Buscar

TCC HOTEL FAZENDA AGRONOMIA UEM

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 147 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 147 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 147 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
 CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
 DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA
EMILY GAMARRA RODRIGUES
LEVANTAMENTO, DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO 
DO HOTEL FAZENDA ÁGUA AZUL
Maringá – Paraná
2020
20
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
EMILY GAMARRA RODRIGUES
LEVANTAMENTO, DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO 
DO HOTEL FAZENDA ÁGUA AZUL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estadual de Maringá, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Agronomia, Disciplina de Planejamento e Gestão Agrícola, ministrada pelo Prof. Dr. Denis Fernando Biffe, como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheiro Agrônomo. 
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Paula Toshimi Matumoto Pintro.
ANUÊNCIA DO PROFESSOR ORIENTADOR
Maringá – Paraná
2020
‘Uma vez semeada, a vida quer que cada um se torne a semente que é.’
Antonio Meneghetti.
“Dedico todo o esforço que tive para realizar este trabalho, ao meu querido pai Francisco Milton Rodrigues (in memoriam), que apesar de não estar mais entre nós, sempre esteve ao meu lado até o momento de sua partida.”
AGRADECIMENTOS
	A Deus em primeiro lugar. 
Que o Senhor Jesus Cristo esteja comigo para me proteger, esteja à minha frente para me conduzir e atrás de mim para me guardar. Olhe por mim, me conserve e me abençoe. 
À minha mãe, Joseida da Luz dos Anjos, pela educação, ensinamentos, incentivos e apoio às minhas decisões. 
À minha orientadora, professora Drª. Paula Toshimi Matumoto Pintro, por toda dedicação, conselhos e confiança.
Agradeço também, à Universidade Estadual de Maringá e a todos os professores pelo ensino e por acreditarem na capacidade de seus alunos, dispondo de seus saberes e auxiliando sempre. Em especial, aos professores Drs. Telmo Antônio Tonin e Denis Fernando Biffe, que contribuíram muito com a minha trajetória acadêmica.
Sou grata à família Berg Von Linde, pela recepção, ajuda e atenção, permitindo a realização deste trabalho em sua propriedade.
Ao meu amigo e colega de curso Igor Henrique Alves Silva, que compartilhou dos inúmeros desafios enfrentados e sempre esteve ao meu lado quando precisei. Torço pelo seu sucesso.
Por fim, a todos que de forma direta e indiretamente contribuíram para a minha formação e compreenderam os momentos em que precisei estar ausente dedicando-me ao estudo superior.
 Muito obrigada a todos.
“A mente grata é aquela que atrai para si as melhores coisas.” – Platão.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Localização do município de Fênix no estado do Paraná.	19
Figura 2 Mapa cartográfico localizando os municípios confrontantes do município de Fênix - PR.	19
Figura 3 Mapa do estado do PR segundo a classificação Climática de Köppen.	20
Figura 4 Resumo Meteorológico de Campo Mourão - PR.	21
Figura 5 Tabela Climática de Campo Mourão – PR.	21
Figura 6 Gráfico de Temperaturas e Precipitação.	22
Figura 7 Tabela de Temperaturas e Precipitação.	23
Figura 8 Índice de Turismo.	24
Figura 9 Índice de praia/piscina.	24
Figura 10 Nível de inovação do produtor conforme a curva de adoção de inovações de Rogers.	26
Figura 11 Logo da Fazenda Água Azul	27
Figura 12 Itinerário de acesso à Fazenda Água Azul, Fênix –PR.	28
Figura 13 Placa e Igrejinha localizadas na entrada da propriedade.	29
Figura 14 Vista aérea da propriedade.	30
Figura 15 Vista aérea parcial do Hotel Fazenda Água Azul.	30
Figura 16 Residência dos proprietários.	32
Figura 17 Estábulo com cavalo.	32
Figura 18 Benfeitorias: (A) Aeródromo; (B) Aeronave dentro do aeródromo.	33
Figura 19 Benfeitorias: (A) Salão de convenções; (B) Barracão em construção.	33
Figura 20 Museu do Café.	34
Figura 21 Área interna do museu.	34
Figura 22 Benfeitorias: (A) Refeitório; (B) Área externa.	35
Figura 23 Benfeitorias: (A) Bar; (B) Área de jogos e com redes para descanso.	35
Figura 24 Benfeitorias: (A) Ofurô; (B) Piscinas e deck.	36
Figura 25 Benfeitorias: (A) Quarto comum; (B) Vista externa do chalé.	36
Figura 26 Benfeitorias: (A) Quarto; (B) Fachada com sacadas compartilhadas; (C) Interior do apartamento; (D) Banheiro.	37
Figura 27 Benfeitorias: A, B e C correspondem à única suíte do hotel fazenda.	37
Figura 28 Casa abandonada.	37
Figura 29 Máquinas e implementos: (A) Camionete Toyota Hilux 2004; (B) Trator Giro Zero Husqvarna; (C) Trator com implemento; (D) Aeronave.	38
Figura 30 Rodovia PR-317.	39
Figura 31 Vias de acesso: (A) e (B) Caminhos para o hotel fazenda.	39
Figura 32 Mina Água Azul.	40
Figura 33 Área da caldeira.	40
Figura 34 Um dos postos de descarte de lixo que vai para a reciclagem.	41
Figura 35 Lago localizado na entrada do hotel fazenda.	42
Figura 36 Vista aérea de grande parte dos recursos vegetais da fazenda.	44
Figura 37 Mapa geológico e geomorfológico do Paraná.	48
Figura 38 Perfil do solo do Hotel Fazenda.	48
Figura 39 Topografia do hotel fazenda.	49
Figura 40 Esquema - grupos, classes, subclasses e unidades de uso das terras.	50
Figura 41 Avaliação e serviços do estabelecimento.	54
Figura 42 Entrada do hotel fazenda.	55
Figura 43 Recepção e refeitório.	55
Figura 44 Área das piscinas.	56
Figura 45 Bar e área para descanso.	56
Figura 46 (A) Espadas Vikings do ano de 1700; (B) Área interna do museu; (C) Entrada do Museu; (D) Espaço histórico dos escravos.	57
Figura 47 Área de recreação	57
Figura 48 Mata nativa que recebe trilhas, passeios e banhos nas cachoeiras.	58
Figura 49 Estábulo.	58
Figura 50 Avião pousando e vista do mirante.	59
Figura 51 Lago e rio que são utilizados para pesca esportiva.	59
Figura 52 Brinquedoteca.	59
Figura 53 Espaço da Fogueira.	60
Figura 54 Chalés e apartamento com hidromassagem.	61
Figura 55 Funcionamento do sistema.	83
Figura 56 Instalação do sistema de energia solar fotovoltaica.	84
Figura 57 Comparação entre os três modelos principais de lâmpadas atualizado.	85
Figura 58 Cobertura com telha Tetra Pak.	88
Figura 59 Vista aérea do rio do hotel fazenda e sua mata ciliar.	90
Figura 60 Vista total do rio que sofre com o assoreamento.	91
Figura 61 Vista do ponto mais atingido pelo assoreamento.	92
Figura 62 Modelo de plantio em linha de espécies arbóreas alternando as pioneiras e não pioneiras.	93
Figura 63 Mapa Fitogeográfico do estado do Paraná.	94
Figura 64 Mel vendido na no hotel fazenda.	100
Figura 65 Colmeia modelo ‘Langstroth’ e suas partes.	101
Figura 66 Tela excluidora.	102
Figura 67 Colmeia do modelo ‘Langstroth’ utilizada pela propriedade.	103
Figura 68 Apiários em meio a flora silvestre da propriedade.	103
Figura 69 Atual casa do mel.	104
Figura 70 Interior da estrutura.	104
Figura 71 Nova centrífuga.	105
Figura 72 Nova mesa desoperculadora.	105
Figura 73 À esquerda, baldes utilizados anteriormente para armazenar o mel, e à direita, os novos tambores.	106
Figura 74 Planta baixa de uma casa do mel.	107
Figura 75 Exemplo de uma estrutura de barracão em Eucalipto tratado.	108
Figura 76 Equipamentos para aquisição – Apicultura.	111
Figura 77 Local onde serão construídas as novas instalações.	111
Figura 78 EPIs e fumigador para aquisição - Apicultura.	112
Figura 79 Selo do Serviço de Inspeção do Paraná.	115
Figura 80 Ilustração de algumas especificações de dormitório com banheiro.	118
Figura 81 Exemplo de Banheiro acessível com chuveiro, pia, barras de apoio e assento, equipamentos que trazem mais segurança.	120
Figura 82 Possibilidade de posicionamento do dispositivo de alarme.	121
Figura 83 Cadeira de rodas reforçada.	122
Figura 84 Rampa móvel para cadeira de rodas.	123
Figura 85 Charrete adaptada.	122
Figura 86 Quadriciclo não motorizado.	126
Figura 87 Quadriciclo elétrico do tipo Scooter.	126
Figura 88 Atualização do website.	129
Figura 89 Página inicial do website.	129
Figura 90 Software de gestão - Resumo do plano Safira mais módulos.	137
Figura 91 Plano Safira.	138
Figura 92 Módulos Plus + Financeiro.	139
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Resultado da análise microbiológica da água coletada no poço semi-artesiano.	43
Tabela 2 Características físico-químicas referente a análise da água coletada no poço semi-artesiano da área de estudo.43
Tabela 3 Classificação de declividade na área de estudo.	49
Tabela 4 Valores referentes à hospedagem em datas normais.	61
Tabela 5 Valores referentes a um exemplo de pacote para alta temporada.	61
Tabela 6 Despesas com funcionários fixos	62
Tabela 7 Custos fixos.	63
Tabela 8 Estimativa dos custos dos impostos.	63
Tabela 9 Custos Variáveis.	64
Tabela 10 Móveis e Utensílios.	64
Tabela 11 Equipamentos, máquinas e veículos.	65
Tabela 12 Faturamento estimado.	66
Tabela 13 Depreciação ativos fixos.	66
Tabela 14 Demonstrativo de resultados – DRE.	67
Tabela 15 Orçamento Apicultura – Equipamentos, EPIs e materiais de construção e acabamento.	112
Tabela 16 Orçamento equipamentos e acessórios para acessibilidade.	123
Tabela 17 Orçamento nova atividade.	127
Tabela 18 Lucro Apicultura safra atual (2020/21).	139
Tabela 19 Novos investimentos.	140
Tabela 20 Atualização Demonstrativo de Resultados (DRE).	140
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Descrição da relação de máquinas e equipamentos do Hotel Fazenda Água Azul.	38
Quadro 2 Alternativas de utilização das terras de acordo com os grupos de aptidão agrícola.	52
Quadro 3 Simbologia correspondente às classes de aptidão agrícola das terras, nos diferentes tipos de utilização e níveis de manejo considerados.	52
SUMÁRIO
I INTRODUÇÃO	16
II LEVANTAMENTO	18
1 Caracterização do município	18
1.1 Caracterização climática	20
1.1.1 Resumo meteorológico	21
1.1.2 Precipitação pluviométrica e Temperatura	22
1.1.3 Índice de turismo	23
2 Caracterização do proprietário	25
3 Caracterização da propriedade	27
3.1 Histórico da propriedade	27
3.2 Localização e itinerário de acesso	28
3.3 Utilização da área	29
3.4 Valor monetário da propriedade	31
3.5 Infraestrutura	31
3.5.1 Benfeitorias	31
3.5.2 Máquinas, veículos e implemento	38
3.5.3 Vias de acesso	39
3.5.4 Fornecimento de água, energia e saneamento básico	39
3.6 Resíduos orgânicos e inorgânicos	40
3.7 Mão-de-obra	41
4 Recursos naturais	42
4.1 Recursos hídricos	42
4.2 Recursos vegetais	44
4.2.1 Área de preservação permanente (APP)	44
4.2.2 Reserva Legal (RL)	45
4.2.3 Bens materiais produzidos pela RL e APP	45
4.2.4 RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural	46
4.2.5 Cadastro Ambiental Rural (CAR)	47
4.3 Solos	47
4.3.1 Material de origem	47
4.3.3 Topografia da Área	49
4.3.4 Capacidade de uso do solo	49
4.3.5 Aptidão Agrícola	51
5 Equipamentos de proteção individual (EPI)	53
6 atividades, estruturas e serviços	54
7 Custos de produção e balaço econômico	62
7.1 Estimativa dos custos fixos	62
7.2 Estimativa dos custos variáveis	63
7.3 Bens materiais	64
7.4 Estimativa do faturamento mensal	66
7.5 Estimativa do custo com depreciação	66
7.6 Demonstrativo de resultados (DRE)	67
III DIAGNÓSTICO	68
1 Fatores internos	68
1.1 Pontos Fortes	68
1.2 Pontos Fracos	70
2 Fatores Externos	70
2.1 Oportunidade	70
2.2 Ameaças	70
IV Planejamento	72
1 Turismo Rural	73
1.1 Perfil do turista do segmento	73
1.2 Legislação Turística	75
1.3 Agregação de atratividade	77
1.4 Práticas de gestão ambiental	78
1.5 Inclusão social	79
2 Impacto com a pandemia de Covid-19	79
3 Melhorias na infraestrutura	81
3.1 Recursos Hídricos	81
3.2 Saneamento Básico	82
3.3 Fornecimento de energia	82
3.3.1 Proposta de alternativa para energia elétrica	84
3.4 Estradas e vias de acesso	85
3.5 Construção	86
3.5.1 Proposta de alternativa para construção	87
4 Recuperação ambiental	89
4.1 Importância da restauração ecológica dos ecossistemas	89
4.2 Matas ciliares	90
4.3 Área de estudo	91
4.4 Plantio de Espécies Arbóreas	92
4.5 Caracterização ambiental	94
4.6 Orientação	95
4.6.1 Área de Plantio	95
4.6.2 Espécies florestais utilizadas	96
4.6.3 Obtenção das mudas	98
5 Apicultura	99
5.1 Abelhas	99
5.2 Produção de mel no hotel fazenda	100
5.3 O Apiário	101
5.4 Extração e beneficiamento do mel – Instalações	103
5.4.1 Instalações atuais	104
5.4.2 Instalações futuras	106
5.4.3 Objetivo	111
5.5 Vestimentas e utensílios	112
5.6 Orçamento/Estimativa de gastos	112
5.7 Certificação	115
6 Gestão social	116
6.1 Colaboradores	117
6.2 Acessibilidade	117
6.2.1 Dormitórios.	118
6.2.2 Banheiros.	119
6.2.3 Alarmes	120
6.2.4 Equipamentos e acessórios	121
6.2.5 Orçamento/Estimativa de gastos	123
6.3 Idosos	124
6.4 Crianças	125
6.5 Público em geral	125
6.5.1 Criação de um programa sustentável	125
6.5.2 Nova atividade de lazer	125
6.5.3 Orçamento	127
7 Marketing	127
7.1 Ter um site atrativo	128
7.2 Gestão das mídias sociais	129
7.2.1 Facebook	130
7.2.2 Instagram	130
7.2.3 Linkedin	131
7.3 Google Ads para o setor de Hotelaria	131
7.4 Inbound Marketing	131
7.5 Vídeos institucionais	132
7.6 Valorizar as avaliações dos hóspedes	132
8 Gestão econômica e financeira	133
8.1 Administração atual das atividades	133
8.2 Proposta para uma melhor administração	134
8.2.1 Software de gestão hoteleira	134
8.2.2 Como um software pode ajudar a melhorar a gestão no cenário de pandemia	136
8.2.3 Recomendação de software	137
8.3 Atualização dos custos de produção e balanço econômico	139
9 considerações finais	141
Referências	143
I INTRODUÇÃO 
O espaço rural vem deixando de ser considerado como local propício exclusivamente às atividades agropecuárias ou extrativistas. As novas tendências para o século XXI contemplam questões que são sustentadas por novos paradigmas, como o ecológico, cuja premissa é a relação de equilíbrio entre o homem e a natureza. Perspectivas de geração de novas oportunidades de negócios em nichos nascentes, como o turismo e o lazer, mostram-se promissoras e atraentes aos proprietários rurais. 
A diversificação do setor primário e o surgimento de atividades e serviços não agrícolas no meio rural, ocupam cada vez mais destaque, gerando novas oportunidades de renda para as populações locais, além de incentivar e proteger a expressão cultural da região. 
Entre essas novas atividades, destacam-se o turismo rural e o agroturismo. São modalidades do turismo que tem, por objetivo, permitir a todos, um contato mais direto e genuíno com a natureza, a agricultura e as tradições locais, através da hospedagem domiciliar em ambiente rural e familiar. 
Entretanto, existem características ambientais particulares em cada espaço, independentemente da escala de trabalho ou de seus limites físicos, gerando a necessidade de se incorporar o planejamento e a gestão do espaço de modo que as atividades produtivas degradem minimamente o meio ambiente e que os recursos naturais possam ser utilizados de modo sustentável (Campanhola & Silva, 2000). 
Para que as práticas de turismo promovam o desenvolvimento do espaço rural e sirvam como elemento complementar para outras atividades de caráter tradicional como, além da agricultura, a pecuária, o artesanato, a pequena indústria entre outras, é necessário que se adotem critérios de sustentabilidade para garantir a continuidade da atividade aliada à conservação dos recursos naturais existentes (Vezzani, 2008). Portanto, o turismo rural e o agroturismo requerem um planejamento adequado e que deve envolver, o diagnóstico, as alternativas de minimização dos impactos ambientais negativos e a transformação das ameaças de degradação ambiental em oportunidades de agregação de valor à propriedade rural (Santos & Gomes, 2003). 
As atividades e infraestruturas devem ser localizadas em áreas bem selecionadas, de forma a evitar impactos e limitar o seu desenvolvimento. Além disso, devem ser respeitadas a dimensão, a paisagem, os recursos naturais, os recursos históricos, arqueológicos e a identidade cultural da área escolhida, por isso, a importância de uma avaliação bem feita das potencialidades dos recursos naturais, os 
padrões de ocupação e uso da terra e as possíveis transformações resultantes da exploração turística. 
Para abordar melhor essas questões, se objetivou, no presente trabalho, identificar a estrutura base do hotel fazenda, seu histórico e momento atual, afim de construir uma metodologia para levantar, selecionar e manejar um conjunto de indicadores que apontem as limitações e potencialidades do empreendimento, frente àpossibilidade de se melhorar o espaço e as atividades, bem como, agregar valor econômico e social, preservando o meio ambiente e respeitando suas limitações. 
O estudo de caso selecionado foi o Hotel Fazenda Água Azul, situado no município de Fênix, norte do estado do Paraná. Apesar da riqueza em atributos que podem ser aproveitados para o turismo rural, o local apresenta algumas falhas de conservação, que podem prejudicar futuras ocupações de seus solos e também construções. Se bem conduzido, o manejo dessas poucas áreas afetadas, pode contribuir para a melhor exploração do agroturismo e atividades agrossilvipastoris, e ser ainda uma melhor alternativa econômica para os empreendedores, e ao mesmo tempo, contribuir para minimizar os efeitos negativos da sobreutilização da terra para a produção e geração de renda, prevalecendo sempre, a preservação de toda a fauna e flora presentes no local. 
II LEVANTAMENTO 
1 Caracterização do município
A história do município de Fênix, remonta ao ano 1576, quando jesuítas espanhóis fundaram a cidade de Vila rica do Espírito Santo, localizada no pontal formado pelos rios Ivaí e Corumbataí. Essa cidade, em 1632, foi sitiada, destruída e incendiada pelos bandeirantes paulistas comandados por Antônio Raposo Tavares. As suas ruínas existem até hoje e estão localizadas a apenas três quilômetros da atual sede do município de Fênix. 
Em 1942, a região onde se encontra o município, já possuía alguns sítios e fazendas com produção cafeeira e lavoura de hortelã. Em 1949, o engenheiro Joaquim Vicente de Castro, que possuía as terras recebidas do Estado como forma de pagamento pela construção de estradas de ferro, elaborou um projeto de colonização e formação de uma cidade à qual denominou Fênix. A boa localização aliada à qualidade das terras propiciou um acelerado desenvolvimento, passando em 1954, à categoria de distrito Administrativo do Município de Campo Mourão, para emancipar-se definitivamente em 1960. 
O nome da cidade faz menção à ave fênix, que segundo a mitologia grega renasceu das próprias cinzas, tal como o município, que ressurgiu das ruínas de Vila Rica, e hoje tem grande valor cultural, religioso e histórico. Representa algo que renasce na memória da comunidade local: a história das populações que habitaram aquela área no passado. 
A população de fênix, conforme estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019, é de 4.762 habitantes. Em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, no ano de 2010, apresentou um IDH (0,716) inferior ao valor médio apresentado pelo estado (0,749), com um PIB per capita de R$ 27.513,64 (IPARDES - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, 2017). 
 O município tem como coordenadas geográficas: latitude 23°54'57" sul e longitude 51°58'44" oeste, possui uma área de 234,099 km² 
representando 0,1175 % do estado, pertence ao bioma Mata Atlântica, é de clima subtropical e conta com uma altitude de 365 metros.
Figura 1 Localização do município de Fênix no estado do Paraná.
Fonte: Wikipédia, 2006.
Localiza-se na mesorregião Centro-Ocidental do Paraná, pertence à bacia hidrográfica do Rio Ivaí e limita-se geograficamente com os municípios de Barbosa Ferraz, São João do Ivaí, São Pedro do Ivaí, Itambé, Quinta do Sol e Peabiru (IPARDES, 2017), conforme mostra a figura 2.
Figura 2 Mapa cartográfico localizando os municípios confrontantes do município de Fênix - PR.
Fonte: Viva Paraná, 2017.
Tem como principal fomento econômico a atividade agropecuária, seguida pela prestação de serviço e a indústria. Dentre as atividades agropecuárias, destacam-se a produção de cana-de-açúcar, com 117.342 ton., a de milho, com 67.684 ton., e a de soja com 51.000 ton., onde 86% das terras destinadas à lavoura utilizam o plantio direto na palha como sistema de preparo do solo e 80% das propriedades recebem assistência técnica rural. A bovinocultura de corte e de leite e a criação de aves também se destacam entre as atividades agropecuárias (IBGE, 2018). 
1.1 Caracterização climática
 	É de extrema importância conhecer as características climáticas da região, assim como seu histórico. O clima é um dos fatores mais importantes para a agricultura, pecuária e lazer, pois diz respeito às condições adversas à cultura, aos animais e às atividades, possibilitando minimizar os prejuízos em decorrência do clima, ou utilizá-lo a favor. A classificação do clima na região, é fundamental para o planejamento das atividades turísticas e agrícolas onde a propriedade se encontra.
	O sistema de classificação climática de Köppen, relaciona o clima com a vegetação, dando enfoque à temperatura, à precipitação pluvial e às suas características sazonais, numa tentativa de reunir o maior número de elementos possíveis que possam caracterizar os diferentes climas existentes. 
Figura 3 Mapa do estado do PR segundo a classificação Climática de Köppen.
Fonte: Fundação ABC para Assistência e Divulgação Técnica Agropecuária, 2018.
Segundo a classificação de Köppen (1938), o clima da região é do tipo Cfa ou Subtropical Úmido Mesotérmico, com verões quentes, geadas pouco frequentes, sem estação seca definida e tendência de concentração das chuvas nos meses de verão (IAPAR - Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, 2000).
1.1.1 Resumo meteorológico 
Para caracterização climática, foi utilizado o município de Campo Mourão - PR, localizado a 67km de Fênix e a 59km do Hotel Fazenda Água Azul. Pela localidade, Campo Mourão corresponde às condições climatológicas, sendo assim, foi identificado através dos índices que o verão é longo, morno e abafado; o inverno é curto e ameno (Figura 4). Durante o ano inteiro, o tempo é com precipitação e de céu parcialmente encoberto, e em geral a temperatura varia de 13 °C a 30 °C, raramente sendo inferior a 8 °C ou superior a 33 °C (Figura 5).
Figura 4 Resumo Meteorológico de Campo Mourão - PR.
Fonte: Weather Spark, 2016.
Figura 5 Tabela Climática de Campo Mourão – PR[footnoteRef:1]*. [1: * Normal climatológica de 1981-2010;  recordes absolutos de temperatura de 01/01/1961 a 22/12/2016.
] 
Fonte:Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), 2017.
1.1.2 Precipitação pluviométrica e Temperatura 
Entende-se por precipitação a água proveniente do vapor de água da atmosfera depositada na superfície terrestre. Como elo de ligação entre os demais fenômenos hidrológicos e o fenômeno do escoamento superficial, seu estudo viabiliza estimar a probabilidade de períodos de estiagem ou inundações. 
A normal climatológica admite o conhecimento de valores médios de um devido local, a variabilidade e a frequência de ocorrência de determinados elementos climatológicos. 
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) fixou uma série histórica de 30 anos, que serve como suporte na realização do zoneamento agroclimático, escolha de espécies e cultivares aptas ao cultivo, auxiliando os profissionais nos aspectos associados ao regime hídrico. 
Pelos dados da Plataforma Climatempo, a Normal Climatológica da pluviosidade da região pertencente à comarca de Campo Mourão-PR, o período analisado apresenta um indíce pluviométrico médio anual de aproximadamente 1.640 mm, cuja chuva do mês de dezembro registrou um volume superior a 200 mm,configurando então, como período mais chuvoso os meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Julho e Agosto representaram os meses que acumularam o menor volume, com uma média de 75mm (Figura 6 e 7).
Figura 6 Gráfico de Temperaturas e Precipitação.
Fonte: Plataforma Climatempo, 2010.
Figura 7 Tabela de Temperaturas e Precipitação.
Fonte: Plataforma Climatempo, 2010.
[footnoteRef:2]Figuras 6 e 7. [2: Os dados apresentados representam o comportamento da chuva e da temperatura ao longo do ano. As médias climatológicas são valores calculados a partir de uma série de dados de 30 anos observados.] 
Do interesse da engenharia, tais fatores climáticos tornam possível a execução de planejamento das atividades, bem como, do preparo, manejo e conservaçãodas áreas e do solo. 
Em razão do munícipio de Fênix não possuir informações concretas sobre suas condições climatológicas, os dados da Normal Climatológica da temperatura também foram obtidos da cidade de Campo Mourão-PR. Pelas informações, a média anual de temperatura na região foi de 21°C, entretanto, janeiro e fevereiro registraram temperaturas médias de 24,5°C. Quanto às médias de temperaturas máximas, os meses de dezembro a março registraram os maiores valores, já para médias de temperatura mínima, o período de maio a agosto apresentou as menores, com valores inferiores a 13°C.
1.1.3 Índice de turismo
Para caracterizar até que ponto o clima durante o ano é agradável na região, a plataforma Weather Spark calculou dois índices de viagem.
O índice de turismo, dá preferência a dias pouco encobertos e sem chuva, com sensação de temperatura entre 18°C e 27°C. Baseado nesse índice, a melhor época do ano para visitas e a realização de atividades turísticas gerais ao ar livre é do início de abril ao fim de setembro, com o índice máximo na última semana de agosto.
Figura 8 Índice de Turismo.
Fonte: Weather Spark, 2016.
O índice de praia/piscina dá preferência a dias pouco encobertos e sem chuva, com sensação de temperatura entre 24°C e 32°C. Baseado nesse índice, as melhores épocas do ano para visitas e a realização de atividades de clima quente são do fim de fevereiro ao meio de abril e do início de novembro ao fim de dezembro, com o índice máximo na terceira semana de março.
Figura 9 Índice de praia/piscina.
Fonte: Weather Spark, 2016.
2 Caracterização do proprietário
A propriedade Fazenda Água Azul foi adquirida pelo Sr. Johan Gabriel Berg von Linde em agosto de 1967, que administrou a propriedade até seu falecimento. Sueco natural de Lund, chegou ao Brasil em 1.956 e casou-se com Elissena Frollini Berg von Linde, que é a proprietária atual da fazenda. Nasceu em 1933, é de família italiana, e juntamente com seu filho Gorm Eugênio Berg Von Linde (1969) e sua nora Sara Peterle Berg Von Linde (1964), administram a propriedade. O Sr. Eugênio e a Sra. Sara são casados e possuem duas filhas, Marina e Gabriela, e uma neta, a Johana.
O Sr. Johan e a Sra. Elissena foram pioneiros na região, trazendo para a propriedade aqueles que buscavam trabalho e moradia. O Sr. Johan tratava dos trabalhadores e da propriedade como um todo, era o responsável pelas oportunidades geradas à comunidade, permitindo que viessem morar na fazenda, construindo casas, e possibilitando que homens e mulheres trabalhassem em diversas áreas nas suas terras. Já a Sra. Elissena intercalava suas viagens, por conta da profissão de Professora de Educação Artística, com o cuidado que tinha principalmente sobre as mulheres e crianças que ali moravam, até que após alguns anos, tornou-se inviável a realização das duas atividades, tendo então que pedir demissão de seu trabalho como educadora, passando a se dedicar exclusivamente à educação e ajuda aos moradores. Foi ela quem ensinou a grande maioria a ler e escrever, dando a chance de um futuro melhor, tanto que atualmente, vários daqueles que passaram pelos seus ensinamentos, já cursaram faculdade e trabalham na área em que escolheram. Além da educação, Dona Elissena também desempenhava um papel grandioso para a época, pois empoderava as mulheres, que eram subordinadas a seus maridos, e então, passavam a enxergar que também tinham direitos iguais, começaram a receber salários pelos seus serviços, e a gastá-los com elas mesmas, saiam da propriedade para conhecer as cidades, estudar, fazer compras, e também a se cuidarem mais. 
	Atualmente, a proprietária e administradores da fazenda vivem da renda proveniente da propriedade, pois nela se encontra o hotel fazenda, o qual é também a moradia dos mesmos. Parte das terras são arrendada e há atividade silvipastoril, como a pequena plantação de eucalipto. 
Mudanças são bem vindas e sempre feitas por lá. Desde que as terras foram compradas, nunca houve um período monótono, sendo que a última transformação concreta nas terras (no sentido de ocupação/atividade) ocorreu em 1996, com a implantação do hotel fazenda, que ao longo dos anos vem se adequando às inovações e melhorias, logo, é característica da família o hábito da mudança. 
A Sra. Elissena, o Sr. Eugênio e a Sra. Sara, mostraram-se abertos às novidades e mudanças, apresentando grande interesse pela implantação delas. Eles não utilizam de assistência técnica, mas por ser um negócio e a própria moradia, cuidam do local com a maior dedicação possível, e quando necessário vão em busca de informações. Pelos critérios de adoção de inovações de Rogers (Figura 10), a curva classifica a proprietária e os administradores no grupo dos ‘Maioria Precoce’ ou Inicial. Os membros desse grupo, primeiramente irão observar a experiência dos outros, e só adotarão o produto depois de verificar que ele trará vantagens claras. São mais pragmáticos, levam em conta as recomendações de pessoas e as avaliações feitas por outros usuários.
Figura 10 Nível de inovação do produtor conforme a curva de adoção de inovações de Rogers.
Fonte: Miguel Artur Feldens, 2011.
O Sr. Eugênio exerce as principais atividades na fazenda, além de administrador, coordena os demais funcionários, ajuda no bar, na serraria, no planejamento e execução de novas construções, responsável também pelas principais compras, que exigem a ida até a cidade, é piloto da aeronave utilizada nos voos panorâmicos, além de ser Master Coach. A Sra. Elissena administra e cuida do hotel fazenda no dia-a-dia, juntamente com a Sra. Sara.
Uma questão que chama muito a atenção é a interação dos funcionários com os proprietários, é um grande exemplo de convivência. 
3 Caracterização da propriedade
3.1 Histórico da propriedade
	A área de estudo ‘Hotel Fazenda Água Azul’, faz parte da ‘Fazenda Água Azul’, que pertence a Sra. Elissena Frollini Berg von Linde, cujas terras herdou de seu marido após seu falecimento. 
Figura 11 Logo da Fazenda Água Azul
Fonte: Fazenda Água Azul, [s.d].
Em 1952 a Fazenda foi demarcada e iniciou-se sua abertura (derrubada da floresta) com o intuito do plantio de café. Com 295.000 pés de café plantados e alguns meeiros de Hortelã, a Fazenda foi adquirida pelo Sr. Johan Gabriel Berg von Linde em agosto de 1967, que ordenou a parada da derrubada imediatamente pois, dos 780 hectares totais ainda restavam 280 com mata nativa, dos quais permanecem intactos em toda sua íntegra graças ao senso de preservação ambiental.
A flora é totalmente preservada abrigando no seu interior Perobas, Jequitibás, Óleo Pardo, Timburis, Embira de Sapo, entre outras espécies nativas vegetais, sendo inúmera a quantidade de Orquídeas e Bromélias. A fauna também é latente, pois a caça é proibida, e a área é tanto vigiada, como amparada pela lei federal, portanto fazendo-se respeitar.
Até o ano de 1979 a cafeicultura foi tocada a diante, mas com problemas trabalhistas, e com o aumento de encargos sociais se tornou inviável manter todos os 73 funcionários, decidindo assim por erradicar a lavoura dando continuidade a mecanização e a implantação das culturas de soja, trigo e milho. Em 1985 o café foi totalmente erradicado restando 207 hectares de área mecanizada e 200 hectares de pastagens com 23 funcionários. Em 1995 a agricultura na Fazenda Água Azul entrou em colapso, sendo as terras agricultáveis mercerizadas, os maquináveis e implementos vendidos e os funcionários remanescentes dispensados, restando somente como atividade da família na propriedade a produção de leite. 
Encontrando-se com 13 casas rústicas de madeira vazias, com um enorme tempo hábil e com uma vasta área florestal preservada, a Professora de Belas Artes Sra. Elissena, percebeu a possibilidade de realizar um antigo sonho, de transformar tudo em um "Hotel Fazenda" e o Sr. Johan de viabilizar outro sonho, de compartilhar com outras pessoas as maravilhas da natureza, o sossego e o bem estar proporcionado pelo contato direto com o ecossistema. Teve início então, o trabalho cuidadoso de recuperar todaa infraestrutura dos prédios da propriedade, que são, na maioria construídos em madeira nobre, também a confecção de móveis, pois quase todas as casas são mobiliadas com mobílias produzidas no próprio hotel fazenda. 
3.2 Localização e itinerário de acesso
	A propriedade localiza-se no município de Fênix, no estado do Paraná, mesorregião Centro-Ocidental, tendo como latitude sul 23°55'15.72", e longitude
Oeste 52°6'9.26", apresentando uma altitude média de 380m. 
O acesso à fazenda, sentido Maringá/Engenheiro Beltrão, é por estrada asfaltada, através da PR 317 Avelino Piacentini. Após a chegada em Engenheiro Beltrão, deve-se fazer o retorno na Av. Sete de Setembro para ter acesso à rotatória, e depois pegar a primeira saída. 
Figura 12 Itinerário de acesso à Fazenda Água Azul, Fênix –PR.
Fonte: Adaptado do Google Maps, 2019.
Após realizar essa parte do trajeto, a estrada deve ser seguida por 15 km até o município de Quinta do Sol, e mais 7 km (até localizar a igrejinha azul, figura 13), onde é a entrada da propriedade, e por fim, seguir mais 6 km pela via de cascalho. 
Na entrada, ao lado dessa igrejinha, há uma placa do hotel fazenda, mas é discreta, por isso é mais fácil encontrá-lo pela igrejinha e não pela placa.
Figura 13 Placa e Igrejinha localizadas na entrada da propriedade.
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019.
Durante o trajeto não há sinalizações do empreendimento, portanto é importante ficar atento às quilometragens indicadas e a velocidade que estará trafegando, para não passar do acesso. Não é difícil de ser perder.
3.3 Utilização da área
A fazenda da Sra. Elissena possui 320 alqueires (774,4 ha) , onde 135 deles (326,7 ha) estão arrendados para plantio de soja e milho, 142 alqueires (343,6 ha) correspondem a mata nativa, 9 alqueires (22 ha) ao plantio de Eucalipto e o restante tem a continuidade das atividades agrossilvipastoris, da plantação de algumas culturas variadas, de ervas medicinais, do pomar e horta orgânica, das instalações do hotel fazenda e das cachoeiras, lagos e rio. Antigamente eram mantidas quinze vacas leiteiras para ordenha do leite, mas hoje essa atividade encontra-se estagnada. O pasto do hotel fazenda é então, utilizado para a criação de cavalos.
Na região mais baixa da fazenda, a mata nativa possui muitas perobas Gurucaias, Ipês, Cajaranas e pouco Guaritá, enquanto na região mais elevada, a concentração de Guaritá e Palmeira Juçara é alta, com pouca presença de Gurucaias, Ipês e Cajaranas, e praticamente nula a de Perobas.
Em relação a Palmeira Juçara, existe um lote que é plantado exclusivamente para o uso e consumo do palmito pelo hotel fazenda, sob supervisão do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), que autoriza a extração quando solicitado pela propriedade, que tem por obrigação semear novamente a área. Isso se deve ao fato de que ao se extrair o palmito, a palmeira juçara morre e demora de oito a doze anos para produzir um palmito de qualidade novamente, ao contrário de outras espécies de palmeiras.
Figura 14 Vista aérea da propriedade.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
Figura 15 Vista aérea parcial do Hotel Fazenda Água Azul.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
3.4 Valor monetário da propriedade
	De acordo com o Departamento de Economia Rural do Paraná – DERAL, o valor calculado para o hectare de terra roxa de uso intensivo no ano de 2019, para o município de Fênix é de R$ 65.500,00 (sessenta e cinco mil e quintos reais). Porém, segundo os agricultores da região, o hectare de terra está sendo comercializado em valores entre R$ 100.000,00 e R$110.000,00. Na propriedade há também terras com uso silvipastoril e de servidão florestal, o hectare corresponde em média a R$30.000,00. 
3.5 Infraestrutura 
A Infraestrutura é um dos recursos mais importantes nas atividades econômicas, pois confere bem-estar à população, reduz os custos, interfere na qualidade final do que está sendo oferecido e integra os diferentes elos da cadeia comercial. Deve-se levar em consideração a renda do proprietário e os recursos que dispõe. Cabe destacar que, a tecnologia não envolve somente equipamentos e máquinas, mas também conhecimento. 
Os fatores que contribuem para o desenvolvimento e bom andamento da propriedade e consequentemente do turismo rural são os atrativos do espaço físico, a demanda turística, a infraestrutura e o ambiente externo. Os requisitos mais importantes são as condições das estradas de acesso, saneamento básico e o fornecimento de água e de energia.
As instalações físicas do empreendimento ecoturístico devem incorporar os princípios do desenvolvimento sustentável, e externalizar sensibilidade ao meio ambiente. Como coloca Andersen (1999, p.199), “as instalações são ‘janelas para o mundo natural’ e funcionam como veículos para o aprendizado e a compreensão”, podendo aumentar o grau de satisfação do ecoturista, na sua visita, bem como colaborar para o entendimento da cultura local. 
3.5.1 Benfeitorias
O hotel fazenda iniciou suas atividades em 1996, quando encontrava-se com 13 casas rústicas vazias de madeira. Teve início então, o trabalho cuidadoso de recuperar toda a infraestrutura das instalações da propriedade, que são, na maioria construídas em madeira nobre, e também a confecção de móveis, pois quase todas as casas e mobílias são produzidas no próprio empreendimento. As benfeitorias recebem manutenção ou reforma periodicamente, logo encontram-se em estado de conservação regular, bom ou ótimo. 
a) Residência da Propriedade 
Atualmente, o hotel fazenda dispõe de uma estrutura de alvenaria, com 224m², para estabelecer a residência dos proprietários, que apresenta ótimo estado de conservação.
Figura 16 Residência dos proprietários.
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019.
b) Estrebaria
Utilizado como acomodação para os cavalos, onde ficam recolhidos para dormir e alimentar-se. Conta com 135m² e 8 animais para passeios e visitação. Seu estado de conservação é regular.
Figura 17 Estábulo com cavalo.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
c) Aeródromo
Local de 196m², onde a aeronave é guardada e está em bom estado de conservação.
Figura 18 Benfeitorias: (A) Aeródromo; (B) Aeronave dentro do aeródromo.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
d) Barracões 
Existem dois barracões, sendo o primeiro, um salão de convenções de 270m², que recebe vários eventos e está em ótimo estado de conservação, e o segundo, de 575m², onde está sendo instalado um sistema de energia solar fotovoltaica.
Figura 19 Benfeitorias: (A) Salão de convenções; (B) Barracão em construção.
Fonte: (A) Fazenda Água Azul, 2016; (B) Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019.
e) Museu 
O Museu do Café possui 180m² e está em bom estado de conservação.
Figura 20 Museu do Café.
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019.
Figura 21 Área interna do museu.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
g) Refeitório
	A área está em ótimo estado de conservação e sua estrutura é construída grande parte por madeira caída, assim como as mesas, cadeiras, bancos, jogos e objetos de decoração, possui 475 m².
Figura 22 Benfeitorias: (A) Refeitório; (B) Área externa.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
h) Bar
	No bar são servidos drinks, bebidas e sorvetes enquanto os hóspedes frequentam as piscinas, ofurô, ou a área de descanso. O espaço conta com 180 m² e está em bom estado de conservação. 
Figura 23 Benfeitorias: (A) Bar; (B) Área de jogos e com redes para descanso.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
i) Piscinas e deck
	A área das piscinas possui 864 m² e conta com piscina adulta, infantil, aquecida e ofurô, enquanto o deck dispõe de uma área de 152 m². Ambos estão em ótimo estado de conservação. 
Figura 24 Benfeitorias: (A) Ofurô; (B) Piscinas e deck.
Fonte: (A) Fazenda Água Azul, 2016; (B) Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019.
j) Apartamentos, chalés e suíte
São doze chalés de 63 m² cada que estão em bom estado de conservação. 
Figura 25 Benfeitorias: (A) Quarto comum; (B) Vista externa do chalé.
Fonte: (A) Fazenda Água Azul, 2016; (B) Levantamento de campo,Rodrigues, E. G., 2019.
Os apartamentos e a suíte são construções recentes de alvenaria e com maiores dimensões. As acomodações comuns (Apartamentos 1, 2, 3 e 4) possuem 128 m², já a do tipo ‘Jaborandi’, possui 105 m², e a Amoreira, conta com mais 140 m². 
Existe ainda mais dois apartamentos que possuem um maior nível de conforto, são eles: o ‘Goiabeira’ e o ‘Nespera’, apesar de compartilham da mesma construção, possuem sacadas individuais, tendo 104 m². Já a suíte, de nome ‘Cedro’ é uma acomodação separada, totalmente individual, com sacada fechada em vidro e a única que possui banheira de hidromassagem, dispondo de uma área de 42 m². Essas três instalações citadas anteriormente desfrutam de vistas privilegiadas. Os apartamentos e a suíte estão em ótimo estado de conservação.
Figura 26 Benfeitorias: (A) Quarto; (B) Fachada com sacadas compartilhadas; (C) Interior do apartamento; (D) Banheiro.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
Figura 27 Benfeitorias: A, B e C correspondem à única suíte do hotel fazenda. 
Fonte: (A) Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019; (B) Fazenda Água Azul, 2016.
k) Casa abandonada – depósito
	A estrutura mesmo ‘abandonada’ é utilizada como depósito, e possui uma área de 72 m². Caracterizada por um estado de conservação regular a ruim. 
Figura 28 Casa abandonada.
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019.
3.5.2 Máquinas, veículos e implemento
Do conjunto de equipamentos para executar as atividades de manutenção e construção na propriedade, utiliza-se dois tratores, um deles com plaina agrícola, dois cortadores de grama costais e uma motosserra. Por sua vez, para realização das compras, transporte da família, de funcionários e materiais, possuem três camionetes Toyota Hilux e duas Volkswagen Kombi. Há também uma aeronave utilizada para passeios panorâmicos. Todos em bom estado de conservação. A descrição completa está listada no quadro abaixo.
Quadro 1 Descrição da relação de máquinas e equipamentos do Hotel Fazenda Água Azul.
	Equipamento
	Quantidade
	Marca/Modelo
	Aquisição
	Trator Giro Zero
	1 unidade
	Husqvarna / Z242F
	2015
	Trator
	1 unidade
	John Deere / 6110e
	2013
	Plaina Agrícola Dianteira
	1 unidade
	Stara / Pad 750
	2013
	Motosserra
	2 unidades
	STHIL
	2015
	Veículo
	1 unidade
	Toyota / Hilux
	2017
	Veículo
	1 unidade
	Toyota / Hilux
	2015
	Veículo
	1 unidade
	Toyota / Hilux
	2004
	Veículo
	2 unidades
	Volkswagen / Kombi
	2012
	Aeronave
	1 unidade
	Flyer / Pelican 500 BR
	2008
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019.
Figura 29 Máquinas e implementos: (A) Camionete Toyota Hilux 2004; (B) Trator Giro Zero Husqvarna; (C) Trator com implemento; (D) Aeronave.
Fonte: (A, B, C) Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019; (D) Fazenda Água Azul, 2016.
3.5.3 Vias de acesso
	Saindo e Maringá, o caminho ao hotel fazenda se dá através da PR-317, conforme mostra a figura abaixo, e depois pela PR-082. O carreador que dá acesso à propriedade (figura 30), possui 6km, é cascalhado e encontra-se em bom estado de conservação, apesar de haver algumas pedras soltas e pequenos buracos. 
Figura 30 Rodovia PR-317.
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019.
Figura 31 Vias de acesso: (A) e (B) Caminhos para o hotel fazenda.
Fonte: (A) Fazenda Água Azul, 2016; (B) Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019.
3.5.4 Fornecimento de água, energia e saneamento básico 
A água canalizada e consumida é proveniente da mina Água Azul, através de um poço semi-artesiano de 40m de profundidade. É utilizada na propriedade para o consumo humano, animal, irrigação da horta, piscinas e ofurô. 
Conforme a visita realizada em outubro de 2019, foi levantado que, o fornecimento de energia elétrica para a propriedade e hotel fazenda é feito pela Companhia Paranaense de Energia Elétrica (COPEL), por meio de uma rede trifásica. Há um sistema de energia solar fotovoltaica que está sendo implantado no empreendimento e será finalizado nos próximos meses. 
Não há rede de saneamento básico e os resíduos são descartados em fossa séptica convencional.
Figura 32 Mina Água Azul.
Fonte: Fazenda Água Azul.
O hotel dispõe também, da energia de biomassa, que aproveita os descartes naturais, como galhos e folhas para o aquecimento da caldeira utilizada nas piscinas.
Figura 33 Área da caldeira.
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019.
3.6 Resíduos orgânicos e inorgânicos 
O lixo orgânico é aquele que é transformado em composto orgânico, ou seja, vira adubo através de um processo de compostagem, e no hotel, já é utilizado na horta e jardins devido ao seu alto índice de nutrientes. Fazem parte do lixo orgânico todos os resíduos que têm origem animal ou vegetal: restos de alimento, folhas, sementes, restos de carne, ossos, entre outros, que sofrem um processo de decomposição natural. São usados para produtos biodegradáveis como detergente, limpadores de superfície, produtos para lavar roupas, entre outros. 
No caso dos resíduos inorgânicos, aqueles que não possuem origem biológica, ou seja, que são produzido por meios não-naturais, como o plástico, o alumínio e o vidro, são separados, armazenados, limpos e secos para não sofrerem contaminação do lixo orgânico. Na coleta seletiva é feita uma triagem e reciclagem parcial. É válido lembrar o quanto prezam pela educação ambiental de seus visitantes, e os incentivam a contribuir para a preservação do meio natural, principalmente quando se trata do destino desses resíduos. 
Figura 34 Um dos postos de descarte de lixo que vai para a reciclagem.
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2020.
3.7 Mão-de-obra
As compras são realizadas na grande maioria das vezes pelo Sr. Eugênio. Além disso, é de responsabilidade dos funcionários o manejo da horta e o cuidado com os animais, mas a Sra. Elissena, faz questão de ajudá-los quando pode. Emprega-se atualmente 6 funcionários com carteira assinada, e colaboradores da região para serviços com demanda temporária. A família não recebe assistência técnica, mas quando necessário vão em busca de profissionais para as informações que precisam. 
Há uma serraria, estabelecimento onde se serram as madeiras, válido lembrar que, toda madeira utilizada provém de árvores caídas e não derrubadas, para transformação em estrutura de construções, e alguns produtos, como móveis, artefatos, jogos e objetos de decoração, todos utilizados no próprio hotel fazenda. 
4 Recursos naturais
O gerenciamento eficiente dos recursos naturais, como a água, colabora para atenuar o efeito da crise ambiental, segundo Tiezzi (1988), pois reduz o desperdício e promove outras utilizações para os efluentes, além de devolver ao meio, condições de ser absorvido sem causar poluição. 
O conceito de desenvolvimento sustentável apresenta limites, pois há fatores independentes, que não se pode controlar, como a capacidade da biosfera absorver os efeitos da atividade humana, a capacidade de recuperação e utilização dos recursos naturais aliada a tecnologia, e a desestrutura da sociedade em promover ações para a implantação eficaz de um desenvolvimento sustentável (CMMAD, 1991).
O sucesso de um desenvolvimento sustentável, segundo Sachs (1986), dependerá do conhecimento do meio, que abrange a preocupação com a qualidade das relações humanas, com os ecossistemas (gestão racional dos recursos naturais, evitando desperdício, depredação, esgotamento, maximizando sua utilização) e de propostas ecotécnicas (através das quais podem ser compatibilizados os objetivos econômicos, sociais e ecológicos). Dependerá também da participação social, que implica na educação formal e informal para conhecimento e conscientização ética dos indivíduos, seus padrões de consumo e estilos de vida.
4.1 Recursos hídricos
	Na propriedade existem dois lagos, que são utilizados principalmente para a pesca, um rio que está assoreado, córregos e cachoeiras, que fazem parte dos passeios e atividades oferecidas pelo hotel fazenda. Possui também, um poço semi-artesiano de 40 m de profundidade, que recebe a água vinda da Mina ÁguaAzul, e é canalizada para uso, sendo recalcada para um reservatório elevado.
Figura 35 Lago localizado na entrada do hotel fazenda.
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019.
 Em relação à aplicação da água, utilizam-na para o consumo humano, animal, irrigação da horta e para o conjunto de piscinas. Devido ao grande consumo, viu-se a necessidade da realização de análise bacteriológica e físico-química, cujas amostras coletadas em frasco esterilizado fornecido pelo laboratório para evitar contaminações, foram lacradas e encaminhadas ao Laboratório de Saneamento e Meio Ambiente do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maringá. 
A amostra de água analisada, que foi coletada no poço semi-artesiano, satisfaz bacteriologicamente os padrões de potabilidade (Tabela 1), conforme Anexo XX da portaria de consolidação n°5 do Ministério da Saúde de 28/09/2017.
Tabela 1 Resultado da análise microbiológica da água coletada no poço semi-artesiano.
		Parâmetros
	Resultados
	VMP (1)
	LD (2)
	Coliformes totais(3)
	Ausente
	Ausência em 100 ml
	Ausente
	Escherichia Coli(4)
	Ausente
	Ausência em 100 ml
	Ausente
	
Fonte: Laboratório de Qualidade da Água e Controle de Poluição.
(1) Valor máx. permitido; (2) Limite de detecção; (3) Indicador de eficiência de tratamento; (4) Indicador de contaminação fecal.
Também de acordo com o Anexo XX, citado anteriormente, os resultados da análise de água da Tabela 2, como por exemplo, o pH de 8,36, indicam que a água utilizada satisfaz os padrões físico-químicos de potabilidade.
Tabela 2 Características físico-químicas referente a análise da água coletada no poço semi-artesiano da área de estudo.
	Parâmetros
	Resultados
	Unidade Padrão
	VMP (1)
	LQ (2)
	pH
	8,36
	---
	6,0-9,5
	---
	Dureza Total (CaCO3)
	157,26
	mg L-1
	500
	1,0
	Dureza Relativa ao Cálcio (CaCO3)
	95,32
	mg L-1
	---
	1,0
	Dureza Relativa ao Magnésio (CaCO3)
	56,94
	mg L-1
	---
	0
 Fonte: Laboratório de Qualidade da Água e Controle de Poluição. 
(1) Valor máximo permitido; (2) Limite de quantificação.. 
4.2 Recursos vegetais 
Os recursos vegetais de uma propriedade possuem a função de proteger o solo de degradações, assim como os recursos hídricos tem a função de preservar nascentes e rios, além de evitar inundações. A Lei Nº 12.651 do Código Florestal, de 25 de maio de 2012, visa garantir a segurança à fauna, flora e vida humana, estabelecendo então os conceitos de Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL). Discorre também sobre o meio ambiente e determina: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. 
Uma correta gestão ambiental estimula o uso produtivo das terras marginais para a agricultura, permitindo que grandes áreas conservem sua cobertura de vegetação natural, por isso a importância das RLs e APPs como estratégia na conservação dos recursos naturais, pois apresentam serviços ambientais e produtos indispensáveis à sociedade.
Figura 36 Vista aérea de grande parte dos recursos vegetais da fazenda.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
4.2.1 Área de preservação permanente (APP)
Segundo a Lei 12.651/2012, tem-se o seguinte conceito para APP, “área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”. 
A sua manutenção é uma estratégia para manter atributos dos ecossistemas que são indispensáveis ao bom funcionamento dos ambientes naturais. Por meio de investigação científica, tem-se provado a importância da vegetação ciliar na preservação dos recursos hídricos, favorecendo positivamente na quantidade e qualidade de água produzida na micro bacia, ciclagem de nutrientes, e de sua interação direta com o ecossistema aquático. A propriedade respeita perfeitamente as Áreas de Preservação Permanente.
4.2.2 Reserva Legal (RL) 
A Reserva Legal, de acordo com a última lei citada, refere-se a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso econômico e sustentável dos recursos naturais, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e proteção de fauna silvestre e da flora nativa no imóvel. Existem alguns instrumentos que devem ser observados na determinação das áreas de reserva legal, que são: Plano de bacia hidrográfica; plano diretor municipal; zoneamento ecológico-econômico; proximidade com outra RL, APP, unidade de conservação ou outra área legalmente protegida. 
Para saber se uma propriedade precisa regularizar sua área de RL, o Art. 67 da Lei n°12.651 preconiza que imóveis rurais que em 22 de julho de 2008, possuíam área menor que 4 módulos fiscais e constituída com menos de 20% da área total ocupada por vegetação nativa, a RL se constituirá pela vegetação nativa na área. A dimensão mínima em termos percentuais relativos à área do imóvel é dependente de sua localização. De acordo com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o módulo fiscal em Fênix corresponde a 20 ha (hectares), no entanto, 4 módulos fiscais correspondem a 80 ha. A fazenda então, está com sua área de RL regularizada, visto que possui mais que os 20% de área total exigidos, e mais que 4 módulos fiscais.
4.2.3 Bens materiais produzidos pela RL e APP 
Vivemos atualmente uma mudança de paradigma econômico na sociedade já que o recurso natural, antigamente farto, vem se tornando cada vez mais escasso, por isso, devemos levar em conta sua possível exaustão.
As florestas presentes nas áreas designadas como Reserva Legal, fornecem bens materiais indispensáveis para a sociedade, como madeira, fármacos, matéria prima para artesanato, frutos, sementes, água, entre outros. A vegetação das RLs e das APPs, além de produzirem todos os bens citados acima, ainda fornecem serviços ambientais indispensáveis à atividade agrícola e ao próprio homem, como a produção de água e a proteção de suas fontes, a fixação de carbono, e a conservação do solo e da biodiversidade.
O grande exemplo que é transmitido por meio do turismo rural na propriedade, é o cuidado que a família tem com seus recursos naturais. Buscam conscientizar os visitantes através da educação ambiental, sobre a sua importância, utilizando de atividades que não agridam o ecossistema, e ao mesmo tempo mostre que é possível viver e se divertir, sem prejudicar ou extrair materiais desnecessários das florestas. Para monitorar os impactos ambientais nas áreas de visitação por exemplo, adota-se ações preventivas, como a de se fazer rodízio entre as trilhas e atividades, para que o meio ambiente possa se recuperar da presença humana. 
4.2.4 RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural
	Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma unidade de conservação (UC) de domínio privado, gravada na matrícula do imóvel, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. A criação desta UC não afeta a titularidade do imóvel. 
Elas contribuem para a ampliação das áreas protegidas no país, bem como apresentam índices altamente positivos para a conservação, principalmente se considerada a relação custo e benefício, são facilmente criadas (em relação às outras categorias de UC), possibilitam a participação da iniciativa privada no esforço nacional de conservação e auxiliam na proteção da biodiversidade dos biomas brasileiros.
A diferença entre uma RPPN e a Reserva Legal são as distintas instituições. A Reserva Legal é obrigatória podendo ser exigida a qualquer tempo. Já a RPPN é sempre ato voluntário do proprietário. Aliás, a criação de uma reserva particular não obriga o proprietário a instituir uma reserva legal.
Nas RPPNs são permitidasatividades de pesquisas científicas e visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais, conforme previsto no seu plano de manejo, porém é importante entender que uma vez criada o proprietário não poderá mais se desfazer da reserva. A propriedade passará a seus herdeiros os quais também não poderão negociá-la. É justamente pelo fato de não ser possível se desfazer ou alterar as atividades implantadas na área, que os proprietários não tem interesse em estabelecer uma RPPN. 
4.2.5 Cadastro Ambiental Rural (CAR) 
Segundo o Código Florestal Brasileiro (Lei n°12.651/2012), no âmbito do Sistema Nacional de informação sobre o Meio Ambiente (SINIMA), o CAR, Cadastro Ambiental Rural, é um registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, visando integrar as informações ambientais das propriedades rurais referentes às APPs, que compõe uma base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico, e funciona como ferramenta para combater o desmatamento. De acordo com o administrador, Sr. Eugênio, a propriedade possui o CAR, e está em conformidade com a Lei.
4.3 Solos
O solo é uma coleção de corpos naturas, constituídos por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais e orgânicos que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões continentais do nosso planeta, contêm matéria viva e podem ser vegetados na natureza onde ocorrem e, eventualmente, terem sido modificados por interferências antrópicas (Embrapa, 2013). 
4.3.1 Material de origem
O município de Fênix localiza-se no terceiro planalto. Seus solos são classificados segundo o ITCG - Instituto de Terra, Cartografia e Geociência (2008), com afloramentos basálticos, dando origem a solos planos, suave ondulados e ondulados, profundos e rasos, com alto teor de nutrientes Solos de textura argilosa, com predominância da classe Latossolo Vermelho na parte superior, abaixo o Nitossolo e nas partes inferiores do relevo, o Neossolo.
Figura 37 Mapa geológico e geomorfológico do Paraná.
Fonte: MINEROPAR, Adaptado por Rodrigues, E. G., 2019.
De acordo com o Sr. Eugênio, o solo do local coincide com a classificação município de Fênix, solos com afloramentos basálticos, de textura argilosa, com alto teor de nutrientes, tendo predominância da classe Latossolo Vermelho, seguida de Nitossolo e Neossolo. Não utilizam de análises, pois o objetivo do hotel não é a implantação de alguma cultura, mas detém essa informação por conta da parte arrendada, que essa sim necessita e realiza as análises de solo periodicamente, mas sob responsabilidade do arrendatário. Independente de não ser o objetivo, a figura abaixo ilustra uma parte do perfil do solo do local.
Figura 38 Perfil do solo do Hotel Fazenda.
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019.
4.3.3 Topografia da Área
O conhecimento da topografia de uma área possibilita o melhor manejo do solo, pois este está associado à velocidade de escoamento superficial da água, a intensidade de erosões, que interfere nas práticas de uso e manejo do solo, assim como as práticas conservacionistas a serem adotadas para determinada área e posteriores cosntruções. A declividade da área de estudo foi medida por meio de imagens de satélites provenientes do programa Google Earth Pro (2019). A classificação do nível de declividade foi baseada na metodologia da Embrapa (2004).
Tabela 3 Classificação de declividade na área de estudo.
	Declividade (%)
	Relevo
	0-3
	Plano
	3-8
	Suave-ondulado
	8-20
	Ondulado
	20-45
	Forte-ondulado
	45-75
	Montanhoso
	>75
	Forte-montanhoso
Fonte: Adaptado de Avaliação de aptidão de terras agrícolas – Embrapa, 2004.
O relevo predominante na área de estudo apresentou declividade média de 4,2%, e portanto, pertence à classe suave-ondulada.
Figura 39 Topografia do hotel fazenda. 
Fonte: Google Earth Pro, 2019.
4.3.4 Capacidade de uso do solo
A capacidade de uso da terra é conceituada como a adaptabilidade da terra às diversas formas de utilização agrícola, sem que ocorra o depauperamento do solo pelos fatores de desgaste e empobrecimento, através do seu uso (LEPSCH et al., 1991). Fundamenta-se na classificação quantitativa das terras, sendo voltada para suas limitações e utilização. Baseia-se, primordialmente, nos efeitos do clima sobre o solo e sua resultante evolução e degradação, bem como nas suas características permanentes que, em conjunto, poderão limitar o uso agrícola, a implantação de atividade, e também causar sérios danos ao ambiente devido a sua degradação. 
Assim sendo, na área trabalhada, por se tratar de uma extensa área de proteção ambiental, tais modelos tiveram que ser adaptados, tendo como ótica, muito mais a questão da preservação do que o aumento da produção ou a implantação de um projeto agrícola. 
Na hierarquia da classificação existem quatro níveis categóricos divididos em três grupos (A, B, C), oito classes (I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII) e quatro subclasses, sendo “e” de erosão quanto aos riscos, “s” de solos quanto as limitações, “a” de água quanto aos excessos e “c” de clima (LEPSCH et al, 1983).
Figura 40 Esquema - grupos, classes, subclasses e unidades de uso das terras.
Fonte: Adaptado de PERALTA, 1963.
Na propriedade é possível encontrar os grupos de capacidade de uso A e B. As terras que são arrendadas e não estão destinadas à preservação e silvicultura fazem parte do grupo A, e se enquadram em AIII e-4,9, s-1,3. Esse grupo compreende terras que se cultivadas sem os necessários cuidados, podem sofrer degradação rápida e requerer medidas complexas de conservação para produção de culturas anuais climaticamente adaptadas, situadas em relevo suave ondulado, com riscos de erosão sob cultivos intensivos, terras que também podem ser limitadas por profundidade, drenagem ou possuem a presença de pedregosidade superficial. Um sistema de manejo e conservação de solos com tecnologia apropriada pode tornar esses solos produtivos, melhorando sua fertilidade natural, agregando matéria orgânica e mantendo suas condições físicas. As terras do grupo B, que são adaptáveis para pastagens, silvicultura, refúgio da vida silvestre, turismo e recreação, se enquadram em BV s-1, 3, a-2. São terras com drenagem interna muito rápida ou pequena profundidade efetiva, rochosidade e/ou pedregosidade, terras planas não sujeitas à erosão e limitadas pelo excesso d’água e/ou risco frequente de inundação. 
4.3.5 Aptidão Agrícola
A avaliação da aptidão agrícola consiste na interpretação das qualidades do ecossistema por meio da estimativa das limitações das terras para uso agrícola e das possibilidades de correção ou redução dessas limitações, de acordo com diferentes níveis de manejo. 
Tem como base o método de avaliação de potencial das terras, conhecido como Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola, que agrega avaliações de potencial agrícola e de qualidade agroambiental. Com isto é possível expandir a ação de políticas públicas e a base de conhecimentos úteis ao planejamento e ordenamento agroambiental, (Embrapa, 2004).
São reconhecidos seis grupos, representados pelos algarismos de 1 a 6, em escala decrescente, segundo as possibilidades de utilização das terras. Os grupos de aptidão 1, 2 e 3 indicam as terras mais adequadas para lavouras, além de representar, no subgrupo, as melhores classes. O grupo 4 é indicado, basicamente, para pastagem plantada e o grupo 5 para silvicultura e/ou pastagem natural, enquanto que o grupo 6, reúne terras sem aptidão agrícola e não apresenta outra alternativa senão a preservação da natureza. Os grupos estão representados no Quadro 2.
Quadro 2 Alternativas de utilização das terras de acordo com os grupos de aptidão agrícola.
Fonte: Ramalho Filho e Beek, 1995.
Para atender às variações que se verificam dentro do grupo, adotou-se a categoria de subgrupo de aptidão agrícola. Os subgrupos caracterizam-se por serem o resultado conjunto da avaliação da classe de aptidão relacionada com o nível de manejo, e indicam o tipode utilização das terras, (Quadro 3).
Quadro 3 Simbologia correspondente às classes de aptidão agrícola das terras, nos diferentes tipos de utilização e níveis de manejo considerados. 
Fonte: Ramalho Filho & Beek, 1995.
As áreas arrendadas se enquadram em 1 ABc, que são terras pertencentes à classe de aptidão boa para lavouras, nos níveis de manejo A e B e regular no nível C, enquanto as terras utilizadas para pastagem, silvicultura, presrvação da fauna e da flora e turismo rural, se enquadram no grupo 4P, cujas terras pertencentes a essa classe de aptidão são boas para pastagem plantada, e atividades agrossilvipastoris. A segunda área classificadaa tem esse fim, pois é escolha da família utilizá-la dessa forma e preservá-la. Em 1967 foi interrompida a derrubada da mata, mas se houvesse continuado, provavelmente a área estaria apta para lavoura. 
5 Equipamentos de proteção individual (EPI) 
Todas as atividades profissionais que possam imprimir algum tipo de risco físico para o trabalhador devem ser cumpridas com o auxílio de EPIs.
O equipamento de Proteção Individual (EPI) é definido pela Norma Regulamentadora n° 06 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) como sendo: “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. Esses equipamentos são indispensáveis para o trabalhador, protegendo-o e mantendo a integridade do indivíduo, minimizando os riscos do ambiente e promovendo a saúde, bem-estar e evitando acidentes e doenças. 
Os trabalhadores do ramo hoteleiro, principalmente aqueles que atuam na limpeza e manutenção, estão constantemente em contato com diversos produtos químicos, partículas de pó, detritos e lixo em geral. Além disso, estão expostos a riscos como pisos molhados, e pequenas alturas que podem resultar em acidentes com fraturas e outras lesões. 
Para aqueles que trabalham com serviços mais pesados, como a serraria, reparos, manutenção do local e o uso de roçadeiras, o cuidado deve ser ainda maior. As serrarias, por exemplo, são atividades onde os riscos são grandes devido ao constante uso de máquinas e serras, além dos movimentos repetitivos, com levantamento excessivo de peso. Já o uso da roçadeira de maneira incorreta pode causar ferimentos que incluem cortes graves nos dedos, nas pernas e nos pés. Para os serviços de reparo no local, é importante estar atento às alturas, desníveis, e que tipo de máquina/equipamento será utilizado. 
Por conta desses riscos, é essencial que os colaboradores estejam sempre equipados com equipamentos de proteção individual (EPI) adequados para realização de suas atividades com segurança e sem oferecer danos à saúde. No caso de atividades mais leves, deve-se fazer o uso dos seguintes equipamentos: óculos de segurança, luvas de proteção, máscara e calçado de segurança, e para os responsáveis pela cozinha, também a touca de proteção e o avental. Nas atividades mais pesadas, ocorre a necessidade ainda, de viseira facial transparente e protetores auriculares. 
Na visita ao hotel fazenda, foi nítido perceber o quanto os proprietários prezam pela segurança, cuidado e higiene de seus trabalhadores, desde as cozinheiras, aos responsáveis pela limpeza e aqueles que trabalham na manutenção do local. Existe uma preocupação muito grande de que os funcionários estejam protegidos e longe de danos e acidentes. Eles treinam, conscientizam quanto à importância do uso dos equipamentos de segurança, e os disponibilizam, porém é válido lembrar que, cabe a cada colaborador entender que é a sua segurança e sua saúde que estão em jogo, e por isso, devem sempre fazer o uso dos equipamentos corretamente.
6 atividades, estruturas e serviços
Visando aumentar a competitividade no setor hoteleiro, o Ministério do Turismo criou o sistema brasileiro de classificação de meios de hospedagem, que as subdividem em sete modalidades: Hotel, Resort, Hotel Fazenda, Cama e Café, Hotel Histórico, Pousada e Flat/Apart. O empreendimento que é objeto de estudo neste trabalho, é classificado como: Hotel Fazenda - “Localizado em ambiente rural, dotado de exploração agropecuária, que oferece entretenimento e vivência do campo”.
O Hotel Fazenda Água Azul além de estar localizado em ambiente rural, oferece lazer e sossego em meio ao ambiente, com um atendimento de qualidade e um enorme respeito à natureza, o que resulta na ótima avaliação que recebem. 
Na figura a seguir, retirada de um site de viagens que fornece informações e opiniões de conteúdos relacionados ao turismo, tem-se a avaliação do empreendimento e alguns serviços oferecidos. 
Figura 41 Avaliação e serviços do estabelecimento.
Fonte: TripAdivisor, 2020.
 
A seguir estão descritos os serviços oferecidos aos hóspedes, também as particularidades de cada estrutura e as atividades de lazer. 
a) Caminho de entrada ao hotel fazenda e placa para orientação
Apesar da placa sinalizadora para que os hóspedes se localizem, algumas das atividades necessitam de acompanhamento dos funcionários. Devido à grande extensão dos caminhos, cuidados com a preservação do meio ambiente e periculosidade, as trilhas por exemplo, não podem ser feitas sem a presença do guia.
Figura 42 Entrada do hotel fazenda.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
b) Recepção e refeitório
A antiga escola da fazenda foi transformada na atual cozinha e refeitório, que faz divisão com a sala da administração e das vendas de compotas, mel e lembranças, tendo também, um ambiente externo de descanso.
Figura 43 Recepção e refeitório.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
c)Piscinas, deck e ofurô
De acordo com os proprietários, esse complexo é o segundo mais frequentado pelos hóspedes. A piscina aquecida é um grande diferencial atrativo, pois pode ser utilizada mesmo em dias que apresentem temperaturas mais amenas. 
Figura 44 Área das piscinas.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
d) Bar e área de lazer (descanso com redes, jogos e sinucas)
	Essa área está localizada ao lado do complexo das piscinas. 
Figura 45 Bar e área para descanso.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
e) Visita ao Museu do Café e a área de recreação 
A visita ao museu também é muito procurada, assim como a área de recreação que está localizada ao lado.
No museu são apresentadas as memórias da família e também da antiga atividade cafeeira que dominava nas terras. Conta com árvores genealógicas da família, objetos históricos de seus antepassados e que vieram da Suécia, como as espadas Vikings (ano 1700) e muitas coleções de livros. Exibe também, relíquias de moradores antigos da região, como o espaço histórico dos escravos, artefatos característicos da cultura indígena e um acervo com diversos animais taxidermizados (esses animais foram encontrados no entorno do hotel fazenda e não houve invasão de seu habitat ou sofrimento para que fizessem parte do acervo).
Figura 46 (A) Espadas Vikings do ano de 1700; (B) Área interna do museu; (C) Entrada do Museu; (D) Espaço histórico dos escravos.
Fonte: (A,B) Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2019; (C,D), Fazenda Água Azul, 2016.
Figura 47 Área de recreação 
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
f) Passeio às cachoeiras, trilhas e caminhadas
Dentre os atrativos turísticos estão as mais de 7 trilhas ecológicas que contam com várias cachoeiras. Esse passeio é atividade mais procurada do hotel, em torno de 90% dos visitantes demonstram interesse em explorar as trilhas para conhecer melhor os atrativos da natureza. A Caminhada com 6 km de extensão ao redor da área administrativa da fazenda, é também outra atividade muito procurada.
Figura 48 Mata nativa que recebe trilhas, passeios e banhos nas cachoeiras.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
g) Passeio com os cavalo ou charrete
Esse passeio, é também, de grande interesse do público. Porém é uma das atividades pagas, pois necessita de um guia exclusivo e os animais ficam sob total supervisão dos funcionários, mas independente da realização ou não do passeio, os visitantes continuam tendo acesso aosanimais para melhor conhecê-los. 
Figura 49 Estábulo. 
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
h) Passeio aéreo e visita ao mirante.
Os passeios aéreos são pagos e tem um custo maior, por isso não são tão demandados, mas não deixam de ser um grande atrativo do empreendimento turístico. A visita ao mirante é de livre acesso.
Figura 50 Avião pousando e vista do mirante.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
i) Pesca
Figura 51 Lago e rio que são utilizados para pesca esportiva.
 
Fonte: Fazenda Água Azul (2016).
j) Casa de brinquedos
Figura 52 Brinquedoteca. 
 
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
k) Fogueira
A fogueira é acesa no período da noite, quando as condições climáticas estão favoráveis, e são envolta dela onde acontecem as cantorias e rodas de viola.
Figura 53 Espaço da Fogueira.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2016.
Além das ilustrações apresentadas, há também pista de bocha, vôlei de areia, futebol suíço, e os animais que ficam soltos pelo complexo, permitindo uma interação maior com os hóspedes e principalmente com as crianças. 
l) Aposentos 
As acomodações possuem diferentes tamanhos e arquitetura, a escolha por uma delas depende da ocasião e número de pessoas. Todas dispõem de camas, banheiros privativos, TV’s, ar condicionado e frigobar. 
Os chalés, construídos entre os anos de 1950 e 1960, foram as casas dos empregados da fazenda na época do café, tendo como única modificação a construção dos banheiros, ou seja, mantém sua arquitetura praticamente original.
Os apartamentos são mais recentes que os chalés, possuem maiores dimensões e são construídos em alvenaria e madeira. Apresentam diferenças em seus tamanhos e disposição. Já a suíte com banheira de hidromassagem é única, e geralmente tem fila de espera para as reservas. 
Figura 54 Chalés e apartamento com hidromassagem.
Fonte: Fazenda Água Azul, 2017.
Nas tabelas a seguir encontram-se os valores de hospedagens informados pelos administradores. Conforme as datas, se é alta, média, baixa temporada ou feriados especiais, os valores podem sofrer alterações. 
Tabela 4 Valores referentes à hospedagem em datas normais.
	Acomodação
	Valor (R$) / diária / casal
	Chalé ou Apartamento
	580,00
	Suíte simples
	680,00
	Suíte com hidromassagem
	780,00
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2020.
Tabela 5 Valores referentes a um exemplo de [footnoteRef:3]*pacote para alta temporada. [3: * Pacote Ano Novo: Entrada 30/12/2019, a partir das 16:00h e saída dia 02/01/2020 às 15:00h. Estão inclusos a comemoração do Réveillon, jantar e coquetel de frutas na beira da piscina. ] 
	Acomodação
	Valor (R$) / pacote / casal
	Chalé ou Apartamento
	1.960,00
	Suíte simples
	2.260,00
	Suíte com hidromassagem
	2.560,00
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2020.
	O hóspede deve atentar-se a algumas informações, que são passadas junto com os valores de hospedagem. São elas:
1. Entrada a partir das 16:00;
2. Saída às 15:00;
3. Crianças até 6 anos acompanhadas dos pais são cortesia; Crianças de 7 a 12 anos pagam (R$) 145,00, Crianças de 13 a 15 anos pagam (R$) 200,00; Adulto maior de 16 anos paga (R$) 290,00;
4. Café da manhã, almoço e janta estão inclusos (a janta é estilo café colonial com sopa, torta, empadão, sanduíche natural, bolos, cucas, entre outros);
5. Sábado à noite fogueira (sujeito ao clima);
6. Nas diárias não inclui consumo de bebidas e serviço de bar;
7. Passeio a cavalo e charrete é cobrado por pessoa, sendo 30 mim. (R$) 20,00 e 1hr (R$) 40,00;
8. É proibido levar bebidas;
9. Aceitam animais, porém qualquer dano causado pelo pet será cobrado a parte;
10. Reserva e Forma de pagamento: necessário nome completo e entrada de 30% em depósito bancário no ato da reserva (garantia de vaga), e o restante em até 5x no cartão de crédito na chegada. 
7 Custos de produção e balaço econômico
A partir do conhecimento das despesas operacionais, é possível entender em valores reais se as atividades desenvolvidas estão gerando resultados positivos, ou negativos e trazendo prejuízos à propriedade. Importante destacar que, os valores são aproximados, e por isso podem sofrem alguma variação.
7.1 Estimativa dos custos fixos 
 	Os custos fixos são aqueles gastos que não variam com o volume produzido ou vendido. Isso significa que eles serão cobrados todos os meses, independentemente se a empresa teve ou não um bom desempenho comercial, ou seja, independentemente da quantidade de hóspedes. 
Tabela 6 Despesas com funcionários fixos 
	N° de funcionários*
	Gasto mensal (R$)
	Encargos sociais (R$)
	Gasto anual (R$)
	4
	1000,00
	938,00
	59.256,00
	2
	 1.500,00
	971,00
	37.942,00
	Total
	7.000,00
	1.909,00
	97.198,00
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2020.
Tabela 7 Custos fixos.
	Descrição
	Gasto mensal (R$)
	Gasto anual (R$)
	Energia elétrica
	3.500,00
	42.000,00
	Telefone, TV e internet
	400,00
	4.800,00
	Material de escritório
	50,00
	600,00
	Salários + encargos
	8.100,00
	97.198,00
	Manutenção dos equipamentos
	660,00
	7.920,00
	Gás
	 480,00
	5.760,00
	Depreciação
	6.151,32
	R$ 73.816,17
	Total
	 19.341,32
	232.094,17
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2020.
7.2 Estimativa dos custos variáveis
Os custos variáveis correspondem aos gastos que aumentam ou diminuem de forma proporcional ao nível de atividade. Serão calculados os gastos impostos, compras, combustível e funcionários temporários. 
Os proprietários informaram que gastam em média por final de semana R$ 2.000,00 em compras, e segundo eles, o valor é o mesmo para 1 casal ou para 5, pois envolvem de qualquer forma, despesas com alimentos, bebidas, sorvetes e material de limpeza. Para feriados prolongados, em que precisam fazem um estoque maior desses produtos, o valor pode chegar a R$ 5.000,00.
Tabela 8 Estimativa dos custos dos impostos.
	Descrição
	(%)
	Faturamento estimado
	Valor total
	IRPJ (Imposto Federal)
	0,39
	R$ 1.435,200,00
	R$ 5.597,28
	PIS (Imposto Federal)
	0,29
	R$ 1.435,200,00
	R$ 4.162,08
	COFINS (Imposto Federal)
	1,32
	R$ 1.435,200,00
	R$ 18.944,64
	CPP (Imposto Federal)
	4,24
	R$ 1.435,200,00
	R$ 60.852,48
	CSLL (Imposto Federal)
	0,34
	R$ 1.435,200,00
	R$ 4.879,68
	ISS (Imposto Municipal)
	3,15
	R$ 1.435,200,00
	R$ 45.208,80
	Taxas de cartões (vendas)
	3,10
	R$ 1.435,200,00
	R$ 44.491,20
	TOTAL
	-
	R$ 1.435,200,00
	R$ 139.644,96
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2020.
*Pagamento de 30% é efetuado no ato da reserva via depósito bancário
Tabela 9 Custos Variáveis.
	Produto/Serviço
	Custo mensal (R$)
	Custo anual (R$)
	Compras
	14.000,00
	168.000,00
	Combustível
	2.500,00
	30.000,00
	*Terceiros
	3.200,00
	19.200,00
	Impostos
	11.637,08
	R$ 139.644,96
	Total
	R$ 31.337,08
	R$ 356.844,96
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2020. 
*Em alta temporada ou quando necessário, são contratados funcionários temporários que recebem em média uma diária de (R$) 100,00, calculados para 6 meses.
7.3 Bens materiais 
Referente aos bens materiais que os proprietários e o hotel fazenda possuem. Grande parte dos móveis são construídos na serraria da própria fazenda, devido a isso, o Sr. Eugênio não soube informar valores referentes a eles. 
Tabela 10 Móveis e Utensílios.
	Móveis e Utensílios – Hospedagem
	Descrição
	Quantidade
	Valor Unitário
	Valor Total
	Lixeiros
	40
	R$ 16,90
	R$ 676,00
	Chuveiros
	25
	R$ 62,90
	R$ 1572,50
	Banheira de hidromassagem
	1
	R$ 4.000,00
	R$ 4.000,00
	Espelho
	25
	R$ 51,90
	R$ 1297,50
	Vaso Sanitário
	25
	R$ 149,00
	R$ 3.725,00
	Lavatório
	25
	R$86,90
	R$ 2.172,50
	Toalha de rosto
	60
	R$ 10,90
	R$ 654,00
	Toalha de banho
	100
	R$ 19,90
	R$ 1.990,00
	Roupa de cama solteiro
	50
	R$ 59,90
	R$ 2.995,00
	Roupa de cama casal
	50
	R$ 99,90
	R$ 4.995,00
	Móveis e Utensílios - Atividades de Lazer
	Descrição
	Quantidade
	Valor Unitário
	Valor Total
	Mesa de Sinuca
	1
	R$ 1.299,00
	R$ 1.299,00
	Materiais de recreação
	1
	R$ 10.000,00
	R$ 10.000,00
	
	
	
	R$ 45.643,50
Fonte: Levantamento de campo, Rodrigues, E. G., 2020.
Tabela 11 Equipamentos,

Continue navegando

Outros materiais