Buscar

Trabalho de Curso II - Haras Mangalarga Marchador de Aiuruoca

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FUMEC 
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO – FEA 
 
 
 
Isabela Rodrigues Chaves 
 
 
 
 
TRABALHO DE CURSO II: 
Haras Mangalarga Marchador de Aiuruoca 
 
 
 
 
 
Dr. Reginaldo Magalhães de Almeida 
 
 
 
 
Belo Horizonte, 
Dezembro/2018 
 
 
Isabela Rodrigues Chaves 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CURSO II: 
Haras Mangalarga Marchador de Aiuruoca 
 
 
Trabalho da disciplina Trabalho de Curso II 
apresentado à Faculdade de Engenharia e 
Arquitetura da Universidade Fumec, como 
requisito parcial para a conclusão do Curso – 
Arquitetura e Urbanismo. 
 
 
 
Dr. Reginaldo Magalhães de Almeida 
 
 
 
 
Belo Horizonte, 
Dezembro/2018 
 
 
_____________________________________________________________ 
Isabela Rodrigues Chaves e assinatura 
 
 
 
 
 
 
 
 
HARAS: Mangalarga Marchador de Aiuruoca 
 
 
 
 
 
 
 
_______________________________________________________ 
Reginaldo Magalhães de Almeida 
Universidade Fumec 
 
_______________________________________________________ 
Prof (a). Convidado (a) 
Universidade Fumec 
 
_______________________________________________________ 
Prof (a). Convidado (a) 
Universidade Fumec 
 
_______________________________________________________ 
Róccio Rouver Rosi Pires 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte, 
Dezembro/2018 
 
 
RESUMO 
 Este trabalho visa demonstrar todos os critérios a serem seguidos para o 
projeto arquitetônico e paisagístico de um haras agregado a um centro de eventos. 
Para a implantação do projeto foi escolhido o município de Aiuruoca, em Minas gerais, 
que além de possuir grande parte de sua economia ligada ao agronegócio, encontra-
se no berço de criação do Mangalarga Marchador. 
No Brasil, a criação do cavalo Mangalarga Marchador cresce 
consideravelmente a cada ano, trazendo movimentações econômicas que 
ultrapassam a casa dos bilhões. 
O projeto visa a funcionalidade, sustentabilidade, economia e o bem-estar do 
animal, funcionários e usuários do local. Para realização do trabalho foram buscadas 
informações em bibliografias de criações e manejo dos equinos, também foram feitas 
visitas in loco onde foi feito o registro fotográfico de toda a área, com análise e coleta 
de dado que possa influenciar na implantação no projeto. 
Nos estudos de caso, foram analisados projetos de arquitetos nacionais e 
internacionais, dando ênfase na fluidez dos espaços e tipologias existentes nesse tipo 
de edificação, como informações técnicas e materiais utilizados. 
Com base nas informações coletadas o projeto arquitetônico do haras foi 
desenvolvido, seguindo todos os parâmetros de uso e ocupação do solo do município, 
além de informações técnicas que vão garantir o bem-estar das pessoas e animais, 
para garantir uma boa funcionalidade do espaço foi pensado numa setorização 
dividida em 3 setores. 
Palavras-Chave: Mangalarga Marchador. Centro de eventos. Funcionalidade. 
Sustentabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Mapa 01 – Localização de Aiuruoca em Minas Gerais, tendo como referência 
à cidade de Belo Horizonte ..........................................................................11 
Mapa 02 – Localização do bairro Ponte Alta no município de Aiuruoca ......12 
Figura 01 – Contorno do terreno no bairro Ponte Alta e acessos ................12 
Figura 02 – Estrutura inadequada do Haras atual ........................................12 
Figura 03 – Contabilização de Haras registrados em municípios lindeiros à 
Aiuruoca........................................................................................................ 15 
Figura 04 – Pavilhão de baias no Complexo Humano da Ventania ............. 16 
Figura 05 – Espaço de eventos no Complexo Humano da Ventania ........... 16 
Figura 06 – Área de pista no Complexo Humano da Ventania .................... 17 
Figura 07 – Imagens tridimensionais de diversos ângulos do terreno escolhido 
para realização do projeto .............................................................................18 
Quadro 01 – Quadro de condicionantes Zona Rural Agrícola de Aiuruoca-
Minas Gerais ................................................................................................ 21 
Figura 08 – Diagrama da topografia do terreno em degradê e curvas a cada 5 
metros............................................................................................................25 
Figura 09 – Gestão de recursos hídricos de Minas Gerais com ênfase no Alto 
Rio Grande ....................................................................................................26 
Figura 10 – Rede de drenagem de Aiuruoca, com ênfase na Ponte Alta .... 26 
Gráfico 01 – Rosa dos Ventos ...................................................................... 27 
Gráfico 02 – Variação da velocidade média do vento com a hora do dia..... 28 
Figura 11 – Temperatura média anual no estado de Minas Gerais.............. 28 
Gráfico 03 – Média de temperatura mensal (°C) .......................................... 29 
Gráfico 04 – Gráfico de umidade relativa com média mensal em % ............ 29 
Gráfico 05 – Gráfico de precipitação mensal ................................................ 30 
Gráfico 06 – Pirâmide etária........................................................................... 31 
Gráfico 07 – Matrículas no período de 2005 a 2015 ......................................32 
Quadro 02 – Estrutura e instalações mínimas de centros equestres..............34 
Figura 12 – Baias individuais para cavalos .................................................... 35 
Fluxograma 01 – Sistema básico de organização funcional de um haras ..... 39 
Figura 13 – Imagem aérea da implantação do Haras Aiuruoca .................... 40 
Figura 14 – Diagrama de acessos ................................................................. 40 
 
 
Figura 15 – Acesso ao Haras Aiuruoca ..................................................... 40 
Figura 16 – Setorização do Haras Aiuruoca .............................................. 41 
Figura 17 – Vista dos piquetes .................................................................. 41 
Figura 18 – Desembarcador ...................................................................... 41 
Figura 19 – Pomar ..................................................................................... 42 
Figura 20 – Área de redondel .................................................................... 42 
Figura 21 – Pista ao ar livre ....................................................................... 42 
Figura 22 – Ferração .................................................................................. 42 
Quadro 03 – Estimativa de áreas do haras ................................................ 42 
Figura 23 – Área de lanchonete ................................................................. 43 
Figura 24 – Sanitário .................................................................................. 43 
Figura 25 – Área de cavalariça monstrando elementos construtivos ........ 43 
Quadro 04 – Estimativa de áreas do Haras Polana ................................... 45 
Figura 26 – Implantação Haras e Centro Hípico Polana ............................ 45 
Figura 27 - Pista de areia com cocheiras e pavilhão ao fundo .................. 46 
Figura 28 – Pavilhão de cocheiras térreo; mirante e subsolo .................... 47 
Figura 29 – Planta térreo cocheiras ........................................................... 47 
Figura 30 – Planta subsolo cocheiras ........................................................ 47 
Figura 31 – Corte AA das cocheiras .......................................................... 48 
Figura 32 – Corte BB das cocheiras .......................................................... 48 
Figura 33 – Cocheiras Haras Polana ......................................................... 48 
Figura 34 – Corte transversaldo pavilhão de leilões e restaurante ........... 49 
Figura 35 – Pavilhão de leilões e restaurante do Haras Polana ................ 49 
Figura 36 – Estábulo de Pólo Figueras e campos de pólo ........................ 50 
Figura 37 – Implantação Estábulo de Pólo Figueras ................................. 50 
Figura 38 – Planta baixa Estábulo de Pólo Figueras ................................. 51 
Figura 39 – Maquete em planta do Estábulo de Pólo Figueras ................. 51 
Figura 39 - Imagens gerais do Estábulo de Pólo Figueras ....................... 52 
Figura 40 – Hípica Ibirapitanga .................................................................. 53 
Figura 41 – Imagens gerais do projeto da Hípica Ibirapitanga .................. 53 
Quadro 05 – Resumo dos estudos de caso .............................................. 55 
Quadro 06 – Descritivo pavilhão de eventos ............................................ 57 
Quadro 07 – Descritivo pavilhão de baias privadas .................................. 58 
Quadro 08 – Descritivo pavilhão de baias de visitantes ............................ 59 
 
 
Quadro 09 – Descritivo de segurança e apoio .......................................... 59 
Quadro 10 – Descritivo das áreas externas .............................................. 59 
Quadro 11 - Cálculo do consumo de capim e das áreas de capineiras .... 60 
Quadro 12 – Resumo das áreas do programa .......................................... 60 
Gráfico 08 – Resumo das áreas do programa .......................................... 61 
Organograma 01 – Divisão dos setores principais em subsetores ........... 61 
Fluxograma 02 – Haras Mangalarga Marchador ....................................... 62 
Quadro 13 – Objetivos e estratégias ......................................................... 63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
ABCCMM – Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador 
CBMMG – Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais 
CRMV – Conselho Regional de Medicina Veterinária 
FUMEC – Fundação Mineira de Educação e Cultura 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IT – Instruções Técnicas 
NBR – Normas Brasileiras 
PIB – Produto Interno Bruto 
PSCIP – Projeto de Segurança Contra Incêndio e Pânico 
SUFRAMA – Superintendência da Zona Franca de Manaus 
ZRA – Zona Rural Agrícola 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://site.suframa.gov.br/
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 
1.1 Objetivos específicos ....................................................................................... 13 
2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 14 
3. ANÁLISE DE CONDICIONANTES LEGAIS ......................................................... 20 
3.1. Plano Diretor de Desenvolvimento do município de Aiuruoca – Lei 
nº2210/2007 ........................................................................................................... 20 
3.2. NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos 
urbanos .................................................................................................................. 22 
3.3. Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais .................................................. 22 
3.4. Haras .............................................................................................................. 23 
3.5. Centro de eventos, exposições e leilões ......................................................... 24 
4. ANÁLISE DE CONDICIONANTES FÍSICO-AMBIENTAIS E URBANAS............. 25 
4.1. Aspectos topográficos ..................................................................................... 25 
4.2. Aspectos hidrológicos e de drenagem ............................................................ 25 
4.3. Aspectos climáticos ......................................................................................... 27 
4.3.1. Direção dos ventos ................................................................................... 27 
4.3.2. Temperaturas médias ............................................................................... 28 
4.3.3. Variação de umidade ................................................................................ 29 
4.3.4. Regime pluviométrico ............................................................................... 30 
4.3.5. Aspectos viários ........................................................................................ 30 
4.3.6. Aspectos socioeconômicos ....................................................................... 31 
5. ESTRUTURA DE UM CENTRO EQUESTRE ....................................................... 33 
5.1 A escolha do local ............................................................................................ 33 
5.2 Medidas da propriedade .................................................................................. 33 
5.3 Atividades e instalações ................................................................................... 34 
5.4. Condicionantes que garantem um bom funcionamento de um centro equestre
 ............................................................................................................................... 34 
5.5. Cavalariças ..................................................................................................... 34 
5.6. Baias ............................................................................................................... 35 
5.7. Tipo de piso para baias ................................................................................... 36 
5.8. Local de tratamento/enfermaria ...................................................................... 37 
5.9. Local de banho/limpeza e tosa........................................................................ 37 
5.10. Depósitos ...................................................................................................... 38 
5.11. Administração ............................................................................................... 38 
 
 
5.12. Alojamento para funcionários ........................................................................ 38 
5.13 Haras – Mangalarga Marchador de Aiuruoca................................................. 38 
6. ANÁLISE DE SITUAÇÕES ANÁLOGAS ............................................................. 39 
6.1. Obra visitada ................................................................................................... 39 
6.1.1. Haras Aiuruoca ......................................................................................... 39 
6.2. Referência funcional ....................................................................................... 44 
6.2.2. Haras e Centro Hípico Polana .................................................................. 44 
6.3. Referência arquitetônica ................................................................................. 49 
6.3.3. Estábulo de Polo Figueras ........................................................................ 49 
6.3.4. Hípica Ibirapitanga .................................................................................... 53 
6.4. Conclusão obras análogas .............................................................................. 54 
7. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 56 
7.1 Conceito e partido arquitetônico....................................................................... 56 
7.2 Programa de necessidades ............................................................................. 56 
7.3 Organograma ................................................................................................... 61 
7.4 Fluxograma...................................................................................................... 62 
7.5 Quadro de objetivos/Estratégias ...................................................................... 63 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 63 
9. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 64 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1. INTRODUÇÃO 
 Este presente trabalho, desenvolvido para a disciplina de Trabalho de Curso da 
Universidade Fumec, tem como objetivo desenvolver uma estrutura edílica e 
paisagística para proporcionar suporte à criação e exposição de equinos, e que 
proporcione uma boa ambiência e qualidade aos usuários e animais. O projeto contará 
com um centro de eventos, atendendo às necessidades da região onde se encontra e 
também à demanda de eventos da raça, tais como leilões e exposições. 
 Como local de implantação do projeto, foi escolhido o município de Aiuruoca, 
em Minas Gerais, no berço da raça Mangalarga Marchador. Nela surgiram os 
primeiros exemplares e onde a criação de cavalos Mangalarga dá-se de forma natural 
e em grande escala. Sendo assim, tal instalação busca atender, como público alvo, 
moradores da região, criadores e amantes da raça Mangalarga Marchador. (MAPA 
01) 
Mapa 01 – Localização de Aiuruoca em Minas Gerais, tendo como 
referência a cidade de Belo Horizonte 
 
Fonte: Adaptado de Studio Ajuru (2018). 
Procura-se realizar a implantação do projeto em uma área rural chamada Ponte 
Alta, que se encontra a 4km da área urbana de Aiuruoca. (MAPA 02) (FIG.01) 
12 
 
Mapa 02 – Localização do bairro Ponte 
Alta no município de Aiuruoca 
 
 
Fonte: Adaptado de Studio Ajuru (2018). 
Figura 01 – Contorno do terreno no 
bairro Ponte Alta e acessos 
 
Fonte: Google Earth, CNES/Airbus (2017). 
No local já existe um haras de criação da raça, em um terreno que possui 30ha 
(trinta hectares) de extensão, porém que não atende de forma adequada às 
necessidades de funcionalidade e fisiológicas dos equinos. Tal haras apresenta 
grandes problemas, que dificultam o manejo e o cuidado com os cavalos. (FIG. 02) 
Figura 02 – Estrutura inadequada do Haras atual. 
 
Fonte: A autora (2017).
Segundo autores diversos, a tipologia arquitetônica a ser adotada no projeto do 
Haras, deve ser desenvolvida de forma a interferir de forma positiva na saúde do 
animal e na funcionalidade de manejo e cuidado com os mesmos. Busca-se 
modernização e fuga de padrões atuais, levando em consideração as necessidades 
básicas para que tal criação obtenha sucesso. Devem ser considerados, também, o 
clima e topografia do terreno. 
13 
 
A pesquisa bibliográfica para realização deste trabalho foi baseada em estudo 
de casos e em livros e sites sobre a raça e funcionalidade de um haras, conhecimento 
sobre hábitos dos cavalos e como trata-los. Será realizado um diagnóstico sobre 
Aiuruoca, a cidade de implantação das instalações, contemplando um breve histórico 
e um estudo sobre como se dá a economia do local. Posteriormente, depois da 
realização de um diagnóstico do terreno, serão apresentadas as principais premissas 
do projeto a ser desenvolvido. 
Sinteticamente, com um programa de necessidades bastante abrangente, a 
setorização do projeto de um haras deve ser bem definida de forma a evitar impactos 
negativos sobre a criação de animais, proporcionando conforto aos cavalos, 
funcionários e público usuário do local. Sendo assim, o projeto será dividido em 
setores privados (haras e administrativo) e setor público (espaço para eventos). 
1.1 Objetivos específicos 
 Evidenciar a grandeza da indústria de cavalos no Brasil e o desenvolvimento na 
criação de cavalos da raça Mangalarga Marchador, inserindo cada vez mais 
cavalos no mercado e incentivando a incentivando a sua utilização em esportes 
equinos. 
 Enfatizar a importância de um espaço arquitetonicamente projetado levando-se 
em conta o bem-estar animal, a fim de minimizar os efeitos do confinamento sobre 
a saúde física e mental dos equinos estabulados; bem como a importância dos 
piquetes e áreas verdes planejadas para a socialização, relaxamento e exercício 
dos animais; locais esses que tem sido cada vez mais deixado de lado apesar de 
serem essenciais em se tratando de cavalos. 
 Difundir novas ideologias sobre o bem-estar animal e o relacionamento entre 
homem e cavalo, baseadas no respeito, confiança, companheirismo e 
cumplicidade, a fim de que o homem tenha uma convivência mais harmoniosa e 
equilibrada com o cavalo, com a natureza e com ele mesmo. 
 Mostrar a importância da interação com o cavalo e os benefícios obtidos pela 
convivência e parceria das duas espécies. 
14 
 
 Mostrar como a arquitetura pode ser aplicada em busca de melhores resultados 
em instalações rurais e na criação de animais, incentivando seu uso nesse tipo de 
empreendimento. 
 Utilizar como sistema construtivo a alvenaria convencional, buscando inovações 
sustentáveis no que diz respeito a economia de produtos não renováveis e 
aproveitamento dos elementos naturais. 
 Desenvolver uma estrutura sustentável é aquela que economiza energia elétrica, 
estimula ventilação e iluminação naturais. 
 Desenvolver um projeto paisagístico que componha de forma harmônica a 
estrutura do Haras, aproveitando a vegetação nativa da região. 
 Proporcionar uma distribuição do programa que potencialize a exposição e criação 
dos equinos. 
2. JUSTIFICATIVA 
A arquitetura rural brasileira constitui um universo a ser explorado. A autoria 
das edificações rurais, na maior parte, é dos proprietários ou de terceiros, sem 
formação acadêmica. Esse afastamento da academia resultou em falta de registros e 
relativo desconhecimento da arquitetura rural. 
A complexidade da Arquitetura Rural, de acordo com Mariotti (2000), 
corresponde à multiplicidade e à interação dos sistemas e fenômenos que compõem 
o mundo natural, e só pode ser compreendida por meio do pensamento complexo 
(sistema de pensamento aberto, abrangente e flexível) que procura enxergar as 
constantes mudanças da realidade sem negar as contradições, a aleatoriedade e as 
incertezas inerentes a qualquer contexto que se enfoca no mundo contemporâneo. 
Na criação de cavalos, o alto grau de especialização demanda de muito 
profissionalismo e rigor nas técnicas empregadas. Para tal possuir instalações bem 
planejadas, onde as atividades possam ser realizadas da melhor maneira possível, é 
uma necessidade fundamental (O PORTAL DO AGRONEGOCIO, [20--?]). 
A arte de projetar instalações para cavalos ainda é um tema incipiente no Brasil. 
Apesar dos inúmeros haras e hípicas que temos no país, alguns edificados nos mais 
finos acabamentos, pouco encontramos de material especializado no assunto que 
15 
 
levam em conta questões que vão desde a funcionalidade do espaço até segurança 
do usuário e animais. 
Através deste trabalho observa-se a possibilidade de especialização na área 
da arquitetura rural. Uma vez que, na região da cidade de Aiuruoca, encontra-se 
aproximadamente 300 haras registrados na ABCCMM (Associação Brasileira de 
Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador), a maioria destes partiram de antigas 
fazendas que fizeram poucas ou nenhuma adaptação para receber animais da raça e 
os demais foram construídos e estruturados sem conhecimentos específicos sobre 
edificação e sua interação com o bem-estar do animal, dos usuários e de seu entorno, 
o que mostra a escassez de especialistas na área e a importância de sua existência. 
(FIG. 03) 
Figura 03 – Contabilização de Haras registrados em 
municípios lindeiros à Aiuruoca 
 
Fonte: ABCCMM (2018). 
Esta precariedade das estruturas leva a uma preocupação com o resultado que 
isso induz sobre o animal e os usuários, dificultandoo manejo, fluxos e o próprio 
desenvolvimento genético da raça, que é o principal objetivo dos criadores do cavalo 
Mangalarga Marchador. 
Observa-se que, apesar da grande demanda de haras registrados na ABCCMM 
existentes na região, há a ausência de espaços para realização de eventos da raça, 
sejam copas de marcha regionais, exposições ou leilões. Sendo somente um espaço 
destinado a este fim, em Cruzília, e tal estrutura encontra-se na contramão do que se 
espera de uma área para realização de eventos de grande porte como são 
considerados os eventos da raça. 
16 
 
No que diz respeito ao bem-estar do animal, nota-se a precariedade da 
estrutura de baias com piso e cobertura impróprios, dificuldade de manejo e fluxo de 
animais até a área de competições. Em relação a estrutura de eventos e bem-estar 
dos usuários, observa-se a precariedade da estrutura utilizada para leilões e 
exposições, onde há falta de planejamento principalmente em relação a disposição de 
ambientes e fluxos. Na área de pista, a arquibancada não possui cobertura, ficando 
totalmente exposta ao sol e muito pequena, não atendendo a demanda de público dos 
eventos. (FIG. 04) (FIG. 05) (FIG. 06) 
Figura 04 – Pavilhão de baias no Complexo Humano da Ventania 
 
Fonte: A autora (2018).
Figura 05 – Espaço de eventos no Complexo Humano da Ventania 
 
Fonte: A autora (2018). 
 
17 
 
Figura 06 – Área de pista no Complexo Humano da Ventania 
 
Fonte: A autora (2018).
A escolha do local de implantação do projeto, ocorreu sob influência histórica 
da raça a ser criada no haras em questão e também de sua própria história e 
economia. Aiuruoca é um pequeno município, situado no sul de Minas Gerais, com 
6.257 habitantes (IBGE, 2014) e uma área territorial de 649.680km². Fisicamente o 
município encontra-se na região do Planalto Compartimentado da Serra da 
Mantiqueira. Com topografia bastante movimentada e temperaturas amenas durante 
praticamente todo o período anual, na classificação de Köppen, corresponde ao tipo 
“CWB” (Tropical de Altitude de Verões Suaves). 
No terreno escolhido para implantação do projeto existe a estrutura de um 
haras que não possui as funcionalidades necessárias para criação de cavalos da raça 
Mangalarga Marchador. Há uma considerável deficiência no que diz respeito ao 
manejo dos animais, fluxos cruzados e ausência de estruturas importantes, que 
ocasionam a falta de bem-estar dos equinos e de seus usuários, sendo totalmente 
descartada. 
O relevo da região é bastante movimentado, possui grande parte de seus 
terrenos com perfis acidentados e ondulados, sendo considerado plano apenas 5% 
de sua área. O município de Aiuruoca encontra-se em uma zona de transição entre o 
Planalto de Cruzília e a região da Mantiqueira. No terreno, é possível observar 
características de ondulação suave. Tal situação física é adequada para criação dos 
Mangalargas e facilita uma futura setorização e distribuição de atividades que 
influenciam diretamente na funcionalidade da estrutura. Nota-se proximidade com o 
18 
 
centro urbano do município e a rodovia principal que liga Caxambu a Juiz de Fora, 
facilitando, assim, o acesso ao mesmo. (FIG.07) 
Figura 07 – Imagens tridimensionais de diversos ângulos do 
terreno escolhido para realização do projeto 
 
Fonte: Google Earth, CNES/Airbus (2018). 
 
19 
 
A rede de drenagem do município é bem distribuída, faz parte da bacia do Rio 
Grande. O Rio Aiuruoca (cuja nascente é a mais alta do País, com 2450m de altitude 
e localizada no Pico do Itatiaia) tem o curso no sentido sul-norte, banhando a sede 
municipal. O Rio Angaí, que percorre as áreas, central e norte do município, tem como 
tributários principais o Ribeirão das Posses e o Ribeirão do Maia. 
O solo da região é formado por rochas ígneas ácidas, e que registram 
ocorrências de granada, titânio, calcário e fosfato. Tal característica favorece o plantio 
de capineiras, já que após a aração e gradagem da terra é preciso aplicar calcário, 
que neste caso não se faz necessária devido à pré-existência deste mineral no solo. 
A revista “Equestrian Quarterly” produziu uma reportagem a partir de uma 
entrevista realizada com os melhores arquitetos da área equestre para entender a 
diferença entre um empreendimento equestre bem concebido de uma estrutura 
simplesmente bonita. A primeira conclusão a que chegaram foi que o conceito de uma 
estrutura ecológica vai muito além do uso de painéis solares e reutilização de água. 
Uma estrutura sustentável é aquela que economiza energia elétrica, estimula 
ventilação e iluminação naturais. 
 Arquitetos explicam o processo a ser seguido para ter êxito na criação do 
projeto de um haras. O primeiro passo é visualizar a instalação como um todo. 
Segundo o arquiteto John Blackburn (2013): 
O planejamento adequado pode reduzir significativamente os custos da obra: 
Menos estradas/ ruas/ acessos, menos cercas, um sistema de drenagem 
otimizado e a garantia de que toda a implantação, não apenas as 
cocheiras de cavalo, mas toda a coleção de estruturas no local, operem com 
eficiência e segurança. (Equestrian Quarterly, Summer 2013, Amazing barns 
p. 73) 
 Logo, o planejamento eficiente economiza tempo e, portanto, dinheiro. Um bom 
design significa que ele requer menos passos para fazer a rotina diária, afluência, 
limpeza, economizando os custos do trabalho. Os estábulos devem funcionar como 
uma máquina e não somente como edificação. 
 A localização geográfica é considerada o fator mais importante nas definições 
de materiais e métodos construtivos. Com clima tropical e temperaturas médias anuais 
de 20ºC, a ventilação natural deve ser privilegiada, possibilitando a ventilação cruzada 
20 
 
na cobertura e gradis vazados nas frentes das baias. A orientação da edificação de 
acordo com o vento e o sol deve ser levada em consideração de forma a capturar 
brisas de verão para produzir efeito de resfriamento. 
 A alvenaria tem se mostrado solução com custo-benefício favorável, pois 
necessita de pouca manutenção e fornece maior segurança. Incialmente não é 
considerada a solução com custo mais baixo, porém, a longo prazo o custo é 
distribuído entre suas inúmeras vantagens. Este tipo de construção proporciona a 
possibilidade de construir diversas imagens e conseguir a aparência desejada para o 
projeto. 
O Plano Diretor vigente na cidade prevê, em cada agrovila, a criação de um 
espaço comunitário para reuniões e cursos de qualificação e requalificação 
profissional, que se ajusta à integração do projeto do haras composto por um centro 
de eventos amplo e completo, suprindo tal necessidade atualmente não atendida. 
3. ANÁLISE DE CONDICIONANTES LEGAIS 
3.1. Plano Diretor de Desenvolvimento do município de Aiuruoca – Lei 
nº2210/2007 
 O Plano Diretor de Desenvolvimento do município de Aiuruoca, tem como 
objetivo estabelecer regularização sobre a ocupação e o uso da propriedade visando, 
primordialmente, o desenvolvimento humano com qualidade, e uma cidade 
socialmente mais justa e ecologicamente equilibrada. 
 O território municipal é organizado de acordo com os seguintes aspectos: 
agrovilas e sua configuração; macrozoneamento e perímetro urbano. As agrovilas 
constituem-se das aglomerações de povoados em torno de um centro de serviços 
públicos dotado de infraestrutura equivalentes ao espaço urbano, de forma a atender 
às demandas. O terreno escolhido para desenvolvimento do projeto, encontra-se em 
um povoado chamado Ponte Alta e compõe uma agrovila juntamente com os 
povoados: Coivaras, Furnas de Cima e Pedros. 
 Dentro do macrozoneamento do município, o povoado constitui-se de uma 
Macro-zona Rural Agrícola, ZRA, que compreende a parcela do território na qual se 
desenvolvem as atividades agrárias representadas pelos cultivares e pela criação 
extensiva de animais ou pecuária, além de se permitir a existência de instalações de 
21 
 
pequeno porte destinadasao agronegócio, sejam elas industriais, comerciais e de 
serviços. Nesta parte do território também se admite a implantação de atividades de 
silvicultura, particularmente das espécies que resultem no maior valor econômico, 
desde que a sua transformação ou utilização se processe no Município. (QUADRO 
01) 
Quadro 01 – Quadro de condicionantes Zona Rural Agrícola de Aiuruoca-Minas Gerais 
ZONA RURAL AGRÍCOLA - AGROVILA 
Agronegócio Admitido 
Tamanho mínimo do lote (m²) 500 
Quota mínima área do terreno por unidade habitacional (m²) 500 
Taxa de ocupação máxima (%) 20 
Coeficiente de aproveitamento máximo 0,4 
Número de pavimentos máximo¹ 2 
Permeabilidade mínima (%) 5 
Vagas de estacionamento 
1 vaga p/ cada 100 m² de 
área líquida construída. 
1: Exclusive subsolo, garagens e pilotis. 
Fonte: LEI Nº 2.210/2007, Plano Diretor de Desenvolvimento de Aiuruoca, Minas Gerais, 2007. 
Os compartimentos cujo pé-direito exceder a 4,50m (quatro metros e cinquenta 
centímetros) terão sua área calculada para efeito do CA da seguinte forma: 
I. Pé-direito superior a 4,50m (quatro metros e cinquenta centímetros) e 
inferior a 5,80m (cinco metros e oitenta centímetros), a área será 
multiplicada por 1,5 (um e meio). 
II. Pé-direito superior a 5,80m (cinco metros e oitenta centímetros), a área será 
multiplicada por 2 (dois). 
As edificações destinadas a auditórios, cinemas, teatros e similares deverão 
atender às seguintes disposições especiais, além de outras estabelecidas nesta Lei: 
I. As portas terão a mesma largura dos corredores, medindo no mínimo 1,50m 
(um metro e cinquenta centímetros) e as de saída da edificação medirão um 
total correspondente a 0,10m (dez centímetros) por 10 (dez) lugares da 
capacidade de lotação, ou fração, e se abrirão de dentro para fora; 
II. Nos espaços de acomodação do público, as circulações principais terão 
largura mínima de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) e as 
secundárias de 1,00m (um metro); 
22 
 
III. As circulações de acesso e escoamento do público, externas ao ambiente 
de espetáculos, terão largura mínima de 3,00m (três metros) sendo 
acrescidas de 0,10m (dez centímetros) para cada 20 (vinte) lugares da 
capacidade de lotação, ou fração, excedente da lotação de 100 (cem) 
lugares; 
IV. As escadas terão largura mínima de 1,50m (um metro e cinquenta 
centímetros), sendo acrescidas de 0,10m (dez centímetros) para cada 10 
(dez) lugares, ou fração, excedente de lotação de 100 (cem) lugares. 
V. As rampas destinadas a substituir escadas terão largura igual à exigida para 
elas, declividade menor ou igual a 10% (dez por cento) e seu piso será 
antiderrapante. 
3.2. NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e 
equipamentos urbanos 
 Esta norma objetiva critérios e parâmetros técnicos considerando diversas 
condições de mobilidade e de percepção do ambiente, a fim de proporcionar maior 
qualidade às pessoas, sejam elas idosas, jovens e com ou/e sem necessidades 
especiais. 
3.3. Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais 
Para o Estado de Minas Gerais, as instalações de prevenção e combate a 
incêndio e pânico deverão estar de acordo com o previsto no Decreto 43.805 de 17 
de maio de 2004, que regulamentou a Lei 14.130 de 19 de dezembro de 2001. O 
Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais –CBMMG - é o responsável por garantir 
o cumprimento das ações de trata o Decreto, que tem como objetivos: 
1. Proporcionar condições de segurança contra incêndio e pânico aos ocupantes 
das edificações e áreas de risco, possibilitando o abandono seguro e evitando 
perdas de vida. 
2. Minimizar os riscos de eventual propagação do fogo para edificações e áreas 
adjacentes, reduzindo danos ao meio ambiente e patrimônio. 
3. Proporcionar meios de controle e extinção do incêndio e pânico. 
4. Dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros Militar. 
5. Garantir as intervenções de socorro de urgência. 
23 
 
Basicamente o CBMMG analisa e aprova a documentação que contém os 
elementos formais das medidas de proteção contra incêndio e pânico de edificações 
ou áreas de risco (PSCIP – processo de segurança contra incêndio e pânico), planeja 
e estuda medidas de proteção, faz vistorias para verificação do cumprimento das 
exigências das medidas de segurança contra incêndio, fiscaliza, multa e interdita. 
Arquitetos e Engenheiros devem estar muito atentos sobre as exigências 
contidas nas Instruções Técnicas, pois estas afetam diretamente as concepções de 
projeto e especificações de materiais. 
Especificamente para a realização deste projeto arquitetônico é fundamental a 
consulta das seguintes IT’s: 
 Acesso de viaturas na Edificação e Área de Risco (IT-04) 
 Isolamento de Riscos (IT-05) 
 Segurança Estrutural (IT-06) 
 Compartimentação Horizontal e Compartimentação Vertical (IT–07) 
 Saídas de Emergência (IT-08) 
 Sinalização de Emergência (IT-17) 
 Heliponto e Heliporto (IT-26) 
 Proteção contra incêndio em cozinhas profissionais (IT-32) 
 Centros esportivos e de exibição: requisitos de segurança contra incêndio e 
pânico (IT-37) 
3.4. Haras 
Haras são definidos como um espaço destinado à criação de cavalos, 
geralmente de uma raça específica. Normalmente são propriedades particulares e 
podem receber animais de terceiros por meio do aluguel de baias. Um haras costuma 
ser composto por piquetes, redondel, baias, casas de selas, farmácia, estocagem de 
feno e ração, dentre outros itens. 
De acordo com o Manual de Orientação e Procedimentos do Responsável 
Técnico da CRMV (2013), para a construção de um haras é necessário ficar atento a 
diversos fatores que influenciam diretamente no funcionamento da estrutura e em seu 
dia-a-dia. 
I. Planejar e executar projetos de construções rurais específicos à atividade fim; 
II. Estar atento às necessidades de segurança e ao bom desempenho de suas 
funções, principalmente no que diz respeito a atividades de manejo, práticas 
24 
 
higiênico-sanitárias, manipulação de produtos, técnicas de contenção de 
animais, respeito ao bem-estar e à vida animal; 
III. Salientar a importância do programa de higiene e saúde dos usuários; 
IV. Assegurar a biossegurança do empreendimento; 
V. Isolar o estabelecimento de possíveis contatos externos; 
VI. Manter rigorosamente o controle de acesso de pessoas e veículos; 
VII. Deve existir um plano de gerenciamento de resíduos visando a destinação de 
dejetos, lixo, restos de medicamentos e rações e sobre o destino adequado dos 
vasilhames de medicamentos, embalagens e animais mortos; 
VIII. Armazenamento de rações, concentrados, suplemento vitamínico e mineral, 
medicamentos; 
IX. Assegurar a prática higienização das instalações e adjacências. 
3.5. Centro de eventos, exposições e leilões 
 De acordo com a Portaria Nº 162, de outubro de 1994, elaborado pela 
Secretaria de defesa animal, existem requisitos referentes às instalações e às 
condições sanitárias do local e dos animais a serem recebidos, que devem ser 
cumpridos para a realização de exposições, feiras e leilões. 
 O capítulo 6, art. 6º trata das instalações e afirma que só poderão haver eventos 
deste tipo em estruturas que disponham dos seguintes ambientes: 
I. Local para recepção de animais, com rampa de desembarque, tronco ou brete 
e currais; 
II. Local para funcionamento dos serviços administrativos e de defesa sanitária 
animal; 
III. Local para alojamento de animais; 
IV. Local para isolamento de animais enfermos; 
V. Pista para julgamento de animais; 
VI. Pedilúvios e rodolúvios, em todos os acessos ao parque; 
VII. Abastecimento de água e energia elétrica; 
VIII. Instalações sanitárias para uso do público visitante e de serviço; 
IX. Depósito de ração. 
Os pisos deverão ser construídos de materiais resistentes e que permitam sua 
limpeza completa e desinfecção. 
25 
 
4. ANÁLISE DE CONDICIONANTES FÍSICO-AMBIENTAIS E URBANAS 
4.1. Aspectostopográficos 
 A topografia da região é caracterizada por um relevo bastante movimentado, o 
que não se faz diferente na área onde se encontra o terreno, que possui declividade 
considerável. (FIG. 08) 
Figura 08 – Diagrama da topografia do terreno em degradê e curvas a 
cada 5 metros. 
 
Fonte: A autora (2018). 
4.2. Aspectos hidrológicos e de drenagem 
Rede de drenagem de Aiuruoca é bem distribuída, a cidade faz parte da bacia 
do Rio Grande. A Bacia Hidrográfica do Alto Rio Grande está inserida na mesorregião 
do Campo das Vertentes e possui uma área de drenagem de 8.804 km². A bacia 
abrange 21 sedes municipais e apresenta uma população estimada de 101.855 
habitantes. O clima da bacia é classificado como semiúmido, apresentando de quatro 
a cinco meses secos por ano, e a disponibilidade hídrica se situa entre 10 e 20 litros 
por segundo por quilômetro quadrado. O principal fator de pressão sobre os recursos 
hídricos da bacia é o lançamento de esgotos sanitários nos rios Aiuruoca e Capivari. 
(FIG. 09) 
Figura 09 – Gestão de recursos hídricos de Minas Gerais com ênfase no Alto Rio 
Grande 
26 
 
 
Fonte: Adaptado de IGAM (Instituto Mineiro de Gestão de Águas, 2010. 
O Rio Aiuruoca (cuja nascente é a mais alta do País, com 2.450 metros de 
altitude e localizada no Pico das Agulhas Negras) tem o curso no sentido sul-norte, 
banhando a sede municipal. Seus principais afluentes são os ribeirões do Tamanduá, 
da Água Preta e do Papagaio além do Córrego dos Nogueiras e o Córrego do 
Cangalha. O Rio Angaí, que percorre as áreas, central e norte do município, tem como 
tributários principais o Ribeirão das Posses e o Ribeirão do Maia. (FIG.10) 
Figura 10 – Rede de drenagem de Aiuruoca, com ênfase na Ponte Alta 
 
Fonte: Adaptado de Studio Ajuru (2018). 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Aiuruoca
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pico_das_Agulhas_Negras
27 
 
 O terreno escolhido para execução do projeto não possui áreas de nascentes 
e nem Áreas de Preservação Permanente (APP), possui somente uma área de 
aproximadamente 3 hectares de vegetação nativa que deverá ser preservada. 
4.3. Aspectos climáticos 
4.3.1. Direção dos ventos 
O gráfico da rosa dos ventos mostra as estatísticas sobre o vento, reunidas ao 
longo do tempo. Essas medições incluem velocidade do vento, direção e frequência. 
Estas informações são importantes medidores para estudar e prever as condições do 
vento em sua área. 
A chuva acompanha o sentido dos ventos, por isso o projeto deve prever 
artifícios ou elementos impedidores da penetração dela e da proteção das paredes. O 
uso de grandes beirais ou varandas e o posicionamento das aberturas contrárias ao 
sentido da chuva nos telhados são algumas opções de elementos ou artifícios a serem 
empregados. Atenção especial também ao deslocamento natural do ar sem muita 
perda de energia. Obstáculos no seu caminho devem ser removidos. 
Na região onde será implantado o projeto, a direção dos ventos se dá 
predominantemente no sentido Norte/Sul, com velocidade média entre 0 e 4 m/s. 
(GRÁFICO 01) (GRÁFICO 02) 
Gráfico 01 – Rosa dos Ventos 
 
Fonte: Site Projeteee (2016). 
28 
 
 
Gráfico 02 – Variação da velocidade média do vento com a hora do dia 
 
Fonte: Cemig - “Estudos sobre Aproveitamento de Energias Solar e Eólica em Minas 
Gerais”[51]. Dados coletados entre 1968 e 1983 em postos anemométricos com 
instrumentos situados entre 10 e 12 m de altura. Atlas eólico Minas Gerais (2010). 
4.3.2. Temperaturas médias 
O clima do município de Aiuruoca corresponde, na classificação de Köppen, ao 
tipo “CWB” (Tropical de Altitude de Verões Suaves) e apresenta as seguintes 
temperaturas: do mês mais quente 32ºC, do mês mais frio até 3ºC e média anual em 
torno de 19ºC. (FIG. 11) (GRÁFICO 03) 
Figura 11 – Temperatura média anual no estado de Minas Gerais 
 
Fonte: Cemig - “Estudos sobre Aproveitamento de Energias Solar e Eólica em Minas 
Gerais”[51]. Dados coletados entre 1968 e 1983 em postos anemométricos com instrumentos 
situados entre 10 e 12 m de altura. Adaptado de Atlas eólico Minas Gerais (2018). 
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23
V
EL
O
C
ID
A
D
E 
D
O
 V
EN
TO
 E
M
 M
/S
HORA DO DIA
Aiuruoca
29 
 
 
Gráfico 03 – Média de temperatura mensal (°C) 
 
Fonte: Site Projeteee (2016). 
4.3.3. Variação de umidade 
A umidade relativa do ar é a relação entre a quantidade de água existente no 
ar (umidade absoluta) e a quantidade máxima que poderia haver na mesma 
temperatura (ponto de saturação). Em locais com umidade alta há desconforto térmico 
com sensação de abafamento e dificuldade de evaporação do suor e redução da 
temperatura corporal. Outra consequência da alta umidade é a baixa amplitude 
térmica, fazendo com que nestas regiões o calor se mantenha durante as noites. Em 
regiões com baixa umidade acontece o oposto: dias muito quentes e noites muito frias. 
Em Aiuruoca, a umidade relativa do ar se mantém acima de 80% durante 
aproximadamente metade do ano. Tendo os meses do inverno com menor índice de 
umidade e os de verão com os maiores índices. (GRÁFICO 04) 
Gráfico 04 – Gráfico de umidade relativa com média mensal em % 
 
 
30 
 
Fonte: Site Projeteee (2016). 
4.3.4. Regime pluviométrico 
A reutilização da água e os sistemas de captação de água pluvial são 
alternativas para enfrentar a carência do recurso. Dimensionar o reservatório de 
armazenamento de água de chuva de forma correta é essencial para a implantação 
do sistema, já que seu tamanho influencia diretamente nos custos de implantação do 
sistema. Conhecer como é a distribuição da precipitação pluviométrica e a quantidade 
de chuva são de extrema importância no dimensionamento deste reservatório, pois 
quanto mais homogêneas forem as chuvas, menor será o seu volume. O 
dimensionamento do reservatório também depende diretamente da área de captação, 
seja ela o telhado da edificação ou superfícies pavimentadas em m². 
Precipitação Média Anual: 2 100 milímetros por ano. O período mais chuvoso 
corresponde aos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, enquanto as 
menores precipitações ocorrem em abril, maio, junho e julho. (GRÁFICO 05) 
Gráfico 05 – Gráfico de precipitação mensal 
 
Fonte: Site Projeteee (2016). 
4.3.5. Aspectos viários 
Por se tratar de uma zona rural, a região escolhida para implantação do terreno 
não possui grande fluxo de veículos e até mesmo de pedestre, nota-se poucas 
residências nos terrenos com seus limites ligados ao haras. A principal via de acesso 
ao terreno é a variante da BR-267, que é ligada a via calçada chamada Ponte Alta. 
31 
 
Por se tratar de uma cidade com um número relativamente baixo de habitantes, não 
possui transporte coletivo. 
4.3.6. Aspectos socioeconômicos 
 Aiuruoca é uma cidade localizada na região Sul do estado de Minas Gerais, de 
acordo com a última estimativa realizada pelo IBGE, em 2017, sua população é de 
6.209 pessoas e sua densidade demográfica é de 9,48 hab./km². (GRÁFICO. 06) 
Gráfico 06 – Pirâmide etária 
 
Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo 
e Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA. 
 Em 2015, o salário médio mensal era de 1.8 salários mínimos. A proporção de 
pessoas ocupadas em relação à população total era de 11.6%. Na comparação com 
os outros municípios do estado, ocupava as posições 242 de 853 e 477 de 853, 
respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 3020 
de 5570 e 2916 de 5570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos 
mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 35.2% da população nessas 
condições, o que o colocava na posição 513 de 853 dentre as cidades do estado e na 
posição 3528 de 5570 dentre as cidades do Brasil. O PIB per capta em 2015 era de 
R$12.227,09. 
 De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares realizadaentre 2002 e 
2003, é possível notar que há considerável desigualdade entre a população, uma vez 
que o índice GINI registrado é 0,42 e o índice de pobreza encontrado é de 25,84%. 
32 
 
 
 No que diz respeito à educação, a taxa de escolarização em 2010 (para 
pessoas de 6 a 14 anos), foi de 99,3% o que demonstra que a maioria da população 
em época de escola foi devidamente matriculada. (GRÁFICO 07) 
 Gráfico 07 – Matrículas no período de 2005 a 2015 
 
 
Fonte: IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo 
e Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA. 
 Apresenta 46.4% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 21.3% 
de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 48.6% de domicílios 
urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, 
pavimentação e meio-fio). Quando comparado com os outros municípios do estado, 
fica na posição 605 de 853, 774 de 853 e 148 de 853, respectivamente. Já quando 
comparado a outras cidades do Brasil, sua posição é 2386 de 5570, 5083 de 5570 e 
474 de 5570, respectivamente. 
 Por tratar-se de uma área rural, a região onde encontra-se o terreno é composta 
por pequenos sítios e fazendas, muitos destes localizados no entorno do terreno, 
devido à proximidade existente com a rodovia que dá acesso ao perímetro urbano 
do município de Aiuruoca. 
 
33 
 
5. ESTRUTURA DE UM CENTRO EQUESTRE 
5.1 A escolha do local 
De acordo com Rezende, Frazão (2012) a escolha do local onde se pretende 
implantar um haras de criação, comercialização e realização de cavalos deve seguir 
alguns critérios de suma importância para garantir conforto aos animais e usuários. 
 Primeiro ponto a ser seguido para a escolha do local é obedecer aos 
instrumentos e leis de ordenamento do solo. 
 Segundo, as instalações não devem ficar em locais que são grandes geradores 
de ruídos como, rodovias, fábricas, aeroportos, áreas de transporte e energia, 
entre outras. 
 O local deve ter vias de acesso para que os veículos utilizados para o trabalho 
possam se locomover facilmente pelo local, o centro equestre deve 
proporcionar um local para estacionamento e área de manobras para os 
diversos tipos de veículos como passeio, serviço, caminhões e de emergência. 
A maioria dos centros equestres se localiza em zonas rurais onde proporciona 
melhores condições de trabalho com o cavalo garantindo sempre o bem-estar do 
animal e das pessoas envolvidas no meio. 
5.2 Medidas da propriedade 
 O tamanho da propriedade destinada à criação e competição de cavalos deve 
seguir alguns parâmetros relacionados à quantidade de animais, levando em 
consideração a unidade de medida utilizada o Hectare: 10.000 m². 
 Instalações para 20 cavalos: área de 1,5 hectares no mínimo; 
 Instalações de 20 a 60 cavalos: área de 3 hectares no mínimo; 
 Instalações com mais de 60 cavalos: mínimo de 3 hectares, acrescentando 1 
hectare a cada 20 cavalos. 
Como esses locais não possuem o mesmo objetivo, o número de animais não 
dever ser o único critério utilizado, sendo consideradas outras diretrizes como o 
relevo, clima, acessos e alojamento para pessoas (REZENDE, FRAZÃO, 2012). 
34 
 
5.3 Atividades e instalações 
 Os espaços de atividades e instalações de um centro equestre devem variar 
muito levando em consideração tamanho e objetivos determinados como descritos no 
(QUADRO 02). 
Quadro 02 – Estrutura e instalações mínimas de centros equestres 
ESTRUTURA GERAL INSTALAÇÕES 
Área de atividades 
 Picadeiro/pista/campo de treino 
 Piquetes 
 Redondéis 
 Campos diversos/espaços verdes 
 Tribunas 
Área de estábulo 
 Baias 
 Baias de isolamento para cavalos 
doentes 
 Zonas de: enfermaria e tratamento, 
banho e limpeza, tosquia e ferração. 
 Armazém de forragens e rações 
 Depósito de selas 
 Estrumeira 
Recepção e administração 
 Salas para serviços de administração 
 Sala para monitores e tratadores 
 Vestiários e instalações sanitárias 
 Alojamento para funcionários e 
residentes 
Instalações de apoio aos praticantes 
 Área social 
 Vestiários e instalações sanitárias 
Estacionamento 
 Estacionamento geral 
 Estacionamento para veículos de 
transporte de cavalos 
Fonte: Rezende. Frazão (2012 p.5-6). Adaptado pelo autor. 
5.4. Condicionantes que garantem um bom funcionamento de um centro 
equestre 
 Manejo 
 Conforto e qualidade do espaço 
 Segurança 
 Infraestruturas 
 Atividades e instalações para 
equinos 
 Picadeiros 
 Piquetes bem dimensionados (1 
hectare por cavalo) 
 Cercas 
 Redondel 
5.5. Cavalariças 
 Considerada uma das instalações mais importantes de um haras, possuindo 
espaços e serviços que vão garantir o seu bom funcionamento, equilíbrio e saúde do 
animal. 
35 
 
 As instalações da cavalariça devem seguir alguns parâmetros para garantir 
total segurança e boa funcionalidade; segundo REZENDE E FRAZÃO (2012). 
 Projeto de prevenção e combate a incêndios; 
 Ventilação adequada para remoção da humanidade e eliminar o excesso de 
gás carbônico, cheiro da urina, suor e fermentação dos alimentos; 
 Iluminação natural e artificial; 
 Abastecimento de água para atender os cavalos e lavagem das instalações e 
animais; 
 Pavimentação com revestimento rígido e antiderrapante, com boa drenagem; 
 Aparelhos para proteção do cavalo contra insetos. 
5.6. Baias 
 As baias devem possuir dimensões que proporcionem melhor acomodação, 
maior liberdade de movimento ao cavalo. Devem ter no mínimo 3 x 4 m, sendo o ideal 
4 x 4 m podendo variar de acordo com a raça e porte do animal. 
 Os corredores devem proporcionar que o animal saia livremente de seus 
alojamentos, as dimensões podem variar sendo 2,40 m o conveniente para estábulos 
simples e 4,50 m para estábulos duplos. O beiral da cobertura deve possuir no máximo 
2 m no intuito de proteger as baias da chuva, vento e sol, com altura de 2,50 m no 
mínimo do chão para evitar que ocorra algum acidente (TORRES, 1992). (FIG. 12) 
Figura 12 – Baias individuais para cavalos 
 
Fonte: Arquitetura e Decoração Indaiatuba, Diana e Katia Brooks. 2017. 
http://dianabrooks.com.br/
36 
 
5.7. Tipo de piso para baias 
 Duas categorias principais definem os tipos de piso: Permeáveis e 
Impermeáveis. Ao optar pela primeira categoria deve-se levar em conta uma fundação 
com areia/ carvão/ cascalho entre outros materiais para ajudar no movimento da água 
para baixo. Na segunda opção, deve-se ter um sistema de drenagem auxiliar com 
inclinações e drenos para que a urina/água possa correr para fora da baia. 
Dentre as características do piso ideal para baias, é possível citar: ser 
confortável para as pernas do animal, ajudar a diminuir a tensão nos pés e tendões; 
seco, enxuto, sem segurar a umidade; não deve reter odor; antiderrapante, para 
incentivar o cavalo a se deitar sem medo de escorregar; durável, resistente aos 
impactos do casco do animal; baixa manutenção e fácil de limpar. 
 Piso natural– A princípio esta parece ser a solução mais prática e econômica. 
Porém, é preciso ser cauteloso, pois drenagem e durabilidade dependem das 
propriedades do terreno. Alguns tipos de solo podem resistir drenagem e 
resultar na lama ou poças enquanto outros podem tornar-se secos e 
poeirentos. Um betão pode ser usado na porta da baia para “desencorajar” 
buracos. 
 Piso com brita e bidim – São colocadas duas camadas de brita, a primeira a 
90cm abaixo do nível do piso com 30cm de brita n°03, a segunda camada logo 
acima com 30cm de brita n°02, após a segunda cama segue uma manta de 
bidim e para finalizar 30cm de areia e terra na proporção 1:2. Certifique-se de 
que todas as camadas estão bem compactadas. Há que se ter cuidado ao 
fazer este piso, se não compactado corretamento podem desenvolver 
desníveis (buracos) e misturar pequenas pedras com a cama. 
 Piso com carvão vegetal – Semelhante ao piso coma brita, também deve 
ser escavado em 90cm, seguindo a ordem de 30cm de brita n° 03 (para 
drenar), 20cm de carvão vegetal (que ajuda a evitar o mal cheiro), e 40cm de 
areia lavada bem campactada. Após a execução é recomendável molhar 
completamente o chão compactando-o novamente e deixar secar por 24 
horas, após este tempo verificar se ainda existem quaisquer buracos ou 
depressões e preenche-los. 
 Piso de concreto- Este tipo de piso é um dos mais comuns, devido a sua 
durabilidade e fácil manutenção. Ao optar pelo concreto é necessário se 
37 
 
atentar para que não seja muito liso a ponto do animal escorregar e nem tão 
rugoso a ponto de se tornar abrasivo. Deve ser acompanhado de uma 
inclinação para sistema de drenagem. Entre suas desvantagens estão a 
retenção de urina (não absorve) na cama, forte impacto nos tendões dos 
cavalos, precisa de mais quantidade de cama para se tornar confortável. 
 Piso de borracha- Variam de acordo com o fabricante em espessura, 
durabilidade, textura, etc. É um material nobre que não tem produz poeira, traz 
um conforto maior para as pernas dos animais e tem as propriedades 
antiderrapantes que deixam a baia mais segura. Porém, os animais tendem a 
se sentir mais ambientados com produtos naturais, encontrados nos campos 
e pastos. 
5.8. Local de tratamento/enfermaria 
 Local equipado com tronco de isolamento para imobilizar o animal com 
dimensões de 4 x 5 m, para serem realizados procedimentos veterinários, podendo 
ser de madeira ou metal. Esse espaço deve ser equipado com bancada de trabalho, 
pia com água quente/fria, tomadas elétricas para ligar equipamentos e armários para 
guardar medicamentos. 
 Deve possuir área mínima de 35m², em centros equestres maiores possui uma 
antessala chamada de farmácia, onde são guardados os medicamentos. O local deve 
possuir boa iluminação natural e artificial. Nas paredes e pisos deve haver a 
preocupação com revestimentos que devem ser de fácil limpeza e desinfecção 
(REZENDE, FRAZÃO, 2012). 
5.9. Local de banho/limpeza e tosa 
Espaço destinado à limpeza do animal devendo ser protegida do vento, chuva, 
equipada com ponto de água quente/fria. Deve haver a preocupação com tipo de 
pavimentação que deve ser antiderrapante, evitando assim acidentes com os animais 
e funcionários, deve possuir um sistema de drenagem eficiente. 
A tosquia normalmente é realizada no inverno, época que o animal costuma 
ficar mais “peludo”, procedimento feito para manter o animal mais bonito e evitar 
doenças de pele. São realizados em locais que dispõem de boa iluminação natural e 
artificial, deve possuir tomada para os aparelhos de tosquia (REZENDE, FRAZÃO, 
2012). 
38 
 
5.10. Depósitos 
 Os depósitos são de extrema importância para garantir o bem-estar e saúde do 
animal, sendo que todos os centros equestres devem possuir um local para armazenar 
alimentos, camas, arreios e outros acessórios com largura mínima das portas de 
2,20m para permitir a circulação de veículos de carga e transporte (CINTRA, 2011). 
 Tipos de depósitos necessários são os depósitos de feno, depósito de ração, 
depósito de camas, depósito de arreios e estrumeira. Todos, exclusive a estrumeira, 
devem ser bem ventilados e protegidos da ação direta do sol e chuva, afim de manter 
boas condições de umidade ao ambiente. A estrumeira deve ser localizada na direção 
dos ventos dominantes e com boa distância das áreas sociais, possuindo uma via de 
acesso fácil para retirada dos dejetos. 
5.11. Administração 
 A administração de um centro equestre não possui muitas diferenças 
com outros tipos de empresa. O local é destinado aos funcionários da área 
administrativa, proprietário e gerente do local. O projeto arquitetônico deve levar em 
consideração a funcionalidade do espaço para que atenda de maneira eficiente suas 
necessidades, deve ser um local bem agradável com banheiros e salas separadas de 
acordo com a função de cada um, com recepção e banheiros para atender os clientes 
e usuários (REZENDE, FRAZÃO, 2012). 
5.12. Alojamento para funcionários 
O cuidado com os animais requer assistência de 24 horas por dia, então é necessário 
que haja alojamentos destinados a todos os funcionários fixos e passageiros, 
equipado com toda infraestrutura para garantir total conforto para eles, contendo 
quartos, banheiros, cozinha e refeitório. (REZENDE, FRAZÃO, 2012). 
5.13 Haras – Mangalarga Marchador de Aiuruoca 
 O haras proposto neste trabalho é disposto de todas as instalações citadas 
neste capítulo, que garantam acima de tudo a saúde do animal e boa funcionalidade 
do espaço, sendo construída e adaptada levando em consideração a dimensão do 
haras, a região de implantação, o clima, solo e facilidade de acesso a determinado 
material. Devendo sempre haver a preocupação com a ventilação natural dos espaços 
e projetar ambientes que sigam as medidas adequadas para garantir total conforto ao 
animal e aos funcionários e usuários do centro. 
39 
 
 A partir do fluxograma do sistema básico de organização funcional de um haras, 
de acordo com as informações citadas anteriormente, é possível concluir a 
importância da funcionalidade de um projeto desta dimensão, observando 
atentamente aos fluxos internos e externos ao haras. (FLUXOGRAMA 01) 
Fluxograma 01 – Sistema básico de organização funcional de um haras 
 
Fonte: Rezende, Frazão (2012, p.7). Adaptado pela autora (2018). 
6. ANÁLISE DE SITUAÇÕES ANÁLOGAS 
6.1. Obra visitada 
6.1.1. Haras Aiuruoca 
 O Haras Aiuruoca, de criação e comercialização de cavalos da raça 
Mangalarga Marchador, está localizado em uma das áreas rurais da cidade de 
Aiuruoca, no sul de Minas Gerais, às margens da variante da BR-267. Possui uma 
40 
 
extensão de aproximadamente 4 hectares. Não possui projeto arquitetônico realizado 
por arquiteto e foi desenvolvido pelo próprio proprietário. (FIG. 13) 
Figura 13 – Imagem aérea da implantação do Haras Aiuruoca 
 
Fonte: Google Earth, CNES/Airbus (2017). 
 O empreendimento possui fácil acesso pela variante da rodovia BR-267, que 
dá acesso à rua Ponte Alta. Muito embora tenha tais pontos positivos, seu acesso 
único se dá em uma via muito estreita, de piso inadequado e dificuldade de acesso 
para caminhões. (FIG. 14) (FIG. 15) 
Figura 14 – Diagrama de acessos Figura 15 – Acesso ao Haras Aiuruoca 
 
Fonte: Google Earth, CNES/Airbus (2017). Fonte: A autora (2018). 
41 
 
Considerado como um haras de porte pequeno, o estabelecimento apresenta 
infraestrutura que comporta 6 piquetes, uma pista de 50 x 50 metros e um redondel 
ao ar livre, currais de apoio, possui 7 baias individuais sendo: 4 de 3 x 4 metros e 3 
de 3 x 3 metros, desembarcador, escritório, sanitário, depósito de selas, de rações e 
de feno, área de lanchonete, local para ferração e tosquia, e para banho, pomar e 
casa sede. Não há planejamento para o descarte de dejetos dos animais. (FIG. 16) 
(FIG.17) (FIG.18) (FIG.19) (FIG.20) (FIG.21)(FIG.22) 
Figura 16 – Setorização do Haras Aiuruoca 
 
Fonte: Google Earth, CNES/Airbus (2017). 
Figura 17 – Vista dos piquetes Figura 18 – Desembarcador 
 
Fonte: A autora (2018). Fonte: A autora (2018). 
42 
 
Figura 19 – Pomar Figura 20 – Área de redondel 
 
Fonte: A autora (2018). Fonte: A autora (2018). 
Figura 21 – Pista ao ar livre Figura 22 - Ferração 
 
Ao analisar a setorização é possível notar fluxos cruzados indesejados de 
animais, clientes, funcionários e carga/descarga por haver somente um acesso e não 
existirem divisões planejadas da setorização do estabelecimento. A ausência de vias 
internas dificulta o acesso a determinados ambientes como o de redondel e pista que 
muitas vezes são forçados a serem feitos por dentro dos piquetes. 
 Devido a inexistência de um projeto arquitetônico, foi realizada a partir da visita 
uma estimativa de dimensionamento dos ambientes do Haras.(QUADRO 03) 
Quadro 03 – Estimativa de áreas do haras 
QUANTIDADE AMBIENTE ÁREA UNIDADE (M²) ÁREA TOTAL (M²) 
4 Baias 3x4 metros 12,0 48,0 
3 Baias 3x3 metros 9,0 27,0 
6 Piquetes 4.000 24.000,0 
1 Pista ao ar livre 50x50 metros 2.500,0 2.500,0 
1 Redondel d= 11 metros 95,0 95,0 
43 
 
Quadro 03 – Estimativa de áreas do haras 
1 Depósito de ração e feno 24,0 24,0 
1 Depósito de selas 6,0 6,0 
8 Lanchonete 32,0 32,0 
1 Escritório 6,0 6,0 
1 Sanitário 2,5 2,5 
1 Pomar 1.000,0 1.000,0 
1 Local para ferração e tosquia 16,0 16,0 
1 Desembarcador 5,0 5,0 
TOTAL 23.755,5 
Fonte: A autora (2018). 
 No geral, o dimensionamento dos ambientes foi feito de maneira correta, 
porém existem ambientes que se tornam inutilizados no dia-a-dia como a área de 
lanchonetes que não é usual. O sanitário existente possui um problema de 
acessibilidade, com um degrau muito alto em sua entrada e não existe diferenciação 
de sanitário feminino e masculino. (FIG. 23) (FIG. 24) 
 Figura 23 – Área de lanchonete Figura 24 - Sanitário 
 
 Fonte: A autora (2018). Fonte: A autora (2018). 
O sistema construtivo utilizado para construção do haras é bastante tradicional, 
utilizando de alvenaria para vedações, telhado em telha cerâmica e estruturas em 
madeira de eucalipto, o piso de todo o estabelecimento é de pedra são tomé. Possui 
estrutura e acabamentos bem conservados e duradouros. (FIG. 25) 
Figura 25 – Área de cavalariça monstrando elementos construtivos 
 
Fonte: A autora (2018). 
44 
 
 Observa-se no programa, a ausência de iluminação e ventilação natural das 
baias; o subdimensionamento do depósito de ração e feno, que se encontra numa 
área de sobra da edificação. 
6.2. Referência funcional 
6.2.2. Haras e Centro Hípico Polana 
 O Centro Hípico Polana foi projetado em 2001 pelo escritório Mauro Munhoz 
Associados e as pistas de areia, pela empresa francesa Toubin e Clément, 
especializada em superfícies de provas equestres de qualidade internacional. Foi 
fundado em 2004 e localiza-se entre Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí, na 
divisa de São Paulo e Minas Gerais; possuindo um terreno de 205.700 m² e área 
construída de 2.260 m². O haras mantém um plantel de cerca de 70 animais, tanto de 
clientes como dele próprio; sedia importantes provas de hipismo nacionais e oferece 
serviços de hospedagem, treinamento, criação e venda de cavalos, aulas de 
equitação, além de hospedagem para pessoas e aluguel do espaço para eventos. As 
58 edificações do Centro Hípico Polana incluem o seguinte programa: (SERAPIÃO, 
2005; POLANA 2017). 
28 baias de alvenaria 
4 selarias 
1 farmácia veterinária 
1 pavilhão de leilão e restaurante 
1 pista de areia aberta 
1 redondel 
1 pista de areia coberta 20m x 40m 
1 esteira rolante para cavalos 
1 área para Ferrageamento 
1 escritório com 2 quartos de estoque 
1 lavanderia para materiais dos animais 
1 casa de hóspedes 
2 banheiros sociais 
1 playground 
1 pônei clube 
1 cozinha industrial 
1 quarto de estoque para eventos 
1 depósito de feno 
1 depósito de serragem 
1 depósito de jardim/manutenção/diesel 
1 depósito de ração 
2 casas de funcionários 
3 platôs para montagem de baias 
móveis 
11 piquetes 
5 pastos grandes 
1 trator com 2 carretas e 2 lâminas 
1 estacionamento 
 
 
45 
 
Quadro 04 – Estimativa de áreas do Haras Polana 
QUANTIDADE AMBIENTE ÁREA TOTAL (M²) 
28 Pavilhão de baias 1700,0 
1 Pista de areia coberta 800,0 
1 Pista de areia 2800,0 
1 Casa de hóspedes 200,0 
1 Pavilhão leilão e restaurante 1100,0 
2 Casa de funcionário 200,0 
1 Estacionamento 375,0 
1 Redondel 706,5 
TOTAL 7175,0 
Fonte: A autora (2018). 
Através da implantação é possível se observar que o projeto foi desenvolvido 
em blocos separados, o que foi feito a fim de se obter grandes áreas planas com a 
menor movimentação de terra, pelo terreno ser bastante acidentado. A pista de areia 
foi posicionada em local estratégico, em uma porção mais baixa do terreno, com vista 
59 para o vale; logo atrás, em uma cota mais elevada, estão localizadas as cocheiras 
com um pátio gramado e um mirante com vista para a pista de areia e o vale. As 
cocheiras estão divididas entre quatro pavilhões paralelos, com uma angulação de 45 
graus entre si, que formam um trapézio por conta da geometrização das curvas de 
nível existentes no local. Os platôs são áreas planas utilizadas para a montagem de 
baias temporárias em dias de competições. (FIG.26) (FIG.27) 
Figura 26 – Implantação Haras e Centro Hípico Polana 
 
Fonte: Mauro Munhoz Arquitetura, adaptado pela autora (2018). 
 
46 
 
Figura 27 - Pista de areia com cocheiras e pavilhão ao fundo; vista para a pista e vale 
 
Fonte: Hipismo and co. (2009). Mauro Munhoz Arquitetura (2005). 
O arquiteto Munhoz procurou quebrar os paradigmas das tipologias tradicionais 
desse tipo de construção. O projeto inovou ao ter meias paredes de alvenaria nas 
divisórias das cocheiras, o que segundo o arquiteto, deve-se ao fato do cavalo ser um 
animal de planícies, cuja “única arma é correr”, e, portanto, se sentir melhor tendo um 
plano de visão mais amplo. As paredes de alvenaria possuem 1,4 m de altura e acima 
delas há um fechamento com barras de aço cortén para garantir a transparência e 
segurança dos animais. Outra novidade são portas de correr nas baias, presas pela 
parte superior, que parecem flutuar. Na circulação coberta se fez o uso de um piso 
especial emborrachado para absorver os impactos dos cascos dos animais e evitar 
escorregões. Já as pistas de areia foram projetadas com o auxílio do especialista 
francês Francis Clemont, com uma camada de brita e solo-cimento para formar a base 
para a impermeabilização, e acima uma camada de poliéster, betonita e areia, que 
conferem elasticidade e absorção de impactos (SERAPIÃO, 2005). 
O pavilhão de cocheiras abriga 25 baias regulares (3x4m), 2 baias maternidade 
(6x4m), 4 selarias (3x4m), duchas, e bretes. Os bretes são estruturas em aço 
utilizadas para a contenção do animal durante atividades como a inseminação, 
medicação, coleta de sangue, cirurgias, castração, aplicação de vermífugos por via 
oral, marcação, testes de prenhes, casqueamento, limpeza, e outros tratos. (FIG. 28) 
(FIG.29)(FIG.30)(FIG.31)(FIG.32)(FIG.33) 
 
 
 
 
47 
 
Figura 28 – Pavilhão de cocheiras térreo; mirante e subsolo 
 
Fonte: Mauro Munhoz Arquitetura (2005). 
Figura 29 – Planta térreo cocheiras 
 
 Fonte: Mauro Munhoz Arquitetura (2005). 
Figura 30 – Planta subsolo cocheiras 
 
Fonte: Mauro Munhoz Arquitetura (2005). 
48 
 
Figura 31 – Corte AA das cocheiras 
 
Fonte: Mauro Munhoz Arquitetura (2005). Adaptado pela autora (2018). 
Figura 32 – Corte BB das cocheiras 
 
Fonte: Mauro Munhoz Arquitetura (2005). Adaptado pela autora (2018). 
Figura 33 – Cocheiras Haras Polana 
 
Fonte: Mauro Munhoz Arquitetura (2005). 
O pavilhão que abriga o espaço de leilões, restaurante, escritório e uma 
biblioteca destaca-se pela sua cobertura com estrutura de madeira em laminado 
colado de eucalipto e balanço de 12 metros. A obra é de 2010 e também foi projetada 
pelo mesmo arquiteto, que projetou os outros blocos do haras, concluídos em 2004. 
(FIG. 34)(FIG.35) 
49 
 
Figura 34 – Corte transversal do pavilhão de leilões e restaurante 
 
Fonte: Ebramem (2015), adaptado pela autora (2018). 
Figura 35 – Pavilhão de leilões e restaurante do Haras Polana 
 
Fonte: Ita Construtora (2010). 
Buscando a mesma inspiração projetual, o projeto descrito servirá de base para 
este trabalho destacando-se pela sua funcionalidade, devido a maneira como as 
edificações se distribuem no terreno tendo todas as atividades programáticas 
interligadas, se preocupando com o uso das pessoas e dos animais, além de revelar 
a integração entre arquitetura rural e recursos tecnológicos; e pela sua tipologia, 
devido ao modo como ocorre a divisão dosblocos que estão espalhados por todo o 
terreno e pelo princípio da horizontalidade encontrado nos mesmos. 
6.3. Referência arquitetônica 
6.3.3. Estábulo de Polo Figueras 
 O Estábulo de Polo Figueras, que teve projeto desenvolvido por Juan Ignácio 
Ramos e Ignácio Ramos, do Estúdio Ramos, está localizado em uma província de 
Buenos Aires, na Argentina. Nesta província, encontra-se em uma região chamada 
“La Pampa”, uma palavra indígena que significa planalto ou planície, o projeto busca 
referenciar este tema através da horizontalidade. (FIG.36) 
 
50 
 
Figura 36 – Estábulo de Pólo Figueras e campos de pólo 
 
Fonte: Archdaily (2017). 
 O projeto possui 44 baias para cavalos, com uma dimensão de 3850 m² e uma 
longitude de 180 metros. É composto por dois volumes e muros articuláveis, que criam 
diferentes espaços e situações. (FIG.37) 
Figura 37 – Implantação Estábulo de Pólo Figueras 
 
Fonte: Archdaily (2017). 
 O térreo conta com dois setores bem diferenciados por suas funções. Um 
possui um programa social e está voltado ao campo de Pólo, enquanto o outro, 
orientado ao fundo da propriedade, abriga as instalações de trabalho e habitações dos 
funcionários. Os volumes com vista para o campo de Pólo estão parcialmente 
escondidos por trás de extensos muros e desníveis do terreno que não somente 
conferem privacidade aos estábulos, como também reduzem sutilmente o impacto do 
51 
 
edifício na paisagem. Somente o centro da edificação fica visível, onde se localiza um 
grande espelho d'água, terraços exteriores e o celeiro principal do estábulo. (FIG.38) 
(FIG.39) 
Figura 38 – Planta baixa Estábulo de Pólo Figueras 
 
Fonte: Archdaily (2017). Adaptado pela autora (2018). 
Figura 39 – Maquete em planta do Estábulo de Pólo Figueras 
 
Fonte: Archdaily (2017). 
 A totalidade do projeto foi construída utilizando dois materiais básicos: concreto 
aparente e madeira nativa, materiais escolhidos por suas propriedades estéticas, 
pouca manutenção e um nobre envelhecimento. 
52 
 
Uma conexão muito especial e íntima é criada entre os cavalos e seus 
treinadores que são responsáveis pelo seu tratamento. O objetivo do projeto foi 
desenhar os estábulos como espaços que contém e nutrem essa relação. (FIG.39) 
Figura 39 - Imagens gerais do Estábulo de Pólo Figueras 
 
Fonte: Archdaily (2017). Estúdio Ramos (20--?). 
53 
 
6.3.4. Hípica Ibirapitanga 
A Hípica Ibirapitanga, é projeto do arquiteto Yuri Vital para a Reserva 
Ibirapitanga, em Santa Isabel, no interior de São Paulo. O terreno possui uma 
extensão de 19.361 m², com projeto baseado na modulação de 4m x 4m, devido à 
dimensão das baias dos cavalos. (FIG.40) 
Figura 40 – Hípica Ibirapitanga 
 
Fonte: Pini Web Arquitetura (2012). 
De acordo com o memorial de descrição do projeto, as áreas técnicas ficarão 
próximas às baias para garantir rapidez no atendimento. Este espaço será reservado 
para a área de administração, medicamentos, enfermaria, armazenagem de 
equipamentos, sala de ferraduras, vestiários e policiamento. 
O local também terá espaços de convívio entre os visitantes, com bar e 
restaurante com vistas para a reserva florestal da Mata Atlântica. Já um anexo isolado 
das baias de cavalo terá salas de capim, serragem, feno e ração. A separação foi feita 
para afastar os animais de roedores e ruídos de automóveis. (FIG.41) 
Figura 41 – Imagens gerais do projeto da Hípica Ibirapitanga 
 
54 
 
 
Fonte: Pini Web Arquitetura (2012). 
6.4. Conclusão obras análogas 
Os estudos apresentados auxiliarão no desenvolvimento dos serviços a serem 
oferecidos e no projeto arquitetônico do haras, cuja principal proposta abordará a 
criação, comercialização, treinamento e, a exposição e vendas de cavalos. Como 
referencial funcional, o Centro Hípico Polana possui área, número de cavalos e 
instalações semelhantes ao programa a ser utilizado no projeto, contando com 
cocheiras com meias paredes que propiciam o bem-estar animal. Destaca-se também 
55 
 
a estrutura em madeira laminada colada do pavilhão de leilões, pelo grande vão e 
beleza. O Estábulo de Pólo Figueras e a Hípica Ibirapitanga inovam quanto à tipologia 
e materiais empregados, principalmente ao utilizar coberturas de concreto planas e 
coberturas verdes no pavilhão de cocheiras e resolve o desnível do terreno de forma 
simples, com a divisão em três níveis: cocheiras, área social e serviços. (QUADRO 
05) 
Quadro 05 – Resumo dos estudos de caso 
OBRA ANÁLOGA PONTOS RELEVANTES OBSERVADOS 
Haras Aiuruoca 
 Utilização de madeira nativa (eucalipto) 
 Piquetes bem dimensionados 
 Baias bem dimensionadas 
 Acesso fácil 
 Bom aproveitamento do espaço 
Haras e Centro Hípico Polana 
 Fluidez espacial das baias 
 Estrutura em madeira e concreto 
 A ventilação cruzada nas baias 
 Distribuição dos espaços pelo terreno, 
favorecendo o fluxo e manejo 
 Área de eventos bem estruturada com 
vista para picadeiro 
Estábulo de Pólo Figueras 
 Uso da topografia a favor do projeto 
 Ventilação e iluminação natural nas 
baias 
 Divisão da edificação por setores 
 Uso de madeira e concreto 
 Materiais de pouca manutenção e belo 
envelhecimento 
 Muros articuláveis 
 Redução do impacto do edifício na 
paisagem, utilizando cobertura verde 
Hípica Ibirapitanga 
 Áreas técnicas próximas as baias para 
garantir facilidade de manejo 
 Uso de madeira e concreto 
 Espaços de convívio entre visitantes e 
animais 
 Modulação 4x4 metros, acompanhando 
o tamanho das baias 
Fonte: A autora (2018). 
 
 
 
 
56 
 
7. CONCLUSÕES 
7.1 Conceito e partido arquitetônico 
A proposta do presente trabalho é a elaboração de um projeto arquitetônico de 
um haras aliado a um espaço para eventos, visando à empregabilidade de conceitos 
voltados para a funcionalidade de funcionamento do empreendimento. 
O conceito utiliza a sustentabilidade e busca alternativas viáveis para promover 
o bem-estar das pessoas, construindo com menor impacto ambiental, levando em 
consideração todo o ciclo devido da edificação, incluindo seu uso e sua manutenção. 
O partido arquitetônico foi elaborado com os princípios da adição e subtração, 
cuja volumetria é baseada no princípio da horizontalidade. Optou-se também em 
dividir os volumes pelo terreno interligando-os pela sua funcionalidade. Assim, os 
blocos serão implantados dividindo-se em duas áreas: uma onde ficará implantado o 
setor do haras; e outro, onde ficará o setor de eventos. A divisão é feita pelo setor de 
administração e atendimento, que busca atender as duas áreas mencionadas. Assim, 
essa concepção de separação dos setores contribui para que os animais não sejam 
perturbados pela movimentação do setor de eventos e não ocasione muitos ruídos e 
transtornos aos mesmos. 
Além disso, o emprego de vegetação por todo o terreno age como barreira 
contra os ruídos externos que poderiam atingir os equinos, e ainda eleva a 
permeabilidade do solo, controla a temperatura e a umidade do ar, intercepta a água 
da chuva, proporciona sombra, age como barreira contra a alta luminosidade nas 
edificações, diminuía poluição do ar, sequestra e armazena carbono e proporciona 
bem-estar psicológico. 
7.2 Programa de necessidades 
Para desenvolver um anteprojeto de um haras aliado a um espaço para eventos 
na cidade de Aiuruoca, Minas Gerais, houve a necessidade de criar um programa de 
necessidades que auxiliasse na elaboração do projeto, atendendo a todas as 
demandas e expectativas do local. Dessa forma, o programa foi dividido por setores 
para melhor entendimento. São três setores no total: pavilhão de eventos, pavilhão de 
baias privadas e pavilhão de baias de visitantes. 
57 
 
O projeto foi pensado de forma a abrigar cerca de 60 cavalos, sendo 20 deles 
em cocheiras e entre 20 e 40 animais no campo em piquetes de pastejo rotacionado 
e no pasto restante. O local também irá sediar provas de marcha, ministrar cursos, 
palestras,

Continue navegando