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Caracteristicas_Tecnologicas_da_Madeira

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xi ebramem 
XI ENCONTRO BRASI LEI RO EM MADEI RA E ESTRUT URAS DE MADEI RA LONDRI NA –JULHO 2008 
 
CARACTERÍSTICAS TECNOL ÓGICAS DA MADEIRA DE PINUS CARIBAEA VAR. 
HONDURENSIS VISANDO SUA UTILIZAÇÃO EM AMBIENTES INTERIORES 
 
Joaquim Carlos Gonçalez1; Newton Jordão Zerbini2; Fernando Nunes Gouveia2; Denizia Gonçalves Macedo2; 
Jorge D´Ambros2 
 
1- Professor da Universidade de Brasília – Depto Enga Florestal – goncalez@unb.br 
2 – Alunos de doutorado - Universidade de Brasília – Depto Enga Florestal 
 
RESUMO 
Este trabalho teve como objetivo caracterizar as propriedades tecnológicas (Densidade, Retratibilidade, Módulo 
de Elasticidade (MOE), Módulo de Ruptura (MOR), Trabalhabilidade e Colorimetria) da madeira de Pinus 
caribaea var. hondurensis com 23 anos de idade, provenientes da região de Catalão (GO), visando sua utilização 
em ambientes interiores. A madeira de Pinus em estudo apresenta uma densidade básica de 0,47g/cm³, 
retratibilidades volumétrica, tangencial e radial, respectivamente de 10,08%, 5,73% e 4,27%. A trabalhabilidade 
da madeira desta espécie a máquinas e equipamentos, assim como sua aceitação a produtos de acabamento 
(seladora) e lixas são avaliados de boa a excelente. Os parâmetros colorimétricos avaliados pelo sistema 
CIELAB, 1976 nas faces tangencial e radial podem ser assim apresentados (face tangencial – L*=69,64; 
a*=5,29; b*=24,34; C=24,96 e h*=77,88; face radial – L*=68,98; a*=5,73; b*=24,74; C=25,16 e h*=76,90). A 
coordenada b* é determinante na classificação da coloração branca amarelada da madeira desta espécie. Existem 
diferenças de coloração entre a madeira desdobrada na face tangencial e radial, sendo que o desdobro radial 
produzirá madeira mais escura. O MOE e o MOR são, respectivamente de 10.772,91 MPa e 99,80 MPa. Além 
das boas propriedades tecnológicas apresentadas por este material, a pouca presença de nó também ajudou na 
performance do móvel fabricado. 
Palavras-chave: madeira, Pinus caribaea, propriedades tecnológicas, ambientes interiores 
 
 
TECHNOLOGICAL CHARACTERISTICS OF PINUS CARIBAEA VAR. 
HONDURENSIS WOOD TO BE USED INDOORS 
 
ABSTRACT 
This study aimed to characterize the technological properties (Density, Shrinkage, Elasticity Modulus (MOE), 
Rupture Modulus (MOR), workability and colorimetry) of Pinus caribaea var. hondurensis wood, 23 years, 
from the Catalão (GO) region, to be used indoors. The Pinus wood samples studied presents a basic density of 
0.47 g/cm³, volumetric, tangential and radial shrinkage, respectively 10.08%, 5.73% and 4.27%. The workability 
of this species to machinery and equipment, as well as its acceptance of the products finishing (sealant) and 
sands are evaluated from good to excellent. The parameters assessed by colorimetric system CIELAB, 1976 on 
the tangential and radial faces can be considered: tangential face - L*=69.64; a*=5.29; b*=24.34; C=24.96 and 
h*=77.88; radial face - L*=68.98; a*=5.73; b*=24.74; C=25.16 and h*=76.90. The coordinated b* is 
determinant to the classification of yellowish white colour of the wood of this species. There are differences in 
color between the wood sawn in tangential face and in radial face, and the sawn towards radial face produced a 
darker wood. MOE and MOR are, respectively, 107.729,13 kg/cm² and 991.85 kg/cm². Besides the good 
technological properties presented by this material, the scarce presence of knot also ensures the quality of 
manufactured furniture. 
Key words: Wood, Pinus caribaea, technological properties, indoors use 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Diante das restrições impostas ao uso de madeiras maciças nativas várias indústrias 
moveleiras estão em processo acelerado de migração para a utilização de madeiras de 
reflorestamentos e/ou painéis de madeiras. 
O setor industrial madeireiro tem demonstrado um crescimento marcante, sobretudo na 
utilização cada vez mais intensa de madeiras provenientes de reflorestamentos. As florestas 
plantadas representam um importante instrumento para a manutenção de ecossistemas 
naturais, uma vez que áreas florestais manejadas sob a ótica da sustentabilidade, através da 
utilização de modernas técnicas silviculturais, permitem a produção de grandes volumes de 
madeira para o abastecimento da indústria florestal. Dentre as espécies alternativas que estão 
sendo introduzidas para o uso, o Pinus se encontra entre as mais plantadas. É um gênero de 
rápido crescimento e de boa aparência, com características físicas e mecânicas desejáveis ou 
passíveis de melhoramento, potencializando-o como fonte de matéria-prima para a indústria 
de madeira serrada. 
As espécies de Pinus vêm sendo plantadas em escala comercial no Brasil há mais de 35 anos. 
A matéria-prima destina-se principalmente para as indústrias de celulose e papel, de madeira 
serrada e de extração de resina, sendo que os plantios mais extensos se localizam na Região 
Sul e Sudeste. No mercado atual, a madeira de Pinus constitui uma fonte importante para usos 
gerais, principalmente para a fabricação de celulose e papel, lâminas e chapas de diversos 
tipos, madeira serrada para fins estruturais, confecção de embalagens e móveis. 
Dentre as espécies de Pinus plantadas no Brasil, o Pinus caribeae var. hondurensis se 
encontra entre as mais cultivadas e a sua madeira tem sido usada para os mais variados fins, 
desde produção de papel e celulose, compensado, molduras, divisórias, construção civil e 
fabricação de móveis. Contudo, para o emprego adequado da madeira é necessário se 
conhecer as suas propriedades tecnológicas. No mercado a madeira é avaliada 
economicamente de forma diversa, normalmente a cor, a resistência e a estabilidade 
dimensional são fatores determinantes na avaliação técnica e valoração econômica. 
As propriedades físicas, colorimétrica e de trabalhabilidade, assim como a propriedade 
mecânica de flexão estática são de importância fundamental quando se pensa em utilizar a 
madeira para usos interiores, sobretudo para fabricação de móveis. 
No que se refere ás propriedades físicas da madeira, a densidade ou massa específica é o 
critério que melhor se associa com a resistência da madeira e que serve como base de 
comparação entre as diversas espécies. O conhecimento da estabilidade dimensional 
(contração e inchamento) irá limitar a aplicação da madeira para os diferentes usos. 
O termo trabalhabilidade, segundo BURGER; RICHTER (1991), define o grau de facilidade 
em se processar a madeira com ferramentas manuais e/ou mecânicas. SILVA et al. (1997) 
afirmaram que a qualidade obtida do processo de usinagem pode ser afetada pela 
variabilidade da madeira, condições das máquinas, ferramentas de corte e treinamento do 
operador, devendo todo o processo ser avaliado continuamente. 
Por outro lado, ao se observar uma madeira, a primeira impressão vem do seu aspecto visual, 
proveniente, basicamente, da sua cor e desenho, por isso é comum á indicação ou o uso em 
larga escala de uma determinada espécie, levando-se em conta somente estes parâmetros. 
Através destas características, é possível, também, obter a valorização de espécies pouco 
conhecidas, fazendo analogias com outras espécies já tradicionais, o que pode induzir as 
pessoas a usarem termos de referência como: “padrão mogno”, “padrão cerejeira”, “padrão 
sucupira”, entre outras cores (CAMARGOS; GONÇALEZ, 2001). 
As propriedades mecânicas da madeira irão determinar sua resistência á esforços 
limitando seu uso em determinado segmento industrial. De acordo com a destinação 
da madeira, um tipo de esforço tem mais importância que o outro. Sem dúvida, a 
propriedade flexão estática, em um primeiro momento, traz informações importantes 
de resistência. Essas informações são importantes para a utilização mais precisa da 
madeira, pois envolve ao mesmo tempo o comportamento da madeira à compressão, 
tração e cisalhamento. 
Assim, o conhecimento das propriedades tecnológicas para determinada espécie de 
madeira irá definir a sua qualidade e possivelmente indicar os seus usos mais 
apropriados.Este trabalho teve como objetivo caracterizar as propriedades tecnológicas (densidade, 
retratibilidade, módulo de elasticidade (MOE), módulo de ruptura (MOR), trabalhabilidade e 
colorimetria) da madeira de Pinus caribaea var. hondurensis, visando sua utilização em 
ambientes interiores, com ênfase par o segmento moveleiro. 
 
2. MATERIAL E MÉTODOS 
Para o estudo foram utilizadas pranchas de madeira maciça de Pinus caribaea var. 
hondurensis, procedentes de plantio comercial de 23 anos de idade, da empresa Vale do Rio 
Grande Reflorestamento Ltda, localizada no município de Catalão, GO. Os corpos de prova 
para determinação das propriedades físicas e de flexão estática, assim como para colorimetria 
e trabalhabilidade, foram obtidos a partir de 15 pranchas com dimensões de 2,40m de 
comprimento por 0,18m de largura por 0,035m de espessura, selecionadas ao acaso em um 
lote de 150 peças provenientes de 30 árvores. Os ensaios de densidade básica, retratibilidade e 
colorimetria foram realizados no Laboratório de Produtos Florestais (LPF) do Serviço 
Florestal Brasileiro (SFB), em Brasília. Os testes de trabalhabilidade foram realizados na 
Marcenaria da Universidade de Brasília (UnB), onde se aplicou um questionário pratico junto 
aos marceneiros, para avaliar as dificuldades ou facilidades em se trabalhar com a madeira em 
estudo. 
2.1 Propriedades físicas e mecânicas. 
Para os ensaios de densidade básica e retratibilidades (tangencial, radial e volumétrica) e 
coeficiente de anisotropia foram confeccionados corpos-de-prova de dimensões 2 cm x 2 cm 
x 10 cm, tomando-se como base a norma COPANT 30:1-005. 
Para a realização do ensaio de flexão estática, utilizou-se a norma COPANT 30:1-006 
(1971). Foram testados 10 corpos de prova com dimensões 2x2x30 cm. Determinaram-se os 
valores de MOE (módulo de elasticidade) e MOR (módulo de ruptura), em condição 
climatizada (12% de umidade). Os ensaios foram realizados em máquina universal de ensaio 
INSTRON, modelo 1127, no LPF/SFB. 
2.2 Colorimetria 
Para o estudo da colorimetria foram utilizados três corpos-de-prova de dimensões 2 cm x 2 
cm x 30 cm. Em cada corpo-de-prova foram identificadas as faces radial e tangencial. Para 
cada amostra foram realizadas 25 medidas na face tangencial e 25 na face radial, totalizando 
50 medidas por amostra. O número de tomada de medida foi baseado em testes prévios, onde 
foi realizada a determinação da cor de madeiras, fazendo-se medições de 1 a 10 tomadas de 
medidas por amostra, onde foi verificado que acima de 10 medições a cor torna-se constante 
(Gonçalez & Camargos, 2001). Foi utilizado um espectrofotômetro Datacolor Microflash 
200d conectado a um microcomputador, com iluminante D65 e ângulo de 10º. Os parâmetros 
colorimétricos obtidos foram à claridade ou luminosidade (L*) e as coordenadas a* e b*. A 
saturação da cor (C) e o ângulo de tinta (h*) foram obtidos pelas seguintes equações: 
 C = (a² + b²)1/2 h* = tan-1(b*/a*) 
2.3 Trabalhabilidade 
Para os testes de trabalhabilidade foram avaliadas 10 amostras de madeira de dimensões 
variadas. Cada amostra foi processada e atribuída uma avaliação por um profissional de 
marcenaria. O profissional submeteu as amostras ao processamento em serra circular, 
desengrosso, desempeno, tupia, furadeira de mesa, furadeira manual, formão manual, plaina 
manual lixa de fita, lixa manual e material de acabamento (seladora). Foi atribuído um 
conceito, segundo a Tabela 1, quanto ao comportamento da madeira frente aos equipamentos 
e procedimentos utilizados. Após o processamento das amostras, o profissional atribuiu uma 
nota (0 – 10) geral para a madeira. 
Tabela 1 - Avaliação do comportamento da madeira 
Nota Desempenho 
0 – 2 
2 – 4 
4 – 6 
6 – 8 
8 – 9 
9 - 10 
Péssimo 
Ruim 
Regular 
Bom 
Muito bom 
Excelente 
 
Os dados referentes às propriedades físicas e mecânicas foram comparados com espécies do 
mesmo gênero. Os valores dos parâmetros colorimétricos foram analisados estatisticamente, 
utilizando ANOVA e teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. 
 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
A Tabela 2 apresenta os valores médios e o desvio padrão das propriedades físicas e 
mecânicas da madeira de Pinus caribaea var. hondurensis. 
Tabela 2 - Valores médios das propriedades físicas e mecânicas da madeira de Pinus caribaea 
comparada com outras espécies. 
 Retratibilidade(%) MPa Espécies 
Densidade 
Básica 
(g/cm³) 
Tg Ra Vol Tg/Ra MOR 
 
MOE 
Pinus 
Caribaea 
 
0,47 
 
5,73 
 
4,27 
 
10,08 
 
1,26 
 
99,80 
 
10.772,91 
Pinus 
elliottii( s) 
 
0,41 
 
5,68 
 
3,90 
 
9,80 
 
1,45 
 
55,50 
 
7.322,70 
Pinus 
taeda(s) 
 
0,41 
 
6,50 
 
4,40 
 
10,9 
 
1,47 
 
55,60 
 
5.956,00 
Pinus 
Patula (m) 
 
0,43 
 
6,49 
 
5,42 
 
12,11 
 
1,22 
 
- 
 
- 
Tg – Tangencial; Ra – Radial ; Vol – Volumétrica; Tg/Ra – Coeficiente de anisotropia; MOR – Modulo de 
ruptura (12% umidade); MOE – Modulo de elasticidade (12% de umidade). (s) SANTINI (2000); (m) 
MARQUES (2000). 
 
Observando-se a Tabela 2, verifica-se que a madeira de Pinus caribaea estudada apresenta 
uma densidade básica média de 0,47 g/cm³. Bonduelle (2002) sugere que espécies do gênero 
Pinus encontrados no Brasil têm densidade básica entre 0,40 g/cm³ a 0,50 g/cm³. Os valores 
médios de retratibilidades tangencial, radial e volumétrica da madeira de Pinus estudada 
foram, respectivamente, 5,73%, 4,27% e 10,08%. Estes valores de retratibilidades são 
esperados para o gênero Pinus. O coeficiente de anisotropia encontrado para esta espécie pode 
ser considerado baixo (1,26), mostrando que esta madeira não deverá trazer maiores 
problemas quando utilizada no segmento industrial, isto é, deverá apresentar estabilidade não 
devendo “trabalhar”. Esta propriedade é de grande interesse para o segmento industrial que 
utiliza a madeira em usos interiores, como lambri, móveis, divisórias, etc. Comparando-se 
com outras espécies do gênero (Tabela 2), verifica-se uma proximidade das propriedades 
físicas da madeira de Pinus caribaea com as demais espécies. As diferenças aparentes 
existentes podem ser atribuídas, principalmente, aos fatores sítios e idades. O MOR (99,80 
MPa) e o MOE (10.772,91 MPa) apresentados pela madeira de Pinus caribaea da pesquisa 
mostram-se superiores aos encontrados por Santini (2000), Tabela 2. A densidade básica mais 
elevada da madeira desta espécie contribui para explicar os maiores valores de MOR e MOE. 
A Tabela 3 apresenta os valores médios dos parâmetros colorimétricos (L*, a*, b*, C e h*) da 
madeira de Pinus caribaeae var. hondurensis e de outras espécies tomadas para comparação. 
Os parâmetros colorimétricos permitem caracterizar a cor da madeira de uma determinada 
espécie. 
 
 
Tabela 3. Valores médios dos parâmetros colorimétricos (L*, a*, b*, C e h*) da madeira 
de P. caribaea var. hondurensis comparados com outras espécies. 
 Parâmetros colorimétricos 
Espécies L* a* b* C h* 
 P. caribaea 69,29 5,33 24,54 25,06 77,39 
Ipê1 39,00 10,00 16,00 18,90 58,00 
Mogno1 52,10 14,60 28,70 32,10 63,10 
Pau 
marfim1 
84,10 3,30 21,80 22,10 81,40 
1 – Gonçalez et al. (2001). 
 
A cor da madeira de Pinus caribaea var hondurensis é caracterizada pela claridade (L* = 
69,29), pelas coordenadas a* (5,33) e b* (24,54), além do ângulo de tinta (h*=77,39) e 
saturação (C = 25,06). Segundo a classificação proposta por Camargos (1999), esta madeira é 
de coloração branca amarelada. A coordenada b* (pigmentação amarela) é a principal 
responsável pela formação da cor desta madeira. Entretanto a pigmentação vermelha 
(coordenada a*) se faz presente influenciando a composição da coloração da espécie. O 
ângulo de tinta (h*) confirma a maior proximidade do eixo amarelo, evidenciando a 
importância desta coordenada. Comparando com outras espécies madeireiras (tabela 2), 
verifica-se a particularidade da cor da espécie estudada. Segundo ainda a classificação de 
Camargos (1999) esta madeiraé de coloração clara, pois possui valor de L* maior que 54. A 
madeira desta espécie tem uma maior proximidade com a madeira pau marfim. Assim, o seu 
uso em ambientes interiores poderá agregar valor dando uma opção interessante para a 
indústria. Acrescenta-se ainda como um ponto favorável para este tipo de utilização, a menor 
presença de nó na madeira da espécie proveniente desta região. 
Os parâmetros colorimétricos da madeira de Pinus caribaea var. hondurensis para as faces 
tangencial e radial são apresentados na Tabela 4. 
Tabela 4 – Valores médios, das faces, dos parâmetros colorimétricos da espécie Pinus caribaea 
var. hondurensis. 
Parâmetros colorimétricos Faces 
L* a* b* C h* 
Tangencial 69,64a 5,29a 24,34a 24,96a 77,88a 
Radial 68,89b 5,73b 24,64a 25,16a 76,90b 
Os valores seguidos pela mesma letra, na mesma coluna, não diferem significativamente entre si ao nível de 5% 
de probabilidade pelo teste Turkey. 
 
 
 
Analisando os valores médios obtidos dos parâmetros colorimétricos (L*, a*, b*, C e h*), 
verificou-se que existem diferenças significativas entre as duas faces da madeira a 5% de 
probabilidade pelo teste de Tukey, exceto para as variáveis b* e C. Verifica-se que a face 
radial é mais escura (L* é menor) que a tangencial. A coordenada a* (pigmento vermelho 
para este caso) é a principal responsável pela coloração mais escura desta face, pois apresenta 
valor superior ao da face tangencial. O ângulo de tinta (h*) colabora para explicar este fato, 
apresentando valor inferior para a face. Isso permite o industrial optar durante o desdobro da 
madeira desta espécie em obter peças mais clara ou mais escura, de acordo com a solicitação 
de mercado. 
O estudo de trabalhabilidade da madeira acrescenta importantes informações sob o ponto de 
vista prático da espécie, permitindo ao usuário da madeira um melhor aproveitamento da 
mesma perante equipamentos, máquinas e produtos de acabamento. 
Considerando os equipamentos utilizados para esta pesquisa, a madeira de Pinus caribaea 
var. hondurensis apresenta excelente comportamento na serra circular, tupia, furadeira de 
mesa e lixa de fita. É uma madeira é fácil de lixar, não “arrepiando” suas fibras. A madeira ao 
ser submetida ao desengrosso, desempeno, furadeira, formão e plaina manual, obtiveram 
conceito bom. A madeira recebeu bem estes equipamentos, não desgastando facilmente o fio 
de corte destas ferramentas. Durante a execução destes trabalhos, verificou-se que a grande 
quantidade de serragem produzida era de cheiro agradável. O resíduo desta indústria na forma 
de serragem poderia ser utilizado, além de energia, para baias de cavalos em hípicas, adubos, 
etc. Esta madeira recebeu bem seladora, sendo que duas demãos se mostram suficientes para 
um bom acabamento. A presença de resina, quando a madeira não está bem seca, poderá 
dificultar um pouco este tipo de acabamento. De uma forma geral, a madeira desta espécie 
obteve uma nota entre 8,5 a 9,0 quanto a sua trabalhabilidade. 
 
4. CONCLUSÃO 
As propriedades físicas da madeira de Pinus caribaea var. hondurensis, assemelham-se as 
demais do gênero Pinus. O seu baixo coeficiente de anisotropia incentiva o uso da espécie no 
segmento de madeira serrada. A propriedade de flexão estática (MOR e MOE) é um ponto 
positivo desta madeira que mostra boa resistência mecânica. 
A madeira é de coloração branca amarelada, caracterizada principalmente pela coordenada b* 
e pelo parâmetro h*. Possui a madeira da face radial mais escura que da tangencial. O 
industrial poderá optar na fase de desdobro da tora, em função da coloração mais clara ou 
mais escura, qual o sentido do desdobro que lhe é conveniente. 
O bom comportamento da madeira quanto a sua usinabilidade também potencializa sua 
utilização como madeira serrada. 
O conjunto das propriedades tecnológicas apresentadas por esta espécie pode recomendá-la 
para utilização no segmento moveleiro e outros usos em interiores. 
 
 
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
BONDUELLE A; CENI A. Usinagem de Pinus. Esforços e potência. Revista da Madeira, 
Curitiba, Edição Especial. P. 144-147. 2002. 
BURGER, L.M.; RICHTER, H.G. Anatomia da madeira. São Paulo: Nobel, 154p., 1991. 
CARMARGOS, J. A. A; GONÇALEZ, J. C. A colorimetria aplicada como instrumento na 
elaboração de uma tabela de cores de madeira. Brasil Florestal, Ano XX, Nº 71, setembro de 
2001. p. 30-41. 
GONÇALEZ, J. C.; JANIN, G.; SANTORO, A. C. S.; COSTA, A. F. da; VALLE, A. T. do. 
Colorimetria quantitativa: uma técnica objetiva de determinar a cor da madeira. Brasil 
Florestal, Ano XX - Nº 72, novembro de 2001. p. 47-58. 
MARQUES , M. H. B. Efeito da secagem e do tratamento preservativo nas propriedades 
das madeiras de marupá (Simarouba amara Aubl.) e pinus (Pinus patula tecunumanni 
E. & JP Perry). Dissertação de Mestrado. UnB, Brasília. 2000. 
SANTINI, E. J ; HASLEIN, C. R. ; GATTO, D. Análise comparativa das propriedades físicas 
e mecânicas de três coníferas de floresta plantada. Ciência Florestal, Santa Maria RS, v. 10 
n.1, p 85-93. 2000. 
SILVA, J.R.M. et al. Análise quali-quantitativa da usinagem da madeira de Eucalyptus 
grandis Hill ex- Maiden. In: Conference on silviculture and improvement of eucalypts, 
Salvador. Anais. Salvador: IUFRO, 1997, p. 32-35.

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