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INSTITUIÇÕES DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO UNIDADE I AS INSTITUIÇÕES E O DIREITO DIREITO E SOCIEDADE ► Aristóteles: O homem é, por sua natureza, um animal político. (A Política) ► Thomas Hobbes: O homem é o lobo do próprio homem. (Leviatã) ► Rousseau: O homem é bom, mas a sociedade o corrompe. (O Contrato Social) DIREITO E SOCIEDADE O Impulso Associativo ► Impulso Associativo Natural: ► “O homem é, por sua natureza, um animal político. Aquele que, por natureza, não faz parte da cidade ou do Estado, ou é superior ou mesmo inferior ao homem, quer dizer: ou é um Deus ou mesmo um animal.” (Aristóteles – A Política) ► Contratualismo: ► A sociedade humana é formada exclusivamente pela VONTADE dos homens, em uma espécie de contrato realizado entre eles, que pode ser modificado ou desfeito. ► Hobbes: O homem é o lobo do próprio homem. (Leviatã) ► Rousseau: No estado de natureza (anterior à formação da sociedade), o homem é bom, mas a sociedade o corrompe, e, por isso, surge a necessidade de transferir para um terceiro (o Estado), por uma espécie de contrato social, o poder para organizar a sociedade. (O Contrato Social) ►O que são as instituições? Restrições Homem Interação Humana INSTITUIÇÕES ► “As instituições são as regras do jogo em uma sociedade ou, em definição mais formal, as restrições concebidas pelo homem que moldam a interação humana. Por consequência, estruturam incentivos no intercâmbio humano, sejam eles políticos, sociais ou econômicos.” ► “[...] ditam aquilo que os indivíduos são proibidos de fazer, e, por vezes, as condições sob as quais se permite que alguns exerçam determinadas atividades.” Douglas North ► Instituições Formais: Regras formais (a Constituição, as Leis, Regulamentos, Contratos...) o DIREITO. ► Instituições Informais: Códigos sociais de conduta, comumente tácitos, que buscam moldar comportamentos, e que respaldam ou suplementam as regras formais (tradições culturais, costumes, “espírito esportivo”, “o código moral” de uma facção, a moral familiar, a moral religiosa, etc...). Organizações ► São os mecanismos que proporcionam uma estrutura organizada para a interação humana dentro do quadro institucional. ► São grupos de indivíduos vinculados por algum propósito comum em busca da consecução de determinados objetivos. ► Exemplos de organizações: ► Políticas (Partidos Políticos, o Senado, a Câmara dos Vereadores, STF, a Presidência da República, Agências Reguladoras, etc...) ► Econômicas (Empresas, Sindicatos, Fazendas, Cooperativas, etc...) ► Sociais (Igrejas, Clubes, Associações Atléticas, Famílias, etc...) ► As instituições são a regra do jogo. ► As organizações são os times que jogam o jogo. ► Tanto as instituições influenciam as organizações, como as organizações influenciam as instituições. ► Ambas são mutáveis, e mudam de acordo com as transformações da sociedade. INSTITUIÇÕE S ORGANIZAÇÕE S DIREITO E SOCIEDADE ► Ulpiano (150-223 d.C): “Ubi homo, ibi societas; ibis societas, ibi jus; ergo, ubi homo, ibi jus"; ► “Onde há o homem, há a sociedade; onde há a sociedade, há o direito; logo, onde há o homem, há o direito". O que é o direito? ► O Direito é imutável? ► O direito é o mesmo para todos os povos e todas as épocas ou pode variar de sociedade para sociedade? O que é o direito? ► O Direito é imutável? ► O direito é o mesmo para todos os povos ou pode variar de sociedade para sociedade? ► Direito Natural: Direito baseado num conjunto de princípios superiores, de validade universal, justos e verdadeiros, válidos para todos os povos e todas as épocas. ► x ► Direito Positivo: Direito historicamente condicionado e mutável de época para época, Estado para Estado, e que está ou esteve em vigor em alguma comunidade. O que é o direito? ► O direito é um fenômeno CULTURAL. O direito é mutável no espaço e no tempo. A Sociedade se modifica, e o direito depois a acompanha para suprir suas novas necessidades. (Divórcio, adultério, voto feminino, Lei Maria da Penha; Casamento inter-racial nos EUA só foi permitido há 54 anos...etc). ► O direito está presente em tudo no nosso cotidiano: ► Na faculdade (na matrícula, no café que compramos na cantina (relação de consumo), nas normas do MEC, no regulamento interno da faculdade, na relação de convivência entre diretores, professores e alunos, etc... DIREITO E SOCIEDADE ► Direito é o conjunto de princípios, regras e instituições destinado a regular a vida humana em sociedade. O objetivo do direito é regular a vida humana em sociedade, estabelecendo, para esse fim, normas de conduta que devem ser observadas pelas pessoas. Tem por finalidade a realização da paz e da ordem social, mas também vai atingir as relações individuais das pessoas. – Sérgio Pinto Martins. ► O direito é um meio para a realização ou obtenção de um fim, que é a justiça. Sérgio Pinto Martins. ► O direito é FATO, VALOR E NORMA (Teoria Tridimensional do Direito – Miguel Reale). FENÔMENO JURÍDICO ► Conceito: Aplicação da força (coercibilidade) no estabelecimento de regras de conduta para a pacificação social, e que se legitima pelo consenso social. ► 1) Os homens, por consenso social, estabelecem regras a si próprios para organizarem o convívio social; ► 2) as normas são obrigatórias e aplicáveis a todos; ► 3) O Estado tem poder de coerção para obrigar as pessoas a cumprirem as regras. Moral e Sociedade ► A Moral consiste em um conjunto de valores, tradições e normas de conduta que não necessariamente são transformadas em normas jurídicas, e, agindo no íntimo dos indivíduos quando do seu próprio julgamento sobre o que lhes parece certo ou errado, atuam também como instrumento de organização das interações humanas. ► Assim como o direito, a moral também é mutável no tempo e no espaço, e varia de pessoa para pessoa e de grupo social para grupo social. ► O que era imoral nos anos 60, hoje pode ser aceito moralmente. ► O que é moral para mim, pode não ser moral para outra pessoa. NORMA MORAL NORMA JURÍDICA Autonomia: O próprio indivíduo escolhe o que é certo ou errado. A aceitação da norma moral depende de cada indivíduo ou grupo específico. Ex: comer carne na semana santa é pecado? Heteronomia: depende da vontade de um terceiro que impõe a norma – o Estado. Os indivíduos não podem escolher cumprir ou não a norma. É o Estado que escolhe o que é certo. Ex: pagar imposto. Interioridade: age no interior do indivíduo. Apenas o “pensar” já pode trazer alguma espécie de punição na consciência. Exterioridade: para ser aplicada, a norma jurídica exige que o indivíduo exteriorize seu pensamento através de ações. Ex: Se eu só pensar em cometer um crime, e não cometê-lo, não há qualquer punição. Unilateral: a norma moral está voltada apenas para o próprio indivíduo, em seu íntimo, sua consciência. Bilateral: a norma jurídica está voltada para o momento em que alguém prejudica outra pessoa. Menor grau de coercibilidade: a coerção ocorre no íntimo do indivíduo ou de determinado grupo. Ex: casar virgem, cortar o cabelo em determinadas religiões... Maior grau de coercibilidade: sanções obrigatórias, aplicável a todos, e mais rigorosas impostas pelo Estado. Ex: se não pagar o imposto, pode sofrer penhora. Se não pagar pensão, ir para a prisão. Sanção difusa: sanção não uniforme. A sanção imposta pelo próprio indivíduo ou por um grupo social específico pode ser diferente em situações semelhantes. Sanção organizada: sanção definida previamente pelo Estado. A CONSTRUÇÃO DO DIREITO – Teoria dos Círculos da Moral (Miguel Reale – Lições Preliminares do Direito) MORAL DIREITO TEORIA DOS CÍRCULOS CONCÊNTRICOS (Teoria do Mínimo ético) – O direito só trata do mínimo necessário, do essencial. A moral é suficiente para regular a maioria das relações sociais. DIREIT O MORAL DIREITO MORAL TEORIA DOS CÍRCULOS SECANTES – Pontos em comum entre direito e moral (ex: direito penal), mas existem questõesde direito que não interferem em nada na moral (exemplo: questões processuais de prazo), e questões puramente morais que não interferem no direito (exemplo: comer doce na semana santa). TEORIA DOS CÍRCULOS INDEPENDENTES – O direito tem que existir independentemente do pensamento moral das pessoas. Direito e Moral não se misturam. Exemplo: Nazismo. Direito e Moral ► A definição das cores do sinal como vermelha, verde e amarela. ► Comer carne na sexta-feira da paixão. ► Não ir à missa todo domingo. ► Prazo para Contestação de uma ação civil. ► A tipificação do homicídio como crime pelo Código Penal. ► Entrar na sala de aula com a camisa do Fortaleza. Direito e Moral ► Assim como o direito evolui e se modifica no espaço e no tempo, a moral também funciona da mesma forma. ► O que era imoral nos anos 60, hoje pode ser aceito moralmente. ► O que é moralmente aceitável para mim, pode não ser moral para outra pessoa. Direito e Justiça ► Justiça é a vontade constante e perpétua que destina a cada um o seu direito. (Ulpiano) ► Justiça é a disposição (habitus) segundo a qual alguém, por uma constante e perpétua vontade, destina a cada um o seu direito. (Tomás de Aquino) ► O que é justo para uma pessoa pode não ser justo para outra. O direito no Nazismo era justo? As leis nazistas eram justas? (O aborto é justo?) ► O direito é um meio para a realização ou obtenção de um fim, que é a justiça. Sérgio Pinto Martins. Sujeito e Objeto de direito ► Sujeito de Direito: é o titular do direito Pessoas Naturais, Pessoas Jurídicas, Entes Despersonalizados (Ex: Espólio, Massa Falida, Condomínio Edilício – Art 75 CPC). ► Objeto de direito: é o bem jurídico protegido em uma relação jurídica, podendo ser tanto um bem corpóreo (material casa, carro, terreno, etc...), como um bem incorpóreo (imaterial – outros direitos, a honra, a liberdade, o nome, a imagem, a vida, a integridade física). Direito Objetivo e Direito Subjetivo ► Direito Objetivo: são as normas jurídicas propriamente ditas. ► Direito subjetivo: é a faculdade de a pessoa postular seu direito, visando à realização de seus interesses. ► Ex: Por um descuido, Doriglaydson bateu no carro de João Lêno. ► Artigo 186 CC/2002: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. (Direito Objetivo) ► Artigo 927 CC/2002: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. (Direito Objetivo) ► O direito objetivo garante que qualquer um que cause dano a outrem seja responsável pelo prejuízo. A partir do momento em que Doriglaydson bateu no carro de João Lêno, este passou a ter o direito subjetivo de exigir a reparação do respectivo dano, podendo também, por vontade própria, abrir mão de exigi-la, já que este direito subjetivo representa uma faculdade sua. Fontes Formais do Direito (meio em que o direito se expressa, onde buscamos e encontramos o direito) ► CONSTITUIÇÃO; ► LEIS (Federais, Estaduais, Municipais); ► ATOS DO PODER EXECUTIVO (Decretos, Medidas Provisórias, Portarias, Ordens de Serviço, Instruções Normativas, Circulares); ► DISPOSIÇÕES CONTRATUAIS (Contratos, convenções e acordos coletivos); ► COSTUMES (habitualidade por longo período e obrigatoriedade / a) praeter legem - Art. 4º LIDB; b) secundum legem – Arts. 569,II, 596, 597, 615 do CC/2002; c) contra legem – cheque pré-datado previsto no art. 32 da Lei 7.357/85 e jogo do bicho. Sérgio Pinto Martins
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