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Vida Adulta (trabalho pronto)

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FACULDADE ANHANGUERA DE JOINVILLE
CURSO DE PSICOLOGIA
RITA MARGARETE ALEXANDRE DA SILVA (5ª FASE)
Vida Adulta e suas características
JOINVILLE-SC
2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................3
2. TABELA COMPARATIVA......................................................................................4
3. DONALD WINNICOTT............................................................................................7
4. A CONDIÇÃO DE TRABALHADOR - PAPEL SOCIAL ........................................8
5. CONCLUSÃO........................................................................................................11
6. REFERÊNCIAS.....................................................................................................12
1. INTRODUÇÃO 
O presente trabalho refere-se à fase da Vida Adulta do desenvolvimento humano e tem a finalidade de expor as teorias que alguns autores trazem a respeito da vida adulta e suas definições. Foi elaborado de forma sucinta e objetiva, a fim de obter clareza sobre os pontos de vista de cada teórico. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, contendo artigos científicos e recortes de livros dos respectivos autores. O trabalho está dividido em três etapas: introdução, desenvolvimento e conclusão. Na primeira parte do trabalho, apresenta-se uma tabela comparativa entre: Erik Erikson, Donald Winnicott, Carl Gustav Jung, Jean-Paul Sartre e Skinner, sobre suas definições da Fase Adulta. Na segunda parte apresenta-se um dos autores fundamentados teoricamente. Na última parte apresenta-se o papel social do trabalhador e sua fundamentação teórica.
Adulto é aquele que: “atingiu o máximo de seu crescimento e de suas funções biológicas; que chegou à maioridade” (MELHORAMENTOS DICIONÁRIO, 2006, p. 13). Esta palavra deriva do latim adultus e significa crescido (ORIGEM DA PALAVRA, 2018).
1. TABELA COMPARATIVA
	
ERIK ERIKSON
	
· Maioridade Jovem (21 a 40 anos),
· Meia-Idade (40 anos até, aproximadamente, 60 anos) e 
· Maturidade (após 60 anos), trataremos do tema “envelhecimento”.
Maioridade Jovem (21 a 40 anos)
A Maioridade Jovem contempla a crise Intimidade x Isolamento.
O que marca essa fase?
· Relacionamentos íntimos;
· Casar e construir seu próprio grupo familiar;
· Renunciar suficientemente à identidade independente para comprometer-se em uma relação verdadeiramente íntima”.
· Relacionamento íntimo 
· Outro polo (isolamento) se manifesta no receio que o sujeito tem de não se sentir reconhecido. Se este isolamento for demasiado, poderá levá-lo a uma regressão psicopatológica relacionada ao conflito de identidade.
Meia-Idade (40 anos até 60 anos) Generatividade x Estagnação
· Este é um momento em que o indivíduo busca imprimir sua marca no mundo. 
Para Erikson (1998), esta fase inclui a produtividade e a criatividade, promovendo a geração de novos seres ou ideias ou, ainda, novos produtos, mesmo para pessoas muito proativas, a estagnação pode se fazer presente, sendo necessário resolver o que ficou pendente emocionalmente para avançar no sentido de uma maturidade adulta mesmo para pessoas muito proativas, a estagnação pode se fazer presente, sendo necessário resolver o que ficou pendente emocionalmente para avançar no sentido de uma maturidade adulta.
	
DONALD WINNICOTT
	
· Winnicott afirma que cada fase de nossas vidas é permeada por determinados graus de maturidade.
· Maturidade = Saúde 
· Vida adulta- espera-se tarefas:
1. Continuar amadurecendo e manter-se vivo;
2. O indivíduo chega a maturidade pessoal valorizando pessoas e coisas: “maturidade social”; adulto saudável é aquele capaz de sustentar um modelo democrático;
3. Aceitar nossa impotência e imperfeição;
Pode nos levar a estados depressivos. Porém, não são estados depressivos psicopatológicos, mas, sim, momentos de consciência da realidade e a constatação que a vida não é como idealizamos (Dias, 2012);
4. Última Tarefa é a capacidade de envelhecer e morrer. 
	
CARL GUSTAV JUNG
	
· Fundou a psicologia analítica. 
· Jung propôs e desenvolveu os conceitos de personalidade extrovertida e introvertida, arquétipo e inconsciente coletivo. 
· A psicanálise: todos nós temos um inconsciente pessoal, com conteúdos reprimidos na infância.
· Para Jung, apesar deste inconsciente pessoal, todos nós temos um inconsciente coletivo, ligado à ancestralidade, à história da espécie humana. 
· Integração = individuação
· Teoria Junguiana compõe a Psicologia Analítica
· O processo de individuação se refere à “uma experiência total de integralidade” (STEIN, 2006, p. 153), ou seja, à uma integração entre os aspectos conscientes e inconscientes, ou entre o ego e os conteúdos relativos ao arquétipo sombra. 
No inconsciente coletivo: Há “um reservatório de imagens latentes [...]. 
Quanto maior o número de experiências, mais numerosas 	as probabilidades de as imagens latentes tornarem-se manifestas”. E, quando as imagens são manifestas (conscientes), elas favorecem o processo de individuação.
O que são arquétipos?
· O conteúdo existente no inconsciente coletivo são os arquétipos, eles são universais, ou seja, todos nós herdamos porque pertencemos à espécie humana, mas é na experiência da vida, na relação com nossa família, com a sociedade, com o outro, que a manifestação desses conteúdos se diferencia em cada um de nós. São muitos arquétipos, um deles, que é muito importante para consolidar nossa integração: a sombra.
· A sombra é fundamental na construção de nossa personalidade, mas, a questão é: como permitir que esses conteúdos reprimidos se manifestem de forma a possibilitar integração, e não a destruição.
Metanoia
· O Ego se desenvolve na relação com os arquétipos e encontra seu ápice quando o sujeito chega à meia-idade. Isso se chama de Metanoia (é um termo grego que indica transformação da própria idade pessoal, quando novos valores podem ser adotados).
	
JEAN-PAUL SARTRE
	
Teoria Existencial
· “Autonomia e da construção de uma identidade autêntica em nossa trajetória de vida”.
· Autenticidade está ligada a aceitarmos a vida humana como é e conseguirmos lidar com as ansiedades e angústias que estão implicadas em nossas escolhas e a maturidade pessoal e social. 
· Para Sartre, não existe uma natureza humana, é o próprio homem, numa escolha livre, porém “situada”, quem determina sua própria existência.
· Somos livres para escolher o rumo de nossos caminhos e, ao mesmo tempo, responsáveis por suas consequências. Além disso, o homem busca sentido nas coisas questionando-as e refletindo sobre a realidade externa e sobre sua subjetividade. 
Quem é o homem?
· O homem não é nada, ele é um vir a ser que, na verdade, não se realiza da forma como deseja. Essa experiência de Nada faz com que o sujeito questione a si, vivenciando momentos de crises existenciais significativas.
O que são Crises existenciais significativas?
· São experimentadas quando nos damos conta de nossas limitações, provando um sentimento de angústia, e esse sentimento nos remete à realidade de que somos seres inacabados e somos responsáveis pelas escolhas que fazemos e pelas escolhas que não fazemos. 
Teoria Existencial
· “... não se configura como uma filosofia “contra o ser humano, ela é uma filosofia que faz com que o ser humano assuma aquilo que ele é” (LEOPOLDO; SILVA, 2015, registro audiovisual).”
· Para Sartre: Angústia = momentos de escolha, há sempre um medo que envolve as consequências nas decisões tomadas.
 
· A angústia surge na medida em que o indivíduo não é suficientemente preparado para o futuro que ele tem de ser, restando para ele apenas todos os sentimentos de conflitos em sua existência. 
	
SKINNER
	
Behaviorismo Radical – da seguinte forma: “Liberdade– ou melhor, comportamento de quem se ‘sente livre’ (‘feels free’) – é também o produto de uma históriade condicionamento.”
“...o homem é “produto de um conjunto de variáveis genéticas e ambientais”, sendo assim, ele é único”.
Dois elementos que compõem o processo de desenvolvimento: 
Mudanças e continuidades
Incluir aspecto biológico e social (homem não é só reflexo de padrões de comportamentos).
3. DONALD WINNICOTT
Para Winnicott, na vida adulta é preciso passar por três fases: a primeira tarefa é continuar amadurecendo, mesmo para quem teve um bom começo; a segunda é manter-se vivo, o que depende da capacidade de deixar-se atingir pelos acontecimentos, de continuar a se surpreender e da preservação da criatividade originária. O indivíduo com maturidade adota uma posição mais confortável de ser uma peça na engrenagem, desistindo de ser o volante, pois, a essa altura, o que lhe dirá quem ele é, não será o lugar que ocupa em sociedade, mas, se ele começou a vida fazendo a pequena experiência de onipotência, controle e criatividade. 
O adulto maduro pode fazer concessões sem sentir-se roubado em sua espontaneidade. Ele é capaz de objetividade sem perder o contato com a riqueza do mundo subjetivo (Dias, 2000).
A segundo tarefa consiste em aceitar a impotência e a imperfeição. Aceitar a história do amadurecimento pessoal e o que a pessoa é, juntamente com as atitudes e as influências ambientais locais, tentar se relacionar com a sociedade de modo a contribuir nos dois sentidos, as pessoas têm de continuar vivas. Encarar imperfeições do eu e do mundo, acarreta, muitas vezes, fases de depressão, um estado de espírito próprio das pessoas que realmente têm valor, das pessoas verdadeiramente responsáveis. Elas perceberem que sua capacidade de amar e de construir coexiste com seu próprio ódio, destrutividade e maldade, também por serem capazes de aceitar o fato de que o mundo jamais é como imaginam e de aceitar a precariedade da condição humana (Dias, 2003).
A terceira e talvez mais importante e difícil das tarefas da idade adulta é a de poder envelhecer e morrer, o fato de que a integração não pode jamais ser alcançada por completo. Só é possível ter vivido e permanecer vivo tendo alcançado o estado unitário, que permite dizer: EU SOU, só assim, é possível tanto viver como morrer. Aprender a morrer só é possível para alguém que viveu e teve experiências. O que falta, sempre, ao homem, é o seu próprio fim. Para Winnicott, não há morte, exceto considerando-se uma totalidade, quando há sentido de inteireza na integração social, trazendo consigo a certeza e a possibilidade da morte, advindo um grande alívio, com a aceitação da morte, alívio do medo das alternativas, como a desintegração ou os fantasmas, a sobrevivência de fenômenos espíritas, da parceria psicossomática, após a morte (Winnicott, 1989c, p.48).
Ninguém está a salvo de perder aquilo que o liga à vida e ao sentido da vida, porém, temível, é a morte interna, mesmo quando sadio. Uma pergunta muito importante: “Por que o sentimento do indivíduo de que a vida é real e significativa pode desaparecer e por que a vida criativa pode ser perdida?”. Para Winnicott, muitos homens e mulheres passam a vida questionando se, para eles, o suicídio seria a solução, seu corpo entregue a morte, que já sobreveio à psique (Winnicott, 1989c, p.48).
4. A CONDIÇÃO DE TRABALHADOR – PAPEL SOCIAL
           
Segundo Lane (1994), Skinner identifica o trabalho humano como forma de modificar o meio, através da frase: “Os homens agem sobre o mundo e o transformam, e são por sua vez, transformados pelas consequências de suas ações”.
A alienação é a separação entre o comportamento e suas consequências naturais, essa separação faz com que o trabalhador sinta-se “despersonalizado”, “impotente”, “estranhado”. O repertório modelado e mantido por uma fábrica é deteriorado e pequeno, diferentemente de um repertório “variado e rico” desenvolvido “na vida diária”, não compõe muito de uma pessoa. Além disso, a divisão do trabalho e a especialização torna a alienação do trabalhador inevitável, mesmo podendo trazer ganhos, pois acarreta a repetitividade das ações, afasta o trabalhador do produto de seu trabalho, acarretando sentimento de desagrado. Para controlar o comportamento dos trabalhadores, essa situação leva ao uso de práticas aversivas (Skinner, 1953).
Alienação parece opor-se a noção de homem como sujeito, como ser ativo, como agente, capaz de imprimir direção a suas ações, a sua vida. A constituição deste homem deverá considerar novos elementos, caso isso seja verdade: o contato com a realidade e a variabilidade, pois a sensibilidade ao mundo e as suas transformações é condição básica para essa construção de homem. Descobrir as condições que possibilitem tal construção, talvez possa ser o grande problema, e, certamente entre elas, não estará uma sociedade disciplinadora, porque seleção implica sempre variação e os homens não podem ser regidos por regras para serem sujeitos (Skinner, 1988).
Para Codo 1994, em busca de lucratividade, o homem perde a necessidade primária do trabalho, a vivência do ser humano é regida pelo capital, a existência perdeu sua dimensão mais essencial, exibindo uma carência de sentido. O ser humano em sua condição de trabalhador, já não trabalha para suprir as suas necessidades básicas, mas para suprir desejos que vão além de alimentar-se, como conforto, vestimentas. 
A importância e a exaltação máximas conferidas ao trabalho na sociedade concedem lugar de destaque entre os papeis sociais representativos do eu, ao papel de trabalhador (Segabinazzi, 2007).
Sob o ponto de vista modo de produção capitalista, na construção da identidade social, Dubar (1997) esclarece: 
Entre os acontecimentos mais importantes para a identidade social, a saída do sistema escolar e o confronto com o mercado de trabalho constituem atualmente um momento essencial na construção da identidade autônoma [...]. Do resultado deste primeiro confronto dependem as modalidades de construção de uma identidade “profissional” de base que constitui não só uma identidade no trabalho, mas também e, sobretudo uma projeção de si no futuro, a antecipação de uma trajetória de emprego e o desencadear de uma lógica de aprendizagem, ou melhor, de formação. 
Conforme Lessa (1998), o capital deu origem a uma instituição contraditória, ao penetrar em todos os poros da reprodução social: converteu-os em um enorme vazio, ao se apoderar de cada momento de nossas vidas, carente de todo e qualquer significado humano, remetendo-nos a um recorrente consumo, poder, bens materiais, aquisição, tudo obtido através do capital.
Trabalhar se refere à própria sobrevivência e ao condicionamento social, é um ato imprescindível para o ser humano (Dejours, 1994).
Para Marx, o capitalismo moderno gera três formas estranhamento, de alienação das pessoas nas coisas que produzem: o trabalhador separa-se da sua “essência” ou natureza, o diferenciando de uma máquina; o trabalhador distancia-se do processo de produção e do seu produto, pois o que produz é do outro e não seu; e um último, os trabalhadores têm entre si uma relação alheada, não se reconhecendo como parte do mesmo destino.
Marx continua, o homem diferencia-se da natureza por modificá-la e por produzir além do que necessita, sendo esta uma atividade consciente, o que o difere das outras especiais animais; pode ser distinguido dos animais pela consciência, religião ou pelo que se queira, mas, a partir do momento em que começa a produzir seus meios de vida, o homem produz indiretamente sua própria vida material, onde realmente se diferencia dos animais. O trabalho é uma atividade prática e consciente do ser humano, a natureza humanizada é construída pelo trabalho (MARX, 1972, apud ANDERY, 2012, p. 403).
 
5. CONCLUSÃO
Ser adulto é ter estabilidade financeira, emocional, é assumir responsabilidade pelo projeto de vida, definição da identidade profissional, independência, os relacionamentos afetivos são mais estáveis, responsabilidade pelas escolhas e possíveis consequências, ser adulto vai além da idade. Refletir sobreo amadurecimento é fundamental para a evolução do ser humano.
O processo de maturação está em constante construção no desenvolvimento, não é estático, mas dinâmico, de um processo contínuo. A fase adulta por ser a fase mais longa da existência do ser humano, merece atenção especial. Compreender as interações que passam o fenômeno da vida adulta, com suas singularidades e aprendizagens, é entender o processo de desenvolvimento, é conceber que estar vivo é estar aprendendo, é ter vida, é não envelhecer na sua interioridade.
6. REFERÊNCIAS
ANDERY, Maria Amélia Pie Abid. et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. Rio de Janeiro: Garamond, 2012. 436 p.
Dejours, C. Uma nova visão do sofrimento humano nas organizações. In: Chanlat, J.F. (Org). O individuo na organização: dimensões esquecidas. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1994.
DIAS, E. O. (2000) Winnicott: agressividade e teoria do amadurecimento In: Natureza Humana: Revista internacional de Filosofia e práticas psicoterápicas. Vol. 2, no. 1, pp. 9-48.
______(2003)A Teoria do Amadurecimento de D. W. Winnicott. Rio de Janeiro, Imago Editora.
Dubar, C. A socialização: construção das identidades sociais e profissionais. Porto, Portugal: Porto Editora, 1997.
Lane, Silvia e CODO, Wanderley. Psicologia Social. O Homem em Movimento. São Paulo: Brasiliense, 1994.
Lessa, Sergio. O manifesto e Marx 150 anos depois. Texto apresentado no Congresso em Goiânia em 22 de Julho de 1998.
MARX, Karl. Manuscritos econômicos e filosóficos. In: FROMM, Erich. Conceito marxista do homem. 5ª ed., R. Janeiro : Zahar Editores, 1970.
MELHORAMENTOS DICIONÁRIO. Língua portuguesa. São Paulo: Editora
Melhoramentos, 2006.
ORIGEM DA PALAVRA. Etimologia. Adulto. Disponível em: http://origemdapalavra.
com.br/palavras/adulto/>. Acesso em: 23 ago. 2018.
Segabinazzi, Catia. Identidade e Trabalho na sociedade capitalista. Revista virtual Textos e Contextos. Nº 7, ano VI, jul.2007.
SKINNER, B.F. (1989). Ciências e Comportamento Humano. São Paulo: Martins Fontes. Publicação original de 1953.
SKINNER, B. F. (1991). Gens e Comportamento. Em B.F. Skinner, Questões Recentes na Análise do Comportamento. Campinas: Papirus. Publicação original de 1988a.
Winnicott, D. W. (1989c). Sum: eu sou. In Tudo começa em casa. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

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