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INTRODUÇÃO
Olá, estudante! A assistência de enfermagem a pacientes com distúrbios neurológicos e cardiovasculares é
essencial para o seu bem-estar e os cuidados com a sua saúde. Para fornecer um cuidado adequado,
planejado e organizado, o enfermeiro deve ter conhecimento acerca de cada distúrbio e suas características,
logo, nesta aula, você aprenderá o conceito, �siopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e
assistência de enfermagem a pacientes com Esclerose Lateral Amiotró�ca (ELA), Síndrome de Guillain-Barré
e Miastenia Gravis. Com esse aprendizado, você desenvolverá habilidades e um pensamento crítico
fundamentais a um atendimento e�ciente, considerando o contexto e as particularidades de cada caso. 
Vamos aprender um pouco mais?
Aula 1
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM
DOENÇAS NEUROMUSCULARES
Conhecer a estrutura morfofuncional dos sistemas urinário, digestório, endócrino, nervoso,
cardiovascular, respiratório, tegumentar, locomotor e reprodutor masculino e feminino,
estimulando a re�exão sobre os processos �siopatológicos.
25 minutos
DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS E
CARDIOVASCULARES
 Aula 1 - Assistência de enfermagem ao paciente com doenças
neuromusculares
 Aula 2 - Insu�ciência cardíaca 
 Aula 3 - Assistência de enfermagem ao paciente com
insu�ciência cardíaca 
 Aula 4 - Assistência de enfermagem ao paciente com problemas
de circulação periférica
 Aula 5 - Revisão da unidade
 Referências
149 minutos
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DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS E SEUS SINTOMAS
Distúrbios neurológicos são condições caracterizadas por alguma anormalidade no cérebro, medula
espinhal, nervos ou terminações nervosas. Existem diversos exemplos desses distúrbios que, geralmente,
acarretam condições que impactam diretamente a rotina e a qualidade de vida dos pacientes acometidos,
resultando, usualmente, em alterações na capacidade motora, cognição e comportamento (Monsalve, 2022).
Um exemplo é a Esclerose Lateral Amiotró�ca (ELA), que se trata de uma doença caracterizada pela
progressão degenerativa dos neurônios motores superiores (NMS) e neurônios motores inferiores (NMI). A
degeneração dos NMS causa espasticidade, falta de jeito ou alterações motoras �nas nas mãos e re�exos
rápidos; já a degeneração dos NMI causa fraqueza muscular, atro�a, cãibras e fasciculações.
Os sintomas, geralmente, passam a aparecer após os 50 anos, como a perda gradual de força e
coordenação muscular, incapacidade de realizar tarefas rotineiras e di�culdades para respirar e engolir. Ela
possui prevalência de 5 a 7 a cada 100.000 pessoas, e apesar de a capacidade intelectual permanecer
preservada na doença, sua progressão é rápida, causando óbito em cerca de 5 anos. As causas da ELA ainda
são desconhecidas, embora haja correlação com mutações e anomalias genéticas, desequilíbrio químico no
cérebro, doenças autoimunes e mau uso de proteínas (Leite, 2017).
Outro exemplo de distúrbio neurológico é a síndrome de Guillain-Barré, caracterizada por ser uma doença
autoimune em que o sistema imunológico do próprio corpo ataca parte do sistema nervoso. Nela, acontece
a in�amação aguda de nervos e raízes nervosas devido à perda da bainha de mielina e dos re�exos
tendinosos, o que interfere na condução do estímulo nervoso até os músculos. Seus sintomas se iniciam na
fase adulta, na maioria dos pacientes, e podem variar de acordo com o grau de agressividade da doença,
sendo que, geralmente, o primeiro sintoma é a fraqueza progressiva, que começa como uma sensação de
dormência ou queimação nos membros inferiores e, depois, progride para tronco, braços, cabeça e pescoço.
Outros sintomas associados são a dor neuropática lombar e nas pernas, sonolência, confusão mental, perda
da coordenação muscular, tremores e redução ou perda do tono muscular. A incidência anual da síndrome
de Guillain-Barré é de 1 a 4 casos a cada 100.000 habitantes e sua causa não é completamente conhecida,
mas possui relação com doenças virais ou bacterianas adquiridas pelos pacientes previamente, gerando
uma resposta imunológica mais intensa do que o necessário, em que o sistema de defesa do organismo
ataca, além do agente infeccioso, a bainha de mielina que reveste os nervos periféricos (Oliveira, 2021).
A Miastenia Gravis também é uma doença autoimune caracterizada pela fraqueza muscular, mas, nesse
caso, é decorrente de distúrbios na transmissão do impulso nervoso na junção entre nervos e músculos
causados pelo ataque do sistema imunológico a essas conexões. O impacto na transmissão dos impulsos
nervosos causa o enfraquecimento dos músculos, e as musculaturas mais afetadas, geralmente, são
pálpebras e músculos relacionados aos olhos, musculatura mastigatória, respiratória e de braços e pernas.
Essa fraqueza acarreta sintomas como ptose palpebral (pálpebras caídas), fadiga e di�culdades na
mastigação e respiração. Sua prevalência é de 100 a 200 casos por milhão de habitantes, mais frequente em
mulheres entre 20 e 35 anos, e em homens em torno dos 70 anos. Suas causas não são conhecidas, mas
existem relações entre a Miastenia Gravis e tumores do timo, uma glândula ligada ao sistema imunológico e
que produz anticorpos. Pode também ser adquirida por herança genética em sua forma congênita
(Estephan, 2022).
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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTOS DE DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS 
Como distúrbios neurológicos apresentam alguns sintomas similares, é muito importante que o diagnóstico
seja preciso, a �m de que o tratamento e os cuidados com o paciente sejam adequados. Análise clínica e
exame físico são os principais meios de se chegar ao diagnóstico, logo, deve-se sempre estar atento ao
histórico do paciente, aos seus sintomas e manifestações clínicas, às suas particularidades, contexto de
saúde e tudo que a envolve (Farias, 2022).
No caso da ELA, por exemplo, os sinais e sintomas mais comumente identi�cados na avaliação do paciente
são a fraqueza muscular progressiva, tremores, espasmos, re�exos alterados, contrações musculares e
atro�a muscular. A principal análise clínica de diagnóstico de ELA é a eletroneuromiogra�a, que identi�ca
lesões no sistema nervoso e sua �siopatologia por meio de correntes elétricas e estímulos com agulhas
descartáveis, mas também são importantes para o diagnóstico o teste respiratório, para avaliar a
musculatura do local, os testes genético e de deglutição e a punção lombar. Outros exames devem ser
solicitados para descartar outras doenças possíveis, como exames de sangue, tomogra�a computadorizada
e ressonância magnética (Monsalve, 2022).
A cura para ELA ainda não foi descoberta; seu tratamento tem como objetivo o controle dos sintomas e a
melhora da qualidade de vida e autonomia do paciente, prevenindo complicações e facilitando o convívio
com a doença. Existem medicamentos que reduzem a velocidade de progressão da ELA, retardando sua
perda funcional, o que pode prolongar a vida do portador, e é muito importante que seu tratamento envolva
uma equipe multidisciplinar, para que todos os âmbitos afetados sejam cuidados (Leite, 2017).
No caso da doença de Guillain-Barré, a eletroneuromiogra�a também é um dos principais métodos de
diagnóstico; além dela, também é realizada a análise laboratorial do líquido cefalorraquidiano, em busca de
uma dissociação proteína-citológica. Um histórico clínico bem realizado e o descarte de outras doenças
autoimunes são especialmente importantes, pois a eletroneuromiogra�a e a análise do líquido
cefalorraquidiano podem não apresentar alterações em alguns pacientes (Oliveira, 2021).
O tratamento adequado para casos de Guillain-Barré, por sua vez, envolve a plasmaferese — técnica que
permite �ltrar o plasma do sangue do paciente —, e a administração intravenosa de imunoglobulina
também é um importante tratamento, que tem como objetivo impedir a ação deletéria dos anticorpos
agressores. A �sioterapia é um diferencial para a preservação dos movimentos do paciente, evidenciando,novamente, a importância de uma equipe multipro�ssional nos cuidados (Castro, 2021).
No diagnóstico da Miastenia Gravis, são utilizados, além da história clínica, a eletroneuromiogra�a e os
exames de sangue. A eletroneuromiogra�a nos mostra a condução dos sinais elétricos, já os exames de
sangue investigam a presença de alguns tipos de anticorpos especí�cos que estão presentes na maioria dos
casos. A investigação de um tumor no timo é realizada por meio de tomogra�a computadorizada, assim
como a ressonância magnética, para se descartar outras doenças.
O tratamento medicamentoso para Miastenia Gravis tem como objetivo melhorar a condução dos sinais
nervosos na junção neuromuscular e diminuir a produção de anticorpos; no caso de tumor no timo,
também é realizada cirurgia para remoção do órgão. Existem algumas condições que podem piorar os
quadros de Miastenia Gravis, logo, os pacientes devem se atentar para prevenção da gripe e buscar
aconselhamento com especialistas em caso de gravidez (Estephan, 2022).
OS CUIDADOS COM PACIENTES COM DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS
Distúrbios neurológicos impactam a vida das pessoas portadoras em vários âmbitos, como na mobilidade,
na capacidade de realizar tarefas, na nutrição, na saúde mental ou nas interações sociais.
Considerando o risco de qualidade de vida prejudicada de pacientes com distúrbios neurológicos, o
tratamento com equipe multipro�ssional é indispensável. A enfermagem é uma das pro�ssões essenciais no
cuidado e bem-estar desses pacientes, impactando signi�cativamente o tratamento e reduzindo os
agravamentos e impactos dessas doenças na vida de quem a possui. Sua atuação deve acontecer em todas
as diferentes necessidades de saúde e está relacionada à promoção da saúde e à recuperação da qualidade
de vida das pessoas acometidas por distúrbios neurológicos. O incentivo à autonomia do paciente, a ajuda
da família e a empatia devem nortear o cuidado prestado (Bittencourt, 2015).
O cuidado de enfermagem a pacientes portadores de distúrbios neurológicos deve ser baseado na
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e suas etapas: histórico de enfermagem, diagnóstico de
enfermagem, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação. O histórico de enfermagem, em
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que constam informações relevantes, como histórico familiar e pessoal de doenças, principais sintomas,
data de início e demais condições �siológicas e psicossociais, deve auxiliar no direcionamento do cuidado. A
partir das informações coletadas, realiza-se diagnósticos de enfermagem baseados em taxonomias
especí�cas que guiarão as tomadas de decisão. No caso de pacientes com distúrbios neurológicos, é comum
aparecerem diagnósticos relacionados à atividade, repouso, nutrição, cognição, autopercepção e segurança
(Castro, 2021).
No planejamento de enfermagem, a partir do histórico e de diagnósticos, são elencadas as ações
necessárias para se obter os resultados esperados do cuidado com o paciente, e as ações e intervenções
serão realizadas na etapa da implementação. No caso de pacientes portadores de distúrbios neurológicos,
os cuidados, geralmente, estão associados à orientação do paciente e da família a respeito da doença,
monitorização de sinais vitais e de sintomas neurológicos, administração de medicamentos, assistência no
autocuidado, alimentação, higiene, comunicação e apoio emocional. Em casos mais graves, o paciente pode
necessitar de cuidados mais intensivos, relacionados à imobilidade, intubação e sedação, como a
monitorização de ventilação mecânica e a prevenção de lesão por pressão; aliás, toda a fase de intervenção
deve ser debatida com outros pro�ssionais envolvidos no cuidado, como �sioterapeutas, psicólogos,
médicos e fonoaudiólogos. A família do paciente também deve ser sempre orientada e incluída no cuidado
(Weizemann, 2022).
En�m, a etapa de avaliação envolve o registro de dados e a evolução do paciente, a �m de se veri�car se o
resultado esperado foi alcançado e realizar mudanças e adaptações caso sejam necessárias (Castro, 2021).
Todas as etapas da SAE e o cuidado fornecido devem considerar o contexto e a particularidade de cada
paciente, pois suas necessidades podem variar de caso para caso, a depender da gravidade, do tempo de
início dos sintomas, da presença ou não de rede de apoio e de aspectos de saúde mental da pessoa
portadora de distúrbios neurológicos (Faria, 2022).
VIDEO RESUMO
Olá, estudante! Nesta aula, você aprendeu um pouco sobre alguns distúrbios neurológicos, suas causas,
sintomas, diagnósticos e tratamentos, bem como entendeu a importância da enfermagem como parte da
equipe multipro�ssional no cuidado e na qualidade de vida dos pacientes portadores desses distúrbios,
considerando a individualidade e o contexto de cada caso.
Frente a isso, convidamos você a assistir ao vídeo resumo da aula, em que abordamos os distúrbios de
forma mais lúdica e explicativa.
Bons estudos !
 Saiba mais
O paciente com distúrbios neurológicos demanda cuidados especí�cos que devem ser baseados na
Sistematização da Assistência de Enfermagem. O capítulo 9 do livro Assistência de enfermagem aos
pacientes com doença neurológica traz recomendações e detalhes sobre a Sistematização, bem
como aprofunda o conhecimento de suas etapas.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! 
A insu�ciência cardíaca é um distúrbio cardiovascular que demanda conhecimento e técnica. Nesta aula,
você aprenderá os tipos de insu�ciência cardíaca, suas causas, �siopatologia, manifestações clínicas,
sintomas e tratamento. O conteúdo apresentado permitirá que você desenvolva habilidades e pensamento
crítico para atender e fornecer um cuidado e�ciente, considerando o contexto e a gravidade de cada caso,
Aula 2
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
Nesta aula, você aprenderá os tipos de insu�ciência cardíaca, suas causas, �siopatologia,
manifestações clínicas, sintomas e tratamento.
27 minutos
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https://atenaeditora.com.br/catalogo/ebook/assistencia-de-enfermagem-aos-pacientes-com-doenca-neurologica
https://atenaeditora.com.br/catalogo/ebook/assistencia-de-enfermagem-aos-pacientes-com-doenca-neurologica
levando em consideração a particularidade de cada paciente. Esses conhecimentos são essenciais para a
tomada de decisão referente ao cuidado com pacientes que têm essa condição, buscando melhorar sua
qualidade de vida, recuperar e preservar sua saúde.
Vamos aprender um pouco mais?
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Distúrbios cardiovasculares são doenças ou síndromes relacionadas com a anatomia ou o funcionamento
do coração, veias e artérias, impactando o seu correto funcionamento, que visa a transportar sangue rico
em oxigênio para todo o corpo. A insu�ciência cardíaca é um exemplo de distúrbio cardiovascular; ela
acontece quando o coração não realiza sua contração ou seu relaxamento de forma e�caz, levando-o a não
cumprir sua função de bombeamento do sangue de forma adequada a atender às necessidades do corpo
(Marcondes-Braga, 2021).
A insu�ciência cardíaca pode acontecer em qualquer idade, mas é mais comum em idosos, devido a maior
chance de outras morbidades estarem associadas. Além disso, ela está entre as maiores causas de
hospitalização e óbitos no Brasil, o que a torna um problema de saúde pública que requer bastante atenção
e foco na conscientização e prevenção. Suas manifestações clínicas, sintomas, diagnóstico e tratamento
dependerão do tipo de insu�ciência cardíaca (Marcondes-Braga, 2021).
Suas causas podem estar relacionadas ao próprio sistema cardiovascular, a distúrbios em outros sistemas
do corpo e que afetam o coração de forma indireta ou a uma combinação de fatores. A doença arterial
coronariana, caracterizada pelo estreitamento dos vasos sanguíneos, é uma causa comum ligada ao sistema
cardiovascular, assim como a miocardite, que é a in�amação do tecido muscular do coração. Portadores de
Doença de Chagas também costumam desenvolver insu�ciência cardíaca, devido ao aumento do tamanho
docoração, e as valvulopatias, doenças que afetam o funcionamento adequado das válvulas do coração,
também são causas da insu�ciência cardíaca ligadas diretamente ao sistema vascular.
Distúrbios genéticos, medicamentos e toxinas também podem dani�car o músculo cardíaco e impactar o
funcionamento do coração. Entre as principais causas da insu�ciência cardíaca não ligadas ao sistema
cardiovascular estão o tratamento inadequado à hipertensão arterial, diabetes e obesidade, que, com o
tempo, dani�cam o tecido muscular do coração (Paz, 2019).
O organismo, como resposta à insu�ciência cardíaca, possui alguns mecanismos de compensação, que
podem ser hormonais, como a liberação de adrenalina e noradrenalina, na tentativa de acelerar e energizar
o bombeamento e a quantidade de sangue, porém, em pessoas com o coração já dani�cado, esse
mecanismo pode piorar a situação, acelerando a sua deterioração.
Outro tipo de mecanismo compensatório são as respostas renais, relacionadas ao aumento de sal e água
retidos pelos rins para se aumentar o volume de sangue e manter a pressão sanguínea. Esse aumento
também acarreta o aumento das câmaras do coração, o que também é prejudicial ao órgão a longo prazo;
aliás, o espessamento das paredes musculares dos ventrículos é outro mecanismo de compensação à
insu�ciência cardíaca, ocorrendo devido ao esforço exigido do coração. Inicialmente, esse aumento permite
que mais sangue entre no coração, mas, com o tempo, o órgão se enrijece cada vez mais e as válvulas
acabam se abrindo, agravando a insu�ciência cardíaca (Cavalcanti, 2014).
TIPOS E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Os tipos de insu�ciência cardíaca podem ser classi�cados de diversas formas: anatômica, funcional ou de
acordo com o débito cardíaco, e essa classi�cação é de extrema importância para que o tratamento correto
seja aplicado (Paz, 2019).
Classi�cação anatômica:
•  Insu�ciência cardíaca esquerda: trata-se do caso mais comum e está ligada, geralmente, à insu�ciência
ventricular esquerda e à di�culdade de contrair e relaxar.
•  Insu�ciência cardíaca direita: ligada à insu�ciência ventricular direita, geralmente, como consequência da
insu�ciência esquerda ou de hipertensão/tromboembolismo pulmonar.
•  Insu�ciência cardíaca congestiva/biventricular: insu�ciência dos dois lados, geralmente, iniciada do lado
esquerdo, evoluindo para o direito.
Classi�cação funcional:
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•  Insu�ciência cardíaca sistólica: acontece devido à di�culdade de contração do miocárdio e ejeção ine�caz
do sangue, relacionada a doenças cardiovasculares.
•  Insu�ciência cardíaca diastólica: acontece devido ao relaxamento ine�caz do miocárdio e enchimento
ine�caz do coração, estando relacionada a doenças cardiovasculares.
Classi�cação de acordo com o débito cardíaco:
•  Insu�ciência cardíaca de alto débito: relacionada ao aumento do trabalho cardíaco por tentativa de suprir
alguma demanda metabólica, como na anemia grave, cirrose e sepse.
•  Insu�ciência cardíaca de baixo débito: relacionada à disfunção cardíaca sistólica, quando o coração não
bombeia o sangue de forma adequada.
Os sintomas da insu�ciência cardíaca aparecem de forma gradual na maioria dos pacientes e, geralmente,
demoram a aparecer. Os mais comuns são falta de ar, fadiga, acúmulo de líquidos (edema) nos membros
inferiores e abdome, incapacidade de realizar atividades que exijam esforço e tosse, principalmente à noite.
A gravidade da insu�ciência é de�nida com base em quão bem a pessoa é capaz de realizar atividades
cotidianas (Paz, 2019).
O diagnóstico de insu�ciência cardíaca é realizado com base na história clínica do paciente e achados no
exame físico. O paciente, normalmente, apresenta pulsação fraca, redução da pressão arterial, ausculta
cardíaca anormal, acúmulo de líquido nos pulmões, crescimento cardíaco, veias jugulares inchadas,
aumento do fígado e edema em membros inferiores e abdome; diante disso, exames de sangue,
eletrocardiograma, radiogra�a de tórax e ecocardiograma são exames realizados para fechar o diagnóstico,
o tipo e a causa da insu�ciência cardíaca (Marcondes-Braga, 2021).
A insu�ciência cardíaca é crônica na maioria dos pacientes, portanto, não possui cura. Seu tratamento
depende da história clínica de cada paciente e está vinculado a mudanças no estilo de vida, tratamento da
causa, medicamentos, suporte mecânico circulatório e transplante cardíaco. A realização de atividades leves,
dieta saudável e com pouco sódio, abolição ou minimização do tabagismo e consumo de álcool costumam
ser hábitos que auxiliam no dia a dia da pessoa com insu�ciência cardíaca, aliviando sintomas e
minimizando riscos. Os medicamentos têm como função minimizar os sintomas e aumentar a sobrevida do
paciente, e o tipo depende da classi�cação da insu�ciência (Gomes, 2015).
A prevenção da insu�ciência cardíaca está ligada à redução dos fatores de risco cardiovasculares, como
tabagismo, sedentarismo e ingestão de álcool. Tratamento adequado para outras condições cardíacas
também é fundamental para a prevenção da insu�ciência cardíaca, como hipertensão arterial e diabetes;
além disso, consultas e acompanhamento regular em serviços de saúde também são importantes para um
diagnóstico precoce (Cavalcanti, 2014).
CUIDADOS COM O PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Considerando que a insu�ciência cardíaca é uma condição que impacta diretamente a vida do paciente, suas
atividades diárias, vida social e até saúde mental, fornecer um cuidado adequado ainda que não tenha a
cura como objetivo é extremamente importante. O alívio dos sintomas, aumento da sobrevida, prevenção
de agravos e melhoria do estado funcional contribuem signi�cativamente para a qualidade de vida da
pessoa portadora de insu�ciência cardíaca. Todo esse processo deve considerar as particularidades do
paciente, seu contexto de doença, social e psicológico, já que o plano de cuidados depende de diversos
fatores para ser e�ciente. Uma equipe multipro�ssional atuando também garante que o atendimento seja
mais especí�co e leve em consideração a diversos âmbitos relacionados à saúde e à recuperação do
paciente (Paz, 2019).
Inicialmente, um histórico completo é essencial para se estabelecer caminhos e prioridades. Queixa
principal, história da doença atual, sintomas apresentados, histórico familiar e pessoal de saúde,
medicamentos em uso, exames anteriores e hábitos pessoais, principalmente em relação à alimentação, a
exercícios físicos, tabagismo e consumo de álcool, são bons parâmetros de início. Um exame físico
minucioso com foco no sistema cardiovascular aponta sinais de gravidade e prioridades, logo, deve-se dar
atenção especial à capacidade de locomoção e realização de atividades, coloração e temperatura da pele,
ausculta cardíaca e pulmonar, pressão arterial, pulso e presença de edemas, especialmente em membros
inferiores e abdome (Cavalcanti, 2014).
Os principais diagnósticos de enfermagem presentes em pacientes com insu�ciência cardíaca estão
relacionados ao débito cardíaco, volume de líquidos, atividade, integridade da pele, troca de gases
prejudicada e conhecimento de�ciente, e esses diagnósticos devem ser elencados após toda a coleta de
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histórico e exame físico do paciente, norteando os cuidados oferecidos (Cavalcanti, 2014).
O paciente nessas condições deve sempre ser orientado sobre sua condição e tratamento, assim como sua
família e rede de apoio. Um conhecimento adequado sobre seu estado de saúde, hábitos adequados e
prejudiciais, bem como a correta realização do tratamento indicado aumenta as chances de melhora na
qualidade de vida. Além disso, a monitorização contínua de sinais vitais, sintomas e manifestações clínicas
também nos permite observar sinais de melhora ou piora no quadro do paciente e sua resposta ao
tratamento, e essa monitorização deve focar, especialmente, o sistema cardiovascular, a retenção de
líquidos e a realização de atividades.
O debatecom outros membros da equipe pro�ssional de�nirá o tratamento medicamentoso e não
medicamentoso recomendado para o paciente, bem como seu limite de realização de atividades, dieta e
restrição líquida. Manter um ambiente confortável, seguro e prover apoio emocional também são ações
bené�cas para o paciente e sua rede de apoio, bem como registrar os dados para observar a sua evolução e
promover possíveis ajustes no plano de cuidados (Gomes, 2015).
A insu�ciência cardíaca, apesar de comum e grave, pode ter seus riscos minimizados e não comprometer a
vida do paciente em termos graves e signi�cativos. Para que isso aconteça, é fundamental que os
pro�ssionais de saúde tenham total conhecimento da condição, da �siopatologia, dos riscos, da prevenção e
do tratamento, de acordo com o tipo e gravidade do quadro (Gomes, 2015).
VÍDEO RESUMO
Olá, estudante!
Nesta aula, você pôde entender o distúrbio cardiovascular chamado insu�ciência cardíaca, seus sintomas e
manifestações clínicas, causas, tratamento e prevenção. Esses conhecimentos são essenciais diante de uma
condição comum e grave, de modo que o melhor tratamento e cuidado possam ser oferecidos ao paciente
que possui essa condição, considerando sua causa, gravidade, particularidades e o contexto do portador.
Diante disso, convidamos você a assistir a esta vídeo aula, uma vez que o assunto será abordado de forma
mais lúdica e aprofundada.
 Saiba mais
Para um conhecimento mais prático acerca do distúrbio cardiovascular estudado, a pesquisa Cuidados
de enfermagem à pessoa com insu�ciência cardíaca descompensada trata de um relato de caso real
que exempli�ca todo o processo de cuidado envolvido acerca de um paciente com insu�ciência
cardíaca.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
A presença do pro�ssional de enfermagem na assistência ao paciente portador de um distúrbio
cardiovascular é essencial em meio a uma equipe multidisciplinar. Uma assistência sistematizada, com
diagnósticos e intervenções adequados e pensados de acordo com o contexto de vida e de saúde de cada
paciente, é a base de um cuidado e�ciente. A insu�ciência cardíaca, como um desses distúrbios, tem
características e particularidades que demandam a ação direta do enfermeiro, seja na prevenção, seja no
diagnóstico, no tratamento, na recuperação ou na qualidade de vida do paciente. 
Nesta aula, você saberá mais sobre essa assistência, incluindo a avaliação do paciente, diagnósticos mais
comuns, intervenções e avaliações de enfermagem.
Aula 3
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
A presença do pro�ssional de enfermagem na assistência ao paciente portador de um
distúrbio cardiovascular é essencial em meio a uma equipe multidisciplinar.
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A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
A insu�ciência cardíaca — distúrbio cardiovascular caracterizado pela incapacidade do coração de cumprir
sua função de forma adequada e atender às necessidades do corpo — impacta diretamente a rotina e a
qualidade de vida de seu portador. Por isso, os cuidados da equipe de enfermagem são essenciais durante o
diagnóstico, tratamento e reabilitação do paciente com insu�ciência cardíaca, buscando tornar esse
processo o mais adequado possível para ele e sua rede de apoio (Rohde, 2018).
No entanto, para que o atendimento fornecido atenda aos objetivos, deve ser baseado na metodologia da
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que tem como objetivo garantir que a gestão e o
cuidado no processo de enfermagem sejam adequados. A SAE organiza todo o processo de enfermagem,
planejando os procedimentos realizados, os instrumentos e os trabalhos necessários de equipe, bem como
possui cinco etapas que permitem o estabelecimento de prioridades para se tomar decisão e gerenciar o
tempo, os materiais e a equipe necessária para o cuidado prestado (Santos, 2021).
A primeira etapa da SAE se refere à anamnese: coleta de dados ou histórico de enfermagem. Nela, o
pro�ssional deve obter o máximo de informações relevantes possível para de�nir as ações e cuidados
relacionados ao paciente. Essas informações podem ser coletadas por meio do próprio paciente, por sua
família, pela rede de apoio ou por outras pessoas envolvidas; aliás, um exame físico bem realizado também
traz informações importantes a respeito das condições do paciente (Santos, 2021).
No caso de um paciente com insu�ciência cardíaca, dados gerais como alergias, histórico pessoal e familiar
de doenças e cirurgias, informações sobre hábitos e rotina, uso de medicamentos, conhecimento de sua
condição e questões psicossociais são importantes para analisar o paciente de forma integral, assim como o
cuidado fornecido deve ser. De forma mais especí�ca, o pro�ssional deve se informar sobre sinais e
sintomas presentes no momento, como di�culdade de realizar atividades físicas, falta de ar e fadiga, bem
como se certi�car de quando os sintomas iniciaram e seus fatores de melhora e piora (Silva, 2022).
O exame físico deve ser realizado pelo enfermeiro de forma completa e minuciosa, com base nas
informações que já coletou, porém, sem descartar outros sistemas que não apresentaram gravidade
durante a anamnese. Peso corporal, estado nutricional e hidratação são exemplos de informações gerais
que podem ser importantes no processo do cuidado. Para o exame do sistema cardiovascular, que deve
receber bastante atenção, deve-se checar o pulso do paciente em busca de uma possível taquicardia ou
bradicardia, assim como analisar a amplitude e se o ritmo está regular ou irregular.
A coloração e a temperatura da pele podem dar uma ideia da qualidade da perfusão sanguínea no paciente.
A pressão arterial também deve ser aferida com cuidado, já que a hipertensão arterial tem grande ligação
com a insu�ciência cardíaca. A pressão venosa central, provavelmente, estará elevada, e é possível observar
a veia jugular mais proeminente que o normal. Para a ausculta cardíaca no paciente com insu�ciência, pode-
se observar crepitações e terceira bulha (ritmo de galope), assim como um possível sopro cardíaco; já para a
ausculta pulmonar, atentar-se às crepitações e sons que indicam derrame pleural ou edema pulmonar. A
percussão dos campos pulmonares e a frequência respiratória também podem ajudar na identi�cação
desses sintomas. Por �m, também é importante identi�car edemas periféricos e abdominais e sua
intensidade, consistência, elasticidade e temperatura da pele (Rodhe, 2018).
Todas essas informações devem ser devidamente registradas para que os próximos passos da SAE ocorram
de forma adequada.
PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM RELACIONADOS À
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
Na próxima etapa da SAE, os dados coletados na anamnese, histórico de enfermagem e exame físico devem
ser agrupados e interpretados pelo enfermeiro, para elencar diagnósticos de enfermagem para a situação.
Os diagnósticos de enfermagem norteiam as intervenções e o plano de cuidado relacionados ao paciente,
bem como são descritos por bibliogra�as e taxonomias especí�cas. Uma taxonomia comumente utilizada
que padroniza os diagnósticos de enfermagem é a NANDA International (NANDA-I), que apresenta títulos,
de�nições, fatores relacionados e características de�nidoras para cada diagnóstico (Herdman, 2021).
Alguns diagnósticos da NANDA são comuns em pacientes com insu�ciência cardíaca, e um deles é o “débito
cardíaco diminuído”, de�nido pela taxonomia como “volume de sangue bombeado pelo coração inadequado
para atender às demandas metabólicas do organismo”. Esse diagnóstico possui muitas características
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de�nidoras em comum, com sinais e sintomas de insu�ciência cardíaca, como frequência/ritmo cardíaco
alterado, edema, fadiga, distensão da veia jugular, entre outros (Mota, 2020; Herdman,2021).
O diagnóstico “volume de líquidos excessivo”, de�nido como “entrada excessiva e/ou retenção de líquidos”,
também é comum em pacientes com insu�ciência cardíaca, e algumas características relacionadas à
condição são: alteração na pressão arterial, aumento da pressão venosa central, distensão da veia jugular e
edema (Pereira, 2016; Herdman, 2021).
Outros dois diagnósticos similares relacionados à insu�ciência cardíaca são “intolerância à atividade” e
“fadiga”, que são de�nidos pela NANDA, respectivamente, como energia �siológica ou psicológica
insu�ciente para suportar ou completar as atividades diárias requeridas ou desejadas e sensação opressiva
e prolongada de exaustão e capacidade diminuída de realizar trabalho físico e mental no nível habitual. Suas
principais características são desconforto ao esforço, resposta anormal da frequência cardíaca e pressão
arterial à atividade, aumento da necessidade de descanso e capacidade prejudicada para manter as rotinas
habituais (Mota, 2020; Herdman, 2021).
Esses diagnósticos propostos pela NANDA devem ser incluídos nos registros do paciente, uma vez que
nortearão o plano de cuidados no caso de insu�ciência cardíaca. Eles permitem que o enfermeiro estabeleça
prioridades e ações e priorize seu atendimento aos diagnósticos estabelecidos; além disso, faz-se
importante frisar que nem todo paciente com insu�ciência cardíaca apresentará a mesma gravidade, nem
os mesmos sinais e sintomas; cada caso possui suas particularidades, por isso, é importante que o
enfermeiro olhe o paciente como um ser integral ao elencar seus diagnósticos, para que o cuidado seja
especí�co e centrado nas principais necessidades de cada caso (Nascimento, 2019; Herdman, 2021).
A próxima etapa da SAE é o planejamento de enfermagem. Baseando-se em toda a coleta de dados e
diagnósticos de enfermagem, o enfermeiro deve ter a tomada de decisão e determinar quais as ações
necessárias para se atingir os objetivos dos cuidados e os resultados esperados. As intervenções devem
considerar as prioridades estabelecidas para o paciente, assim como o método, o pessoal e os instrumentos
a serem utilizados. Para essa etapa, é possível que o enfermeiro faça uso de outras taxonomias relacionadas
a intervenções e resultados esperados, e assim como as etapas anteriores, essa também deve ser
devidamente registrada (Nascimento, 2019).
PLANO DE CUIDADOS E INTERVENÇÕES RELACIONADAS À INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA
A partir de todas as informações e o planejamento que possui, o próximo passo do plano de cuidados do
enfermeiro dentro da SAE é a implementação. As ações e intervenções serão postas em prática pela equipe
de enfermagem nessa etapa e podem envolver desde cuidados mais simples, como higiene pessoal, até
cuidados mais complexos, como administração de medicamentos e apoio emocional (Santos, 2021).
Por se tratar de um distúrbio cardiovascular, muitas intervenções relacionadas à insu�ciência cardíaca serão
caracterizadas por cuidados com esse sistema, mas o plano não deve se restringir a isso. A orientação sobre
seu distúrbio, condição de saúde e cuidados deve ser feita ao paciente antes de qualquer atendimento ser
realizado; muitas vezes, a falta de conhecimento prejudica sua condição, por isso, é importante orientar o
paciente acerca da �siopatologia da insu�ciência cardíaca e de fatores de risco e agravamento do quadro,
bem como orientá-lo quanto aos hábitos e às mudanças que podem ajudar no tratamento e na diminuição
de sinais e sintomas. Incluir a família e rede de apoio nessas orientações e no plano de cuidados também é
muito importante, assim como fornecer apoio emocional (Gomes, 2015).
A monitorização de sinais vitais e a regulação hemodinâmica são cuidados essenciais a serem
implementados, para que seja possível avaliar a condição do paciente, assim como riscos e evoluções, bem
como os sinais característicos de redução de débito cardíaco. Devido à possível presença de edema,
também é preciso realizar a monitorização hídrica do paciente, gerenciando líquidos e controlando a
hipervolemia. A administração de medicamentos conforme prescrição médica também é um componente
essencial no plano de cuidados, visando à estabilização e ao conforto do paciente (Gomes, 2015; Pereira,
2016).
Em relação à di�culdade de realização de atividades, faz-se importante identi�car as causas da fadiga.
Algumas intervenções incluem estratégias de conservação de energia sem abrir mão de atividades físicas,
dentro de um limite saudável para o paciente e que não comprometam o débito cardíaco. A introdução de
períodos de repouso entre as atividades e controle do ritmo respiratório são exemplos disso, e a diminuição
do esforço ao se realizar certas atividades do dia a dia também pode ajudar a reduzir a exaustão, como
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tomar banho sentado, apoiar os cotovelos ao escovar os dentes, pedir auxílio etc. Aliás, conforme a condição
do paciente for se estabilizando, será possível encorajar o aumento gradual de atividades (Nascimento,
2019; Gomes, 2015).
Após a implementação do plano de cuidados, a próxima e última etapa da SAE é a avaliação de enfermagem,
que está relacionada ao registro de todos os dados de forma sistemática e contínua, identi�cando a
evolução do paciente e relatando se os objetivos e resultados foram alcançados ou não com as
intervenções. A partir desses registros, o enfermeiro deve avaliar a necessidade de adaptações e mudanças
no plano de cuidado e nas etapas do processo de enfermagem, bem como compartilhar e discutir essas
informações com a equipe, para garantir um atendimento mais completo e integral ao paciente por meio de
um cuidado interdisciplinar (Santos, 2021)
VIDEO RESUMO
Olá, estudante! Nesta aula, você aprendeu a Sistematização da Assistência de Enfermagem, suas etapas,
diagnósticos e intervenções dentro do plano de cuidados ao paciente com insu�ciência cardíaca; agora,
convidamos você a assistir ao vídeo resumo da aula, em que esse assunto será abordado de forma mais
lúdica e prática.
Bons estudos!
 Saiba mais
Os diagnósticos de enfermagem são uma parte importante do plano de cuidados e implementação da
assistência de enfermagem. O artigo Diagnósticos de enfermagem no paciente com insu�ciência
cardíaca: Estudo de caso mostra a identi�cação de diagnósticos de enfermagem prevalentes em
pacientes com insu�ciência cardíaca.
INTRODUÇÃO
A insu�ciência arterial e a insu�ciência venosa são tipos de distúrbios cardiovasculares relacionados à
circulação periférica que precisam de muita atenção e cuidados especí�cos, para que a situação não se
agrave e não proporcione mais riscos ao paciente que tem essa condição. O enfermeiro é um importante
pro�ssional envolvido nesse processo, e, para que esse atendimento seja e�ciente, é importante que ele
tenha conhecimento das manifestações clínicas, causas, sintomas, tratamento e principais complicações
desses distúrbios.
Nesta aula, você aprenderá um pouco mais sobre esses tópicos e obterá conhecimentos para fornecer um
cuidado efetivo a pacientes com insu�ciência arterial e venosa.
Bons estudos!
PRINCIPAIS PROBLEMAS RELACIONADOS À CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA
O coração é um órgão que tem como principal função bombear o sangue e levar oxigênio e outras
substâncias a órgãos e tecidos do corpo humano. A circulação é o trajeto que o sangue percorre após ser
bombeado, e o sistema cardiovascular é longo e complexo para garantir que cada parte do corpo cumpra
com sua função. Quando se trata de membros mais afastados do coração, como pernas e braços,
denominamos circulação periférica, e existem diversos fatores e distúrbios que podem afetar os vasos
Aula 4
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM
PROBLEMAS DE CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA
A insu�ciência arterial e a insu�ciência venosa são tipos de distúrbios cardiovasculares
relacionados à circulação periférica que precisam de muita atenção e cuidados especí�cos,
para que a situação não se agrave e não proporcione maisriscos ao paciente que tem essa
condição.
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https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/17021/13850
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/17021/13850
sanguíneos dessas regiões e prejudicar essa circulação periférica ou torná-la insu�ciente ao prejudicar ou
interromper o �uxo sanguíneo no local. Essa situação pode ser perigosa e extremamente prejudicial aos
órgãos envolvidos e à saúde e qualidade de vida da pessoa envolvida (Alvim, 2018).
As artérias são canais responsáveis por levar o sangue rico em oxigênio e nutrientes para o corpo, e a
insu�ciência arterial, também chamada de doença arterial periférica, é caracterizada pela obstrução parcial
ou total das artérias dos membros inferiores, reduzindo o �uxo sanguíneo na região e nas extremidades
envolvidas. Na maioria dos casos, essa obstrução deve-se ao acúmulo de placas de gordura, perda da
�exibilidade nas paredes dos vasos sanguíneos e excesso de in�amação localizada. Entre as causas e fatores
de risco da doença arterial periférica estão: tabagismo, obesidade, diabetes, hipertensão arterial, colesterol
alto, dislipidemia e idade avançada.
A principal manifestação clínica, por sua vez, é a claudicação intermitente, caracterizada por dor similar a
câimbra ou sensação de peso nas pernas durante a deambulação, apresentando melhora ao repouso.
Cansaço e fadiga nos membros inferiores, �sgadas e dores são outros sintomas de insu�ciência arterial,
porém muitos casos só apresentam esses sintomas ao se tornarem graves, já que a doença tende a
progredir de forma assintomática, di�cultando o diagnóstico precoce (Alvim, 2018; Lourenço, 2021).
As veias são canais responsáveis por levar o sangue do corpo de volta para o coração; ao longo delas,
existem válvulas que se abrem, auxiliando no transporte do sangue, e se fecham, após o sangue passar,
evitando que ele retorne ou se acumule na região. Quando a circulação inadequada acontece nas veias dos
membros inferiores, impedindo o �uxo normal de sangue e di�cultando seu retorno para o coração, a
condição é chamada de insu�ciência venosa, e ela acontece devido ao mau funcionamento das válvulas
existentes nas veias, que impedem que o sangue �ua no sentido contrário, ou quando algo dilata os vasos
do membro.
O histórico de trombose venosa profunda é importante fator de risco para se desenvolver essa condição, já
que o tecido cicatricial do coágulo pode dani�car as válvulas nas veias. Entre outros fatores de risco da
insu�ciência venosa estão: defeitos congênitos nas válvulas dos vasos sanguíneos, alterações ou lesões na
parede dos vasos, idade avançada, gravidez, uso de anticoncepcionais orais, obesidade, tabagismo e
permanência por longos períodos de pé ou sentado. As principais manifestações clínicas são edema nos
membros inferiores, sensação de peso, fadiga e cansaço nas pernas, formigamento, maior sensibilidade na
região, dor ou sensação de pernas latejando, principalmente à noite, com melhora com elevação do
membro. Além disso, pode acontecer o aparecimento de vasinhos, varizes, inchaço, descamação e manchas
escuras na perna (Vasconcelos, 2022).
COMPLICAÇÕES E DIAGNÓSTICO DAS INSUFICIÊNCIAS ARTERIAL E VENOSA 
Qualquer problema relacionado ao sistema cardiovascular tem riscos importantes para o corpo humano e
deve ser devidamente diagnosticado e tratado, para se evitar complicações e agravamentos. Na insu�ciência
arterial, devido à circulação ine�ciente causada pela obstrução das artérias que levam o sangue para os
membros inferiores, uma das complicações é a necrose tecidual; além disso, também podem aparecer
úlceras circundadas por tecido necrótico, com grande potencial de infecção. Geralmente, elas estão
localizadas nos dedos ou calcanhares após algum trauma no local e são dolorosas, mas alguns pacientes
com sensibilidade reduzida podem não sentir dor.
Essas complicações podem acarretar a amputação do membro, caso o procedimento de revascularização
não seja possível (Alvim, 2018), já as complicações da insu�ciência venosa estão relacionadas ao edema
presente, devido à di�culdade de retorno do sangue, que pode resultar em um tecido cicatricial que retém
líquido, aumentando e endurecendo os tecidos da panturrilha do paciente de forma permanente. Essa
situação leva ao desenvolvimento de úlceras com difícil cicatrização, localizadas, geralmente, na parte
interna do osso do tornozelo, e outros exemplos de complicações são trombo�ebite, embolia pulmonar, dor
crônica e trombose venosa profunda (Pires, 2016).
A prevenção dos distúrbios ou das complicações e agravamentos está relacionada à mudança dos fatores de
risco. Alimentação saudável, prática de exercícios físicos e tratamento de outros distúrbios cardiovasculares
são exemplos de atitudes preventivas; aliás, é importante que o paciente que apresenta fatores de risco
realize consultas de acompanhamento de forma frequente, já que pode ser assintomático ou apresentar
sintomas inespecí�cos em ambos os casos de insu�ciência (Vasconcelos, 2022; Pires, 2016).
Outra forma de prevenir complicações é o diagnóstico correto e realizado o mais rápido possível, para que o
tratamento e os cuidados adequados sejam fornecidos antes do agravamento do quadro. Em ambos os
casos de insu�ciência, o diagnóstico iniciará com um histórico e exame físico bem detalhados e completos,
já que, muitas vezes, diferentes distúrbios cardiovasculares possuem sintomas semelhantes (Reis, 2015). Em
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um paciente que apresenta sinais e sintomas de insu�ciência arterial, utiliza-se, para complementar o
diagnóstico, o índice tornozelo-braquial, realizado com doppler ultrassom e caracterizado pela razão entre a
pressão sistólica nas artérias do pé com a pressão sistólica na artéria braquial. A ultrassonogra�a, com o
objetivo de avaliar o �uxo nas artérias e a estrutura da parede vascular, e a angiogra�a computadorizada,
para se estudar as artérias dos membros inferiores, também são exames complementares para diagnóstico
da insu�ciência arterial (Lourenço, 2021).
Já em um paciente com manifestações clínicas relacionadas à insu�ciência venosa, os sintomas e a
aparência são su�cientes para o diagnóstico. A ultrassonogra�a dos membros inferiores é indicada para
con�rmar se o edema não é causado por uma trombose venosa profunda (Vasconcelos, 2022). Após o
diagnóstico, deve-se considerar as prioridades e os fatores de risco, a �m de se planejar o tratamento da
condição, além de levar em consideração os hábitos, o estilo de vida, o contexto físico, social e psicológico
do paciente e sua rede de apoio.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PROBLEMAS DE CIRCULAÇÃO
PERIFÉRICA 
Para um processo de cuidado adequado, com o objetivo de diminuir sinais e sintomas e melhorar a
qualidade de vida da pessoa com problemas de circulação periférica, como insu�ciência arterial ou venosa,
uma equipe multipro�ssional é muito importante, visando a um atendimento integral ao paciente como um
todo. O enfermeiro, por sua vez, é um pro�ssional indispensável nessa situação, e a assistência deve seguir
os passos do processo de enfermagem, de modo que o cuidado seja organizado e gerido de acordo com as
particularidades do paciente e dos serviços disponíveis para o tratamento e a reabilitação (Reis, 2015).
Na primeira etapa da Sistematização da Assistência de Enfermagem, o enfermeiro deve realizar um histórico
pessoal e familiar bem completo, com doenças pregressas, hábitos de vida, principais queixas, sintomas e
caracterização da dor; deve-se focar, principalmente, as informações relacionadas ao sistema circulatório,
como uma possível hipertensão arterial ou diabetes, e os hábitos do paciente, como tabagismo e
sedentarismo. Aliás, um exame físico minucioso também é importante nessa etapa; pacientes com
problemas de circulação periférica devem ter os membros inferiores, especialmente, bem avaliados, para
avaliar edemas, pulsação, coloraçãoda pele e dores.
Quanto ao sistema circulatório, este é complexo e os problemas em relação a ele podem ser confundidos,
por isso, essa etapa deve ser realizada com muito cuidado e atenção, uma vez que tais informações
de�nirão o diagnóstico e o plano de cuidados adequado para cada situação (Furtado, 2015).
Em seguida, no próximo passo, o enfermeiro deve elencar alguns diagnósticos de enfermagem, para nortear
os cuidados prestados, e os mais comuns relacionados à problema na circulação periférica são “perfusão
tissular periférica ine�caz” e, relacionados à integridade da pele, possíveis feridas, dor e hábitos de vida.
Após elencar os diagnósticos mais adequados, a fase de planejamento de enfermagem deve organizar o
trabalho pro�ssional quanto ao método, ao pessoal e aos instrumentos necessários, com o objetivo de
determinar os resultados esperados em relação à prevenção, ao controle ou à resolução dos problemas de
saúde (Furtado, 2015).
As ações determinadas no planejamento serão postas em prática na etapa de implementação dos cuidados,
e essa etapa pode envolver tratamento medicamentoso ou não medicamentoso, cuidados diretos, como
higiene e nutrição, orientação do paciente e familiares sobre a condição e cuidados, auxílio na mudança de
hábitos, fatores de risco e apoio emocional. No caso da insu�ciência arterial, é comum o uso de
medicamentos que tenham como objetivo evitar a obstrução das artérias, além de medicamentos de
controle de doenças cardíacas pregressas. A prevenção e o tratamento de feridas, bem como o controle da
dor também são importantes, assim como a orientação a respeito de alimentação saudável e a realização de
exercícios dentro dos limites do paciente (Lourenço, 2018; Furtado, 2015).
Já na insu�ciência venosa, os cuidados estão relacionados à diminuição do edema com elevação dos
membros inferiores e compressão com uso de faixas e meias compressivas, bem como pode acontecer a
administração de medicamentos com o objetivo de diminuir sinais, sintomas e processos in�amatórios,
além de anticoagulantes. A realização de curativos em caso de úlceras e feridas, orientações ao paciente a
respeito da alimentação e exercícios físicos são outros exemplos de cuidados. Nos dois tipos de insu�ciência
relacionados à circulação periférica, casos mais graves podem precisar de intervenção cirúrgica
(Vasconcelos, 2022; Pires 2016).
A última etapa, por �m, envolve o registro dos cuidados e a sua adaptação, se necessário.
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VIDEO RESUMO
Nesta aula, aprendemos os principais problemas relacionados à circulação periférica, seus fatores de risco,
diagnóstico, tratamento e assistência de enfermagem. Para ver um pouco mais esse conteúdo de forma
didática, convidamos você a assistir à videoaula referente ao assunto, buscando aprender mais sobre o
cuidado e�ciente à paciente com essas condições.
 Saiba mais
O artigo Assistência de Enfermagem a um paciente com doença arterial obstrutiva periférica: relato de
caso mostra, de forma prática, a assistência de enfermagem a um paciente com insu�ciência arterial,
com detalhes de diagnósticos e intervenções.
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM DISTÚRBIOS
NEUROLÓGICOS E CARDIOVASCULARES
Nesta revisão, você verá os principais conceitos e re�exões relacionados ao conteúdo visto nesta unidade, a
�m de que possa ter um embasamento teórico e crítico para fornecer atendimento a pacientes que
apresentam distúrbios neurológicos e cardiovasculares.
Distúrbios neurológicos são condições caracterizadas por alguma anormalidade no cérebro, medula
espinhal, nervos ou terminações nervosas que, geralmente, impactam diretamente a rotina e a qualidade de
vida dos pacientes acometidos, resultando em alterações na capacidade motora, cognição e
comportamento. Alguns exemplos são a Esclerose Lateral Amiotró�ca (ELA), Síndrome de Guillain-Barré e
Miastenia Gravis (Monsalve, 2022).
Distúrbios cardiovasculares são doenças ou síndromes relacionadas à anatomia ou ao funcionamento do
coração, veias e artérias, impactando o seu correto funcionamento, que visa transportar sangue rico em
oxigênio para todo o corpo. Exemplos comuns desses distúrbios são a insu�ciência cardíaca, insu�ciência
arterial e insu�ciência venosa (Gomes, 2015; Furtado, 2015).
Para que o atendimento fornecido atenda aos objetivos, ele deve ser baseado na metodologia da
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que possui cinco etapas e tem como objetivo garantir
que a gestão e o cuidado no processo de enfermagem sejam adequados. A primeira etapa da SAE é a coleta
de dados, em que o pro�ssional deve obter o máximo de informações relevantes possível para de�nir as
ações e os cuidados relacionados ao paciente. Dados gerais, como histórico pessoal e familiar de doenças e
cirurgias, hábitos e rotina, uso de medicamentos, conhecimento sobre sua condição, sintomas atuais e
questões psicossociais são importantes para analisar o paciente de forma integral; aliás, o exame físico deve
ser realizado de forma completa e minuciosa (Santos, 2021).
Em pacientes com sintomas de distúrbios neurológicos, deve-se prestar atenção especialmente na
mobilidade, fadiga, tremores, resposta muscular e sensibilidade (Farias, 2022); já em distúrbios
cardiovasculares, é preciso se atentar à pressão arterial, frequência cardíaca, ausculta, edemas, fadiga,
temperatura e coloração da pele (Gomes, 2015; Vasconcelos, 2022).
Na próxima etapa da SAE, os dados coletados devem ser agrupados e interpretados pelo enfermeiro, para
elencar diagnósticos de enfermagem que nortearão as intervenções e os planos de cuidado relacionados ao
paciente (Santos, 2021). No caso de pacientes com distúrbios neurológicos, geralmente, estes estão
relacionados à atividade, repouso, nutrição, cognição, autopercepção e segurança (Farias, 2022); já em
distúrbios cardiovasculares, é comum diagnósticos relacionados a débito cardíaco, edemas, fadiga e
perfusão tissular (Gomes, 2015). A próxima etapa da SAE é o planejamento de enfermagem, em que o
enfermeiro deve ter a tomada de decisão e determinar quais as ações necessárias para se atingir os
objetivos referentes aos cuidados e os resultados esperados (Santos, 2021).
Aula 5
REVISÃO DA UNIDADE
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https://revistas.ufpi.br/index.php/nupcis/article/view/3449/pdf_1
As ações e intervenções serão postas em prática pela equipe de enfermagem na etapa de implementação
(Santos, 2021); no caso de pacientes portadores de distúrbios neurológicos, os cuidados, geralmente, estão
associados à orientação do paciente e da família a respeito da doença, monitorização de sinais vitais e de
sintomas neurológicos, administração de medicamentos, assistência no autocuidado, alimentação, higiene,
comunicação e apoio emocional (Farias, 2022).
No caso de distúrbios cardiovasculares, as intervenções estão relacionadas à orientação e ao controle dos
hábitos e fatores de risco, monitorização hídrica e de sinais vitais, avaliação e diminuição de edema,
administração de medicamentos, estratégias de realização de atividades físicas, controle da dor, prevenção
e tratamento de feridas (Gomes, 2015; Furtado, 2015; Vasconcelos, 2022). Por �m, após a implementação do
plano de cuidados, a próxima e última etapa da SAE é a avaliação de enfermagem, relacionada ao registro
de todos os dados e à identi�cação da evolução, realizando as adaptações que forem necessárias (Santos,
2021)
REVISÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, você aprendeu e desenvolveu um raciocínio crítico para prestar uma assistência de
enfermagem efetiva a pacientes com distúrbios neurológicos e cardiovasculares baseada na Sistematização
da Assistência de Enfermagem e seus cinco passos, tendo como objetivo um cuidado integral para a
melhoria da qualidade de vida do paciente.
Na videoaula a seguir, abordaremos o tema da Unidade 1 de forma resumida e didática.
Bons estudos!
ESTUDO DE CASO
Para contextualizar sua aprendizagem, considere que vocêtrabalha como enfermeiro em uma Unidade de
Saúde. Você recebe uma paciente que faz uso de cadeira de rodas e está acompanhada pela mãe; elas
relatam que o motivo do atendimento é a realização de curativo em uma ferida na região do tornozelo, da
qual não se sabe a procedência. Ao conversar com as duas, você descobre que a paciente tem 36 anos e é
portadora da síndrome de Guillain-Barré, diagnosticada há cerca de 3 meses. A paciente, então, relata ter
contraído uma infecção pelo vírus Zika e, apesar de ter se curado da doença, outros sintomas começaram a
aparecer em seguida. Ela faz tratamento com o uso de plasmaferese e imunoglobulina, e quando
questionada sobre seu histórico, hábitos e rotinas, relatou que em sua família, há um número expressivo de
pessoas com problemas cardíacos.
Antes de contrair o vírus Zika, nunca tinha tido problemas graves de saúde; ela foi tabagista por 10 anos e
sua única experiência com comprimidos foi o uso de pílulas anticoncepcionais. O primeiro sintoma da
síndrome apresentado foi a sensação de dormência nos membros inferiores, que evoluiu para fraqueza
muscular, com dor e tremores, e, posteriormente, também nos membros superiores e pescoço.
Ultimamente, ela tem sentido peso nas pernas e sensação de cansaço também; faz uso da cadeira de rodas
há 2 meses, pois não possui força e coordenação muscular para se manter em pé e andar, e relata estar
começando a ter di�culdade com movimentos nos membros superiores — hábitos como se alimentar ou
escovar os dentes estão se tornando cada vez mais difíceis.
A paciente também relata ter medo de se levantar e cair, por isso, prefere passar o dia sentada na cadeira e
não faz acompanhamento com �sioterapeuta ou educador físico, o que sua mãe relaciona à preguiça por
parte da paciente. Ao realizar exame físico, as principais manifestações clínicas da síndrome de Guillain-
Barré que chamam sua atenção como enfermeiro são a perda de tônus e fraqueza muscular, além de alguns
tremores em membros superiores e uma fraqueza inicial no pescoço. Ao avaliar a ferida — queixa principal
da paciente —, você observa que os membros inferiores estão com presença de edema e algumas varizes
visíveis. A ferida tem cerca de 3 centímetros de extensão, localizada na parte interna do osso do tornozelo.
 Re�ita
 Olá, estudante! A partir do estudo de caso, você deve analisar de forma crítica a melhor estratégia de
cuidados com a paciente. Para um processo de enfermagem adequado e organizado, baseie-se na
metodologia da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), planejando os procedimentos
realizados, os instrumentos e os trabalhos de equipe necessários, estabelecendo prioridades para a
tomada de decisão, considerando o contexto da paciente e integrando a família nos cuidados. Descreva
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suas condutas nas cinco etapas do processo: que perguntas faria no histórico de enfermagem; o que
focaria em seu exame físico; quais os âmbitos prioritários que necessitam de diagnósticos de
enfermagem; como seria seu planejamento e implementação; quais seriam os cuidados, as condutas e
as orientações em relação às queixas e hábitos da paciente; por �m, como registraria e realizaria a
avaliação de enfermagem nesse caso. Não se esqueça de olhar a paciente como um todo e considerar
aspectos �siológicos, psicológicos e sociais.
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
O cuidado de enfermagem deve ser baseado na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e suas
etapas. Na primeira etapa, histórico de enfermagem, deve-se constar informações sobre a síndrome de
Guillain-Barré, seu histórico, principais sintomas, tratamento, rede de apoio e desa�os relacionados à
síndrome; em relação à queixa de ferida, obter informações a respeito de sua data de aparecimento,
origem, tamanho, presença ou não de dor, fatores que agravam a ferida e outros sintomas em membros
inferiores. Para o exame físico, deve-se atentar ao sistema muscular da paciente e gravidade dos sintomas
da síndrome, como tônus e fraqueza muscular, coordenação motora, presença de tremores ou dor, bem
como avaliar a ferida, seu tamanho, aspecto e gravidade, além da situação do membro em que ela se
encontra, como está a circulação do membro, aspecto da pele, edema e presença de varizes.
Na próxima etapa, considerando as informações obtidas, você deve elencar alguns diagnósticos de
enfermagem para nortear os cuidados fornecidos. Em relação à síndrome de Guillain-Barré, podem
aparecer diagnósticos relacionados à atividade, ao repouso, à segurança, à nutrição e à cognição; já em
relação à ferida, os diagnósticos de enfermagem mais prováveis dizem respeito à integridade da pele, à
circulação e à perfusão tissular nesse caso.
Na etapa de planejamento, baseando-se em toda a coleta de dados e diagnósticos de enfermagem, você,
como enfermeiro, deve ter a tomada de decisão e determinar quais as ações necessárias para atingir os
objetivos dos cuidados e os resultados esperados. Tudo isso será posto em prática na etapa de
implementação, e uma intervenção importante nesse caso são as orientações, tanto para a paciente como
para sua mãe e rede de apoio.
Algumas orientações acerca da síndrome de Guillain-Barré e da suspeita de insu�ciência venosa podem
incluir: �siopatologia de forma compreensível, formas de amenizar dores e sintomas, a importância da
movimentação e de atividades físicas orientadas por um pro�ssional adequado, de se evitar �car na posição
sentada o dia todo, elevar membros inferiores para diminuição do edema, orientar a família quanto à
alimentação e hábitos de higiene, fatores de risco de agravamentos e a importância de se monitorar a piora
de sinais e sintomas.
Como enfermeiro, você também deve orientá-la quanto à origem da úlcera e a di�culdade de cicatrização;
aliás, a suspeita de insu�ciência venosa pode ser con�rmada com exames, então, é importante encaminhar
a paciente para um pro�ssional especializado, além de realizar um curativo e orientá-la acerca do
acompanhamento correto da ferida. Após a implementação do plano de cuidados, a próxima e última etapa
da SAE é a avaliação de enfermagem, que está relacionada ao registro de todos os dados de forma
sistemática e contínua, identi�cando a evolução do paciente e relatando se os objetivos e resultados foram
alcançados ou não com as intervenções, avaliando-se mudanças e adaptações.
RESUMO VISUAL
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Aula 1
BITTENCOURT, J. F. V.; CORDEIRO, A. L. P. C. Esclerose lateral amiotró�ca: o processo de cuidar em
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CASTRO, T. M. G. et al. Sistematização da assistência de enfermagem com paciente portadora de Síndrome
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Aula 2
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cardíaca – 2021. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, [S. l.], v. 116, n. 6, p. 1174–1212, jun. 2021. Disponível
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Enfermagem, [S. l.], v. 72, n. 2, p. 148–154, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-
0368. Acesso em: 14 ago. 2023.
REFERÊNCIAS
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https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0368
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0368
Aula 3
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Aula 4
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População Rural Brasileira: Estudo Corações de Baependi. International Journal of Cardiovascular
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LOURENÇO, A. L. G.; SILVA, J. L. da; LEITE, J. C. Repercussão da doença arterial periférica na tolerância ao
exercício e na qualidade de vida de idosos e o papel da �sioterapia cardiovascular: artigo de revisão. Jornal
Vascular Brasileiro, [S. l], v. 20, p. 1-6, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/jvb/a/DFmkKKM66tJM5M9cjNsWf7F/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 14 ago. 2023. 
PIRES, J. O.; OLIVEIRA, R. F.; CRUZ, N. R. Assistência de enfermagem no controle e manejo da úlcera venosa.
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REIS, D. B. et al. Cuidados às pessoas com úlcera venosa: percepção dos enfermeiros da estratégia de saúde
da família. Revista Mineira de Enfermagem, [S. l.], v. 17, n. 1, p. 102-107, jan./mar. 2013. Disponível em:
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https://revistas.unipacto.com.br/storage/publicacoes/2022/1135_a_atuacao_da_enfermagem_frente_aos_cuidados_de_ulcera_venosa.pdf
https://revistas.unipacto.com.br/storage/publicacoes/2022/1135_a_atuacao_da_enfermagem_frente_aos_cuidados_de_ulcera_venosa.pdf
Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.
Aula 5
FARIAS, A. P. E. C. et al. Assistência de enfermagem aos pacientes com doença neurológica. Ponta
Grossa: Atena Editora, 2022. Disponível em: https://atenaeditora.com.br/catalogo/ebook/assistencia-de-
enfermagem-aos-pacientes-com-doenca-neurologica. Acesso em: 14 ago. 2023.
FURTADO, L. B. et al. Assistência de enfermagem a um paciente com doença arterial obstrutiva periférica:
relato de caso. Rev. Pre. Infec. e Saúde, Ribeirão Preto, v. 1, p. 82-88, 2015. Disponível em:
https://revistas.ufpi.br/index.php/nupcis/article/view/3449/pdf_1. Acesso em: 14 ago. 2023.
GOMES, A. T. de L. et al. Cuidados de enfermagem à pessoa com insu�ciência cardíaca descompensada.
Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde, Vitória, v. 16, n. 2, p. 124-129, abr./jun. 2014. Disponível em:
https://periodicos.ufes.br/rbps/article/view/9295. Acesso em: 14 ago. 2023.
MONSALVE, C. A. J. et al. Caracterização do sistema nigroestriatal em uma amostra de pacientes com
esclerose lateral amiotró�ca. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, [S. l.], v. 80, n. 8, p. 806–811, ago. 2022.
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brasileira.Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 55, 2021. Disponível em:
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20223.
VASCONCELOS, A. S.; OLIVEIRA, A. C. D. A atuação da enfermagem frente aos cuidados de úlcera venosa.
Revista Multidisciplinar do Nordeste Mineiro, [S. l.], v. 10, 2022. Disponível em:
https://revistas.unipacto.com.br/storage/publicacoes/2022/1135_a_atuacao_da_enfermagem_frente_aos_cui
dados_de_ulcera_venosa.pdf. Acesso em: 14 ago. 2023.
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INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula, abordaremos a assistência de enfermagem ao paciente com anemia, leucopenia
e trombocitopenia, distúrbios hematológicos que afetam a composição e o funcionamento do sangue.
Compreender esses distúrbios e fornecer assistência adequada é fundamental para a segurança e bem-
estar dos pacientes. A enfermagem desempenha um papel crucial na identi�cação precoce, monitoramento,
administração de terapias, cuidados integrados e suporte emocional e educativo. Ao adquirir conhecimentos
nesta área, você estará preparado para atuar de forma competente e empática, melhorando a qualidade de
vida dos pacientes que apresentam essas condições. 
Aula 1
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM
DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS (ANEMIA, LEUCOPENIA,
TROMBOCITOPENIA)
Nesta aula, abordaremos a assistência de enfermagem ao paciente com anemia, leucopenia e
trombocitopenia, distúrbios hematológicos que afetam a composição e o funcionamento do
sangue.
25 minutos
DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS E
ONCOLÓGICOS
 Aula 1 - Assistência de enfermagem ao paciente com distúrbios
hematológicos (anemia, leucopenia, trombocitopenia)
 Aula 2 - Assistência de Enfermagem ao paciente com leucemia
 Aula 3 - Assistência de Enfermagem ao paciente oncológico  
 Aula 4 - Assistência de enfermagem ao paciente em cuidados
paliativos 
 Aula 5 - Revisão da unidade
 Referências
143 minutos
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ANEMIA
Para compreender os distúrbios hematológicos, é imprescindível de�nir hematologia, que abrange a função
e os distúrbios dos elementos formados a partir do sangue, como as hemácias (glóbulos vermelhos),
leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas (geradas na medula óssea), bem como os fatores que controlam a
hemostasia (Carmo, 2021). O estudo desses elementos é fundamental para diagnosticar e tratar diversas
condições de saúde.
A anemia pode ser de�nida como qualquer distúrbio em que há redução da quantidade total de glóbulos
vermelhos em um indivíduo. A massa de glóbulos vermelhos é medida pela quantidade de hemoglobina
(Hb), que é responsável pela tonalidade avermelhada no sangue. Também pode ser utilizado a porcentagem
de hematócritos, que é a proporção de hemoglobinas na corrente sanguínea (Paula, [s. d.]).
Podemos classi�car essa condição de acordo com as alterações na produção de hemácias, seja quando a
taxa de produção diminui ou nos distúrbios que resultam na destruição ou perda de hemácias. O tipo mais
comum de anemia é a ferropriva, diagnosticada geralmente em crianças, e pode causar efeito no
crescimento e desenvolvimento de habilidades cognitivas, comportamentos, de linguagem e capacidades
motoras (Carmo, 2021).
Embora a de�ciência de ferro seja responsável por cerca de 50% dos casos de anemia, a etiologia da
condição geralmente é multifatorial, envolvendo fatores como desnutrição, carências nutricionais (folato,
vitaminas B12 e A), processos in�amatórios, alguns tipos de câncer e doenças hereditárias (Carmo, 2021).
Dessa forma, é importante categorizar os três mecanismos principais que podem causar anemia: perda de
sangue excessiva, produção inadequada de glóbulos vermelhos e destruição excessiva de glóbulos
vermelhos (Braunstein, 2022).
Tabela 1 | Valores laboratoriais para o diagnóstico de anemia, estabelecendo os níveis de hemoglobina e hematócritos considerados
normais para mulheres e homens:
Mulheres Homens
Hemoglobina < 12 g/dL < 13 g/dL
Hematócritos < 35% < 41%
Fonte: adaptada de Mariath et al. (2006).
Nas hemácias, encontra-se presente uma proteína denominada hemoglobina, cuja função é transportar o
oxigênio dos pulmões para as demais partes do corpo. Em casos de redução no número de hemácias, como
ocorre na anemia, o sangue não é capaz de transportar uma quantidade su�ciente de oxigênio, o que
resulta nos sintomas característicos da anemia devido à falta de oxigenação adequada nos tecidos.
Portanto, a diminuição do número de hemoglobina também pode ser um indício de anemia (Braunstein,
2022).
A apresentação dos sintomas da anemia pode variar de acordo com a gravidade e a rapidez do
desenvolvimento da condição, sendo fortemente in�uenciada pelo estilo de vida, idade e histórico clínico e
de saúde do indivíduo. Enquanto algumas pessoas podem ser assintomáticas, outras podem experienciar
fadiga, fraqueza, palidez, tontura, desfalecimento e dispneia. Adicionalmente, sintomas como palpitações
cardíacas, di�culdade de concentração, irritabilidade, unhas frágeis e quebradiças, boca seca, língua inchada
e úlceras orais também são comuns. Assim, é de suma importância proporcionar um atendimento em saúde
adequado, a �m de não negligenciar quaisquer achados clínicos que sejam decisivos para o tratamento
(Braunstein, 2022).
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LEUCOPENIA E TROMBOCITOPENIA  
A leucopenia é caracterizada como a redução do número de leucócitos no sangue. Existem dois tipos
principais de leucócitos: os linfócitos, responsáveis pela produção de anticorpos e pela imunidade das
células, e os fagócitos, que fagocitam e destroem microrganismos (Brasil, 2010).
Os níveis de leucócitos variam de 4.000 a 11.000/mm³. Indivíduos de raça negra ou negroide podem
apresentar a “falsa leucopenia”, com nível de leucócitos em torno de 3.000/mm³ (Silveira et al., 2014). O
primeiro passo é determinar qual tipo de célula está diminuída: neutró�los (neutropenia), um tipo de
fagócito, ou linfócitos (linfopenia), para determinar o tratamento adequado (Brasil, 2010).
Podemos classi�car a causa da leucopenia entre dois fatores (Silveira et al., 2014):
• Leucopenia ocupacional: corresponde a uma das causas mais frequentes de leucopenia, e é comum em
trabalhos que envolvem substâncias químicas, ingeridas, manuseadas e/ou inaladas, como gasolina,
inseticida, querosene, tintas etc., ou agentes físicos, como radiação ionizante.
• Leucopenia racial/constitucional: os valores considerados normais são diferentes para as diferentes etnias,
portanto, deve haver um parâmetro próprio para cada indivíduo. Desse modo, caso a leucometria normal
do indivíduo seja desconhecida, consideramos "constitucional" toda leucopenia persistente e constante que,
mesmo após ampla investigação, nenhuma causa relativa tenha sido apontada como justi�cativa.
As leucopenias também podem ser causadas por infecções (rubéola, varicela, parvovírus, Epstein-Barr,
citomegalovírus, leptospirose, hepatites virais, HIV e tuberculose); hiperesplenismo; doenças
reumatológicas; de�ciência nutricional/endocrinopatias e doenças renais, e uso de medicamentos. Entre as
causas, também está a quimioterapia ou radioterapia, transplante de medula, uso de esteroides, fatores
genéticos e doenças autoimunes (TelessaúdeRS-UFRGS,

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