Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação ENFERMAGEM CLÍNICA Olá! Meu nome é Gláucia Costa Degani, sou graduada em Enfermagem, pelo Centro Universitário Barão de Mauá, mestre e doutora pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, na área de Saúde do Idoso, temática Traumatismos. Atuei como enfermeira assistencial no setor de urgências/emergências clínicas e traumáticas em um hospital geral de nível terciário por mais de cinco anos e em um Centro de Atenção à Saúde do Idoso por dois anos. Atualmente sou professora universitária no Claretiano – Centro Universitário de Batatais, no curso de Enfermagem, nas modalidades presenciais e a distância. É com muito prazer e disposição que venho compartilhar experiências e conhecimentos na área da enfermagem. Sejam todos bem-vindos à disciplina de Enfermagem Clínica. E-mail: <glauciadegani@claretiano.edu>. Claretiano – Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 claretiano.edu.br/batatais Gláucia Costa Degani Batatais Claretiano 2019 ENFERMAGEM CLÍNICA © Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) 610.73 D361e Degani, Gláucia Costa Enfermagem clínica / Gláucia Costa Degani – Batatais, SP : Claretiano, 2019. 202 p. ISBN: 978-85-8377-575-1 1. Assistência de enfermagem. 2. Enfermagem clínica. 3. Prática clínica. 4. Enfermeiro. I. Enfermagem clínica. CDD 610.73 INFORMAÇÕES GERAIS Cursos: Graduação Título: Enfermagem Clínica Versão: fev./2018 Formato: 15x21 cm Páginas: 202 páginas SUMÁRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 12 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 14 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 15 5. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 16 UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 19 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 19 2.1. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A ADULTOS E IDOSOS COM ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS ................................................................. 19 2.2. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A ADULTOS E IDOSOS COM ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES ........................................................ 30 2.3. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A ADULTOS E IDOSOS COM ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS .............................................................. 46 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 56 3.1. ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS ................................................................. 56 3.2. ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES ........................................................ 58 3.3. ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS ............................................................. 59 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 60 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 63 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 63 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 64 UNIDADE 2 – ALTERAÇÕES INFECCIOSAS E IMUNOLÓGICAS, ONCOLÓGICAS E DERMATOLÓGICAS 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 69 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 69 2.1. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A ADULTOS E IDOSOS COM ALTERAÇÕES INFECCIOSAS E IMUNOLÓGICAS...................................... 69 2.2. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A ADULTOS E IDOSOS COM ALTERAÇÕES ONCOLÓGICAS................................................................... 83 2.3. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A ADULTOS E IDOSOS COM ALTERAÇÕES DERMATOLÓGICAS ............................................................ 100 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 108 3.1. ALTERAÇÕES INFECCIOSAS E IMUNOLÓGICAS ..................................... 108 3.2. ALTERAÇÕES ONCOLÓGICAS .................................................................. 109 3.3. ALTERAÇÕES DERMATOLÓGICAS ........................................................... 110 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 111 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 113 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 114 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 115 UNIDADE 3 – ALTERAÇÕES ENDOCRINOLÓGICAS E METABÓLICAS, GASTROINTESTINAIS E NUTRICIONAIS, E GENITURINÁRIAS 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 119 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 119 2.1. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A ADULTOS E IDOSOS COM ALTERAÇÕES ENDOCRINOLÓGICAS E METABÓLICAS ........................... 119 2.2. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A ADULTOS E IDOSOS COM ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS E NUTRICIONAIS ........................... 128 2.3. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A ADULTOS E IDOSOS COM ALTERAÇÕES GENITURINÁRIAS .............................................................. 140 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................151 3.1. ALTERAÇÕES ENDOCRINOLÓGICAS E METABÓLICAS .......................... 151 3.2. ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS E NUTRICIONAIS .......................... 152 3.3. ALTERAÇÕES GENITURINÁRIAS ............................................................. 153 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 154 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 157 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 158 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 158 UNIDADE 4 – ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS, MUSCULOESQUELÉTICAS E GERIÁTRICAS 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 163 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 163 2.1. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A ADULTOS E IDOSOS COM ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS ................................................................ 163 2.2. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A ADULTOS E IDOSOS COM ALTERAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS ................................................. 178 2.3. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM GERIÁTRICA....................................... 187 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 194 3.1. ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS ................................................................ 194 3.2. ALTERAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS ................................................ 196 3.3. ALTERAÇÕES GERIÁTRICAS ..................................................................... 197 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 198 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 200 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 200 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 201 7 CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Conteúdo Aborda os aspectos administrativos e funcionais da Unidade de Clínica Médica. Contempla a assistência de enfermagem a adultos e idosos portadores de alterações clínicas mais prevalentes nos campos de atividades práticas referentes às alterações cardiovasculares, hematológicas, oncológicas, imunológicas e infecciosas, endocrinológicas e metabólicas, respiratórias, geniturinárias, gastrointestinais e nutricionais, neurológicas, musculoesqueléticas, dermatológicas e geriátricas utilizando a metodologia da assistência de enfermagem, enfatizando a ética do cuidar na prática clínica do enfermeiro. Bibliografia Básica FIGUEIREDO, N. M. A.; MACHADO, W. C. A. (Orgs.). Tratado de cuidados de enfermagem médico-cirúrgico. São Paulo: Roca, 2012. SANTOS, N. C. M. Clínica médica para enfermagem: conhecimento e atuação do profissional de enfermagem. São Paulo: Látria, 2004. SMELTZER, S. C. O.; BARE, B. G. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico cirúrgica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. Bibliografia Complementar BAIKIE, P. D. et al. Sinais e sintomas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. BARROS, A. L. B. L. et al. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto. Porto Alegre: Artmed, 2002. BENSEÑOR, I. M.; ATTA, J. A.; MARTINS, M. A. Semiologia clínica: sintomas gerais, sintomas específicos, dor e insuficiências. São Paulo: Sarvier, 2002. BICKLEY, L. S.; SZILAGYI, P. G. Bates – Propedêutica médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. DOENGES, M. E.; MOORHOUSE, M. F.; MURR, A. A. C. Diagnóstico de enfermagem: intervenções, prioridades, fundamentos. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 8 © ENFERMAGEM CLÍNICA CONTEÚDO INTRODUTÓRIO É importante saber: –––––––––––––––––––––––––––––––– Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes: Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber. Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente selecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdo Digital Integrador” porque são imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitura de “navegação” (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios, para efeito de avaliação. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 9© ENFERMAGEM CLÍNICA CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO Prezado aluno, seja bem-vindo! Iniciaremos o estudo de Enfermagem Clínica, no qual os conteúdos básicos e específicos serão integrados para que os cuidados de enfermagem possam ser planejados e desempenhados, visando melhorar a condição de doença ou recuperar a saúde do indivíduo. Entende-se como cuidados de enfermagem a "ação planejada do enfermeiro, observação e análise do seu comportamento e condições em que se encontra" (PEREIRA; SILVA, 2012, p. 711). Nesse sentido, cuidar envolve atos humanos para assistir não só o indivíduo, mas também a comunidade, por meio de métodos (PEREIRA; SILVA, 2012), os quais serão mostrados nesta obra, para que as condições de saúde e doença sejam melhoradas ou recuperadas. Pereira e Silva (2012) afirmam que o processo de cuidar abrange relacionamento interpessoal, valores humanísticos e embasamento científico. Acrescentamos ainda que, para cuidar, enfermeiros precisam desenvolver sua habilidade de comunicação e de trabalho em equipe, conhecer os recursos físicos e materiais tanto do local de trabalho quanto dos demais serviços de saúde para que possa atuar a favor do indivíduo ou comunidade. Esta obra, então, trata de uma especialidade da enfermagem, que envolve proporcionar cuidados de enfermagem aos indivíduos com alterações cardiovasculares, oncológicas, dermatológicas, entre outras, cuidados estes que são subsidiados pela Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE. A SAE "é o instrumento da organização do cuidado profissional de enfermagem" (PEREIRA; SILVA, 2012, p. 713). 10 © ENFERMAGEM CLÍNICA CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Para o estudo desta obra, considere todos os elementos da SAE: o histórico de enfermagem (com anamnese, exame físico, resultados de exames laboratoriais e de imagem), o diagnóstico de enfermagem (a partir das terminologias, segundo a North American Nursing Diagnosis Association – NANDA International), o planejamento de enfermagem (metas, objetivos e prescrição de enfermagem, segundo o Sistema de Classificação das Intervenções de Enfermagem – NIC e resultados do Sistema de Classificação dos Resultados de Enfermagem – NOC), a implementação de enfermagem (o ato de execução) e a avaliação de enfermagem, que são as mudanças esperadas a partir da execução – ausente ou presente, melhora ou piora, mantido ou resolvido (PEREIRA; SILVA, 2012). Pereira e Silva (2012) afirmam que a Enfermagem Clínica apresenta ferramentas prioritárias para a boa relação entre enfermeiros e clientes, ferramentas estas destacadas por diálogo interativo, vínculo, espaços de ensino-aprendizagem e de escuta qualificada. Nessa perspectiva, como já mencionado, a obra Enfermagem Clínica valoriza o ser humano com suas características biopsicossociais e espirituais. Além dos aspectosassistenciais, a disciplina Enfermagem Clínica também propõe o conhecimento dos aspectos administrativos e funcionais da Unidade de Clínica Médica, pois toda estrutura física e seus componentes devem obedecer às recomendações da Vigilância Sanitária, conforme Resoluções da Diretoria Colegiada, que dispõem das metragens, disposições e equipamentos necessários para a composição de uma Unidade de Clínica Médica (ANVISA, 2002). Costa e Eugenio (2014, p. 35) afirmam que unidade de internação "é o conjunto de elementos destinados à acomodação 11© ENFERMAGEM CLÍNICA CONTEÚDO INTRODUTÓRIO do paciente para o tratamento e/ou a recuperação nos diversos cenários da saúde". A Unidade de Clínica Médica é uma unidade de internação classificada como uma área semicrítica, pois é ocupada por pacientes com ou sem doenças infecciosas de baixa transmissibilidade (COSTA; EUGENIO, 2014). É na Unidade de Clínica Médica que o paciente é internado para ser submetido a avaliação clínica, exames laboratoriais e de imagens – tudo isso para ter um tratamento específico. Os profissionais ali envolvidos atuam no sentido de melhorar a condição de doença e recuperar a saúde dos pacientes. Nessa unidade, os pacientes se encontram em um estado de saúde em que não necessitam de equipamentos sofisticados ou drogas para manutenção da vida e é onde ocorre a ligação com outros serviços de saúde, como o serviço de hemoterapia e hemodiálise. Dessa forma, no decorrer de seus estudos, pretendemos proporcionar subsídios teóricos para que sua futura atuação profissional, enquanto enfermeiro, colabore para a melhor recuperação possível dos adultos e idosos doentes, considerando os aspectos biopsicossociais e espirituais, a família e a comunidade, os demais membros da equipe do serviço de saúde, os aspectos de biossegurança e as questões ético-legais da profissão. Em cada unidade de estudo, você será apresentado aos conteúdos que deverão ser revisados para sua melhor compreensão durante a apresentação da SAE nas principais alterações clínicas. Ela será dividida por sistemas e você será convidado a conhecer mais sobre as doenças prevalentes por meio do Conteúdo Digital Integrador. Ao estudá-las, dê ênfase a definição, fisiopatologia, fatores de risco, classificações, manifestações clínicas, tratamento e complicações. 12 © ENFERMAGEM CLÍNICA CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Espero que você possa aproveitar cada conteúdo, que foi pensado cuidadosamente para favorecer seu aprendizado. 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento dos temas tratados. 1) Arritmia: qualquer anormalidade envolvendo o sistema elétrico do coração, responsável pelo número de batimentos. As mais frequentes formas de arritmia são a taquicardia e a bradicardia, respectivamente, aceleração e diminuição do número de batimentos cardíacos (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 2) Choque: estado de insuficiência circulatória a nível celular, produzido por hemorragias graves, sepse, reações alérgicas graves etc. Pode ocasionar lesão celular irreversível se a hipóxia persistir por tempo suficiente (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 3) Cianose: coloração azulada da pele e mucosas. Pode significar uma falta de oxigenação normal dos tecidos (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 4) Claudicação intermitente: dor em um músculo associada ao exercício, causada pela falta de oxigênio no músculo (NETTINA, 2016). 5) Dispneia: sensação subjetiva de falta de ar (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 6) Edema: acúmulo anormal de líquido nos espaços intercelulares dos tecidos ou em diferentes cavidades 13© ENFERMAGEM CLÍNICA CONTEÚDO INTRODUTÓRIO corporais – peritôneo, pleura, articulações etc. (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 7) Eritema: coloração avermelhada da pele ocasionada por vasodilatação capilar (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 8) Estadiamento do câncer: avaliação do grau de disseminação do câncer. Essa investigação tem implicações tanto prognósticas quanto terapêuticas (DEBIASI et al., 2013, p. 682). 9) Hemólise: doença na qual se produz a ruptura da membrana do glóbulo vermelho e perda de seu conteúdo (principalmente hemoglobina) para a corrente sanguínea. Pode ser gerada em algumas anemias congênitas ou adquiridas, como consequência de doenças imunológicas etc. (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 10) Hemoptise: eliminação de sangue vivo, vermelho rutilante, procedente das vias aéreas, juntamente com a tosse. Pode ser manifestação de um tumor de pulmão, bronquite necrotizante ou tuberculose pulmonar (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 11) Hirsutismo: Crescimento de pelos na mulher, obedecendo ao tipo e à distribuição masculinos (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 12) Infarto do miocárdio: morte de um tecido por irrigação sanguínea insuficiente pela obstrução das artérias coronárias com consequente lesão irreversível do músculo cardíaco (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 13) Letargia: estado soporífero de indiferença; sonolência; modorra; sono artificial provocado por meio de sugestão (hipnose) ou medicamento (narcose) (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 14 © ENFERMAGEM CLÍNICA CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 14) Palpitações: percepção subjetiva dos batimentos cardíacos. Pode apresentar-se durante algumas arritmias cardíacas ou mesmo em pessoas com ritmo normal. Neste último caso, são distúrbios benignos associados a diversos distúrbios de ansiedade (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 15) Prurido: Sensação de coceira. Pode ser produzido por icterícia obstrutiva, reações alérgicas, doenças hepáticas etc. (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 16) Sibilos: ruído respiratório soprante de certos tipos de estertores pulmonares, como na asma e na bronquite espasmódica (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 17) Síncope: perda transitória da consciência com recuperação posterior completa. É produzida por irrigação cerebral insuficiente, podendo ter causas variadas. Quando se associa a uma arritmia cardíaca grave, pode significar um importante risco de vida ao indivíduo (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 18) Sudorese: transpiração (DICIONÁRIO MÉDICO, 2017). 19) Torporoso: somente abre os olhos com estímulo doloroso (NETTINA, 2016). 20) Xantelasma: placas amareladas (depósitos de gorduras) evidentes na pele e estão associados à hiperlipidemia e à doença arterial crônica (NETTINA, 2016). 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo. 15© ENFERMAGEM CLÍNICA CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Enfermagem Clínica. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da educação na Saúde. Profissionalização de auxiliares de enfermagem: cadernos do aluno. 2 ed. rev. 1. reimp. Brasília: Fiocruz, 2003. COSTA, A. L. J.; EUGENIO, S. C. F. O ambiente terapêutico: unidade do paciente. In: ______. Cuidados de Enfermagem. Porto Alegre: Artmed, 2014. p. 35-43. DEBIASI, M. et al. Oncologia. In: STEFANI, S. D.; BARROS, E. Clínica Médica: consulta rápida. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. NETTINA, S. M. Prática de enfermagem. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. PEREIRA, A.; SILVA, R. S. O corpo em situações clínicas: processo de cuidar na Enfermagem. In: FIGUEIREDO, N. M. A.; MACHADO, W. C. A. (Orgs.). Tratado de cuidados de Enfermagem médico-cirúrgico. São Paulo: Editora Roca, 2012. v. 1. p. 705- 729. 16 © ENFERMAGEM CLÍNICA CONTEÚDO INTRODUTÓRIO TAYLOR, C.; LILLIS, C.; LeMONE, P. Fundamentos de Enfermagem: a arte e a ciência do cuidado de enfermagem. 5. ed. São Paulo: Artmed, 2007. 5. E-REFERÊNCIAS ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Tecnologia da Organização dos Serviços de Saúde. Instrumento Nacional de Inspeção em Serviços de Saúde. Unidade de Internação Médico-Cirúrgica. 2002. Disponível em: <http://www.anvisa. gov.br/servicosaude/organiza/inaiss/index2.htm>. Acessoem: 16 jul. 2017. DICIONÁRIO MÉDICO. Home page. 2017. Disponível em: <http://www.xn--dicionriomdico- 0gb6k.com/>. Acesso em: 3 jan. 2017. 17 UNIDADE 1 ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Objetivo • Conhecer a assistência de enfermagem a adultos e idosos com alterações clínicas mais prevalentes nos campos de atividades práticas, relacionadas às manifestações respiratórias, cardiovasculares e hematológicas. Conteúdos • Orientação para os conteúdos de Anatomia e Fisiologia a serem revisados em cada sistema. • Exemplos de dados levantados em cada sistema no histórico de enfermagem. • Exemplos de diagnósticos de enfermagem em cada sistema. • Principais intervenções de enfermagem para os diagnósticos de enfermagem. • Indicações de leitura para as doenças ou condições clínicas prevalentes de cada sistema. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bibliográficas, apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, 18 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. 2) Busque identificar os principais conceitos apresentados e realize as revisões sugeridas no início de cada capítulo. 3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital Integrador. Neles serão orientados os estudos sobre as principais doenças clínicas, segundo cada sistema. 19© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS 1. INTRODUÇÃO Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo, você está preparado? Nesta unidade, você será apresentado aos principais achados durante a avaliação de enfermagem nas alterações respiratórias, cardiovasculares e hematológicas, as quais acometem grande parte da população adulta e idosa. Tais alterações interferem nos demais sistemas do organismo e, algumas vezes, exigem habilidade do enfermeiro para reconhecê-las e tratá-las precocemente, por se tratarem de sistemas que mantêm a vida do indivíduo. Ao estudar, tente relacionar os componentes de avaliação da SAE aos procedimentos técnicos de enfermagem, suas indicações e finalidades e semiologia e semiotécnica. 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteúdo Digital Integrador. 2.1. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A ADULTOS E IDOSOS COM ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS Iniciaremos o estudo sobre a assistência de enfermagem a adultos e idosos com alterações respiratórias. Antes disso, realize a revisão de todas as estruturas envolvidas na ventilação e respiração, desde a cavidade nasal até os alvéolos pulmonares. 20 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Feito isso, relembre qual a função de cada componente, incluindo os mecanismos de ventilação, difusão e transporte de gases e o controle neurológico e químico da ventilação e oxigenação. Esses conhecimentos serão fundamentais para que você compreenda, planeje e intervenha nos pacientes com alterações respiratórias. Vamos iniciar a primeira fase da SAE, o Histórico de Enfermagem. Considere os fatores que podem afetar o funcionamento respiratório e influenciar nos resultados de sua avaliação – por exemplo, alterações anatômicas, obesidade, alguns medicamentos (como os opioides), o tabagismo, a poluição ambiental e o estresse podem ser responsáveis pelos achados anormais e devem ser considerados durante sua avaliação. Dessa forma, busque por informações sobre o histórico de saúde do indivíduo e, principalmente, se essas alterações estão afetando sua capacidade de realizar atividades da vida diária, tais como comer, andar, ir ao banheiro, tomar banho, entre outras (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016). Tenha em mente que as alterações respiratórias trazem ao indivíduo dificuldades em responder perguntas; por isso, abrevie suas perguntas para evitar a falta de ar e ansiedade. Permita, então, respostas curtas (SMELTZER; BARE, 2014). Faça as seguintes perguntas (NETTINA, 2016): • Qual o motivo de você estar procurando assistência médica? • Quando começou esse problema de saúde ou os sintomas? Qual foi a duração? Foi aliviado em algum momento? Se sim, como foi aliviado? • Qual o impacto desse problema em suas atividades da vida diária? 21© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS É comum que o paciente apresente sintomas como dispneia, tosse, produção de catarro, dor torácica, ruídos adventícios, como sibilos, e hemoptise. Se forem identificados, é importante coletar mais dados. A seguir, seguem alguns tópicos a serem investigados. Quanto à dispneia, investigue (NETTINA, 2016): • Sempre teve dispneia ou acessos de respiração difícil? O que a provoca? É grave? Dura quanto tempo? • É influenciada pela posição? • A dispneia é constante ou vai e vem? • Isso acorda você durante a noite? • A falta de ar interfere nas atividades da vida diária? • Alguma parte do corpo fica azulada durante a dispneia? Quanto à tosse, investigue (NETTINA, 2016): • Quando começou? É gradual ou súbita? • Qual a duração? Há quanto tempo você tem tosse? • Qual a frequência: ela está relacionada a alguma hora do dia? • Como descreveria sua tosse: entrecortada, seca, “de cachorro”, rouca, congestionada, borbulhante? • Ao realizar atividade física, a tosse melhora ou piora? • É aliviada por repouso ou medicação? • Tem história de alergias? É exposto à fumaça? Onde trabalha? Fuma? • Qual o tratamento para a tosse? Quanto à dor torácica, investigue (NETTINA, 2016): • Alguma dor torácica na respiração? Aponte o local exato. 22 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS • Quando começou? É constante ou vai e volta? • Ela se apresenta como queimação ou punhalada? • Associa-se com febre, respiração profunda, insuflação desigual do tórax? • Em uma escala de 0 a 10, classifique sua dor. • A dor piora ao inspirar? Irradia-se? • O que você faz para aliviar a dor? Quanto ao catarro, investigue (NETTINA, 2016): • Você expele muco ou catarro? Quanto? De que cor? • Tosse com sangue? São raias ou sangue vivo? O catarro tem odor fétido? Se for mucoide branco ou claro, pode estar relacionada a resfriados, bronquite ou infecções virais; se amarelo ou verde, a infecções bacterianas; se cor de ferrugem, pode a tuberculose ou pneumonia pneumocócica; se rosa espumante, a edema pulmonar. Outros sintomas não tão específicos para o sistema respiratório podem surgir, como fadiga, fraqueza, insônia, perda do apetite, náusea/vômito, calafrios, febre (39-40 ˚C), letargia, diminuição da tolerância à atividade e alterações na consciência (confusão, sonolência) (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016), os quais precisam ser considerados e registrados, uma vez que podem ser decorrentes de alterações respiratórias. Ainda no histórico de enfermagem, faz-se necessário realizar a avaliação física do sistema respiratório. É possível que você encontre mudanças na aparência geral de pacientes com alterações respiratórias, tais como cianose (Figura 1), baqueteamento digital (Figura 2) e/ou batimento da asa nasal (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016). 23© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Figura 1 Cianose de extremidades digitais. Figura 2 Baqueteamento digital. Também poderá identificar alterações no padrão respiratório – Respiração de Cheyne-Stokes, Biot, Kussmall, 24 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARESE HEMATOLÓGICAS bradipneia, taquipneia, hiperpneia, apneia, hiperventilação, hipoventilação ou dispneia (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016) –, que deverão ser bem descritas e avaliadas para subsidiar a adequada intervenção. Além dessas avaliações, há alguns exames complementares que colaboram para a coleta de dados do enfermeiro. As amostras de sangue arterial ou os exames de gasometria arterial ajudam a avaliar a capacidade dos pulmões de fornecer oxigênio adequado e de remover o dióxido de carbono, bem como a capacidade dos rins de reabsorver ou excretar os íons bicarbonato para manter o pH corporal normal (NETTINA, 2016). Na Figura 3, você poderá observar as diferenças entre os resultados do sangue arterial e venoso para cada parâmetro analisado no exame de gasometria. Figura 3 Parâmetros analisados no exame de gasometria, conforme sangue arterial e sangue venoso. 25© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS A oximetria de pulso (Figura 4) é um método não invasivo de monitoramento contínuo da saturação, ou seja, de quão repleta de oxigênio está a hemoglobina (SaO2). Os parâmetros de normalidade estão entre 95-100% e valores inferiores a 85% indicam que os tecidos não estão recebendo oxigênio suficiente. É importante que o enfermeiro saiba que esmaltes nas unhas em que o aparelho está conectado, unhas artificiais, icterícia e movimentação do cliente afetam seus resultados e devem considerados ao se fazer uso desse método. Figura 4 Oximetria de pulso. Os exames de cultura, como o Swab nasal (Figura 5), que identificam microrganismos na cavidade nasal, e o de escarro, como a baciloscopia, identificam bactérias na secreção pulmonar, a fim de indicar um tratamento específico. A radiografia de tórax é o exame de imagem mais comumente utilizado para identificar doenças ou alterações pulmonares (NETTINA, 2016). 26 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Figura 5 Swab nasal. Conforme os dados levantados no histórico de enfermagem, podemos identificar os seguintes diagnósticos de enfermagem, segundo a Nanda International (2010): padrão respiratório ineficaz, ventilação espontânea prejudicada, desobstrução ineficaz de vias aéreas e troca de gases prejudicada. Outros diagnósticos, como intolerância à atividade, risco de infecção, risco de volume de líquidos deficiente, conhecimento deficiente, controle ineficaz de regime terapêutico, hipertermia e dor aguda poderão interferir na necessidade de oxigenação (SILVA; SCHUTZ; SILVA, 2012). São alguns exemplos de diagnósticos de enfermagem nas principais alterações respiratórias: 1) Padrão respiratório ineficaz relacionado à falta de ar, muco, broncoaspiração e irritantes da via aérea. 2) Eliminação traqueobrônquica ineficaz (desobstrução ineficaz de vias aéreas) relacionada à inflamação traqueobrônquica, dor pleurítica, fadiga caracterizada por alterações na frequência, profundidade, dispneia, tosse ineficaz. 27© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS 3) Troca de gases prejudicada relacionada à hipoventila- ção caracterizada por taquicardia, cianose, hipóxia e inquietação. Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 521), para o diagnóstico de enfermagem "Padrão respiratório ineficaz", seguem algumas intervenções de enfermagem: 1) Administração de medicamentos. 2) Aspiração de vias aéreas. 3) Assistência ventilatória. 4) Controle da ventilação mecânica invasiva, não invasiva e prevenção de pneumonia. 5) Estimulação da tosse. 6) Monitoração de sinais vitais. 7) Oxigenoterapia. 8) Redução da ansiedade. 9) Supervisão. Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 488), para o diagnóstico de enfermagem "Desobstrução ineficaz das vias aéreas", seguem algumas intervenções de enfermagem: 1) Administração de medicamentos inalatórios. 2) Aspiração de vias aéreas. 3) Assistência ventilatória. 4) Controle da ventilação mecânica invasiva e não invasiva. 5) Estimulação da tosse. 6) Fisioterapia respiratória. 7) Inserção e estabilização de vias aéreas artificiais. 28 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS 8) Monitoração de sinais vitais. 9) Oxigenoterapia. 10) Posicionamento. 11) Precauções contra aspiração. 12) Redução da ansiedade. 13) Supervisão. Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 565), para o diagnóstico de enfermagem “Troca de gases prejudicada”, seguem alguns exemplos de intervenções de enfermagem: 1) Controle acidobásico: acidose ou alcalose metabólica e/ou acidose ou alcalose respiratória. 2) Testes laboratoriais à beira leito. 3) Interpretação de dados laboratoriais. 4) Controle de ventilação invasiva e não invasiva. 5) Oxigenoterapia. 6) Monitoração respiratória e de sinais vitais. E, segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 566), para o diagnóstico de enfermagem "Ventilação espontânea prejudicada", seguem as intervenções de enfermagem: 1) Administração de medicamentos. 2) Apoio emocional. 3) Aspiração de vias aéreas. 4) Assistência ventilatória. 5) Controle acidobásico: acidose ou alcalose metabólica e/ou acidose ou alcalose respiratória. 6) Controle de infecção ou proteção contra infecção. 7) Controle de vias aéreas. 29© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS 8) Controle do ambiente: conforto e segurança. 9) Controle hídrico e hidroeletrolítico. 10) Fisioterapia respiratória. 11) Monitoração respiratória e de sinais vitais. 12) Oxigenoterapia. 13) Posicionamento. 14) Precauções contra aspiração. 15) Reposição volêmica. Você observará em sua prática clínica que nem todas as intervenções de enfermagem serão utilizadas, pois serão elaboradas a partir do histórico e dos diagnósticos de enfermagem levantados. Alguns pontos são importantes. Por exemplo: para a oferta de oxigenoterapia, exceto em situações de emergência, é necessária a prescrição médica. Pacientes com alterações respiratórias deverão ser avaliados com frequência quanto aos sinais vitais, ao exame físico do pulmão, aos valores da SaO2, às radiografias e aos resultados dos exames de gasometria. Medidas como encorajar o repouso no leito e orientar o cliente a evitar o esforço excessivo são importantes no momento da dispneia. O posicionamento com a cabeceira do leito elevada facilita a expansão pulmonar e melhora o padrão ventilatório. Em casos de confusão mental, devido à hipoxemia, garanta a segurança, elevando as grades do leito, por exemplo (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016). Segundo Silva, Schutz e Silva (2012), o modo como o enfermeiro cuidará dos pacientes com alterações pulmonares difere entre doenças agudas (de início súbito) ou crônicas (que perdurarem por mais de três meses). Doenças pulmonares agudas 30 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS exigem tratamentos imediatos em setores de emergências ou em unidades de terapia intensiva, pois comprometerão a ventilação e oxigenação dos tecidos, enquanto as doenças pulmonares crônicas, por não colocarem o paciente em risco iminente de morte, permitem tratamentos para alívio da dor e do desconforto respiratório, minimização da tosse, controle da temperatura corporal e eliminação das secreções traqueobrônquicas. Com essas informações em mente, você deverá analisar cada situação clínica e os achados do histórico de enfermagem ao levantar o(s) diagnóstico(s) de enfermagem e suas intervenções. Com as leituras e o vídeo indicados no Tópico 3.1, você conhecerá as principais doenças do sistema respiratório. Antes de prosseguir para o próximo assunto, acesse os materiais indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado. 2.2. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A ADULTOS E IDOSOS COM ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES Para o estudo das principais alterações cardiovasculares, faz-se necessário revisar as estruturas cardíacas,principais veias, grandes artérias e artérias coronárias, valvas cardíacas, nódulos e feixes cardíacos. Relembre também a pequena e a grande circulação, a fisiologia elétrica do coração (despolarização e repolarização), as definições de débito cardíaco, frequência cardíaca e controle do volume sistólico (pré-carga e pós-carga). Esses conceitos o ajudarão a entender os passos a seguir. 31© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Ao iniciar a primeira fase da coleta de dados de enfermagem, o histórico do sistema cardiovascular depende da gravidade dos sintomas. Os sinais e sintomas mais comuns em pessoas com doenças cardiovasculares (DCV) apresentam-se como: dor ou desconforto torácico, dispneia noturna ou aos esforços, edema (acúmulo de líquido) periférico, ganho de peso, distensão abdominal, palpitações, fadiga vital (exaustão), ansiedade, tonturas, síncope ou alterações do nível de consciência e claudicação intermitente (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016). Você observará que o histórico de enfermagem para as alterações cardiovasculares é abrangente, devido à complexidade de seus efeitos no organismo. A seguir, seguem alguns tópicos a serem investigados. A dor ou desconforto no peito podem ter causas cardíacas ou não cardíacas. Para tentar diferenciá-la, colete os seguintes dados (NETTINA, 2016): 1) Identifique e classifique a intensidade da dor: escala de 0 (nenhuma dor) a 10 (pior dor). 2) Descreva a natureza ou qualidade da dor (se é branda ou grave; transitória ou contínua; em aperto, desconforto, sensação de plenitude, compressão, esmagamento ou ardência). 3) Peça ao paciente para apontar a localização da dor. 4) Questione: há irradiação ou desconforto para mandíbula, pescoço, dorso ou braço? 5) Avalie sinais e sintomas associados (sudorese ou náuseas). 32 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS 6) Identifique sintomas que precipitam o início dos demais sintomas e medidas que os agravam ou aliviam. Serão considerados sinais e sintomas de alerta caso o paciente relate: pressão desconfortável, em aperto, que pode irradiar-se pelo tórax ou para a face medial de um ou ambos os braços e mãos, ou para a mandíbula, ombros, costas ou epigástrio. Pode referir também dormência, formigamento ou dor. A dor pode ter duração entre 5-15 minutos ou mais. É importante registrar o tempo de duração, pois o tempo vai ajudar a determinar a DCV. E, muitas vezes, ela está associada a dispneia, sudorese, palpitações, fadiga e náuseas ou vômitos (NETTINA, 2016). Na presença desses sintomas, intervenções emergentes de enfermagem deverão ser tomadas e o médico deverá ser imediatamente comunicado. Quanto às palpitações, investigue mais com as seguintes perguntas (NETTINA, 2016): 1) Sente o coração bater vigorosamente, tremular, bater muito forte ou saltar? 2) Sente tontura ou tem desmaio quando tem palpitações? 3) O que desencadeia essa sensação, por quanto tempo ela permanece e o que faz para atenuá-la? Da mesma forma, o histórico familiar e os hábitos de vida são especialmente envolvidos nas DCV e devem ser investigados. Identifique a presença dos três fatores de risco cardiovascular importantes: hiperlipidemia, hipertensão e diabetes melito. Questione se alguém na família tem ou teve doenças cardiovasculares, se o paciente faz acompanhamento cardiológico regular, se tem tabagismo ou etilismo ou sinais e sintomas frequentes de síncope (desmaio), vertigem, tonturas, fadiga, desconforto torácico e palpitações (NETTINA, 2016). 33© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Colabore com médicos e farmacêuticos no sentido de obter uma lista completa dos medicamentos consumidos pelo paciente, incluindo sua dose e frequência. Enquanto enfermeiro, identifique se o paciente segue o tratamento medicamentoso: se ele toma os medicamentos de forma independente, se são tomados conforme prescrição médica, se o paciente conhece os efeitos colaterais, se as doses são esquecidas ou saltadas, ou se ele interrompe o uso e quais são os medicamentos prescritos e os não prescritos (NETTINA, 2016). A aderência ao regime terapêutico é de suma importância para que a DCV se mantenha sob controle. Ainda no tocante ao histórico de enfermagem, realize a avaliação física do sistema cardiovascular (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016): • Mensure peso e altura. Com tais dados, calcule o Índice de Massa Corporal (IMC) e compare os achados para o risco de obesidade. • Mensure a pressão arterial (PA) e compare os achados para o risco de hipertensão arterial. • Avalie o pulso apical, a frequência cardíaca (FC) e a PA em ambos membros. Pesquise por hipotensão ortostática – a PA que diminui significativamente depois que o paciente assume uma posição ereta. • Avalie mãos, pés, pernas e braços para tempo de enchimento capilar, presença de dor, parestesia, frialdade, palidez e perda do movimento e hematomas, uma vez que podem indicar isquemia. • Calcule a pressão de pulso – a diferença entre as pressões sistólica e diastólica. Normalmente é de 30-40 34 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS mmHg e indica com que eficiência o paciente mantém o débito cardíaco. • Revise os resultados dos exames laboratoriais de sangue para glicose, hemoglobina glicada, colesterol sanguíneo total e triglicérides. • Realize um levantamento dos hábitos alimentares, intestinais e urinários: nictúria (despertar à noite para urinar) é comum em pessoas com alterações cardiovasculares; síncopes podem acontecer durante a defecação, devido à manobra de Valsalva. Pergunte sobre distensão abdominal, diarreia, constipação intestinal, desconforto estomacal, pirose (azia), perda do apetite, náuseas e vômitos. • Verifique a tolerância a atividade/exercício físico nos últimos de 6 a 12 meses, pois fadiga e outros sinais podem resultar na intolerância à atividade. • Investigue se há hábito de dormir sentado e usar vários travesseiros para dormir ou despertar com dor no peito, pois indicam alterações cardiológicas que precisam ser investigadas. • Avalie o débito urinário, pois diminuição ou ausência pode acarretar sobrecarga cardíaca. • Questione sobre a sexualidade e reprodução para identificar impotência ou medos. Essas avaliações trazem dados sobre importantes alterações cardiovasculares. Quanto ao exame físico, à inspeção você poderá observar distensão de veias do pescoço, alterações no nível de consciência (em letárgico, torporoso ou comatoso) e pulsações epigástricas. 35© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Observe a presença de xantelasma, que estão associados à hiperlipidemia e à doença arterial crônica (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016). Atente-se ao sinal de Levine (Figura 6), quando o indivíduo cerra os punhos contra o tórax, pois esse sinal traz indícios de alguma doença cardíaca emergente, ainda mais se associado a dispneia e cianose (SMELTZER; BARE, 2014). Figura 6 Sinal de Levine. As alterações na ausculta pulmonar poderão se dar pela presença de ruídos adventícios, como estertores – que são produzidos pela abertura súbita de pequenas vias aéreas e pelos alvéolos ficarem aderidos ao exsudato e edema –, sibilos e crepitações. E, na ausculta cardíaca, você poderá encontrar a presença de B3 (SMELTZER; BARE, 2014). 36 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Em relação à palpação, a presença de edema em membros inferiores (MMII) deverá ser graduada em depressível ou cacifo e em cruzes, como 1+/4+ (SMELTZER; BARE, 2014). Além dessa infinidade de dados clínicos, alguns exames laboratoriais e de imagem complementam os dados necessários ao histórico de enfermagem. Os principais exames laboratoriais de sanguerelativos às alterações cardíacas são a análise dos biomarcadores cardíacos ou das enzimas cardíacas, conhecidos como CK (creatinoquinase), CK-MB (isoenzima MB da creatinoquinase), troponina e mioglobina, que auxiliam no diagnóstico de infarto do miocárdio. O papel de enfermeiro é assegurar que essas enzimas sejam avaliadas repetidamente (NETTINA, 2016). Os exames de imagem como a radiografia de tórax determinam tamanho, contorno e posição do coração, revelando calcificações cardíacas e pericárdicas e alterações fisiológicas da circulação pulmonar (NETTINA, 2016). A eletrocardiografia (ECG) (Figura 7) é a representação gráfica das correntes elétricas do coração. Por meio da ECG é possível identificar arritmias, anormalidades de condução, dilatação dos compartimentos cardíacos e isquemia, lesão ou infarto do miocárdio. Utilizam-se as derivações do eletrocardiograma, ou seja, linhas imaginárias que atuam como referências a partir do qual a atividade elétrica pode ser visualizada (NETTINA, 2016). Esse exame é comumente utilizado tanto em situações de urgência quanto ambulatoriais. 37© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Figura 7 Eletrocardiograma. A Figura 8 mostra um ritmo sinusal normal na derivação II. Figura 8 Ritmo sinusal normal na derivação II. Já na Figura 9, você observará a descrição das características e as normalidades que devem ser apresentadas na derivação II. 38 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Fonte: Smeltzer et al. (2014). Figura 9 Características das normalidades na derivação II. Outro exame relacionado às alterações cardiovasculares é a prova de esforço ou ergometria em esteira (Figura 10). São maneiras não invasivas de avaliar a resposta do sistema cardiovascular ao estresse, quando, por exemplo, o paciente apresenta doença arterial coronariana, dores no peito ou arritmias associadas ao esforço (NETTINA, 2016). Figura 10 Ergometria em esteira. 39© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS A ecocardiografia (Figura 11) trata-se de um exame ultrassonográfico não invasivo usado para avaliar a função, a estrutura e, inclusive, as alterações hemodinâmicas do coração (NETTINA, 2016). Figura 11 Ecocardiografia. Já a cateterização cardíaca (Figura 12) é um procedimento diagnóstico invasivo, no qual se introduz um cateter que passa pelos vasos sanguíneos até o coração, de modo a obter dados fisiológicos que orientam um determinado tratamento. Além disso, o exame determina valores hemodinâmicos cardiovasculares, obtém imagens radiológicas das artérias coronárias, das câmaras e da aorta e coleta sangue das várias câmaras cardíacas (NETTINA, 2016). 40 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Figura 12 Cateterismo cardíaco. Outros exames invasivos são os estudos eletrofisiológicos (Figura 13), que constituem um procedimento invasivo complexo, nos quais cateteres flexíveis são introduzidos pela veia femoral, veia subclávia, veia jugular interna ou veia cefálica mediana para avaliar os limiares de despolarização e o intervalo de condução. São indicados em casos de taquicardias sustentadas, efeitos tóxicos de antiarrítmicos, entre outros (NETTINA, 2016). Figura 13 Estudo eletrofisiológico. 41© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Frente aos dados levantados no histórico de enfermagem, podemos identificar os seguintes diagnósticos de enfermagem, segundo a Nanda International (2010): débito cardíaco diminuído, volume excessivo de líquidos, conhecimento deficiente, fadiga e autocontrole ineficaz da saúde (SILVA; CARNEIRO; OGUSUKU, 2012). São alguns exemplos de diagnósticos de enfermagem às principais alterações cardiovasculares (NETTINA, 2016): 1) Débito cardíaco diminuído relacionado a contratilida- de alterada, mudanças estruturais e alterações na fre- quência, ritmo e condução elétrica. 2) Perfusão tissular ineficaz relacionada a fluxo sanguí- neo coronário reduzido, conforme evidenciado pela dor torácica. 3) Excesso de volume de líquidos relacionada à ingesta excessiva de sódio. 4) Dor aguda relacionada a diminuição do fluxo sanguí- neo do miocárdio ou dos vasos periféricos para forne- cer oxigênio aos tecidos. 5) Intolerância à atividade (ou risco de intolerância à ati- vidade) relacionada ao desequilíbrio entre o suprimen- to e a demanda de oxigênio. 6) Ansiedade relacionada à falta de ar, medo da morte. 7) Não aderência ao regime terapêutico relacionada à fal- ta de conhecimento. Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 484), para o diagnóstico de enfermagem "Débito cardíaco diminuído", seguem algumas intervenções de enfermagem: 1) Administração de medicamentos. 42 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS 2) Controle acidobásico. 3) Controle de eletrólitos. 4) Controle de energia. 5) Controle de medicamentos. 6) Controle de vias aéreas. 7) Controle do choque. 8) Controle hidroeletrolítico. 9) Cuidados circulatórios. 10) Cuidados cardíacos. 11) Monitoração: neurológica, hídrica, respiratória, acido- básica, hemodinâmica, de sinais vitais, de eletrólitos. 12) Oxigenoterapia. 13) Terapia por hemodiálise. 14) Ressuscitação cardiopulmonar. Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 522), para o diagnóstico de enfermagem "Perfusão tissular ineficaz", são exemplos de intervenções de Enfermagem: 1) Assistência para parar de fumar. 2) Controle acidobásico. 3) Controle da hipovolemia ou hipervolemia. 4) Controle da sensibilidade periférica. 5) Controle do choque. 6) Controle hidroeletrolítico. 7) Cuidados circulatórios. 8) Cuidados com os pés. 9) Posicionamento. 10) Oxigenoterapia. 43© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS 11) Monitoração das extremidades inferiores. Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 567), para o diagnóstico de enfermagem "Volume de líquidos excessivo", são algumas intervenções de enfermagem: 1) Controle acidobásico. 2) Controle hidroeletrolítico. 3) Monitoração de eletrólitos. 4) Monitoração de sinais vitais. 5) Monitoração hídrica. 6) Punção venosa. 7) Terapia endovenosa. 8) Sondagem vesical. 9) Supervisão da pele. Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 500), para o diagnóstico de enfermagem “Dor aguda”, são exemplos de Intervenções de enfermagem: 1) Administração de analgésicos. 2) Controle da dor. 3) Controle do ambiente: conforto. 4) Redução da ansiedade. Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 511), para o diagnóstico de enfermagem "Intolerância à atividade", seguem as intervenções de enfermagem: 1) Assistência no autocuidado. 2) Controle da dor. 3) Controle de arritmias. 4) Oxigenoterapia. 44 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 522), para o diagnóstico de enfermagem “Ansiedade”, são intervenções de enfermagem: 1) Orientação antecipada. 2) Técnica para acalmar. 3) Controle do ambiente. 4) Ensino: medicamentos prescritos. 5) Monitoração de sinais vitais. 6) Presença. Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 480-481), para o diagnóstico de enfermagem "Conhecimento deficiente", seguem as intervenções de enfermagem: 1) Educação em saúde. 2) Ensino: medicamentos prescritos. 3) Ensino: processo da doença. 4) Modificação de comportamento. 5) Precauções cardíacas. Com tais medidas, espera-se que o cliente melhore ou restabeleça sua condição cardiovascular, no sentido de que mantenha o débito cardíaco, demonstre tolerância à atividade aumentada, relate alívio ou diminuição da dor, mantenha o equilíbrio hídrico, apresente-se menos ansioso, tome decisões em relação ao cuidado e tratamento e apresente aderência ao regime de autocuidado (SMELTZER; BARE, 2014). Você observará emsua prática clínica que nem todas as intervenções de enfermagem serão utilizadas, pois serão elaboradas a partir do histórico e dos diagnósticos de enfermagem levantados. 45© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Algumas atividades de enfermagem são importantes. Por exemplo: lembre-se de promover repouso imediato e evitar situações causadoras de emoção intensa em pacientes com alterações cardiovasculares, para evitar sobrecargas cardíacas. Medidas como elevar a cabeceira do leito e ofertar oxigênio, se apropriado, e com o dispositivo de cateter nasal entre 2-4lt/m são importantes. Ao realizar o ECG, saiba reconhecer e comunicar as principais alterações. É comum a administração de medicamentos endovenosos, e obter, preferencialmente, dois acessos venosos periféricos de grosso calibre poderá ser útil (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016). Acrescenta-se ainda que o controle do volume hídrico é especialmente importante para pacientes com edema, e que o do peso diário deve ser idealmente realizado no mesmo horário e na mesma balança, pela manhã, após micção. Em se tratando de edemas, é importante reconhecer e evitar lesões cutâneas (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016). Com esse pensamento, você deverá analisar cada situação clínica e os achados do histórico de enfermagem ao levantar o(s) diagnóstico(s) de enfermagem e suas intervenções. Com as leituras e o vídeo sugeridos no Tópico 3.2, conheça as principais doenças do sistema cardiovascular. Antes de prosseguir para o próximo assunto, acesse os materiais indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado. 46 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS 2.3. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A ADULTOS E IDOSOS COM ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS Neste tópico sobre as principais alterações hematológicas, faz-se necessário revisar os componentes celulares do sangue (glóbulos vermelhos, eritrócitos ou hemácias, glóbulos brancos e leucócitos, plaquetas ou trombócitos) e o plasma, suas origens e funções para que você aperfeiçoe o entendimento da SAE. Ao iniciar a primeira fase da coleta de dados de enfermagem, são comuns relatos de fraqueza, fadiga, indisposição e palidez de pele e sede intensa, relacionados à diminuição dos componentes celulares do sangue. Dessa forma, para as alterações hematológicas, observe tais sintomas e colete também a história medicamentosa e o uso de álcool (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016). Considerando que alguns tipos de doenças hematológicas podem ser desencadeados pela má nutrição, colete também a história nutricional do indivíduo quanto, por exemplo, ao desejo por alimentos como barro, amido ou gelo (NETTINA, 2016). Avalie a história cardíaca, a presença de sangramentos ou perdas anormais de líquidos, pois podem causar alterações hematológicas. O exame neurológico e cardíaco minucioso complementam tais achados (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016). Os exames comumente envolvidos nas doenças hematológicas são hemograma, esfregaço de sangue periférico, aspiração e biópsia de medula óssea (NETTINA, 2016). Os resultados desses exames serão utilizados no histórico de enfermagem. 47© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS No hemograma (Figura 14), você encontrará a contagem dos componentes sanguíneos na forma absoluta ou percentual, a partir de uma amostra de sangue (NETTINA, 2016). Figura 14 Hemograma. O esfregaço de sangue periférico (Figura 15) verifica o tamanho e o formato do eritrócito (NETTINA, 2016). Figura 15 Esfregaço de sangue periférico. A aspiração e biópsia da medula óssea (Figura 16) estabelece o diagnóstico de distúrbios hematológicos, monitora a evolução da doença e da resposta ao tratamento, bem como estabelece o diagnóstico de tumores e doenças infecciosas (NETTINA, 2016). 48 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Figura 16 Biópsia de medula óssea. Frente aos dados levantados no histórico de enfermagem, podemos identificar os seguintes exemplos de diagnósticos de enfermagem nas alterações hematológicas (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016): 1) Intolerância à atividade, relacionada à diminuição da capacidade do sangue de transportar oxigênio. 2) Perfusão tissular inadequada, relacionada à diminuição da capacidade do sangue de transportar oxigênio. 3) Nutrição desequilibrada: ingestão menor do que as necessidades corporais, relacionada ao aporte inadequado de ferro. 4) Dor aguda, relacionada à perfusão tissular inadequada. 5) Risco de infecção, relacionado à alteração da resposta imune, devido a leucopenia. 6) Risco de sangramento, devido à trombocitopenia. 49© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 511), para o diagnóstico de enfermagem "Intolerância à atividade", seguem alguns exemplos de intervenções de enfermagem: 1) Assistência ao autocuidado. 2) Controle do ambiente. 3) Controle da dor. 4) Controle da nutrição. 5) Oxigenoterapia. Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 522), para o diagnóstico de enfermagem "Perfusão tissular periférica ineficaz", são algumas intervenções de enfermagem: 1) Controle da hipovolemia. 2) Controle da nutrição. 3) Controle da dor. 4) Punção venosa. 5) Punção de vaso: amostra de sangue venoso. 6) Supervisão. 7) Terapia endovenosa. Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 551), para o diagnóstico de enfermagem "Risco de sangramento", seguem as intervenções de enfermagem: 1) Redução do sangramento. 2) Controle da quimioterapia. 3) Identificação de risco. 4) Supervisão. 5) Controle da terapia trombolítica. 6) Prevenção do choque. 50 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 519), para o diagnóstico de enfermagem "Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais", podem ser adotadas as seguintes intervenções de enfermagem: 1) Aconselhamento nutricional. 2) Assistência no autocuidado: alimentação. 3) Monitoração dos sinais vitais. 4) Monitoração nutricional. 5) Planejamento da dieta. 6) Terapia nutricional. 7) Alimentação. 8) Encaminhamento. 9) Interpretação de dados laboratoriais. 10) Terapia endovenosa. 11) Punção venosa. 12) Punção venosa: amostra de sangue venoso. Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 500), para o diagnóstico de enfermagem "Dor aguda", seguem as intervenções de enfermagem: 1) Administração de analgésicos. 2) Administração de medicamentos. 3) Controle da dor. 4) Massagem. 5) Monitoração dos sinais vitais. 6) Oxigenoterapia. 51© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Segundo a NIC (BULECHEK et al., 2016, p. 540), para o diagnóstico de enfermagem "Risco de infecção", as intervenções de enfermagem são as seguintes: 1) Controle da nutrição. 2) Controle de infecção. 3) Cuidados com lesões. 4) Promoção da saúde oral. 5) Proteção contra infecção. 6) Supervisão da pele. 7) Ensino: processo da doença. 8) Monitoração de sinais vitais. Você observará em sua prática clínica que nem todas as intervenções de enfermagem serão utilizadas, pois serão elaboradas a partir do histórico e dos diagnósticos de enfermagem levantados. Porém, considere algumas atividades de enfermagem importantes em pacientes com as alterações hematológicas: avalie a dieta, pois poderá ser necessária a inclusão de alimentos ricos em ferro, ácido fólico, proteínas e vitaminas (se apropriado, encaminhe ao nutricionista); avalie também o nível de fadiga, determinando as atividades causais e ajude o paciente a priorizar atividades, estabelecendo um equilíbrio entre a atividade e o repouso (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016). Caso apresente dispneia, eleve a cabeceira do leito e administre oxigênio suplementar, com destaquepara a monitoração dos sinais vitais e do equilíbrio hídrico. Da mesma forma, avalie e trate a dor, que poderá ser acompanhada de parestesia, desequilíbrio ou alterações sensoriais (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016). 52 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS No sentido de evitar infecções, várias medidas são importantes e auxiliam os pacientes com alterações hematológicas. Por exemplo: proporcione um ambiente protetor, ou seja, quarto privativo, higienização rigorosa das mãos e eliminação de quaisquer contaminantes. Oriente o paciente a também manter uma rigorosa higiene das mãos, corporal, oral e perineal. O consumo de alimentos crus ou pouco cozidos, ambientes aglomerados e com pessoas com doenças devem ser evitados. A temperatura corporal deve ser especialmente monitorada e se deve notificar o médico, caso apresente-se T≥38,3 ˚C. Minimize procedimentos invasivos ou possíveis traumatismos da pele ou das mucosas e obtenha cultura dos locais ou líquidos corporais com suspeita de infecções (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016). Quanto ao possível risco de sangramentos, oriente o paciente a usar escova de dentes com cerdas macias, quantificar o número de absorventes durante a menstruação, controlar o sangramento com compressas geladas, utilizar barbeador elétrico e manter unhas das mãos sempre aparadas, pois tais medidas evitam lesões e sangramentos. Nas Unidades de Clínica Médica, evitam-se injeções intramusculares nesses pacientes e é comum a reposição de hemoderivados, conforme prescrito (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016). Dantas e Dantas (2012) mencionam que parte das doenças hematológicas apresenta caráter crônico, progressão lenta e origem hereditária, enquanto outras se desenvolvem em decorrência de fatores ambientais e nutricionais. Afirmam ainda que a gravidade das doenças hematológicas exige ação imediata dos profissionais. 53© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Com as leituras e o vídeo sugeridos no Tópico 3.3, conheça as principais doenças e condições do sistema hematológico. Antes de prosseguir para o próximo assunto, acesse os materiais indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado. A terapia transfusional ou a administração de sangue total e hemoderivados é comumente utilizada em pacientes com doenças hematológicas, quando outras tentativas para manter as funções dos componentes celulares falharam (NETTINA, 2016). Pela especificidade de atuação da equipe de enfermagem nas terapias transfusionais, esse tema será abordado com maiores detalhes. A administração de sangue total e hemoderivados (mais comumente hemácias, plasma, plaquetas, crioprecipitado, produtos plasmáticos fracionados e albumina) tem a finalidade de suprir as necessidades desempenhadas pelos componentes celulares no sentido de aumentar a quantidade de oxigênio fornecida aos tecidos e órgãos, prevenir ou interromper o sangramento e conter infecções. Porém, só devem ser administrados com consentimento formal de quem os recebe e com procedimentos cuidadosos de identificação, pois as consequências podem ser fatais pela incompatibilidade dos tipos sanguíneos, além da transmissão de doenças infecciosas (NETTINA, 2016). Há três opções de transfusões sanguíneas: autóloga, homóloga e direcionada. A transfusão autóloga se dá quando o próprio cliente doa sangue para sua cirurgia pré-agendada com a vantagem de eliminar riscos de aloimunização, ou seja, 54 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS a formação de anticorpos quando há exposição a antígenos que não são próprios, de reações transfusionais e de transmissão de doenças. A transfusão homóloga necessita de doadores voluntários, que são submetidos a critérios de elegibilidade para proteger doador e receptor, uma vez que há riscos de aloimunização, de reações transfusionais e de transmissão de doenças; nesse tipo de transfusão, os componentes sanguíneos são distribuídos de modo aleatório. Já na transfusão direcionada, alguém doa os hemoderivados para um receptor específico e não há evidências de que a adoção direcionada possa reduzir os riscos de transfusão (NETTINA, 2016). As reações transfusionais poderão ser agudas ou crônicas, sendo que as reações agudas podem ocorrer durante a infusão ou em minutos ou horas após a infusão e são caracterizadas por reações alérgica, febril não hemolítica, sépticas, hemolítica e sobrecarga circulatória. Caso ocorram, a transfusão deve ser suspensa até que a causa seja determinada e o médico, notificado. As reações crônicas podem ocorrer em dias ou até anos após a transfusão e seu diagnóstico é complicado devido ao longo período. É caracterizada por reação hemolítica tardia, sobrecarga de ferro e infecções virais. Frente aos riscos e reações transfusionais, para a equipe de enfermagem fica o entendimento de que a administração de sangue total e hemoderivados exige minuciosa atenção. A seguir, estão listadas as etapas recomendadas com vistas a evitar erros de administração (SMELTZER; BARE, 2014; NETTINA, 2016): 1) Confirmar se a transfusão foi prescrita. 2) Realizar prova de compatibilidade, exceto para as soli- citações de extrema urgência. 3) Confirmar assinatura do formulário do consentimento. 55© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS 4) Verificar sinais vitais antes da administração. 5) Fazer dupla checagem com outro enfermeiro ou mé- dico para certificar-se de que número, tipo do rótulo e identificação do paciente (dupla checagem quanto ao nome da prescrição e da pulseira de identificação) es- tão corretos e de que a validade do produto está den- tro do limite. 6) Retirar da refrigeração e aguardar 30 minutos para iní- cio da infusão. 7) Puncionar uma veia calibrosa exclusiva para a adminis- tração de sangue e hemoderivados (NETTINA, 2016). 8) Observar cuidadosamente a infusão nos primeiros 15- 30 minutos para sinais de reação (prurido, urticária, edema, falta de ar, calafrios e febre). 9) Atentar para o tempo da administração: ela ocorrerá em torno de 90-120 minutos. Em pediatria, a velocida- de será de 2 a 5ml/kg por hora (NETTINA, 2016). 10) Observar o tempo de infusão total de até 4 horas. 11) Registrar o procedimento quanto a: hora e nomes dos funcionários que iniciaram e terminaram a transfusão, nome dos funcionários que verificaram a identidade do cliente, número exclusivo de identificação do pro- duto, produto e volume infundidos, resposta imediata (por exemplo, nenhuma resposta aparente) (NETTINA, 2016). Para infusões que necessitem de velocidades maiores, filtro de poros pequenos para remover microagregados, como leucócitos e plaquetas, poderá ser útil. Há aquecedores de sangue específicos para evitar hipotermia e arritmias de infusões rápidas. A utilização de bomba de infusão que não seja específica 56 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS poderá causar hemólise e prejudicar a finalidade da terapia. E a cada transfusão deve ser utilizado um equipo novo. Com esse pensamento, você deverá analisar cada situação clínica e os achados do histórico de enfermagem ao levantar o(s) diagnóstico(s) de enfermagem e suas intervenções. 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador é a condição necessária e indispensável para você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade. 3.1. ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS As doenças respiratórias prevalentes destacadas a seguir são responsáveis por levar grande parte dos adultos e idosos à internação nas Unidades de Clínica Médica. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC "é uma entidade clínica que se caracteriza pela presença de obstrução crônica ao fluxo aéreo que não é totalmente irreversível" (GAZZANA et al., 2013, p. 780). A asma é uma doençacrônica das vias aéreas caracterizada por obstrução ao fluxo aéreo, causada por inflamação e aumento da reatividade das vias aéreas, porém a doença é reversível tanto espontaneamente quanto com tratamento (GAZZANA et al., 2013). Já a pneumonia caracteriza- se pela presença de secreção respiratória purulenta, febre (>38 ˚C), leucocitose ou leucopenia e infiltrado pulmonar novo na radiografia de tórax (GAZZANA et al., 2013). Muitas doenças ou condições alteradas no pulmão podem levar às alterações da pressão no espaço pleural. 57© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Nessa perspectiva, os textos a seguir apresentam aspectos que envolvem as manifestações clínicas, seu tratamento e o vídeo mostra o procedimento médico de drenagem de tórax. • SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. 2001. Disponível em: <https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/ doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2018. • SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Pneumonia Adquirida na Comunidade (Pac) em adultos imunocompetentes. 2001. Disponível em: <https://diretrizes.amb.org. br/_BibliotecaAntiga/pneumonias-adquiridas-na- comunidade-(pac)-em-adultos-imunocompetentes. pdf>. Acesso em: 25 abr. 2018. • SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Diagnóstico e tratamento da asma brônquica. 2001. Disponível em: <https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/ diagnostico-e-tratamento-da-asma-bronquica.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2018. • INSTITUTO TERZIUS. Drenagem de tórax. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=EUJ5VnABDzE>. Acesso em: 17 jul. 2017. • CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. Boas práticas – Dreno de tórax. São Paulo, 2011. 58 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Disponível em: <http://abcobsc.com/wp-content/ uploads/2017/04/dreno-de-torax.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2018. 3.2. ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES As doenças cardiovasculares relacionadas a seguir são responsáveis por levar grande parte dos adultos e idosos à internação nas Unidades de Clínica Médica. Grande parte delas está relacionada a estilos de vida não saudáveis e é passível de prevenção, tais como a hipertensão arterial e hiperlipidemias. As arritmias são reveladas no resultado do ECG e são categorizadas em diversas formas. A insuficiência cardíaca pode ser aguda ou crônica, caracterizada pela incapacidade do coração de desempenhar sua função, o que leva a várias complicações. E as doenças relacionadas às artérias coronárias podem levar a angina e infarto do miocárdio. Nessa perspectiva, os textos a seguir apresentam aspectos que envolvem as manifestações clínicas e seu tratamento e o vídeo mostra o procedimento médico de angioplastia coronária percutânea. • SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Diretriz de Doença Coronária Estável. Arqu. Bras. Cardiol., v. 103, n. 2, supl. 2, ago. 2014. Disponível em: <http://www. scielo.br/pdf/abc/v103n2s2/pt_0066-782X-abc-103- 02-s2-0001.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2017. • SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Atualização da diretriz brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica – 2012. Arqu. Bras. Cardiol., v. 98, n. 1, supl. 1, jan. 2012. Disponível em: <http://publicacoes.cardiol.br/ 59© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS consenso/2012/Diretriz%20IC%20Cr%C3%B4nica.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2017. • SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Diretrizes para avaliação e tratamento de pacientes com arritmias cardíacas. Arqu. Bras. Cardiol., v. 79, supl. 5, 2002. Disponível em: <http://publicacoes.cardiol.br/ consenso/2002/7906/Arritmias.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2017. • SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E DE CIRURGIA VASCULAR. SBACV. Projeto Diretrizes SBACV. Trombose venosa profunda: diagnóstico de tratamento. 2015. Disponível em: <http://www.sbacv.org.br/lib/media/ pdf/diretrizes/trombose-venosa-profunda.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2017. • NUCLEUS MEDICAL MEDIA. Angioplastia coronariana. 2011. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=z5kpgITHPRI>. Acesso em: 19 jul. 2017. 3.3. ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS As principais alterações hematológicas são da série vermelha (anemias), da série branca (leucocitose, neutrofilia e neutropenia, linfocitose e linfopenia, leucemias), das plaquetas (trombofilias) e das três séries – pancitopenia (púrpura trombocitopênica trombótica) (BRUN; CAPRA; STEFANI, 2013). Nessa perspectiva, os textos a seguir apresentam aspectos que envolvem as manifestações clínicas dessas alterações e seu tratamento e o vídeo ilustra a doação de sangue. • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas em 60 © ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS Oncologia. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ protocolos_clinicos_diretrizes_terapeuticas_oncologia. pdf>. Acesso em: 19 jul. 2017. • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HEMATOLOGIA, HEMOTERAPIA E TERAPIA CELULAR. Anemia não é normal em nenhuma faixa etária. 2016. Disponível em: <http://www.abhh.org.br/noticia/anemia-nao-e- normal-em-nenhuma-faixa-etaria/>. Acesso em: 19 jul. 2017. • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. Manual de tratamento das coagulopatias hereditárias. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/06_1132_M.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2017. • TV NBR. Novas regras para doação e transfusão de sangue. 2011. Disponível em: <https://www.youtube. com/watch?v=wqVWPmBc8Cs>. Acesso em: 19 jul. 2017. 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas. 1) A enfermeira foi chamada para avaliar um paciente que se apresenta deitado no leito, com taquidispneia, saturação de oxigênio de 90%, agitação e respiração em ar ambiente. Qual ação não invasiva prioritária auxiliaria esse paciente a melhorar sua ventilação? 61© ENFERMAGEM CLÍNICA UNIDADE 1 – ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS, CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICAS a) Oxigenoterapia. b) Elevar a cabeceira do leito a 90˚. c) Coletar amostras de sangue arterial. d) Avaliar sinais vitais. 2) Qual o nome dado ao sinal caracterizado por a pessoa cerrar os punhos contra o tórax, ao sentir desconforto torácico forte e que está associado a alterações cardiovasculares? a) Sinal de Murphy. b) Sinal de Apgar. c) Sinal de Levine. d) Sinal vital. 3) Relacione as colunas quanto aos exames para as alterações cardiovascula- res e suas definições: a) Prova de esteira. ( ) exame ultrassonográfico não invasivo usado para avaliar função, estrutura e, inclusive, alterações hemodinâmicas do coração. b) Ecocardiograma. ( ) procedimento diagnóstico invasivo, no qual se introduz um cateter que passa pelos vasos sanguíneos até o coração, de modo a obter dados fisiológicos que orientam um determinado tratamento. c) Cateterização cardíaca. ( ) procedimento invasivo complexo, nos quais cateteres flexíveis são introduzidos por veia femoral, veia subclávia, veia jugular interna ou veia cefálica mediana para avaliar os limiares de despolarização e o intervalo de condução. d) Estudos eletrofisiológicos ( ) São maneiras não invasivas de avaliar a resposta do sistema cardiovascular ao estresse, quando, por exemplo, o paciente apresenta
Compartilhar