimo de
bem-estar. Ecumênico signi�ca abranger toda espécie humana, em sentido
UNIVERSAL.
Esta universalidade engloba pelo menos as seguintes dimensões:
1
Geográ�ca
Se estende a todos os lugares e recantos
da terra.
2
Cultural
Envolve os povos de diversas culturas ou
modos de viver.
3
Política
Considera todos os povos,
independentemente do sistema político em
que vivam.
4
De gênero
Supera as discriminações de gênero ou
identidade sexual.
5
Social
Supera as discriminações sociais e de
classe.
6
Racial
Supera as discriminações raciais ou as
decorrentes da cor da pele.
Saiba mais
Sobre uma visão ecumênica não católica do Concilio Vaticano II, em particular deste
Documento Unitatis Redintegratio: PEREIRA, G. L. Direções para a espiritualidade
ecumênica: um olhar de um não católico sobre Unitatis Redintegratio. Atualidade
Teológica 53, p. 281-293, 2016.
No Novo Testamento, essa palavra é usada em várias ocasiões para se referir ao mundo
inteiro, a toda a terra e ao mundo vindouro.
Mateus 24, 14.
Lucas 2, 1; 4, 5; 21, 26.
Atos 11, 28.
Romanos 10, 18.
Hebreus 1, 6;2, 5.
Apocalipse 12, 9.
Promover a restauração da unidade entre todos os cristãos (1) é um dos principais
propósitos do sagrado Concílio Ecumênico Vaticano II. Pois Cristo Senhor fundou uma
só e única Igreja (2). Todavia, são numerosas as Comunhões cristãs que se
apresentam aos homens como a verdadeira herança de Jesus Cristo (3). Todos, na
verdade, se professam discípulos do Senhor, mas têm pareceres diversos e caminham
por rumos diferentes (4), como se o próprio Cristo estivesse dividido (Unitatis
Redintegratio 1:) cf Fonte: //www.vatican.va.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Unitatis Redintegratio (UR)
 Clique no botão acima.
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O signi�cado conotativo é mais complexo e desa�ador. Partimos das de�nições
dadas no documento Unitatis Redintegratio (UR):
a) Restauração da unidade entre todos os cristãos (UR 1)
Esta é a de�nição da tarefa ecumênica. Dar voz e corpo à vocação originária
dos cristãos, a unidade. Encontrar aspectos comuns e válidos proveniente do
Depósito da Fé, que estabeleçam pontes entre todos aqueles que professam a
Fé em Cristo no mundo inteiro.
b) Pois Cristo Senhor fundou uma só e única Igreja (UR 1)
Este é um dos pontos mais complexos no diálogo ecumênico. Cristo que funda
uma única Igreja. Na verdade, segundo o Novo Testamento, há um único Pastor,
mas muitos rebanhos. A Igreja apostólica é a única igreja fundada pela morte e
ressurreição de Cristo.
c) Todavia, são numerosas as Comunhões cristãs que se apresentam aos
homens como a verdadeira herança de Jesus Cristo
Aqui se coloca o entrave entre a história, em sua sucessão de eventos concretos
e os Princípios que pairam como critério sobre os fatos. De um lado, uma fé
confessada sobre os quatro Evangelhos, do outro, o desenvolvimento de
tradições eclesiásticas que se distinguem e identi�cam às vezes em contrastes
as diversas identidades cristãs. Numerosas e contrastantes.
d) Todos, na verdade, se professam discípulos do Senhor, mas têm pareceres
diversos e caminham por rumos diferentes.
O conceito de discípulos do Senhor reorganiza a vida eclesial. Não são as
igrejas e suas estruturas o centro da questão ecumênica, mas o discipulado de
Cristo, em torno do qual se legitimam as con�ssões cristãs.
II. Princípios Teológicos (Cristológico)
 (Fonte: Igoror / Shutterstock)
Jo 10. 16:
Tenho ainda outras ovelhas que não são deste
aprisco. Preciso conduzi-las também e ouvirão
a minha voz e haverá um só rebanho e um só
pastor.
 (Fonte: Igoror / Shutterstock)
Efésios 4:1-6
Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que
andeis como é digno da vocação com
que fostes chamados, com toda a
humildade e mansidão, com
longanimidade, suportando-vos uns aos
outros em amor, procurando guardar a
unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
Há um só corpo e um só Espírito, como
também fostes chamados em uma só
esperança da vossa vocação; Um só
Senhor, uma só fé, um só batismo; um só
Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos,
e por todos e em todos vós.
Por isso, muitas igrejas cristãs
entenderam seu dever de buscar a
unidade, construir uma cultura religiosa e
teológica para reintegrar-se na unidade
(Unitatis Redintegratio).
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Diálogos da Igreja Católica
 (Fonte: Maleo / Shutterstock)
A Igreja Católica, desde seu último Concílio (Vaticano II: 1962-1965), tem realizado
esforços para realizar e concretizar práticas ecumênicas dentro de seu rebanho e
estabelecer cada vez mais um diálogo frutuoso com as outras denominações cristãs.
I. Concílio Vaticano
O Concílio Vaticano II (CVII), XXI Concílio
Ecumênico da Igreja Católica, foi
convocado no dia 25 de Dezembro de
1961, através da bula papal Humanae
salutis, pelo Papa João XXIII. Este
mesmo Papa inaugurou-o, a ritmo
extraordinário, no dia 11 de outubro de
1962. O Concílio, realizado em 4 sessões,
só terminou no dia 8 de dezembro de
1965, já sob o papado de Paulo VI. Nestas
quatro sessões, mais de 2.000 Prelados
convocados de todo o planeta discutiram
e regulamentaram vários temas da Igreja
Católica. As suas decisões estão
expressas nas 4 constituições, 9 decretos
e 3 declarações elaboradas e aprovadas
pelo Concílio.
(Font: //www.vatican.va)
 (Fonte: Zaur Rahimov / Shutterstock)
II. Conselho Mundial das
Igrejas
Este esforço já se concretizara também
com a criação do Conselho Mundial das
Igrejas que se dispôs a congregar e
animar o diálogo e a convivência entre as
diversas denominações cristãs:
javascript:void(0);
 (Fonte: Jambronk / Shutterstock)O Conselho Mundial de Igrejas (CMI -
World Council of Churches, WCC) é a
principal organização ecumênica em nível
internacional, fundada em 1948, em
Amsterdam, Holanda. Com sede em
Genebra, Suíça, o CMI congrega mais de
340 igrejas e denominações em sua
membresia. Estas igrejas e
denominações representam mais de 500
milhões de �éis presentes em mais de
120 países.
O atual secretário geral do CMI é Olav
Fykse Tveit, luterano da Noruega, e o
Moderador do Comitê Central é Walter
Altmann, luterano do Brasil, eleito após a
IX Assembleia Geral, realizada em Porto
Alegre, Brasil, em fevereiro de 2006. Entre
seus membros estão igrejas protestantes
e ortodoxas, além de algumas
denominações pentecostais (evangélicas)
e independentes.
A Igreja Católica não tem nenhum vínculo e não faz parte da organização, mas tem com
ela um grupo de trabalho permanente e participa como membro pleno de algumas
comissões, como a Comissão de Fé e Ordem, e a Comissão de Missão e Evangelismo.
Atualmente propugna-se por um Fórum Cristão Global, num intento sem vínculos
institucionais, de trazer a uma só mesa de diálogo todas as grandes famílias cristãs:
ortodoxa, católica, anglicana e protestante (incluindo esta última aos pentecostais ou
evangélicos).
Após terem sido realizados encontros regionais - o Fórum Cristão Global Latino-
americano e Caribenho tendo sido realizado em junho de 2007, em Santiago do Chile -,
realizou-se o primeiro Fórum Cristão Global em Limuru, no Quênia, em novembro de
2007.
Ecumenismo
Importante retomarmos nossa leitura sobre os princípios teológicos do Ecumenismo:
O Senhor dos séculos, porém, prossegue sábia e pacientemente o plano de sua graça a
favor de nós pecadores. Começou ultimamente a infundir de modo mais abundante nos
cristãos separados entre si a compunção de coração e o desejo de união (1). Por toda
a parte, muitos homens sentiram o impulso desta graça. Também surgiu entre os
nossos irmãos separados, por moção da graça do Espírito Santo, um movimento cada
vez mais intenso em ordem à restauração da unidade de todos os cristãos. Este
movimento de unidade é chamado ecumênico. Participam dele os que invocam Deus
Trino e confessam a Cristo como Senhor e Salvador, não só individualmente, mas
também reunidos em assembleias (2). Cada qual a�rma que o grupo onde ouviu o
Evangelho é Igreja sua e de Deus. Quase todos, se bem que de modo diverso, aspiram a
uma Igreja de Deus una e visível, que seja verdadeiramente universal e enviada ao
mundo inteiro, a �m de que o mundo se converta ao Evangelho e assim seja salvo,
para glória de Deus (3).
A Eclesiologia é outro princípio importante sobre a questão ecumênica. Trata-se de uma
teologia acerca da Igreja.
O ecumenismo não é uma estratégia de boa vizinhança, mas um gesto de Fé. A Igreja é
sinal da Unidade Humana adquirida pela Cruz e Ressurreição de Cristo, um desejo de
Cristo.
 (Fonte: thanasus / Shutterstock)
a) Começou, ultimamente, a infundir de modo mais abundante nos cristãos separados
entre si a compunção de coração e o desejo de união. Os cristãos, espalhados em
diversas denominações, devem se interessar pelo diálogo, o mesmo que a Igreja de
Pedro e Paulo, nos Atos dos Apóstolos, estabeleceu com Judeus e Gregos.
b) Por toda a parte, muitos homens sentiram o impulso desta graça. Também surgiu
entre nossos irmãos separados, por moção da graça do Espírito Santo, um movimento
cada vez mais intenso em ordem à restauração da unidade de todos os cristãos. Este
movimento de unidade é chamado ecumênico. Participam dele os que invocam Deus
Trino e confessam a Cristo como Senhor e Salvador, não só individualmente, mas
também reunidos em assembleias.
Uma ação do Espírito Santo, isso de�ne o desejo irresistível dos cristãos separados
propensos à UNIDADE: “um movimento cada vez mais intenso em ordem à restauração
da unidade de todos os cristãos”.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Atenção
O Ecumenismo, por isso, supõe dois elementos uníssonos: de um lado a Pneumatologia,
que já pudemos apreciar em aulas passadas e, do outro, o primeiro fruto de
Pentecostes, a Igreja, Mistério da Comunhão com Deus e entre os Homens.
Este é o sagrado mistério da unidade da Igreja, em Cristo e por Cristo, realizando o
Espírito Santo a variedade dos ministérios. Deste mistério o supremo modelo e princípio
é a unidade de um só Deus, o Pai e o Filho no Espírito Santo, na Trindade de pessoas (UR
2)
(Fonte: //www.vatican.va)
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Aqui as Igrejas se inspiram nas palavras de São Paulo, citada acima em Ef
4:1-6. Será que este será o rumo do futuro? Igrejas com diferenças tão
profundas serão capazes de produzir líderes menos sectários?
Video
Vejam este vídeo: União das igrejas e a profecia.
Um movimento ecumênico mundial?
Por movimento ecumênico entendem-se as atividades e iniciativas, que são
suscitadas e ordenadas, segundo as várias necessidades da Igreja e oportunidades
dos tempos, no sentido de favorecer a uestanidade dos cristãos (1). Tais são: (2)
primeiro, todos os esforços para eliminar palavras, juízos e ações que, segundo a
equidade e a verdade, não correspondem à condição dos irmãos separados e, por isso,
tornam mais difíceis as relações com eles; (2) depois, o «diálogo» estabelecido entre
peritos competentes, em reuniões de cristãos das diversas Igrejas em Comunidades,
organizadas em espírito religioso, em que cada qual explica mais profundamente a
doutrina da sua Comunhão e apresenta com clareza as suas características.
Com este diálogo, todos adquirem um conhecimento mais verdadeiro e um apreço mais
justo da doutrina e da vida de cada Comunhão. (3) Então estas Comunhões conseguem
também uma mais ampla colaboração em certas obrigações que a consciência cristã
exige em vista do bem comum. E onde for possível, reúnem-se em oração unânime. (4)
En�m, todos examinam a sua �delidade à vontade de Cristo acerca da Igreja e, na
medida da necessidade, levam vigorosamente por diante o trabalho de renovação e de
reforma (UR 4) 
Fonte: //www.vatican.va
Quatro aspectos nos ajudam a entender com lucidez quais seriam as propostas e
desa�os às eclesialidades cristãs diante da tarefa ecumênica.
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Clique nos botões para ver as informações.
As atividades e iniciativas, que são suscitadas e ordenadas, segundo as várias
necessidades da Igreja e oportunidades dos tempos, no sentido de favorecer a
unidade dos cristãos.
É preciso traçar com clareza o signi�cado do movimento ecumênico, em um
contexto socioeclesial, e todas as forças sociais empregadas na construção de um
diálogo efetivo e concreto entre cristãos.
O ecumenismo, por suas óbvias di�culdades, exige um conjunto de ações
ordenadas pelo sopro do Espírito Santo, que orienta as Igrejas na construção de
horizontes mais francos de unidade.
I. Primeiro 
O diálogo estabelecido entre peritos competentes, em reuniões de cristãos das
diversas Igrejas em Comunidades, organizadas em espírito religioso, em que cada
qual explica mais profundamente a doutrina da sua Comunhão e apresenta com
clareza as suas características.
O estabelecimento do diálogo signi�ca uma ativação lúcida e humilde da vontade
�rme de criar pontes, escutas e conhecimento recíproco. Constitui a etapa mais
difícil e fundamental na construção de um verdadeiro ecumenismo. Não há unidade
sem conhecimento recíproco e aceitação dos valores do outro.
Ao mesmo tempo, este diálogo exigirá dos peritos competentes que dialoguem
entre tradições que passaram séculos se ofendendo e por isso se desconhecem e
não se respeitam. Exigirá também um grupo especializado em conhecer a verdade
do outro e expor a própria. O diálogo não se estrutura à base de opiniões e
preconceitos. Tudo começa com a disposição eclesial de se colocar em escuta
recíproca.
II. Segundo 
Também uma mais ampla colaboração em certas obrigações que a consciência
cristã exige em vista do bem comum.
Estabelecidas asbases de conhecimento recíproco, por meio do diálogo, criam-se
as condições para uma convivência que respeite os valores alheios.
Nesse momento, nascerá a ocasião de colaborar, em particular na construção de
um mundo, do entorno das igrejas, mais semelhante. O diálogo ecumênico sem
ação social comum entre as igrejas cristãs indica uma ação estéril entre amigos e
não transforma as energias boas do diálogo em bem repartido com o mundo (bem
comum).
III. Terceiro 
Todos examinam a sua �delidade à vontade de Cristo acerca da Igreja e, na medida
da necessidade, levam vigorosamente por diante o trabalho de renovação e de
reforma.
Alguns conceitos-experiências brotarão frutuosos da consecução de atividades
ecumênicas entre igrejas somente se, como resultado do diálogo ecumênico, surgir
nas igrejas, graças ao conhecimento daquilo que o Espírito Santo suscitou em todos
os cristãos, um renovado e decidido trabalho de renovação e reforma.
Não se edi�ca a unidade com mesmices e apegos orgulhosos. Somente com uma
corajosa humildade oriunda do reconhecimento recíproco o ecumenismo levará as
igrejas a um verdadeiro desenvolvimento.
IV. Quarto 
Atividade
1. Jo 10. 16: Leia esta passagem no seu contexto e, tendo em conta o conceito de
ecumenismo, explique o que Jesus a�rmou nesta passagem.
2. “Também uma mais ampla colaboração em certas obrigações que a consciência cristã
exige em vista do bem comum”. De acordo com esta passagem de UR existe uma relação
entre o ecumenismo e ao bem comum. Explique esta ilação.
Referências
ALTMANN, W. Evangelização: Re�exão a partir de Lutero e no contexto ecumênico
protestante mundial. Estudos Teológicos. v. 16, n. 1, p. 18-29, 1976.
BRAKEMEIER, G. Ecumenismo: Repensando o signi�cado e a abrangência de um termo.
Persp. Teo. 33, p. 195-216, 2001.
ROTTERDAN, Sandson. Re-pensando ecumenismo. Disponível em:
https://revistasenso.com.br/2017/07/31/re-pensando-ecumenismo/. Acesso em: 23
ago. 2019.
VATICAN. Decreto Unitatis redintegratio sobre o ecumenismo. Disponível em:
//www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-
ii_decree_19641121_unitatis-redintegratio_po.html. Acesso em: 23 ago. 2019.
WOLFF, E. O ecumenismo no horizonte do Concílio Vaticano II. Atualidade Teológica.
Ano XV, nº 39, p. 403-428, 2011.
Próxima aula
Escatologia Cristã;
Explore mais
Leia também:
ANCONA, G. A Escatologia Cristã. São Paulo: Loyola, 2013.
ERICKSON, M. J. Escatologia. São Paulo: Vida Nova, 2010.
LOPES, E. P. Escatologia e Milenarismo na História da Igreja Cristã. Ciências da
Religião – História e Sociedade. v. 9, n. 1, p. 46-73, 2011.
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