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Direito na Computação

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Prévia do material em texto

2016
1a Edição
Direito na Computação
Prof ª. Clarice Klann Constantino
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof ª. Clarice Klann Constantino
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
658.4038011
C758d 
Constantino; Clarice Klann
 Direito na computação / Clarice Klann Constantino: 
UNIASSELVI, 2016.
 141 p. : il.
 ISBN 978-85-515-0033-0
 
 1.Sistemas de Informação. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
III
apresentação
Prezado acadêmico, meu nome é Clarice Klann Constantino, sou 
professora universitária e fico feliz em conseguir ajudá-lo. O presente 
caderno de estudos foi escrito para que você possa aprofundar e aprimorar 
seus conhecimentos a respeito da disciplina de Direito na Computação.
Vive-se em uma era de excesso de informação e, por muitas vezes, 
rodeados de uma sensação de desatualização a cada clique, pois a velocidade 
da informação está cada vez mais célere.
Uma sociedade que hoje fala em segurança da informação, proteção 
da privacidade, mas ao mesmo tempo liberdade de expressão nas redes.
Diante de todas essas mudanças, surge o desafio para o profissional 
do Direito atual. Passa-se a questionar qual o perfil do profissional de 
tecnologia ou de informática. O que é ético no meio digital? O que é legal na 
sociedade digital em que se vive hoje?
Esquece-se o papel e toda uma negociação é fechada na base de um 
clique, assinatura digital ou até mesmo de uma videoconferência em que as 
partes podem estar em continentes diferentes.
Inúmeros termos, como certificação digital, biometria, spyware, 
freeware, spam, criptografia, entre outros, passam a fazer parte do nosso 
cotidiano.
Em meio a tantas questões que o Direito Digital nos traz, passa-se 
a exigir do operador do Direito inúmeras respostas, seja na qualidade de 
perito, promotor, advogado ou magistrado.
Quando a sociedade muda, o Direito também deve acompanhar estas 
mudanças, analisando e interpretando com base nos princípios fundamentais 
vigentes e acompanhando a chegada de novos institutos. O arquivo original 
não mais se encontra no papel.
Na primeira unidade será apresentado o perfil do profissional de 
informática e a importância desse profissional diante do grande número de 
informações que ele possui à sua disposição face ao acesso e conhecimento 
técnico. Serão discutidos os princípios e questões jurídicas, bem como as 
declarações de vontade e seus aspectos jurídicos por meios virtuais e, por 
fim, os contratos eletrônicos, requisitos e elementos.
IV
Na segunda unidade serão apresentados os novos institutos jurídicos 
que circundam a propriedade intelectual, referentes aos aspectos legais do 
software, domínios, proteção jurídica da propriedade no meio digital e de 
conteúdos, websites e outros direitos autorais digitais.
Na terceira unidade será debatida a questão da responsabilidade civil 
e penal no meio digital, a proteção autoral e intelectual dos programas de 
computador, bem como a responsabilidade dos provedores de acesso, de 
serviço e de conteúdo.
Convido você aos estudos de maneira a conectar-se com o direito na 
computação diante da nova sociedade digital.
Bons estudos!
Profª Clarice Klann Constantino
V
 Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
VI
VII
UNIDADE 1 – DIREITO NA COMPUTAÇÃO ................................................................................. 1
TÓPICO 1 – O PROFISSIONAL DE INFORMÁTICA.................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 O PERFIL DO PROFISSIONAL DE TECNOLOGIA ................................................................... 3
3 A ÉTICA DO PROFISSIONAL DE INFORMÁTICA ................................................................... 4
RESUMO DO TÓPICO 1....................................................................................................................... 11
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 12
TÓPICO 2 – DIREITO E COMPUTAÇÃO: PRINCÍPIOS E 
 QUESTÕES JURÍDICAS DO AMBIENTE DIGITAL .............................................. 13
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 13
2 A CONDUTA HUMANA E OS PRINCÍPIOS QUE ENVOLVEM 
O AMBIENTE DIGITAL ..................................................................................................................... 13
RESUMO DO TÓPICO 2....................................................................................................................... 20
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 21
TÓPICO 3 – ASPECTOS JURÍDICOS DAS DECLARAÇÕES DE VONTADE 
POR MEIOS VIRTUAIS E DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS ......................... 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 23
2 A DECLARAÇÃO DE VONTADE POR MEIO VIRTUAL.......................................................... 23
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 38
RESUMO DO TÓPICO 3....................................................................................................................... 43
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 44
UNIDADE 2 – NOVOS INSTITUTOS JURÍDICOS: A PROPRIEDADE INTELECTUAL 
E O DIREITO AUTORAL NAS NOVAS MÍDIAS ................................................ 45
TÓPICO 1 – ASPECTOS LEGAIS DO SOFTWARE ........................................................................ 47
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 47
2 ASPECTOS LEGAIS E A PROTEÇÃO JURÍDICA DO SOFTWARE......................................... 47
2.1 DOMÍNIOS ......................................................................................................................................50
3 PROTEÇÃO JURÍDICA DA PROPRIEDADE NO MEIO DIGITAL ........................................ 54
RESUMO DO TÓPICO 1....................................................................................................................... 56
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 57
TÓPICO 2 – PROTEÇÃO DE CONTEÚDOS, WEBSITES E OUTROS
DIREITOS AUTORAIS DIGITAIS .............................................................................. 59
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 59
2 A PROTEÇÃO JURÍDICA DA PRODUÇÃO INTELECTUAL NO CAMPO DIGITAL ........ 59
3 PROVEDORES DE ACESSO, DE SERVIÇO E DE CONTEÚDO .............................................. 67
RESUMO DO TÓPICO 2....................................................................................................................... 72
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 73
sumário
VIII
TÓPICO 3 – PROTEÇÃO AUTORAL E INTELECTUAL DOS 
PROGRAMAS DE COMPUTADOR ..........................................................................75
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................75
2 A PROTEÇÃO JURÍDICA DOS PROGRAMAS DE COMPUTADOR E SEU AUTOR .......75
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................79
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................90
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................91
UNIDADE 3 – RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL NO MEIO DIGITAL ........................93
TÓPICO 1 – DA RESPONSABILIDADE ..........................................................................................95
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................95
2 CONCEITO DE RESPONSABILIDADE ........................................................................................95
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................101
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................102
TÓPICO 2 – RESPONSABILIDADE CIVIL E MORAL NO MEIO DIGITAL ..........................103
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................103
2 O INSTITUTO DA RESPONSABILIDADE NO MEIO DIGITAL ...........................................103
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................115
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................116
TÓPICO 3 – RESPONSABILIDADE PENAL NO MEIO DIGITAL ............................................117
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................117
2 DO INSTITUTO DA RESPONSABILIDADE PENAL ................................................................117
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................131
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................133
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................135
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................137
1
UNIDADE 1
DIREITO NA COMPUTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• familiarizar o acadêmico com o tema referente ao direito na computação;
• apresentar e refletir acerca da evolução e das transformações da 
sociedade digital e os reflexos no campo do Direito, na ética e nas relações 
interpessoais e jurídicas;
• proporcionar uma visão a respeito dos temas relacionados ao direito na 
computação.
Esta unidade está dividida em três tópicos, conforme descrito abaixo. Serão 
inseridas, nesta unidade, autoatividades para que você possa reforçar seu 
conhecimento do conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – O PROFISSIONAL DE INFORMÁTICA
TÓPICO 2 – DIREITO E COMPUTAÇÃO: PRINCÍPIOS E QUESTÕES 
JURÍDICAS DO AMBIENTE DIGITAL
TÓPICO 3 – ASPECTOS JURÍDICOS DAS DECLARAÇÕES DE VONTADE 
POR MEIOS VIRTUAIS E DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
O PROFISSIONAL DE INFORMÁTICA
1 INTRODUÇÃO
Olá! Nesta Unidade 1, será apresentada a você, o perfil do profissional de 
informática, ou seja, aquele que trabalha não somente com computadores, mas 
que atua no mundo cibernético e opera a internet.
Além disso, abordar-se-á o campo da computação sob a ótica do direito, 
trazendo-se os princípios e problemáticas jurídicas que englobam o ambiente 
digital. 
Serão abordados os aspectos jurídicos das declarações de vontade por 
meios virtuais e os contratos eletrônicos firmados por meio eletrônico, uma vez 
que com a velocidade da informação os papéis passam a ser substituídos pelo 
virtual.
Vamos aos estudos?
2 O PERFIL DO PROFISSIONAL DE TECNOLOGIA
O profissional de informática é o indivíduo capacitado na área de software 
e hardware, desenvolvendo, gerenciando e dando manutenção em programas, 
computadores, redes e periféricos. Programas estes que podem ser de solução 
simples, até sistemas complexos. Envolvendo controle e automação de diversos 
processos, tanto de forma local como de forma remota; tem envolvimento desde 
a fase de projeto, desenvolvimento e implementação. Em se tratando de hardware, 
possui conhecimento para a análise e instalação de sistemas ideais para cada 
necessidade, seja também de forma remota ou em rede.
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
4
FIGURA 1 – O PROSSIONAL DE INFORMÁTICA
FONTE: <http://blog.acessoshop.com.br/qual-o-perfil-profissional-de-informatica/>. Acesso em: 
10 out. 2016.
O profissional, com seu conhecimento, possui uma importância 
tremenda, por exemplo, garantir a segurança nacional, mantendo dados sigilosos 
criptografados e com segurança para que nenhuma pessoa não autorizada tenha 
acesso e os use indevidamente, seja para uso próprio ou para terceiros.
O constante estudo e dedicação de profissionais da era de tecnologia fez 
com que o avanço tecnológico tomasse proporções tremendas, pois em questão 
de poucos segundos é possível saber o que aconteceu do outro lado do mundo, 
ter acesso a museus virtuais, exames de saúde, prova eletrônica e até mesmo 
conferências e audiências judiciais através da web.
Saiba mais: Profissões – Tecnologias da Informação: <https://www.youtube.
com/watch?v=T6WtHtmGNGs>.
DICAS
3 A ÉTICA DO PROFISSIONAL DE INFORMÁTICA
A ética é a teoria do conhecimento que estuda o comportamento moral 
humano. Dessa forma, não há como dissociar as experiências humanas das 
decisões morais, comportamentos e situações cotidianas em que os sujeitos 
tomam decisões que englobem uma atuação ética.
TÓPICO 1 | O PROFISSIONAL DE INFORMÁTICA
5
Tudo que se faz corresponde a uma ação ética, seja na esfera política, 
moral, religiosa, pessoal e até mesmo no local de trabalho. A ética parte de uma 
reflexão moral que é caracterizada por uma habitualidade de comportamento 
que não é imposto por ninguém,mas que parte do próprio indivíduo. 
Trata-se de governar suas ações cotidianas pautadas em condutas livres 
e autônomas, havendo plena consciência do agente e ser uma convicção pessoal 
e insuscetível de coerção. A ética é como uma balança, é na balança ética que são 
colocadas e pesadas as diferenças comportamentais dos indivíduos.
FIGURA 2 – A BALANÇA E O DIREITO
FONTE: <https://georgelins.com/2010/04/03/a-etica-na-magistratura-joao-baptista-
herkenhoff/>. Acesso em: 10 out. 2016.
Para o renomado doutrinador Adolfo Sánchez Vásquez (1995, p. 12): 
“ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade”.
Etimologia da palavra ética: 
Vocábulo grego “ethos”, que significa “modo de ser” ou “caráter” (NALINI, 2013).
IMPORTANT
E
A ética tem como objeto a moral, mais especificamente a moralidade 
positiva, ou seja, “o conjunto de regras de comportamento e formas de vida 
através das quais tende o homem a realizar o valor do bem” (MÁYNEZ, 1970, p. 
12).
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
6
A ética é mais “[...] direcionada a uma reflexão sobre os fundamentos do 
que a moral, [...] a ética é mais uma disciplina normativa, não por criar normas, 
mas por descobri-las e elucidá-las. Seu conteúdo mostra às pessoas os valores e 
princípios que devem nortear sua existência” (NALINI, 2013, p. 34-35).
Existe diferença entre moral e ética? A ética é uma reflexão sobre a moral 
e, como teoria do conhecimento, estuda o comportamento humano buscando 
explicar as regras morais que formam as diversas sociedades de forma racional e 
teórico-científica.
A moral, por sua vez, é o conjunto de regras do cotidiano usadas pelos 
indivíduos, são regras que norteiam as ações dos indivíduos estabelecendo certo 
ou errado, bom ou mau, por exemplo.
Ética é ciência
Moral é prática
O objeto da ética é a moral
IMPORTANT
E
Na área da informática, a ética lida com o comportamento do ser humano 
e do profissional em meio a uma profissão que controla e administra informações 
valiosas e sigilosas. Algumas vezes pode-se confundir o que é certo e o que é 
errado, em certos momentos o uso da informação pode ser tornar ambíguo.
A ética e os valores morais antecedem aos códigos positivados e por essa 
razão são de extrema relevância.
TÓPICO 1 | O PROFISSIONAL DE INFORMÁTICA
7
É interessante destacar também alguns tópicos que compreendem a Ética em 
Informática:
• Utilização de Software Livre/Proprietário/Pirata.
• Acesso não autorizado a recursos computacionais.
• Direitos de propriedade intelectual.
• Desenvolvimento de Sistemas.
• Confidencialidade e privacidade dos dados.
• Manipulação de Dados e Informação.
• Conteúdo de Sites e Comércio Eletrônico.
• Etc.
FONTE: Adaptado de <http://www.devmedia.com.br/etica-em-informatica/14636>. Acesso 
em: 18 out. 2016.
UNI
Com a popularização de smartphones, tablets e outros dispositivos, o 
acesso e a manipulação de dados estão se tornando algo trivial. Uma notícia 
pode se tornar de verídica em inverídica em questão de segundos, isso tratando-
se de canais que possuem grande controle de conteúdo; então o que dizer de 
informações repassadas de “boca em boca” através das redes sociais? 
Notícias inverídicas circulam a todo momento nas redes sociais e é preciso 
estar atento, pois cada é um responsável pelo que compartilha e coloca na rede.
Abaixo, um exemplo de notícia falsa que circula diariamente na internet. 
FIGURA 3 – NOTÍCIA FALSA PUBLICADA EM SITE DA INTERNET
FONTE: <http://www.blogdomaciel.com.br/2014/08/nao-existe-noticia-falsa.html>. Acesso em: 
10 out. 2016.
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
8
Muitas notícias, além do conteúdo inverídico, muitas vezes, são utilizadas 
para espalharem vírus, contaminando máquinas com spywares, malwares, os quais 
possuem o intuito de furtar informações dos indivíduos que baixam o arquivo. 
Acesse o link abaixo e leia o texto intitulado “Conheça seis formas de descobrir 
se a notícia é falsa.
<http://camilavazvaz.jusbrasil.com.br/noticias/317281725/conheca-seis-formas-faceis-de-
descobrir-se-uma-noticia-da-internet-e-falsa?ref=topic_feed>.
DICAS
A notícia a seguir, por exemplo, mostra a falsa reportagem divulgando 
a suposta morte de um apresentador de televisão. O usuário, ao clicar no vídeo 
da “morte”, recebe, sem perceber, arquivos maliciosos que furtam dados ou até 
mesmo prejudicam o desempenho de seu computador.
FIGURA 4 – NOTÍCIA FALSA QUE LEVA A UM VÍDEO COM ARQUIVO MALICIOSO
FONTE: <http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL308587-6174,00-PIRATAS+USAM+N
OTICIA+FALSA+SOBRE+SILVIO+SANTOS+PARA+INFECTAR+COMPUTADORES.html>. Acesso 
em: 10 out. 2016.
Empresas podem falir, acidentes, guerras podem acontecer. Tudo isso em 
questão de minutos ou segundos. A facilidade de acesso livre à informação pode 
servir tanto para o bem como para o mal. Assim, fica evidente a importância da 
ética de todo e qualquer indivíduo, e mais do que nunca, na era da tecnologia, 
especificamente para o profissional de informática.
TÓPICO 1 | O PROFISSIONAL DE INFORMÁTICA
9
A gama em que se pode legislar na era digital e da sociedade da informação 
é quase que infinita e, ao mesmo tempo, quase impossível de se controlar. A ética 
acaba se tornando fundamental. Algo tão trivial como ouvir uma música em mp3, 
o software que é utilizado pode tocar mp3 legais e ilegais. O fato de utilizá-lo 
infringe alguma lei?
Copiar um CD original, baixar um filme pela internet, usar um software 
não legalizado, são exemplos de ações que ferem a conduta ética no meio da 
informação. Mesmo sendo ações quase que impensadas e triviais, todas elas 
acabam infringindo a lei. 
O que se pode dizer de alguém que desenvolveu um sistema de cadastro 
de pessoas para uma multinacional ter acesso e utilizar desses dados para 
conseguir alguma vantagem comercial, ou ainda, de alguém que vende Cd´s 
contendo dados pessoais, como CPF e endereço e que podem futuramente ser 
usados em fraudes?
Qual a diferença? Há diferença? Um fere principalmente os direitos de 
uma empresa, o outro fere os direitos da pessoa. Não importa, em ambos os casos 
houve crime.
Abaixo, ilustra-se um dos sites de maior conteúdo da internet que foi 
diversas vezes encerrado pela polícia americana, face aos diversas crimes 
cometidos, como filmes gravados em cinema, jogos de videogame, músicas etc.
FIGURA 5 – SITE THE PIRATE BAY
FONTE: <https://thepiratebay.org/>. Acesso em: 10 out. 2016.
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
10
Se, por um lado, existem sites que hospedam conteúdo indevido na 
internet, existem outros que não ferem a ética e que compartilham softwares livres 
e gratuitos, bem como músicas com autorização de seu autor, como Creative 
Commons.
FIGURA 6 – SITE DA CREATIVE COMMONS
FONTE: <https://br.creativecommons.org/>. Acesso em: 10 out. 2016.
No que tange à utilização de material de terceiros, tudo que é de “direitos 
reservados” é protegido por lei, e a utilização sem o consentimento de seu autor é 
considerada infração da lei. Por outro lado, existe material abundante na internet 
sob o selo “Creative Commons”, que nada mais é do que material desenvolvido 
por terceiro e que pode ser utilizado, desde que seja mencionado seu autor. A 
licença “CC” é bem abrangente, existem materiais que podem ser só utilizados 
e outros que podem ser usados e modificados (CREATIVE COMMONS, 2016).
Como se pode perceber, em certos momentos é difícil verificar se alguma 
conduta é ou não ética na área da informática. Cabe ao desenvolvedor manter-se 
informado, conhecendo as leis e a legislação de seu país, e ao operador do Direito, 
zelar pelo fiel cumprimento das normas.
11
Neste tópico, vimos que:
•	A atuação do profissional de informática na era da tecnologia é de suma 
importância.
•	A ética é a teoria do conhecimento que estuda o comportamento moral 
humano. Dessa forma, não há como dissociar as experiências humanas das 
decisões morais, comportamentos e situações cotidianas em que os sujeitos se 
veem tomando decisões que englobam uma atuação ética.
•Ética é a ciência do comportamento moral dos homens.
•	A moral, por sua vez, é o conjunto de regras do cotidiano usadas pelos 
indivíduos. Regras que norteiam as ações dos indivíduos estabelecendo certo 
ou errado, bom ou mau, por exemplo.
•	O constante estudo e dedicação de profissionais da era de tecnologia fez com 
que o avanço tecnológico tomasse grandes proporções.
•	A ética é a teoria do conhecimento que estuda o comportamento moral humano.
•	A ética é como uma balança.
•	É na balança ética que são colocadas e pesadas as diferenças comportamentais 
dos indivíduos.
•	No Direito Digital prevalecem os princípios, pois o ritmo da tecnologia está 
sempre à frente do processo legislativo.
RESUMO DO TÓPICO 1
12
1 Conceitue ética
2 Conceitue moral
AUTOATIVIDADE
13
TÓPICO 2
DIREITO E COMPUTAÇÃO: PRINCÍPIOS E QUESTÕES 
JURÍDICAS DO AMBIENTE DIGITAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Como já se destacou, a sociedade humana encontra-se em constante 
mudança, passou da pedra talhada, da pena com tinta e do Código Morse à 
localização por meio do Global Positioning System (GPS); dos pombos-correio, 
cartas, aos e-mails até a videoconferência. 
Com a evolução e transformação da sociedade, o Direito precisou 
acompanhar através das normas jurídicas as situações e conflitos sociais que 
passaram a surgir.
No entanto, o Direito, na esfera digital, nem sempre consegue acompanhar 
as diversas transformações tecnológicas ao longo dos últimos anos, precisando, 
muitas vezes, o operador jurídico utilizar-se de princípios de acordo com as 
diversas situações encontradas no campo jurídico e social.
Assim, convidamos você, acadêmico, a percorrer o Tópico 2 acerca dos 
princípios e as diversas questões jurídicas que envolvem o ambiente digital. 
Vamos lá?!
2 A CONDUTA HUMANA E OS PRINCÍPIOS QUE ENVOLVEM 
O AMBIENTE DIGITAL
A conduta humana é permeada por normas jurídicas, tornando-se 
obrigatória em muitos casos e não facultativa. 
Um princípio fundamental para o Estado de Direito é a liberdade humana, 
ao passo que as normas são criadas com o intuito de adequar os conceitos que 
limitam referida liberdade, dando ao indivíduo um direito subjetivo e também 
não passível de renúncia (PINHEIRO, 2013). Assim, o Direito é: 
[...] uma pretensão garantida pela existência de um poder superior 
capaz de obrigar, de impor suas decisões. Sendo assim, caracteriza-
se por ser um sentido de valor que está em permanente tensão com a 
realidade social. Por ser essencialmente comportamental — e porque o 
comportamento humano é, em sua essência, mutável e evolutivo —, há 
uma instabilidade inerente ao próprio Direito (PINHEIRO, 2013, p. 55).
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
14
 O Direito positivado surgiu da necessidade de limitar o poder do Estado 
criando normas impessoais e voltadas para o equilíbrio e harmonia da sociedade. 
Cumpre ao Poder Legislativo perceber os anseios da sociedade e normatizar os 
comportamentos da sociedade para que o magistrado, diante de um conflito 
judicial, consiga dizer o direito. 
Nesse sentido, a autora e advogada renomada em Direito Digital, Patrícia 
Peck Pinheiro, fala sobre a importância de norma e realidade:
A capacidade da norma de refletir a realidade social determina o 
grau de eficácia jurídica de um ordenamento. Eficaz é aquilo que é 
capaz de efetivamente produzir efeitos, ou seja, o conceito de eficácia 
envolve aceitação e obediência. Norma eficaz é aquela que é observada 
e cumprida pelos diversos grupos sociais. Implica o chamado “hábito 
geral de obediência”, sendo a garantia de cumprimento da norma 
(PINHEIRO, 2013, p. 56)
No entanto, não é possível acompanhar a velocidade da informação e 
editar leis que contemplem o direito digital. Desse modo, os princípios tornam-
se importantes para resolver os conflitos e questões jurídicas que o operador do 
Direito encontrará diariamente.
FIGURA 7 – VÍDEOCONFERÊNCIA
FONTE: <http://apoyoherramientasofimaticas.blogspot.com.br/2014/12/video-chat-o-video-
conferencia.html>. Acesso em: 10 out. 2016.
A autora Patrícia Peck Pinheiro elenca os princípios que são atinentes ao 
direito global e que são abaixo reproduzidos na íntegra:
TÓPICO 2 | DIREITO E COMPUTAÇÃO: PRINCÍPIOS E QUESTÕES JURÍDICAS DO AMBIENTE DIGITAL
15
DO DIREITO GLOBAL
1 Princípio da transparência.
2 Princípio do uso ético da tecnologia.
3 Princípio da presunção da boa-fé contratual. 
4 Princípio da vedação ao anonimato na manifestação do pensamento (à 
exceção de denúncia anônima).
5 Princípio do viver honestamente.
6 Princípio do a ninguém lesar.
7 Princípio do dar a cada um o que é seu. 
8 Princípio da liberdade de expressão com responsabilidade.
9 Princípio da proteção da privacidade dos indivíduos e dos seus dados. 
10 Princípio da proteção da imagem e reputação. 
11 Princípio da proteção do consumidor. 
12 Princípio da proteção dos direitos autorais, da inovação, da invenção e 
criação na sociedade do conhecimento.
13 Princípio da colaboração e do compartilhamento. 
14 Princípio do "Paper Less Society" - do documento original escrito eletrônico, 
sem necessidade do suporte em papel.
15 Princípio da livre iniciativa. 
16 Princípio da liberdade de ir e vir. 
17 Princípio da segurança da informação (disponibilidade, autenticidade, 
integridade, confidencialidade, legalidade). 
18 Princípio da responsabilidade por ação ou omissão. 
19 Princípio da confidencialidade das comunicações telegráficas, telefônicas e 
eletrônicas. 
20 Princípio do menor dano possível (para retirada de conteúdos do ar da 
internet). 
21 Princípio de que todo dano deve ser ressarcido. 
22 Princípio da solução amigável e do não enfrentamento.
23 Princípio do uso de mediação e arbitragem.
24 Princípio da cooperação internacional para investigação de casos digitais. 
25 Princípio da obrigação da guarda de provas eletrônicas para determinação 
de autoria em meios digitais (logs de conexão e acesso).
26 Princípio do acesso e da celeridade da Justiça. 
27 Princípio da majoração da pena para crimes digitais (devido à sua ocorrência 
de forma ardil e covarde, com alto impacto social).
28 Princípio do cárcere de segurança máxima sem acesso a ferramentas 
tecnológicas para criminosos digitais. 
29 Princípio da recuperação do criminoso e sua reintegração social.
FONTE: <http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogados-leis-jurisprudencia/52artigo185659-2.
asp>. Acesso em: 10 out. 2016.
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
16
São inúmeros princípios, não é mesmo? No Direito Digital prevalecem os 
princípios, pois o ritmo da tecnologia está sempre à frente do processo legislativo. 
Assim, o que prepondera é uma autorregulamentação em que o conjunto de 
normas “[...] é criado pelos próprios participantes diretos do assunto em questão, 
com soluções práticas que atendem ao dinamismo que as relações de Direito 
Digital exigem” (PINHEIRO, 2013, p. 76).
Importante e indispensável é sempre a notificação e a informação do 
público em relação às regras e procedimentos aos quais está submetido. E você, 
já leu as regras e termos de uso ao utilizar um aplicativo ou baixar um programa? 
O operador do Direito deve estar atento quando deparar-se com um 
conflito se o usuário foi informado acerca das regras e clica, por exemplo, no 
ícone “li e concordo com os termos”, por exemplo.
FIGURA 8 – CONTRATO DE LICENÇA E TERMO DE USO ELETRÔNICO
FONTE: <http://skypiratescabal.blogspot.com.br/2012/02/ola-este-topico-trata-sobre-os-passos.
html>. Acesso em: 10 out. 2016.
Qualquer lei que trate dos novos institutos jurídicos deve ser genérica, 
pois pode tornar-se rapidamente obsoleta e deve também ser flexível para que 
atenda aos diversos formatos que podem emergir de um mesmo assunto. 
Uma das possibilidades para a rápida solução de conflitos seria a 
arbitragem, “[...] que existe nos Estados Unidos há mais de 80 anos e já é muito 
praticada, principalmente em questões internacionais e comerciais” (PINHEIRO, 
2013, p. 77).
TÓPICO 2 | DIREITO E COMPUTAÇÃO: PRINCÍPIOS E QUESTÕES JURÍDICASDO AMBIENTE DIGITAL
17
Saiba mais sobre a Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015. Dispõe sobre a mediação 
entre particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a autocomposição de 
conflitos no âmbito da administração pública.
Acesse a página e conheça: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/
L13140.htm>. Acesso em: 10 out. 2016.
DICAS
O Direito Digital funciona como uma espécie de ponte entre o Direito 
Codificado e o Direito Costumeiro. De acordo com Pinheiro (2013), “Direito 
Costumeiro: elementos que sustentam o Direito Digital: a generalidade, a 
uniformidade, a continuidade, a durabilidade e a notoriedade (ou publicidade)”. 
O Direito Codificado limita as decisões judiciais, pois, muitas vezes, 
a medida é urgente e ainda não há amparo na lei escrita, e assim, o Direito 
Costumeiro acaba sendo mais utilizado e tornando-se mais flexível e acessível 
(PINHEIRO, 2013).
A generalidade, uma de suas características centrais, indica que o 
comportamento deve ser repetido por várias pessoas e inúmeras vezes para 
verificar a existência de uma regra costumeira. Muitas vezes, a jurisprudência 
pode ser uma aliada, mas nem sempre o operador encontrará a jurisprudência 
para o caso em que atua. 
Na era digital cinco anos podem significar muito tempo, porém, mesmo 
assim, a generalidade pode ser aplicada aqui, amparada por novos 
processos de pensamento do Direito como um todo: a norma deve 
ser genérica, aplicada no caso concreto pelo uso da analogia e com o 
recurso à arbitragem, em que o árbitro seja uma parte necessariamente 
atualizada com os processos de transformação em curso (PINHEIRO, 
2013, p. 78).
A uniformidade, outra característica do direito costumeiro, deve ser 
seguida, pois se um consumidor adquire um produto em um site, tem problemas 
e não consegue contato com o fabricante, pois não é disponibilizado a ele um 
número de telefone, é recomendável que outros sites de lojas nas mesmas condições 
se adéquem respeitando o consumidor, a fim de não sofrerem as mesmas sanções 
(PINHEIRO, 2013).
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
18
Para saber mais sobre a regulamentação que versa sobre o comércio eletrônico. 
Decreto Nº 7.962, DE 15 DE MARÇO DE 2013. Regulamenta a Lei nº 8.078, de 11 de setembro 
de 1990, para dispor sobre a contratação no comércio eletrônico. Acesse: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7962.htm>.
DICAS
As decisões devem ser no mesmo sentido, ou seja, de uniformidade de 
maneira a não prejudicar aqueles que procuram o Judiciário na busca de seus 
direitos que foram violados. As decisões devem ser repetidas pelas instâncias, 
obedecendo a um princípio genérico e claro, uniforme.
A durabilidade é basilar para a segurança do próprio ordenamento 
jurídico, fazendo com que as empresas procurem adequar seus serviços e 
negócios respeitando o direito de seu cliente. Diante da grande competitividade 
que a internet possibilita é preciso que se tenham respostas rápidas para atuação 
num cenário de negócios cada vez mais globalizado e digital. 
Para tanto, as decisões, sejam elas arbitrais ou não, devem sempre ser 
públicas face ao princípio da publicidade, servindo assim de norte e referência 
para os casos seguintes.
Outra questão importante é a prova no mundo digital. O Direito do 
Consumidor abarca o instituto da inversão do ônus da prova devido. Por exemplo, 
se uma rede social monta um banco de dados e estes forem utilizados de forma 
ilegal ou até incorreta, não é o usuário quem deve provar, mas sim a empresa é 
quem deve provar cabalmente de que não agiu dessa forma (PINHEIRO, 2013).
Ainda, é importante relembrar o princípio do pacta sunt servanda, que 
preceitua que os contratos existem justamente para que sejam cumpridos, 
obrigando, dentro dos limites da lei, que as partes cumpram o estipulado em 
contrato.
Na questão digital, os contratos devem ser sempre atualizados em 
consonância com as normas e possuírem prazo de vigência.
Assim, os contratos fazem a lei entre as partes, obrigando o cumprimento 
de seus termos, desde que estes estejam em conformidade com as 
regras e normas relacionadas. Nesse ponto, destacamos a importância 
de todos os contratos que envolvam tecnologia possuírem cláusula de 
vigência, especialmente se pensarmos que a maioria dos softwares tem 
uma usabilidade muito curta, necessitando de constantes atualizações 
(upgrades) para continuar operando de forma adequada. (PINHEIRO, 
2013, p. 79).
TÓPICO 2 | DIREITO E COMPUTAÇÃO: PRINCÍPIOS E QUESTÕES JURÍDICAS DO AMBIENTE DIGITAL
19
FIGURA 9 – PACTA SUNT SERVANDA
FONTE: <http://sfai.mx/2014/12/pagar-conforme-al-principio-pacta-sunt-servanda-es-
procedente-el-pago-del/>. Acesso em: 10 out. 2016.
Serve para o Direito Digital a premissa de que toda relação gera direitos e, 
de outro lado, deveres. E, ainda por vezes, obrigações e responsabilidades. 
O mundo do Direito Digital é diverso, não é mesmo? Mas quais são as 
suas características? De acordo com Pinheiro (2013):
• celeridade;
• dinamismo; 
• autorregulamentação; 
• poucas leis; 
• base legal na prática costumeira; 
• o uso da analogia; 
• solução por arbitragem.
Diante das alterações do mundo e por estar o Direito Digital amparado 
em princípios do Direito atual, verifica-se a necessidade de alteração de postura 
do interpretador e aplicador da lei.
 
A sociedade não está à margem do Direito, pois este deve ter o pressuposto 
de que já se está em uma era globalizada e que seu desafio está justamente em 
adequar-se às diferentes culturas, sendo necessário, devendo existir flexibilidade 
de raciocínio, liberando-se as amarras de um código positivado que pode ficar 
ultrapassado rapidamente.
20
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, vimos que:
• Um princípio fundamental para o Estado de Direito é a liberdade humana.
• Não é possível acompanhar a velocidade da informação e editar leis que 
contemplem o direito digital. Assim, os princípios tornam-se importantes.
• Qualquer lei que trate dos novos institutos jurídicos deve ser genérica, pois 
pode tornar-se rapidamente obsoleta.
• LEI Nº 13.140, DE 26 DE JUNHO DE 2015 - dispõe sobre a mediação entre 
particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a autocomposição 
de conflitos no âmbito da administração pública.
• DECRETO Nº 7.962, DE 15 DE MARÇO DE 2013 - Regulamenta a Lei nº 
8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor sobre a contratação no comércio 
eletrônico.
• As decisões devem ser no mesmo sentido, ou seja, de uniformidade de maneira 
a não prejudicar aqueles que procuram o Judiciário na busca de seus direitos 
que foram violados.
• Serve para o Direito Digital a premissa de que toda relação gera direitos e, de 
outro lado, deveres. E, ainda por vezes, obrigações e responsabilidades. 
• O mundo do Direito e suas características: celeridade, dinamismo, 
autorregulamentação, poucas leis, base legal na prática costumeira, o uso da 
analogia, solução por arbitragem.
21
1 Cite pelo menos cinco princípios atinentes ao direito global
2 No campo do Direito Digital, o que prevalece?
AUTOATIVIDADE
22
23
TÓPICO 3
ASPECTOS JURÍDICOS DAS DECLARAÇÕES 
DE VONTADE POR MEIOS VIRTUAIS E DOS 
CONTRATOS ELETRÔNICOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Chegamos a mais um tópico acerca do Direito na Computação, no qual 
iremos tratar acerca dos aspectos jurídicos das declarações de vontade por meios 
virtuais, pois sempre que nos deparamos com uma compra on-line ou até mesmo 
baixamos um aplicativo pelo celular ou instalamos um programa de computador, 
nos deparamos com termos de uso e declarações de vontade.
Veremos que a declaração de vontade possui consequências jurídicas, 
mesmo que seja virtual. Aliás, em nada difere a declaração assinada em papel 
impresso daquela declaração digital em que você simplesmente confirma, por 
exemplo, através de senha digital.
Hoje, contamos com a tecnologia a um clique de distância e cabe a 
você, acadêmico, futuro operador do Direito, intermediar os possíveisconflitos 
jurídicos e até mesmo preveni-los.
Vamos aos estudos?!
2 A DECLARAÇÃO DE VONTADE POR MEIO VIRTUAL
A declaração de vontade jurídico-negocial não contém somente a 
manifestação de uma opinião ou até mesmo intenção, trata-se de uma declaração 
vigente que tem como objetivo certa consequência jurídica.
A declaração de vontade está pautada na autonomia de vontade, a qual se 
apresenta sob duas formas:
[...] podendo revestir o aspecto de liberdade de contratar e de 
liberdade contratual. Liberdade de contratar é a faculdade de realizar 
ou não determinado contrato, enquanto a liberdade contratual é 
a possibilidade de estabelecer o conteúdo do contrato. A primeira 
se refere à possibilidade de realizar ou não um negócio, enquanto 
a segunda importa na fixação das modalidades de sua realização 
(WALD, 1995, p. 162)
24
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
Cumpre mencionar que empresa virtual não significa que é igual a extensão 
virtual de empresa real, “[...] pois esta se refere a empresas que efetivamente 
existem no mundo real, física e juridicamente, aquela, muitas vezes, não conta 
sequer com uma sede física” (PINHEIRO, 2013, p. 105). 
Extensão virtual de empresa real - existe real, física e juridicamente
Empresa virtual – pode não ter sede física
UNI
Uma empresa virtual pode ser uma livraria e existir somente como 
negócio virtual, existindo somente devido à internet, por exemplo, o site Amazon. 
O fato de ser uma empresa virtual não a exime de cumprimento das obrigações 
contratuais e previstas em lei tal qual uma empresa que apresenta sede física.
FIGURA 10 – SITE DA AMAZON.COM.BR
FONTE: <www.amazon.com.br>. Acesso em: 10 out. 2016.
Uma característica da sociedade digital é o não uso do papel para contratos, 
propostas, produtos ou até mesmo serviços. Mas como ficaria a declaração ou 
manifestação de vontade na era virtual?
TÓPICO 3 | ASPECTOS JURÍDICOS DAS DECLARAÇÕES DE VONTADE POR MEIOS VIRTUAIS E DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS
25
Para saber mais sobre:
“A RESPONSABILIDADE CIVIL NO COMÉRCIO VIRTUAL”
Acesse: <http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/view/4113/3873>.
DICAS
Mesmo sendo no meio virtual, a declaração de vontade deve estar 
evidenciada. A questão da ausência do papel é na verdade mais uma questão 
cultural do que jurídica (PINHEIRO, 2013).
Como assim? Ora, o nosso Código Civil brasileiro prevê contratos orais ou 
verbais, tácitos ou expressos.
A manifestação pode se dar por qualquer meio, não mencionando que 
deve ser obrigatoriamente por papel escrito. Aliás, nem menciona o papel escrito, 
conforme “art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma 
especial, senão quando a lei expressamente a exigir” (BRASIL, 2002).
Conforme se viu, a exteriorização da manifestação e sua forma somente 
possui relevância, pois é importante que fique claro para a parte todos os temos 
e condições para ratificar o seu aceite, como por exemplo, a compra de um 
aplicativo online para celular. Nesse caso, os termos de acesso e uso devem estar 
claros para quem contrata.
Inclusive, há normas tratando da matéria, como a Portaria nº 259 da 
Receita Federal, que termina com o uso de papel nos processos que possuem 
certificação digital, passando, os documentos apresentados, a serem eletrônicos, 
de acordo com Pinheiro (2013).
Assim, tudo pode ser feito por meio digital, seja a abertura de processos, 
recibos, pedidos, entre outros.
Importante lembrar que e-mail eletrônico é original e fax é cópia. E o e-mail 
impresso? Este, quando impresso, será uma cópia (PINHEIRO, 2013).
Em um primeiro momento pode-se pensar que o documento eletrônico 
é invenção da internet, mas não é. Há muito tempo se discute a respeito dos 
documentos em redes eletrônicas bancárias. A sociedade é rodeada de documentos 
eletrônicos, seja pela gravação digital como o atendente de telemarketing, os 
computadores que processam as compras no cartão de crédito, as aplicações 
realizadas remotamente na Bolsa de Valores, dentre outras situações que fazem 
parte do nosso cotidiano.
26
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
O mundo está mudando e em fase de transição, isto é, do papel para a 
tela virtual, mas há muito tempo o papel passou a ser digitalizado, passando a 
ter os documentos digitalizados o mesmo valor dos papeis impressos, conforme 
demonstra a Lei de Microfilmagem — Lei 5.433/68:
Art. 1º É autorizada, em todo o território nacional, a microfilmagem 
de documentos particulares e oficiais arquivados, estes de órgãos 
federais, estaduais e municipais.
§ 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como as certidões, os 
traslados e as cópias fotográficas obtidas diretamente dos filmes 
produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos originais 
em juízo ou fora dele” (BRASIL, 1968).
Os cartórios também acompanham a documentação digital, eis que em 
seu artigo 127, inciso I da Lei 6.015/73 dispõe que “dos instrumentos 
particulares, para a prova das obrigações convencionais de qualquer 
valor ”; e em seu artigo 161 dispõe que “As certidões do registro integral 
de títulos terão o mesmo valor probante dos originais, ressalvado o 
incidente de falsidade destes, oportunamente levantado em juízo” 
(BRASIL, 1973).
Assim, a certidão digital proferida pelo cartorário possui plena 
validade, salvo se comprovada a sua não autenticidade ou fraude 
como qualquer outro documento que fosse impresso estaria sujeito.
Verifica-se que se tem:
[...] o tema da documentação eletrônica em três níveis: a) Cultural 
(quebra de usos e costumes, visto que papel e originalidade não têm 
equivalência); b) Técnico (já que há necessidade de definição do melhor 
procedimento para tratar a documentação digital ou digitalizada, 
como já foi feito em 1968 e 1996 na questão do microfilme; e c) Jurídico 
(pois é preciso que a técnica permita preservar capacidade de prova 
de autoria e integridade, que seja auditável e periciável, que tenha 
segurança da informação, que tenha, quando preciso, fé pública (visto 
que o documento físico quando já nascido com falsidade, não é nem 
o fato de estar no papel, nem sua autenticação no cartório que vão lhe 
conferir validade jurídica (PINHEIRO, 2013, p. 214).
FIGURA 11 – O COMPUTADOR E OS ARQUIVOS DOCUMENTAIS
FONTE: <http://docmanagement.com.br/08/13/2012/workshop-desvendando-os-segredos-da-
digitalizacao-e-certificacao-digital/>. Acesso em: 10 out. 2016.
TÓPICO 3 | ASPECTOS JURÍDICOS DAS DECLARAÇÕES DE VONTADE POR MEIOS VIRTUAIS E DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS
27
Na declaração de vontade por meio virtual não haverá papel impresso, 
mas sim a declaração de vontade ficará registrada em uma espécie de memória 
eletrônica.
Imagine-se fazendo uma compra por internet em uma loja virtual, em 
que você, como consumidor, após clicar no seu objeto de compra, percorre os 
caminhos para finalização da compra em que você lança seus dados pessoais 
como CPF, número da identidade, endereço, dados do cartão de crédito para 
cobrança e, ao final, após aceitar os termos, clica em finalizar o pedido. Pronto! 
A declaração de maneira virtual está firmada, e você recebe um código em que 
poderá acompanhar o seu pedido. A transmissão de dados e o contrato virtual 
acontecem em tempo real.
FIGURA 12 - A COMPRA VIRTUAL
FONTE: <http://www.12webmarketing.com.br/compras-virtuais-superam-as-de-lojas-fisicas/>. 
Acesso em: 10 out. 2016.
Para saber mais, acesse o artigo intitulado: 
“O CARTÓRIO DIGITAL NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO”, dos autores Henrique dos 
Santos Andrade e Marco Antônio Barbosa
Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/direitopub/article/view/23036/
18824>.
“A ATA NOTARIAL COMO MEIO DE PROVA EM CASOS DE CYBERBULLYING”, das autoras 
Marian Moreira Neves e Cinthia Obladen de Almendra Freita
Disponível em: <http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/revjuridica/article/view/3916/
2588>.
Para saber mais sobre:
“DIREITO AO ESQUECIMENTO COMO DIREITO DA PERSONALIDADE VERSUS LIBERDADE 
DE EXPRESSÃO COMO DIREITO À INFORMAÇÃO: PONDERAÇÃO ENTREDIREITOS 
FUNDAMENTAIS COM A APLICAÇÃO DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE”
Acesse: <https://periodicos.set.edu.br/index.php/direito/article/view/2391/1630>.
DICAS
28
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
DICAS PARA PROTEGER A PRIVACIDADE
• Leia os Termos e Políticas dos sites antes de se cadastrar. 
• Veja se está claro para qual finalidade será usada sua informação e por quanto tempo. Se 
publicar informação mais pessoal nas redes sociais, faça-o de forma restrita, só para quem 
você autorizar poder ver e ter acesso. 
• Evite publicar fotos (imagens) mais íntimas. Avalie sempre qual o preço que você está 
pagando por um serviço gratuito, seus dados têm valor. 
• Quando cancelar um serviço, formalize por escrito (documente) que não quer mais que 
seus dados continuem a ser usados pela empresa. 
• Faça uma lista de para quem você forneceu dados cadastrais.
• Oriente seus familiares para evitar publicar suas informações e fotos nas redes sociais sem 
sua autorização. 
• Em caso de abuso, denuncie.
FONTE: Peck (2013, p. 93)
DICAS
Em nosso ordenamento não há qualquer vedação em relação ao documento 
ser eletrônico, não necessitando ser obrigatoriamente em papel, porém devem ser 
observados padrões técnicos para coleta e guarda de dados, resguardando-se a 
segurança destes e desde que não sejam obtidos por qualquer meio ilícito.
O meio digital deve ter tudo registrado e ao alcance caso seja questionada 
a autenticidade de documento, ou, até mesmo, seja alegada fraude.
Um dos princípios do contrato eletrônico é o do não repúdio, ou seja, é 
inválida qualquer alegação no que cinge ao suporte do contrato. Como contrato 
eletrônico “é um documento eletrônico”, seria ilógico não aplicarmos o mesmo 
princípio ao documento eletrônico e, consequentemente, ao seu valor probatório. 
“O documento eletrônico nada mais é do que suporte digital da comprovação de 
um fato, que em regra se traduz em uma manifestação de vontade que produzirá 
seus efeitos jurídicos no mundo real. Para o direito, tem valor de documento todo 
escrito capaz de gerar compreensão humana. Independe de suporte (pode ser a 
pedra, o pano, o papel, o HD) (PINHEIRO, 2013, p. 217).
Os contratos eletrônicos nada mais são do que aqueles realizados por meio 
digital ou eletrônicos, não tendo que ser obrigatoriamente realizados por um 
computador, mas podem ser feitos por um celular, por exemplo (JUNQUEIRA, 
1997).
A doutrinadora Maria Helena Diniz (2006, p. 742) afirma que é aquele 
que “opera-se entre o titular do estabelecimento virtual e o internauta, mediante 
transmissão eletrônica de dados”. Fica claro, aqui, que é por meio virtual.
TÓPICO 3 | ASPECTOS JURÍDICOS DAS DECLARAÇÕES DE VONTADE POR MEIOS VIRTUAIS E DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS
29
Nesse sentido, os tribunais aceitam documentos eletrônicos como prova 
para comprovar a materialização dos negócios efetuados entre as partes. É certo 
que o contrato eletrônico deverá ter os mesmos requisitos do contrato impresso, 
como o agente ter capacidade civil para firmá-lo.
Nesse sentido, o Tribunal de Justiça de Rio Grande do Sul (2011, s.p.) já 
decidiu:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGÓCIOS JURÍDICOS 
BANCÁRIOS. EXECUÇÃO. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. 
JUNTADA DE CÓPIA AUTENTICADA DA CÉDULA DE CRÉDITO 
BANCÁRIO. DOCUMENTOS ELETRÔNICOS. CERTIFICAÇÃO 
DIGITAL. Não se tratando de execução de título cambial, mas cédula 
de crédito bancário, a execução pode ser aparelhada mediante 
apresentação de cópia autenticada do instrumento contratual. Todavia, 
na espécie, em que é possível conferir-se a validade do documento 
mediante mero acesso ao site do cartório de Registro de Títulos e 
Documentos de Maceió, dispensa-se a juntada da cópia autenticada 
da cédula de crédito bancário. RECURSO PROVIDO. DECISÃO 
MONOCRÁTICA. (Agravo de Instrumento Nº 70040872269, Vigésima 
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Walda Maria Melo 
Pierro, Julgado em 21/01/2011).
Como validar o contrato eletrônico? Você já deve ter ouvido falar em 
certificação digital ou até mesmo criptografia, não é mesmo?
FIGURA 13 – OS NÚMEROS E A CRIPTOGRAFIA
FONTE: <https://sophiaofnature.wordpress.com/2015/09/30/o-fascinio-dos-numeros-parte-i/>. 
Acesso em: 10 out. 2016.
A criptografia é um instrumento de codificação para que as mensagens 
que são enviadas eletronicamente sejam enviadas e recebidas de 
maneira segura. Quem utiliza muito a criptografia são as instituições 
financeiras, por exemplo. Na internet, a tecnologia de criptografia 
utiliza o formato assimétrico, ou seja, codifica as informações 
utilizando dois códigos, chamados de chaves, sendo uma pública 
e outra privada para decodificação, que representam assinatura 
eletrônica do documento (PINHEIRO, 2013, p. 223).
30
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
E a assinatura eletrônica? É uma espécie de chave digital, que possui 
um código pessoal com o intuito de evitar fraudes ou até mesmo a falsificação. 
A chave somente pode ser lida por quem possui a chave. Para efeitos legais, a 
assinatura digital possui a mesma validade da assinatura realizada em papel.
FIGURA 14- A CHAVE DIGITAL
FONTE: <http://crcpb.org.br/decore-sera-emitida-mediante-certificacao-digital-a-partir-de-1o-
de-janeiro/>. Acesso em: 10 out. 2016.
É com a assinatura digital que se permite o reconhecimento da identificação 
do usuário, aceitando e permitindo uma transação financeira, por exemplo.
Outro exemplo é o caso de empresas em que funcionários possuem cada 
qual sua senha de segurança que permite ter acessos a informações dependendo 
do cargo que ocupam dentro de uma empresa, sendo que todo e qualquer ato é 
registrado pela assinatura digital.
Além da certificação digital, conta-se hoje com a biometria em muitos 
contratos eletrônicos, que é “[...] o uso de característica fisiológica mensurável para 
autenticar um usuário, como impressão digital ou reconhecimento” (PINHEIRO, 
2013, p. 227).
FIGURA 15 - A BIOMETRIA
FONTE: <https://cryptoid.com.br/seguranca-de-informacao/prova-de-vida/>. 
Acesso em: 10 out. 2016.
TÓPICO 3 | ASPECTOS JURÍDICOS DAS DECLARAÇÕES DE VONTADE POR MEIOS VIRTUAIS E DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS
31
No entanto, uma questão que deve ser destacada em relação à biometria 
é o direito à privacidade do indivíduo, a qual somente pode ser feita com sua 
autorização.
Nessa linha de pensamento tem-se que tomando como certo, o fato de 
que a coleta de dados biométricos recai sobre o direito à privacidade, 
não há que discutir sobre a possibilidade de invasão, haja vista que tal 
processo somente será realizado mediante a autorização do indivíduo 
proprietário da característica captada, seja ela o dedo polegar ou 
olho, por exemplo, os quais, por motivos óbvios, são intransferíveis a 
terceiros (PINHEIRO, 2013, p. 227).
FIGURA 16 - BIOMETRIA E A SEGURANÇA
FONTE: <https://cryptoid.com.br/seguranca-de-informacao/biometria-pessoas-em-primeiro-
lugar/>. Acesso em: 10 out. 2016.
Para saber mais sobre criptografia assista ao vídeo abaixo:
<https://www.youtube.com/watch?v=zkq-fiXGSkM>.
DICAS
Mas não há a possibilidade de fraude ou é um meio 100% seguro? A 
doutrina preconiza que existem regras que devem ser seguidas, como 
a admissibilidade, ou seja, ter condições de ser usada no processo; 
autenticidade, ser certa e de relevância para o caso; a completude, 
pois esta não poderá causar ou levar a suspeitas alternativas; a 
confiabilidade, não devem existir dúvidas sobre sua veracidade e 
autenticidade; e a credibilidade, que é a clareza, o fácil entendimento e 
interpretação (PINHEIRO, 2013, p. 232).
Cumpre destacar que os contratos eletrônicos estarão sujeitos também aos 
princípios, os quais, de acordo com Leal (2007), devem ser respeitados, tais como:
• Princípio da equivalência dos contratos celebrados de forma tradicional com os 
contratos celebrados pela internet.
32
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
• Princípio da neutralidade e da perenidade das normas reguladoras do direito 
eletrônico.
• Princípio da conservação e aplicação das normasjurídicas existentes aos 
contratos eletrônicos.
• Princípio da boa-fé objetiva nos contratos eletrônicos.
O princípio da equivalência é aquele que reconhece os contratos eletrônicos 
em par de igual aos contratos tradicionais redigidos e impressos em folha de 
papel.
O contrato por via eletrônica tem o mesmo efeito jurídico do contrato 
escrito e impresso, seja em validade quanto em sua eficácia (LEAL, 2007).
Assim, ninguém pode alegar que o contrato eletrônico plenamente válido 
não tem qualquer efeito jurídico. Ao contrário, equivale-se a qualquer outro 
contrato.
É certo que parte da doutrina ainda diverge, mas o operador jurídico deve 
estar atento ao movimento mundial, pois em tribunais internacionais os contratos 
eletrônicos têm os mesmos efeitos jurídicos. 
Em relação ao princípio da neutralidade e da perenidade e a falta de 
regulamentação específica do Direito Digital, verifica-se a necessidade de 
as normas terem um caráter neutro, isto é, não devem causar empecilhos ao 
desenvolvimento de novas tecnologias, e o caráter genérico, que faria com que 
determinada norma não tivesse que ser modificada a todo instante (LEAL, 2007).
O princípio da conservação e aplicação das normas jurídicas preconiza que 
as normas impostas aos contratos feitas pela maneira tradicional são estendidas 
aos contratos eletrônicos em relação à validade, eficácia e formação dos contratos 
(LEAL, 2007).
Todo e qualquer contrato eletrônico está sujeito aos preceitos do Código 
Civil Brasileiro, bem como os contratos que envolvam relação de consumo estão 
sujeitos às regras do Código de Defesa do Consumidor (LEAL, 2007).
Em 2013, face o aumentos das compras por meio eletrônico, verificou-
se a necessidade de regulamentação das compras por meio eletrônico. Para 
tanto, editou-se o decreto nº 7.962 de 2013, que passou a regular e dirimir muitas 
das controvérsias existentes no comércio eletrônico, também conhecido como 
e-commerce (BRASIL, 2013).
TÓPICO 3 | ASPECTOS JURÍDICOS DAS DECLARAÇÕES DE VONTADE POR MEIOS VIRTUAIS E DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS
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FIGURA 17 - COMÉRCIO ELETRÔNICO
FONTE: <http://boostoneweb.com/services/ecommerce>. Acesso em: 10 out. 2016.
Confira a seguir, na íntegra, o texto legal brasileiro sobre e-commerce 
que disciplina sobre a contratação no comércio eletrônico, compras coletivas, 
informações indispensáveis que o site deve conter, direito de arrependimento do 
consumidor etc.
SAIBA MAIS: 
DECRETO Nº 7.962, DE 15 DE MARÇO DE 2013
Regulamenta a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor 
sobre a contratação no comércio eletrônico.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere 
o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 
8.078, de 11 de setembro de 1990,
DECRETA:
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, 
para dispor sobre a contratação no comércio eletrônico, abrangendo os 
seguintes aspectos:
I- informações claras a respeito do produto, serviço e do fornecedor;
II- atendimento facilitado ao consumidor; e
III- respeito ao direito de arrependimento.
Art. 2º Os sítios eletrônicos ou demais meios eletrônicos utilizados para oferta 
ou conclusão de contrato de consumo devem disponibilizar, em local 
de destaque e de fácil visualização, as seguintes informações:
34
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
I- nome empresarial e número de inscrição do fornecedor, quando houver, 
no Cadastro Nacional de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional de 
Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda;
II- endereço físico e eletrônico, e demais informações necessárias para sua 
localização e contato;
III- características essenciais do produto ou do serviço, incluídos os riscos à 
saúde e à segurança dos consumidores;
IV- discriminação, no preço, de quaisquer despesas adicionais ou acessórias, 
tais como as de entrega ou seguros;
V- condições integrais da oferta, incluídas modalidades de pagamento, 
disponibilidade, forma e prazo da execução do serviço ou da entrega ou 
disponibilização do produto; e
VI- informações claras e ostensivas a respeito de quaisquer restrições à fruição 
da oferta.
Art. 3º Os sítios eletrônicos ou demais meios eletrônicos utilizados para 
ofertas de compras coletivas ou modalidades análogas de contratação 
deverão conter, além das informações previstas no art. 2º, as seguintes:
I- quantidade mínima de consumidores para a efetivação do contrato;
II- prazo para utilização da oferta pelo consumidor; e
III- identificação do fornecedor responsável pelo sítio eletrônico e do fornecedor 
do produto ou serviço ofertado, nos termos dos incisos I e II do art. 2º.
Art. 4º Para garantir o atendimento facilitado ao consumidor no comércio 
eletrônico, o fornecedor deverá:
I- apresentar sumário do contrato antes da contratação, com as informações 
necessárias ao pleno exercício do direito de escolha do consumidor, 
enfatizadas as cláusulas que limitem direitos;
II- fornecer ferramentas eficazes ao consumidor para identificação e correção 
imediata de erros ocorridos nas etapas anteriores à finalização da 
contratação;
III- confirmar imediatamente o recebimento da aceitação da oferta;
IV- disponibilizar o contrato ao consumidor em meio que permita sua 
conservação e reprodução, imediatamente após a contratação;
TÓPICO 3 | ASPECTOS JURÍDICOS DAS DECLARAÇÕES DE VONTADE POR MEIOS VIRTUAIS E DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS
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V- manter serviço adequado e eficaz de atendimento em meio eletrônico, 
que possibilite ao consumidor a resolução de demandas referentes a 
informação, dúvida, reclamação, suspensão ou cancelamento do contrato;
VI- confirmar imediatamente o recebimento das demandas do consumidor 
referidas no inciso, pelo mesmo meio empregado pelo consumidor; e
VII- utilizar mecanismos de segurança eficazes para pagamento e para 
tratamento de dados do consumidor.
Parágrafo único. A manifestação do fornecedor às demandas previstas no 
inciso V do caput será encaminhada em até cinco dias ao consumidor.
Art. 5º O fornecedor deve informar, de forma clara e ostensiva, os meios 
adequados e eficazes para o exercício do direito de arrependimento 
pelo consumidor.
§ 1º O consumidor poderá exercer seu direito de arrependimento pela mesma 
ferramenta utilizada para a contratação, sem prejuízo de outros meios 
disponibilizados.
§ 2º O exercício do direito de arrependimento implica a rescisão dos contratos 
acessórios, sem qualquer ônus para o consumidor.
§ 3º O exercício do direito de arrependimento será comunicado imediatamente 
pelo fornecedor à instituição financeira ou à administradora do cartão de 
crédito ou similar, para que:
I- a transação não seja lançada na fatura do consumidor; ou
II- seja efetivado o estorno do valor, caso o lançamento na fatura já tenha 
sido realizado.
 
§ 4º O fornecedor deve enviar ao consumidor confirmação imediata do 
recebimento da manifestação de arrependimento.
Art. 6º As contratações no comércio eletrônico deverão observar o 
cumprimento das condições da oferta, com a entrega dos produtos 
e serviços contratados, observados prazos, quantidade, qualidade e 
adequação.
Art. 7º A inobservância das condutas descritas neste Decreto ensejará 
aplicação das sanções previstas no art. 56 da Lei nº 8.078, de 1990.
Art. 8º O Decreto n. 5.903, de 20 de setembro de 2006, passa a vigorar com as 
seguintes alterações:
36
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
 “Art. 10. ........................................................................
Parágrafo único. O disposto nos arts. 2º, 3 e 9 deste Decreto aplica-se às 
contratações no comércio eletrônico” (NR).
Art. 9º Este Decreto entra em vigor sessenta dias após a data de sua publicação.
Brasília, 15 de março de 2013; 192º da Independência e 125º da República.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
FONTE: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7962.htm>. 
Acesso em: 10 out. 2016.
Em relação ao princípio da boa-fé objetiva, indica-se uma conduta derespeito ao direito alheio e de que as partes devam realizar o possível para fazer 
com que o contrato atinja os efeitos esperados para ambos.
Referido princípio deve prevalecer principalmente quando houver alguma 
disparidade entre as partes do contrato, sendo necessária a lealdade recíproca e 
a honestidade desde muito antes do contrato, ou seja, desde a fase pré-contratual 
até a fase posterior da execução do contrato (LEAL, 2007).
Além da capacidade do agente e da manifestação de vontade por 
consentimento realizado por meio adequado, devem ser observados nos contratos 
eletrônicos que o objeto deve ser lícito e possível. Lícito, pois deve estar de acordo 
com a lei, e possível no sentido de que pode ser praticável seja fisicamente ou 
juridicamente (LEAL, 2007).
O objeto deve ser determinado ou determinável, ou seja, no momento 
da contratação, quem compra deve saber exatamente o que está comprando 
e também deve ser individualizado. Cita-se como exemplo a compra de um 
eletrodoméstico pela internet, o qual possui especificações técnicas, modelo, série 
e deve estar discriminada a quantidade no momento da contratação. E, por fim, 
ainda deve receber o cliente exatamente aquele objeto e dentro das especificações 
que o fez adquirir referido produto.
Não é somente a compra de produtos, mas também a venda e compra de 
serviços, como serviços de anúncios hospedados em sites, blogs. O contrato deve 
conter todas as especificações e seguir as normas tal qual o contrato tradicional, 
como no caso de outdoor físico.
TÓPICO 3 | ASPECTOS JURÍDICOS DAS DECLARAÇÕES DE VONTADE POR MEIOS VIRTUAIS E DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS
37
Para saber mais, assista à palestra da renomada jurista brasileira em Direito 
Digital, Patrícia Peck Pinheiro: <https://www.youtube.com/watch?v=pzspVN5Aei4>.
DICAS
Para saber mais sobre CONTRATOS ELETRÔNICOS, acesse: <https://www.
youtube.com/watch?v=qvxV-PbwJqU>.
DICAS
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UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
PECULIARIDADES DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS
Rogério Montai de Lima
 
[...]
1 CONTRATOS ELETRÔNICOS
[...]
1.1. Conceito
O contrato eletrônico, assim como o tradicional, pode ser definido por 
uma espécie de negócio jurídico formado pela convergência de vontades das 
partes, que cria obrigações de natureza patrimonial [...].
O contrato eletrônico, portanto, nada mais é do que um contrato tradicional 
celebrado em meio eletrônico, ou seja, através de redes de computadores, é 
aquele celebrado por meio de programas de computador ou aparelhos com tais 
programas (GLANZ, 1998, p. 72). Diferencia-se do contrato tradicional apenas e 
tão-somente quanto à forma como é materializado [...].
Na concepção de Luís Wielewicki (apud SILVA JÚNIOR; WAISBERG, 
2001, p. 198): “(...) os contratos eletrônicos podem ser definidos como instrumentos 
obrigacionais de veiculação digital. São todas as espécies de signos eletrônicos 
transmitidos pela Internet que permitem a determinação de deveres e obrigações 
jurídicos”
1.2. Requisitos
Os contratos eletrônicos, como já visto, constituem uma nova modalidade 
de contratos, e sendo assim, para que esta contratação tenha validade na órbita 
jurídica, é imprescindível a presença de todos pressupostos de validade exigidos 
para a formação de um contrato tradicional.
Angela Bittencourt Brasil (apud SILVA, 2001, p. 43) arrazoa: “Por terem 
portanto, as características comuns dos contratos, os seus requisitos subjetivos 
de validade são aqueles mesmos dos contratos. Já conhecidos, eis que a presença 
de duas ou mais pessoas, a vontade livremente manifestada e a capacidade civil 
para o ato devem estar presentes para o ato se perfazer de forma válida”.
Como não poderia ser diferente constituem pressupostos essenciais 
de quaisquer tipos de contratos a capacidade das partes, objeto lícito, a forma 
prescrita ou não defesa em lei e o consentimento das partes, artigo 104 do novo 
Código Civil.
TÓPICO 3 | ASPECTOS JURÍDICOS DAS DECLARAÇÕES DE VONTADE POR MEIOS VIRTUAIS E DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS
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A forma do contrato é a exteriorização do ato, do acordo de vontades, 
para que, assim, possa produzir efeitos no meio social em que foi produzida.
Na nossa legislação atual, a forma especial para um contrato somente será 
exigida quando a lei expressamente o disser; caso contrário, prevalece à regra de 
que os contratos são de forma livre, podendo ser livremente pactuado pelas 
partes contratantes.
Os contratos eletrônicos, particularmente considerados, não exigem forma 
especial ou solenidades para a sua validade [...].
1.4. Formação
Os contratos, de forma geral, apresentam dois momentos de formação: 
um subjetivo, particular, consistente na vontade da parte, e outro objetivo que se 
exprime na manifestação de tal vontade.
É através da manifestação da vontade que os contratos se aperfeiçoam, 
sendo que esta pode ser tácita ou expressa. Assim, o contrato será considerado 
formado quando houver a integração das declarações de ambas as partes 
manifestadas de forma livre, ou seja, sem que haja vícios no consentimento, o 
que, como já visto anteriormente, invalida o negócio.
Admite-se o silêncio como forma de manifestação de vontade quando 
à parte que deveria se manifestar negativamente na hipótese de não querer 
contratar deixa de fazê-lo, sendo seu silêncio interpretado como anuência. Há, 
neste caso, uma presunção de vontade.
O contrato é formado pela conexão entre a proposta e a aceitação. A 
proposta, declaração inicial, é a oferta do negócio que convida à outra parte a 
aceitá-lo. O proponente, pessoa que faz a proposta, se vincula a ela, estando 
sujeito a perdas e danos em caso de inadimplemento.
Através da aceitação da proposta se completa a formação do vínculo 
contratual e, para que esta seja válida, necessário se faz que esta chegue ao 
conhecimento do proponente dentro do prazo concedido e que satisfaça 
integralmente a proposta.
Todavia, para o comércio eletrônico, considera-se feita à oferta somente 
quando à proposta à disposição na rede entra no sistema computacional do 
adquirente, sendo que a aceitação deste último se verifica quando os dados por 
ele transmitidos chegam ao sistema computacional do proponente. Isso se dá em 
razão da figura jurídica do iniciador, como já mencionado acima.
As declarações de vontade podem ser externadas entre presentes ou 
ausentes, considerando, para tanto, a imediatividade da recepção da aceitação da 
proposta e não a distância física entre as partes contratantes.
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
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No contrato eletrônico, especificamente, a declaração de vontade é feita 
através do meio eletrônico, mediante o uso de redes de computadores.
A manifestação da vontade no meio eletrônico pode se dar por escrito, pela 
fala, se houver equipamentos para que se possa identificar a voz da parte 
contratante, ou ainda, e de modo mais corriqueiro, através do acionamento de 
um comando que envia a manifestação da vontade de uma parte para outra, por 
meio de um simples “clique” no mouse.
Qualquer seja o meio utilizado, a vontade é externada, e para que esta 
seja válida, deve ser compatível ou possível de ser interpretada no sistema 
computacional do destinatário.
Outrossim, é relevante saber exatamente o momento da formação dos 
contratos para que se possa fazer a verificação da presença dos pressupostos 
exigidos para o negócio no momento de sua celebração, bem como a lei pela qual 
o contrato será regido, na hipótese haver uma nova lei que trate do assunto.
Como já visto, a manifestação da vontade pode se dar entre presentes 
ou entre ausentes. Consideram-se contratos entre presentes os que se formam 
instantaneamente e entre ausentes aqueles em que houve um lapso temporal entre 
a proposta e o aceite. Assim, leva-se em conta para esta classificação, conforme já 
abordado, não a distância física entre os contratantes, mas sim o espaço de tempo 
existente entre as manifestações da vontade.
O contrato entre presentes estará formado no momento em que é emitidaa aceitação da proposta, uma vez que esta é conhecida pelo proponente de 
imediato, num mesmo instante.
Observe-se que a diferenciação de contratos entre presentes ou entre 
ausentes está na duração do período existente entre a oferta de um produto ou 
serviço e a aceitação de tal oferta, ou seja, o lapso temporal existente entre eles.
O Novo Código Civil, em seu art. 434, tratando sobre os contratos formados 
por correspondência, ou seja, entre ausentes, considera efetivo o contrato no 
momento em que a aceitação é expedida, admitindo, todavia, exceções.
Os contratos eletrônicos, de modo geral, são considerados como contratos 
entre ausentes, já que a manifestação de vontade, na maioria das vezes, não se 
dá num mesmo instante. Destarte, aplica-se a eles o dispositivo do Código Civil 
referente aos contratos entre ausentes acima mencionado [...].
Entretanto, estes contratos serão considerados entre presentes, como 
observa Erica Brandini Barbagalo (2001, p. 79-80), se o sistema computacional 
apresentar capacidade para imediatamente processar a oferta, emitindo 
automaticamente uma resposta, qual seja, a aceitação. Visualiza-se esta hipótese 
quando o computador estiver programado para aceitar certo tipo de proposta 
pré-definida pelo interessado.
TÓPICO 3 | ASPECTOS JURÍDICOS DAS DECLARAÇÕES DE VONTADE POR MEIOS VIRTUAIS E DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS
41
Assim, são considerados entre presentes os contratos em que basta a 
simples aceitação para concluí-los, ou seja, se aperfeiçoam na própria rede de 
computadores.
São, por exemplo, os contratos para aquisição de softwares através 
de downloads, visto que se trata de bens que podem ser entregues por meio da 
própria rede de computadores (BARBAGALO, 2001, p. 80).
César Viterbo Matos Santolim (1995, p. 30) defende a ideia de que a melhor 
forma para se verificar a caracterização da presença ou ausência nos contratos 
eletrônicos é a “imediatidade da resposta”. Assim, se a resposta for imediata, o 
contrato é considerado entre presentes, já se houver um lapso entre a proposta e 
a aceitação, este contrato deve ser considerado como entre ausentes [...].
O art. 435 do Novo Código Civil considera como o local de celebração 
do contrato aquele em que este foi proposto. Porém, este dispositivo é aplicável 
quando versar sobre partes residentes no mesmo país.
Para os contratos que envolvem partes de diferentes países, deve ser 
levado em conta o art. 9°, § 2° da Lei de Introdução ao Código Civil que reputa 
formado o contrato no local onde reside o proponente.
Seja o contrato realizado por partes residentes no mesmo país, seja 
celebrado por uma ou ambas as partes fora do país, o critério adotado como local 
da formação do contrato é sempre o lugar onde foi feita a proposta.
Quando se fala em contratos eletrônicos é difícil precisar exatamente o 
local da formação destes, pois são realizados em um meio virtual e não num 
espaço físico.
Como sugere Erica Brandini Barbagalo (2001, p. 67), “o ideal seria que as 
partes estipulassem o lugar de formação do contrato ou não sendo possível, que 
estivesse presente na proposta o local onde ela é manifestada.” Tratando-se de 
oferta realizada via websites, esta é dirigida a pessoas incertas, uma vez que não 
se sabe quem poderá ter acesso a ela, bem como onde poderá ser acossada.
Neste tipo de contrato deve-se considerar como o local da formação o 
lugar onde se encontra o proponente, aplicando a legislação do lugar onde o 
proponente exerce suas atividades principais para dirimir eventuais litígios que 
versam sobre o contrato.
No entanto, pode ocorrer de os websites dirigirem suas propostas 
diretamente para uma certa localidade, como por exemplo, a oferta de produtos ou 
serviços em moeda local. Aqui, a legislação aplicável será a da localidade a quem 
UNIDADE 1 | DIREITO NA COMPUTAÇÃO
42
o site é destinado. Cabe, porém, ao interessado, o encargo da verificação do local de 
onde vem a proposta, mas se tal tarefa se tornar impossível, será considerado como 
o local da formação o domicílio do proponente, ou seja, o lugar indicado como 
de origem de sua identificação, o que nem sempre corresponde à sua localização 
geográfica, como ocorre nos casos em que a proposta é dirigida a certa localidade, 
por exemplo.
A regra geral que se aplica aos contratos eletrônicos, portanto, é a 
mesma existente no Código Civil e na Lei de Introdução ao Código Civil, ou seja 
considera o contrato formado no local onde residir o proponente. Assim, se aplica 
a legislação do país onde situar o seu estabelecimento físico, não se podendo 
confundir, porém, o local do estabelecimento físico do proponente com o seu 
endereço na web, por ser este último, um endereço virtual que serve somente 
para o acesso àquela página na Internet [...].
CONCLUSÃO
A popularização da Internet trouxe uma forte contribuição e até um 
incentivo nas contratações eletrônicas, atingindo uma grande massa de usuários de 
Internet, incentivando, desta forma, os empresários a integrar-se ao e-commerce.
O futuro do comércio eletrônico ainda é uma dúvida. Há quem diga que 
as transações tradicionais diminuirão em detrimento destas contratações e a 
crescente utilização das redes, porém não há meios para comprovar tal afirmação.
Uma coisa é certa: o fato de existir uma maneira de se adquirir produtos 
de qualquer parte do mundo sem que seja necessário sair de casa, já é um grande 
avanço da tecnologia do comércio eletrônico que atrai, cada vez mais, investidores 
e consumidores.
Diante da lacuna existente na legislação sobre os contratos eletrônicos 
e as relações de consumo na Internet, é certa a aplicação de toda a legislação 
vigente, posto que, os contratos eletrônicos diferem-se dos tradicionais somente 
no que concerne à sua formação, que se dá em meio eletrônico. Porém, é inegável 
que esta falta de normalização específica causa um grande desconforto nestas 
contratações, uma vez que fica por conta da interpretação doutrinária e dos 
tribunais a resolução de possíveis conflitos envolvendo tais questões.
Ao operador do direito compete acompanhar a evolução social e 
tecnológica para que, desta forma, busque a correia aplicação do direito às novas 
situações, seja interpretando uma lei já existente para aplicar-lhe a um novo 
instituto, ou ainda, buscando novas soluções para estas transformações sociais, 
adequando-se as necessidades que surgem no dia-a-dia.
FONTE: Adaptado de <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_
artigos_leitura&artigo_id=1221>. Acesso em: 10 out. 2016.
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, vimos que:
• Qualquer lei que trate dos novos institutos jurídicos deve ser genérica, pois 
pode tornar-se rapidamente obsoleta, e deve também ser flexível para que 
atenda aos diversos formatos que podem emergir de um mesmo assunto.
• O Direito do Consumidor abarca o instituto da inversão do ônus da prova 
devido nas relações do comércio eletrônico e que envolvam relação de consumo.
• A declaração de vontade está pautada na autonomia de vontade.
• Na declaração de vontade por meio virtual não haverá papel impresso, mas 
sim a declaração de vontade ficará registrada em uma espécie de memória 
eletrônica.
• Cumpre destacar que os contratos eletrônicos estarão sujeitos também aos 
princípios, em que, de acordo com Leal (2007), devem ser respeitados, tais como: 
princípio da equivalência dos contratos celebrados de forma tradicional com os 
contratos celebrados pela internet; Princípio da neutralidade e da perenidade 
das normas reguladoras do direito eletrônico; Princípio da conservação e 
aplicação das normas jurídicas existentes aos contratos eletrônicos; Princípio 
da boa-fé objetiva nos contratos eletrônicos.
• O contrato por via eletrônica tem o mesmo efeito jurídico do contrato escrito e 
impresso, seja em validade quanto em sua eficácia.
44
1 Assinale o que é correspondente ao Direito Digital:
( ) Autorregulamentação
( ) Velocidade rápida e atual das transformações das leis.
(

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