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CST GP - Modelos de Gestao

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Tecnologia em
Gestão Pública
SUPERIOR
Andréa Martins Andujar
Anderson Antônio Mattos Martins
2014
MODELOS 
DE GESTÃO
A543m Andujar, Andréa Martins 
 Modelos de gestão / Andréa Martins Andujar, 
 Anderson Antônio Mattos Martins. – 2. ed. – 
 Florianópolis : IFSC, 2014. 
 134 p. : il. ; 28 cm 
 
 
 Inclui Bibliografia.
 ISBN: 978-85-64426-80-1 
 
 1. Administração. 2 Organização. I. Título. 
. 
 
 
 CDD: 658
Copyright © 2013, Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC. 
Todos os direitos reservados. 
2ª Edição adaptada ao novo projeto gráfico e instrucional do 
Departamento de Educação a Distância - EaD - IFSC.
A responsabilidade pelo conteúdo desta obra é do(s) respectivo(s) autor(es). O conteúdo 
desta obra foi licenciado temporária e gratuitamente para utilização no âmbito do Sistema 
Universidade Aberta do Brasil, através do IFSC. O leitor compromete-se a utilizar o conteúdo 
desta obra para aprendizado pessoal. A reprodução e distribuição ficarão limitadas ao âmbito 
interno dos cursos. O conteúdo desta obra poderá ser citado em trabalhos acadêmicos e/
ou profissionais, desde que com a correta identificação da fonte. A cópia total ou parcial 
desta obra sem autorização expressa do(s) autor(es) ou com intuito de lucro constitui crime 
contra a propriedade intelectual, com sanções previstas no Código Penal, artigo 184, 
Parágrafos 1o ao 3o, sem prejuízo das sanções cabíveis à espécie.
 Catalogado por: Laura da Rosa Bourscheid CRB14/983
Departamento de Educação a Distância
Créditos do Livro
FICHA TÉCNICA E INSTITUCIONAL 
[ Reitoria ]
Maria Clara Kaschny Schneider
[ Pró-Reitoria de Ensino ]
Daniela de Carvalho Carrelas
[ Diretoria do Centro de Referência em Formação e EaD ]
Gislene Miotto Catolino Raymundo
[ Chefia do Departamento de Educação a Distância - EaD/IFSC ]
Fabiana Besen
[ Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública ]
Giovani Cavalheiro Nogueira
[ Coordenação - Produção de Materiais Didáticos - EaD/IFSC ] 
Ana Karina Corrêa
[ Projeto Gráfico e Instrucional - Livros didáticos - EaD/IFSC ] 
Aline Pimentel 
Carla Peres Souza
Daniela Viviani
Elisa Conceição da Silva Rosa
Sabrina Bleicher
EDIÇÃO 2014
[ Conteúdo ]
Andréa Martins Andujar
Anderson Antônio Mattos Martins
[ Design Gráfico ] 
Rafael Martins Alves
[ Design Instrucional ] 
Verônica Ribas Cúrcio
[ Capa e Editoração Eletrônica ]
Rafael Martins Alves
[ Revisão Gramatical ] 
Beatrice Gonçalves
[ Infográficos ] 
Rafael Martins Alves
[ Tratamento de imagens ] 
Rafael Martins Alves
[ Imagens ] 
Wikimedia Commons
<http://commons.wikimedia.org/>
Free Images
<http://www.freeimages.com/>
Prezado estudante, 
Seja bem-vindo!
O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), preocupado em 
transpor distâncias físicas e geográficas, percebe e trata a 
Educação a Distância como uma possibilidade de inclusão. No 
IFSC são oferecidos diferentes cursos na modalidade a distância, 
ampliando o acesso de estudantes catarinenses, como de 
outros estados brasileiros, à educação em todos os seus níveis, 
possibilitando a disseminação do conhecimento por meio de seus 
campus e polos de apoio presencial conveniados. 
Os materiais didáticos desenvolvidos para a EaD foram pensados 
para que você, caro aluno, consiga acompanhar seu curso 
contando com recursos de apoio a seus estudos, tais como 
videoaulas, ambiente virtual de ensino aprendizagem e livro 
didático. A intenção dos projetos gráfico e instrucional é manter 
uma identidade única, inovadora, em consonância com os avanços 
tecnológicos atuais, integrando os vários meios disponibilizados e 
revelando a intencionalidade da instituição.
Bom estudo e sucesso! 
Equipe de Produção dos Projetos Gráfico e Instrucional 
Departamento EaD/IFSC
Sumário
Modelos de Gestão
1. Aspectos Gerais da Administração 07
2. Enfoque Clássico e Movimento Humanístico da Administração 27
3. A Abordagem Estruturalista da Administração 69 
4. Novas Abordagens Organizacionais 85
5. Teoria do Desenvolvimento Organizacional 99
6. Teoria Neoclássica 109
Considerações Finais 129
Sobre os Autores 130
Referências 131
A unidade curricular Ide 
Modelos de Gestão a requer um 
talento especial de quem a pratica, uma sensibilidade especial, 
Caro (a) estudante, nesta unidade curricular, você vai explorar as principais 
teorias administrativas que constituem a base na qual se assentam as 
práticas de gestão nas organizações. As teorias administrativas configuram 
um corpo de conhecimentos, de valores e de visão de mundo. Você vai 
percorrer caminhos que vislumbram a evolução dessas teorias para modelos 
mais elaborados com o propósito de fornecer-lhe recursos que o ajudarão 
a lidar com os desafios das organizações contemporâneas. O material aqui 
proposto é de fácil entendimento e combina uma releitura de fundamentos 
e posições de renomados autores e de reflexões, resultado de uma ampla 
revisão bibliográfica. Não temos a pretensão de esgotar o tema, mas o objetivo 
de proporcionar-lhe subsídios para uma atuação qualificada. Bons estudos!
Aspectos 
Gerais da 
Administração
MODELOS DE GESTÃO UNIDADE 1
Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os conceitos 
básicos de Administração, reconhecer a importância da Administração 
nos dias atuais, identificar as habilidades e funções necessárias a um 
gestor, definir organizações e caracterizar o ambiente organizacional 
além de entender o surgimento das teorias administrativas.
Andréa Martins Andujar
Anderson Antônio Mattos Martins
Aspectos Gerais
 da Administração
As teorias da Administração e as 
organizações
As teorias da Administração praticadas ao longo do tempo 
basearam-se em diferentes modelos de condução das organizações 
como, por exemplo, da organização da Igreja Católica, que conta 
com um modelo de hierarquia simples; da organização militar, 
com conceitos de unidade de comando, linha, centralização e 
estratégia; e da Revolução Industrial, que conta com uma visão de 
especialistas da produção em série e a concepção da adaptação 
do homem à máquina.
Aspectos Gerais da Administração 9
Para Chiavenato (2004), cada teoria administrativa surgiu como 
resposta aos problemas organizacionais relevantes de sua época 
e todas foram bem-sucedidas nas soluções específicas para tais 
problemas. Segundo o autor, todas as teorias administrativas são 
aplicáveis às situações atuais e o administrador precisa conhecê-
las para ter à sua disposição um naipe de alternativas para cada 
situação.
Para que você tenha uma visão das teorias administrativas ao 
longo do tempo, a tabela abaixo mostra a relação dos anos com as 
respectivas teorias:
Teorias administrativas.
Anos Teorias
1903 Administração Científica
1909 Teoria da Burocracia
1916 Teoria Clássica
1932 Teoria Relações Humanas
1947 Teoria Estruturalista
1951 Teoria dos Sistemas
1954 Teoria Neoclássica
1957 Teoria Comportamental
1962 Desenvolvimento Organizacional
1972 Teoria da Contingência
A Teoria Geral da Administração (TGA) é o corpo de 
conhecimentos a respeito das organizações e do processo 
de administrá-las. Não existem teorias, fórmulas ou receitas 
definitivas na Administração, o que há é um conjunto de 
conhecimentos produzidos a partir da experiência prática 
das organizações.
Teoria Geral
O que estuda a TGA
A Teoria Geral da Administração (TGA) estuda a Administração das 
organizações do ponto de vista da interação e interdependência 
entre seis principais variáveis, conforme demonstra a figura a seguir:
Estrutura
Ta
re
fa
Pessoa
Tecn
olog
ia
Am
biente Co
m
pe
tit
ivi
da
de
As variáveis apresentadas na figura constituem os principais 
componentes no estudo da Administração das organizações. O 
comportamento desses componentes é sistêmico e complexo: 
cada uminfluencia e é influenciado pelos outros e a adequação e a 
integração entre eles constituem o desafio da Administração.
A professora Sônia Ferreira Ferraz, diretora da Câmara de Formação 
Profissional do Conselho Federal de Administração, salientou no 
Seminário Nacional sobre TGA, em 2006, que a TGA mostra o efeito 
cumulativo e gradativamente abrangente das diversas teorias com 
suas diferentes contribuições e enfoques. Para a autora, todas as 
teorias administrativas são válidas, embora cada qual valorize uma 
ou alguma das seis variáveis básicas.
Vamos ver então o porquê de estudar TGA:
• as teorias guiam as decisões da Administração: o 
estudo da teoria nos ajuda a compreender os processos 
fundamentais e, baseados nisso, a escolher uma linha eficaz 
de ação. Em essência, uma teoria é um conjunto coerente 
de pressupostos elaborados para explicar as relações 
entre dois ou mais fatos observáveis. Portanto, as teorias 
Aspectos Gerais da Administração 11
permitem-nos prever o que acontecerá sob certas situações. 
Com esse conhecimento, podemos aplicar diferentes teorias 
da Administração a diferentes situações.
• as teorias dão forma à nossa visão das organizações: 
a partir do estudo das teorias da Administração é possível 
verificar ou identificar a forma como a organização se 
estrutura. Veja, por exemplo, a linha de montagem de Henry 
Ford. Ela é uma aplicação bastante prática da teoria da 
Administração Científica, que propõe que os administradores 
podem determinar cientificamente o melhor modo de se 
realizar qualquer tarefa. Essa teoria é baseada no pressuposto 
de que as pessoas não gostam de trabalhar e precisam de 
uma supervisão atenta e de incentivo financeiro. Em anos 
recentes, entretanto muitos fabricantes enfrentaram uma 
crise de produtividade e de qualidade, o que os forçou a 
repensar as premissas da teoria da Administração Científica 
Até mesmo a marca Ford, que foi uma das primeiras a 
adotar a teoria da Administração Científica, precisou rever 
seus conceitos e atualmente adota um novo conjunto de 
pressupostos com relação aos empregados. 
• as teorias conscientizam sobre o ambiente empresarial: 
cada uma das teorias é produto de seu ambiente – das 
forças sociais, econômicas, políticas e tecnológicas 
presentes num dado tempo e lugar. Esse conhecimento 
irá ajudar a compreender porque certas teorias são mais 
apropriadas a determinadas circunstâncias do que outras. 
No início do século XX, por exemplo, havia falta de mão de 
obra especializada por isso, era preciso encontrar modos de 
produção que tornassem cada trabalhador mais eficiente. 
Nesse contexto, a abordagem de Henry Ford fazia muito 
sentido. Hoje, entretanto, quando o nível geral de educação 
é mais elevado e temos um grande suprimento de mão de 
obra, outras teorias são mais eficazes.
• as teorias são uma fonte de novas ideias: as teorias 
nos dão a chance de assumir um ponto de vista diferente 
com relação às situações do cotidiano. Serão estudadas 
diversas escolas do pensamento administrativo, que foram 
sendo desenvolvidas numa sequência histórica, sendo que 
as ideias posteriores não substituíram as anteriores. Em vez 
disso, cada nova escola complementa ou coexiste com as 
existentes. Ao mesmo tempo, cada escola continuou a se 
desenvolver e até mesmo a se difundir com outras.
Para que serve a Administração?
A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e 
minister (subordinação ou obediência) e significa aquele que presta 
um serviço a outro. No entanto, a palavra administração sofreu 
uma radical transformação em seu significado original. A tarefa da 
Administração passou a ser a de interpretar os objetivos propostos 
pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio 
de planejamento, organização, direção e controle a fim de alcançar 
tais objetivos e garantindo a competitividade.
A Administração é o processo ou a atividade dinâmica, que consiste 
em tomar decisões sobre objetivos e recursos. O processo de 
administrar é inerente a qualquer situação em que haja pessoas 
utilizando recursos para atingir algum objetivo. A finalidade última 
deste processo é garantir a realização de objetivos por meio da 
aplicação de recursos. Em épocas de incertezas como as de hoje, 
a Administração torna-se uma das mais importantes áreas da 
atividade humana, pois sua tarefa básica é a de fazer com que os 
processos funcionam e garantam resultados, de maneira eficiente 
e eficaz.
Nas organizações, sejam indústrias, comércio, organizações de 
serviços públicos, hospitais, universidades, instituições militares ou 
qualquer outra forma de empreendimento humano, a eficiência e a 
eficácia com que as pessoas trabalham em conjunto para conseguir 
objetivos comuns dependem diretamente da capacidade daqueles 
que exercem a função administrativa.
O avanço tecnológico e o desenvolvimento do conhecimento 
humano não produzem por si só efeitos se não houver qualidade na 
administração efetuada sobre os grupos organizados de pessoas 
para que haja aplicação efetiva dos recursos humanos e materiais. 
A Administração, nesse sentido, passa a ser considerada a principal 
chave para a solução dos mais graves problemas que atualmente 
afligem o mundo moderno.
Muitos autores procuraram definir Administração. Idalberto 
Chiavenato suscita algumas definições:
• Administração é o processo pelo qual um grupo de 
pessoas dirige as ações de outras no sentido de alcançar 
objetivos comuns; 
EFICIENTE
[ GLOSSÁRIO ]
Agente de ação; que produz realmente 
um efeito.
EFICAZ
[ GLOSSÁRIO ]
Que dá bom resultado, que produz o 
efeito desejado.
Aspectos Gerais da Administração 13
• Administração é o processo de trabalhar com e através 
de outras pessoas para alcançar, eficientemente, objetivos 
organizacionais pelo uso eficiente de recursos limitados em 
um ambiente mutável. 
• Administração representa a busca de objetivos 
organizacionais de uma maneira eficiente e eficaz através 
de planejamento, organização, liderança e controle dos 
recursos organizacionais.
• Administração refere-se a duas coisas: coletivamente a 
todos os administradores de uma organização; e ao estudo 
do que os administradores fazem. Toda organização é 
tocada por administradores. 
• Administração é o processo de alcançar objetivos 
organizacionais pelo trabalho com e através de pessoas e 
demais recursos organizacionais. Três características são 
fundamentais: Administração é um processo ou séries de 
atividades relacionadas, envolve e se concentra no alcance 
de objetivos organizacionais e busca alcançar tais objetivos 
através do trabalho das pessoas e demais recursos 
organizacionais.
Para Maximiano (2011), a finalidade da Administração é garantir a 
realização de objetivos por meio da aplicação de recursos:
IDALBERTO CHIAVENATO
[ QUEM ]
Idalberto Chiavenato é reconhecido 
e prestigiado pela excelência de 
seus trabalhos em Administração e 
em recursos humanos. É um dos 
autores nacionais mais conhecidos e 
respeitados na área de Administração 
de empresas e recursos humanos. 
Graduado em Filosofia/Pedagogia, 
com especialização em Psicologia 
educacional pela Universidade de São 
Paulo, em Direito pela Universidade 
Mackenzie e pós-graduado em 
Administração de empresas pela 
Fundação Getúlio Vargas, é mestre 
e doutor em Administração pela City 
University of Los Angeles (EUA). Foi 
professor da Fundação Getúlio Vargas 
e de várias universidades no exterior 
além de ser consultor de empresas.
RECURSOS
Pessoas
Informação e 
conhecimento
Espaço
Tempo
Dinheiro
DECISÕES
Planejamento
Organização
Execução
Direção
OBJETIVOS
Resultados 
esperados do 
sistema
O trabalho do administrador, em qualquer organização, é o de 
ser a ponte entre os meios (recursos financeiros, tecnológicos e 
humanos) e os fins (objetivos). Como elo entre os recursos e os 
objetivos de uma organização, cabe ao administrador combinar os 
recursos na proporção adequada.
É importante você entender que, qualquer queseja a posição ou o 
nível que o administrador ocupe, os resultados são alcançados por 
meio da efetiva cooperação dos seus subordinados.
Funções da Administração
A partir de agora, você vai conhecer as funções da Administração: 
planejamento, organização, direção e controle. Veja cada uma 
delas mais detalhadamente a seguir:
Planejamento
O planejamento consiste em determinar antecipadamente os 
objetivos almejados pela organização e traçar formas para alcançá-
los. Por meio da função administrativa, o planejamento define onde 
se quer chegar (where), o que deve ser feito (what), quando (when), 
como (how), por que (why), quem (who) deve fazer o trabalho e em 
que sequência.
Existem três níveis distintos de planejamento na organização: o 
planejamento estratégico, o tático e o operacional. Vejamos as 
características principais de cada um deles:
• Planejamento estratégico: é o mais amplo e abrange 
toda a organização; é projetado para longo prazo (em 
geral para os próximos cinco anos); é definido pela cúpula 
organizacional; e é macro-orientado.
• Planejamento tático: é feito em nível departamental; é 
projetado para o médio prazo (geralmente de um a cinco 
anos); é menos genérico e mais detalhado; é definido pelo 
nível intermediário da organização.
• Planejamento operacional: é feito para cada tarefa ou 
atividade específica; é projetado para o imediato (curto 
prazo: menos de um ano); é definido pelo nível operacional; 
é micro-orientado.
Aspectos Gerais da Administração 15
As características mais marcantes do planejamento, segundo Diniz 
(2004), são as apresentadas no quadro abaixo:
Características da função planejamento
Características da função planejamento
Planejamento é um processo 
permanente e contínuo
Não se esgota em um único plano de ação, é realizado continuamente 
pela empresa.
Planejamento é sempre voltado 
para o futuro
Está sempre ligado intimamente à previsão, embora não se confunda 
com ela.
Planejamento visa à racionalidade 
da tomada de decisão
Ao estabelecer esquemas para o futuro, o planejamento funciona 
como um meio de orientar o processo decisório, dando-lhe maior 
racionalidade e subtraindo a incerteza inerente à qualquer tomada de 
decisão.
Planejamento visa selecionar 
entre várias alternativas um curso 
de ação
Quando se escolhe um curso de ação que prossegue no tempo, 
deixam-se de lado todas as demais alternativas que foram rejeitadas 
por algum motivo ou razão.
Planejamento é sistêmico
Deve considerar a totalidade da empresa, do órgão ou da unidade 
para o qual foi feito, sem omitir as relações internas e externas.
Planejamento é interativo
Pressupõe avanços e recuos, alterações e modificações em função 
dos eventos novos e inesperados que ocorram tanto no ambiente 
interno como no ambiente externo da empresa ou unidade. 
Planejamento é uma técnica de 
alocação de recursos
Visa à definição, ao dimensionamento e à alocação dos recursos 
humanos e não humanos da empresa ou unidade de uma forma 
antecipadamente estudada e decidida.
Planejamento é uma técnica 
cíclica
Conforme vai sendo executado e realizado, o planejamento permite 
condições de avaliação e de mensuração para novos planejamentos, 
com informações e perspectivas mais seguras e corretas. 
Planejamento é uma função 
administrativa que interage com 
as demais
Está intimamente relacionado com a organização, direção e controle, 
influenciando e sendo influenciado por todas elas a todo momento e 
em todos os níveis da organização.
Planejamento é uma técnica de 
coordenação e de integração
Ele permite a coordenação e integração de várias atividades no 
sentido da realização dos objetivos desejados.
Planejamento é uma técnica de 
mudança e de inovação
Constitui uma das melhores maneiras de se introduzir deliberadamente 
mudança e inovação em uma empresa sob uma forma previamente 
definida e escolhida e devidamente programada para o futuro.
Fonte: DINIZ, Danusa F. Costa. Apostila de Teoria Geral da Administração. FEAT, Ibaiti, 2004.
Organização
A organização consiste em determinar as atividades necessárias 
ao alcance dos objetivos planejados (especialização), em agrupar 
as atividades em uma estrutura lógica (departamentalização) e em 
designar as atividades às pessoas específicas (cargos e tarefas).
A função administrativa da organização pode ser feita em três 
níveis: global, departamental e em nível das tarefas e operações:
• Organização ao nível global: abrange a empresa como 
um todo. É o desenho organizacional que pode assumir três 
tipos: linear, funcional e do tipo linha-staff. Veja:
• Organização linear: a estrutura organizacional é 
simples e baseia-se na autoridade linear, isto é, cada 
superior tem autoridade única e absoluta sobre os 
seus subordinados.
• Organização funcional: a estrutura organizacional 
baseia-se no princípio funcional ou princípio da 
especialização das funções.
• Organização linha-staff: tem-se a prestação de 
serviços especializados e de consultoria técnica, 
influenciando indiretamente o trabalho dos órgãos 
de linha por meio de sugestões, recomendações, 
consultoria e prestação de serviços como 
planejamento, relatórios, dentre outros.
• Estabelece um esforço coordenado.
• Fornece uma direção para gerentes e não gerentes.
• Obriga as pessoas a olharem para frente, a se anteciparem.
• Reduz as incertezas e esclarece as consequências.
• Reduz as atividades sobrepostas ou redundantes, evita o desperdício.
• Estabelece objetivos e padrões que ajudam no controle. 
Planejamento
ORGANIZAÇÃO LINEAR
[ GLOSSÁRIO ]
A organização linear tem suas origens 
na organização dos antigos exércitos 
e na organização eclesiástica dos 
tempos medievais. Entre o superior e 
os subordinados existem linhas diretas 
e de autoridade baseadas no direito 
organizacional de exigir o cumprimento 
de ordens e de responsabilidadesna 
execução de tarefas.
LINHA-STAFF
[ GLOSSÁRIO ]
A organização linha-staff é o resultado 
da combinação entre a organização 
linear e a organização funcional, 
permitindo atividade conjunta e 
coordenada dos órgãos de linha e dos 
órgãos de staff ou assessoria
Aspectos Gerais da Administração 17
• Organização em nível departamental: abrange 
cada departamento; é o desenho departamental 
ou departamentalização. Entende-se por 
departamentalização a configuração organizacional 
usada para agrupar as diversas atividades da 
organização.
• Organização em nível das tarefas e operações: focada 
em cada tarefa ou atividade; é o desenho dos cargos ou 
tarefas sendo feita por meio da descrição e análise de 
cargos. 
Direção
A direção é a função administrativa que compreende as decisões 
que acionam recursos, especialmente de pessoas, para realizar 
tarefas e alcançar objetivos. É a função administrativa que se 
refere às relações interpessoais dos administradores com os seus 
subordinados em todos os níveis da organização.
Constitui uma das mais complexas funções administrativas pelo 
fato de envolver orientação, assistência à execução, comunicação, 
motivação e todos os processos por meio dos quais os 
administradores buscam alcançar os objetivos da organização.
Fonte: CHIAVENATO (2004).
Organização Linear e Organização Funcional, respectivamente
A direção também pode se dar em três níveis distintos: global, 
departamental e operacional:
• Direção em nível global: abrange a organização como um 
todo. Compete ao presidente da empresa e a cada diretor 
em sua respectiva área e corresponde ao nível estratégico 
da organização.
• Direção em nível departamental: abrange cada 
departamento da organização. É a chamada gerência e 
corresponde ao nível tático da organização.
• Direção em nível operacional: abrange cada grupo 
de pessoas ou de tarefas. É a chamada supervisão e 
corresponde ao nível operacional da empresa.
Para entender melhor a estrutura da função direção, o quadro a 
seguir ilustra seus níveis e abrangências:
Nível de 
organização
Nível de 
direção
Cargos 
envolvidos Abrangência
InstitucionalDireção
Diretores e altos 
executivos
A empresa ou áreas da 
empresa
Intermediário Gerência
Gerentes e pessoal de 
meio de campo
Cada departamento ou 
unidade da empresa
Operacional Produção
Supervisores e 
encarregados
Cada grupo de pessoas 
ou tarefas
Controle
Controle é a tomada de decisões e ações para assegurar a realização 
dos objetivos. A finalidade dessa função administrativa é assegurar 
que os resultados do que foi planejado, organizado e dirigido se 
ajustem aos objetivos previamente estabelecidos.
O controle acontece em quatro fases de modo cíclico, conforme 
ilustra a figura seguir:
Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Campus, 2004. 
Aspectos Gerais da Administração 19
 Fonte: CHIAVENATO (2004; 2007).
A função do controle busca verificar se a atividade controlada está 
ou não alcançando os resultados esperados e pode se dar em três 
níveis: global, departamental ou operacional: 
Controle em nível global (estratégico): é macro-orientado e 
engloba a empresa como um todo. É genérico, sintético, abrangente 
e a longo prazo.
Controle em nível departamental (tático): aborda cada unidade 
da empresa separadamente. É realizado a médio prazo e é mais 
detalhado, portanto menos genérico.
Controle em nível operacional: é detalhado, específico e analítico. 
Aborda apenas cada tarefa ou operação sendo a curto prazo.
Na figura a seguir, você tem uma visão abrangente das funções 
administrativas:
Estabelecimento 
de padrões
Observação 
do desempenho
Ação 
corretiva
Comparação do 
desempenho com o 
padrão estabelecido
Dentro desse contexto, é possível entender quem são os verdadeiros 
administradores. Maximiano (2011) define que os verdadeiros 
administradores são as pessoas ou gerentes que tomam decisões 
de administração. 
Podem ser indivíduos ou grupos. Para o autor, são todas as pessoas 
que administram sistemas ou recursos.
Definir missão.
Formular objetivos.
Definir os planos 
para alcançá-los.
Programar as 
atividades.
Dividir trabalho.
Designar as 
atividades.
Agrupar as 
atividades em 
órgãos e cargos
Alocar recursos.
Definir autoridade e 
responsabilidade.
Designar as 
pessoas.
Coordenar os 
esforços.
Comunicar.
Motivar.
Liderar.
Orientar.
Definir padrões.
Monitorar o 
desempenho.
Ação corretiva.
Planejamento Organização Direção Controle
Fonte: CHIAVENATO (2004, 2007).
Os administradores são planejadores, organizadores, líderes e 
controladores da organização. Os administradores trabalham 
com qualquer pessoa, em qualquer nível dentro ou fora das 
organizações auxiliando no alcance dos objetivos das mesmas.
Habilidades básicas do 
administrador
As habilidades básicas do administrador estão divididas em três: 
conceituais, técnicas e humanas: 
• Habilidades técnicas: compreensão e proficiência num 
determinado tipo de atividade especialmente naquela que 
envolva métodos, processos, procedimentos ou técnicas. É 
fácil visualizar a habilidade técnica de um cirurgião, de um 
músico, de um contador no instante em que desempenham 
Aspectos Gerais da Administração 21
suas funções. Representam o conhecimento específico, 
normalmente, associado à área funcional. Em recursos 
humanos, as habilidades estão voltadas ao conhecimento 
da legislação trabalhista, cargos e salários e métodos de 
avaliação. Já na produção, estão voltadas ao conhecimento 
dos métodos, processos, insumos e materiais. 
• Habilidades humanas: dizem respeito à habilidade 
das pessoas em trabalhar com os outros, de aceitar a 
existência de opiniões e convicções contrárias às suas, de 
compreender o que os outros querem dizer com palavras e 
gestos, de criar um ambiente de boa vontade e segurança 
e de serem suscetíveis aos anseios e motivações do outro.
• Habilidades conceituais: representam a necessidade 
de se ter uma visão do todo. Inclui o reconhecimento de 
como as diversas funções numa organização dependem 
umas das outras e de que modo as mudanças, em qualquer 
uma das partes da organização, afetam as demais. Elas 
refletem a capacidade de transformar conhecimentos em 
ação, expressos pelos objetivos, políticas, interesses e 
procedimentos organizacionais. A competência nessas 
habilidades depende do treinamento e dos processos de 
educação.
As habilidades técnicas, humanas e conceituais estão interligadas, 
contudo variam em importância e grau nos diferentes níveis da 
organização.
A figura a seguir ilustra os três tipos de habilidades gerenciais e sua 
relação com a posição na hierarquia:
Administração 
Superior
Gerência 
Intermediária
Supervisão de 
primeira linha
Habilidades Conceituais
Habilidades Humanas
Habilidades Técnicas
Fonte: KATZ; KAHN (1978).
Desafios da Administração
Novas formas administrativas foram criadas em virtude do 
surgimento de novas arquiteturas organizacionais impostas 
pelas demandas da era pós-industrial. Essa previsão baseia-
se no princípio evolucionário de cada idade e desenvolve uma 
forma organizacional apropriada a suas características, pois cada 
contexto exige uma forma organizacional diferente, apropriada as 
suas características. Para Feltrin (2007), tais mudanças se devem a:
• mudanças rápidas e inesperadas principalmente no 
campo do conhecimento e da explosão populacional 
impondo novas e crescentes necessidades a que as atuais 
organizações não têm condições de atender;
• crescimento das organizações que se tornam complexas 
e internacionais;
• atividades que exigem pessoas de competência diversas 
e altamente especializadas envolvendo problemas de 
coordenação e, principalmente, de acompanhamento das 
rápidas mudanças.
Vários fatores poderão provocar profundos impactos sobre 
as organizações e empresas, dentre eles, o crescimento das 
organizações, a concorrência, a sofisticação da tecnologia, 
as taxas elevadas de inflação, a globalização da economia, a 
internacionalização dos negócios e a visibilidade maior das 
organizações:
• Crescimento das organizações: as organizações bem-
sucedidas tendem ao crescimento e à ampliação de suas 
atividades, seja em termos de tamanho e de recursos, 
na expansão de seus mercados ou no volume de suas 
operações. O crescimento é uma decorrência inevitável 
do êxito organizacional. À medida que a organização 
cresce, ocorre uma subdivisão interna (divisão do trabalho) 
e especialização dos órgãos e, em decorrência, maior 
necessidade de coordenação e integração das partes 
envolvidas para garantir a eficiência e eficácia. O mundo 
externo é caracterizado por mudanças rápidas e frequentes 
e para acompanhar com sucesso essas mudanças, os 
administradores generalistas e dotados de habilidades 
genéricas e variadas terão perspectivas mais promissoras 
Aspectos Gerais da Administração 23
do que os administradores especialistas e concentrados em 
poucas habilidades gerenciais.
• Concorrência mais aguda: à medida que aumentam 
os mercados e os negócios, crescem também os riscos 
da atividade empresarial. O produto ou serviço que 
demonstre ser superior ou melhor será o mais procurado. 
O desenvolvimento dos produtos ou serviços exigirá 
maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento, 
aperfeiçoamento das tecnologias, dissolução de velhos 
e criação de novos departamentos, busca incessante de 
novos mercados e a necessidade de competir com outras 
organizações.
• Sofisticação da tecnologia: com o uso das 
telecomunicações, do computador e do transporte, as 
organizações e empresas estão internacionalizando suas 
operações e atividades. A tecnologia proporciona uma 
eficiência e uma precisão maior e com isso, o trabalhador 
tem mais tempo para executar tarefas mais complicadas que 
exijam planejamento e criatividade. A tecnologia introduz 
novos processos e instrumentos que causam impactos 
sobre a estrutura e o comportamento das organizações.
• Taxas elevadas de inflação: os custos de energia, 
matérias-primas, mão de obra e do dinheiro estão se 
elevando continuamente. A inflação exigirá, cadavez 
mais, maior eficiência da administração das organizações 
para que essas possam obter melhores resultados com os 
recursos disponíveis e programas de redução de custos 
operacionais. A inflação imporá novas pressões e ameaças 
sobre as organizações lucrativas.
• Globalização da economia e internacionalização 
dos negócios: o esforço de exportação e a criação de 
novas subsidiárias em outros territórios estrangeiros é um 
fenômeno que influenciará organizações do futuro e sua 
administração. A globalização e o intercâmbio planetário 
fazem com que a competição se torne mundial.
• Visibilidade maior das organizações: enquanto crescem, 
as organizações tornam-se competitivas, mais sofisticadas, 
internacionalizam-se mais e, com isso, aumentam sua 
influência ambiental. Ou seja, as organizações chamam 
mais atenção do ambiente e do público e passam a ser 
mais vistas e percebidas. A visibilidade da organização 
(capacidade de chamar a atenção dos outros) pode ocorrer 
de modo positivo ou negativo.
A tarefa do administrador é desafiadora, pois o mesmo defronta-se 
com uma série de mudanças rápidas e bruscas, carregadas de 
ambiguidades e incertezas.
As organizações 
Desde o inicio do século XX, as organizações passaram por 
diversas mudanças com a introdução de novas tecnologias, o que 
tem causado impacto na vida social e política das pessoas.
Na Revolução Industrial (1900-1950), o formato da organização era 
piramidal e centralizador. As pessoas eram consideradas recursos 
de produção como as máquinas e a concepção admitida era 
natureza, capital, trabalho.
Já no período Neoclássico (1950 a 1990), com o fim da Segunda 
Guerra, o mundo começou a mudar mais intensamente. A 
competitividade passou a ser mundial. Surgiu então a concepção 
da Administração de recursos humanos, dando ênfase às pessoas 
como recursos vivos e não como uma parte das máquinas. 
Na atual Era da Informação, as mudanças, além de rápidas, 
tornaram-se inesperadas. A globalização da economia acelerou 
a competitividade e as organizações passaram a acreditar que o 
capital mais importante é o conhecimento. Passaram a investir nas 
pessoas como seus capitais intelectuais e o RH cedeu lugar a uma 
nova abordagem: a gestão de pessoas.
As organizações recebem diferentes classificações, entre elas, 
destacam-se:
Associações de benefícios mútuos: os beneficiários principais 
são os próprios participantes. Nesse caso configuram cooperativas, 
consórcios e sindicatos.
Organizações de interesses comerciais: os beneficiários 
principais são os proprietários, acionistas e investidores, como 
Aspectos Gerais da Administração 25
empresas privadas, tanto sociedades anônimas como de 
participação limitada.
Organizações de serviços: os beneficiários principais são grupos 
de clientes e a sociedade, como hospitais, universidades e agências 
sociais.
Organizações de Estado: os principais beneficiários são os 
cidadãos, o público em geral, como por exemplo, Correios, 
instituições jurídicas e saneamento.
O ambiente organizacional
Chiavenato apud Santos (2001) afirma que ambiente é tudo o que 
envolve externamente uma organização ou um sistema. É o contexto 
no qual uma organização está inserida. Como a organização é 
um sistema aberto, ela mantém transações e intercâmbio com 
seu ambiente. Isso faz com que tudo o que ocorre externamente 
no ambiente passe a influenciar internamente o que ocorre na 
organização.
Tudo o que acontece no ambiente geral pode afetar direta ou 
indiretamente todas as organizações porque é constituído de um 
conjunto de condições semelhantes para todas as organizações. 
Essas condições são de ordem:
• Tecnológicas, já que o desenvolvimento tecnológico tem 
influência sobre as organizações, que precisam se adaptar e 
incorporar tecnologias oriundas do ambiente geral para não 
perderem competitividade.
• Legais, porque a legislação vigente pode afetar direta ou 
indiretamente as organizações, auxiliando-as ou impondo 
restrições às suas operações.
• Políticas, referindo-se às decisões e definições tomadas 
em nível federal, estadual ou municipal que influenciam as 
organizações. 
• Econômicas, constituídas pela conjuntura (inflação, 
balanço de pagamentos, distribuição de renda), que 
determina o desenvolvimento econômico ou a retração 
econômica e que condicionam fortemente as organizações.
• Demográficas, referindo-se às taxas de crescimento 
da população, raça, religião, sexo, idade e distribuição 
[ Palácio dos Correios, São Paulo. ]
AMBIENTE GERAL
[ GLOSSÁRIO ]
é o ambiente genérico e comum 
que afeta e influencia a todas as 
organizações. 
geográfica que determinam as características do mercado 
atual e futuro das organizações.
• Ecológicas, referindo-se ao fato de que as organizações 
influenciam e são influenciadas por aspectos ecológicos 
tais como poluição, clima, transportes, comunicações, etc.
• Culturais, para mostrar que a cultura de um povo interfere 
nas organizações através das expectativas e hábitos de 
seus participantes e de seus consumidores.
O ambiente de tarefa ou operacional é o mais próximo e imediato 
de cada organização. É constituído por:
• fornecedores de entradas, que fornecem todos os tipos 
de recursos (materiais, financeiros, humanos, tecnológicos) 
que uma organização necessita para trabalhar;
• clientes ou usuários, representados pelos consumidores 
das saídas da organização;
• concorrentes, tanto em relação aos recursos quanto em 
relação aos consumidores;
• entidades reguladoras, que regulam ou fiscalizam as 
atividades da organização;
• stakeholders, como elementos influenciadores relevantes 
que podem afetar ou serem afetados pelo alcance das 
ações da organização (SANTOS, 2001).
Para Stoner (1999), as organizações operam dentro de um 
contexto do qual dependem para sobreviver, manter-se, crescer e 
desenvolver-se. É do ambiente que as organizações obtêm recursos 
e informações necessárias ao seu funcionamento e é no ambiente 
que colocam o resultado de suas operações. À medida que 
ocorrem mudanças no ambiente, as operações das organizações 
são influenciadas por essas mudanças.
AMBIENTE DE TAREFA
[ GLOSSÁRIO ]
é o segmento do ambiente geral do 
qual uma determinada organização 
extrai seus insumos e deposita os seus 
resultados.
STAKEHOLDERS
[ GLOSSÁRIO ]
palavra que significa depositários. 
Pessoa ou grupo com interesse na 
performance da organização e no meio 
ambiente na qual ela opera. 
Enfoque 
Clássico e 
Movimento 
Humanístico da 
Administração
MODELOS DE GESTÃO UNIDADE 2
Ao concluir o estudo desta unidade, você vai compreender as origens 
e os fundamentos do enfoque clássico da Administração, o universo 
conceitual da abordagem humanística além de conhecer as principais 
teorias e estilos de liderança e entender como se dá o processo 
decisório nas organizações.
Andréa Martins Andujar
Anderson Antônio Mattos Martins
Enfoque Clássico e 
Movimento Humanístico
 da Administração
A Administração e seu contexto 
histórico e social
As grandes organizações que surgiram no passado como o Império 
Romano, a Igreja Católica e os exércitos tinham tanta necessidade 
de Administração quanto às organizações modernas ou pós 
Revolução Industrial.
A Administração nasceu como ciência independente durante 
a Revolução Industrial. No despontar do século XX, as teorias 
formuladas refletiam as necessidades das empresas da época, com 
Enfoque Clássico e Movimento Humanístico da Administração 29
ênfase na produção eficiente de bens para atender a um mercado 
crescente.
Valendo-se dessa realidade, dois engenheiros desenvolveram 
trabalhos sobre Administração. Um era norte-americano, Frederick 
Winslow Taylor, que desenvolveu a chamada Escola de Administração 
Científica, cuja preocupação principal estava centrada no aumento 
da eficiência da indústria através da racionalização do trabalho 
operário. O outro era europeu, Henri Fayol, que desenvolveu a 
chamada Teoria Clássica, com objetivo de aumentar a eficiência 
da empresapor meio de sua organização e da aplicação de 
princípios gerais da Administração com bases científicas. Suas 
ideias constituem as bases da chamada abordagem clássica da 
Administração.
Administração 
Científica
Ênfase nas 
tarefas
Abordagem 
Clássica da 
Administração
Teoria Clássica
Observação do 
desempenho
Taylor
Fayol
Fonte: CHIAVENATO (2004).
ABORDAGEM CLÁSSICA 
DA ADMINISTRAÇÃO
[ SAIBA MAIS ]
No livro “A Riqueza das Nações”, 
de 1776, Adam Smith mostra as 
vantagens da divisão do trabalho. Sua 
teoria baseia-se na especialização dos 
operários, afirmando que operários 
especializados podem ser mais 
eficientes em detrimento a operários 
que tenham que fabricar o produto 
inteiro. É importante caracterizar que 
as teorias desenvolvidas retratam 
o momento histórico em que são 
produzidas.
A Escola de Administração Científica, desenvolvida nos EUA a 
partir dos trabalhos de Taylor, era formada, principalmente, por 
engenheiros como F. W. Taylor, Henry Lawrence Gantt, Frank 
Bunker Gilbreth, Harrington Emerson, Henry Ford entre outros.
Henry Ford (1863-1947) foi fundador, em 1903, da empresa Ford 
Motor. É, sem dúvida, o mais conhecido de todos os precursores 
da Administração Científica, revolucionando e inovando a estratégia 
comercial do século XX. 
Iniciou sua vida como mecânico projetando um modelo de automóvel 
em 1899. Ao produzir automóveis, ele propôs uma inovação no 
sistema produtivo. A proposta era produzir um número maior de 
produtos com garantia de qualidade e pelo menor custo possível. 
Tal fato teve considerável impacto sobre a maneira de viver do 
homem, pois, em 1913, sua empresa já fabricava 800 carros por 
dia. Em 1914, repartiu com os seus funcionários uma parte do 
controle acionário da empresa e estabeleceu o salário mínimo por 
uma jornada de trabalho de oito horas, quando na época a jornada 
era de 10 a 12 horas.
Em 1926, já tinha 88 fábricas e empregava em torno de 150 mil 
pessoas fabricando dois milhões de carros por ano. Utilizou um 
sistema de concentração vertical, produzindo desde a matéria-prima 
inicial ao produto final acabado. Ele propunha uma concentração 
horizontal através de uma cadeia de distribuição comercial por 
meio de agências próprias.
A racionalização da produção deu origem à linha de montagem, a 
qual permite a produção em série ou em massa. Por esse sistema, 
o produto é padronizado bem como o maquinário, material, mão 
de obra e o desenho, o que proporciona um custo reduzido. Daí a 
produção de grandes quantidades, cuja condição é a capacidade 
de consumo em massa. A condição chave da produção em massa 
é a simplicidade por meio de três aspectos: 
• a progressão do produto através do processo produtivo é 
planejada, ordenada e contínua;
• o trabalho é entregue ao trabalhador em vez de deixá-lo 
com a iniciativa de ir buscá-lo;
• as operações são analisadas em seus elementos 
constituintes.
O quadro a seguir apresenta os três princípios de Ford:
Enfoque Clássico e Movimento Humanístico da Administração 31
 Os três princípios de Ford
Princípio da intensificação
Diminuir o tempo de duração com o emprego imediato dos 
equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do produto 
no mercado.
Princípio da economicidade
Consiste em reduzir o volume do estoque da matéria-prima em 
transformação fazendo com que o automóvel seja pago à empresa 
antes de vencido o prazo de pagamento da matéria-prima adquirida 
e dos salários. A velocidade de produção deve ser rápida: “o 
minério sai da mina no sábado e é entregue, sob a forma de um 
carro, ao consumidor na terça-feira à tarde”.
Princípio da produtividade
Aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo 
período (produtividade) por meio da especialização e da linha 
de montagem. O operário ganha mais e o empresário tem maior 
produção, consequentemente, maior ganho .
Fonte: CHIAVENATO (2004).
A preocupação dessa abordagem era aumentar a produtividade da 
empresa por meio do aumento da eficiência no nível operacional. 
Pode-se então dizer que a abordagem da Administração Científica 
era uma abordagem de baixo para cima e das partes para o todo. 
A atenção estava voltada para o método de trabalho, para os 
movimentos necessários à execução da tarefa bem como para o 
tempo padrão determinado para a sua execução.
Enquanto a ênfase nas tarefas era a principal característica da 
Administração Científica, a corrente denominada de Teoria 
Clássica - desenvolvida na França a partir dos trabalhos pioneiros 
de Henri Fayol, seguido por James D. Mooney, Lyndall F. Urwick, 
Luther Gulick entre outros - buscava o aumento da eficiência da 
empresa por meio da forma e da disposição dos departamentos da 
organização e de suas inter-relações estruturais. 
A ênfase era na anatomia, na estrutura e na fisiologia da organização, 
sendo essa abordagem caracterizada como de cima para baixo. 
Partindo do topo da organização para as suas partes componentes 
que são os departamentos.
Existia um predomínio na atenção para a estrutura organizacional 
vislumbrando-se a melhor maneira de subdividir a empresa sob 
centralização de um chefe principal.
As origens da abordagem clássica decorrem das consequências 
geradas pela Revolução Industrial podendo ser resumidas em dois 
fatos:
• crescimento acelerado e desorganizado das empresas, 
gerando assim a necessidade de um planejamento da 
produção em detrimento da improvisação;
• necessidade de aumentar a eficiência e a competência das 
organizações, procurando-se obter o melhor rendimento 
possível dos recursos e fazer frente à concorrência e à 
competição que crescia entre as empresas.
Teoria da Administração Científica
A Administração Científica teve início por volta do ano de 1900 pelo 
engenheiro americano Frederick Winslow Taylor, que provocou uma 
verdadeira revolução no pensamento administrativo e no mundo 
industrial da sua época. 
Sua preocupação original foi tentar eliminar o fantasma do 
desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias americanas e 
elevar o nível de produtividade por meio da aplicação de métodos 
e técnicas da engenharia industrial. 
Enfoque Clássico e Movimento Humanístico da Administração 33
Frederick Winslow Taylor (1856-1915), fundador da Administração 
Científica, nasceu em Filadélfia, nos EUA. Veio de uma família de 
princípios rígidos e foi educado em uma mentalidade de disciplina, 
devoção ao trabalho e - de uso racional dos recursos Iniciou sua 
carreira como operário na Midvale Steel Co., passando a capataz 
e contramestre até chegar a função de engenheiro, quando se 
formou pela Stevens Institute. Na época vigorava o sistema de 
pagamento por peça ou tarefa. Os patrões procuravam ganhar o 
máximo na hora de fixar o preço das tarefas, enquanto os operários 
reduziam o ritmo de produção para contrabalançar o pagamento 
por peça determinado pelos patrões. Tal fato levou Taylor a estudar 
o problema de produção para tentar uma solução que atendesse a 
patrões e empregados. 
 O primeiro período de Taylor corresponde à época da publicação 
de seu livro “Shop Management” (Administração de Oficinas), em 
1903, sobre técnicas de racionalização do trabalho do operário por 
meio do estudo de tempos e movimentos.
Taylor começou por baixo, junto com os operários do nível de 
execução, efetuando um paciente trabalho de análise das tarefas 
de cada operário. Ele observou que o operário médio produzia 
muito menos do que era potencialmente capaz com o equipamento 
disponível. Concluiu que se o operário mais produtivo percebesse 
que obtém a mesma remuneração que seu colega menos 
produtivo, ele acabaria se acomodando, perdendo o interesse e 
não produzindo de acordo com sua capacidade. Daí a necessidade 
de pagar mais ao operário que produz mais. Em resumo, Taylor diz 
que:
• o objetivo de uma boa administração é pagar salários melhores 
aos trabalhadores e reduzir os custos unitários da produção. 
Para realizar tal objetivo, a Administração deve aplicar métodos 
científicos de pesquisa e experimentospara formular princípios e 
estabelecer processos padronizados que permitam o controle das 
operações fabris;
O termo Administração Científica foi utilizado como forma de tentar 
aplicar métodos científicos de mensuração e observação aos 
problemas da Administração buscando alcançar elevada eficiência 
industrial. 
• os empregados devem ser colocados em seus postos 
com materiais e condições de trabalho adequados para que 
as normas possam ser cumpridas;
• os empregados devem ser treinados para aperfeiçoar suas 
aptidões e executar tarefas para que a produção normal seja 
cumprida,(ou seja, fazer as tarefas com a máxima economia 
de esforço/tempo);
• a Administração precisa criar uma atmosfera de cooperação 
entre os trabalhadores para que haja um bom ambiente de 
trabalho.
O segundo momento de Taylor corresponde à publicação de seu 
livro “Princípios de Administração Científica” (1911) quando concluiu 
que a racionalização do trabalho operário deveria ser logicamente 
acompanhada de uma estruturação geral da empresa e que tornasse 
coerente a aplicação dos seus princípios. Nesse segundo período, 
o autor desenvolveu estudos sobre a Administração geral, a qual 
denominou Administração Científica, sem deixar, contudo, sua 
preocupação com relação à tarefa do operário. Taylor considerou 
que as indústrias de sua época padeciam de três males:
• vadiagem sistêmica dos operários que reduziam a 
produção a cerca de um terço do que o padrão para evitar a 
redução dos salários pela gerência. Conforme o autor, cinco 
causas eram determinantes para a vadiagem no trabalho:
◊ O engano disseminado entre os trabalhadores 
de que o maior rendimento do homem e das máquinas 
provocava desemprego. 
◊ O sistema de administração que força os 
operários à ociosidade no trabalho a fim de proteger 
seus interesses pessoais.
◊ Os métodos empíricos ineficientes utilizados 
nas empresas com os quais os operários desperdiçam 
grande parte do seu esforço e tempo.
◊ Desconhecimento pela gerência das rotinas 
de trabalho e do tempo necessário para sua 
realização. 
◊ Falta de uniformidade das técnicas e dos 
métodos de trabalho.
Enfoque Clássico e Movimento Humanístico da Administração 35
De acordo com Taylor, a implantação da Administração Científica 
deve ser gradual e obedecer a um certo período de tempo para 
evitar alterações bruscas que causem descontentamento por parte 
dos empregados e prejuízos aos patrões. Essa implantação requer 
um período de quatro a cinco anos para um progresso efetivo.
Para Taylor, os elementos da Administração Científica são:
• estudo de tempos e padrões de produção;
• supervisão numerosa e funcional ao invés de um 
contramestre único;
• padronização de máquinas, ferramentas, instrumentos e 
material;
• planejamento do desenho de tarefas e cargos;
• disposição de princípio de exceção para a direção 
(relatórios condensados para superiores identificando 
separadamente exceções à linha geral);
• uso de regras de cálculo e de outros implementos para 
economizar tempo;
• folhetos de instrução para cada operário;
• codificação mnemotécnica para identificação de produtos 
e ferramentas;
• sistemas de rotinas e sistemas modernos de custos;
• prêmios de produção pela execução eficiente das tarefas.
Taylor verificou que os operários aprendiam a executar as tarefas 
do trabalho por meio da observação dos companheiros vizinhos. 
Notou que isso levava a diferentes métodos para fazer a mesma 
Taylor representou um marco crucial na evolução das ideias sobre 
produção, riqueza e relações entre empregados e empregadores. 
O autor buscou transformar a Administração em uma ciência 
seleção científica, treinamento científico e cooperação harmoniosa 
entre trabalhador e gerência, tornaram-se seus quatro princípios.
tarefa e a uma grande variedade de instrumentos e ferramentas 
para cada operação. Utilizando a análise científica e um cuidadoso 
estudo de tempos e movimentos, o autor estabeleceu método e 
ferramentas para o desempenho das tarefas.
Para Taylor, o operário não tem formação, capacidade nem 
meios para analisar cientificamente seu trabalho e para 
estabelecer racionalmente o método ou processo mais eficiente. 
Com a Administração Científica ocorre uma repartição de 
responsabilidades:
• a gerência fica com o planejamento, estudando o trabalho 
e estabelecendo o método; a supervisão fica responsável 
pela assistência contínua ao operário durante a produção;
• o operário fica responsável somente pela execução do 
trabalho.
Buscando substituir os métodos de trabalho empíricos por 
científicos, Taylor desenvolveu a chamada Organização Racional 
do Trabalho (ORT), que é fundamentada por Feltrin (2007).
Análise do trabalho e estudo dos tempos e 
movimentos
Conhecido como motion-time study, o estudo dos tempos e 
movimentos era o instrumento básico para a racionalização do 
trabalho. Taylor observou cada tarefa, decompondo-a em operações 
da tarefa no intuito de formar uma série ordenada de movimentos 
simples. Os movimentos inúteis eram eliminados e os movimentos 
úteis simplificados e racionalizados a fim de proporcionar economia 
de tempo e de esforço ao operário.
Com essa análise, conseguia-se por meio de um cronômetro medir 
o tempo médio de um operário na execução de uma determinada 
tarefa. Nesse tempo médio, era adicionado o tempo de entrada e 
de saída do operário na empresa bem como determinadas esperas 
e necessidades pessoais, resultando no chamado tempo padrão.
Como consequência disso, tem-se a padronização de um método 
de trabalho e a padronização de um tempo destinado à execução 
de uma determinada tarefa.
As vantagens do estudo dos tempos e movimentos são:
• elimina movimentos inúteis e os substitui por outros mais 
eficazes;
• racionaliza a seleção e treinamento do pessoal;
• melhora a eficiência do operário e o rendimento da 
produção;
• distribui uniformemente o trabalho para que não haja 
períodos de falta ou excesso de trabalho;
• oferece base uniforme para salários equitativos e prêmios 
de produção.
Estudo da fadiga humana
O estudo dos movimentos tem a finalidade de evitar movimentos 
inúteis na execução de uma tarefa e dessa forma, executar o 
mais economicamente possível, do ponto de vista fisiológico, 
os movimentos úteis e proporcionar aos movimentos um ritmo 
apropriado.
O estudo dos movimentos baseia-se na anatomia e na fisiologia 
humana. Frank Gilbreth estudou os efeitos da fadiga na produtividade 
do operário e constatou que a fadiga predispõe o trabalhador para:
• diminuição da produtividade;
• diminuição da qualidade;
• perda de tempo;
• aumento da rotatividade de pessoal;
• doenças e acidentes;
• diminuição da capacidade de esforços.
Para reduzir a fadiga no ambiente de trabalho, Gilbreth propôs 
princípios de economia de movimentos classificados em três 
grupos:
• relativos ao uso do corpo humano;
• relativos ao arranjo material do local de trabalho;
• relativos ao desempenho das ferramentas e dos 
equipamentos.
A Administração Científica pretendia racionalizar os movimentos 
eliminando os que produziam a fadiga e os que não estavam 
diretamente relacionados com a tarefa executada pelo trabalhador. 
Divisão do trabalho e especialização do 
operário
Cada operário era especializado em uma determinada tarefa. Sua 
limitação na execução de uma única operação ou tarefa, de maneira 
contínua, automática e repetitiva, fez com que ele encontrasse na 
linha de produção sua principal base de aplicação. Dessa forma, o 
operário perdeu a liberdade e a iniciativa de estabelecer sua forma 
de trabalho.
Desenho de cargos e de tarefas
A preocupação básica da Administração Científica passou a ser 
a racionalização do trabalho e consequentemente o desenho 
de cargos simples e elementares no intuito de obter o máximo 
de especialização de cada trabalhador. Os cargos e as tarefas 
são desenhados para uma execução automatizada por parte do 
trabalhador.
A simplicidade dos cargos permite controle e acompanhamento 
visualpor parte do supervisor, enfatizando o conceito de linha de 
montagem ou linha de produção. Em vez do trabalhador executar 
sua tarefa ao redor da matéria-prima, essa passa por uma linha 
móvel de produção na qual cada operário especializado executa, 
sequencialmente, sua tarefa.
Enfoque Clássico e Movimento Humanístico da Administração 39
A simplificação no desenho dos cargos permite as seguintes 
vantagens:
• admissão de empregados com qualificações mínimas e 
salários menores, reduzindo os custos de produção;
• minimização dos custos de treinamento;
• redução de erros na execução, diminuindo os refugos e 
rejeições;
• facilidade de supervisão, permitindo que cada supervisor 
controle um número maior de subordinados;
• aumento da eficiência do trabalhador, permitindo maior 
produtividade;
• incentivos salariais e prêmios de produção.
Taylor e seus seguidores elaboraram planos de incentivos salariais 
e de prêmios de produção com a ideia de que a remuneração 
baseada no tempo, como o salário mensal, não estimula ninguém a 
trabalhar, mas deve ser substituída pela remuneração baseada na 
produção de cada operário por peça. Isto é, o operário que produz 
pouco ganha pouco e o que produz mais, ganha de acordo com a 
sua produção.
A produção individual até o nível de 100% de eficiência era 
remunerada pelo número de peças produzidas. Acima de 100% de 
eficiência, a remuneração por peça era acrescida de um prêmio de 
produção ou incentivo salarial adicional que aumentava à medida 
que se elevava a eficiência do operário.
Conceito de Homo Economicus
A Administração Científica baseou-se no conceito de Homo 
Economicus (homem econômico), supondo que toda pessoa 
é influenciada, exclusivamente, por recompensas salariais, 
econômicas e materiais. Segundo essa teoria, o homem procura o 
trabalho não porque gosta, ele é motivado a trabalhar pelo medo da 
fome e pela necessidade de dinheiro para sobreviver. 
Essa visão estreita da natureza humana via o operário da época 
como um indivíduo limitado, mesquinho, preguiçoso e culpado pela 
vadiagem e desperdício das empresas. Dessa forma, ele deveria ser 
controlado por meio do trabalho racionalizado e do tempo padrão.
Condições ambientais de trabalho como 
iluminação e conforto
O conforto do operário e a melhoria do ambiente físico passam a 
ser valorizados não porque as pessoas merecessem, mas porque 
eram essenciais para a melhoria da eficiência do trabalhador.
As condições de trabalho que mais preocupavam a Administração 
Científica eram:
• adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho e 
de equipamentos de produção para minimizar o esforço do 
operador e a perda de tempo na execução da tarefa;
• arranjo físico das máquinas e equipamentos para 
racionalizar o fluxo de produção;
• melhoria do ambiente de trabalho de maneira que o ruído, 
a ventilação, a iluminação e o conforto no trabalho não 
reduzissem a eficiência do trabalhador;
Enfoque Clássico e Movimento Humanístico da Administração 41
• projeto de instrumentos e equipamentos especiais como 
transportadores, seguidores, contadores e utensílios para 
reduzir movimentos inúteis.
Padronização de métodos e de máquinas
Para reduzir a variabilidade e a diversidade no processo produtivo, 
eliminar o desperdício e aumentar a eficiência, a organização 
racional do trabalho também passou a preocupar-se com a 
padronização dos métodos e processos, padronização das 
máquinas e equipamentos, ferramentas e instrumentos de trabalho, 
matérias-primas e componentes.
A padronização conduz à simplificação à medida que a uniformidade 
reduz a variabilidade e as exceções que complicam o processo.
Supervisão funcional
A especialização de um operário deve ser acompanhada por uma 
supervisão, que nada mais é do que a existência de uma pessoa 
especializada em determinada área que tenha autoridade funcional 
sobre os subordinados da mesma especialidade funcional. 
A Administração Funcional consiste em dividir o trabalho de maneira 
que cada homem, desde o assistente até o superintendente, tenha 
que executar a menor variedade de funções.
A supervisão funcional representa a aplicação da divisão do 
trabalho e da especialização no nível dos supervisores e chefes. 
A Administração Funcional é um tipo de organização que permite 
que especialistas transmitam a cada operário o conhecimento e a 
orientação. Separa o planejamento do trabalho mental e braçal e 
permite a utilização do princípio da divisão do trabalho, reduzindo 
ao mínimo as funções de cada operário.
 Teoria da Administração Científica busca determinar cientificamente 
os melhores métodos para a realização de qualquer tarefa e para 
selecionar, treinar e motivar os trabalhadores.
Teoria Clássica
As origens da abordagem clássica da Administração remontam às 
consequências geradas pela Revolução Industrial. O crescimento 
acelerado e desorganizado das empresas ocasionou uma gradativa 
complexidade na administração exigindo uma abordagem científica 
mais apurada para substituir o empirismo e o improviso até então 
dominantes. Com o aumento da complexidade das empresas, 
foi preciso substituir as teorias de caráter totalizante e global por 
teorias microindustriais de alcance médio e parcial, como veremos 
adiante.
Para atender a esse novo perfil de empresa, foi necessário criar 
condições de planejamento da produção e reduzir a improvisação. 
Houve aumento da eficiência e da competência das organizações, 
no sentido de se obter o melhor rendimento possível dos recursos e 
fazer face à concorrência e à competição que se avolumavam entre 
as empresas.
Com a substituição do capitalismo liberal pelos monopólios, 
instalou-se nos Estados Unidos, entre 1880 e 1890, a produção 
em massa, aumentando o número de assalariados nas indústrias, 
tornando-se necessário evitar o desperdício e economizar mão de 
obra. Por conta disso, intensificou-se a divisão do trabalho entre 
os que planejam e os que executam as atividades de trabalho. Os 
primeiros fixam os padrões de produção, descrevem os cargos, 
fixam funções, estudam métodos de Administração e normas 
Enfoque Clássico e Movimento Humanístico da Administração 43
de trabalho, criando condições econômicas e técnicas para o 
surgimento do Taylorismo nos Estados Unidos e do Fayolismo na 
Europa. 
O panorama do início do século XX tinha as características e 
elementos para inspirar a criação de uma ciência da Administração 
visto que havia: 
• uma imensa variedade de empresas com tamanhos 
diferenciados;
• problemas de baixo rendimento dos recursos utilizados;
• desperdício de materiais;
• insatisfação generalizada entre os operários;
• intensa concorrência;
• alto volume de perdas por decisões mal formuladas, entre 
outros.
O objetivo fundamental para os engenheiros era desenvolver uma 
ciência da Administração, cujos princípios, em substituição às leis 
científicas, pudessem ser aplicados para resolver os problemas das 
organizações. 
Para Henri Fayol (1841-1925), a Administração é uma atividade 
comum a todos os empreendimentos humanos (governo, política, 
família, negócios, justiça) que exige algum grau de planejamento, 
organização, comando, coordenação e controle, razão pela qual 
todos devem estudá-la. Por conta disso, era necessário criar uma 
Teoria Geral da Administração para que a disciplina pudesse ser 
ensinada.
Henri Fayol foi o principal colaborador da Teoria Clássica. Nascido 
em Istambul (Turquia), foi com dezessete anos estudar na Escola 
de Minas em Saint Étiene (França), graduando-se como engenheiro 
civil de minas em 1860. Engenheiro de minas, expôs sua teoria de 
administração no livro “Administração Industrial e Geral”, publicado 
em 1916. 
Fayol desenvolveu uma teoria para o corpo administrativo da 
empresa. Daí o nome de Teoria Anatômica. A proposta era dar 
ênfase à gerência para aprimorar o controle da organização.
A preocupação básica de Fayol era aumentar a eficiência da empresa 
TAYLORISMO
[ SAIBA MAIS ]
sistema de produção industrial baseadona organização racional do trabalho e na 
remuneração das pessoas em função 
da produção alcançada com o qual 
se procura estimular as pessoas para 
obter a máxima de produção com alta 
qualidade e com o mínimo de tempo e 
de custo. Fonte: LACOMBE, Francisco; 
HEILBORN, Gilberto. Administração: 
princípios e tendências. São Paulo: 
Saraiva, 2004.
FAYOLISMO
[ SAIBA MAIS ]
valorização do “como fazer” em 
detrimento do “por que fazer”, 
caracterizando o processo mecanicista 
da profissão em que os manuais de 
normas, rotinas e procedimentos 
técnicos devem especificar e trazer 
descrições detalhadas dos passos 
a serem seguidos nas atividades 
desenvolvidas bem como dos agentes 
que devem desempenhá-las. Fonte: 
IMAP, 2013. 
por meio da forma e disposição dos órgãos competentes da 
organização (departamentos) e suas inter-relações estruturais. Daí 
a ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento) da 
organização. Nesse sentido, a abordagem da corrente anatômica e 
fisiológica é uma abordagem inversa à da Administração Científica, 
ou seja, de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo 
(organização) para as suas partes componentes (departamentos).
Nessa corrente de pensamento, foca-se a atenção na estrutura 
organizacional levando-se em consideração os princípios gerais 
da Administração e a departamentalização. Há um cuidado com a 
síntese e com a visão global para que se encontre a melhor maneira 
de subdividir a empresa, sob centralização de um chefe principal. 
É uma corrente teórica e administrativamente orientada cuja ênfase 
na estrutura é a sua principal característica (FELTRIN, 2007).
Características da Teoria Anatômica
A Teoria Anatômica caracteriza-se por seu enfoque prescritivo e 
normativo, pois prescreve quais os elementos da administração 
(funções do administrador) e quais os princípios gerais que o 
administrador deve adotar em sua atividade.
Conforme essa teoria, as funções básicas de uma empresa são:
• técnica (produção e manufatura);
• comercial (compra, venda e troca);
• financeira (procura e utilização de capital);
• segurança (proteção da propriedade e das pessoas);
• contabilidade (registro de estoques, balanços, custos e 
estatísticas);
• administração (planejamento, organização, comando, 
coordenação e controle = POC³).
Segundo Fayol, a função administrativa tem o encargo de formular 
o programa de ação geral da empresa. O autor define o ato de 
administrar como planejar (prever), organizar, coordenar, comandar 
e controlar e caracteriza esses elementos como formadores do 
processo administrativo inerentes à atividade do administrador em 
qualquer nível ou área de atividade da empresa. Sendo cada um 
desses elementos ou funções definidos da seguinte forma: 
Enfoque Clássico e Movimento Humanístico da Administração 45
• planejar (prever): visualizar o futuro e traçar o programa 
de ação;
• organizar: pode ser dividida em organização material 
e social, deve dotar a empresa de todos os utensílios e 
processos úteis e necessários ao seu funcionamento;
• comando: dirigir o pessoal, fazer funcionar;
• coordenar: estabelecer a harmonia de funcionamento das 
atividades. Sincroniza coisas e ações e adapta os meios aos 
fins;
• controlar: consiste em verificar se as coisas estão sendo 
executadas conforme planejadas.
Para Fayol, as funções administrativas são distribuídas 
proporcionalmente entre todos os níveis hierárquicos da 
organização. À medida que se desce o nível hierárquico, aumenta 
a proporção das outras funções da empresa e, à medida que se 
sobe, aumenta a extensão e o volume das funções administrativas, 
conforme se pode observar na figura a seguir:
Funções Administrativas
Prever
Organizar
Comandar
Coordenar
Controlar
Outras Funções 
não-administrativas
MAIS ALTOS
MAIS BAIXOS
Fonte: CHIAVENATO (2004).
Fayol completa sua teoria com a proposição de 14 princípios que 
devem ser seguidos para que a administração seja eficaz (veja no 
quadro a seguir):
Princípios de Fayol
1. Divisão do trabalho
Designação de tarefas específicas para cada indivíduo, buscando a 
especialização para aumentar a produção.
2. Autoridade e 
responsabilidade
O direito de mandar e poder se fazer obedecer ao mesmo tempo em 
que o chefe assume responsabilidades.
3. Disciplina
Obediência, assiduidade, atividade e o respeito aos demais acordos 
que se estabelecem entre os agentes da organização e ela própria.
4. Unidade de comando
Para execução de qualquer ato, os agentes devem receber ordens 
de apenas um chefe. Com isso, busca-se evitar a dualidade de 
comando e os consequentes conflitos.
5. Unidade de direção
Existência de um único programa sob responsabilidade de um único 
chefe para operações ou tarefas que visam a um mesmo fim.
6. Subordinação do 
interesse particular ao geral
Os interesses da empresa estão acima dos interesses individuais.
7. Remuneração pessoal
O trabalho deve ir além do salário, é preciso que haja distribuição de 
prêmios, participação em lucros e oferecimento de subsídios para 
que de fato aconteça o aumento da produtividade.
8. Centralização 
Seu grau deve variar de acordo com o tipo de empresa e a capacidade 
do chefe.
9. Hierarquia 
Cadeia de comando, escala de autoridade desde o primeiro ao último 
nível da empresa.
10. Ordem
Cada coisa no seu devido lugar, um lugar para cada pessoa e cada 
pessoa no seu devido lugar.
11. Equidade
Tratamento justo e benevolente com as pessoas, não excluindo o 
rigor e a energia quando necessários.
12. Estabilidade pessoal
A rotatividade de pessoal é prejudicial para a especialização das 
pessoas. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, 
mais tempo ela tem para aprender suas funções e realizá-las de 
forma apreciável.
13. Iniciativa
Liberdade de propor e de executar, a capacidade de visualizar um 
plano e assegurar o sucesso. Deve ser estimulada principalmente em 
momentos de crises.
14. União pessoal Convergência de esforços, espírito de equipe.
Enfoque Clássico e Movimento Humanístico da Administração 47
Fayol e seus seguidores concebem a organização como se fosse 
uma estrutura, tal pensamento reflete a influência de antigas 
organizações militares ou eclesiásticas com elementos tradicionais 
e hierarquizados. Os autores partem da concepção de escala de 
autoridade para caracterizar a divisão do trabalho.
A ideia é a de que as organizações com maior divisão do trabalho 
são mais eficientes do que as com menor divisão. Dessa forma, 
a preocupação da Teoria Clássica era com a divisão no nível 
dos órgãos que compõem a organização, como departamentos, 
divisões, seções e unidades. Essa divisão do trabalho pode 
acontecer verticalmente, conforme os níveis hierárquicos, definindo-
se os escalões da organização e seus níveis de autoridade ou 
horizontalmente, pelos tipos de atividades da organização, sendo 
cada departamento ou seção, de um mesmo nível hierárquico, 
responsável por uma atividade específica.
Confronto das ideias de Taylor e Fayol
A figura a seguir mostra o confronto de ideias de Taylor e Fayol:
Taylor
Teoria Clássica
Administração 
Científica
Ênfase nas 
tarefas
Através do aumento 
da eficiência no 
nível operacional, 
buscava aumentar 
a eficiência da 
empresa
Fayol
Teoria 
Clássica
Ênfase na 
estrutura
Aumentar a 
eficiência através da 
forma e disposição 
dos componentes da 
organização e suas 
interrelações
Fonte: CHIAVENATO (2004).
Segundo Chiavenato (2004), a Teoria Clássica apresenta alguns 
pontos críticos:
• abordagem simplificada da organização formal, não 
considera os aspectos psicológicos e sociais das 
organizações;
• ausência de trabalhos experimentais, os conceitos são 
fundamentados na observação e no senso comum, não 
confrontam a teoria com elementos de prova;
• excesso de racionalismo na concepção da Administração;
• Teoria da Máquina;
• abordagem incompleta da organização;
• a organização como sistema fechado.
É possível identificar as diferentes visões destes grandes 
pensadores,como ilustra o seguinte quadro:
Frederick Taylor
Administração 
Científica
Henry Ford
Linha de montagem
Henri Fayol
Processo de 
administração
Aplicação de métodos de 
pesquisa para identificar a 
melhor maneira de trabalhar. 
Seleção e treinamento 
científicos de trabalhadores.
Especialização do trabalhador. 
Fixação do trabalhador no posto 
de trabalho.
Trabalho (produto em processo 
de montagem) passa pelo 
trabalhador.
Administração da empresa 
é distinta das operações de 
produção. 
Administração é o processo de 
planejar, organizar, comandar, 
coordenar e controlar.
Fonte: MAXIMIANO (2011)
Enfoque Clássico e Movimento Humanístico da Administração 49
Abordagem humanística da 
Administração
A abordagem humanística começou logo após a morte de Taylor, 
em 1915, mas foi somente a partir da década de 1930 que 
encontrou aceitação nos Estados Unidos, principalmente, por suas 
características democráticas.
Com a abordagem humanística da Administração, a teoria 
administrativa passa por uma revolução conceitual: a transferência 
da ênfase na tarefa que era dada pela Administração Científica, e 
na estrutura organizacional da Teoria Clássica, para a ênfase nas 
pessoas que trabalham nas organizações.
Teoria das Relações Humanas (TRH)
A Teoria das Relações Humanas, também denominada Escola 
Humanística da Administração, surgiu nos Estados Unidos como 
consequência imediata das conclusões obtidas na experiência de 
Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e seus colaboradores, 
como um movimento de reação e oposição à Teoria Clássica da 
Administração.
As origens da Teoria das Relações Humanas remontam quatro 
pontos em especial:
• a necessidade de humanizar e democratizar a 
Administração, libertando-a dos conceitos rígidos e 
mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos 
padrões de vida do povo americano. Nesse sentido, revelou-
se um movimento tipicamente americano e voltado para 
uma democratização dos conceitos administrativos;
• o desenvolvimento das chamadas ciências humanas, 
principalmente a Psicologia e a Sociologia bem como a sua 
crescente influência intelectual e suas primeiras tentativas 
de aplicação à organização industrial. As Ciências Humanas, 
gradativamente, passaram a demonstrar a inadequação dos 
princípios da Teoria Clássica;
• as ideias da Filosofia pragmática de John Dewey e da 
Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin foram - fundamentais 
para o fortalecimento da abordagem humanistica na 
Administração. Elton Mayo é considerado o fundador da 
escola. Dewey, indiretamente, e Lewin, mais diretamente, 
também contribuíram para sua concepção;
• as conclusões da experiência de Hawthorne, desenvolvida 
entre 1927 e 1932, sob a coordenação de Elton Mayo, pondo 
em xeque os principais postulados da Teoria Clássica da 
Administração. 
Elton Mayo, concluiu que:
• as pessoas e suas motivações são essenciais para a 
empresa;
• existe elo entre o moral e a produção;
• o comportamento dos operários é ditado pela lógica do 
sentimento,
• o comportamento dos patrões é comandado pela lógica 
do custo e da eficiência.
A experiência de Hawthorne
 A experiência de Hawthorne coordenada por Elton Mayo entre 1927 
e 1932, foi realizada pelo Conselho Nacional de Pesquisas (EUA) 
na fábrica de Hawthorne da Western Eletric Company, situada em 
Chicago.
Tinha como objetivo avaliar a correlação entre iluminação e a 
eficiência dos operários que era medida por meio da produção. 
O objetivo do trabalho foi estendido e estudou também a fadiga, 
os acidentes de trabalho, a rotatividade de pessoal e o efeito das 
condições de trabalho sobre a produtividade das pessoas. Nessa 
pesquisa, o elemento surpresa e as dificuldades foram consideradas 
variáveis de natureza psicológica.
Conclusões da experiência de Hawthorne 
Dentre as principais conclusões da experiência de Hawthorne, têm-
se (CHIAVENATO, 2004):
• Nível de produção é resultante da integração social: 
o nível de produção não é determinado pela capacidade 
física ou fisiológica do empregado, como postulava a Teoria 
Clássica, mas por normas sociais e expectativas grupais. 
É a capacidade social do trabalhador que determina o seu 
ELTON MAYO
[ SAIBA MAIS ]
(1880-1949) foi psicólogo e professor 
em Harvard. Conduziu nos ateliers 
Hawthorne da Western Electric de 
Chicago uma série de experiências 
científicas que o levaram a conclusão 
que o simples fato de se interessar 
pelos trabalhadores, dá aos mesmos 
motivação.
Enfoque Clássico e Movimento Humanístico da Administração 51
nível de competência e eficiência e não sua capacidade 
de executar movimentos eficientes dentro do tempo 
estabelecido. Desse modo, quanto maior a integração social 
no grupo de trabalho, maior é a disposição de produzir.
• Comportamento social dos empregados: o 
comportamento do indivíduo se apoia totalmente no grupo. 
Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como 
indivíduos, mas como membros de grupos. A qualquer 
desvio das normas grupais, o trabalhador sofre punições 
sociais ou morais dos colegas, no intuito de se ajustar aos 
padrões do grupo. Isso significa que a administração não 
pode tratar os empregados um a um, como se fossem 
átomos isolados e sim como membros de grupo e sujeitos 
às influências sociais. 
• Recompensas e sanções sociais: o comportamento 
dos trabalhadores está condicionado a normas e padrões 
sociais. Os operários que produziam muito acima ou abaixo 
da norma socialmente determinada perdem a afeição e a 
consideração dos colegas. Os operários preferiam então 
produzir menos e ganhar menos, a por em risco as suas 
relações amistosas com os colegas. Os precursores da 
Administração Científica, baseados no conceito do Homo 
Economicus, pelo qual o homem é motivado e incentivado por 
estímulos salariais, elaboravam planos de incentivo salarial 
para elevar a eficiência e baixar os custos operacionais. No 
entanto, para a Teoria das Relações Humanas, a motivação 
econômica é secundária na determinação do rendimento do 
trabalho, pois as pessoas são motivadas pela necessidade 
de reconhecimento, de aprovação social e de participação 
nas atividades dos grupos sociais nos quais convivem.
• Grupos informais: ao contrário dos autores clássicos, 
os humanistas concentravam-se nos aspectos informais 
da organização, como grupos, comportamento social dos 
empregados, crenças, atitudes, expectativa e motivação. A 
empresa passou a ser vista como uma organização social 
composta de grupos sociais informais cuja estrutura nem 
sempre coincide com a organização formal da empresa.
• Relações humanas: as relações humanas são as ações 
e atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre 
pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade 
própria que a diferencia e que influi no comportamento e 
atitude das outras pessoas com quem mantém contato. O 
comportamento das pessoas é influenciado pelas atitudes e 
normas informais existentes nos grupos dos quais participa. 
É dentro da organização que surgem as oportunidades de 
relações humanas devido ao grande número de grupos e 
interações resultantes.
• Importância no conteúdo do cargo: Mayo e seus 
colaboradores verificaram que os operários trocavam de 
posição para variar e evitar a monotonia, o que contrariava 
a política da empresa. Essas trocas provocavam efeitos 
negativos na produção, mas elevavam a moral do grupo. 
Verificou-se, então, que o conteúdo e a natureza do trabalho 
têm influência sobre a moral do trabalhador. Trabalhos 
simples e repetitivos tornam-se monótonos e maçantes 
afetando negativamente a atitude do trabalhador e reduzindo 
a sua satisfação e eficiência.
• Ênfase nos aspectos emocionais: os elementos 
emocionais não planejados e irracionais do comportamento 
humano merecem atenção especial da Teoria das Relações 
Humanas.
Com a Teoria das Relações Humanas, uma nova linguagem passa 
a dominar o repertório administrativo: fala-se agora em motivação, 
liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo

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