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3Gestão econômica para o setor de serviços aula2 1

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11/07/2021 UNINTER - GESTÃO ECONÔMICA PARA O SETOR DE SERVIÇOS
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/15
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO ECONÔMICA PARA O
SETOR DE SERVIÇOS
AULA 3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Pollyanna Rodrigues Gondin
11/07/2021 UNINTER - GESTÃO ECONÔMICA PARA O SETOR DE SERVIÇOS
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/15
CONVERSA INICIAL
Nesta aula, continuaremos abordando temáticas relacionadas à microeconomia e que são de
grande importância tanto para a vida pessoal quanto para a profissional. Vamos trabalhar com
conceitos relacionados a custos, receita, processo inovativo, aglomeração de empresas e economia
da estratégia. Iniciaremos nossos estudos com a Teoria da Produção e sua aplicabilidade no setor de
serviços. Na temática seguinte, estudaremos custos, receitas e o processo de geração de
lucratividade, tão almejado pelas empresas, independentemente do setor de atuação. Já na terceira
temática, analisaremos o processo inovativo e as suas possibilidades para o setor de serviços. Na
sequência, a atenção é dada para a aglomeração de empresas, temática pouco debatida, mas de
grande relevância, pois permite o desenvolvimento e a permanência de pequenas empresas na
economia. Por fim, vamos abordar a Teoria dos Jogos, relevante para a economia estratégica e
tomada de decisão.
CONTEXTUALIZANDO
Vamos iniciar nossos estudos com uma reportagem acerca dos ganhos e desafios da indústria
4.0 para o setor de serviços. Para isso, convidamos você a ler a matéria que se segue:
“Muito se fala sobre o impacto das novas tecnologias em diversos setores do mercado. Quando
analisamos as tendências tecnológicas para o setor de prestação de serviços, precisamos dar um
passo atrás, a fim de entender inicialmente as especificidades desse segmento tão diversificado. Se
de um lado temos grandes apostas de inovação apontando por aí, como exemplo da AI, veículos
autônomos e automação industrial, do outro é notório que temos o desafio de um setor que ainda
está caminhando para se digitalizar. Nos últimos anos presenciamos mudanças estruturais
constantes na forma como nos relacionamos com a tecnologia, hoje já difundida de diversas
maneiras em todas as camadas da sociedade. E já não é mais novidade que essa adoção em massa
se deu, sobretudo, com a popularização do uso de smartphones que, segundo a Agência Brasil
(2019), já chegam a 204 milhões no país.” (L’Hotelier, 2020)
Saiba mais
11/07/2021 UNINTER - GESTÃO ECONÔMICA PARA O SETOR DE SERVIÇOS
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/15
Continue a leitura no link a seguir. Disponível em: <https://diariodocomercio.com.br/exclusi
vo/industria-4-0-ganhos-e-desafios-para-setor-de-servicos/>. Acesso em: 22 set. 2020.
TEMA 1 – TEORIA DA PRODUÇÃO E SUA APLICABILIDADE NO
SETOR DE SERVIÇOS
Anteriormente, abordamos questões relacionadas com oferta e demanda e especificamos alguns
pontos referentes à perspectiva do consumidor, por exemplo, elasticidade-preço da demanda. A
partir desse momento, falaremos um pouco mais sobre a perspectiva da produção, abordando a
Teoria da Produção ou a Teoria da Firma, como é comumente conhecida em economia. Quando
falamos sobre produção, nos atentamos logo a um processo produtivo em que teremos um produto
ao final do processamento. Entretanto, podemos pensar a Teoria da Produção para as atividades
relacionadas ao setor terciário também, pois, para ofertar um determinado serviço, precisamos de
uma conjunção de recursos, que, em certa medida, serão utilizados e processados para atender a
uma determinada finalidade.
Consideramos, então, que a Teoria da Produção explica a tomada de decisão das empresas,
visando à minimização dos custos e à maximização das receitas para aumentar a lucratividade. Se
pensarmos de um modo simplificado, as empresas, independentemente do setor de atuação,
adquirem insumos produtivos e os transformam em produtos ou serviços (USP, 2020). Assim, a
produção total (PT) de uma empresa será a quantidade total (q) produzida utilizando-se os fatores de
produção:
PT = q
Os insumos também são conhecidos como fatores produtivos e podem ser divididos em
categorias amplas para sintetizar uma análise (USP, 2020). Desse modo, uma função de produção
engloba os seguintes fatores de produção: terra, capital, trabalho e tecnologia. A terra refere-se aos
recursos naturais necessários para a produção. O capital diz respeito a equipamentos, servidores etc.
O trabalho, por sua vez, à mão de obra, ou seja, os colaboradores que compõem o quadro da
empresa e são de extrema necessidade para que o processo produtivo prossiga; tem o diferencial de
ser o capital intelectual da empresa. Por fim, a tecnologia está relacionada com a capacidade
https://diariodocomercio.com.br/exclusivo/industria-4-0-ganhos-e-desafios-para-setor-de-servicos/
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tecnológica empregada. No atual cenário que vivemos, caracterizado pela Era Digital, a tecnologia
desempenha um papel primordial.
A função de produção pode ser representada da seguinte forma:
q = f (T,K,L,α)
Em que T representa o fator de produção terra; K, o capital; L, o trabalho; e α a tecnologia.
Figura 1 – Fatores de produção
Fonte: Elaborado com base em Xavier, 2018.
Ao analisarmos a Teoria da Produção, é importante considerar que o horizonte temporal vai
influenciar. Mas o que isso significa? Significa que existem, especificamente, dois horizontes de
tempo quando vamos analisar a produção ou prestação de serviços das empresas. Segundo
Vasconcellos e Oliveira (2010, p. 135), “isso ocorre porque as firmas não têm condições de ajustar o
emprego de todos os seus fatores instantaneamente”. Assim, por exemplo, pode-se decidir contratar
um novo colaborador em um período curto de tempo. Entretanto, construir uma nova capacidade
instalada para a empresa pode requerer um período de tempo maior.
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Vamos distinguir, então, curto e longo prazo para a produção. Curto prazo será aquele em que
ao menos um fator de produção deverá ser fixo, ou seja, não poderá ser alterado. Quanto ao longo
prazo, este é o período de tempo em que todos os fatores de produção podem ser alterados.
Consideramos que o prazo, em economia, não está relacionado diretamente ao tempo cronológico,
mas sim aos fatores de produção serem todos fixos ou não (Vasconcellos; Oliveira, 2010).
TEMA 2 – CUSTOS E RECEITAS
Na temática anterior abordamos alguns aspectos referentes à Teoria da Produção. A partir desse
momento, atenção será dada aos custos e às receitas de uma determinada empresa. Para iniciar
nossa análise, é importante definir que o objetivo de qualquer empresa é maximizar (aumentar) sua
lucratividade. Desse modo, diminuir os custos (dentro do possível) e aumentar as receitas são
práticas relevantes para atingir esse objetivo.
Mas, afinal, o que são custos? O que estamos querendo dizer quando falamos que os custos da
Empresa X aumentaram? Custo, segundo Vasconcellos e Oliveira (2010), refere-se ao que foi gasto
com os fatores de produção para gerar determinado bem ou serviço. Dentro desses gastos, existem
custos que são considerados fixos e custos variáveis. Os custos fixos (CF) são aqueles que
independem da quantidade produzida. Ou seja, são custos que, mesmo sem produzir, as empresas
terão, por exemplo, gastos com aluguel, internet etc. Já os custos variáveis (CV) são aqueles que vão
se modificar conforme a produção aumenta ou diminui, por exemplo, os insumos de produção etc.
Quando nos referimos aos custos, é importante calcular o custo total, o custo médio e o custo
marginal. Assim, o custo total será composto pela somatória do custo fixo e custo variável:
CT = CF + CV
Ainda sobre custos, podemos calcular o custo médio (CM), ou seja, o valor médio gasto para
produzir cada produto.Para calcular esse custo, é necessário dividir o custo total pela quantidade
que foi produzida:
Há, ainda, o custo marginal (Cmg), ou seja, o custo de se produzir uma unidade a mais de um
determinado produto ou bem (Pires, 2012). Em uma empresa, é importante se mensurar esse custo
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para se verificar o quão vantajoso é produzir mais uma unidade. O Cmg é calculado dividindo-se a
variação do custo total pela variação da quantidade:
As receitas (RT) dizem respeito à quantidade total que uma determinada empresa recebe pela
venda de seus produtos (Pires, 2012). Dentro das receitas, podemos calcular a receita total, a receita
média e a receita marginal. Para se calcular a receita total, é necessário multiplicar o preço (P) pela
quantidade (q) de bem ou serviço que foi vendido:
RT = P x q
Já a receita média (RM) corresponde ao valor médio recebido por vender cada unidade de um
bem ou serviço, podendo ser representada da seguinte forma:
Por fim, a receita marginal (Rmg) refere-se ao valor recebido por se vender uma unidade a mais
de um determinado bem ou serviço (Cesar, 2020):
Por meio do cálculo da receita e dos custos, poderemos calcular o lucro (L) de uma determinada
empresa. Assim, o lucro será a diferença entre a receita obtida e os custos para se produzir um bem
ou serviço:
L = RT – CT
TEMA 3 – EMPRESAS DE SERVIÇOS E PROCESSO INOVATIVO
Você já se perguntou o que é inovação? O que significa dizer que uma determinada empresa
inovou? Quando falamos em inovação, nos referimos apenas à inovação de produto? Ou mesmo
algo totalmente inusitado e que não exista em nossa sociedade?
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A arte de inovar envolve produzir algo diferente ou a mesma coisa de forma distinta, realizando
novas combinações de materiais e forças. Desse modo, o processo de inovação tem como intuito
agregar valor ou até mesmo reduzir os custos, se pensarmos em melhorias em um processo
produtivo, sendo, então, a força capaz de mudar a estrutura do sistema econômico. Esse processo é
considerado a variável explicativa do desenvolvimento, uma vez que a evolução econômica é
caracterizada por rupturas e descontinuidades, processo que ocorre com as inovações, pois
rompemos com um padrão anterior, de modo que paulatinamente ocorra a transição do antigo para
o novo. Assim, podemos considerar que as inovações são transformadoras e não podem ser previstas
ex-ante (Gondin, 2017).
Podemos classificar as inovações como incremental ou radical, segundo Freeman e Perez (1988).
Para esses autores, a inovação incremental pode ser entendida como um tipo de inovação que ocorre
mais ou menos continuamente em qualquer atividade industrial ou de serviços. A frequência desse
tipo de inovação nos setores da economia e até mesmo nos países vai depender da combinação de
pressões na demanda, fatores socioculturais e de oportunidades e trajetórias tecnológicas.
Assim, é possível considerar que as inovações incrementais fazem parte do processo de melhoria
em produtos e serviços, de modo a atender às necessidades dos clientes/usuários ou até mesmo
corrigir falhas. Além disso, as inovações incrementais surgem, muitas das vezes, como resultado de
invenções e melhorias sugeridas por participantes do processo produtivo, ou como resultado de
iniciativas e propostas dos usuários (Freeman; Perez, 1988). Consideramos, então, que essas
inovações são relevantes para o crescimento da produtividade, apesar de não apresentar efeitos
diruptivos nem provocar mudanças na estrutura industrial (Gondin, 2017).        
No entanto, as inovações radicais ou também conhecidas como diruptivas são consideradas, por
Freeman e Perez (1988), como eventos descontínuos, pois quebram o padrão anterior de
desenvolvimento e estabelecem um novo. De modo geral, esse tipo de inovação é resultado de
atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) intencionais em empresas, universidades e/ou
laboratórios governamentais.
As inovações do tipo radical não apresentam uma distribuição uniforme entre os setores e o
tempo, e, sempre que ocorrem, são importantes para alavancar o potencial crescimento de novos
mercados. Além disso, as inovações radicais frequentemente são uma combinação de inovação de
produto/serviço, de processo e organizacional (Freeman; Perez, 1988).
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Quais exemplos poderiam ser dados em termos de inovações incremental e radical em prestação
de serviços? Anteriormente, quando falamos sobre a prestação de serviços, abarcamos uma grande
quantidade de atividades econômicas. Nesse sentido, por exemplo, em termos de inovação
incremental de serviços, podemos pensar nas empresas aéreas internacionais, que criaram uma
categoria de voos mais baratos conhecida como low cost, a fim de atender à necessidade de
deslocamento da sociedade, mas com a prestação de um serviço mais enxuto, garantindo menores
preços e, assim, mais acessibilidade.
No entanto, a criação da Uber, empresa que apresentou ao mercado internacional uma nova
forma de se locomover, pode ser citada como um exemplo de inovação radical em serviços,
associando aplicativos inteligentes aos smartphones (Mundo Digital, 2016). Podemos falar ainda de
inovações incrementais, como a criação de categorias para dividir a corrida (Uber Pool), bem como
para oferecer carros de luxo (Uber Black), entre outros.
Devemos considerar que a inovação e todo o seu processo envolve uma conjunção de atores,
pois, de modo geral, seu custo que muitas vezes é alto. Para além disso, as empresas são sistemas
abertos, influenciando e sendo influenciadas pelo meio em que vivem. Assim, por exemplo, a opinião
dos clientes, da sociedade, de fornecedores, de centros de pesquisa, de universidades, de agências de
apoio e financiamento, e até mesmo do próprio governo, com suas políticas, serão de grande
importância para que o processo inovativo ocorra.
Figura 2 – Processo de inovação
 
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Crédito: Ellagrin/Shutterstock.
Desse modo, para além dos recursos destinados ao seu desenvolvimento, a difusão tecnológica,
o conhecimento e o processo de aprendizagem assumirão papel fundamental para a inovação, seja
incremental ou radical.
TEMA 4 – AGLOMERAÇÃO DE EMPRESAS: POSSIBILIDADES PARA O
SETOR DE SERVIÇOS
No tema anterior, estudamos sobre o processo inovativo, abordando seu conceito e suas
principais características. Para que a inovação ocorra, ou ao menos seja possível de ocorrer, o
arcabouço institucional desempenha papel fundamental. Mas o que isso significa? Pois bem, significa
que, para que tenhamos algum tipo de inovação, seja de processo, de produto, disruptiva ou
incremental, é necessária a convergência de interesses conflitantes entre os diversos atores
envolvidos (Gondin, 2017).
Assim sendo, devido à relevância dos diversos atores para que a inovação ocorra, o foco de
análise deixou de centrar-se única e exclusivamente na empresa individual e passou a incidir sobre as
relações entre as empresas e entre estas e as demais instituições (Cassiolato; Lastres, 2004). De
acordo com esses autores, “renasceu o interesse sobre o papel que as micro e pequenas empresas
podem ter na reestruturação produtiva, assim como no desenvolvimento de regiões e países”
(Cassiolato; Lastres, 2004, p. 21). Desse modo, para que as empresas de menor porte consigam
sobreviver no mercado, passou-se a estimular as aglomerações de empresas, visando à interação,
cooperação e geração de conhecimento.
Para se ter uma ideia, no Brasil, trabalhos sobre aglomerações de empresas passaram a ganhar
relevância a partir do final da década de 1990, dada a crescente necessidade de formularnovas
políticas industriais que levassem em consideração questões específicas brasileiras. Assim, as micro e
pequenas empresas passaram a ser consideradas importantes no desenvolvimento das regiões,
principalmente no que diz respeito ao aproveitamento de sinergias e aprendizagem coletivas,
cooperação e interação entre empresas e agentes econômicos, que geram diversificação no processo
inovativo capaz de dinamizar a economia de uma dada região (Gondin, 2011).
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A aglomeração de empresas possibilita que micro e pequenas empresas obtenham vantagens
competitivas, uma vez que, nessa concentração, tende a ocorrer uma maior cooperação, uma maior
difusão de conhecimento, que corrobora para o crescimento dessas empresas no mercado. O que
ocorre é que a localização geográfica, os atores e as instituições que estão inseridos em uma
determinada realidade influenciarão diretamente na geração de inovação.
Podemos, então, considerar que uma aglomeração de empresas envolve um conjunto de atores
econômicos, políticos e sociais, assim como as interações que ocorrem entre esses atores. Entretanto,
existem aglomerações de empresas do setor de serviços? Sim, podemos pensar em aglomerações em
todos os setores de atividade econômica. O que vai diferir são as especificidades de cada arranjo.
Entre os anos de 2013 e 2016, na cidade de Curitiba, por exemplo, uma pesquisa indicou que grande
parte das empresas se dedicava à prestação de serviços de consultoria, e quanto à aglomeração e
estreitamento de laços, realizavam reuniões todos os meses e possuíam uma instituição específica
para cuidar das relações, incentivando a interação entre as diversas empresas.
TEMA 5 – ECONOMIA DA ESTRATÉGIA: TEORIA DOS JOGOS
Qual seria a relação entre economia e Teoria dos Jogos? Quando falamos em jogos, lembramos
logo de jogos de baralho ou jogos de tabuleiro. Mas e a Teoria dos Jogos, apresenta algum ponto em
comum com esses tipos de jogos? Sim, essa teoria é utilizada para analisar a interação estratégica
entre agentes econômicos. Se pararmos para refletir o intuito de um jogo, de modo geral, é pensar
na melhor estratégia frente aos adversários, tentando analisar o que cada um fará em sua jogada.
A Teoria dos Jogos estuda situações em que jogadores escolhem diferentes ações, com o intuito
de obterem o melhor resultado possível. Desse modo, é possível considerar que essa teoria tem
como finalidade sistematizar matematicamente a relação entre dois ou mais atores, de modo que a
ação de um influencia o comportamento de outro. Para os nossos estudos, vamos considerar um
jogo com apenas duas pessoas, com o intuito de facilitar a análise, por meio de uma matriz de
ganhos (representa os ganhos para cada pessoa levando em consideração as combinações de
estratégias). Essa teoria apresenta diversas aplicabilidades, dentre as quais podemos citar: jogos de
salão, negociações políticas e o comportamento econômico (Varian, 2015).
Para iniciar a análise, vamos considerar que duas empresas concorrentes devem decidir se
entram ou não em um novo segmento de mercado. Sabe-se a priori que, se apenas uma empresa
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entrar nesse novo mercado, ela obterá um lucro adicional de R$ 1 milhão. Entretanto, se as duas
entrarem, o lucro adicional será de R$ 600 mil para cada uma. Esse problema é levantado por
Vasconcellos e Oliveira (2010) e apresentado na Tabela 1 a seguir por meio da matriz de ganhos.
Tabela 1 – Matriz de ganhos de um jogo
 
Fonte: Vasconcellos; Oliveira, 2010, p. 209.
Para analisar essa matriz, é preciso fazer a leitura por empresa, considerando que, para a
Empresa A, os resultados possíveis são sempre os que aparecem antes da vírgula, ou mais à
esquerda, e para a Empresa B, os resultados serão sempre os que aparecem depois da vírgula, ou
mais à direita. Levando o que foi dito em consideração, a Empresa A possui duas estratégias, que são
entrar ou não entrar no novo mercado. Ela tomará sua decisão levando em consideração as
possibilidades da Empresa B.
A Empresa B, por sua vez, pode entrar ou não no novo mercado. Se ela entrar no mercado e a
Empresa A não entrar, a Empresa A não terá nenhum lucro adicional. Se, no entanto, as duas
empresas entrarem no novo mercado, o lucro adicional de ambas será de R$ 600 mil. Desse modo, a
melhor estratégia para a Empresa A é entrar no mercado. Seguindo o mesmo raciocínio para a
Empresa B, se esta não entrar no mercado e a Empresa A entrar, a Empresa B não terá nenhuma
lucratividade a mais. Assim, para a Empresa B, a melhor estratégia, independentemente da estratégia
da Empresa A, também será entrar no novo mercado.
Considera-se, então, que a estratégia dominante para as duas empresas é entrar no mercado,
conforme apresentado pela área sombreada em azul da Tabela 1 anterior. Estratégia dominante é
aquela em que há “[...] uma escolha ótima de estratégia para cada um dos dois jogadores, não
importando o que o outro faz” (Varian, 2015, p. 516). Desse modo, independentemente da escolha da
Empresa B, ela obterá um melhor resultado se entrar no novo mercado. Esse mesmo raciocínio é
empregado para a Empresa B e, assim, teremos um equilíbrio em estratégias dominantes.
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Nesse caso, o equilíbrio se deu em uma estratégia ótima para as duas empresas. Entretanto, na
realidade, isso nem sempre ocorre. O jogo que ficou bastante conhecido por popularizar essa visão
foi o “Dilema dos Prisioneiros”. Esse nome é utilizado visto que a discussão original desse jogo
analisa a decisão que será tomada por dois ladrões que cometeram um crime conjuntamente e serão
interrogados separadamente por um policial. O policial propõe a cada um que confesse o crime e
sirva de testemunha para a acusação. Assim, segundo Vasconcellos e Oliveira (2010, p. 210)
[...] se um dos ladrões confessa o crime e o outro não, aquele que confessou será posto em
liberdade e o que não confessou cumprirá pena de 10 anos na prisão. Se os dois confessarem,
ambos ficarão presos por três anos. Se nenhum dos dois confessar, a penalidade será de apenas
um ano de cadeia para cada um. Ambos os prisioneiros conhecem essas condições.
 O que foi descrito anteriormente é apresentado na Tabela 2.
Tabela 2 – Dilema dos Prisioneiros
 
Fonte: Vasconcellos; Oliveira, 2010, p. 210.
Nesse caso, mesmo sem saber qual será a ação do outro prisioneiro, para ambos, a melhor
estratégia é confessar, o que garante três anos de detenção para cada um. Entretanto, essa não seria
a melhor estratégia, pois o ideal seria nenhum confessar, o que faria com que cada um ficasse preso
por um ano apenas. No entanto, como não há garantia de que o outro preso não vai confessar, é
preferível confessar e ficar preso por três anos, ao invés de cumprir dez anos na prisão.
Podemos aplicar esse Dilema dos Prisioneiros à atuação de empresas, à formação de cartéis, à
tomada de decisão de diminuir ou não o preço de um produto ou serviço.
TROCANDO IDEIAS
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Aproveite esse momento para refletir e pesquisar sobre a utilização e emprego da Teoria dos
Jogos em diversas situações do nosso cotidiano e da atuação das empresas.
Saiba mais
Um filme que indicamos e que abarca essa teoria é Uma mente brilhante (2001). Em uma de suas
cenas, em um bar, é explicada a Teoria dos Jogos de forma prática.
NA PRÁTICA
Uma das temáticas que foram trabalhadas nesta aula e que é muito atual e relevante diz respeito
à aglomeração de empresas. Vimos que essas aglomerações têm como finalidade possibilitar que
micro e pequenas empresas consigam sobreviver no mercado. Desse modo, envolvem uma série de
atores,como empresas, agências financiadoras, governo, sociedade, universidades e centros de
pesquisa etc. Convidamos você a realizar uma pesquisa na internet sobre as aglomerações de
empresas existentes em seu estado. Tente verificar o setor da economia, quais os agentes estão
inseridos e que tipo de política é desenvolvido.
FINALIZANDO
Começamos esta aula abordando a Teoria da Produção e sua aplicabilidade no setor de serviços.
Na sequência, visando complementar a primeira temática, abordamos a relação entre custos, receitas
e lucratividade de uma empresa, seja esta do setor primário, secundário ou terciário da economia. No
terceiro tópico desta aula, falamos sobre inovação e também suas faces e relevância para alavancar a
economia. Levando em consideração que o processo inovativo demanda interação e cooperação na
geração e aprendizagem, o quarto tema englobou a aglomeração de empresas e sua relevância. Por
fim, finalizamos esta aula apresentando a Teoria dos Jogos.
REFERÊNCIAS
CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M. M. O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro
e pequenas empresas. In: LASTRES, H. M. M.; CASSIOLATO, J. E.; MACIEL, M. Pequena empresa:
cooperação e desenvolvimento local. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004. p. 21-33.
11/07/2021 UNINTER - GESTÃO ECONÔMICA PARA O SETOR DE SERVIÇOS
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/15
CESAR, R. Mercados, demanda, oferta e bem-estar social. Disponível em:
<http://www.neema.ufc.br/Ern_cap2_parte2.htm>. Acesso em: 22 set. 2020.
FREEMAN, C.; PEREZ, C. Structural crisis of adjustment: business cycles and investment behavior.
In: DOSI, G. et al. (Ed.). Technical change and economic theory. London: Pinter, 1988. p. 38-66.
GONDIN, P. R. O processo interativo no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação
(TIC) em busca da inovação: uma comparação entre os polos de Coimbra e de Curitiba. 281 f. Tese
(Doutorado em Políticas Públicas) – Universidade Federal do Paraná, 2017. Disponível em:
<https://politicaspublicas.weebly.com/uploads/5/3/9/6/5396788/tese_final__.pdf>. Acesso em: 22 set.
2020.
_____. Políticas públicas para arranjos produtivos locais: os casos dos APLs de móveis de
Uberlândia e de biotecnologia de Uberaba. Dissertação (Mestrado em Economia) – Universidade
Federal de Uberlândia, 2011. Disponível em:
<https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/13529/1/d.pdf>. Acesso em: 22 set. 2020.
L’HOTELLIER, E. O. Indústria 4.0: ganhos e desafios para setor de serviços. Diário do Comércio, 7
mar. 2020. Disponível em: <https://diariodocomercio.com.br/exclusivo/industria-4-0-ganhos-e-
desafios-para-setor-de-servicos/>. Acesso em: 22 set. 2020.
PIRES, L. Custos de Produção. Slide Share, 28 set. 2012. Disponível em:
<https://pt.slideshare.net/LucianoPires/custos-de-produo>. Acesso em: 22 set. 2020.
UBER, Salesforce e Amazon fizeram transformações disruptivas. Mundo Digital, 24 nov. 2016.
Disponível em: <http://www.mundodigital.net.br/index.php/noticias-blog/70-podcasts/7436-uber-
salesforce-e-amazon-fizeram-transformacoes-disrup 
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USP – Universidade de São Paulo. Teoria da Produção ou da Firma. Disponível em:
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