Buscar

Recursos hidricos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Recursos hídricos
Prof.ª Vanessa Riccioppo de Moraes
Descrição
Importância dos corpos aquáticos como recursos hídricos no contexto da proteção e recuperação dos
ecossistemas aquáticos, assim como dos ecossistemas terrestres do entorno.
Propósito
Reconhecer a importância dos corpos aquáticos como recursos hídricos, a partir do entendimento de suas
tipologias e estado, é necessário para fazer bom uso desse recurso natural e agir tanto de forma preventiva
quanto corretiva na proteção e recuperação dos ecossistemas aquáticos.
Objetivos
Módulo 1
A importância dos corpos aquáticos como recursos hídricos
Reconhecer a importância dos corpos aquáticos como recursos hídricos.
18/08/2022 00:47
Página 1 de 50
Módulo 2
A situação das águas no Brasil
Descrever a eutrofização artificial e a situação das águas no Brasil.
Módulo 3
Recuperação de ecossistemas aquáticos
Reconhecer as técnicas de recuperação de ecossistemas aquáticos.
18/08/2022 00:47
Página 2 de 50
Introdução
As relações que os seres vivos estabelecem entre si e com o ambiente garantem não apenas a sua
sobrevivência, mas também a preservação dos recursos naturais e a manutenção das espécies. O equilíbrio
ecológico é um requisito para a manutenção da qualidade e das características essenciais dos
ecossistemas, o que inclui os ciclos biogeoquímicos, como o ciclo da água e do carbono, que são
interligados e muito importantes para a manutenção da vida no planeta.
Entenderemos a importância dos ecossistemas aquáticos como recursos hídricos, e como o mau uso e a
má gestão desses recursos pode ocasionar problemas, como a eutrofização artificial e trazer
consequências sérias que afetam a situação das águas no Brasil. Conheceremos técnicas de recuperação
de ecossistemas aquáticos, identificando possíveis causas e os meios que permitam uma atuação mais
preventiva de proteção e de controle e manejo desses ecossistemas.
Somente conhecendo e compreendendo a importância, a situação atual e as maneiras adequadas de
recuperação saberemos fazer bom uso dos recursos hídricos para manter o equilíbrio ecológico e a
manutenção da vida como um todo.
!
18/08/2022 00:47
Página 3 de 50
1 - A importância dos corpos aquáticos como recursos
hídricos
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância dos corpos aquáticos
como recursos hídricos.
Água e ecossistemas aquáticos
Água
De onde vem a água? É essencial entender a água presente na natureza como um todo, ou seja, o ciclo
hidrológico. Esse é um dos ciclos fundamentais para o equilíbrio ecológico e a manutenção da vida no
18/08/2022 00:47
Página 4 de 50
hidrológico. Esse é um dos ciclos fundamentais para o equilíbrio ecológico e a manutenção da vida no
planeta.
A formação das chuvas é um evento de extrema importância para a disponibilidade das águas, sendo a
principal responsável pela entrada de água no ciclo hidrológico. Quando precipita, parte da água escoa pelos
rios, parte infiltra o solo e o restante evapora ou é retido pela vegetação. Assim, a água é disponibilizada e
utilizada de várias formas durante o seu ciclo contínuo, reiniciando. Veja:
E qual a importância dos ecossistemas aquáticos?
A importância da água não só na vida humana, mas também para o planeta é indiscutível. Esse recurso
natural é consumível por meio dos usos que fazemos dos ecossistemas aquáticos, como lagos, lagoas,
mangues, estuários, rios, córregos, mares, geleiras, lençóis freáticos, entre outros.
Atenção!
É importante entender que a palavra água se refere ao elemento natural, desvinculado de qualquer uso. O
termo recurso hídrico é a consideração da água como bem econômico, passível de utilização. Ou seja, a
água da Terra não é, necessariamente, um recurso hídrico, na medida em que seu uso nem sempre tem
viabilidade econômica.
Os ecossistemas aquáticos correspondem à maior extensão da Terra, ocupando 70% do globo terrestre e
ainda abrigam uma variedade enorme de espécies, de hábitats e de fontes de alimento, além da água.
Saiba mais
De acordo com dados quantitativos da ONG World Wide Fund for Nature (WWF), dos 70% de água do planeta
18/08/2022 00:47
Página 5 de 50
De acordo com dados quantitativos da ONG World Wide Fund for Nature (WWF), dos 70% de água do planeta
3% representam a água doce, sendo 2% congelados e 1% consumível (rios, lagos e águas subterrâneas), a
depender de seu estado/situação atual, que difere do original. A maior parte, 97% da água do planeta, é
salgada (mares e oceanos).
O Brasil, com seus 8.516.000,00km², possui 240.899 massas d’água, representando uma área superficial
total de 173.749,56km² do país. Do número total de massas d’água, 66.372 ou 27,6% são classificadas
como de origem natural, e ocupam uma área de 128.165,80 km² (ANA, 2020).
Segundo os dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA, 2020), as massas d’água
classificadas como artificiais somam 174.527, ou 72,4% do total, e ocupam uma área de 45.583,76km². Elas
incluem os reservatórios artificiais e barragens, sendo definidos como intervenções hídricas com a
finalidade de acumulação de volume de água para diversos usos, como: geração de energia elétrica,
aquicultura, abastecimento público, irrigação, acumulação de rejeitos oriundos da mineração, acumulação
de resíduos industriais, entre outras.Observe os usos mais frequentes:
O que vimos mostra, de forma quantitativa e qualitativa, o quanto os ecossistemas aquáticos são
fundamentais para a vida na Terra para preservação da biodiversidade aquática e para a sobrevivência
18/08/2022 00:47
Página 6 de 50
fundamentais para a vida na Terra para preservação da biodiversidade aquática e para a sobrevivência
humana e demais espécies terrestres.
A oferta de água é determinada pela dinâmica hídrica e socioeconômica das bacias hidrográficas, além das
condições de qualidade da água. O conhecimento dessa oferta depende do monitoramento (ferramenta de
controle e planejamento) tanto da quantidade quanto da qualidade da água.
Bacias hidrográficas
Unidade territorial de planejamento ambiental. Uma bacia hidrográfica é uma porção geográfica delimitada
por divisores de água (geológicos, topográficos ou freáticos) englobando toda a área de drenagem de um
curso d’água, por isso, também é chamada de bacia de drenagem. É uma unidade geográfica natural e seus
limites foram estabelecidos pelo escoamento das águas sobre a superfície, ao longo do tempo. É, portanto,
o resultado da interação da água com outros recursos naturais.
Bacia hidrográfica.
Por isso, é fundamental alcançar um equilíbrio entre o meio ambiente — aspectos físicos, biológicos e
socioeconômicos —, a participação e influência da sociedade e a economia. Essa participação envolve
proteção e bom uso, manejo adequado e recuperação, quando necessário. Somente assim, será possível
satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras
(desenvolvimento sustentável).
Uso dos recursos hídricos
Quais são os usos dos recursos hídricos?
A partir de um panorama dos aspectos quantitativos e qualitativos da disponibilidade de água em diferentes
escalas (global, regional e local), temos uma melhor percepção da relevância desse recurso na natureza.
18/08/2022 00:47
Página 7 de 50
escalas (global, regional e local), temos uma melhor percepção da relevância desse recurso na natureza.
Quando partimos para a classificação dos usos possíveis dessa água, amplia-se mais o entendimento
dessa relevância quanto à racionalização do bom uso e necessidade de proteção e recuperação do que
existe em seu estado atual (o que veremos adiante, ao tratarmos a situação das águas no Brasil).
As atividades humanas e seus diversos setores econômicos demandam recursos
naturais, como a água, e a utilizam de forma heterogênea. Após o uso, retornam os
efluentes ao ambiente em diferentes situações de quantidade e qualidade.
As parcelas de água utilizadas podem ser classificadas em retirada, consumo e retorno. Veja:
É a água total captadapara um uso, como para abastecimento urbano, por exemplo.
É a água retirada que não retorna diretamente aos corpos hídricos. É a diferença entre a retirada e o
retorno; por exemplo: consumo é a água retirada para abastecimento urbano menos a água que
retorna como esgoto.
É a parte da água retirada para determinado uso, que retorna aos corpos hídricos, como esgotos
decorrentes do uso da água para abastecimento urbano.
Confira a imagem:
Retirada "
Consumo "
Retorno "
18/08/2022 00:47
Página 8 de 50
Podemos classificar os usos em:
Uso consuntivo
Quando a água é captada do manancial superficial ou subterrâneo e somente parte dela retorna ao
reservatório natural. Os usos consuntivos devem ser considerados para a elaboração do balanço entre
a disponibilidade e demanda de recursos hídricos, como: abastecimento populacional, abastecimento
industrial, irrigação.
Uso não consuntivo
Quando toda a água captada retorna ao manancial de origem. Os usos não consuntivos, em geral,
possuem estruturas hidráulicas de acumulação ou regularização de vazão, como: pesca, navegação,
recreação, aquicultura.
O aproveitamento da energia elétrica é a principal forma de uso não consuntivo da água; entretanto, apesar
de a geração de energia não consumir água, a construção de barragens ocasiona alterações no regime de
variação de vazões do curso d’água, perdas por evaporação da água dos reservatórios, perdas por
infiltração, alterações no fluxo de sedimentos e na qualidade das águas em função da inundação da
vegetação, entre outras consequências.
Mesmo não implicando consumo efetivo de água, o uso para geração de energia elétrica interfere no volume
que pode ser destinado a outros fins e, como os usos consuntivos, criam externalidades (efeitos colaterais
produzidos por determinado empreendimento). Compare as externalidades:
Externalidades positivas
#
18/08/2022 00:47
Página 9 de 50
Externalidades positivas
Navegação, regularização de vazão e geração de energia elétrica.
Externalidades negativas
Diminuição da vegetação nas faixas marginais ao curso d’água, alteração no fluxo de sedimentos,
perdas por evaporação.
O uso intenso da água tanto para abastecimento humano quanto para as atividades econômicas
decorrentes do aumento crescente populacional e desenvolvimento econômico maiores a cada ano
contribui para o aumento do chamado estresse hídrico.
Assim, a gestão dos recursos hídricos é fundamental no âmbito das políticas públicas com foco em
segurança hídrica, sustentabilidade econômica e ambiental. Podemos destacar os desafios atuais como a
questão das barragens, do desperdício e das mudanças climáticas, entre outros.
Estresse hídrico
Proporção entre a retirada de água doce e o total dos recursos de água doce disponíveis do país (ANA,
2020).
Gestão dos recursos hídricos e seus desafios
Gestão dos recursos hídricos
A gestão dos recursos hídricos visa estruturar e organizar as atividades humanas de forma participativa a
fim de melhor controlar, por meio, inclusive de regulamentação, o uso sustentável dos recursos hídricos.
#
18/08/2022 00:47
Página 10 de 50
A Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), norma balizadora da gestão
dos recursos hídricos no Brasil, instituída pela Lei n° 9.433/1997, prevê que a
gestão da água não deve dissociar aspectos de quantidade e qualidade e deve
considerar a diversidade geográfica e socioeconômica das diferentes regiões
do país, o planejamento dos setores usuários e os planejamentos regionais,
estaduais, nacional, além da integração com a gestão ambiental, do uso do
solo, sistemas estuarinos e zonas costeiras
(ANA, 2020)
Ainda de acordo com o relatório da ANA (2020), a gestão integrada dos recursos hídricos depende da
implementação do conjunto de instrumentos citados na PNRH. À medida que a capacidade institucional dos
entes do Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SINGREH) avança, os instrumentos
vão sendo gradativamente implementados, conforme seus níveis de complexidade.
A Lei n° 9.433/1997, seu decreto regulamentador, assim como políticas, planos de gestão de recursos
hídricos regionais e locais são os instrumentos de gestão da Política Nacional de Recursos Hídricos. Esses
instrumentos são extremamente necessários para a conservação dos recursos naturais, que são finitos, dos
quais nós e a geração futura sempre dependeremos.
Desafios
A gestão de recursos hídricos e todos os seus instrumentos têm sido bem trabalhados ao longo dos anos,
mas alterações no ciclo da água, que podem ser efeitos de diversos fatores, tanto naturais quanto
18/08/2022 00:47
Página 11 de 50
mas alterações no ciclo da água, que podem ser efeitos de diversos fatores, tanto naturais quanto
antropogênicos (desmatamento, altas demandas de consumo etc.), causam muitos desafios à essa gestão,
ainda mais em períodos de escassez. Quem não se lembra dos apagões, por exemplo?
Vamos falar brevemente de alguns desafios relacionados a gestão de recursos hídricos!
Segurança hídrica
A segurança hídrica engloba não apenas aquilo que pensamos de forma imediata: sempre teremos água
limpa para beber? De forma resumida e clara, a segurança hídrica existe quando há disponibilidade de água
em quantidade e qualidade para atender não só às necessidades humanas, mas também:
À prática das atividades econômicas.
À conservação dos ecossistemas aquáticos.
Ao nível aceitável de risco relacionado a secas e cheias.
A segurança hídrica envolve:
Usos múltiplos dos recursos hídricos.
São usos gerenciados e fiscalizados pela ANA na esfera federal e pelos órgãos estaduais de recursos
hídricos, por exemplo, irrigação, abastecimento etc.
Usos exercidos por meio de estruturas hidráulicas.
Estruturas hidráulicas
Qualquer estrutura construída em um corpo d’água, dotada de mecanismos de controle com a finalidade de
obter a elevação do seu nível de água ou de criar um reservatório de acumulação de água ou de
regularização de vazões.
São usos de geração de energia (Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL), de resíduos industriais
(Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e órgãos ambientais
estaduais) e de rejeitos de mineração (Agência Nacional de Mineração - ANM).
18/08/2022 00:47
Página 12 de 50
Usina hidrelétrica.
A Secretaria Nacional de Segurança Hídrica (SNSH), em consonância com os objetivos da Política Nacional
de Desenvolvimento Regional (PDR), apoia a construção, operação e manutenção de obras de infraestrutura
hídrica, voltadas ao abastecimento de água, como barragens, adutoras e canais.
Visando fortalecer o planejamento e a gestão dos investimentos em infraestrutura
hídrica, compete à SNSH conduzir o processo de formulação, revisão,
implementação, monitoramento e avaliação da Política Nacional de Segurança
Hídrica (PNSB), da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e seus
instrumentos, entre eles o Plano Nacional de Recursos Hídricos.
Voltando à questão se sempre teremos água para beber, o objetivo das ações de segurança hídrica é
garantir a oferta de água, propiciando mais saúde e conforto para a população, a geração de empregos e o
aumento da renda das pessoas, colaborando para a redução das desigualdades regionais.
No entanto, em virtude de muitos acontecimentos recentes, não podemos nos esquecer da segurança em
relação aos acidentes com barragens de mineração, que resultaram na falta de água potável para a
população, por causa da contaminação das águas, e na morte de muitas pessoas que trabalham nas minas
e moram em seu entorno, culminando no impacto ambiental nos ecossistemas afetados, tanto aquáticos
como terrestres.
Exemplo
O que aconteceu em Brumadinho (MG) no ano de 2019, com o rompimento da Barragem I da mina Córrego
do Feijão, que resultou em quase 300 mortes e 40 mil pessoas afetadas.
A segurança de barragens é normatizada no país pela Lei nº 12.334/2010 que dispõe sobre a acumulação
de água, de resíduos industriais e a disposição final ou temporáriade rejeitos e estabelece a
18/08/2022 00:47
Página 13 de 50
de água, de resíduos industriais e a disposição final ou temporária de rejeitos e estabelece a
responsabilidade da ANA para coordenar o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens
(SNISB), entre outras ações, como a elaboração periódica do Relatório de Segurança de Barragens – RSB
(ANA, 2020).
Atenção!
O Plano Nacional de Segurança Hídrica e todos os instrumentos de gestão abordados neste conteúdo
incluem importantes normas regulamentadoras e documentos, como políticas e planos voltados à questão
dos recursos hídricos e seus usos.
Escassez e desperdício
A escassez de água é causada por uma combinação de fatores, como:
Aumento efetivo do consumo, decorrente do crescimento populacional e industrial ou de áreas irrigadas.
Distribuição espacial e temporal inadequadas das reservas hídricas.
Baixos índices pluviométricos e distribuição irregular.
Uso inadequado do solo nas bacias hidrográficas.
Degradação da qualidade da água e degradação socioeconômica da população.
A escassez pode decorrer de aspectos qualitativos, quando a poluição afeta de tal forma a qualidade da
água, que os padrões excedem aos admissíveis para determinados usos.
O Brasil, mesmo sendo um país rico em água, apresenta uma situação de escassez qualitativa grave, que
resulta em doenças como febre tifoide, cólera, dengue, diarreia, hepatite, leptospirose, esquistossomose e
outras.
Impactos das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos
18/08/2022 00:47
Página 14 de 50
Impactos das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos
Sabemos de toda a vulnerabilidade de nossa sociedade e do planeta frente às mudanças do clima. É hora de
agir para redução e adaptação desses extremos causados pelas mudanças climáticas. Em relação aos
recursos hídricos, onde há diminuição de chuvas, sabemos que há diminuição da vazão nos rios, e assim, a
qualidade das águas será afetada, em função da limitação da diluição dos esgotos, por exemplo.
Nesse sentido, devemos dar especial atenção às bacias hidrográficas menos
reguladas por estruturas hidráulicas, às que já sofrem com eventos extremos, como
cheias e secas, e ainda, às que são exploradas de maneira não satisfatória, com
problemas recorrentes de poluição e falta de água, entre outros problemas.
No caso dos sistemas não regulados, que não possuem obras hidráulicas suficientes para atenuar os
efeitos da variabilidade hidrológica sobre qualidade e quantidade de água, a vulnerabilidade é ainda maior
(SOITO, 2019).
Por fim, levando-se em conta a importância dos impactos das mudanças climáticas sobre os recursos
hídricos, especialmente no agravamento de eventos hidrológicos críticos, assista ao vídeo e saiba mais.
Mudanças climáticas e recursos hídricos
Entenda os impactos das mudanças climáticas nos recursos hídricos.
$
%
18/08/2022 00:47
Página 15 de 50
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
20 min.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Água
35 min.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Quais são os usos dos recursos hídricos?
Todos
Módulo 1 - Video
Mudanças climáticas e recursos hídricos
Módulo 2 - Video
Política de saneamento básico do Brasil
Módulo 3 - Video
Recuperação de ecossistemas de água doce
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
%
& Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 '
Questão 1
18/08/2022 00:47
Página 16 de 50
Questão 1
O Brasil dispõe de muitos recursos naturais, sendo a água doce um importante deles. A Agência Nacional de
Águas (ANA) afirma que, no Brasil, as atividades ligadas à (ao) _____________ são responsáveis pelo
consumo do maior volume de água do país. Marque a alternativa que complete corretamente a frase.
A saneamento básico
B mineração
C abastecimento de água potável (urbano e rural)
D irrigação de áreas agrícolas
E atividades turísticas e lazer
Parabéns! A alternativa D está correta.
A irrigação agrícola é o uso consuntivo que mais
retira e consome água, com grande retorno ao meio
ambiente. Em seguida, vem o abastecimento de
água potável, que retira e consome menos que a
irrigação e tem retorno ao ambiente ainda maior.
Turismo e lazer são usos não consuntivos.
Questão 2
A falta de água potável no planeta é um problema grave e já vivenciado atualmente, imagine, nos próximos
anos, o quanto será drástica a redução de água doce disponível para cada pessoa. Nesse sentido, sabemos
como as atividades humanas interferem no ciclo da água, alterando
A a quantidade total, mas não a qualidade da água disponível na Terra.
18/08/2022 00:47
Página 17 de 50
A
B a qualidade da água e sua quantidade disponível para o consumo das populações.
C a qualidade da água disponível, apenas nos aquíferos subterrâneos.
D apenas a disponibilidade de água superficial existente nos ecossistemas de água doce.
E o regime de chuvas, mas não a quantidade de água disponível no planeta.
Parabéns! A alternativa B está correta.
As atividades humanas alteram a quantidade da
água por meio da grande utilização desse recurso,
além de desmatamentos, compactação e
impermeabilização do solo, que dificultam a
infiltração de água, havendo uma redução de
volume nos cursos d’água. A qualidade da água é
afetada pelos esgotos que são lançados nos cursos
d’água sem o devido tratamento, provocando a
poluição hídrica.
(((((
18/08/2022 00:47
Página 18 de 50
2 - A situação das águas no Brasil
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever a eutrofização artificial e a situação das
águas no Brasil.
Eutrofização e sua classificação
Eutrofização
A eutrofização é o aumento da concentração de nutrientes, especialmente fósforo e nitrogênio, nos
ecossistemas aquáticos, resultando no aumento de suas produtividades (ESTEVES, 2011).
Esse consequente aumento de produtividade se configura por meio do crescimento
excessivo de macrófitas e algas planctônicas (que se movem livremente com a
água) e aderidas (algas microscópicas bentônicas), a níveis tais que são
considerados causadores de interferências dos usos desejáveis e possíveis dos
corpos d’água.
Embora a eutrofização também possa ocorrer em rios, tal processo acontece principalmente em lagos e
represas, pois as características desses mananciais contribuem para o processo de eutrofização, em
18/08/2022 00:47
Página 19 de 50
represas, pois as características desses mananciais contribuem para o processo de eutrofização, em
contrapartida às condições ambientais dos rios serem mais desfavoráveis para o crescimento de algas e
outras plantas, como turbidez elevada e altas velocidades/vazões.
Observe o esquema que mostra a possível sequência da evolução do processo de eutrofização em um
corpo d’água, como lago ou represa. Perceba como o nível de eutrofização está usualmente associado ao
uso e à ocupação do solo predominante na bacia hidrográfica. Todavia, a eutrofização também pode ocorrer
de forma natural, não somente causada pelo homem.
Evolução do processo de eutrofização em lago ou represa.
Evolução do processo de eutrofização em lago ou represa.
Evolução do processo de eutrofização em lago ou represa.
Em resumo, o mau uso e a má ocupação do solo prejudicam o uso dos recursos hídricos e assim
sucessivamente. Por exemplo, o uso da água para produção de energia hidrelétrica pode afetar sua
18/08/2022 00:47
Página 20 de 50
sucessivamente. Por exemplo, o uso da água para produção de energia hidrelétrica pode afetar sua
qualidade e mesmo após o tratamento dessa água, toxinas podem ser persistentes e levar a efeitos
crônicos na saúde e no meio ambiente.
Dependendo da capacidade de assimilação do corpo d’água, a produtividade poderá atingir altos valores,
causando outros efeitos indesejáveis da eutrofização, entre eles:
Maus odores.
Mortandade de peixes.
Alterações na qualidade e/ou quantidade de peixes comercializados.
Mudanças na biodiversidade aquática de forma geral.
Reduçãoda capacidade de navegação e transporte.
Contaminação da água destinada ao abastecimento público.
Em um período de elevada insolação (energia luminosa para a fotossíntese) e elevada concentração de
nutrientes (como os vindos do esgoto, por exemplo), pode haver excessiva reprodução de algas (floração ou
boom de algas), constituindo um biofilme verde superficial, como um caldo verde. Confira:
Eutrofização em lago.
Essa camada superficial impede a penetração da luz nas camadas inferiores do corpo d’água, e junto com a
baixa oxigenação da água, causa a morte de organismos aquáticos. Em uma segunda fase, com a morte
das algas que provocaram a floração, os decompositores começam a agir, consumindo a matéria orgânica e
o oxigênio dissolvido na água, agravando o processo de desoxigenação da água. Já no fundo do corpo
d’água, pela ausência de luz e oxigênio reduzido, irá predominar a atividade anaeróbia das bactérias e
produção de compostos, como o gás sulfídrico, por exemplo. A mortandade dos organismos aquáticos e a
atividade dos decompositores causa alguns dos efeitos citados, como maus odores e toxicidade.
E como dimensionar o impacto para agir nestes casos de eutrofização?
Resposta
Sabemos que é melhor prevenir do que remediar! Assim, fazer um bom uso dos recursos hídricos e uma boa
18/08/2022 00:47
Página 21 de 50
Sabemos que é melhor prevenir do que remediar! Assim, fazer um bom uso dos recursos hídricos e uma boa
ocupação do solo a partir de uma eficiente gestão e do ordenamento do território é fundamental.
Classificação da eutrofização
De acordo a ANA, há o Índice do Estado Trófico (IET), o qual é calculado a partir dos valores de fósforo (P) e
deve ser entendido como uma medida do potencial de eutrofização, já que esse nutriente atua como o
principal agente causador do processo. O IET tem por finalidade classificar corpos d’água em diferentes
graus de trofia, ou seja, avalia a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seus efeitos
relacionados ao aumento da produtividade aquática.
A partir desses graus de trofia, podemos adotar medidas preventivas e/ou
corretivas para não impactar o uso adequado do recurso hídrico ou para
interromper o uso e não causar outros impactos ambientais e na saúde das
pessoas.
São várias as estratégias de controle possíveis, como as medidas preventivas para a gestão do uso e
ocupação do solo nas bacias hidrográficas, sendo a principal delas a redução das fontes externas de
nutrientes. Além disso, existem as medidas corretivas (atuação direta em lago ou represa), que veremos
adiante. Para finalizar, vamos entender os usuais níveis de trofia descritos na literatura:
Oligotróficos
São os lagos claros e com baixa produtividade.
Mesotróficos
São os lagos com produtividade intermediária.
Eutróficos
São os lagos com elevada produtividade, comparada ao nível natural básico.
Enquadramento dos corpos hídricos em classes de
18/08/2022 00:47
Página 22 de 50
Enquadramento dos corpos hídricos em classes de
qualidade
Enquadramento dos corpos hídricos
O enquadramento em classes de qualidade segundo seus usos preponderantes, como um instrumento de
gestão dos corpos hídricos, objetiva garantir a qualidade das águas compatível com os usos mais exigentes
a que forem destinadas, bem como diminuir os custos de combate à poluição com ações preventivas
permanentes.De acordo com a ANA, os vários usos da água possuem diferentes requisitos de qualidade.
Para se preservar as comunidades aquáticas é necessária uma água com certo
nível de oxigênio dissolvido, temperatura, pH, nutrientes, entre outros.
No extremo oposto, para a navegação, os requisitos de qualidade da água são bem menores, devendo estar
ausentes os materiais flutuantes e os materiais sedimentáveis, os quais podem causar assoreamento do
corpo d’água.
Assim, as águas com maior qualidade permitem a existência de usos mais exigentes, enquanto águas com
pior qualidade permitem apenas os usos menos exigentes. Confira:
Classes de enquadramento e respectivos usos e qualidade da água.
O enquadramento estabelece as classes de qualidade (ou classes de enquadramento) para as águas doces,
salobras e salinas, conforme a Resolução Conama nº 357/2005 alterada pelas resoluções Conama nº
18/08/2022 00:47
Página 23 de 50
salobras e salinas, conforme a Resolução Conama nº 357/2005 alterada pelas resoluções Conama nº
393/2007, nº 397/2008, nº 410/2009 e nº 430/2011, além da Resolução Conama nº 396/2008
(classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas).
Resolução Conama nº 357/2005
Classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece
as condições e padrões de lançamento de efluentes.
Observe as classes de enquadramento e os usos respectivos para as águas doces, salobras e salinas,
informação disponibilizada pela ANA, que resumem o que a norma preconiza.
Classes de enquadramento e usos das águas doces.
Classes de enquadramento e usos das águas salobras.
18/08/2022 00:47
Página 24 de 50
Classes de enquadramento e usos das águas salinas.
Destaca-se que a classe 4 só se aplica as águas doces, o processo de enquadramento deve ser revisado
periodicamente e é específico para cada corpo hídrico. Isso envolve, inclusive, a participação da sociedade.
Sobre este assunto, assim dispõe o Conama:
Art. 42 - Enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as águas
doces serão consideradas classe 2, as salinas e salobras classe 1, exceto se as
condições de qualidade atuais forem melhores, o que determinará a aplicação
da classe mais rigorosa correspondente.
(Resolução CONAMA Nº 357/2005)
Observe o que determina o Conselho Nacional de Recursos Hídricos:
Art. 15: [...] deverão ser considerados, nos corpos de água superficiais ainda
não enquadrados, os padrões de qualidade da classe correspondente aos usos
preponderantes mais restritivos existentes no respectivo corpo de água. [...]
§2º Até que a autoridade outorgante tenha as informações necessárias poderá
ser adotada, para as águas doces superficiais, a classe 2.
(Resolução CNRH Nº 91/2008)
Águas no Brasil
Situação das águas no Brasil
18/08/2022 00:47
Página 25 de 50
Situação das águas no Brasil
Nos portais do governo e de instituições técnicas como Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ANA e órgãos ambientais estaduais, encontramos muitas
publicações que exemplificam a situação das águas no Brasil, a partir de várias perspectivas.
Exemplo
O Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT) da Fiocruz, em parceria
com a Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental (CGVAM) da Secretaria de Vigilância em Saúde
(SVS), do Ministério da Saúde, desenvolveu a aplicação do Atlas Água Brasil, um sistema digital de
visualização e análise de indicadores sobre qualidade da água, saneamento e saúde. Esse atlas mostra a
situação da água usada para consumo humano no país, estimulando o debate sobre a qualidade e cobertura
dos serviços de saneamento básico e saúde.
Já o Atlas Água, mais voltado à segurança hídrica, traz o diagnóstico e o planejamento do abastecimento de
água dos 5.570 municípios do país, como resultado de um trabalho em parceria, desenvolvido sob a
coordenação da ANA, que envolveu os prestadores de serviço de saneamento, o Ministério do
Desenvolvimento Regional e diversas instituições federais, estaduais, municipais e privadas de todo o Brasil.
Para entendermos a situação ou o estado das águas no Brasil, precisamos fazer um
trabalho de diagnóstico, que é a metodologia de base dos documentos citados. São
vários os tipos de diagnósticos, como para identificação dos usos preponderantes,
da qualidade da água, das fontes de poluição etc.
Este conteúdo não poderá se alongar em cada tipo de diagnóstico e configuração de cada perspectiva para
demonstrar na integralidade a situação das águas no Brasil, mas dentro do diagnóstico de classese usos
para abastecimento de consumo humano, em cada cidade de determinada bacia hidrográfica, devem ser
identificados:
Tipo de captação "
18/08/2022 00:47
Página 26 de 50
Superficial, que inclui os rios, lagos e canais.
Subterrânea, que inclui os lençóis subterrâneos.
Simplificado, que consiste na adição de cloro e flúor na água. É conhecido como fluoretação.
Convencional, que é composto pelas etapas de coagulação e floculação, decantação, filtração,
desinfecção (cloração), e fluoretação.
Avançado, que engloba técnicas como clarificador de contato, pré-oxidação, flotação,
centrifugação e membranas filtrantes, para remoção e/ou inativação de constituintes outros na
água, que não podem ser tratados com técnicas convencionais.
Essas informações podem ser obtidas, por exemplo, na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB)
elaborada pelo IBGE. E nesse caso, as áreas de mananciais devem ter uma atenção especial!
De forma resumida, em um panorama, as cidades podem ser abastecidas por sistemas isolados (que
atendem apenas a um município) ou por sistemas integrados (que atendem mais de um) - ou por ambos
(isolado + integrado). Os integrados são preponderantes em regiões de maior concentração populacional
(como as regiões metropolitanas) e no Semiárido, servindo 17% das sedes e 48% da população urbana
(ANA, 2021). Veja a seguir.
Tipos de sistemas.
Tipo de captação "
Tipo de tratamento da água "
18/08/2022 00:47
Página 27 de 50
Sistema Isolado.
Sistema integrado.
Mesmo o abastecimento urbano sendo o segundo maior uso da água no país (o primeiro é a irrigação),
vamos trabalhar aqui na situação brasileira desse uso de recursos hídricos.
O abastecimento urbano respondeu por 24,3% da água retirada dos ecossistemas aquáticos em 2019, e
ocorreu de forma concentrada no território, acarretando crescente pressão sobre os sistemas produtores de
água.
Atenção!
As redes de abastecimento urbanas suprem 92,9% da população das cidades, sendo que o índice de perdas,
junto da parcela de água não contabilizada, aproxima-se de 40%. A maior parte das sedes urbanas recebe
água de mananciais superficiais (cerca de 57%), e isso se reflete de forma mais acentuada em termos de
população atendida, sendo 84% da população urbana brasileira abastecida por esse tipo de manancial. Isso
se deve ao fato de que os grandes centros populacionais são atendidos por mananciais superficiais, como é
o caso dos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza e Porto Alegre (ANA, 2020).
Ainda de acordo com a ANA (2020), a região Norte tem cidades abastecidas por mananciais subterrâneos
(cerca de 61%), quadro que se inverte quando se considera que cerca de 31% da população urbana é suprida
18/08/2022 00:47
Página 28 de 50
(cerca de 61%), quadro que se inverte quando se considera que cerca de 31% da população urbana é suprida
por mananciais subterrâneos. O mesmo acontece com a região Sul do Brasil: 55% das sedes são atendidas
por manancial subterrâneo, mas isto equivale a 14% da população.
Já as regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste seguem o mesmo padrão apontado para o país e
apresentam, respectivamente, 65%, 62% e 59% das sedes urbanas abastecidas com manancial
preponderantemente superficial, o que em termos de população urbana resultam em 79%, 89% e 84%,
respectivamente. Observe no mapa o diagnóstico mais recente da qualidade da água no Brasil e seus
índices de qualidade da água (IQA).
Nas cidades, boa parte da contaminação das águas revelada pelo IQA tem origem em fontes contínuas de
poluição. Valores de IQA dentro da faixa de qualidade “boa” predominam pelos pontos de monitoramento no
interior do país, onde as fontes de poluição tendem a ser mais difusas e eventuais.
Geralmente, as principais fontes de poluição dos ecossistemas aquáticos são
esgotos domésticos, atividades industriais, agricultura e mineração.
Os processos de licenciamento ambiental e o cadastro de outorgas são as principais fontes de informação
sobre as fontes poluidoras, devendo ser identificadas as tipologias industriais que causam maior impacto
sobre os corpos d’água.
O lançamento de efluentes nos corpos d’água, predominantemente de esgotos domésticos sem tratamento,
é outro impacto a ser considerado por indisponibilizar o uso da água, devido à poluição hídrica, agravando o
quadro de criticidade em termos de balanço hídrico.
Saiba mais
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) para 2019, 61,9% da
população urbana do país tinha acesso à rede coletora de esgotos, sendo que 54,1% do volume total
coletado recebia tratamento.
Em 2020, foi publicada a revisão do levantamento das estações de tratamento de esgotos (ETEs)
municipais e a atualização dos índices de esgotamento sanitário municipais. Trata-se de um esforço
18/08/2022 00:47
Página 29 de 50
municipais e a atualização dos índices de esgotamento sanitário municipais. Trata-se de um esforço
contínuo para manter atualizadas e sistematizadas as informações sobre os processos de tratamento
existentes, necessárias ao planejamento das políticas públicas do setor e, principalmente, para orientar as
ações de melhoria e preservação da qualidade da água dos corpos hídricos receptores dos efluentes
sanitários urbanos. Os registros atuais correspondem a 3.668 ETEs, localizadas em 2.007 municípios do
país (ANA, 2020).
Veja um exemplo! Uma região do Brasil em que podemos observar de tudo um pouco já discutido até aqui é
o Semiárido nordestino. Essa região é caracterizada por longos períodos de secas e rios intermitentes, que
passam a maior parte do ano sem água. Os açudes são utilizados para armazenar a água para os períodos
de seca, constituindo, portanto, os principais mananciais para a região.
Em função da escassez de alternativas para o abastecimento de água, esses açudes muitas vezes
concentram intensa atividade em seu entorno, incluindo a agropecuária. E um modelo de ocupação bastante
comum no interior do Nordeste é ilustrada pelo açude Pacajus, no Ceará. Tal ocupação intensa ao redor dos
açudes exige uma gestão da água integrada com a gestão ambiental e o manejo adequado do solo, com
boas práticas agrícolas, bem como uma atenção especial em relação ao lançamento de cargas poluentes na
água (ANA, 2020).
Saiba mais
Em julho de 2020 foi sancionado o Novo Marco de Saneamento Básico no Brasil, Lei Ordinária nº
14.026/2020, passando a ANA a se chamar “Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico”, conferindo
uma nova atribuição regulatória: editar normas de referência contendo diretrizes para a regulação dos
serviços públicos de saneamento básico no Brasil.
Então, vamos conhecer um pouco mais sobre a política de saneamento básico do Brasil? Confira no vídeo!
$
18/08/2022 00:47
Página 30 de 50
Política de saneamento básico do Brasil
Veja as leis que disciplinam as questões ambientais mais drásticas do meio ambiente urbano, como
saneamento básico, seus princípios e aspectos.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
20 min.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Eutrofização
20 min.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Enquadramento dos corpos hídricos
$
%
18/08/2022 00:47
Página 31 de 50
Todos
Módulo 1 - Video
Mudanças climáticas e recursos hídricos
Módulo 2 - Video
Política de saneamento básico do Brasil
Módulo 3 - Video
Recuperação de ecossistemas de água doce
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
& Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 '
Questão 1
A eutrofização é um processo desencadeado pelo excesso de nutrientes nas águas. Esse excesso de
nutrientes causa as chamadas florações, que podem ser definidas como um aumento exagerado de
A bactérias.
18/08/2022 00:47
Página 32 de 50
A
B fungos.
C algas.
D zooplâncton.
E animais.
Parabéns! A alternativa C está correta.
O termo florações designa o aumento exagerado de
algas em determinada área. Por mais que algumasbactérias possam se aproveitar do ambiente
eutrofizado, as florações, aquele aspecto de caldo
verde na água, é específico e característico do
boom de algas, que causa desequilíbrio no
funcionamento do ecossistema aquático.
Questão 2
(2011 - FUNIVERSA - SEPLAG-DF - Auditor Fiscal de Atividades Urbanas - Controle Ambiental) A boa gestão
dos recursos hídricos é fundamental para a sustentabilidade do Distrito Federal. Nesse aspecto, o
enquadramento dos corpos de água deve estar baseado não necessariamente no seu estado atual, mas nos
níveis de qualidade que deveriam possuir para atender às necessidades da comunidade. A Resolução
Conama nº 357/2005 estabelece a classificação e as diretrizes ambientais para o enquadramento dos
corpos de água superficiais. Com fundamento nisso, assinale a alternativa correta com relação ao
enquadramento das águas doces.
A
Classe especial: águas destinadas ao abastecimento para consumo humano, com
18/08/2022 00:47
Página 33 de 50
A
desinfecção.
B
Classe 1: águas que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano,
após tratamento convencional.
C
Classe 2: águas que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano,
após tratamento simplificado.
D Classe 3: águas que podem ser destinadas à navegação.
E Classe 4: águas que podem ser destinadas à pesca amadora.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Nas alternativas b e c estão invertidas as classes, a
navegação é permitida em todas as classes e a
pesca não entra na classe 4, já na classe 1 sim, é
permitido o abastecimento humano após
desinfecção.
(((((
18/08/2022 00:47
Página 34 de 50
3 - Recuperação de ecossistemas aquáticos
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as técnicas de recuperação de
ecossistemas aquáticos.
Impactos nos ecossistemas aquáticos
Atividades humanas e os impactos nos ecossistemas
aquáticos
Ações para a conservação, a recuperação e a mitigação de impactos decorrentes dos maus usos dos
recursos hídricos tornam-se primordiais para a sustentabilidade da Terra.
Para agir de forma assertiva na recuperação dos ecossistemas aquáticos, devemos conhecer ou definir os
principais impactos ambientais atrelados a esses ambientes influenciados pelas atividades humanas de
forma direta (ambiente aquático) e indireta (uso e ocupação do solo em torno do ecossistema aquático).
Vamos definir alguns dos principais impactos!
Desmatamento "
18/08/2022 00:47
Página 35 de 50
Perda da área de proteção (zona de amortecimento) entre o ambiente aquático e o continente. O
desmatamento ocasiona a perda da biodiversidade, de hábitats e o aumento da entrada de
sedimentos em rios, lagos e lagoas, por exemplo. Além disso, possibilita maior entrada de resíduos e
contaminantes. Nas zonas marinhas, as faixas de mangue e restinga têm função similar de proteção
da costa.
Sem a devida gestão pode causar sérios danos de contaminação, produzindo alterações físicas e
químicas na área e em seu entorno. Como um exemplo, vale citar a extração de ouro, que pode
ocasionar acúmulo de mercúrio no ambiente aquático.
Sem planejamento e compensação, podem levar à perda de áreas alagadas, redução de vegetação
nativa e a alterações nos ambientes aquáticos.
Esse tipo de ação afeta diretamente o ecossistema aquático ao se despejar resíduos orgânicos e
inorgânicos, poluentes não tratados e materiais provenientes de atividades humanas nos
ecossistemas aquáticos.
Espécies exóticas não possuem predadores naturais no ecossistema em que foram introduzidas,
reproduzindo-se de forma acentuada, alterando toda uma cadeia alimentar e podendo levar à
extinção de espécies nativas.
Mineração "
Construções e obras civis de forma geral "
Despejo de material residual "
Introdução de espécies exóticas "
18/08/2022 00:47
Página 36 de 50
Existem muitas outras alterações nos ecossistemas aquáticos vindos de diversos tipos de atividades
antrópicas e usos de recursos hídricos que poderíamos descrever, como a eutrofização da qual já falamos.
Contudo, o foco é conhecer técnicas de recuperação de ecossistemas aquáticos, vamos a elas!
Recuperação e monitoramento de ecossistemas
aquáticos
Recuperação de ecossistemas aquáticos
A recuperação de lagos, represas, rios e áreas alagadas depende de um conjunto de ações integradas nas
áreas de entorno da bacia hidrográfica, o que envolve os componentes físicos, químicos e biológicos.
Para a recuperação de ecossistemas, aquático ou terrestre, temos duas etapas iniciais definidas:
Diagnóstico inicial
Envolve a análise do estágio de contaminação ou degradação existente.
Diagnóstico dos custos e perdas envolvidas
Envolve a avaliação das alternativas para a recuperação e custos de mitigação.
A modelagem ecológica, por exemplo, é uma das ferramentas mais importantes para o acompanhamento
das condições atuais, para prognóstico e definição de alternativas de medidas preventivas e corretivas.
Mas é o monitoramento o primeiro passo para avaliação e identificação da qualidade de um local. Somente
a partir dos dados de monitoramento é possível determinar o grau de controle e os recursos necessários
para mitigar os impactos no meio ambiente e na saúde humana.
São muitos os materiais e métodos de monitoramento da qualidade da água,
18/08/2022 00:47
Página 37 de 50
dependendo do tipo de ecossistema e dos usos relacionados a eles. Para corpos
hídricos superficiais, subterrâneos e mar, existem diferentes normas federais e
estaduais, que estabelecem os parâmetros a serem monitorados, a malha amostral,
a periodicidade de coleta, a metodologia de análise, a coleta e o tratamento dos
dados para os parâmetros escolhidos.
Além do monitoramento dos ecossistemas aquáticos, há também o monitoramento direto nas fontes de
contaminação, como saídas de tubulações de esgoto, estações de tratamento de efluentes (tanto
domésticos quanto industriais), operações de sistemas de drenagem pluviais, separadores de água e óleo
etc. Assim, consegue-se, algumas vezes, definir o nexo causal (causa e efeito) e estabelecer quem foi o
responsável pelo impacto ambiental no corpo hídrico.
Veja, de forma resumida, algumas peculiaridades de cada tipo de monitoramento.
Monitoramento da qualidade de água superficial
Os parâmetros de qualidade de água superficial monitorados são os previstos na Resolução Conama nº
357/2005, alterada pela Resolução Conama nº 430/2011.
Especificamente, para cada tipo de monitoramento, devem ser consideradas as características das
atividades e dos usos dos recursos hídricos envolvidos, e definidos os parâmetros a serem analisados em
laboratório e as respectivas metodologias, sempre de acordo com as normas Conama, além de normas
estaduais mais restritivas ou condicionantes de licenças e autos dos órgãos ambientais fiscalizadores
competentes.
Monitoramento de água subterrânea
O monitoramento da qualidade da água subterrânea tem seus parâmetros básicos definidos pela Resolução
Conama nº 420/2009 e 396/2008.
Atenção!
A Conama 420/2009 dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença
18/08/2022 00:47
Página 38 de 50
A Conama 420/2009 dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença
de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas
por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. Neste conteúdo, já percebemos o quanto o
uso do solo influencia na qualidade da água e que o equilíbrio ecológico depende muito do bom
funcionamento dos ciclos biogeoquímicos, como o ciclo da água e do carbono (solo), que são muito
importantes para a manutenção da vida no planeta.
Além das normas que definem os parâmetros de monitoramento, temos as normas técnicas, como as para
instalação e desenvolvimento de poços de monitoramento, que seguem determinações da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Monitoramento da qualidade da água e sedimento
marinho
O monitoramento no ambiente marinho é realizadode acordo com o tipo de atividade ou lançamento
existente, por exemplo, atividades de dragagem e lançamento de sedimentos em bota-fora marinho, muito
realizados em portos e terminais marítimos.
Esses monitoramentos são exigidos de forma prévia (medida preventiva) no licenciamento ambiental para
definição de circunstâncias e situação original dos ecossistemas aquáticos onde serão exercidas atividades
potencialmente poluidoras ou usos específicos dos recursos hídricos. Mas também são exigidos
monitoramentos como medida de controle da qualidade desses ambientes marinhos, para acompanhar
qualquer alteração que os comprometa e seus usos diversos.
Saiba mais
Para esse tipo de ecossistema aquático é utilizada como referência, por exemplo, o Valor Máximo Permitido
(VPM) para parâmetros laboratoriais pela Resolução Conama nº 357/2005 (Classe 1).
Para os sedimentos marinhos associados à água, nos quais interferências podem causar alterações no
ecossistema aquático como um todo, temos a Resolução Conama n° 454/2012, cujos limites legislativos
18/08/2022 00:47
Página 39 de 50
ecossistema aquático como um todo, temos a Resolução Conama n° 454/2012, cujos limites legislativos
são determinados para os devidos parâmetros sedimentares, como o arsênio, chumbo e outros.
Existem também várias normas da ABNT, como a NBR 16435/2015, que definem como as amostras devem
coletadas, conservadas e encaminhadas aos laboratórios para a análise das substâncias de interesse.
Os laboratórios devem possuir suas credenciais junto aos órgãos ambientais e acreditação no Inmetro dos
ensaios referentes às coletas de amostras, como estipulado na norma NBR ISO/IEC 17.025.
Técnicas de recuperação
As técnicas de recuperação de ecossistemas aquáticos variam de acordo com o tipo de ecossistema e os
graus de impactos, entre outras variáveis. De modo a facilitar o entendimento e limitar esse vasto universo
de ecossistemas e variáveis internas e externas, vamos destacar aqui os ambientes lacustres.
Comentário
A melhor opção é sempre não degradar os ecossistemas, e preservá-los e conservá-los em sua forma
original ou próximo disso. No entanto, como são muitos os usos dos recursos hídricos, a segunda melhor
opção seria, em vez de recuperar qualquer ambiente aquático, eliminar as fontes artificiais exógenas de
nutrientes.
No entanto, há variações naturais que formam ambientes eutrofizados e as ações já estudadas não seriam
suficientes para o retorno do ambiente eutrofizado a seu estado original equilibrado ecologicamente.
Nesses casos, entram as técnicas de recuperação.
A recuperação de ecossistemas aquáticos pode ser requerida e necessária por diversas razões, como:
Obtenção de água potável.
Transformação da paisagem degradada em área de lazer ou de contemplação da beleza cênica.
Fins comerciais de piscicultura e aquicultura.
Exigência administrativa ou legal, por meio de processos de licenciamento, por exemplo.
Qualquer tipo de recuperação ambiental é fundamental para a sustentabilidade e
manutenção dos organismos e ecossistemas.
Abordaremos a recuperação de ambientes lacustres eutrofizados de modo mais detalhado; para isso,
separamos os tipos de recuperação em três grandes métodos:
18/08/2022 00:47
Página 40 de 50
separamos os tipos de recuperação em três grandes métodos:
)
Métodos físicos
*
Métodos químicos
+
Métodos biológicos
Devemos nos lembrar de que antes de começarmos é preciso um diagnóstico, o qual ajudará no
direcionamento do melhor método a ser escolhido e empregado. Algumas vezes, será necessária a
combinação de mais de um método de recuperação para a completa reparação ou mitigação dos impactos
ambientais.
Métodos físicos
Retirada de água
Essa técnica se baseia na retirada de água do hipolímnio, sendo utilizadas mangueiras com uma
extremidade posicionada em cima do sedimento e a outra externa ao corpo hídrico. A saída da mangueira
18/08/2022 00:47
Página 41 de 50
extremidade posicionada em cima do sedimento e a outra externa ao corpo hídrico. A saída da mangueira
tem que estar em uma altura abaixo da superfície da água para que a água do fundo possa sair, havendo
renovação da água.
Hipolímnio
Estrato ou camada inferior profunda da coluna de água, situando-se abaixo do metalímnio/termoclina (zona
de transição entre a camada superficial e a camada profunda) e caracterizando-se por concentrar águas
estagnadas, por sinal, as que estão a temperaturas constantes mais baixas da coluna de água.
Alguns efeitos importantes desse método para recuperação de ecossistemas aquáticos eutrofizados são a
diminuição do fósforo e nitrogênio, a elevação das taxas de oxigênio no hipolímnio e novas condições
oxidativas na interface água-sedimento.
Sucção de sedimentos
Essa é uma técnica cara, mas que reduz de forma eficiente a chamada fertilização interna dos ambientes
lacustres, visto que o sedimento é o principal reservatório de nutrientes do ecossistema.
Aeração
A aeração pode ser realizada tanto por injeção de ar comprimido no hipolímnio, como por areação da coluna
d’água.
Retirada de macrófitas e de plâncton
Em decorrência do crescimento exagerado de comunidades de macrófitas e plâncton em ecossistemas
aquáticos eutrofizados, observa-se rápida redução do espelho d’água, de profundidade, de área de lazer e
18/08/2022 00:47
Página 42 de 50
aquáticos eutrofizados, observa-se rápida redução do espelho d’água, de profundidade, de área de lazer e
navegação.
A retirada da biomassa aérea e subterrânea das macrófitas é manual ou mecanizada e parte delas ainda
pode ser utilizada para artesanato. Já o plâncton é retirado com peneiras na fase de floração (caldo verde).
Esses foram alguns dos métodos físicos, agora vamos conhecer alguns dos métodos químicos de
recuperação de ecossistemas aquáticos lacustres eutrofizados.
Métodos químicos
Oxidação química de sedimentos
O sedimento é revolvido por injeção de ar comprimido e por produtos que irão oxidá-lo. Esse método pode
apresentar algumas desvantagens, como: produzir efeito contrário aos desejados, dependendo da
quantidade dos produtos injetados, e a reação com o sedimento, e mistura da massa d’água, podendo levar
os nutrientes para a coluna d’água e zona eufótica.
Floculação
A floculação de material suspenso na água pode se dar por pulverização da água com compostos de sulfato
ou sais, o que causa a precipitação direta dos compostos suspensos, inclusive das algas.
Uso de herbicidas
Os herbicidas são utilizados não só no controle de plantas terrestres, mas também no controle do
crescimento de algas. Certos compostos químicos de herbicidas são mais eficientes no controle de algas.
18/08/2022 00:47
Página 43 de 50
crescimento de algas. Certos compostos químicos de herbicidas são mais eficientes no controle de algas.
Alguns acabam sendo tóxicos para invertebrados e vertebrados aquáticos, assim, a escolha do melhor
herbicida deve considerar a ecologia do ecossistema como um todo, visando não ocasionar mais
problemas. Os métodos químicos apresentam essa questão: ou são um bom remédio ou um veneno,
portanto, o estudo da dosagem é fundamental.
Conhecemos alguns dos métodos químicos. Agora vamos abordar os métodos biológicos de recuperação
de ecossistemas aquáticos.
Métodos biológicos
Para o controle de algas e macrófitas pode ser empregada a introdução de herbívoros e patógenos. Alguns
zooplânctons, moluscos e peixes, como as carpas ou tilápias, são utilizados como agentes do método
biológico.
Certos herbívoros podem atuar como predadores das algas e macrófitas ou revolvendo o sedimento, o que
aumenta a turbidez da água e reduz a penetração de luz, dificultando o crescimento daquelas que estão
submersas.
Carpa.
Devemos ter em mente, assim como nos métodos anteriores, que os efeitos indesejados podem ocorrer,
como a liberação de nutrientes pelo revolvimento do sedimento, além de algumas espécies de herbívoros
18/08/2022 00:47
Página 44 de 50
como a liberação de nutrientes pelo revolvimento do sedimento,além de algumas espécies de herbívoros
introduzidas poderem atuar como competidores da fauna nativa.
São inúmeras as técnicas de recuperação em que se pode utilizar um tipo de método ou a combinação de
dois ou todos eles, dependendo do tipo de impacto e ecossistema aquático.
A seguir, vamos assistir a um vídeo que ilustra um caso emblemático de recuperação de ecossistema de
água doce e entender na prática um pouco do que foi estudado.
Recuperação de ecossistemas de água doce
Veja a recuperação de ecossistemas de água doce e um exemplo prático de um lago do Brasil.
$
%
18/08/2022 00:47
Página 45 de 50
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
20 min.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Atividades humanas e os impactos nos ecossistemas aquáticos
20 min.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Recuperação de ecossistemas aquáticos
Todos
Módulo 1 - Video
Mudanças climáticas e recursos hídricos
Módulo 2 - Video
Política de saneamento básico do Brasil
Módulo 3 - Video
Recuperação de ecossistemas de água doce
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
%
& Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 '
Questão 1
18/08/2022 00:47
Página 46 de 50
Questão 1
O monitoramento dos ecossistemas aquáticos é o primeiro passo para avaliação e identificação do estado
de um local acerca da sua qualidade. Assim, somente a partir dos dados de monitoramento é possível
determinar o grau de controle e os recursos necessários para mitigar os impactos no meio ambiente e na
saúde humana. Com base nos tipos de monitoramento das águas, qual seria o monitoramento que tem seus
parâmetros básicos definidos pelas Resoluções Conama nº 420/2009 e 396/2008?
A Monitoramento da qualidade da água superficial.
B Monitoramento da qualidade da água e sedimentos marinhos.
C Monitoramento da qualidade da água subterrânea.
D Monitoramento ecológico.
E Monitoramento da ETE.
Parabéns! A alternativa C está correta.
O monitoramento da qualidade da água subterrânea
tem seus parâmetros básicos definidos pela
Resolução Conama nº 420/2009 e 396/2008. A
qualidade da água superficial é regida pelas
resoluções Conama nº 357/2005 e nº 430/2011. Já
a qualidade de sedimentos marinhos pela
resoluções Conama nº 454/2012 e nº 357/2005.
Questão 2
Quando pensamos em recuperação de ambientes lacustres eutrofizados de forma individualizada, temos
em mente três métodos básicos. Mas sabemos que primeiro é preciso um diagnóstico para escolher o
método mais adequado, em função dos resultados obtidos. Em muitos casos, torna-se necessária a
combinação de mais de um método de recuperação para que o lago seja deseutrofizado. Nesse sentido,
qual das opções a seguir seria a classificação do método de retirada de macrófitas aquáticas?
18/08/2022 00:47
Página 47 de 50
Considerações finais
A Métodos químicos.
B Métodos físicos.
C Métodos biológicos.
D Métodos analíticos.
E Métodos quantitativos.
Parabéns! A alternativa A está correta.
A retirada de macrófitas aquáticas é manual ou
com uso de equipamentos, portanto, um método
físico. Seria químico com a introdução de produtos
químicos para reações no ambiente, e biológico
com o uso de seres vivos na recuperação.
(((((
18/08/2022 00:47
Página 48 de 50
Considerações finais
O que acabamos de estudar sobre recursos hídricos nos dá uma visão ampla e holística da importância,
situação, das formas de uso e da recuperação dos ecossistemas aquáticos.
A cada módulo, pudemos reconhecer a importância dos corpos aquáticos como recursos hídricos. Também
foi possível entender o que é a eutrofização e qual a situação das águas no Brasil. Por fim, conhecemos
algumas técnicas de recuperação de ecossistemas aquáticos.
O assunto abordado neste conteúdo é muito abrangente em vários aspectos e, por isso, é importante que
você se aprofunde nele. Explorar as normativas relacionadas ao tema, por exemplo, desde a Política
Nacional de Recursos Hídricos e a de Saneamento Básico, até as Resoluções Conama citadas é
recomendável para futuros profissionais de meio ambiente.
Podcast
Para encerrar, ouça um resumo com os principais tópicos deste conteúdo.
,
Referências
ANA, 2020. Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil 2020: informe anual. Brasília, DF: Agência Nacional
de Águas e Saneamento Básico, 2020.
ANA. Atlas águas: segurança hídrica do abastecimento urbano. Brasília, DF: Agência Nacional de Águas e
Saneamento Básico, 2021.
CONAMA. Resolução nº 357 de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de
18/08/2022 00:47
Página 49 de 50
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de
lançamento de efluentes, e dá outras providências. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2005.
CNRH. Resolução nº 91 de 05 de novembro de 2008. Dispõe sobre procedimentos gerais para o
enquadramento dos corpos de água superficiais e subterrâneos. Brasília, DF: Ministério do Desenvolvimento
Regional, 2008.
ESTEVES, F. A. Fundamentos de Limnologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2011. 826p.
SOITO, J. Usos múltiplos da água. In: Boletim de Conjuntura do Setor Energético. Rio de Janeiro: FGV
Energia, Caderno Opinião, maio 2019.
VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Belo Horizonte: UFMG,
1996.
Explore +
Confira o que separamos especialmente para você!
Acesse o site da Agência Nacional das Águas (ANA) e busque o documento Conjuntura dos Recursos
Hídricos no Brasil (versão mais atual). Nele, você encontrará também links para assistir a animações sobre
o tema, além de infográficos animados.
Acesse a Lei nº 9433/97, o Plano Nacional de Segurança Hídrica e as resoluções Conama nº 393/2007; nº
396/2008; nº 397/2008; nº 410/2009; nº 420/2009; nº 430/2011 e nº 454/2012 para aumentar seus
conhecimentos legais sobre o assunto.
- Baixar conteúdo
18/08/2022 00:47
Página 50 de 50

Outros materiais