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ECONOMIA BRASILEIRA 
1
Amaury Patrick Gremaud
IGEPP agosto.2013
2
Período População
Crescimento 
Econômico
modelo de 
desenvolvimento
1900 - 1930
população aberta 
taxas relativamente elevadas 
de crescimento populacional 
em função do processo 
migratório, com fim da 
migração taxas caem
taxas elevadas mas 
instaveis de crescimento 
economia agoexportadora
1930 -1945 
população fechada 
início taxas baixas de 
crescimento populacional 
(alta natalidade mas alta 
mortalidade), depois acelera 
com queda da mortalidade
crescimento mais lento e 
mais instável 
(período da grande crise 
internacional - crescimento 
no Brasil maior que EUA)
deslocamento do centro 
dinâmico 
1945 - 1980
população fechada 
taxas de crescimento 
populacional em forte elevação 
(queda das taxas de 
mortalidade) 
risco de explosão demográfica 
forte crescimento econômico 
e diminuição da instabilidade 
(instabilidade cresce no fim 
do período)
Processo de 
industrialização acelerado
1980 - 2000
população fechada forte 
diminuição das taxas de 
crescimento populacional 
(queda da taxa de natalidade) 
explosão demográfica afastada 
desaceleração significativa 
do crescimento econômico 
com aumento da 
instabilidade
Crise da dívida e 
problemas de 
estabilização
Readaptada a partir de Thorp (2000)
Etapas do Crescimento Econômico Brasileiro no Século XX
Atualmente: população – rumo a diminuição absoluta ?; retomamos o crescimento, vencemos 
a inflação ?; novo modelo de desenvolvimento, volta a velhas discussões ?
O modelo de substituição de 
importações
(Petrobras Dist 2008) A política de substituição de importações 
na economia brasileira
a) esgotou-se devido ao primeiro choque de petróleo da década 
de 1970.
b) protegeu a indústria nascente brasileira da competição de 
produtos importados.
c) se encerrou imediatamente após a Grande Depressão Mundial 
da década de 1930.
d) barateou os produtos importados para o consumidor brasileiro.
e) começou durante os governos militares da década de 1970.
4
O processo de substituição de importações 
pode ser entendido como um processo de 
desenvolvimento “parcial” e “fechado” que, 
respondendo às restrições do comércio 
exterior, procurou repetir aceleradamente, e 
em condições históricas distintas, a 
experiência de industrialização dos países 
desenvolvidos 
As Características do PSI
 É uma industrialização fechada pois:
 É voltada para dentro, visa o atendimento do
mercado interno.
 depende de medidas que protegem a
industria nacional.
 Desvalorização cambial (1º Vargas)
 controles cambiais(1º Vargas, Dutra)
 taxas múltiplas de câmbio (2º Vargas)
 tarifas aduaneiras (JK)
Características do PSI
 É uma industrialização por etapas: 
 apesar de ao final se buscar uma indústria completa, a 
industrialização se faz por partes (rodadas)
 a pauta de importações ditava a sequência dos setores objetos dos 
investimentos industriais 
bens de consumo não duráveis – têxteis, calçados, alimentos 
bens de consumo duráveis – eletrodomésticos, automóveis 
bens intermediários – ferro, aço, cimento, petróleo, químicos 
bens de capital – máquinas, equipamentos
C o n su m o
n ã o
d u rá v e l
C o n su m o
d u rá v e l
In te r m e
d iá r io s
C a p ita l
4 ª ro d a d a
3 ª ro d a d a
2 ª ro d a d a
1 ª ro d a d a
I n d u s tr ia liz a ç ã o p o r s u b s t itu iç ã o d e
im p o r ta ç õ e s – a in d u s tr ia liza ç ã o p o r
e ta p a s
Características do PSI
 desequilíbrio externo: fornece o impulso mas se
recoloca por várias razões:
i. a política cambial transferia renda da agricultura para a
indústria (“confisco cambial”) e desestimulava as
exportações agrícolas;
ii. indústria sem competitividade devido ao protecionismo;
iii. elevada demanda por importações devido ao
investimento industrial e ao aumento da renda.
As características do PSI 
Aumento da participação do Estado: instrumentos
, planejamento e financiamento
Ao Estado caberiam quatro funções principais:
• Adequação da política econômica e do arcabouço
institucional à indústria.
i. Estado condutor
ii. Estado regulador
• Geração de infra-estrutura básica e fornecimento dos
insumos básicos
iii. Estado produtor
• Captação e distribuição de poupança.
iv. Estado Financiador
Parte III Capítulo 14Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr.11
Quatro grandes espaços de atuação do 
Estado Desesenvolvimentista (4)
4. Estado Financiador - captar os recursos
disponíveis do Brasil e direcioná-los para os
setores de interesse
 amplia o papel do Banco do Brasil (carteira de
Crédito Agrícola e Industrial)
 BNDE (2ºVargas)
As dificuldades do PSI
Escassez de fontes de financiamento:
i. quase inexistência do sistema financeiro, em decorrência 
principalmente da “Lei da Usura”. 
ii. ausência de uma reforma tributária ampla apesar das 
mudanças ocorridas na economia brasileira. 
P a r t i c i pa ção dos P r i nc i pa i s I mpost os no Tot a l da Ar r e c a da ção - 
Uni ão: 19 0 0 - 19 6 0
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
1900 1903 1906 1909 1912 1915 1918 1921 1924 1927 1930 1933 1936 1939 1942 1945 1948 1951 1954 1957 1960
Impor tação Consumo RendaFonte: FIBGE, 1990, p. 618-19.
Como o Estado se financiava
 Além dos recursos tributários, também com:
 poupanças compulsórias, como 
recursos da recém criada Previdência 
Social 
 dos ganhos no mercado de câmbio 
(câmbio múltiplo),
 mas também com
financiamento inflacionário (emissão) 
 endividamento externo
Outra dificuldade do PSI 
Aumento do grau de concentração de renda
O PSI era concentrador de renda em função do:
i. desequilíbrio no mercado de trabalho: excesso de oferta para
mão de obra pouco qualificada e baixos salários, o inverso
ocorre no mercado de mão de obra qualificada
ii. o protecionismo e a concentração industrial permitiam preços
elevados e altas margens de lucro para as indústrias.
Gestor 2009
Com relação ao desenvolvimento do setor industrial no Brasil, a partir da 
década de 1930, marque a opção incorreta.
a) Uma das características da industrialização substituidora de importações foi a 
adoção de um modelo de industrialização aberta.
b) As principais dificuldades na implementação do PSI (Processo de Substituição 
de Importações) foram: a tendência ao desequilíbrio externo, o aumento do 
grau de concentração de renda, a escassez de fontes de financiamento e o 
aumento da participação do Estado.
c) O processo de substituição de importação do PSI foi concentrador em 
termos de renda, em função do caráter capital intensivo do investimento 
industrial.
d) O período 1940/1950 foi caracterizado pelo início da formação do setor 
produtivo estatal.
e) Em 1931, foi introduzido o controle de câmbio, com o objetivo de racionar as 
divisas e cujo efeito indireto foi a proteção do setor industrial.
(CHESF 2012) O modelo de substituição de importações influenciou as 
políticas de industrialização e, mais amplamente, de desenvolvimento 
econômico de vários países. Esse modelo é caracterizado pelo(a)
a) estrangulamento externo, com a queda do valor das exportações, junto 
com a manutenção parcial da demanda interna e da demanda por 
importações, que gerou escassez de divisas.
b) contenção da demanda através da redução do déficit público, via 
diminuição dos gastos públicos e dos investimentos,elevação da taxa de 
juros e restrição de crédito e redução do salário real e do desemprego.
c) ideia de “construção nacional”, visando ao desenvolvimento econômico e 
à autonomia do país em relação ao exterior, a partir de um 
fortalecimento da indústria nacional voltada para a exportação de 
produtos primários.
d) política cambial favorável à indústria, para incentivar e reduzir custos do 
investimento industrial, mas que não gerou distorções entre os setores 
de atividade.
e) redução da importância da agricultura na industrialização do país, com 
reduzida liberação de mão de obra para as indústrias e reduzida geração 
de divisas via exportações.
As reformas dos militares e o PAEG
Os Governos Militares e o PAEG
 O Golpe militar impõe de forma autoritária uma solução 
para a crise política.
 Castelo Branco lança o PAEG (Plano de Ação 
Econômica do Governo), tendo como ministros Roberto 
Campos e Octavio Gouvêa de Bulhões. 
 O governo possui duas linhas de atuação:
 Políticas conjunturais de combate à 
inflação.
 Reformas estruturais.
 O controle inflacionário e as formas de conviver 
com a inflação eram vistos como pré-condições para 
a retomada do desenvolvimento.
19
 (ATPS MPOG 2012) O PAEG (Plano de Ação Econômica do 
Governo) do governo Castelo Branco adotou um conjunto de 
medidas para conter a inflação e promover o crescimento 
econômico. O Plano tinha como meta:
a) reduzir o déficit público via aumento de receitas e redução 
dos gastos.
b) ampliação do crédito via redução da taxa de juros.
c) aumento dos salários reais e da demanda agregada.
d) ampliar a capacidade de financiamento da economia por 
meio do aumento da propensão marginal a consumir.
e) reduzir a participação do capital estrangeiro na economia.
 (BNDES 2008) O PAEG (Plano de Ação 
Econômica do Governo) e as reformas 
implementadas em 1964 e nos anos 
imediatamente subseqüentes, no Brasil,
a) aumentaram substancialmente os salários.
b) aumentaram as restrições à entrada de capitais 
externos.
c) diminuíram a carga fiscal dos contribuintes.
d) criaram o Banco Central do Brasil.
e) eliminaram a correção monetária no país.

21
 O diagnóstico da inflação: 
Excesso de demanda 
 déficit público, 
 política salarial frouxa,
 falta de controle sobre a expansão do crédito.
A atitude frente à inflação
Os governantes do regime militar implementaram uma forma 
peculiar de lidar com a inflação:
 deve-se aprender a conviver com a inflação. Surge a noção 
de correção monetária e indexação.
 Adota-se uma atitude gradualista no combate à inflação. 
Deixa-se de lado os tratamentos de choque.

22
Medidas de combate à inflação do 
PAEG
 As principais medidas estabilizadoras do PAEG:
i. Redução do déficit público – novas formas de financiamento e 
aumento das tarifas públicas - inflação corretiva
ii. Restrição do crédito e aperto monetário - aumento das taxas 
de juros, melhora dos mecanismos de controle
iii. política salarial - Circular 10 leva ao arrocho salarial
23
A inflação reduziu-se
Este resultado se deve em grande parte à própria 
retração nas taxas de crescimento econômico
Ano
Crescimento do 
PIB (%)
Crescimento 
da Produção 
Industrial (%) 
Taxa de Inflação 
(IGP-DI) (%)
1964 3,4 5,0 91,8
1965 2,4 -4,7 65,7
1966 6,7 11,7 41,3
1967 4,2 2,2 30,4
1968 9,8 14,2 22,0
 Fonte: Abreu (1990)
* IPC-RJ
PRODUTO E INFLAÇÃO: 1964-1968.
 
24
Reformas institucionais do início 
dos governos militares
As principais reformas instituídas pelo PAEG foram:
I. Reforma Fiscal (tributária / orçamentária)
II. Reforma trabalhista
III. Reforma monetária-financeira
IV. Reforma do setor externo.
reformas dos anos 60 – recuperar a capacidade de 
intervenção do Estado sem alterar 
radicalmente o modelo de desenvolvimento 
 diferente das reformas dos anos 90 – liberais
25
A Reforma Tributária
Os principais elementos desta reforma foram:
i. introdução da correção monetária no sistema tributário
 Eliminação de tributação sobre lucros ilusórios, correção da dívida 
ativa
ii. Transformação dos impostos em cascata em impostos 
sobre valor adicionado,
 imposto sobre consumo vira IPI
 Imposto sobre vendas e consignações vira ICM
• Também cria IOF
iii. Introdução de incentivos fiscais 
 Exportações, mercado de capitais, regional (Sudene, sudam) e 
outros programas específicos (pesca, reflorestamento)
26
Reforma tributária 
iv. redefinição do espaço tributário entre as diversas 
esferas do governo.
 União - IPI, IR, impostos únicos, IE/II, ITR.
 Estados - ICM.
 Municípios - ISS e IPTU. 
 Foram criados os fundos de transferência 
intergovernamentais: os Fundo de Participação dos 
Estados e o dos Municípios (FPE e FPM)
27
A Reforma Tributária
 Principais conseqüências da reforma tributária:
 Aumento da arrecadação;
 Centralização da arrecadação e das decisões de 
política tributária
 Crítica: sistema injusto – regressivo 
 Ainda quanto à questão da arrecadação, devem-se 
destacar:
i. a chamada “inflação corretiva”, uma política de realismo 
tarifário.
ii. o surgimento de vários fundos parafiscais, como o 
FGTS e o PIS (importantes fontes de poupança 
compulsória).
28
CARGA TRIBUTARIA BRUTA GLOBAL NO PÓS-GUERRA: 1947 a 2004(P)
13%
15%
17%
19%
21%
23%
25%
27%
29%
31%
33%
35%
37%
1947 1949 1951 1953 1955 1957 1959 1961 1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003
Anos
E
m
 %
 d
o 
P
IB
29
A reforma trabalhista
 “Fim” da indenização / estabilidade no emprego 
 Troca indenização por FGTS 
 Introdução da Política salarial
 Substitui negociações por regras de reajuste
 Indexação dos salários - anualidade
 Circular 10 do gabinete Ciivil 
 Media salário real medio dos ultimos 24 meses
 Taxa de produtividade
 ½ inflação programada
30
A Reforma Monetária – Financeira (1)
 Objetivos: 
 criar condições de condução independente da política 
monetária e estabelecer sistema de financiamento de 
modo a captar poupança e direcionar os recursos às 
atividades econômicas
 Esta reforma divide-se em 3 grupos de medidas
1. Introdução da correção monetária (taxas de juros 
positivas) e fim da Lei da Usura (1933) 
– ORTN - mercado de títulos públicos e instrumento de 
financiamento não inflacionários do déficit público
– Garantir rentabilidade real de ativos financeiros
31
2. criação do CMN e do Bacen (4595/64)
 CMN: órgão normativo (metas) da política monetária 
(substitui a SUMOC) 
 Bacen: órgão executor da política monetária e fiscalizador 
do sistema financeiro (substitui CARED e Carteira de Cambio do BB e 
Camob do TN) – também 
 Também administra dívida publica do governo federal
Procurava-se criar condições de independência da política 
monetária, mas vários problemas permaneciam
a. ingerência política na atuação do CMN - Bacen.
b. “Conta Movimento”, permitia ao BB expandir sem limites 
suas operações de crédito.
c.“Orçamento Monetário” que passou a receber vários 
gastos de origem fiscal, com a criação de vários fundos e 
programas
32
3. reforma do sistema financeiro e do mercado 
de capitais
 Segmentação/especialização: captação – empréstimo em nichos de 
mercado 
baseado no modelo financeiro norte-americano 
 Bancos comerciais – curto prazo: capital de giro, desconto de duplicatas 
com base em depósitos à vista
 Financeiras: crédito consumidor com base em letras de cambio
 Bancos de investimento e desenvolvimento – longo prazo depositos à prazo, 
underwriting
 APE (Associação de poupança e empréstimo)– caderneta de poupança -
SFH
 criação do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e do BNH (Banco 
Nacional da Habitação). 
objetivo: eliminar déficit habitacional atribuído à falta de financiamento
 4728 – mercado de capitais: mercado de títulos privados 
33
A Reforma do Setor Externo
 Objetivos: 
 estimular o desenvolvimento evitando as pressões sobre o 
Balanço de Pagamentos. 
 Melhorar o comércio externo e atrair o capital estrangeiro.
 Comércio externo.
 Exportações: incentivos fiscais e modernização dos órgãos 
ligados ao comércio internacional (CACEX e CPA).
 Importações: eliminar os limites quantitativos 
 Unificação do sistema cambial e adoção do sistema de 
minidesvalorizações (1968) 
 Atração do capital estrangeiro:
 Renegociação da dívida externa e Acordo de Garantias para o 
capital estrangeiro. 
 Lei 4131 e resolução 63
34
 (Petrobras Dist 2008) O Plano de Ação Econômica do 
Governo (PAEG), de 1964, NÃO incluía entre as medidas que 
o compunham um programa de
a) ajuste fiscal com base em aumentos da arrecadação 
tributária e das tarifas públicas.
b) limitação e controle dos reajustes salariais.
c) limitação e controle do crédito ao setor privado.
d) redução paulatina da expansão dos meios de 
pagamentos.
e) redução das tarifas públicas para combater a inflação.
35
 (BNDES 2013) Em meados da década de 1960, foi 
implementado no Brasil o Plano de Ação Econômica do 
Governo (PAEG). O conjunto de medidas adotadas nesse Plano
a) visou a mudar o padrão do desenvolvimento brasileiro, 
baseando-o, primordialmente, no aumento das exportações.
b) extinguiu a correção monetária, causadora da inércia 
inflacionária.
c) incluiu a emissão de títulos do governo para o financiamento 
não inflacionário do deficit público.
d) reajustou os salários acima da taxa inflacionária para 
redistribuir a renda.
e) congelou os preços administrados, realimentadores do 
processo inflacionário.
O milagre econômico
 (TCU 2000) O chamado “milagre Brasileiro”, 
período que vai de 1968 a 1973, NÃO pode ser 
caracterizado por:
a. Um crescimento elevado apesar da manutenção do 
controle de demanda agregada por parte do governo 
como forma de combater a inflação
b. altas taxas de crescimento econômico sustentadas por 
setores como o de bens de consumo duráveis e 
construção civil
c. aproveitar-se inicialmente de capacidade ociosa existente 
na economia brasileira
d. um crescimento do endividamento brasileiro feito 
principalmente por empresas privadas
e. uma diversificação da pauta de exportações brasileira
38
39
 Período 1968-73: maiores taxas de crescimento do 
produto brasileiro na história recente - taxa média 
acima de 10% a.a.).
 Esta performance foi decorrência:
 reformas institucionais anteriores, 
 capacidade ociosa na indústria
 crescimento da economia mundial.
 mudança no diagnóstico da inflação: inflação de 
custos : afrouxam-se as políticas de contenção 
da demanda (monetária, fiscal e creditícia).
40
As principais fontes de 
crescimento
i. retomada do investimento público em infra-estrutura e das 
empresas estatais; 
ii. demanda por bens duráveis – expansão do crédito ao 
consumidor;
iii. construção civil - aumento dos investimentos públicos e pela 
expansão do crédito do SFH;
iv. crescimento das exportações - expansão do comércio 
mundial, melhora nos termos de troca e incentivos fiscais 
Quanto aos demais setores econômicos:
i. bens de consumo e agricultura - desempenhos mais modestos. 
ii. setor de bens de capital duas fases: 
1ª : até 1970 - com menor crescimento - ocupação de capacidade ociosa
2ª : 1971/73 - a Formação Bruta de Capital Fixo supera os 20% do PIB.
41
Participação do setor público na 
economia
Outro ponto que merece discussão nesse período é a 
participação e intervenção do setor público na 
economia:
i. o Estado controlava os principais preços da economia – câmbio, 
salário, juros, tarifas e uma política de preços administrados via 
CIP.
ii. o Estado respondia pela maior parte das decisões de 
investimento: investimentos da administração pública, empresas 
estatais, captação de recursos financeiros como fundos de 
poupança compulsória, títulos públicos, cadernetas de poupança 
etc. 
42
O início do endividamento 
externo
 Assistiu-se neste período à primeira onda de 
endividamento externo.
 A dívida externa, no período, cresceu em torno de US$ 9 bilhões, 
sendo que aproximadamente US$ 6,5 bilhões se transformaram 
em reservas – sobre endividamento e endividamento interno 
 Estímulo ao endividamento externo brasileiro: 
 Elevada demanda por crédito, taxas de juros internas elevadas 
(reforma de 64/66), grande liquidez no sistema financeiro 
internacional (Euromercado) e ausência de mecanismos de 
financiamento de longo prazo na economia brasileira, exceto as 
linhas oficiais.
 Principais tomadores de recursos externos, 
 nesta fase: setor privado – especialmente estrangeiro
43
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO 
BRASIL: 1960 E 1970
PERCEN
TIL
% DA RENDA CRESC. REAL 
ENTRE 1960 E 19701960 1970
TOTAL 100,00 100,00 36,89%
40 - 11,57 10,00 18,33%
20 13,81 10,81 7,74%
40 + 74,62 79,19 46,23%
10 - 1,17 1,11 28,00%
10 + 39,66 47,79 66,87%
GINI 0,4999 0,5484
EUA 0,378 0,359
I. Gini = 
Z / AÔB
z
Curvas de Lorenz e Índice de Gini
Curva de 
Lorenz
45
Concentração da Renda
 Principal crítica ao Milagre: 
Acentuou a concentração de renda.
 Uma explicação que se dava era que a concentração da 
renda era uma tendência de um país que se desenvolvia e 
que demandava mão-de-obra qualificada escassa
Outra justificativa pela concentração de renda que se fazia 
no período está baseada na famosa “Teoria do Bolo” 
(crescer para depois repartir).
46
Modernização agrícola
i. aumento do grau de mecanização e quimificação das 
fazendas - aumento de produtividade no setor.
ii. aumento na produção, no início, de bens exportáveis (soja e 
laranja), e depois também de produtos destinados ao 
mercado doméstico (cana-de-açúcar - álcool).
iii. expansão da fronteira agrícola na direção da região Centro-
Oeste. A área cultivada passou de 29 milhões de ha, em 1960, 
para 50 milhões em 1980. 
iv. crescimento da agroindústria; maior interligação entre o 
setor agrícola, seus fornecedores e consumidores
v. aumento da concentração fundiária e da utilização de mão-
de-obra temporária (bóia fria): modernização dolorosa
47
(STN 2008) Entre 1967 e 1973 o Brasil obteve elevadas taxas de 
crescimento econômico, de modo que o período ficou conhecido no país 
como o “período do milagre econômico”, sobre este período podemos 
afirmar que: 
a) apesar das taxas elevadas de crescimento econômico, não se pode dizer 
que o bem estar tenha melhorado no período pois as taxas de 
crescimento populacional foram ainda superiores às do crescimento do 
PIB.
b) O crescimento no período é explicado pelo mercado interno, 
especialmente pelos setores de bens de consumo durável; as 
exportações por sua parte apresentaram queda no período.
c) A inflação no período apresentou forte aceleração, atingindo, no final do 
período, a taxa de 100% ao ano. 
d) A política monetária implementada por Delfim Netto como Ministro da 
Fazenda, buscava ampliar as taxas de juros da economia de modo a 
aumentar o rendimento dos poupadores e estimular o crescimento 
econômico
e) O crescimento econômico do período veio acompanhado de elevação 
da divida externa do país, especialmente pela captação do setor privado.
 (Rio Branco 2010) A combinação de extraordinário 
crescimento econômico com taxas relativamente baixas de 
inflação ficou conhecida como “milagre brasileiro”,no auge do 
regime militar, entre 1969 e 1973. A respeito desse tema, julgue 
C ou E.
a) O crescimento econômico da época foi acompanhado por 
vigorosa política de recomposição dos salários, decisiva para a 
ampliação do mercado interno brasileiro.
b) Um dos pilares do “milagre” foi a farta contratação de 
empréstimos externos, prática igualmente seguida por outros 
países em desenvolvimento. 
c) A significativa diminuição do volume do comércio exterior 
verificada nos anos do “milagre” foi compensada pela inédita 
expansão do consumo interno. 
d) Os resultados positivos do período deveram-se, em larga 
medida, à situação econômica mundial caracterizada pela 
ampla disponibilidade de capitais. 
E
C
E
C
 (AFC – STN 2013) Entre 1968 e 1973, o PIB real apresentou 
extraordinário crescimento no Brasil. Relativamente a esse período, 
conhecido como o do "milagre brasileiro", é correto afirmar que:
a) a taxa média de crescimento foi superior a 14%.
b) o forte crescimento foi obtido apesar do fraco desempenho da 
economia mundial no período e da piora nos termos de troca para 
o Brasil.
c) embora tenha havido crescimento do PIB real, a produtividade total 
dos fatores não cresceu no mesmo período.
d) foi um importante determinante do “milagre brasileiro” o menor 
grau de abertura da economia para o exterior que resultou das 
reformas do Governo Castelo Branco.
e) foram cruciais para o "milagre brasileiro" as reformas institucionais 
do Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), entre 1964 e 
1966, em particular as reformas fiscais/tributárias e financeira, que 
criaram as condições para a aceleração subsequente do crescimento.
II PND
51
A situação na transição Médice -
Geisel
 O crescimento econômico do Milagre acabou por 
gerar pressões inflacionárias e problemas na 
balança comercial 
 Ressurgiam pressões por melhor distribuição de 
renda e maior abertura política.
 O novo presidente eleito, Geisel, é de facção 
diferente (castelista) da de Médice (chamada linha 
dura): a troca de facções impunha certos limites à 
condução da política econômica.
CONTEXTO EXTERNO
 FIM DO ACORDO DE BRETTON WOODS
 71 - Nixon abre mão da conversibilidade
 desde 72 há um grupo (C20) que prepara novo SMI (taxas 
fixas de cambio)
 grande desvalorização do dólar 
 73 - países abrem mão das taxas fixas de câmbio
 início considerado uma medida temporária
 Choque do Petróleo (1º) 
Choque do Petróleo e Estagflação 
 Preço do petróleo - multiplicado por 4
 rapidamente repassado a preços
 desajuste nos Balanços de Pagamentos
 Início: PD: Políticas restritivas 
 Estagflação: Inflação + estagnação
 Euromercado
 reciclagem dos petrodolares
 Forte liquidez no mercado
 Taxas baixas de juros mas flutuantes
O restante da década: o excesso de liquidez 
e o dólar fraco
 Governo norte americano - política monetária para 
promover recuperação mais rápida
 desemprego mais baixo, porém inflação mais alta
 expectativa de desvalorização futura
 déficit conta corrente
 Desvalorização dólar 76-79
 Euromercado
 reciclagem dos petrodolares
 Forte liquidez no mercado
 Taxas baixas de juros mas flutuantes
Parte III Capítulo 16Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr.55
Como enfrentar o choque do 
Petróleo
O debate sobre o que fazer em 1974 situou-se na dicotomia 
ajustamento ou financiamento:
Ajustamento – desvalorizar o câmbio e conter a demanda interna 
para evitar que o choque externo (petróleo) se transformasse 
em inflação permanente, além de corrigir o desequilíbrio 
externo;
Financiamento - mantendo o crescimento e fazendo um ajuste 
gradual dos preços relativos (alterados pela crise do petróleo), 
enquanto houvesse financiamento externo abundante.
56
O Financiamento com ajuste na 
estrutura de oferta
 Início 1974 - Simonsen sinaliza ajustamento, mas com crise 
financeira e questões políticas  governo opta por 
manter crescimento. 
 É lançado o II PND em fins de 1974 com o objetivo de 
promover um ajuste na estrutura de oferta de longo 
prazo, simultaneamente à manutenção do crescimento 
valendo-se do endividamento externo
 ajuste na estrutura de oferta significava alterar a estrutura 
produtiva brasileira de modo que, a longo prazo, diminuísse a sua 
necessidade de importações e fortalecesse a sua capacidade de 
exportar
57
O II PND
 A meta do II PND: manter o crescimento em 
10% a.a., com crescimento industrial em 12% a.a.
 Estas metas não conseguiram ser cumpridas, porém 
manteve-se elevado o crescimento econômico.
 Brasil : Vulnerabilidade externa dada por 
estrutura produtiva incompleta
 Ajuste na estrutura de oferta
 “Completar” a estrutura industrial brasileira
 Alteraram-se as prioridades da industrialização:
setor de bens 
de consumo 
duráveis
setor de bens de 
capital e 
insumos básicos
58
Exemplos de Projetos do II PND
 redução na participação das importações no setor de bens de 
capital de 52% para 40%, além de gerar excedente exportável 
em torno de US$ 200 milhões.
 aumentar a produção de aço de 7 para 8 milhões de ton. 
 triplicar a produção de alumínio; 
 aumentar a produção de zinco de 15 mil ton. para 100 mil
 Projeto Carajás (minério de ferro);
 aumentar da capacidade hidroelétrica (Projeto Itaipu); 
 energia nuclear (NUCLEBRAS);
 ampliar a prospecção de petróleo; 
 maiores incentivos para ferrovias e hidrovias;
59
Descentralização espacial e 
implicações políticas
Estratégia do II PND implicou na modernização de regiões não 
industrializadas 
Houve uma descentralização espacial dos projetos de 
investimento. 
 Exemplos:
 a maior siderúrgica em Itaqui (MA); 
 a prospecção de petróleo na plataforma litorânea do NE; 
 cloro em Alagoas; 
 petroquímica na Bahia e no Rio Grande do Sul; 
 fertilizantes potássicos em Sergipe;
 fosfato em Minas Gerais; 
 carvão em Santa Catarina etc.
 Implicações políticas da estratégia de desenvolvimento
 Pacote de abril (77) 
60
O II PND: setor público e privado
 O agente principal das transformações foram as estatais e 
os seus investimentos
 Setor privado.
 as estatais realizando seus investimento geram demanda que faz o 
setor privado investir 
 incentivos foram dados ao setor privado através do CDE:
 crédito do IPI sobre a compra de equipamentos, 
 depreciação acelerada, 
 isenção do imposto de importação,
 reserva de mercado para novos empreendimentos (ex. Lei da Informática)
 Garantias de demandas (preços)
 Empréstimos do BNDE
 Funding PIS (sai Caixa)
 Subsidiarias:IBRASA, EMBRAMEC, FIBASE
 Política comercial
 Substituição de importações
 Depósito compulsório
 Impostos de importação
 Controles administrativos
 “Se possível abrir novas frentes de exportação”
 Ampliação do crédito subsidiado
 Política cambial
 Manutenção das minidesvalorizações
IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES
0,00
2000,00
4000,00
6000,00
8000,00
10000,00
12000,00
14000,00
16000,00
18000,00
20000,00
U$
 m
ilh
õe
s
Importações 12641,30 12210,30 12383,00 12023,00 13683,10 18083,10 
Exportações 7951,00 8669,90 10128,30 12120,10 12658,90 15224,40 
1974 1975 1976 1977 1978 1979
63
A questão do financiamento: a estatização 
da divida externa
 O setor privado: créditos subsidiados de agências oficiais -
BNDE
 As empresas estatais sofreram restrição ao crédito interno e 
contenção tarifária forçando-as ao endividamento externo
 o endividamento externo das estatais cobria o “hiato de divisas”
 novidade: taxas de juros flutuantes.
 A dívida externa cresceu rapidamente no período –diferença 
pública. 
 US$ 15 bilhões entre 74/77 e mais US$ 17 bilhões em 78/79. 
 Dados os níveis extremamente baixos das taxas de juros 
internacionais, o Estado era capaz de pagar os juros. Mas 
qualquer alteração nas taxas de juros poderia inviabilizar as 
condições de pagamento.
II PND Resultados
 Durante o II PND manteve-se o crescimento 
industrial
 Inferior ao previsto
 A indústria em sua totalidade cresceu 35% entre 1974/79. 
 Os principais setores foram: 
 o metalúrgico, que cresceu 45%, de material elétrico, 49%, de papel e 
papelão, 50%, e químico, 48%. 
 O setor têxtil cresceu 26% e o de alimentos 18%.
 O setor de material de transportes cresceu 28%. 
PIB TOTAL
100.000.000
300.000.000
500.000.000
700.000.000
900.000.000
1.100.000.000
R$
 B
ilh
õe
s
 Evolução PIB 769.111.317 808.848.600 891.813.248 935.818.240 982.327.449 1.048.728.46
1974 1975 1976 1977 1978 1979
VAR % PIB TOTAL 0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
Va
r %
Var % do PIB 9,0 5,2 9,8 4,6 4,8 7,2 
1974 1975 1976 1977 1978 1979
INFLAÇÃO
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
Evolução da Inflação 34,56 29,33 46,27 38,79 40,81 77,24 
1974 1975 1976 1977 1978 1979
II PND – RESULTADOS GERAIS
 ESGOTAMENTO DA CAPACIDADE FINANCEIRA DO 
ESTADO
 AUMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA
 ESTATIZAÇÃO DA DÍVIDA EXTERNA
 TOMADA DE EMPRÉSTIMOS (ESTATAIS)
 RESOLUÇÃO 432
70
A Ciranda Financeira
 Sistema Financeiro Nacional: coexistência de diferentes moedas:
 setor real (operações com correção monetária a posteriori); 
 setor nominal (operações prefixadas, contratos em cruzeiro); e
 as operações com moeda estrangeira, 
 Quando inflação se instabilizava: aplicadores buscam o setor real, 
enquanto os demandantes procuram o nominal.
 Para viabilizar o sistema: governo empresta a taxas subsidiadas 
(prefixadas) e, do outro lado, amplia a liquidez primária para 
evitar a insolvência do setor nominal. 
 Conseqüências:
 a elevação do déficit público (pelo spread negativo).
 perda do controle monetário. 
 aumento o passivo do setor público.
 (Petrobras 2012) No Brasil, na década de 1970, a 
escolha de política econômica de aprofundar o processo 
de substituição de importações, para superar o choque 
de alta dos preços do petróleo, resultou no(a)
a) aumento da dívida externa
b) aumento do superavit fiscal do orçamento público
c) desconcentração da distribuição de renda
d) desestatização da economia
e) desaceleração da inflação

 Resp: a
(BACEN 2009) A crise econômica decorrente do grande aumento dos 
preços do petróleo, em 1973, teve como resposta, no Brasil, a adoção do 
II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND). A execução de tal plano 
a) freou o crescimento da economia brasileira para reduzir as 
importações de petróleo.
b) aumentou a demanda interna por bens de consumo, ao redistribuir a 
renda para as classes mais pobres.
c) reduziu o endividamento externo do Brasil por meio de uma política 
de diminuição das importações.
d) causou um impacto deflacionário sobre a economia brasileira, 
provocado pela forte recessão doméstica.
e) buscou superar a dependência externa, investindo na ampliação da 
produção doméstica de bens de capital e de petróleo.
 Resp: e
A crise da divida
74
A Crise da dívida externa
 A partir de agosto 1979, o FED adotou uma política 
monetária mais restritiva, visando conter a tendência 
de desvalorização do dólar.
 Depois quando Reagan assumiu, elevou ainda mais as taxas de 
juros e transformou os EUA no grande absorvedor da 
liquidez mundial.
 Dificuldades para renovação dos empréstimos externos 
leva ao controle da absorção interna: Os países foram 
obrigados a entrar em uma política de geração de 
superávits externos.
75
A situação brasileira no final da 
década de 70 e início dos 80
 Transformações no cenário internacional e 
vulnerabilidade. 
 Choque do petróleo (1979) e elevação da taxa de juros 
internacional 
 1979 ano do início da crise cambial: déficit em transações 
correntes de US$ 10,8 bilhões e entrada de capitais de US$ 7,7 
bilhões: queima de reservas de US$ 2,2 bilhões.;
 Deterioração da situação fiscal do Estado, com: 
 pressões inflacionárias: 77% a.a.. 
 Mudança de governo (Geisel por Figueiredo) e abertura 
política.
Crise da divida 5 fases
 1979 – inicio do ajuste com Simonsen
 1979/80 – heterodoxia delfiniana
 1980/82 – ajuste voluntario
 1982/83 – ajuste com FMI
 1984 crescimento com superavit
Inicio da gestão Figueiredo
 Simonsen (Planejamento) – 6 meses (Delfim)
 Puxa controles principais 
 Rischbiter (Fazenda) – 9 meses (Galveas) 
 Simonsen: austeridade fiscal x continuidade 
desenvolvimentismo (Delfim, Andreaza) 
 Diminui investimentos públicos não prioritários
 Controle monetário (enfrentar descontrole anterior)
A heterodoxia delfiniana
 Meados 79 – Simonsen – ajuste interno para ajuste externo 
 Forte resistência 
 Delfim inicio – ajuste sem contenção de DA
 Questão não é excesso de DA – dist, setorial da DA
 Necessário crescer X e diminuir M , G
 Desvalorização cambial e Controle deficit publico 
 Aceleração da inflação (corretiva: desv e tarifas)
 Heterodoxias: prefixação da CM – perda de confiança
 Não grandes efeitos BP 
 Crise externa agrava 
 Ajustamento voluntário”: a piora na 
situação cambial levou o governo, já em 1980, a 
reverter a política econômica e a adotar uma 
política ortodoxa. 
 Diminui DA 
 Controle monetario, subida juros
 Contenção salarios
 Não cambio
 Recessão – inflação não cai
80
Ajuste com FMI
 Países em desenvolvimento: problemas com a dívida:
 insolvência polonesa e argentina e moratória mexicana, no chamado 
“setembro negro” (1982), 
 o que provocou o rompimento completo do fluxo de 
recursos voluntários aos países em desenvolvimento.
 A política adotada baseava-se em acordos com o FMI:
a. na contenção da demanda agregada - (i) redução do déficit 
público; (ii) aumento da taxa de juros interna e restrição do crédito; 
(iii) redução do salário real e desemprego;
b. em tornar a estrutura de preços relativos favorável ao setor 
externo - (i) desvalorização real do cruzeiro; (ii) elevação do preço 
dos derivados de petróleo; (iii) contenção de alguns preços 
públicos, subsídios e incentivos à exportação.
81
TRANSAÇÕES CORRENTES: 1980-84
US$ MILHÕES
ANO EXP. IMP. BC SERVI-
ÇOS
CONTA 
CORRENTE
1980 20.132 22.955 -2.822 -10.152 -12.807
1981 23.293 22.090 1.202 -13.135 -11.734
1982 20.175 19.395 780 -17.082 -16.310
1983 21.899 15.428 6.470 -13.415 -6.837
1984 27.005 13.915 13.089 -13.214 44,8
82
Conta Capital e Dívida externa Brasil (1978 - 1999)
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1978 1983 1988 1993 1998
C
on
ta
 C
ap
ita
l
-50
0
50
100
150
200
250
D
iv
id
a 
ex
te
rn
a
Conta Capital Divida externa
INDICADORES 
MACROECONÔMICOS: 1980-1984
ANO PIB INFLA
ÇÃO
M1 DÍVIDA 
EXTERNA
DÍVIDA 
INTERNA 
FEDERAL
(% PIB)
1980 9,3 110,2 70,2 53.847 6,7
1981 -4,2 95,2 87,2 61.410 12,6
1982 0,8 99,7 65,0 70.197 16,1
1983 -2,9 211,0 95,0 81.319 21,4
1984 5,4 224,7 201,9 91.091 25,3
84
Resultados do Ajuste
 profunda recessão em 1981 e 1983 e baixo crescimento em 
1982.
 Aceleração da inflação em 82, estabilizada em 100% nos anos 
de 1981 e 1982.
 A política de comércio exterior foi bem sucedida: a balança 
comercial sai deficitária em 1980 para superávits de US$ 6,5 
bilhões em 1983 e um recorde de US$ 13 bilhões em 1984 1984  superávit e recuperação do produto, explicado em 
parte pelo sucesso do II PND que permitiu processo de 
substituição de importações e criou setores com 
competitividade externa, mas também desvalorização
85
Problema interno do ajuste externo 
(1)
 80% da dívida era pública, enquanto a maior parte da geração 
do superávit era privado.
 Alternativas para o governo adquirir divisas:
 gerar superávit fiscal – inviável.
 emitir moeda – incompatível com a política de controle da absorção 
interna.
 endividar-se internamente – foi o que aconteceu em condições cada 
vez piores (transformação da dívida externa em dívida 
interna).
 Este processo acelerou a deterioração das contas públicas e 
ampliou o grau de indexação da economia. 
86
Problema interno do ajuste externo (2)
 A situação fiscal do setor público se deteriora por várias 
razões:
i. as maxidesvalorizações aumentavam o custo interno do serviço da 
dívida externa.
ii. a recessão diminuía a base tributável;
iii.a transferência de recursos produtivos para as atividades de 
exportação significava uma renúncia fiscal;
iv.as taxas de juros interna elevadas encareciam a rolagem da dívida
v. a aceleração inflacionária diminuía a arrecadação (Efeito Olivera-
Tanzi).
 A inflação mostrava-se renitente a políticas ortodoxas e o 
peso do ajustamento era cada vez mais criticada por causa 
do desemprego
87
Brasil: Inflação (1973 – 1985) Taxas 
anuais (%)
0
50
100
150
200
250
1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985
Tendências
Choques
 (AFC – STN 2013) O período 1981-1984 foi especialmente difícil para a 
economia brasileira. Sobre esse período, pode-se dizer que:
a) a crise da dívida que se configurou foi impulsionada pela segunda crise do 
petróleo de 1979 e por forte elevação das taxas de juros internacionais. 
Estas foram as únicas causas da forte deterioração da situação externa do 
País.
b) as políticas de restrição da demanda agregada do período contribuíram 
significativamente para corrigir o desequilíbrio do setor externo.
c) a crise deste período foi amenizada pela estratégia expansionista 
executada por Delfim Netto em 1979- 1980.
d) as necessidades de financiamento do balanço de pagamentos levaram o 
governo, já em 1983, a recorrer ao FMI.
e) as políticas de restrição da demanda agregada foram bem-sucedidas em 
atenuar a inflação do período.
 Resp: d
(STN 2008) Se observarmos a economia brasileira entre 1980 e 1984 poderemos 
notar que:
a) Entre os elementos que explicam a geração de superávits comerciais para fazer 
frente aos pagamentos da divida externa no período está a diminuição da 
absorção doméstica
b) Neste período houve o encarecimento da divida externa, tendo sido necessária a 
geração de superávits comercias para o pagamento dos juros correspondentes a 
tal dívida, a partir da crise do México em 1982 porém o acesso a novas fontes 
privadas de financiamento externo possibilitou que parte destes pagamentos fosse 
feito com novos empréstimos externos
c) A inflação durante estes anos se manteve em patamares bastante elevados, porém 
estabilizada
d) As empresas estatais foram fundamentais no período já que por meio delas o país 
obteve acesso a empréstimos internacionais que puderam ser usados para 
financiar o déficit no Balanço de pagamentos
e) A alta inflação brasileira é caracterizada como sendo de custos, causado pelos 
choques do petróleo e dos juros internacionais e no seu combate foi utilizado, 
durante o período, o regime de cambio fixo.
 Resp: a
90
Inflação inercial: 
choque x tendência
 Em processos inflacionários crônicos a 
inflação possui dois componentes:
 Tendência: componente que se reproduz em 
função de si mesmo (inércia)
 Choque – responsável pela alteração do patamar 
inflacionário
 Inflação puramente inercial: inflação estável 
91
Distribuição de renda e inércia
 Natureza dos choque:
 demanda,
 custo 
 busca de alteração da posição distributiva relativa
 Com inflação inercial
 Conflito distributivo passivo
 Com inflação inercial – perfil da distribuição só pode ser captado 
ao longo de um dado período de tempo
 Em um dado momento – situação distorcida
 Mecanismos de indexação 
 O que fazer ?
92
Choque Ortodoxo
 Visão da Ortodoxia clássica
 Problema emissões e déficit público
 Necessário:
 Congelamento de crédito
 Corte de gastos
 Reforma tributária
 Ajuste com o FMI – parcial (só externo)
 Não ataca cerne do problema fiscal brasileiro 
 Aprofundar ajuste e reverter expectativas
93
Pacto Social
 Se problema principal conflito distributivo 
 Necessário estabilizar o conflito para isto 
necessário estabelecer uma coalizão – pacto 
social
 Proposto por economistas da Unicamp e do 
PMDB
 Vem junto com processo de 
redemocratização e promoção de um 
acordo arbitrado pelo governo 
 Se todos concordassem em não aumentar 
seus preços – inflação viria abaixo
 Diminuição da incerteza, ampliação horizonte de cálculo, 
renegociação da dívida externa e ajuste patrimonial do Estado
94
Desindexação 
 Problemas mecanismos formais e informais de 
indexação 
 Pacto social difícil de se construir
 Desindexação – pacto de adesão não voluntaria
 Duas opções de combate:
a) Choque heterodoxo (congelamento)
Francisco Lopes 
a) Proposta Larida
(desindexação por indexação total) 
Persio Arida e A. L. Resende
95
A Economia na Nova República
 Ambiente de redemocratização 
 Brasil excluído do fluxo de capitais internacional
 Combate à inflação meta principal
 Diferentes planos de estabilização
 Cruzado (1986) – Funaro/Sarney
 Bresser(1987) – Bresser/Sarney 
 1988 – Feijão com Arroz – Mailson/Sarney
 Verão (1989) – Mailson/Sarney
 Collor I (1990) – Zélia/Collor
 Collor II (1991) – Zélia/Collor
 1992-1993 – “Plano Nada” – M.M. Moreira e outros
 Real (1994) 
96
-10
0
10
20
30
40
50
60
70
80
19
84
 01
19
84
 10
19
85
 07
19
86
 04
19
87
 01
19
87
 10
19
88
 07
19
89
 04
19
90
 01
19
90
 10
19
91
 07
19
92
 04
19
93
 01
19
93
 10
19
94
 07
19
95
 04
19
96
 01
19
96
 10
19
97
 07
19
98
 04
19
99
 01
19
99
 10
20
00
 07
20
01
 04
20
02
 01
20
02
 10
ÍNDICE GERAL DE PREÇOS - DI: 1984-2003
TAXA MENSAL
PL
A
N
O
 C
R
U
Z
A
D
O
PL
A
N
O
 B
R
E
SS
E
R
PL
A
N
O
 V
E
R
Ã
O
PLANO COLLOR
PL
A
N
O
 R
E
A
L
Taxa de crescimento real do PIB (1980 - 1995)
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995
98
Governo Sarney: Quadro Inicial
 Economia voltando a crescer depois da recessão do 
início da década
 Balança de Transações Correntes:relativo equilíbrio
 Inflação acelerando
 Finanças públicas deteriorando
 Incertezas políticas 
 Início: indefinições na condução política econômica
 Dornelles - gradualismo ortodoxo (predomina inicialmente) 
 João Sayad – heterodoxia
99
 (IPEA 2004) 56. Podem ser considerados fatores que explicam o 
insucesso do Plano Cruzado, exceto:
a) forte desvalorização do dólar em relação ao cruzado, tendo em 
vista a elevação dos juros na Economia Norte-Americana.
b) eliminação, com o congelamento, do funcionamento do mecanismo 
de preços como alocador de recursos.
c) forte elevação da demanda, o que gerou pressões inflacionárias 
particularmente em setores que estavam, na época, próximos do 
nível máximo de utilizaçãoda capacidade instalada.
d) piora no desempenho das contas externas, contribuindo para a 
reversão de expectativas quanto ao desempenho macroeconômico 
da economia brasileira.
e) elevação das expectativas de inflação, tendo em vista a percepção 
da sociedade de que o congelamento não seria bem sucedido.
100
Plano Cruzado (28.02.86): medidas
 Congelamento preços 
 Energia elétrica – realinhamento justo antes
 Lista SUNAB – fiscais do Sarney
 Conversão salários: 
 poder de compra últimos 6 meses + abono 8% + gatilho
 Salário mínimo abono de 16%
 Fixação da taxa de câmbio 
 sem desvalorização prévia
 Aluguéis – recomposição pelo valor real médio
 Diferentes regras para ativos financeiros 
 ORTN transformada em OTN
 Proibida indexação para contratos inferior a 1 ano 
 Tablita para contratos prefixados 
 Caderneta de poupança – rendimento trimestral
 Deslocamento do índice de preços 
 Substituição da moeda: cruzeiro (1000) por cruzado (1) 
 Não existência de metas monetárias e fiscais: política expansionista
101
Plano Cruzado: evolução e 
dificuldades
 Grande sucesso inicial:
 Congelamento: queda imediata da inflação
 Crescimento econômico em função
 Crescimento já vinha antes (demanda já aquecida)
 Aumento da renda real 
 Ilusão monetária 
 taxas de juros baixas
 Expansão monetária – excesso na remonetização
 Não problemas fiscais (debate)
 Crescimento: pressão sobre vários mercados:
 Pressiona alguns setores de bens de consumo
 Problema do congelamento com preços variando assincronicamente
 Escassez, filas, ágios e maquiagens
 Diminuição das margens de comercialização e perda de margens onde custo se elevaram
 Fuga de ativos financeiros para ativos reais e dolar (agio do paralelo)
 Problemas na Balança Comercial e nas contas externas
 Outubro – pequena desvalorização e introdução de minidesvalorizações 
102
Exportações e Importações, em US$ milhões, 1986 e 1987
0,0
500,0
1.000,0
1.500,0
2.000,0
2.500,0
3.000,0
3.500,0
jan
/86
ma
r/8
6
ma
i/8
6
jul
/86
se
t/8
6
no
v/8
6
jan
/87
ma
r/8
7
ma
i/8
7
jul
/87
se
t/8
7
no
v/8
7
Exportações Importações
 
Do Cruzado à Moratória
103
 Problemas como descongelar ? Técnica e politicamente
 Cruzadinho (julho): Primeira tentativa tímida de conter a demanda
 Pacote fiscal – Fundo de Desenvolvimento
 Expurgado – perda de apoio político
 Imobilismo  Questões Políticas – eleições
 Cruzado II (novembro) – depois das eleições (oportunismo)
 Novo pacote fiscal – aumentar a arrecadação - conter déficit público
 Realinhamento de preços – 5 bens finais e preços públicos 
 Impostos indiretos sobre automóveis, bebidas e cigarros
 Aumento de tarifas de energia elétrica, telefones, correios
 Saída descoordenada do congelamento 
 Preços se elevam (16% jan 87) – dispara gatilho 
 Fim Cruzado – fevereiro (fim do congelamento)
 Moratória dos juros da dívida externa
 Elevação da taxa de juros real
 Reintrodução de mecanismos de indexação
104
Problemas do Cruzado
 Inflação não puramente inercial
 Debate em torno da política salarial
 Ensinamentos: 
 Problemas de desequilíbrio com congelamento
 cuidado com problemas distributivos
 Nem tudo é congelável
 Tempo de congelamento (processo de descongelamento)
 necessidade controlar demanda agregada
 Políticas monetárias e fiscais não podem ser passivas 
 atenção com as contas externas, 
 Heranças
 Expectativa de congelamento, 
 Ampliação dos processo de fuga de ativos 
 perda de apoio político
Plano Bresser
 Plano hibrido e de emergência
 Conter aceleração inflacionária 
 inflação inercial e de demanda)
 Combinação de políticas heterodoxas e ortodoxas
 medidas:
 Congelamento salários e preços por 3 meses
 Realinhamento anterior de Preços públicos (EE, gasolina, telefone, aço)
 Seguido de uma fase de flexibilização e depois descongelamento 
 Fim do gatilho e cria URP para reajuste de salários pós congelamento
 URP – media de três últimos meses da inflação 
 Repassado para os três meses seguintes (reajuste mensal com defaseagem )
 Tablita (sem troca de moeda) 
 Desvalorização cambial (não congelamento – não fixa)
 Política monetária ortodoxa 
 Juros positivos – controle de demanda e especulação com estoques
 tentativa de controle fiscal
 Aumento de tarifas, eliminação de subsídios, corte de gastos (investimentos públicos) 
H
e 
t 
er
e
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o
O
r 
t 
od
.
Do Plano Bresser ao Feijão com Arroz
106
 Início do Bresser – queda da inflação 26 para 3 (julho) depois 6,5 
(agosto)
 Congelamento não respeitado (remarcações preventivas e não 
fiscalização
 Inflação volta a subir pouco a pouco: dezembro 14%
 Contas externas menos problemas
 Exportações e agricultura mantém crescimento 
 Funcionalismo – não contenção do déficit
 Não aprovação reforma fiscal (tributária) 
 pede para Sair
 Problemas do Plano Bresser
 no descongelamento: reposições salariais, reindexação
 Fragilidade da contenção monetária e fiscal
 Fragilidade política: passagem de 4 para 5 anos de mandato
Plano Verão 
 Novamente plano hibrido
 Ortodoxia: controle DA 
Juros altos e queda no déficit público
• Redução de custeio, reforma administrativa
• Limitação na emissão de títulos 
• Restrição de crédito
 Desvalorização e fixação da taxa de cambio
 Heterodoxia: congelamento preços e salários 
 Indeterminado
 Reajuste prévio de preços públicos
 Salários: Media 12 meses e aplicação URP janeiro
 Nova troca de indice
 Radicalização da desindexação
 Reforma monetária – Cruzado Novo (1000 cruzados)
 Paridade com dolar
 Fim URP, OTN, gatilho etc.
O Fim do Governo Sarney
 Verão: curta duração
 Não houve ajuste fiscal e ocorreu descontrole monetário 
 Inflação cai em fevereiro e volta a acelerar
 Reaceleração inflacionária: Rumo à Hiperinflação
 Não coordenação (fim OTN s e indexadores)
 Governo Sarney
 Crescimento medio 4%, inflação 470%
 Exportação na médio principal setor
 Aumento do Déficit Público (operacional) 
 Endividamento interno crescente, prazos mais curtos, taxas de 
juros e liquidez crescentes
 Sub-indexação de contratos para reduzir valor real da dívida pública 
 Política monetária: necessidade de sustentação de juros elevados, 
descontrole da política monetária
 NBTC equilibrada 
 não acesso a poupança externa 
109
Francisco
Dornelles
Dílson Funaro Bresser Pereira Maílson da
Nóbrega
03/1985 09/1985 02/1986 06/1986 11/1986 05/1987 01/1989
Cruzado I Cruzadinho Cruzado II Plano Verão
Reforma
monetária
(Cruzado)
Reforma
monetária
(Cruzado Novo)
Congelamento de
preços
Congelamento
dos preços.
Os salários não
foram
congelados.
Congelamento de
salários e preços
por, no máximo,
três meses.
Congelamento de
preços
Tímido pacote
fiscal para
desaquecer
consumo (véspera
das eleições)
Pacote fiscal
visando elevar a
arrecadação do
governo através
do ajuste de
alguns preços
públicos e de
impostos
indiretos
Programa híbrido,
contendo
elementos
ortodoxos e
heterodoxos para
combater a
inflação.
Programa híbrido:
do lado ortodoxo,
contração da
demanda; do lado
heterodoxo,
extinguir os
mecanismos de
realimentação da
inflação.
Modificação nas
fórmulas de
cálculo da
correção
monetária e das
desvalorizações
cambiais
(correção
trimestral)
Retoma as
correções
monetárias e
cambiais vigentes
antes de Dornelles
(correção mensal)
Taxa de câmbio é
fixada.
Taxa de câmbio
não é congelada(mantém a regra
de
minidesvalorizaçõ
es).
O governo
procura praticar
taxas de juros
reais.
Taxa de câmbio é 
fixada em 1US$ = 
1NCz$.
Choque (negativo)
agrícola
Choque (negativo)
agrícola
Índice oficial de
inflação deixar de
ser o IGP-DI e
passa a ser o
INPC
Deslocamento da
base do IPCA para
28/06/1986. O
novo índice
utilizado é o IPC
Os aumentos dos
preços dos
automóveis,
cigarros e bebidas
deveriam ser
Governo institui a
URP, uma nova
base de indexação
salarial para
vigorar após o
110
O Governo Collor: Problemas 
Iniciais
 Insucesso dos Planos Heterodoxos 
 Condições externas frágeis
 Fragilidade financeira do Estado 
 condições de financiamento da elevada divida publica
 Elevação da liquidez dos haveres não-monetários 
 Possibilidade de monetização com pressão inflacionária
 Política monetária ineficaz
 Moeda Indexada – liquidez absoluta e remuneração
 contas remuneradas: depósitos bancários aplicados em títulos no overnight)
 Recompra (Zeragem) automática – go around
 No dia da posse (15.3.90) lança “Plano Brasil Novo”
Cinco conjunto de medidas
1. Políticas de renda
2. Reforma administrativa e privatização
3. Reforma fiscal
4. Reforma do comércio exterior
5. Reforma monetária
 Ponto central:
 Eliminar déficit público e retomada de controle sobre a oferta de 
moeda derrotariam a inflação
 Reformas estruturais recolocam economia em novo padrão de 
desenvolvimento
112
Política de renda
 16/03/90: Congelamento de preços
 Vários preços re-escalonados no nível do dia 10 
 Preços dos serviços públicos (ficaram defasados em 1989) aumentados dias 
antes e congelados por 4 meses 
 MP 154: Salários de março (pagos em abril) – sofrem reajuste da inflação de 
março e devem ser acrescidos com base em reajustes com prefixação com 
base na inflação esperada 
 Trabalhadores podem negociar livremente
 Servidores públicos salários congelados por 6 meses
 Problema quando prefixa em 0% (abril)
 Necessidade de que inflação esperada seja constantemente viesada para baixo x apoio 
de sindicatos
 Esquema passa a ser desenfatizado
 Substitui regra por outra em setembro: recuperar poder de compra médio 
 Congelamento não é elemento central
 Não muito fiscalizado
 Inflação 11,3% em abril e 9,1 em maio
113
Reforma Administrativa e Privatização
 Encolher tamanho do Governo federal
 Reduz Ministérios para 9 e fecha vários órgãos federais
 Funcionários: lista de disponibilidade
 Pretensão de demissão de 400 mil funcionários (20% feito)
 Plano de privatização anunciado 
 Aprovado no Congresso - começa lentamente
 Subscrição obrigatória de Certificados de Privatização pelo sistema bancário 
e fundos de pensão (resistência)
 Leilão importante só final de 1991 – Usiminas 
 Desregulamentações setoriais e redução de procedimentos burocráticos
 Fecha IAA e IBC 
 Problemas:
 Estados e municípios incham com regras da nova Constituição 
(transferências)
 Anúncios x fatos
114
Reforma fiscal
 Aumento de receitas
 “Fim” do anonimato fiscal – não mais cheques ao portador acima de 
US$100 – e eliminação de brechas que favorecem evasão fiscal
 Fim de várias isenções fiscais, 
 dentre elas temporariamente as de investimento no N-NE
 Aumentos de alíquotas no IR e IPI
 IR sobre atividade agrícola
 Correção dos tributos em atraso com indexador diário (BTNF)
 Introdução de imposto temporário sobre capital (depósitos acima de U$ 
9000) 
 Alíquotas variam de 8 a 25% (ausência de titularidade) no resgate das aplicações 
ou na transferência de ações 
 Diminuição das despesas
 Redução nos pagamentos de juros sobre divida pública
 Congelamento de salários dos funcionários públicos
 Meta sair de déficit primário de 8% para superávit de 2%
 Cumprido, especialmente com aumento da arrecadação
115
Reforma do comércio exterior
 Taxa de cambio flutuante em substituição à minidesvalorizações diárias
 Bancos e dealers autorizados podem negociar valor do cambio com 
clientes, BC supervisiona e intervém
 Com plano cambio ficou sobrevalorizado, mas depois desvaloriza
 Mantém controles sobre conta de capital
 Anuncia nova política comercial (detalhada em junho)
 Elimina controles quantitativos sobre importações
 Elimina tarifas para alguns insumos industriais sem similar nacional
 Reduz tarifas e estabelece cronograma de continuidade
 Reduz variância das tarifas
 Reformas vão lentamente mas continuamente 
116
Reforma Monetária
 Restaura o cruzeiro, feriado bancário, alteração da CM
 Bloqueio de depósitos (MP 168)
 Depósitos à vista e poupança o que for acima de nCz50 (US$1200)
 Depósitos à prazo, letras de cambio, debêntures, fundos de renda fixa 
e aplicações de curto prazo (20% ou 50)
 Bloqueados por 18 meses e transferidos para BC em conta especial 
(VOB-Valores à ordem do banco Central) 
 valores indexados à BTN e recebem 6% de juro anual. Resgatados depois 
em 12 parcelas mensais
 Por dois meses pode usar para pagar impostos
 Ministério pode liberar em condições relevantes
 Pode usar para pagar dividas contraídas anteriormente – transferência de 
titulariedade
Plano Collor problemas
117
 Impacto inicial:
 Desestruturação do sistema produtivo – Retração do PIB
 Problemas: 
 Expansão da liquidez posterior :
 Acerto no estoque comprometido com expansão posterior: 
 arrependimento, “Torneirinhas” – era possível ?
 Não se viabilizaram mecanismos para controle dos novos fluxos monetários 
e não existe alteração sobre regras
 Acerta o estoque mas não o fluxo 
 Deterioração da balança comercial sem financiamento na 
Balança de capitais
 Forte desvalorização cambial 
 Persistência da aceleração inflacionária no início de 1991, com 
dificuldade crescente de financiamento do governo
118
A Transição Collor - Itamar
 Collor II:
 Reforma financeira que visava eliminar o Overnight (substituído pelo 
FAF) e outras formas de indexação (criação da TR)
 Congelamento de preços e salários 
 Marcílio – “Plano Nada”
 Não tratamento de choque ou heterodoxia
 Controle de fluxo de caixa e meios de pagamento
 Descongelamento e preparo para desbloqueio
 Reaproximação do Brasil com mercado financeiro internacional 
 Elevação das taxas de juros: Forte ingresso de capitais e ampliação das 
reservas
 Inflação mantida em patamares elevados
119
O Plano Real
 Plano Real: 3 fases:
a) Ajuste fiscal prévio
 Corte de despesas (PAI), aumento de impostos (IPMF), diminuição 
de transferências (FSE)
b) Indexação completa da economia URV
 URV – unidade de conta com paridade fixa com o dólar
 conversão dos preços e rendimentos 
 Sistema bi-monetário, tentativa de simular efeitos de uma 
hiperinflação em um moeda sem prejudicar a outra e alcançar 
sincronia de preços
 Bimetalismo parcial
c) Reforma monetária – Real
 Quando preços “urvizados” troca URV por Real 
120
A Condução do Plano Real: 3 períodos
 Período 1 (Itamar)
 Ancora Cambial
 Valorização cambial, 
 Crescimento 
 Período 2 (FHC 1)
 Ancora Monetária
 Juros elevados
 Desemprego
 Estabilidade real cambio
 Período 3 (FHC 2)
 Três Pilares
 Superavit Primario
 Metas de inflação
 Cambio flexível
Crise do México
1995
Crise cambial à 
Brasileira 1999
Ancoras múltiplas e 
flexíveis ???
Pressupostos do Plano Real
 Inflação: caráter inercial 
 aproxima-se da proposta Larida (reforma monetária)
 Cuidado com erros anteriores:
 Adoção gradualista; 
 não congelamento mas substituição “natural” da moeda
 Relacionamento com sociedade e mercado Acopla-se forte conteúdo ortodoxo 
 condução
 Problemas com déficit público, 
 Cuidado com explosão do crescimento, 
 Tratamento ao setor externo 
 Pré condições - Contexto

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