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História da Moda_Módulo 01

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AN02FREV001/REV 4.0 
1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
CURSO DE 
HISTÓRIA DA MODA 
Aluno: 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
HISTÓRIA DA MODA 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 3 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ARTE E DA INDUMENTÁRIA 
1.1 ORIGENS DA ARTE 
1.2 ORIGENS DA INDUMENTÁRIA 
2 INDUMENTÁRIA: DAS ORIGENS À QUEDA DO IMPÉRIO BIZANTINO 
2.1 PRÉ-HISTÓRIA 
2.1.1 Contexto histórico e artístico da Pré-História (Paleolítico, Mesolítico e 
Neolítico) 
2.1.2 Características da indumentária 
2.2 MESOPOTÂMIA 
2.2.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural da Suméria, Assíria e Babilônia 
2.2.2 Características da indumentária 
2.2.2.1 Características da indumentária dos sumérios 
2.2.2.2 Características da indumentária dos assírios 
2.2.2.3 Características da indumentária dos babilônios 
2.3 EGITO 
2.3.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural 
2.3.2 Características da indumentária 
2.4 CRETA E ETRÚRIA 
2.4.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural de Creta 
2.4.2 Contexto histórico, artístico e sociocultural da Etrúria 
2.4.3 Características da indumentária dos cretenses 
2.4.4 Características da indumentária dos etruscos 
2.5 GRÉCIA E ROMA 
2.5.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural da Grécia 
2.5.2 Contexto histórico, artístico e sociocultural de Roma 
2.5.3 Características da indumentária dos gregos 
2.5.4 Características da indumentária dos romanos 
2.6 BIZÂNCIO 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 4 
2.6.1 Contexto histórico, artístico e social do Império Bizantino como síntese das 
culturas greco-latina e oriental 
2.6.2 Características da indumentária 
2.6.2.1 Indumentária imperial 
 
MÓDULO II 
3 INDUMENTÁRIA: DA IDADE MÉDIA ATÉ O SÉCULO XIX 
3.1 IDADE MÉDIA (SÉCULOS V A XV) 
3.1.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural do período 
3.1.1.1 Início da Idade Média (séculos V a X) 
3.1.1.2 Baixa Idade Média (séculos XI a XIII) 
3.1.1.3 Alta Idade Média (séculos XIV e XV) 
3.1.2 Características da indumentária 
3.1.2.1 Indumentária no Início da Idade Média 
3.1.2.2 Indumentária na Alta Idade Média 
3.1.2.3 Indumentária da Baixa Idade Média 
3.1.2.4 Cabelos 
3.2 RENASCENÇA (SÉCULO XVI) 
3.2.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural do período 
3.2.2 Características da indumentária 
3.2.2.1 A influência espanhola 
3.2.2.2 A influência da Reforma Religiosa no norte da Europa 
3.3 BARROCO (SÉCULO XVII) 
3.3.1 O significado do termo barroco 
3.3.2 Contexto histórico, artístico e sociocultural do período 
3.3.3 Características da indumentária 
3.4 ROCOCÓ (SÉC. XVIII) 
3.4.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural do período 
3.4.2 Características da indumentária 
3.5 NEOCLÁSSICO E ROMANTISMO (1800-1900) 
3.5.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural do período Neoclássico 
3.5.1.1 Características da indumentária do neoclassicismo 
3.5.2 Contexto histórico, artístico e sociocultural do período do Romantismo 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 5 
3.5.2.1 Características da indumentária do Romantismo 
3.6 A BELA ÉPOCA (1890-1914) 
3.6.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural do período 
3.6.2 Características da indumentária 
 
MÓDULO III 
4 INDUMENTÁRIA: DO SÉCULO XX AOS ANOS 2000 
4.1 1910 
4.1.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural da década 
4.1.2 Características da indumentária 
4.2 1920 
4.2.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural da década 
4.2.2 Características da indumentária 
4.3 1930 
4.3.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural da década 
4.3.2 Características da indumentária 
4.4 1940 
4.4.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural da década 
4.4.2 Características da indumentária 
4.5 1950 
4.5.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural da década 
4.5.2 Características da indumentária 
4.6 1960 
4.6.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural da década 
4.6.2 Características da indumentária 
4.7 1970 
4.7.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural da década 
4.7.2 Características da indumentária 
4.7.3 Contexto histórico, artístico e sociocultural da década 
4.7.4 Características da indumentária 
4.8 1980 
4.8.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural da década 
4.8.2 Características da indumentária 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 6 
4.9 1990 
4.9.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural da década 
4.9.2 Características da indumentária 
4.10 2000 
4.10.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural da década 
4.10.2 Características da indumentária 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 7 
 
MÓDULO I 
 
 
1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ARTE E DA INDUMENTÁRIA 
 
 
1.1 ORIGENS DA ARTE 
 
 
A palavra arte deriva do latim “ars” ou “artis” e expressa a busca do belo. 
Durante diversos períodos da história, o ser humano buscou aproximar-se da 
perfeição, da natureza, do divino, por meio da unidade, da integridade e da harmonia 
nas composições artísticas. Em determinadas épocas a arte expressou o inteligível 
no sensível e noutras estimulava a sensibilidade e a imaginação. A origem da arte 
está associada ao trabalho, atividade característica do homem, que interfere e 
transforma a natureza. O homem evoluiu porque foi capaz de antecipar, prever, 
planejar e comandar o processo de trabalho, criando ferramentas e ampliando o uso 
natural das suas mãos, iniciadoras da humanização, da existência consciente, 
essenciais para o desenvolvimento da cultura e da arte. 
 
 
1.2 ORIGENS DA INDUMENTÁRIA 
 
 
A origem da indumentária está também na origem da arte. A indumentária 
surgiu quando o homem dominou e modificou os recursos naturais, utilizando 
instrumentos para construir a roupa apropriada às suas necessidades. A indumentária 
ultrapassou a função de proteção e ganhou significado mágico ao revestir o corpo 
com ornamentos, acessórios, adornos, pintura corporal ou escarificação1. 
1 Adornar o corpo com desenhos, imagens ou palavras ao coçar, gravar, queimar, marcar ou cortar 
supeficialmente a pele, criando cicatrizes decorativas no corpo. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 8 
De acordo com Boucher (1987), a história da indumentária pode ser dividida 
em três grandes fases: 
• da Antiguidade ao século XIV – peças longas, soltas e drapeadas, com 
variações que refletiam funções religiosas e mágicas; 
• do século XIV ao século XIX – peças curtas e ajustadas, definidas de 
acordo com o gênero, com variações mais evidentes entre as nações; 
• meados do século XIX à atualidade – a industrialização e a produção em 
massa, a internacionalização da indumentária e o surgimento da alta-
costura, como forma de diferenciação e preservação de uma indumentária 
mais personalizada. 
 
 
2 INDUMENTÁRIA: DAS ORIGENS À QUEDA DO IMPÉRIO BIZANTINO 
 
 
2.1 PRÉ-HISTÓRIA 
 
 
2.1.1 Contexto histórico e artístico da Pré-História (Paleolítico, Mesolítico e 
Neolítico) 
 
 
Conforme a seguir: 
• 4 milhões de anos (Australopithecus); 
• Paleolítico Inferior (período da Pedra Lascada) – 2,5 milhões de anos 
(Homo habilis); 1,5 milhão de anos (Homo erectus). O homem era nômade e 
coletor, vivia em grupos e em cavernas (decoradas com desenhos de 
animais e mãos em negativo). Paleolítico Médio – 160 a 40 mil anos a.C. 
(Homo sapiens/Neanderthalensis). Primeiras crenças religiosas. Técnica 
levalloisiana2. Paleolítico superior – 40 a 8 mil anos a.C. (Homosapiens). 
Descoberta do fogo e povoação das Américas. Utensílios feitos de ossos de 
animais, chifres e marfim. Casas semissubterrâneas. 
2 A pedra de sílex é lascada com golpes direcionados criando instrumentos precisos e eficientes. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 9 
• Mesolítico (Período de Transição) – 8 a 3 mil anos a.C.: adaptação às 
novas condições climáticas; ferramentas em pedra com cabos; barcos e 
domesticação do cão. 
• Neolítico (Idade da Pedra Polida) – 3 mil a mil anos a.C. Homem 
sedentário, produtor e organizado em grupos sociais. Habitações: Nuragues, 
Dolmens ou Castros (Península Ibérica), casas de madeira ou barro secado 
ao sol. A simplificação da representação artística dará origem à escrita 
pictográfica. 
 
 
2.1.2 Características da indumentária 
 
 
Os povos das regiões temperadas tinham maior necessidade de adornar o 
corpo, indicando a faixa etária, o gênero, a posição social, etc. Nas regiões mais 
frias, predominava o uso de peles de animal, preparadas por raspadores ou buris 
feitos de sílex, facas para cortar o couro, além do uso de argila e sal. As peças eram 
costuradas por agulhas de ossos, marfim ou chifres, usando ligamentos animais 
(tendões de renas), ou pelos de crina e cauda de cavalos. Durante o Paleolítico as 
vestimentas eram confeccionadas a partir das peles de animais, usadas na sua 
forma natural e mais tarde, quando modeladas, aproveitava-se partes dos animais 
para criar uma alça (ex.: patas). Animais de grande porte serviam como alimento, 
instrumentos, utensílios e adornos (ossos) e como proteção do corpo ou da 
habitação (o couro e a pele). O fogo era usado também para a preparação da pele e 
do couro. O adorno ou diferenciação social era feito por meio das deformações 
corporais ou pela utilização de materiais estranhos ao corpo (pintura, tatuagens, 
acessórios, etc). 
No período Mesolítico o homem inventou o trenó (conduzido por cães 
domesticados) para regiões mais frias e sapatos adaptados para neve. A descoberta 
de novos moluscos, proporcionada pelo aprimoramento das técnicas de pesca, 
possibilitou um novo tipo de alimentação e também o tingimento rudimentar do couro 
curtido. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 10 
No período Neolítico ocorreu o desenvolvimento da tecelagem (derivada da 
cestaria) de tecidos rústicos com fibras vegetais (linho, cânhamo e algodão). Os 
tecidos eram tingidos com corantes vindos de plantas (pastel ou isatis tinctoria, 
mirtilos, alcachofra, reseda, armola), animais (sangue, cochinilha) ou minerais (ocre, 
argila, carvão). As roupas eram amarradas ou costuradas com agulhas finas e fios 
de crina ou tendões (rena) divididos, formando peças de modelagem simples. Os 
sapatos, usados como proteção contra o terreno ou o clima, eram feitos de couro 
amarrado em torno dos pés por fibras/tendões resistentes. As peles dos animais 
eram mascadas (pelas mulheres) para ficarem mais maleáveis. A seguir as peles 
eram curtidas. 
 
 
FIGURA 1 - CALÇADO (MESOLÍTICO) 
 
FONTE: Disponível em: <http://news.nationalgeographic.com/news/2010/06/100609-worlds-oldest-
leather-shoe-armenia-science/>. Acesso em: 3 set. 2013. 
 
 
FIGURA 2 - INDUMENTÁRIA DO PALEOLÍTICO (RECONSTRUÇÃO) 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ningyonomori.de/40.html>. 
Acesso em: 3 set. 2013. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
 
 
FIGURA 3 - INDUMENTÁRIA DO NEOLÍTICO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ushistory.org/civ/2b.asp>. 
Acesso em: 3 set. 2013. 
 
 
2.2 MESOPOTÂMIA 
 
 
2.2.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural da Suméria, Assíria e Babilônia 
 
 
A Mesopotâmia estava localizada entre os rios Tigre e Eufrates. Os sumérios 
(4000 anos a.C., vindos da Pérsia) eram pacíficos, governados por um ancião, o 
patesi. Em Ur, Lagash e Uruk (cidades-estado), a vida econômica e social centrava-
se em torno do templo (zigurate). Desenvolveram a metalurgia, a produção de 
tijolos, a drenagem das terras, o controle dos rios, a caça, a pesca, o comércio 
(frutas, madeira e pedra em troca de ferramentas) e a indústria da lã. Na arte, 
buscavam a reprodução da natureza e esculpiam figuras polidas de formas 
cilíndricas (braços e pernas), com olhos grandes. Na arquitetura, trabalhavam a 
forma em espiral. Criaram um Código de Leis (Dungi), e desenvolveram a escrita 
pictográfica (Épico de Gigalmesh e o Padrão de Ur). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
A Assíria (1000 e 500 a.C., ao norte do rio Tigre), cuja principal cidade era 
Nínive (atual Iraque), dominou a região entre 1700 e 610 a.C. (reinado de 
Assurbanípal). A rica e poderosa sociedade era formada pelo rei (líder espiritual), 
aristocratas, guerreiros, artesãos e escravos domésticos ou de guerra. Cultivavam a 
tamareira e a cevada, criavam carneiro e gado, desenvolveram a metalurgia bélica, 
a joalheria e a tecelagem. Utilizavam a escrita cuneiforme, o sistema postal e a 
catalogação de plantas. A arquitetura era ostentosa e luxuosa, caracterizando-se 
pela construção de palácios e murais vitrificados. 
A Babilônia (atual Iraque) é uma das primeiras cidades do mundo (5000 
anos a.C.). Sua economia era baseada na agricultura do azeite, cereais, verduras e 
frutas e no comércio (período neobabilônico, domínio assírio). A religião politeísta 
era dominada por magos, sacerdotes (que administravam as finanças) e o rei (que 
representava a vontade dos deuses). A sociedade era dividida entre escravos, 
escravos libertos e homens livres. Padronizaram o ensino, desenvolveram os 
caracteres cuneiformes em blocos de barro, o dicionário sumério e acadiano, o 
estudo dos astros, a catalogação das estrelas e das constelações, o calendário 
lunar, a divisão do ano, das horas e da circunferência, o sistema de pesos e 
medidas. A arte da Babilônia era caracterizada pela incorporação de baixos-relevos 
nas esculturas e frontarias das construções, bem como pelo uso de escadarias, 
planos inclinados (em vários níveis), abóbadas e os icônicos jardins suspensos. 
 
 
2.2.2 Características da indumentária 
 
 
A modificação da indumentária mesopotâmica deu-se primeiramente pelo 
abandono do uso das peles e couros por volta do terceiro milênio, para a adoção de 
tecidos antes usados somente para as saias e que se transformaram em túnicas ou 
mantos. A forma das roupas, entretanto, permaneceu a mesma. Na metade do 
terceiro milênio, surgiu a túnica em diferentes comprimentos, produzida em tecidos 
de melhor qualidade, ricamente decoradas e com mangas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
A indumentária da Suméria influenciou a região da Mesopotâmia, do Golfo 
Pérsico, Mar Negro e Mediterrâneo e a kaunakès (peça de pele de cordeiro, com 
longos tufos de lã) sobreviveu até a Idade Média (iconografia de São João Batista). 
 
 
2.2.2.1 Características da indumentária dos sumérios 
 
 
No primeiro período (4 mil anos a.C.), os sumérios usavam pele de animais 
que cobriam todo o corpo e, mais tarde, peças de roupa tecidas em lã de ovelha ou 
cabrito. A principal característica era a túnica em forma de sino, originária de uma 
espécie de saia que se prolongou para um ombro e depois para ambos, a kaunakès 
– feita em lã – terminava em franjas, era amarrada na cintura e tinha uma cauda 
atrás, alusiva à ovelha. 
 
 
FIGURA 4 - INDUMENTÁRIA FEMININA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.whattravelwriterssay.com/marisyria.html#>. 
Acesso em: 3 set. 2013. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
 
 
FIGURA 5 - KAUNAKÉS 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.studyblue.com/notes/note/n/des-143-midterm/deck/5254288>. 
Acesso em: 3 set. 2013. 
 
 
Por volta de 2700 a.C., um tecido de lã, que imitava a pele de cabrito, 
passou a ser usado como a kaunakès. Inicialmente, as saias eram feitas em lã de 
ovelha, mas, a partir de 2500 a.C., passaram a ser costuradas como faixas para 
formar saias ou capas e posteriormente túnicas. Outros tipos de tecidos,de trama 
muito fina, com padrões decorativos em losangos ou xadrezes, eram também 
usados de diferentes formas em torno do corpo. Uma das peças mais tradicionais 
eram os longos xales de lã que poderiam ser utilizados em torno da cintura por 
homens do povo, ou por servos. A mesma peça poderia dar a volta no corpo, 
jogando uma das pontas sobre o ombro esquerdo, usada pelas classes mais 
abastadas. Uma túnica de decote redondo, com mangas e de comprimento similar a 
kaunakès, era usada pelas mulheres. Os soldados usavam túnicas longas, na 
pantorrilha ou joelho, deixando o braço direito livre; elas eram presas atrás por um 
nó. Uma faixa larga de couro protegia o peito e as costas. Os elmos de cobre, 
almofadados com lã e couro, representavam a trança e o coque do cabelo e 
possuíam furos laterais para ouvir. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
 
 
2.2.2.2 Características da indumentária dos assírios 
 
 
Túnicas ajustadas, longas, com mangas curtas e ornamentação. Os tecidos 
eram de lã (tingidos de azul, vermelho, castanho e roxo ou vermelho escuro), 
algodão, linho ou crochê. Sobre as túnicas, xales e franjas eram aplicados. Os reis 
usavam as túnicas presas por cinturões ornamentados por pedras preciosas. A 
joalheria, ricamente produzida, era usada principalmente pelos homens: brincos, 
tiaras, colares, braceletes largos, tornozeleiras, diademas e joelheiras 
ornamentadas. O exército assírio aperfeiçoou uma bota de cano alto, em couro, com 
solado grosso de couro, forrado com tachas para melhorar a tração dos soldados de 
infantaria em qualquer terreno. Placas de ferro na frente da bota protegiam a canela. 
No século X a.C., os cavaleiros e a infantaria vestiam-se com túnicas curtas, 
adornadas com franjas, cintos largos, elmos cônicos forrados com couro e mais 
tarde passaram a usar uma couraça, calças e sob a bota usavam uma longa meia 
de lã (que poderia ser usada somente com sandálias). Os arqueiros usavam elmos 
ou chapéus redondos, túnicas longas cintadas, cobertas por cotas de metal, e mais 
tarde passaram a se proteger com um manto dobrado sobre o peito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 16 
 
 
FIGURA 6 - INDUMENTÁRIA ASSÍRIA: NOBRES, OFICIAIS, SACERDOTES, REI E 
CIDADÃOS COMUNS 
 
FONTE: Disponível em: < http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ancient_Times,_Assyrian._-_004_-
_Costumes_of_All_Nations_(1882).JPG>. Acesso em: 3 set. 2013. 
 
 
FIGURA 7 - INDUMENTÁRIA FEMININA 
 
FONTE: Disponível em: http://www.fashion-
era.com/ancient_costume/assyrian_clothing_pictures_assur.htm>. Acesso em: 3 set. 2013. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 17 
 
 
2.2.2.3 Características da indumentária dos babilônios 
 
 
Até o segundo milênio, a indumentária da Babilônia era similar à da Suméria, 
sofrendo modificações devido às invasões dos hititas, cassitas ou hurritas. A 
principal característica era a sobreposição de tecidos e o uso de mangas justas ou 
longas. A indumentária, ricamente decorada, com cores vibrantes e tecidos pintados 
ou estampados, tinha como principal característica a forma simples e estava 
associada a uma sociedade patriarcal. Usavam uma túnica de comprimento médio 
ou longo, com mangas até o pulso e aberturas para a cabeça e braços. Sobre a 
túnica uma manta drapeada e presa no lado direito e jogada sobre o ombro 
esquerdo até o chão. Sob a influência da Pérsia os babilônios das classes altas 
adotaram uma túnica fluída, feita em seda oriental e decorada com fios de ouro. As 
túnicas poderiam ser ainda feitas em crochê ou placas de metal, com o adorno de 
franjas, galões ou joias. 
 
 
FIGURA 8 - INDUMENTÁRIA FEMININA E MASCULINA 
 
FONTE: Disponível em: <http://ancientdesertphoto.blogspot.pt/2013/08/ancient-babylonian-
clothing.html>. Acesso em: 3 set. 2013. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 18 
Elementos decorativos como passamanaria, galão (ou grega), marabú 
(blocos de fios não cortados na ponta), pingentes etc., eram usados na decoração 
das peças. Sobre as túnicas poderiam usar a kaunakès. Sob influência assíria 
(neobabilônios), adotaram sapatos com a ponta virada para cima, bem como uma 
indumentária mais ostentosa e luxuosa. 
 
 
2.3 EGITO 
 
 
2.3.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural 
 
 
Conforme a seguir: 
• Período Arcaico (3100 a 2686 a.C.) – 3200 a.C./2800 a.C. a 2686 a.C. 
(1ª e 2ª dinastias). Paz e prosperidade. Organização do Estado, progresso 
nas artes; 
• Antigo Império (2686 a 2100 a.C.) – 2686 a.C. a 2000 a.C. (3ª a 10ª 
dinastias). Declínio do poder dos faraós e redução do poder do estado. 
Construção das pirâmides de Quéops, Quéfren, Miquerinos e da Esfinge de 
Gizé; 
• Médio Império (2100 a 1550 a.C.) – 2100 a 1580 a.C./1500 a.C. (11ª a 
17ª dinastias). Invasão e dominação dos hicsos, que introduziram o uso do 
cavalo e da carroça; 
• Novo Império (1550 a 657 a.C.) – 1580 a 657 a.C. (18ª a 25ª dinastias). 
Domínio da Núbia, Palestina, Etiópia, Fenícia e Arábia. Expansão econômica 
e renascimento da arte e da cultura; 
• Período Tardio (672 a 332 a.C.) – 657 a.C. (26ª a 31ª dinastias) sob o 
domínio dos assírios e em 525 a.C. sob o domínio persa; 
• Período Greco-Romano (332 a 30 a.C.) – 332 a.C. Domínio de 
Alexandre, o Grande; 30 a.C. – Província Romana. 
 
 
 
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Por volta de 4000 a.C., as comunidades que ocupavam o fértil vale do Rio 
Nilo organizaram-se em províncias (nomos), uma ao sul (alto Egito, rei Set) e outra 
ao norte (baixo Egito, rei Horus). Por volta de 3100 a.C., Menés unifica os dois 
reinos, criando a primeira dinastia do Egito, cuja capital era Memphis. Na sociedade 
egípcia, o faraó tinha poderes divinos (ligados à terra e ao comércio terrestre ou 
marítimo) e era responsável por organizar o trabalho de irrigação, de produção 
mineira, direcionar exércitos, manter a paz, determinar leis e gerir toda a economia 
(exportavam ouro, cevada, linho e trigo e importavam prata, marfim e madeira), as 
pedreiras, construções navais, manufaturas de cerâmica, vidro e tecidos. 
A sociedade era composta pelo faraó e a família real, a seguir os nobres e 
sacerdotes, depois os comerciantes, os artesãos, os camponeses e os escravos. 
Abaixo do faraó estava o vizir (impostos), a seguir os governadores (controlavam os 
nomos), depois os escribas (recibos, escrituras, contratos e testamentos) e os 
inspetores (terras e o povo). A arte egípcia caracterizava-se por um estilo 
geometrizante, simétrico, e era voltada para a vida após a morte. A religião 
estabelecia regras rígidas para a representação pictórica (Lei da Frontalidade), mas 
durante o período de dominação persa, as pinturas ganham cores mais variadas e 
figuras com mais movimento. 
Na arquitetura, os monumentos eram construídos para a vida após a morte, 
decorados com uma técnica de esmalte denominada cloisonné3, ou champlevé4. Os 
egípcios desenvolveram a magia, a matemática, a astrologia, a medicina (e a 
cirurgia plástica), a aritmética e a geometria (áreas do triângulo, quadrado e 
hexaedro). O calendário, a soma e a subtração, a divisão, o volume da pirâmide, 
extensa farmacopeia, o papiro e o vidro. 
 
 
 
 
 
 
3 O pó do esmalte é derretido em placas separadas por tiras finas, quando levado a altas 
temperaturas. 
4 Desenhos são esculpidos no cobre, criando sulcos que seriam posteriormente preenchidos por 
esmalte e derretido a altas temperaturas (1000ºC). 
 
 
 
 
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 20 
 
 
 
2.3.2 Características da indumentária 
 
 
A principal característica da indumentária egípcia era a simplicidade e a 
silhueta vertical e alongada, obtida com o uso de uma túnica longa, que acentuava 
os ombros, a estreiteza da cintura e dos quadris. Além disso, a roupa deveria cobrir 
a parte de baixo do corpo, deixando a parte de cima nua (cobertas por tecido 
transparente). 
 
 
FIGURA 9 - INDUMENTÁRIA DO EGITOFONTE: Disponível em: <http://www.costumes.org/history/racinet/egyptcostumes.jpg>. 
Acesso em: 7 set. 2013. 
 
 
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FIGURA 10 - INDUMENTÁRIA EGÍPCIA, FARAÓS 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.costumes.org/history/kohler/Fig11Egypt.JPG>. 
Acesso em: 7 set. 2013. 
 
 
O povo usava uma saia de linho branco ou cru, trançada na frente. Os 
tecidos eram feitos de linho (leve, fresco e de fácil lavagem), naturalmente branco 
(cor sagrada), já que a lã era considerada impura. A indumentária feminina era 
composta por um corpete curto, apertado com mangas longas e ajustadas, aberto na 
frente e nas costas, ajustado por cordões finos e por uma saia ampla costurada no 
corpete, com dobras horizontais (engomadas). A calasiris era um vestido 
transparente até o tornozelo, feita de linho ou placas unidas de metal, ajustada ao 
corpo, com duas alças, deixando um ou ambos os seios à mostra, cobertos apenas 
por um tecido muito fino. A calasiris era franjada na bainha, e ornada por uma faixa 
do busto ao tornozelo. 
 
 
 
 
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FIGURA 11 - RAINHA E NOBRES (IMPÉRIO) 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.siue.edu/COSTUMES/PLATE2CX.HTML>. 
Acesso em: 7 set. 2013. 
 
 
As rainhas usavam-na colorida, sob uma capa curta, com gola larga 
adornada com joias. As mulheres comuns usavam a calasiris feita de algodão ou 
esparto (planta da região), com listras e estampas miúdas. As escravas usavam uma 
tanga ou não usavam roupas. Durante o Novo Império, a calasiris era usada sobre 
uma tanga (shenti) feita com linho muito fino e plissado; as bainhas eram 
costuradas, possuíam abertura para a cabeça e braços e eram amarradas por um 
cinto. Em torno do vestido, as mulheres das classes altas usavam tiras coloridas em 
açafrão ou vermelho, decoradas, tecidas ou com apliques que imitavam plumas ou 
asas de pássaros ou da deusa Ísis. Um xale muito fino era usado para proteger do 
clima. A indumentária masculina, assim como a feminina, era composta por vestido, 
túnica e peruca. A shenti (Antigo Império e Médio Império) era uma peça de tecido, 
muito longa, presa na cintura por um cinto decorado. Os mais ricos usavam-na 
 
 
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plissada; os mais velhos, mais longa; os trabalhadores usavam uma tanga castanha 
ou cru, com cinto simples e largo, e touca de feltro; e os escravos andavam nus. No 
Novo Império, os homens passaram a usar uma túnica com mangas e saia plissada 
e o painel frontal, antes usado sob a túnica, passou para fora formando triângulo 
plissado. Os faraós usavam a shenti de tecido ricamente elaborado e preso por 
diferentes tipos de cintos. Durante o quarto e o terceiro milênios, os soberanos 
usavam apenas um tecido, decorado na parte de trás por uma cauda de leão, 
indicando sua posição. Na 18ª Dinastia, os príncipes usavam um véu amplo, 
denominado royal haïk (de origem árabe), preso por um nó no pescoço, enrolado 
num dos ombros, passando pelos quadris e sobre o outro ombro, criando a 
impressão de ser uma saia curta, uma túnica com mangas amplas e uma manta. 
Laços e faixas coloridas, ornamentos, joias de ouro e missangas esmaltadas 
decoravam o traje. Os faraós usavam um chapéu cônico (pschent) ajustado à 
cabeça (branco no baixo Egito e vermelho no alto Egito). Mulheres e homens 
usavam sandálias feitas de couro, e, os sacerdotes, sandálias de papiro. 
 
 
2.4 CRETA E ETRÚRIA 
 
 
2.4.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural de Creta 
 
 
Conforme a seguir: 
• Período Minoano Antigo (3000 a 2100 a.C.) – comércio marítimo com o 
Egito e Mesopotâmia pela Síria. Arte influenciada pela Babilônia e Egito; 
• Período Minoano Médio (2100 a 1580 a.C.) – artefactos de bronze são 
comercializados para os povos da costa mediterrânea. 2000 a.C., invasão 
dos aqueus (povo que daria origem à civilização grega) e forte crise 
econômica. Construção do Palácio de Knossos; 
• Período Minoano Tardio (1580 a 1200 a.C.) – influência oriental 
(invasões dóricas). Habitantes da Ilha de Creta (mar Egeu), os cretenses 
criavam gado, cabras e porcos e cultivavam cereais e olivas. O comércio 
 
 
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marítimo e terrestre (Período Minoano Médio) fez aumentar o luxo nas 
construções, nos objetos e na indumentária. A feminilidade era representada 
em esculturas pequenas, delicadas e coloridas, feitas em bronze, marfim, 
prata, terracota e cobre. O interior das casas e palácios era revestido por 
frescos que retratavam uma arte livre e leve. 
 
 
2.4.2 Contexto histórico, artístico e sociocultural da Etrúria 
 
 
Considera-se que o surgimento da civilização etrusca ocorreu no segundo 
milênio a.C., migrando da Ásia para a atual Itália. Durante os anos de 750 e 700 
a.C., os etruscos foram influenciados pelos povos do mar Egeu e, entre 700 a 575 
a.C., pelos fenícios e cipriotas (período de orientalização). A sociedade etrusca era 
politeísta, com a economia assente no comércio com os fenícios e cartagineses, de 
quem receberam influência na arte e na indumentária. A religião orientava o 
desenvolvimento da arte funerária (ornamentação de túmulos). A arquitetura 
apresentava uma linha leve e o uso de arcos. A pintura caracterizava-se por um 
estilo figurativo e ornamental, utilizando cores como o preto, o vermelho, o roxo, o 
azul e o verde. Na escultura utilizavam a terracota, o bronze e a cerâmica escura. A 
metalurgia etrusca era famosa e respeitada, sendo reconhecida pela fabricação de 
armas de ferro, zinco e estanho. 
 
 
 
2.4.3 Características da indumentária dos cretenses 
 
 
A indumentária de Creta (Período Minoano Médio) tem como principais 
características a busca pela elegância da silhueta e a estilização geométrica. 
 
 
 
 
 
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 25 
 
 
FIGURA 12 - DEUSA DA SERPENTE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.costumes.org/history/greece/kohler/colorplate1.jpg>. 
Acesso em: 10 set. 2013. 
 
 
Os cretenses desenvolveram as indústrias da fiação e da tecelagem (lã, 
linho), usavam pigmentos vegetais para a tinturaria e criaram a cor púrpura, extraída 
de uma concha denominada murex. As saias, em forma de sino, eram tingidas ou 
estampadas com motivos inspirados na natureza ou geométricos, em castanho 
púrpura, branco esverdeado, açafrão ou vermelho. 
A indumentária feminina era composta por uma saia decorada, um corpete 
de diversas formas, que acentuava a cintura fina e os bustos proeminentes, uma 
manta longa ou capa mais curta e diferentes ornamentos de cabeça. A saia era 
ajustada na cintura e quadris, longa até o chão. As mangas eram curtas, ajustadas, 
em balão ou no estilo manga presunto, presas por laços ao pescoço ou por alças 
que cruzavam nas costas. Os tecidos poderiam ser lisos ou compostos por tiras 
coloridas horizontais, estampados em forma de treliça ou com losangos, bordados 
com tranças verticais. Os homens usavam uma tanga, que poderia ser usada como 
tapa-sexo, presa por um cinto. 
 
 
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O corte da tanga poderia variar de acordo com a posição social do homem e 
com o material usado: linho, lã espessa ou couro. A tanga terminava na parte de trás 
com uma ponta arrebitada, como a cauda de um animal. Duas tangas poderiam ser 
usadas, uma sobre a outra, formando babados até o meio da coxa, com duas pontas 
na frente e atrás. A tanga poderia ainda ser costurada, passando entre as pernas e 
presa pelo cinto, decorado por placas de metal, à frente e atrás, formando uma calça 
curta. O cinto era sempre apertado e feito de tecido, ornado com ouro e prata ou 
placas de cobre. Nas ocasiões religiosas, príncipes, dignatários e sacerdotes 
poderiam usar uma espécie de bata, com uma capa ou um vestido longo, de cores 
vivas e ricamente bordadas. Durante o inverno, protegiam-se com um manto de pele 
de animal ou com uma peça grossa de lã, denominada diphtera. Usavam turbantes 
ou toucas feitas em pele de animal.E, durante o século XVII a.C., usavam os 
cabelos normalmente presos. Os calçados eram usados em ambientes externos 
(homens das classes mais altas não apareciam em público descalços). 
 
 
FIGURA 13 - INDUMENTÁRIA MASCULINA 
 
FONTE: Disponível em: <http://dbcfaa79b34c8f5dfffa-
7d3a62c63519b1618047ef2108473a39.r81.cf2.rackcdn.com/wp-content/uploads/minoan.jpg>. 
Acesso em: 19 set. 2013. 
 
 
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FIGURA 14 - INDUMENTÁRIA FEMININA 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.nmia.com/~jaybird/ThomasBakerPaintings/minoan_palace_scene.html>. 
Acesso em: 10 set. 2013. 
 
 
As botas, até a panturrilha, eram feitas de couro ou camurça, em cores 
pálidas ou em vermelho, com correias amarradas várias vezes em torno da perna. 
As sandálias eram ricamente trabalhadas e presas acima do tornozelo por correias 
grossas, que poderiam ser também decoradas com missangas. 
Soldados, caçadores e atletas poderiam usar diferentes tipos de elmos: um 
cone de correias entrançadas, construídas em forma de aros presos por gelosias 
(grades); um capacete formado por aros de metal, preso por uma tira larga abaixo 
do queixo, que servia também como proteção, e decorado por presas de javali; um 
elmo de metal encimado por uma crista e uma pluma de crina de cavalo, equipado 
por placas de metal com rebites, que protegiam o queixo e a bochecha; um elmo 
redondo, ajustado à cabeça, enrijecido por pregos; ou um elmo oval, pontudo na 
frente e atrás, enfeitado por uma pluma. 
 
 
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2.4.4 Características da indumentária dos etruscos 
 
 
Influenciada pela civilização micênica, a indumentária da Etrúria consistia 
principalmente no uso de tecidos drapeados presos por uma espécie de broche 
(fibulae). Homens e mulheres usavam vestidos-túnica em variados comprimentos, 
com meia-manga, presos no ombro direito pelo fibulae e atados por um cinto largo. 
Os homens poderiam usar longos mantos (que nos séculos VI e V a.C. tornaram-se 
na toga etrusca, ou toga trabea, decorada com motivos bordados, costurados ou 
pintados) e as mulheres mantas curtas ou uma capa até a parte de trás dos joelhos, 
com duas pontas que passavam sobre os ombros para cair na altura do busto. As 
mulheres usavam também um manto, originário dos povos do Mediterrâneo, 
denominado tebenna pelos etruscos. No início do século V a.C., homens e mulheres 
jovens usavam uma espécie de toga, cortada em semicírculo. Os calçados tinham 
as pontas viradas, presos por laços em torno da perna, tendo sido substituídos no 
século V a.C. por sandálias. Os soldados usavam calções curtos e ajustados 
(perizoma), elmos com protetores de queixo e bochecha, uma túnica curta e uma 
couraça de chapas. 
 
 
FIGURA 15 - INDUMENTÁRIA ETRUSCA 
 
FONTE: Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Etruskischer_Meister_002.jpg>. 
Acesso em: 10 set. 2013. 
 
 
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 29 
 
 
2.5 GRÉCIA E ROMA 
 
 
2.5.1 Contexto histórico, artístico e sociocultural da Grécia 
 
 
A Grécia faz parte da civilização Egeia (juntamente com Creta, Cíclade e a 
Costa da Anatólia, no mar Egeu) e sua história pode ser dividida em: Período 
Minoano (3000 a 1450 a.C.), com o desenvolvimento da civilização Minoica; e 
Período Micênico (1600 a 1100 a.C.), caracterizado pela conquista de Creta e 
invasão dos dórios. Entretanto, o Período Arcaico (750/1000 a.C. a 323 a.C.), 
iniciado com os Jogos Olímpicos, caracteriza-se pela consolidação da polis 
(cidades-estado) e pela existência de grande parte dos poetas (Homero, Sófocles, 
Safo), filósofos (Sócrates, Platão, Aristóteles, Éfeso), matemáticos (Euclides) e 
políticos (Péricles, Felipe II da Macedônia, Alexandre – o Grande). A Idade das 
Trevas Grega (1200 a 800 a.C.) é caracterizada por uma estagnação econômica e 
cultural e pela consolidação das cidades-estado. Estas entrarão em disputa durante 
o Período Helenístico (323 a 146 a.C.); criando uma instabilidade interna, que 
culminará com o domínio de Roma (Período Romano, 146 a.C. ao período Cristão). 
A arte grega, que prezava formas simples, definidas e elementais, estava 
associada a uma atitude reservada em relação ao luxo e sumptuosidade (do Oriente 
e de Roma). A escultura evoluiu da influência egípcia, para o uso do contraposto, 
que permitia maior simetria, movimento e ação. Na arquitetura dos edifícios públicos 
e religiosos (templos), o objetivo principal era a busca pela beleza, unidade e 
harmonia, obtidas por canones artísticos e por um sistema de ordens estéticas e 
construtivas (dórica, jônica e coríntia). Nesse contexto, a pintura servia como 
decoração da arquitetura e da cerâmica, principalmente na elaboração de vasos. 
 
 
 
 
 
 
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2.5.2 Contexto histórico, artístico e sociocultural de Roma 
 
 
A civilização romana desenvolveu-se a partir do século VII a.C. (758 a 728 
a.C.), em pequenos assentamentos rurais na Península da Itália, ao redor do rio 
Tibre. O período de consolidação da Cidade-Estado de Roma (753 a 715 a.C.) 
coincide com o reinado de Rômulo, com a criação do Senado e com a ascensão de 
Lucius Junius Brutus, que instala a República (509 a.C.), criando a primeira 
constituição e os cargos de magistrados e senadores, representantes dos patrícios 
(nobreza) e mais tarde dos plebeus (povo). Em 44 a.C., o assassinato de Caio Júlio 
César e a ascensão de Otaviano (Cesar Augusto), em 27 a.C., dão início ao Império 
Romano. Durante a crise do terceiro século (235 a 284 d.C.) o Império Romano 
sofreu com ataques dos godos (bárbaros) ao norte e do Império Sassânida (Pérsia) 
ao leste, o que levou à divisão do Império (286 d.C.) e à fundação de 
Constantinopla, (330 d.C., antiga Bizâncio), capital do Império no Oriente. 476 d.C. 
marca o fim do Império Romano do Ocidente e o início da Idade Média. Em 1453, o 
Império do Oriente é dominado pelos turcos-otomanos. 
O grande legado de Roma está na engenharia civil e militar: construção de 
teatros, ginásios, arenas (Coliseu, em 80 d.C.), fóruns (Fórum Trajano, em 106 d.C.), 
etc. Os romanos pavimentaram estradas e pontes para criar conexões rápidas entre 
as províncias, facilitando o deslocamento das legiões, do transporte de mercadorias 
e do serviço de mensagem. Canalizaram a água dos rios, para suprir fontes, banhos, 
termas, reservatórios e aquedutos. Inventaram os banhos públicos (termas), água 
encanada e sistema de esgoto. Inventaram ainda o vidro duplo, o concreto (no 
século III a.C.) e utilizavam a técnica de vidro soprado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.5.3 Características da indumentária dos gregos 
 
 
A formação da indumentária grega do Período Clássico (Arcaico) deve-se às 
influências estéticas, proporcionadas pelos contatos comerciais ou bélicos com 
outros povos (acadianos, dórios ou cretenses) e que influenciariam posteriormente a 
indumentária de Roma. A indumentária clássica é formada por uma peça de tecido 
retangular (de diversos tamanhos), que seria drapeada em torno do corpo, 
arquitetonicamente. A simplicidade, a sobreposição, e o volume eram elementos 
essenciais. 
 
 
FIGURA 16 - MULHER COM QUITON 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.costumes.org/history/egypt/agnesbyoung1927/greekchiton1.jpg>. 
 Acesso em: 1 out. 2013. 
 
 
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FIGURA 17 - QUITON 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.costumes.org/history/egypt/agnesbyoung1927/greekchiton.jpg>. 
Acesso em: 1 out. 2013. 
 
 
No século V a.C., a lã (tingida em tons claros para as classes mais altas) era 
usada para os mantos (himation) e para a sua derivada militar, clâmis (peça 
retangular, presa num dos ombros ou nas costas, podendo ser enrolada no braço 
esquerdo para proteger dos golpes). O linho (introduzido pelos jônios), mais leve e 
fino, permitia a criação de pregueados, que antigamente eram obtidos com o tecido 
molhado. A roupa primitiva doshomens era uma túnica de tecido retangular sem 
costuras, presa no ombro esquerdo e amarrada por um cinto na cintura. A exomis 
era uma capa (usada por soldados de infantaria e por trabalhadores) de lã, drapeada 
em torno do corpo, presa nos ombros por tiras de tecido ou por meio de um nó feito 
com as próprias pontas do tecido. O quiton (chiton) era um retângulo de tecido 
costurado nas laterais (ou dois pedaços de tecidos unidos), deixando aberturas para 
os braços, preso num ou em ambos os ombros, por alfinetes ou cordões decorados 
e na cintura por um cinto. O himation (lã fina) envolvia o corpo e poderia ser usado 
sozinho, deixando à mostra um ombro, braço e parte do peito. 
 
 
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FIGURA 18 - INDUMENTÁRIA GREGA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.costumes.org/history/greece/1882anccientgreece.jpg>. 
Acesso em: 1 out. 2013. 
 
 
 
 
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 34 
A indumentária feminina era constituída por um retângulo de tecido (lã), 
denominado peplos, usado pelos dórios. O tecido era dobrado na parte de cima para 
formar um painel sobre o tronco e era preso nos ombros por vários fibulae. No 
século VI a.C., entretanto, o estilo jônico foi adotado na indumentária feminina, 
utilizando uma túnica de linho, e o peplos passou a ser usado como um xale preso 
por um único fibulae, aberto do lado esquerdo. O quiton jônico era uma túnica feita 
de uma única peça de tecido (linho ou seda), muito largo (o dobro da largura do 
usuário) e fino, tingido em cores vivas. Era costurado nas laterais, preso nos ombros 
por fibulae e na cintura por um cinto, formando dobras que caíam na altura dos 
quadris. O peplos (fechado, feito de lã, costurado ou não de ambos os lados, 
também denominado de quiton dórico), o himation ou o pharos (uma capa de linho), 
poderiam ser usados por cima do quiton jônico durante o inverno. As mulheres 
poderiam usar os cabelos frisados ou cacheados, presos parcialmente por fivelas, 
tiaras, fitas, ou coques, arranjos de tecido e tranças. Poderiam ainda cobrir a cabeça 
com um chapéu em forma de bolbo ou com um chapéu de palha (holia), com borda 
e topo pontudo. Os homens usavam os cabelos curtos, com franjas, com ou sem 
cachos. O petasos era um chapéu cônico com abas, usado (por fazendeiros e 
viajantes) juntamente com a clâmis, feito de lã feltrada, couro ou palha. O pilos era a 
versão sem abas do petasos (feltro ou couro). Mulheres e homens usavam 
sandálias, atadas de diferentes formas, com tiras finas e elegantes, que deixavam os 
pés quase nus. A joalharia grega valorizava a forma e a modelagem. A principal 
característica era o trabalho em filigrana, em ouro, prata, cobre, chumbo e ferro. Os 
gregos tinham grande preocupação com a higiene e com a beleza corporal e 
desenvolveram uma gama de perfumes, unguentos, cremes e óleos que possuíam 
tanto funções estéticas, quanto religiosas (durante as cerimonias). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.5.4 Características da indumentária dos romanos 
 
 
A indumentária romana (a partir da República) era constituída por dois 
grupos principais de peças: 
• indumenta, ou roupa interior – peças que eram vestidas pela cabeça; 
• amictus – roupas que eram enroladas em torno do corpo. 
Na indumentária masculina faziam parte: da indumenta o subligaculum ou 
licium, um tecido de linho ajustado na cintura; e a túnica (influência do chiton), 
construída por dois pedaços de linho ou lã costurados nas lateriais, com abertuda 
para a cabeça e amarradas na cintura, até os joelhos. Com mangas amplas, eram 
denominadas túnica dalmatia. Durante o Império, os homens passaram a usar dois 
tipos de túnica, ambas com mangas curtas. A subucula, uma túnica interior, e a 
tunica exteriorum, por cima. Quando tinham uma abertura na frente, as túnicas 
possuíam um capuz (caracalla). Poderiam ainda usar sob a toga, a femoralia (calças 
curtas). A toga (grupo amictus), feita inicialmente com um corte reto, era usada por 
homens e mulheres (cidadãos romanos durante a República e o Império), 
envolvendo ambos os ombros. A partir do Império, passou a ser cortada num 
semicírculo com aproximadamente 3 m de diametro. A toga trabea era uma toga 
mais curta de origem etrusca. A toga praetexta era decorada por uma faixa púrpura 
(clavi, símbolo de poder) e era permitida somente aos sacerdotes e magistrados. 
Outras peças utilizadas eram o pallium (manto) e a paenula (túnica com capuz). Na 
Roma Antiga, os cabelos masculinos eram usados bem curtos. Durante o período do 
imperador Adriano, ondulavam e enrolavam os cabelos, perfumavam-se e pintavam-
se, decorando o rosto com emplastros. Usavam o petasus (feito de palha, 
denominado galerus pelos romanos), o pilos. As roupas de homens e mulheres eram 
diferenciadas pelo material e pelas cores. 
As mulheres usavam materiais mais leves e macios, como a seda e o 
algodão, em tons de azul (claro ou escuro), amarelos ou vermelhos, verde-água e 
azul-celeste. As peças usadas especificamente pelas mulheres eram o strophium ou 
mamillare (espécie de sutiã). Usavam: a subuculla, uma túnica simples; a stola, uma 
 
 
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túnica presa nos quadris por um cinto largo (succincta ou cingulum, quando preso 
abaixo do busto); e a talaris, túnica longa com mangas, usada somente pelas 
matronas (senhoras nobres). As matronas usavam uma túnica curta de seda 
luxuosa, decorada com franjas douradas, coberta pelo sapparum (manta com 
mangas curtas), pela palla (um lenço preso por fibulae nos ombros) ou pela olicula 
(capa curta). 
 
 
FIGURA 19 - MATRONA, COM STOLA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.vroma.org/images/mcmanus_images/womanpraying.jpg>. 
Acesso em: 1 out. 2013. 
 
 
FIGURA 20 - MATRONA, COM STOLA E PALLA (COM FRANJAS) 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.vroma.org/images/mcmanus_images/matron_palla3.jpg>. 
Acesso em: 1 out. 2013. 
 
 
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As mulheres de classe baixa usavam o bardocucullus (capa de material 
grosseiro com capuz e mangas). Nos últimos anos da República, o uso de franjas, 
tranças ou bordados (segmenta) indicava a influência oriental. Durante o Império, as 
mulheres usavam os cabelos com diferentes penteados (elaborados por uma 
ornatrix, criada). Usavam casquetes, flammeum (véus de tecidos muito leves) e 
o petasos (para as viagens). 
Os calçados indicavam a diferença entre as classes sociais e havia uma 
clara diferença entre o pé esquerdo e o direito. A carbatina (o modelo mais antigo) 
era feita de uma peça de couro de boi dobrada ao redor e amarrada sobre o peito do 
pé; o calceus era usado no exterior, somente pelos cidadãos romanos; o muleus, 
modelo de calceus com a lingueta vermelha, era exclusivo do imperador; o pero, 
uma bota leve, amarrada até a panturrilha, era feito de material rústico e natural; o 
campagus era uma bota baixa; os gallicae eram botas fechadas de origem gaulesa; 
o solea e o soccus eram sandálias para dentro de casa; e a crépida era um tipo de 
alpargatas de couro. 
A joalheria romana era composta por peças exuberantes e luxuosas, que 
correspondiam a um período de conquistas e de expansão comercial. 
 
 
FIGURA 21 - INDUMENTÁRIA MASCULINA 
 
Da esquerda para a direita: túnica e toga, toga praetexta, com clavi, cidadão comum. 
FONTE: Disponível em: <http://www.costumes.org/history/roman/1882ancientrome.jpg>. 
Acesso em: 24 set. 2013. 
 
 
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2.6 BIZÂNCIO 
 
 
2.6.1 Contexto histórico, artístico e social do Império Bizantino como síntese das 
culturas greco-latina e oriental 
 
 
A fundação de Constantinopla (330 d.C., antiga colônia grega de Bizâncio, 
atual Istambul), pelo imperador Constantino, é precedida pela reorganização do 
Império Romano (dividido em Império Romano Ocidental e Oriental) pelo imperador 
Diocleciano, em 286, um período de grande perseguição aos cristãos. Em 313, 
Constantino (oprimeiro imperador cristão) estabelece a religião Cristã como oficial. 
O fim do Império Romano do Ocidente, em 476, colaborou para a expansão do 
Império Cristão no Oriente. O Império de Justiniano I (527 a 565) e os séculos IX a 
XIII foram períodos de prosperidade e poder para Constantinopla, que, graças ao 
comércio intenso de bens de luxo e à manutenção de rotas comerciais entre a Ásia e 
o Mediterrâneo, dominou o mundo mediterrâneo econômica, cultural e politicamente. 
Foi por meio dos comerciantes bizantinos e das Cruzadas que os tecidos, a arte e a 
indumentária de Bizâncio foram difundidos por toda a Europa. A partir de 1453, o 
Império Bizantino foi dominado pelos turcos-otomanos. A arte bizantina 
desenvolveu-se a partir de influências do mundo greco-romano, presente nos temas 
e naturalismo e nos temas e representação da fé cristã, que apareciam nos padrões 
e nos mosaicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.6.2 Características da indumentária 
 
 
A indumentária bizantina apresenta influências da Antiguidade Clássica, 
como o drapeado, e do Oriente, principalmente nas cores e padrões, no uso 
dominante da seda5 e nos ornamentos coloridos, brilhantes, no uso de franjas, 
pingentes e pedras preciosas. As roupas tinham como objetivo principal esconder o 
corpo, transmitindo a ideia de santidade e castidade. Indicavam a função e a posição 
social. As primeiras leis suntuárias (que definiam o tipo e a maneira que a 
indumentária deveria ser usada) foram impostas em 333 pelo imperador 
Constantino, que decretou um édito que regulamentava o uso de tecidos tingidos em 
púrpura e os brocados em ouro. Além disso, a cor púrpura imperial passou a ser de 
uso reservado à corte (tecidos brocados, bordados e enfeitados com pérolas e que 
eram de uso exclusivo dos reis e clérigos). Durante o período de prosperidade 
(séculos IX ao XIII), a manufatura têxtil evoluiu rapidamente, especialmente nas 
oficinas imperiais, que trabalhavam exclusivamente para a corte. Os tecidos, tingidos 
de vermelho escuro, púrpura e amarelo, apresentavam estampados com motivos da 
natureza, florais, geométricos, figuras humanas ou cenas religiosas e místicas, 
demonstrando uma superioridade nas técnicas de tecelagem, tapeçaria e bordado. A 
indumentária do povo era composta por blusa ou túnica, calças e calçados, 
inspirados na roupa dos hunos. As calças eram pernas ajustadas, sendo que a parte 
inferior era metida dentro das botas, até a panturrilha. As formas rijas, as cores ricas 
e vivas, e a decoração excessiva da indumentária bizantina influenciaram o ocidente 
dos Balcãs à Rússia, principalmente na indumentária da liturgia da Igreja Ortodoxa. 
 
 
 
 
 
5 A indústria da seda evoluiu a partir do século VI, quando monges missionários trouxeram da China 
para Bizâncio casulos de bichos-da-seda. 
 
 
 
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2.6.2.1 Indumentária imperial 
 
 
O imperador e a imperatriz usavam vestidos tecidos com fios de ouro e 
decoração multicolorida, uma clâmis ampla, presa num dos ombros por um fibulae. 
• paragaudion – túnica de origem persa, com mangas, usada com um 
cinto tingido de púrpura sobre a toga e a trabea (imperador Justiniano I); 
• tablion – pedaço de tecido inserido na frente da clâmis; 
• stefanos (ou stephanos) – diadema ou faixa de tecido decorada com 
gemas e presa atrás da cabeça (usado pelo imperador Constantino); no 
século seguinte recebeu pendentes e correntes que caíam na lateral da 
cabeça de uma coroa fechada (stemma); 
• maniakis – colar largo de origem persa, feito por uma faixa de tecido 
bordada em ouro e pedras preciosas; 
• superhumeral – gola decorativa em ouro bordado e ornamentada com 
joias, terminada em pérolas; 
• loros – cachecol longo bordado com fios de ouro e pedras preciosas 
(século X); 
• camelaukion – espécie de caftan amplo (persa) abotoado na frente, 
formando uma capa (século XII); 
• saccoz – túnica longa e rígida, púrpura ou preta, com mangas e 
apertada na cintura (nos séculos XII, XIV e XV); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 22 - A CORTE DA IMPERATRIZ TEODORA 
E DO IMPERADOR JUSTINIANO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.medievalwall.com/cultural-history/medieval-clothing/>. Acesso 
em: 24 set. 2013. 
 
 
FIGURA 23 - INDUMENTÁRIA BIZANTINA 
 
FONTE: Disponível em: <http://pipsqueakjr.blogspot.pt/2011/09/byzantine-clothing.html>. 
Acesso em: 24 set. 2013. 
 
FIM DO MÓDULO I

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