Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sylvia Daniela Centeno Martins de Gouvêa Contabilidade Pública Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central Uniube Gouvêa, Sylvia Daniela Centeno Martins de. G745c Contabilidade pública / Sylvia Daniela Centeno Martins de Gouvêa. – Uberaba: Universidade de Uberaba, 2018. 112 p. : il. Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba. Inclui bibliografia. ISBN 1. Contabilidade pública. 2. Contabilidade. 3. Administração pública. I. Universidade de Uberaba. Programa de Educação a Distância. II. Título. CDD 657.61 © 2018 by Universidade de Uberaba Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Universidade de Uberaba. Universidade de Uberaba Reitor Marcelo Palmério Pró-Reitor de Educação a Distância Fernando César Marra e Silva Coordenação de Graduação a Distância Sílvia Denise dos Santos Bisinotto Editoração e Arte Produção de Materiais Didáticos-Uniube Editoração Patrícia Souza Ferreira Rosa Revisão textual Erlane Silva Nunes Diagramação Andrezza de Cássia Santos Projeto da capa Agência Experimental Portfólio Edição Universidade de Uberaba Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário Sylvia Daniela Centeno Martins de Gouvêa Especialista em Administração de Recursos Humanos pela Universidade de Franca – UNIFRAN. Bacharel em Turismo pela Universidade de Uberaba – Uniube. Atua como docente há 12 anos nos Cursos de Graduação, Técnico e Profissionalizante nas áreas de Administração, Ciências Contábeis e Logística. Sobre a autora Sumário Apresentação ..................................................................................... VII Capítulo 1 Conceito, objeto, objetivos e campo de aplicação da Contabilidade Pública ...........................................................1 1.1 A Administração Pública e a Contabilidade Pública ................................................3 1.2 Conceito de CASP ...................................................................................................5 1.2.1 Normas Aplicadas ao Setor Público ..............................................................5 1.3 Campo de Aplicação ................................................................................................8 1.4 Objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP) ..............................10 1.5 Objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP) ................................11 1.6 Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – (MCASP) .........................13 1.7 Conclusão .............................................................................................................14 Capítulo 2 Receita Pública ..................................................................17 2.1 Orçamento Público ................................................................................................18 2.1.1 Princípios Orçamentários .............................................................................20 2.2 Receita Orçamentária ............................................................................................21 2.3 Receitas Extraorçamentárias.................................................................................22 2.4 Classificações das Receitas Orçamentárias .........................................................24 2.4.1 Natureza .......................................................................................................24 2.5 Fases da Receita Pública ......................................................................................28 2.6 Conclusão ..............................................................................................................29 Capítulo 3 Despesa Pública ................................................................31 3.1 Conceito .................................................................................................................33 3.2 Classificação da Despesa Orçamentária ..............................................................33 3.2.1 Classificação Institucional ............................................................................34 3.2.2 Classificação Funcional ...............................................................................36 3.2.3 Classificação por natureza ...........................................................................37 3.3 Créditos orçamentários iniciais e adicionais..........................................................42 3.4 Estágios da Despesa .............................................................................................42 3.5 Dúvidas frequentes referentes à classificação orçamentária ...............................46 3.5.1 Natureza da Despesa ..................................................................................46 3.6 Restos a pagar .......................................................................................................47 3.7 Conclusão ..............................................................................................................48 Capítulo 4 Procedimentos Contábeis Patrimoniais .............................51 4.1 Constituição do Patrimônio Público .......................................................................52 4.1.1 Ativo ..............................................................................................................54 4.1.2 Passivo .........................................................................................................57 4.1.3 Patrimônio Líquido ou Situação Patrimonial Líquida ...................................60 4.2 Variações Patrimoniais ..........................................................................................60 4.2.1 Classificações das Variações Patrimoniais .................................................62 4.2.2 Reconhecimento das Variações Patrimoniais .............................................62 4.2.3 Momentos de reconhecimento das Variações Patrimoniais .......................63 4.2.4 Resultado Patrimonial ..................................................................................73 4.3 Conclusão ..............................................................................................................73 Capítulo 5 Balanço Orçamentário .......................................................77 5.1 Conceito e Considerações Gerais ........................................................................78 5.2 Elaboração do Balanço Orçamentário .................................................................81 5.3 Balancete do Sistema Orçamentário .....................................................................86 5.4 Balanço Orçamentário ..........................................................................................87 5.5 Conclusão ..............................................................................................................89 Capítulo 6 Balanço Financeiro .............................................................91 6.1 Conceito e considerações sobre o Balanço Financeiro .......................................92 6.2 Balancete de verificação do Balanço Financeiro .................................................96 6.3 Elaboração do Balanço Financeiro ........................................................................98 6.4 Conclusão ............................................................................................................100 Prezado(a) aluno(a). Neste livro, intitulado Contabilidade Pública, propomos-nos a abordar este que é um ramo importante da Contabilidade e que tem por objetivo fornecer informações aos seus usuários específicos, tendo como objeto o Patrimônio Público. O livro é composto por seis capítulos. Para ajudá-lo(a),apresentamos de forma resumida, a seguir, o que trata cada um deles. O Capítulo 1, “Conceito, objeto, objetivo e campo de aplicação da Contabilidade Pública”, aborda o conceito de Administração Pública, as Normas Aplicadas ao Setor Público, Campo de atuação, objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP), objeto da CASP e o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP). “Receita Pública” é o nome do segundo capítulo. Nele, contemplamos o Orçamento Público, Princípios Orçamentários, Receita Orçamentária, Classificação das Receitas Orçamentárias e Fases da Receita Pública. O terceiro capítulo trata da “Despesa Pública”. Abordamos o seu conceito, a classificação da Despesa Orçamentária, créditos orçamentários iniciais e adicionais, estágios da Despesa e Restos a pagar. No Capítulo 4, “Procedimentos Contábeis Patrimoniais”, tratamos da Constituição do Patrimônio Público e das Variações Patrimoniais. Apresentação VIII UNIUBE No quinto capítulo, “Balanço Orçamentário”, focalizamos o Conceito de Balanço Orçamentário e fazemos algumas considerações gerais. Abordamos ainda a Elaboração do Balanço Orçamentário, o Balancete do Sistema Orçamentário e o Balanço Orçamentário. O sexto e último capítulo é dedicado ao “Balanço Financeiro”. Nele, abordamos o conceito e considerações sobre o Balanço Financeiro, Balancete de verificação e Elaboração do Balanço Financeiro. Pelos assuntos tratados, você pode perceber que se trata de conteúdo importante, não só para sua formação acadêmica e profissional, mas que contribui para situá-lo(a) no contexto da atual realidade brasileira, pois, por meio da Contabilidade Pública e de seu estudo, é possível entender a crise econômica que o país vem enfrentando e até mesmo vislumbrar soluções para que o Brasil volte a crescer. Bons estudos! Introdução Conceito, objeto, objetivos e campo de aplicação da Contabilidade Pública Capítulo 1 Quem não escutou ou leu alguma notícia sobre o Déficit Orçamentário em nosso País? Sobre contenção de Despesas? De que o Governo Federal está bloqueando parte do Orçamento? Que existem vários projetos no Congresso Nacional para aumentar as receitas públicas? De que é necessário o Poder Público gastar apenas o que arrecada? Sobre a necessidade de se promover um profundo ajuste fiscal nas contas públicas? São notícias que acabaram se tornando assuntos de discussão no cotidiano do cidadão brasileiro, tamanha a frequência em que apareceram na mídia nos anos de 2016, 2017 e 2018. Talvez você se pergunte: tudo isso é Contabilidade Pública? Bem, as questões que citamos não é a Contabilidade Pública, mas se relacionam à Contabilidade Pública; são questões cuja solução é um dos maiores desafios para os nossos gestores públicos. Equalizar as contas públicas é um desafio para um país que atravessa uma das piores crises econômicas de sua história e tem uma gama enorme de demandas sociais para atender. Enfrentar esse desafio exige de nós, futuros contadores e gestores públicos, conhecer, entender e analisar as contas públicas, daí a necessidade do estudo da disciplina Contabilidade Pública. 2 UNIUBE Diante desse quadro, iremos neste capítulo iniciar os nossos estudos sobre a Contabilidade. Aprenderemos o Conceito, Objeto, Objetivos e tudo que for necessário para que você introduza esta disciplina em seu acervo intelectual. Neste capitulo, trabalharemos a parte conceitual da Contabilidade Pública ou Contabilidade Aplicada ao Setor Publico – CASP. Nossos objetivos são que, ao terminar a leitura deste capítulo, você seja capaz de: • entender o quanto é importante a Contabilidade Pública Aplicada ao Setor Público; • lembrar qual o Objeto de estudo da CASP; • entender os Objetivos da CASP; • apresentar o vasto Campo de Aplicação da CASP. 1.1 A Administração Pública e a Contabilidade Pública 1.2 Conceito de CASP 1.2.1 Normas aplicadas ao Setor Público 1.3 Campo de aplicação 1.4 Objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP) 1.5 Objeto da CASP 1.6 Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) 1.7 Conclusão Objetivos Esquema UNIUBE 3 A Administração Pública e a Contabilidade Pública1.1 Não teria sentido falar de Contabilidade Pública sem saber o que é Administração Pública, pois uma é consequência da outra. Para que a Administração Pública cumpra seus objetivos com responsabilidade na gestão fiscal, faz-se necessária a aplicação da normas de Contabilidade Pública no manuseio das receitas e despesas. Mas afinal, o que é Administração Pública? Conforme Matias Pereira (2009, p. 62). Administração Pública, num sentido amplo, designa o conjunto de serviços e entidades incumbidos de concretizar as atividades administrativas, ou seja, da execução das decisões políticas e legislativas. Assim, a Administração Pública tem como propósito a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade no âmbito de três níveis de governo: federal, estadual e municipal visando o bem comum. E como a Administração Pública vai conseguir cumprir seus objetivos? Qual o papel da Contabilidade Aplicada ao Setor Público na consecução dos objetivos? Para cumprir os objetivos a que se propõe, a Administração Pública executa atividades e projetos. Para realizar as atividades e os projetos, a Administração Pública mobiliza recursos materiais e humanos; portanto necessita de receitas para pagar os bens e serviços consumidos no processo de execução. A disciplina que estamos estudando é de extrema importância para o cumprimento dos objetivos traçados, pois será a Contabilidade Aplicada ao Setor Público quem vai permitir o controle dos recursos financeiros aplicados, das dotações orçamentárias destinadas e das despesas realizadas. 4 UNIUBE Analisemos a seguinte situação: imagine que a prefeitura de determinado município trace como objetivo melhorar as condições de saúde da população infantil e estabeleça como projeto a construção de um hospital especializado na zona urbana. Pois bem, o Governo Municipal terá que identificar o valor da obra e buscar os recursos para a sua concretização. Naturalmente, você vai se perguntar: como o Governo consegue recursos? Ele não vende mercadorias nem obtém lucro como as Empresas Privadas! A resposta à sua pergunta é: o Governo consegue recursos principalmente por meio de Receitas Tributárias e os aloca da melhor maneira para atender aos interesses da população, como exemplo para a construção do hospital do exemplo. É nessa hora que entra Contabilidade Pública, pois sem ela ou sem as suas regras, tudo viraria uma bagunça e não teríamos como atender minimamente aos interesses da coletividade. A CASP (Contabilidade Aplicada ao Setor Público) ou Contabilidade Pública possibilita que os Gestores administrem o que arrecadam (Receitas) e enquadrem as Despesas dentro dessa realidade. Sem a CASP iriámos pagar, pagar e pagar impostos sem limite. Não teríamos controle dos gastos nem saberíamos o quanto tinhamos para gastar. Existem duas leis que norteiam a CASP e normatizam parte da matéria. É a Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964 e a Lei Complemetar nº 101, de 04 maio de 2000, conhecidas, respectivamente como Lei de Orçamentos Públicos e Lei de Responsabilidade Fiscal. Essas duas normas são base para parte dos nossos estudos, e vamos abordá-las ao longo do curso. EXEMPLIFICANDO! E então, vamos iniciar nosso aprendizado?! UNIUBE 5 Conceito de CASP1.2 Não foi estabelecido ainda um conceito de Contabilidade Pública ou Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP), pois ao final de 2016 foi revogado a NBC T 16.1 que trazia em seu bojo o conceito da Matéria, mas para fins didáticos usaremos está NBC com intuito de facilitar o seu entendimento e deixar mais completo o nosso estudo. Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios de Contabilidadee as normas contábeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.437/13). A Contabilidade Pública é um ramo da Contabilidade, que nada mais é que uma Ciência Social. Ela tem a mesma finalidade da Contabilidade: prover os usuários de informações úteis para a tomada de decisão e realizar o controle patrimonial de Entidades do setor público. O controle patrimonial nada mais é do que controlar os gastos de cada órgão, de otimizar os recursos etc. Para complementar melhor nosso estudos, farei um breve comentário sobre as Normas Aplicadas ao Setor Público, pois ela é de vital importância para compreendermos a disciplina e entendermos de fato o conceito. 1.2.1 Normas Aplicadas ao Setor Público O Conselho Federal de Contabilidade – CFC tem como competência privativa editar as Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC. Essas Normas devem ser adotadas por todos os Profissionais da Contabilidade que atuam no Brasil. 6 UNIUBE Diante desta situação, o CFC editou as NBCs TSP – do Setor Público, que têm como finalidade doutrinar as ações dos profissionais que atuam no ramo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público. A revogação da Resolução CFC 750/93 causou a extinção das NBCs T EC 16.1 a 16.5, pois elas traziam em seu bojo uma estrutura meramente conceitual. Algumas NBCs também estão para serem revogadas em 2019 e outras estão sendo criadas. Tudo isso demonstra a preocupação do CFC com a matéria e a importância que ela está tomando no cenário nacional A Tabela 1 relaciona todas as Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC – aplicadas ao setor Público: Tabela 1: Normas Brasileiras de Contabilidade -NBC- aplicadas ao setor público Correlação NBC Resolução CFC Nome da Norma IFAC NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL DOU 04/10/16 Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público Conceptual Framework NBC TSP 01 DOU 28/10/16 Receita de Transação sem Contraprestação IPSAS 23 NBC TSP 02 DOU 28/10/16 Receita de Transação com Contraprestação IPSAS 9 NBC TSP 03 DOU 28/10/16 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes IPSAS 19 NBC TSP 04 DOU 06/12/16 Estoques IPSAS 12 UNIUBE 7 NBC TSP 05 DOU 06/12/16 Contratos de Concessão de Serviços Públicos: Concedente IPSAS 32 NBC TSP 06 DOU 28/9/17 Propriedade para Investimento IPSAS 16 NBC TSP 07 DOU 28/9/17 Ativo Imobilizado IPSAS 17 NBC TSP 08 DOU 28/9/17 Ativo Intangível IPSAS 31 NBC TSP 09 DOU 28/9/17 Redução ao Valor Recuperável de Ativo Não Gerador de Caixa IPSAS 21 NBC TSP 10 DOU 28/9/17 Redução ao Valor Recuperável de Ativo Gerador de Caixa IPSAS 26 NBC T 16.6 R1 DOU 31/10/14 Demonstrações Contábeis não há NBC T 16.7 1.134/08 Consolidação das Demonstrações Contábeis não há NBC T 16.8 1.135/08 Controle Interno não há NBC T 16.9 1.136/08 Depreciação, Amortização e Exaustão (revogada a partir de 1º/1/19) não há NBC T 16.10 1.137/08 Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do Setor Público (revogada a partir de 1º/1/19) não há NBC T 16.11 1.366/11 Sistema de Informação de Custos do Setor Público não há Fonte: http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-tsp-do-setor-publico/. 8 UNIUBE Campo de Aplicação1.3 A Contabilidade Aplicada ao Setor Público abrange todas as entidades do setor público, mas, meu caro aluno e aluna, o que são essas entidades? Essas entidades são os Governos Federais, Estaduais, Distritais e Municipais, abrangendo suas Secretarias, Autarquias, Agencias e Órgãos ou, melhor dizendo, todo o Poder Executivo. Elas são também todo o Poder Judiciário, abrangendo o STF, STJ, Tribunais Federais e Estaduais e todo Poder Legislativo, tanto no âmbito Federal, Estadual e Municipal. Secretarias, Autarquias, Agências e Órgãos. Secretarias, Autarquias, Agências e Órgãos. Governo Federal Governo Distrital Governo Estadual Governo Municipal Secretarias, Autarquias, Agências e Órgãos. Secretarias, Autarquias, Agências e Órgãos. PODER EXECUTIVO PODER JUDICIARIO Supremo Tribunal Federal Tribunal Federal Tribunal Estadual Supremo Tribunal de Justiça UNIUBE 9 PODER LEGISLATIVO Âmbito Federal Âmbito Estadual Âmbito Municipal O Campo de Aplicação foi dividido em Obrigatório e Facultativo. Para melhor entendimento, observe o Quadro 1 abaixo. Quadro 1: Campo de Aplicação da CASP OBRIGATÓRIO FACULTATIVO Entidades do Setor Público, sendo eles: A – Governos nacionais Estaduais, Distritais e Municipais. Tudo isso engloba os poderes citados anteriormente. B – Órgãos, Secretarias, Departamentos, Agências, Autarquias e Fundações (sendo estas mantidas e instituídas pelo Poder Público. C – Consórcios Públicos, Fundos e Empresas Estatais Dependentes. A – Demais entidades. B – As Estatais Independentes. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Mas acreditamos que ainda esteja pairando algumas dúvidas em vocês, não é?. Para entendermos melhor o Campo de Aplicação, conceituaremos o que é Empresa Estatal Dependente e Empresa Estatal Independente. As empresas estatais dependentes são as empresas controladas pelo Poder Público e que recebem do governo verbas para o pagamento de Despesas com Pessoal. 10 UNIUBE A Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, Lei de Responsabilidade Fiscal, define em seu artigo 2º que Empresa Estatal Dependente é a empresa controlada por um ente da Federação (União, Estado ou Município) que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas de pessoal, de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, os recursos provenientes de aumento de participação acionária. As empresas estatais independentes são as empresas que dispõem de receitas própria, geradas por suas atividades e não dependendo de ninguém para pagamento de suas despesas em geral. Podemos ver no Quadro 2 exemplos dessas empresas. Quadro 2: Exemplos de Empresas Estatais Dependentes e Independentes EMPRESAS ESTATAIS DEPENDENTES EMPRESAS ESTATAIS INDEPENDENTES A – Embrapa B – EBC C – EBSERH A – Petrobras B – Correios C – Eletrobras Fonte: Acervo EAD-Uniube. Objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP)1.4 O objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão; “a adequada prestação de contas e ao necessário suporte para a instrumentalização do controle social. UNIUBE 11 • Aspecto Orçamentário Está relacionado com o Orçamento Público, com a execução Orçamentária. • Aspecto Financeiro Tem relação com o fluxo de caixa e com o controle das Receitas e Despesas. • Aspecto Econômico Está relacionado com o resultado obtido na aplicação dos recursos. • Aspecto físico Tem relação com a existência física do Patrimônio das Entidades. 1.5 Objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP) O objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o patrimônio público. Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas obrigações. (Redação dada pela NBC T 16.2). 12 UNIUBE Para entender melhor o que é Patrimônio Público, vamos buscar a explicação na Contabilidade Básica. A Contabilidade Básica define por patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade. EXEMPLIFICANDO! Bens • são os itens que são avaliados em moeda corrente e capazes de satisfazer as necessidades das entidades; • essesbens podem ser tangíveis e intangíveis; • bens tangíveis: bens físicos, palpáveis ou materiais intangíveis, que seriam os bens imateriais. Direitos • são os valores que as entidades têm a receber de terceiros. Obrigações • é a representação das dívidas que a Entidade tem junto a terceiros. Mas, e quando usamos a expressão Patrimônio Público? O que seria de fato? O artigo 99 do Código Civil separou os bens públicos em três categorias, quais sejam: de uso comum do povo, de uso especial e os dominiais. Os bens de uso comum são aqueles livremente utilizados pela população em geral. Esse livremente quer dizer que são liberados sem a necessidade de uma prévia autorização. Os exemplos são os mares, rios e as praças. UNIUBE 13 Os bens de uso especial são os destinados ao cumprimento das funções públicas. Eles não são acessíveis para a população, pois têm uma finalidade própria e são restritos ao uso pessoal: as repartições públicas, veículos oficiais e cemitérios são alguns exemplos. Por fim, os bens dominiais são os bens que integram o patrimônio econômico da Administração Pública e que podem ser utilizados para a obtenção de rendas. De acordo com MEIRELLES (2004, p.493), bens públicos são: “em sentido amplo, todas as coisas, corpóreas ou incorpóreas, imóveis, móveis e semoventes, créditos, direitos e ações que pertençam, a qualquer título, às entidades estatais, autárquicas, fundacionais e empresas governamentais”. 1.6 Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – (MCASP) O Governo Federal, através da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), criou o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP). Este Manual trouxe um conjunto de procedimentos para nortear os gestores na execução da Contabilidade Aplicada ao Setor Público. O MCASP tem um caráter operacional e é a principal fonte de estudos para a CASP. Ela apresenta, com bastante detalhes, todas as rotinas ligadas a essa disciplina e está dividido em seis partes. Parte Geral – Contabilidade Aplicada ao Setor Público Parte I – Procedimentos Contábeis Orçamentários. Parte II – Procedimentos Contábeis Patrimoniais. Parte III – Procedimentos Contábeis Específicos. Parte IV – Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP). Parte V – Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP). 14 UNIUBE Nos próximos capítulos, aprofundaremos nossa análise a respeito das partes que compõem o estudo da Contabilidade Pública. Conclusão 1.7 A Contabilidade Pública vem sofrendo um processo de convergência para se adaptar às normas internacionais. A Contabilidade pública é um ramo da Contabilidade que tem por objetivo fornecer informações aos seus usuários específicos, tendo como objeto o Patrimônio Público. Ela é regida pela Lei nº 4.320/64, Lei nº 10.180/2001 e Lei Complementar nº 101/2000, além de ser regida pelas Normas Brasileiras Aplicadas ao Setor Público. Ela é de fundamental importância, pois possibilita que os Gestores administrem as Receitas e enquadrem as Despesas. Resumo A Administração Pública e a Contabilidade Pública estão intimamente ligadas. A Administração pública é o conjunto de serviços prestados para a população para a consecução do interesse coletivo, enquanto a Contabilidade Pública permite que os recursos financeiros estejam disponíveis para que esses serviços possam ser realizados. A Contabilidade aplicada ao Setor Público (CASP) faz com que os Gestores administrem Receitas e enquadrem as Despesas dentro de cada realidade. A CASP é norteada pela Lei nº 4.320/1964, Lei nº 10.180/2001 e Lei Complementar nº 101/2000. O objeto de estudo da Contabilidade Pública é o Patrimônio Público. O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) tem um caráter operacional. UNIUBE 15 Referências ANGÉLICO, João. Contabilidade pública. São Paulo: Atlas, 2009. ARAÚJO, Inaldo; ARRUDA, Daniel. Contabilidade pública, da Teoria à Prática. São Paulo: Saraiva, 2004. BRASIL. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Disponível em: <https://www12.senado. leg.br/orcamento/documentos/legislacao/lei-no-4320/view>. Acesso em: 3 set. 2018. ______. Lei n° 10.180, de 6 de fevereiro de 2001. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp101.htm>. Acesso em: 3 set. 2018. ______. Lei Complementar n° 101, de 4 de maio de 2000. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp101.htm>. Acesso em: 3 set. 2018. BRUM,S.M,D; PISCITELLI,R,B; ROSA,M,B; TIMBÓ,M,Z,F. Contabilidade pública, uma abordagem da administração financeira pública. São Paulo: Atlas, 1995. CFC. Conselho Federal de Contabilidade. NBC TSP – do Setor Público. Disponivel em: <http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-tsp-do-setor-publico/>. Acesso em: 5 set. 2018. CONTI, José Mauricio (Org.). Orçamentos públicos: a Lei 4320/1964 comentada. 3.ed. São Paulo: Editora Revistas dos Tribunais, 2014. KOHAMA, Heilio. Contabilidade Pública, teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2010. MATIAS-PEREIRA, J. Curso de administração pública: foco nas instituições e ações governamentais. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2009. MINISTÉRIO DA FAZENDA. Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de contabilidade aplicada ao setor público. 7. ed. Brasilia, 2017. Disponivel em: <http://www.tesouro. fazenda.gov.br/-/mcasp>. Acesso em: 4 set. 2018. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2004 PISCITELLI, Roberto Bocaccio; TIMBÓ, Maria Zulene Farias. Contabilidade pública: uma abordagem da administração financeira pública. São Paulo: Atlas, 2014. Introdução Receita PúblicaCapítulo 2 Neste capítulo, vamos abordar a definição de Orçamento Público e aprender sobre os tipos de Receitas Públicas. Vamos entender que as Receitas Públicas permitem a Administração Pública financiar os serviços que prestam para a coletividade; as receitas criam mecanismos para que os serviços essenciais sejam ofertados para a população e fazem o Estado funcionar. Na atualidade, devido à crise orçamentária que estamos vivenciando no setor público de nosso país, a maior parte da pauta do Congresso é de projetos que buscam aumentar a arrecadação, ou seja, aumentar as Receitas Públicas. Desde 1998 não vivenciavamos uma crise orçamentária tão grave. São repetidos anos apresentando déficits públicos, ou seja, o Estado está terminando o ano no vermelho e a arrecadação caindo vertiginosamente. Por isso essa nossa disciplina se torna tão importante, pois é por meio de seu estudo que conseguiremos entender a crise e sugerir soluções para que o Brasil volte a crescer. 18 UNIUBE Esperamos que, após a leitura deste capítulo, você seja capaz de: • entender o que é Orçamento Publico; • definir, classificar e identificar todos os tipos de Receitas existentes na CASP. 2.1 Orçamento Público 2.1.1 Principios Orçamentários 2.2 Receita Orçamentária 2.3 Receitas Extraorçamentárias 2.4 Classificações das Receitas Orçamentárias 2.4.1 Natureza 2.5 Fases da Receita Pública 2.6 Conclusão Objetivos Esquema Orçamento Público2.1 Orçamento se materializa em uma lei, e é ela quem rege todos os gastos da Administração Pública. É o orçamento que estabelece como serão alocados todos os recursos públicos. Ele é tratado hoje como prioridade e envolve ação dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciario). UNIUBE 19 O Orçamento não é mais uma peça meramente contábil e se tornou um objeto para que a população controle as finanças públicas. Nesse sentido, o Orçamento Público tem que evidenciar a Politica econômico- financeira e o Programa de trabalho do governo. Tem que constar tudo que gasta e arrecada. A Lei nº 4.320/64 é quem traz todas normas para elaboração, execução e controle do Orçamento. Ela também nos fornece todas as normas para o execução do Direito Financeiro Público. No ano 2000, devido à primeira crise causada pelo descontrole dos gastos pelos Governos, foi promulgada a LeiComplementar nº 101/ 2000, sendo que ela nos trouxe algumas modificações na execução orçamentária e apresentou o Orçamento como o centro de preocupação dos Governantes. Orçamento público é uma peça confeccionada pelo poder executivo, mas apreciada pelo legislativo e judiciario, que visa controlar as despesas e prever as receitas. Tem o fim de fazer com que o estado cumpra a sua função econômica e apresente um plano de trabalho para um determinado período. O que seria essa função econômica do Estado? • FUNÇÃO DISTRIBUTIVA É a função que faz com que o Estado redistribua a renda excedente. • FUNÇÃO ALOCATIVA É a função do Governo de estimular a economia, de atuar em determinadas áreas para melhorar sua economia. 20 UNIUBE • FUNÇÃO ESTABILIZADORA O governo tem a função de criar um ambiente econômico estável, de apresentar um equilíbrio fiscal e promover uma situação econômica favorável. 2.1.1 Princípios Orçamentários Os Princípios Orçamentários são premissas que devem ser observadas para a realização das praticas orçamentárias. São os fundamentos ou, melhor dizendo, as regras fundamentais para o processo Orçamentário. • Princípio da Legalidade (Legalidade Orçamentária) Somente através da lei é que se pode construir o orçamento. O orçamento é uma lei e, como tal, deve ser precedida de expressa autorização do Poder Legislativo. • Princípio da Unidade ou Totalidade O Orçamento é único, ou seja, tem que existir apenas um orçamento. • Princípio da Universalidade O Orçamento tem que conter todas as despesas e receitas do Estado. • Princípio da Anualidade ou da Periciodicidade O Orçamento é elaborado e autorizado para vigorar pelo período de um ano. • Princípio do Equilíbrio O Orçamento tem que ser equilibrado entre os valores referentes à Receita e à Despesa. • Princípio da Publicidade O Orçamento tem que ser público e publicado, incluindo todas as modificações. UNIUBE 21 Receita Orçamentária2.2 O MCASP (Manual de Contabilidade Aplicado ao Serviço Público) definiu a Receita Orçamentária como todo o recebimento de recursos financeiros durante o exercício orçamentário e que aumentam o saldo financeiro da Instituição. E então? Conseguiram entender? Aprofundemos um pouco mais! O Poder Público tem o dever de colocar em pratica ações que visam atender às necessidades da sociedade e só vão concretizá - las por meio das receitas orçamentárias. Em grossas palavras, seria o salário do Estado, a fonte de onde os recursos seriam tirados para execução dos serviços públicos. Como exemplo, o Estado necessita construir uma escola para uma determinada comunidade e verificou que a obra vai custar R$2.000.000,00. Diante dessa situação, o Estado procura o banco? Conversa com empresários? Não! Ele busca esse recurso na Receita Orçamentária. Segundo o Ementário da Receita Orçamentária, 2ª Edição, publicada em 11/09/2017 pelo STN, Receitas Orçamentárias são as Receitas Correntes, compreendendo os Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria. Na atualidade, é imensa a gama de impostos e, como exemplo, citamos o Imposto sobre a Renda (IR), Imposto sobre Exportação (IE), Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e outros. As multas e juros também são incluídas como Receitas Orçamentárias. 22 UNIUBE Na Lei 4.320, de 17 de março de 1964, em seu artigo 57, as Receitas Orçamentárias são classificadas como todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no orçamento. Em suma, é tudo o que o Estado arrecada, ressalvadas as Operações de Crédito por antecipação da receita; emissões de papel moeda e outras entradas compensatórias. No Quadro 1, podemos ver as características das Receitas Orçamentárias: Quadro 1: Características das Receitas Orçamentárias CARACTERÍSTICAS: • são coberturas para as despesas; • são de propriedade do Estado; • aumentam o saldo Financeiro; • são a representação da disponibilidade de recursos. Fonte: Acervo EAD-Uniube. Receitas Extraorçamentárias2.3 As Receitas Extraorçamentárias são aqueles recursos financeiros que têm um caráter temporário. O Estado surge como um mero agente depositário deste recurso. Essas receitas não integram o Orçamento e não têm reflexos no Patrimônio Líquido do Estado. UNIUBE 23 Art. 3º da Lei nº 4.320/64 Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de papel moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros. Mas, afinal, o que são Receitas Extraorçamentárias? As Receitas Extraorçamentárias compreendem: • as operações de crédito por antecipação de receita orçamentária; • a emissão de moeda; • outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros. Tudo que entrar de maneira compensatória é considerado como Receita Extraorçamentária. O exemplo clássico de entradas compensatórias são como os depósitos em caução e as fianças. EXEMPLIFICANDO! • DEPÓSITO EM CAUÇÃO É o valor pago pelo licitante para garantir a participação em uma licitação e cumprimento das disposições contratuais. Após esse cumprimento, o valor é devolvido. • FIANÇA É o valor pago como garantia para ter posse de algum bem ou patrimônio. São raras na Administração Pública, mas podem ocorrer. 24 UNIUBE Classificações das Receitas Orçamentárias2.4 Todas as receitas são classificadas, sendo chamadas de Classificações Orçamentárias. Essa Classificação se dá com vistas à efetiva execução do Orçamento, à análise dos efeitos econômicos e sociais das atividades governamentais e para permitir que o Orçamento seja objeto de prestação de contas. Nas classificações das receitas orçamentárias, são observados os seguintes critérios: • A Natureza; • Fonte/ Destinação de Recursos; • Indicador de Resultado Primário. 2.4.1 Natureza Essa classificação é utilizada para identificar a origem do recurso segundo o fato gerador. Para deixarmos nosso estudo mais claro, essa classificação cria uma codificação para cada receita que entrar no Orçamento. Ela objetiva trazer celeridade, simplicidade e transparência para o Orçamento. Vamos observar o Quadro 2, que mostra a estrutura de codificação da receita, conforme sua natureza. Quadro 2: Estrutura da Codificação C O E DDDD T Categoria Econômica Origem Espécie Desdobramentos para identificação de peculiaridades da receita Tipo Fonte: MCASP,http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/456785/ MCASP+7%C2%AA%20edi%C3%A7%C3%A3o+Vers%C3%A3o+Final.pdf/6e874adb-44d7- 490c-8967-b0acd3923f6d. UNIUBE 25 Tomemos como exemplo o imposto de renda da pessoa física, recolhido dos trabalhadores. O imposto é alocado à natureza de receita código “1.1.1.3.01.1.1”, conforme mostra a Quadro 3. Quadro 3: Características das Receitas Orçamentárias C Categoria Econômica 1 Receita Corrente O Origem 1 Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria E Espécie 1 Impostos DDDD Desdobramentos para identificação de peculiaridades 3011 Imposto sobre a renda de Pessoa Física – IRPF T Tipo 1 Principal Fonte: Acervo EAD-Uniube. 2.4.1.1 Categoria Econômica • Podemos dividir a Categoria Econômica em Receita Corrente e Receita de Capital. Segundo MCASP, as receitas correntes são aquelas arrecadadas dentro do exercício financeiro, que aumentam as disponibilidades financeiras do Estado e constituem instrumento para que o governo cumpra as sua políticas públicas. Elas nada mais são do que as receitas provenientes dos tributos, de contribuições em geral, e da exploração das atividades econômicas. • As Receitas de Capital, em geral, não provocam efeito sobre o patrimônio líquido. Elas são provenientes da realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas e da conversão, em espécie, de bense direitos. • Existem também as Receitas de Operação Intraorçamentária, tanto de Capital como Corrente. Elas são aquelas realizadas entre Órgãos e Entidades pertencentes à Administração Pública. Elas não representam aumento no Patrimônio, mas apenas movimentação de Receitas. 26 UNIUBE Na Quadro 4, podemos visualizar os tipos de categoria Econômica da Receita. Quadro 4: Os tipos de Categoria Econômica da Receita Categoria Econômica da Receita 1 – Receitas Correntes 2 – Receitas de Capital 7 – Receitas Correntes Intraorçamentárias 8 – Receitas de Capital Intraorçamentárias Fonte: Acervo EAD-Uniube. 2.4.1.2 Origem A origem nada mais é que o detalhamento das Categorias Econômicas, ou seja, é o detalhamento de tudo que citamos logo acima. Para entendermos melhor, vamos examinar o Quadro 5: Quadro 5: Origem da Receita Origem da Receita Receitas Correntes Receitas de Capital 1 – Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria 1 – Operações de Crédito 2 – Contribuições 2 – Alienação de Bens 3 – Receita Patrimonial 3 – Amortização de Empréstimos 4 – Receita Agropecuária 4 – Transferências de Capital 5 – Receita Industrial 9 – Outras Receitas de Capital 6 – Receita de Serviços 7 – Transferências Correntes 9 – Outras Receitas Correntes Fonte: Acervo EAD-Uniube. UNIUBE 27 2.4.1.3 Espécie Esta classificação tem a função de detalhar melhor a origem da Receita. Sua função de identificar as Espécies. 2.4.1.4 Desdobramentos para Identificação de Peculiaridades da Receita Foi uma inovação trazida há pouco tempo e que reserva 4 dígitos para identificar melhor as peculiaridades da Receita, caso ocorra alguma necessidade. Um exemplo é o código utilizado para o Imposto de Renda Pessoa Fisica nº 3011 2.4.1.5 Tipo É o último dígito e tem como função identificar qual o tipo de arrecadação. Abaixo os dígitos utilizados na identificação: 0 – Trata se da natureza de receita não valorizável ou agregadora. 1 – Trata se da arrecadação Principal da Receita. 2 – Trata se de Multas e Juros de Mora da respectiva Receita. 3 – Trata se de valores referentes à Dívida Ativa da respectiva Receita. 4 – Trata se de valores de Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa da respectiva Receita. 28 UNIUBE Quadro 6: Detalhamento da Classificação da Receita Orçamentária Dígito: 1º 2º 3º 4º a 7º 8º Significado: Ca t. Ec on ôm ica O rig em Es pé cie De sd ob ra m en to s Ti po Descrição-Padrão dos Códigos de Tipo: Código: X X X x .xx. x 0 Natureza Agregadora 1 Receita Principal 2 Multa e Juros da Receita Principal 3 Dívida Ativa da Receita Principal 4 Multa e Juros da Dívida Ativa da Receita Principal Fonte: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/563508/CPU_ MCASP+7%C2%AA%20edi%C3%A7%C3%A3o+Vers%C3%A3o+Final.pdf/e51cdafb-4acd- 4c68-9d65-8f01b989d4c4. Fases da Receita Pública2.5 A Receita Pública é dividida em quatro fases: • PREVISÃO Previsão é uma estimativa do que o Estado pretende arrecadar no Exercício Financeiro. • LANÇAMENTO Previsto no artigo 53, da Lei 4.320/64, é um procedimento administrativo que visa identificar a procêdencia do crédito fiscal, quem deve pagar e o momento que deve ser realizado esse pagamento. UNIUBE 29 • ARRECADAÇÃO Previsto no artigo 56, da Lei 4.320/64, é o momento do pagamento realizado pelo contribuinte, ou seja, o contribuinte recolhe o tributo para o Agente Arrecadador. • RECOLHIMENTO Repasse do montante recolhido pelo Agente Arrecadador para o Caixa do Estado. Conclusão2.6 Os princípios orçamentários não são absolutos, eles vão se adequando. Cada Princípio orçamentário tem uma finalidade distinta, seja para o controle parlamentar sobre as finanças, seja para evitar a permanência da autorização para a Gestão orçamentária e financeira ou para limitar o crescimento dos gastos públicos e da dívida pública. Através das Receitas que o Estado obtém recursos para a prestação dos Serviços Públicos. Resumo O Orçamento rege todos os gastos da Administração Pública. Os princípios orçamentários são premissas que devem ser observadas para a realização das práticas orçamentárias. Os principais princípios são: Princípio da Legalidade, Princípio da Unidade ou Totalidade, Princípio da Universalidade, Princípio da Anualidade ou da Periocidade, Princípio do Equilíbrio e Princípio da Publicidade. A Receita Orçamentária é todo o recebimento de recursos financeiros durante o exercício orçamentário e que aumentam o saldo financeiro da instituição. Temos as Receitas Extraorçamentárias. As Receitas podem ser classificadas quanto à sua Natureza; Categoria Econômica; Origem; Espécie; Desdobramentos para Identificação de Peculiaridades da Receita; Tipo. As fases da Receita compreendem a Revisão, Lançamento, Arrecadação e Recolhimento. 30 UNIUBE Referências ARAÚJO, Inaldo; ARRUDA, Daniel. Contabilidade Píblica, da Teoria à Prática. São Paulo: Saraiva, 2004. ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública. São Paulo: Atlas, 2009. BRUM,S.M,D; PISCITELLI,R,B; ROSA,M,B; TIMBÓ,M,Z,F. Contabilidade pública, uma Abordagem da Administração Financeira Pública. São Paulo: Atlas, 1995. CONTI, José Mauricio (Org.). Orçamentos Públicos: a Lei 4320/1964 comentada. 3.ed. São Paulo: Editora Revistas dos Tribunais,2014. KOHAMA, Heilio. Contabilidade Pública, Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 2010. MATIAS-PEREIRA, J. Curso de Administração Pública: foco nas instituições e ações governamentais. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2009. MINISTÉRIO DA FAZENDA. Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de contabilidade aplicada ao setor público. 7. ed. Brasilia, 2017. Disponivel em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br/-/mcasp>. Acesso em: 4 set. 2018. ______Manual de contabilidade aplicada ao setor público. 7. ed. Brasilia, 2017. Disponivel em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/456785/ MCASP+7%C2%AA%20edi%C3%A7%C3%A3o+Vers%C3%A3o+Final. pdf/6e874adb-44d7-490c-8967-b0acd3923f6d>. Acesso em: 4 set. 2018. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2004. PISCITELLI, Roberto Bocaccio; TIMBÓ, Maria Zulene Farias. Contabilidade Pública: uma Abordagem da Administração Financeira Pública. São Paulo: Atlas, 2014. Introdução Despesa PúblicaCapítulo 3 Vamos abordar agora a Despesa Pública, assunto tão falado na atualidade e motivo de preocupação para quase todos os gestores públicos. Há algum tempo não se falava tanto de Despesa Pública nem surgiam tantas notícias sobre o assunto. Porém hoje acompanhamos o crescente interesse do público e a preocupação dos Governos com esse assunto e não desconhecemos o quanto é importante para a saúde do Estado o controle dessas despesas. É utopia acreditar que se pode governar sem gastar, porém é sinônimo de eficiência controlar esses gastos e demonstrar que se gastou somente o que é necessário. Certamente a chave para o sucesso da Administração Pública esteja no saber gastar. Pertence ao passado o tempo em que o Estado arrecadava tributos e havia desinteresse da população em saber onde e como foram empregadas as receitas arrecadadas. Porém, como decorrência das crises de recessão econômica que ainda vivenciamos em nosso país, vimos a arrecadação cair e não haver receitas suficientes para pagar 32 UNIUBE as despesas. Presenciamos estados brasileiros não conseguirem pagar os salários de seus funcionários, as aposentadorias de seu pessoal inativo, as dívidas com os fornecedores e a deterioração dos serviços essenciais para a população. Então, vamos discutir mais o assunto? Esperamos que, ao final do estudo deste capítulo, você seja capaz de: • lembrar o conceito de despesa orçamentária pública, reconhecendo os dispêndios orçamentários e extraorçamentários; • entender a classificação das despesas orçamentárias em institucional, funcional e por natureza, interpretando e classificando um dispêndio público; • aplicar a classificação de um dispêndio público a situações práticas;• conhecer os estágios da despesa; • conhecer o conceito de restos a pagar e saber identificar quando uma despesa deve ser inscrita em restos a pagar. 3.1 Conceito 3.2 Classificação da Despesa Orçamentária 3.2.1 Classificação Intitucional 3.2.2 Classificação Funcional 3.2.3 Classificação por Natureza 3.3 Créditos orçamentários iniciais e adicionais 3.4 Estágios da Despesa 3.5 Dúvidas Frequentes referentes à classificação orçamentária 3.6 Restos a pagar Objetivos Esquema UNIUBE 33 Conceito3.1 Conceitua-se Despesa Pública como o conjunto de gastos que a Administração Pública realiza para fazer com que os serviços prestados à população funcionem e se mantenham. Bem, façamos uma analogia com nossos gastos. Em nosso cotidiano, usamos nosso salário para pagar contas diversas, escola, comida, etc. A Administração Pública também gasta o que arrecada com a população, fornecendo-lhe saúde, educação e segurança. Ela também tem que pagar os salários de seus servidores e manter subsídios para que esses serviços funcionem. • MCASP – Despesa Orçamentária Pública é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos para o funcionamento e manutenção dos serviços públicos prestados à sociedade. Podemos classificar esses Dispêndios em Orçamentários e Extraorçamentários: • Dispêndio Orçamentário É uma operação que necessita de autorização Legislativa para se concretizar. • Dispêndio Extraorçamentário É uma operação que não vai constar na Lei Orçamentária. Podemos citar como exemplo pagamentos de restos a pagar. Classificação da Despesa Orçamentária3.2 Agora vamos aprender as classificações das Despesas. Vocês verão o quanto é fácil assimilar esse conteúdo, e o quão importante ele é. 34 UNIUBE 3.2.1 Classificação Institucional Podemos dizer que essa classificação é a que existe há mais tempo. Ela é utilizada para refletir a estrutura administrativa e organizacional da Administração Pública. Classificação institucional reflete a estrutura de alocação dos créditos orçamentários e está estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária. Figura 1. Fonte: Gettyimages Acervo EAD-Uniube. Para esclarecermos melhor a classificação, vamos definir o que é Órgão Orçamentário e Unidade Orçamentária, segundo a legislação vigente: • Unidade Orçamentária Agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição, a que serão consignadas dotações próprias, conforme art. 14 da Lei nº 4.320/1964. • Órgãos Orçamentários Correspondem a agrupamentos de Unidade Orçamentárias, segundo MCASP, 7ª edição. UNIUBE 35 Ampliando o conceito: • Unidade Orçamentária é a entidade da administração direta, inclusive fundo ou órgão autônomo, da administração indireta, aqui compreendidas as autarquias, fundações ou empresas estatais, em cujo nome a lei orçamentária ou crédito adicional consigna, expressamente, dotações com vistas à sua manutenção e à realização de um determinado programa de trabalho. Constituem desdobramentos dos órgãos orçamentários. Conseguiram entender? Vamos explicar de outra forma. A Unidade Orçamentária é, a grosso modo, quem gasta as Receitas e recebe as verbas (Dotações). Essas verbas são destinadas a um determinado fim. O agrupamento dessas Unidades é o Órgão Orçamentário. EXEMPLIFICANDO! Vamos ao exemplo no Quadro 1. Quadro 1: Exemplos da Classificação Institucional Órgão Orçamentário Unidade Orçamentária 30000 Ministério da Justiça 30107 30911 30109 Departamento da Policia Rodoviária Federal Fundo Nacional de Segurança Pública Defensoria Pública da União 26000 Ministério da Educação 26201 Colégio Pedro II Fonte: Acervo EAD-Uniube. Entenderam? Observe que ao Órgão Orçamentário e à Unidade Orçamentária está associado um código numérico que visa identificar quem está gastando! 36 UNIUBE No contexto do orçamento federal, é importante que você conheça os seguintes conceitos, assim definidos no Glossário do Orçamento Federal, do Senado da República: • Unidade gestora: unidade orçamentária ou administrativa investida do poder de gerir recursos orçamentários e financeiros, próprios ou sob descentralização. • Unidade gestora (U.G): unidade responsável por administrar dotações orçamentárias e financeiras próprias ou descentralizadas. Cada órgão tem a sua U.G., que contabiliza todos os seus atos e fatos administrativos. • Unidade Gestora Executora: unidade gestora que utiliza o crédito recebido da unidade gestora responsável. A unidade gestora que utiliza os seus próprios créditos passa a ser ao mesmo tempo unidade gestora executora e unidade gestora responsável. • Unidade Gestora Responsável: unidade gestora responsável pela realização de parte do programa de trabalho por ela descentralizado. 3.2.2 Classificação Funcional Essa classificação visa dividir as dotações Orçamentárias em Funções e Subfunções. Ela tem a finalidade de demonstrar em qual área de ação governamental a despesa está sendo realizada. Segundo MCASP, 7ª Edição, Capitulo 04, Item 4.2.2, a atual classificação funcional foi instituída pela Portaria nº 42/1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, e é composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, que servem como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nas três esferas de Governo. Essa classificação é formada por cinco dígitos, sendo os dois primeiros referentes à função e os últimos três à subfunção. Vamos agora entender cada uma: UNIUBE 37 • Função O maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. Diante disto, pode-se entender que tem relação com a missão institucional do órgão. • Subfunção Nada mais é que uma divisão da Função, ou seja, é um nível inferior à função, uma subdivisão. Para entendermos melhor a classificação funcional, vamos ao exemplo do Quadro 2. Quadro 2: Exemplos de Função e Subfunção Função Subfunção 10 Saúde 301 Atenção Básica 302 Assistência Hospitalar 303 Suporte Profilático e Terapêutico Fonte: Acervo EAD-Uinube. 3.2.3 Classificação por Natureza A classificação da despesa orçamentária por natureza é dividida em três níveis: Categoria Econômica, Grupo de Natureza da Despesa e Elemento de Despesa Categoria Econômica Ela tem a mesma divisão da Receita, dividindo-se em Despesas Correntes e de Capital. As Despesas Correntes são as despesas que não vão contribuir para formar ou adquirir um bem de capital. Já as Despesas de Capital são as que vão contribuir para formação ou aquisição de um bem de capital. 38 UNIUBE Grupo de Natureza da Despesa Essa divisão vem agregar características ao tipo da Despesa, ou seja, ao objeto de gasto. Conforme a Lei nº 4.320/1964, as despesas correntes compreendem as despesas de custeio e as transferências correntes. Despesas de custeio são as dotações para manutenção de serviços públicos, bem como para atender obras de conservação e adaptação de bens imóveis; transferências correntes são dotações orçamentárias aplicadas em despesas de outras entidades públicas ou privadas, sem contrapartida direta em bens ou serviços. As despesas de capital compreendem investimentos, inversões financeiras e transferências de capital. • Investimentos são dotações aplicadas em obras, aquisição de instalações, equipamentos, material permanente e constituição ou aumento de capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro. • Inversões financeiras são dotações para aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização, aquisição de títulos representativos do capital de empresas já constituídas, não importando em aumento de capital, e a constituição ou aumento de capital de empresas comerciais ou financeiras. • Transferências de capital são dotações para investimentos ou inversões financeiras de outras pessoas de direito público ou privado. UNIUBE 39 Vamos ver exemplos? • Despesa com salários e encargos do pessoal ativo de determinada secretariamunicipal é uma despesa corrente; • despesa com material de consumo de uma unidade básica de saúde mantida pela prefeitura de determinado município é uma despesa corrente; • despesa com serviços de terceiros realizados para uma escola pública estadual é uma despesa corrente; • despesas com a construção de uma rodovia é uma despesa de capital; • a aquisição de móveis e computadores para equipar uma repartição pública é despesa de capital. O Quadro 3 mostra os grupos de natureza da despesa. Examine-o com atenção. Quadro 3: Grupo de Natureza da Despesa GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA 1 Pessoal e encargos Sociais 2 Juros e encargos da Dívida 3 Outras Despesas Correntes 4 Investimentos 5 Inversões Financeiras 6 Amortização da Dívida Fonte: MCASP. 2017, p. 76. Vamos entender o que significa cada grupo? • Pessoal e Encargos Sociais: são as despesas com as remunerações dos servidores ativos, inativos e pensionista da Administração Pública. Engloba quaisquer espécies remuneratórias. Também se enquadram nesse grupo os encargos sociais e contribuições recolhidas a título da Previdência. 40 UNIUBE • Juros e Encargos da Dívida: são os encargos referentes ao pagamento de juros. Citamos, como exemplo, os pagamentos de juros decorrentes de operações de crédito externos contratados e os juros de dívidas mobiliárias. • Outras Despesas Corentes: nada mais são do que o pagamento de diárias, auxílio transportes, compra de materiais de consumo e etc. • Investimentos: são as despesas com o planejamento e execução de uma obra, aquisição de material permanente e equipamentos. • Inversões Financeiras: podem ser exemplificadas como aumento do capital de empresas e aquisição de imóvel já em utilização. • Amortização da Dívida: pode ser caracterizada pelo refinanciamento de uma dívida pública ou seu pagamento e uma atualização monetária de uma dívida pública externa ou interna. • Elemento de Despesa: tem como objetivo identificar os objetos de gastos, ou seja, é dar à classificação uma definição mais analítica. Examine o Quadro 4, que relaciona todos os elementos: Quadro 4: Apresentação dos Elementos de Despesa Elementos de Despesa 1 Aposentadorias do RPPS, Reserva Remunerada e Reformas dos Militares 3 Pensões do RPPS e do Militar 4 Contratação por Tempo Determinado 5 Outros Benefícios Previdenciários do Servidor ou do Militar 6 Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso 10 Seguro Desemprego e Abono Salarial 11 Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Civil 12 Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Militar 13 Obrigações Patronais 19 Auxílio-Fardamento 20 Auxílio Financeiro a Pesquisadores 21 Juros sobre a Dívida por Contrato 22 Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato 30 Material de Consumo UNIUBE 41 31 Premiações Culturais, Artísticas, Científicas, Desportivas e Outras 32 Material, Bem ou Serviço para Distribuição Gratuita 39 Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica 41 Contribuições 42 Auxílios 43 Subvenções Sociais 51 Obras e Instalações 52 Equipamentos e Material Permanente 61 Aquisição de Imóveis 62 Aquisição de Produtos para Revenda 63 Aquisição de Títulos de Crédito 74 Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada 75 Correção Monetária da Dívida de Operações de Crédito por Antecipação de Receita 76 Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado 77 Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado 81 Distribuição Constitucional ou Legal de Receitas 82 Aporte de Recursos pelo Parceiro Público em Favor do Parceiro Privado Decorrente de Contrato de Parceria Público-Privada - PPP 83 Despesas Decorrentes de Contrato de Parceria Público-Privada - PPP, exceto Subvenções Econômicas, Aporte e Fundo Garantidor 84 Despesas Decorrentes da Participação em Fundos, Organismos ou Entidades Assemelhadas, Nacionais e Internacionais 91 Sentenças Judiciais 92 Despesas de Exercícios Anteriores 93 Indenizações e Restituições 94 Indenizações e Restituições Trabalhistas 95 Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo 96 Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado 97 Aporte para Cobertura de Déficit Atuarial RPPS 98 Compensações ao RGPS 99 A Classificar Fonte: MCASP, 2017, p. 83. 42 UNIUBE Créditos Orçamentários Iniciais e Adicionais3.3 O momento em que se fornece a autorização legislativa para realização de uma despesa constitui um Crédito; portanto o crédido é a autorização da despesa concedida pelo Poder Legislativo. Ele pode ser classificado em Inicial ou Adicional. • Crédito Inicial É o aprovado pela Lei Orçamentária. É o limite autorizado de gastos que o Governo tem que cumprir. • Crédito Adicional Este crédito pode ser definido como uma forma do governo de alterar o Orçamento, ou seja, adequar os gastos. É um mecanismo retificador do Orçamento. Pode ser dividido em três modalidades: Créditos Suplementares, Especiais e Extraordinários. • Crédito suplementar: modalidade de crédito adicional destinado ao reforço de dotação já existente no orçamento. A autorização para o crédito suplementar pode constar da própria lei orçamentária. • Crédito especial: modalidade de crédito adicional destinado a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. É preciso que haja autorização em lei para sua abertura. • Crédito extraordinário: modalidade de crédito adicional destinado ao atendimento de despesas urgentes e imprevisíveis, como em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública. É autorizado e aberto por medida provisória, podendo ser reaberto no exercício seguinte, nos limites do seu saldo, se o ato que o autorizou tiver sido promulgado nos últimos quatro meses do exercício. Estágios da Despesa3.4 A Despesa apresenta duas fases, sendo elas o Planejamento e a Execução. UNIUBE 43 Planejamento Abrange, de modo geral, toda a análise para a formulação do plano e ações governamentais que servirão de base para a fixação da despesa orçamentária, descentralização/movimentação de créditos, a programação orçamentária e financeira, e o processo de licitação e contratação. MCASP, 2017, p. 99 Fixação da Despesa São os limites estipulados no Orçamento ou, melhor dizendo, na Lei Orçamentária. Não podemos gastar mais do que ganhamos, e fixar as despesas é isto: trabalhar de acordo com as receitas arrecadadas. • Descentralização de Créditos Orçamentários Depois de fixadas as despesa, vamos movimentar o Orçamento para que seja iniciada a execução das mesmas. • Programação Orçamentária e Financeira Essa fase visa compatibilizar o fluxo de pagamentos com o que está sendo recebido (Fluxo de Receitas). É uma maneira de manter um equilíbrio entre o dinheiro que entra e o dinheiro que sai dentro do Orçamento. • Processo de Licitação e Contratação Para que seja contratado algum serviço ou comprado algo pela Administração, tem que haver, salvo exceções, Licitação. AMPLIANDO O CONHECIMENTO 44 UNIUBE Licitação, segundo o MCASP (2017, p. 102), compreende um conjunto de procedimentos administrativos que objetivam adquirir materiais, contratar obras e serviços, alienar ou ceder bens a terceiros, bem como fazer concessões de serviços públicos com as melhores condições para o Estado, observando os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e de outros que lhe são correlatos. EXECUÇÃO – Segundo o MCASP (2017, p. 100), a execução da despesa orçamentária se dá em três estágios, na forma prevista na Lei nº 4.320/1964: empenho, liquidação e pagamento. • Empenho: é o momento em que se cria a Obrigação. É o ato inicial, no qual se inicia todo o processo, é o primeiro estágio. Conforme o art. 58 da Lei nº 4.320/1964, o Empenho é o “Ato emanado de autoridade competente, que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição”. Consiste na reserva de dotação orçamentáriapara um fim específico. Nestes termos, o empenho é a garantia de que existe o crédito necessário para a liquidação de um compromisso assumido; é o primeiro estágio da despesa pública. Ainda segundo o MCASP (2017, p. 100). “O empenho será formalizado mediante a emissão de um documento denominado “Nota de Empenho”, do qual deve constar o nome do credor, a especificação do credor e a importância da despesa, bem como os demais dados necessários ao controle da execução orçamentária. Embora o art. 61 da Lei nº 4.320/1964 estabeleça a obrigatoriedade do nome do credor no documento Nota de Empenho, em alguns casos, como na Folha de Pagamento, torna-se impraticável a emissão de um empenho para cada credor, tendo em vista o número excessivo de credores (servidores). UNIUBE 45 Caso não seja necessária a impressão do documento “Nota de Empenho”, o empenho ficará arquivado em banco de dados, em tela com formatação própria e modelo oficial, a ser elaborado por cada ente da Federação em atendimento às suas peculiaridades. Quando o valor empenhado for insuficiente para atender à despesa a ser realizada, o empenho poderá ser reforçado. Caso o valor do empenho exceda o montante da despesa realizada, o empenho deverá ser anulado parcialmente. Será anulado totalmente quando o objeto do contrato não tiver sido cumprido ou, ainda, no caso de ter sido emitido incorretamente.” Os empenhos se classificam três tipos: empenhos ordinários, estimativos e global (MCASP, 2017, p. 100). a) Empenho ordinário é o tipo de empenho utilizado para as despesas de valor fixo e previamente determinado, cujo pagamento deve ocorrer de uma só vez. b) Empenho estimativo é o tipo de empenho utilizado para as despesas cujo montante não se pode determinar previamente, tais como serviços de fornecimento de água e energia elétrica, aquisição de combustíveis e lubrificantes e outros. c) Empenho global é o tipo de empenho utilizando despesas contratuais ou outras de valor determinado, sujeitas a parcelamento, como, por exemplo, os compromissos decorrentes de aluguéis. • Liquidação: Liquidar é verificar o objeto e a origem do futuro pagamento, realizar a conferência do valor e a quem deve ser efetuado o pagamento. Conforme o art. 63 da Lei nº 4.320/1964, a liquidação consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito e tem por objetivo apurar: I – a origem e o objeto do que se deve pagar; II – a importância exata a pagar; III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação. 46 UNIUBE O citado artigo também estabelece que a liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base: I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo; II – a nota de empenho; III – os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço. • Pagamento: é o ato de quitar o débito com o credor, entregar-lhe o numerário, mediante cheque nominativo, ordens de pagamentos ou crédito em conta, e só pode ser efetuado após a regular liquidação da despesa. Dúvidas frequentes referentes à classificação orçamentária3.5 Vamos apresentar aqui uma padronização utilizada na classificação orçamentária, para diminuir qualquer dúvida sobre o assunto e auxiliar no melhor entendimento da matéria. 3.5.1 Natureza da Despesa MATERIAL PERMANENTE – é aquele que mesmo com o seu uso diário e corrente, ele não perde as suas características físicas e tem durabilidade maior do que dois anos. MATERIAL DE CONSUMO – é aquele que tem a sua utilização limitada a um determinado tempo. Esse tempo foi condicionado a dois anos. Este material está sujeito a modificações e se deteriora com o tempo. UNIUBE 47 Vamos aos exemplos no Quadro 5: Quadro 5: Exemplos de material Permanente e de Consumo MATERIAL PERMANENTE MATERIAL DE CONSUMO maquina de cortar grama lâmpadas televisores papel A4 cadeiras cartuchos e toners mesas produtos alimentícios ventiladores combustíveis e lubrificantes estante artigos para escritório Fonte: Acervo EAD-Uniube. OBRAS E INSTALAÇÕES É a situação em que ocorre a construção, a reforma ou a ampliação de um imóvel. A obra pode ocasionar uma possível geração de benefício para o imóvel. SERVIÇOS DE TERCEIROS São os serviços considerados como consertos, revisões, pinturas e reparos diversos, sem a ocorrência de ampliação de imóveis ou construção. Restos a pagar3.6 A despesa empenhada pode passar de um exercício financeiro para o outro, ainda mais sabendo-se que existe uma previsão de receitas que pode não se concretizar. Pode ocorrer também de não haver tempo hábil para concluir todos os estágios da Despesa. O nome dessa situação é Restos a pagar. 48 UNIUBE Restos a pagar são todas as despesas regularmente empenhadas, do exercício atual ou anterior, mas não pagas ou canceladas até 31 de dezembro do exercício financeiro vigente (MCASP, 2017, p. 123). Assim, no encerramento do exercício financeiro, faz-se a distinção entre as despesas processadas, quais sejam as despesas empenhadas e liquidadas, e as despesas não processadas, a saber, as despesas apenas empenhadas e que aguardam a liquidação. Dessa distinção surgem dois tipos de Restos a pagar: os processados e os não processados. Os Restos a pagar processados compreendem as despesas empenhadas e liquidadas; os Restos a pagar não processados compreendem as despesas empenhadas a liquidar ou em liquidação. Diante dessa situação a liquidação e o pagamento da despesa vão continuar em espera no próximo exercício, tendo um tratamento específico. De acordo com MCASP (2017, p. 123), “a continuidade dos estágios de execução dessas despesas ocorrerá no próximo exercício, devendo ser controlados em contas de natureza de informação orçamentária específicas. Nessas contas constarão as informações de inscrição, execução (liquidação e pagamento) e cancelamento. Também, haverá tratamento específico para o encerramento, transferência e abertura de saldos entre o exercício financeiro que se encerra e o que inicia.” Conclusão3.7 Aos gestores públicos cabe o desafio de saber controlar as despesas para que Poder Público possa levar a efeito sua políticas públicas, possa cumprir suas obrigações, consiga ofertar os serviços essenciais para a coletividade, pague os salários dos servidores e dos fornecedores. O “controlar as despesas” exige dos gestores conhecer, ainda que de forma introdutória, a classificação, a codificação, os estágios da Despesa Pública e o mecanismo dos Restos a pagar, sob pena de cometer algum ato ilícito que contrarie a legislação vigente. UNIUBE 49 Resumo Despesa Pública é o conjunto de dispêndios realizados para que o Poder Público possa cumprir com os seus deveres. A despesa orçamentária pública pode ser classificada como Classificação Institucional, Classificação Funcional e Classificação por Natureza. A Classificação por Natureza divide as despesas por Categoria Econômica (Despesas Correntes e Despesas de Capital), Grupo por Natureza de Despesa e Elemento de Despesa. Crédito Orçamentário é a autorização legislativa para realizar uma despesa. O Crédito Orçamentário pode ser Inicial ou Adicional. Crédito Orçamentário Inicial é aquele aprovado pela lei orçamentária anual, As alterações do orçamento anual se processam por meio de créditos adicionais. Crédito adicional são as autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária. Há três fases para a Despesa Pública: Empenho, Liquidação e Pagamento. As despesas empenhadas e não pagas até 31 de dezembro do exercício financeiro, cuja liquidação e pagamento ocorrerão nos exercícios financeiros seguintes, compõem os Restos a pagar. Há dois tipos de Restos a pagar: os processados, que incluem as despesas liquidadas, e os não processados, que compreendem as despesas não liquidadas ou em liquidação. Leituras Para aprofundarmos nosso conhecimento,indico uma visita ao site do Conselho Federal de Contabilidade, pois lá vocês vão ter uma outra visão e irão formar cada vez mais o seu próprio raciocínio crítico. Disponível em: <http://cfc.org.br/tecnica/areas-de-interesse/area-publica/>. Acesso em: 13 abr. 2018. 50 UNIUBE Referências ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública. São Paulo: Atlas, 2009. ARAÚJO, Inaldo; ARRUDA, Daniel. Contabilidade Píblica, da Teoria à Prática. São Paulo: Saraiva, 2004. BRUM,S.M.D; PISCITELLI,R.B; ROSA,M.B; TIMBÓ,M.Z.F. Contabilidade pública, uma Abordagem da Administração Financeira Pública. São Paulo: Atlas, 1995. CONTI, José Mauricio (Org.). Orçamentos Públicos: a Lei 4320/1964 comentada. 3.ed. São Paulo: Editora Revistas dos Tribunais, 2014. KOHAMA, Heilio. Contabilidade Pública, Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 2010. MATIAS-PEREIRA, J. Curso de Administração Pública: foco nas instituições e ações governamentais. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2009. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2004. PISCITELLI, Roberto Bocaccio; TIMBÓ, Maria Zulene Farias. Contabilidade Pública, uma Abordagem da Administração Financeira Pública. São Paulo: Atlas, 2014. MINISTÉRIO DA FAZENDA DA REPÚBLICA FEDERATVA DO BRASIL. Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – MCASP. 7. ed. Brasília, 2017. Disponível em: <http://www. tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/456785/MCASP+7%C2%AA%20 edi%C3%A7%C3%A3o+Vers%C3%A3o+Final.pdf/6e874adb- 44d7-490c-8967-b0acd3923f6d>. Acesso em: 13 abr. 2018. SENADO FEDERAL DO BRASIL . Portal do orçamento: glossário. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/orcamento>. Acesso em: 13 Abr. 2018. MINISTÉRIO DA TRANSPARÊNCIA E CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO. Portal da Transparência. Glossário. Disponível em <http://www.portaltransparencia. gov.br/glossario/DetalheGlossario.asp?letra=e>. Acesso em: 13 abr. 2018. Introdução Procedimentos Contábeis PatrimoniaisCapítulo4 Neste capítulo, iniciaremos nossos estudos sobre os procedimentos contábeis adotados na Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Nossa referência é o MCASP (Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Publico). Este capítulo já trabalha a parte operacional e aprofunda o que nós estudamos nos capítulos anteriores. Vamos entender o que é Ativo e seu significado para a Setor Público. Aprenderemos também o que é Passivo na Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Vamos trabalhar novamente o conceito de Patrimônio Público e sua importância no Setor Público. Também vamos aprender sobre as Variações Patrimoniais no Serviço Público e como são importantes para a saúde de nosso Brasil. Vamos analisar a dinâmica de recebimento de Receitas e pagamento de Despesas, avaliando como elas podem caracterizar um situação positiva ou negativa. Aprenderemos quando a entidade apresenta um superávit e quando ela vai apresentar um déficit. Então, vamos estudar o assunto? 52 UNIUBE Espera-se que, ao término dos estudos deste capítulo, você seja capaz de entender a constituição do patrimônio líquido, as suas variações e como as diversas transações empreendidas pelas entidades públicas o afetam. 4.1 Constituição do Patrimônio Público 4.1.1 Ativo 4.1.2 Passivo 4.1.3 Patrimônio Liquido ou situação Patrimonial Líquida 4.2 Variações Patrimoniais 4.2.1 Classificações das Variações Patrimoniais 4.2.2 Reconhecimento das Variações Patrimoniais 4.2.3 Momentos de reconhecimento das Variações 4.2.4 Resultado Patrimonial 4.3 Conclusão Objetivos Esquema Constituição do Patrimônio Público4.1 Já estudamos o que é Patrimônio Público no Capítulo 1, mas vamos aprofundar mais um pouco esse conceito, pois quero que vocês dominem muito bem o assunto. O site do Ministério Público da Paraíba tem uma definição muito completa sobre o assunto e que vem demonstrar a preocupação das Instituições com a disciplina que estudamos. UNIUBE 53 O conjunto de bens, direitos e valores pertencentes a todos os cidadãos forma o patrimônio público e social do Brasil. Os princípios éticos, por exemplo, embora não sejam bens, fazem parte do patrimônio moral de nossa sociedade, e devem ser protegidos pelo Estado e observados por todos os agentes públicos. Da mesma forma, o dinheiro público deve ser bem cuidado e aplicado. Por isso, existem leis que orientam sua destinação. Um exemplo de mau uso desse dinheiro e de desrespeito à moralidade é à improbidade administrativa, que ocorre quando os atos de um agente público, no exercício de sua função, geram dano ao patrimônio público ou enriquecimento irregular. Podem configurar improbidade administrativa: o desrespeito às regras da licitação; o pagamento indevido de verbas públicas (como superfaturamento na avaliação de imóveis e na execução de obras); a contratação irregular de servidores sem concurso público. Disponível em: http://www.prpb.mpf.mp.br/menu-esquerdo/atuacao/ patrimonio-publico-1 Visualizamos a definição e classificação existente no Código Civil, mas agora quero colocar para vocês a minha visão a respeito do Patrimônio Público. O Patrimônio Público é nosso, é da coletividade e para a coletividade. É nosso dever cobrar dos Governos a correta utilização e aplicação do Patrimônio Público. Embora não tenhamos a posse, temos o direito de fiscalizar e a maneira mais certa de identificarmos falhas e impropriedades no seu uso é fazendo uma análise das contas que o representam por meio da Contablidade Pública. Agora vamos para a parte técnica. O que é de fato o Patrimônio Público? 54 UNIUBE Em poucas palavras, é o conjunto de bens, direitos e obrigações! Em suma, o Ativo, Passivo e o Patrimônio Líquido. Vamos trabalhar cada um desses conceitos agora? 4.1.1 Ativo Conforme a Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL, que traça a Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, “Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade” (Conselho Federal de Contabilidade, 2011); já a Contabilidade Aplicada ao Setor Público define que o Ativo é um recurso que no presente é controlado pela Entidade e surge de um evento ocorrido no passado. “Ativo é um recurso controlado no presente pela entidade como resultado de evento passado.” (MCASP, 2017, p. 141) A redação dada pela Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL define Passivo como “obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos” (Conselho Federal de Contabilidade, 2011), ao passo que a Contabilidade Aplicada ao Setor Público assim o define: Passivo é uma obrigação presente, derivada de evento passado, cuja extinção deva resultar na saída de recursos da entidade. (MCASP, 2017, p. 144). Para que os conceitos de Ativo e Passivo fiquem mais bem compreendidos, vamos explicar o que significam os termos “recursos”, “controlado no presente pela entidade” e “evento passado”. UNIUBE 55 • Recursos Podem ser caracterizados como itens que podem gerar algum beneficio econômico para a Entidade. Exemplos: recebimento de fluxos de caixa, Conversão de recursos em caixa por meio de sua alienação. • Controlado no presente pela Entidade É o poder conferido à Entidade para utilizar esse recurso. Exemplo: ter a propriedade legal de um imóvel. • Evento passado O Recurso tem que ter surgido de uma transação passada. • Os benefícios econômicos de um recurso correspondem a entradas de caixa ou a reduções das saídas de caixa. “As entradas de caixa (ou as reduções das saídas de caixa) podem derivar, por exemplo, da utilização do ativo na produção e na venda de serviços ou da troca direta do ativo por caixa ou por outros recursos” (MCASP, 2017, p. 142). • O potencial de serviços de um recurso é
Compartilhar