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1 Primeira República ou A República do Café com Leite

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Prévia do material em texto

História do Brasil 
República: Aspectos 
Formativos
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Edgar da Silva Gomes
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Primeira República ou “A República do Café com Leite”: 
As Oligarquias e a Organização Política (1889-1930)
• Introdução;
• Situação Econômica e Social do Brasil no início da República;
• Histórias sobre o Governo Provisório da República;
• Organizando a República...;
• A Instalação da República Liberal.
• Estudar o controle da elite política brasileira e suas intenções ou não de se fazer 
do Brasil um país republicano de fato.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Primeira República ou “A República do Café 
com Leite”: As Oligarquias e a Organização 
Política (1889-1930)
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Primeira República ou “A República do Café com Leite”: 
As Oligarquias e a Organização Política (1889-1930)
Contextualização
Refletindo o passado através de ações do presente! 
Em matéria publicada no portal de notícias Fórum, Glauco Faria e Vinicius Go-
mes expõem a insatisfação de grande parte da população brasileira, que está bus-
cando uma via alternativa, como também estão buscando uma saída alguns novos 
movimentos sociais europeus para a política que está altamente desacreditada e 
até mesmo banalizada pelas alianças partidárias nada etéreas que presenciamos 
nas últimas décadas. Essa matéria vem ao encontro da unidade estudada, Primeira 
República ou “A República do Café com Leite”: as oligarquias e a organiza-
ção política (1889-1930), em que a política para poucos, que não agradava no 
passado, nos agrada ainda menos hoje. 
Reflitam!
“A formação de um “Podemos brasileiro”? Ex-integrantes da Rede Sustentabilidade, PT, 
PSOL e PCdoB discutem o processo de composição de um novo partido. O Avante (nome pro-
visório) teria como pilares principais o bem comum, o bem viver, o ecossocialismo e o cida-
danismo, inspirado em experiências de outros países.” Disponível em: https://goo.gl/3tyPca
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Introdução
O Brasil foi lento em abolir a escravatura. Foi a última nação a tomar essa deci-
são, depois dos Estados Unidos (1865) e de Cuba (1886). Apenas um ano e meio 
depois veio a proclamação da República, e com ela utopias e projeções de um fu-
turo, talvez brilhante, para o país, que estava se livrando de um regime em que as 
decisões eram por demais centralizadas na capital e personificadas em D. Pedro II.
A razão de ser de tanta euforia, em boa parte, pode ser creditada à propaganda 
dos republicanos históricos, positivistas e às lojas maçônicas, que colaboraram em 
grau elevado para alardear a “ordem e progresso” que poderia advir com o regime 
republicano. Segundo Schwarcz, “o grande modelo civilizatório seria a França, 
com seus circuitos literários, cafés, teatros e uma sociabilidade urbana almejada em 
outras sociedades”. Mas de certa forma a França já vinha sendo o modelo “cultu-
ral” a ser seguido pela elite brasileira (SCHWARCZ, 2012); o modelo econômico, 
ou melhor, quem continuaria dominando economicamente o país, emprestando a 
altos juros e investindo capital, fora os banqueiros e empresas inglesas. A Repúbli-
ca prometia mais, os republicanos prometiam a igualdade e a liberdade para todos 
os cidadãos, prometiam a cidadania. 
Ao findar a forma de trabalho escravo, parecia que a porta para a cidadania atra-
vés da educação traria possibilidades de acessos ao menos favorecidos economica-
mente, traria inclusive a possibilidade de ascensão social, mas a imigração em massa 
e os preconceitos enraizados no país não possibilitaram essa mobilidade social aos 
escravos e pobres, enfiados nos rincões mais afastados do centro de poder. “Essa 
parecia ser uma nova era [...] as possibilidades de acesso à cidadania e a novas for-
mas de inclusão, imaginou-se um novo mundo, não mais cerceado por modelos de 
hierarquia social estrita, ou vinculados a critérios de origem” (SCHWARCZ, 2012). 
A República não foi para todos, ainda é o projeto hierárquico e restritivo das 
elites. Inicialmente, com o “Governo Provisório” sob o governo de Marechal De-
odoro, e depois, após a promulgação da primeira Constituição republicana, outro 
militar assumiu o posto de presidente, Floriano Peixoto. Com os dois militares, o 
cenário que se desenhava era de uma República linha dura, ao estilo do jacobi-
nismo francês, mas o que prevaleceu foi o velho clientelismo dos tempos da mo-
narquia. O primeiro presidente civil, Prudente de Moraes, continuou favorecendo 
a elite; o projeto republicano, desenhado nos tempos de monarquia não saiu do 
papel. Agora a disputa estava restrita às elites para saber que tipo de República 
seria conveniente para continuarem sendo donas do Brasil. Essa será a tônica desta 
nossa unidade, estudar os projetos de República para o Brasil a partir da elite. 
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UNIDADE Primeira República ou “A República do Café com Leite”: 
As Oligarquias e a Organização Política (1889-1930)
Situação Econômica e Social 
do Brasil no início da República
Ao iniciar-se o período republicano, a situação econômica e social do país estava 
mais ou menos da seguinte maneira, segundo o censo até 1890 – foram realizados 
dois censos mais confiáveis, nos anos de 1872 e 1890. A população estimada no 
ano de 1890: 14,333 milhões. Os primeiros dados gerais sobre instrução de 1872 
mostram um altíssimo índice de analfabetismo: entre os escravos, algo em torno 
de 99,9%; entre a população livre - incluem-se aqui os negros livres e brancos, o 
índice gira em torno de 80% de analfabetos; entre as mulheres, o censo indica algo 
em torno de 86%. A frequência escolar nesse período girava em torno de 16,85%. 
A instrução pública estava concentrada somente nas maiores províncias do país, 
ficando, como sempre, os lugares mais afastados do centro de poder relegados à 
própria sorte. No secundário, o número chegava a 12.000 matriculados e no ensi-
no superior, contávamos com aproximadamente 8 mil pessoas (FAUSTO, 2000).
Figura 1 Áudio descrição: Sala de aula com um pro-
fessor em pé e vários alunos e alunas sentados. Uns 
estão olhando atentamente para o professor e outros 
estão em conversas paralelas.
Figura 1
Fonte: Wikimedia CommonsUm abismo separava, pois, a elite letrada da grande massa de analfa-
betos e gente com instrução rudimentar. Escolas de cirurgia e outros 
ramos surgiram na Bahia e no Rio de Janeiro por ocasião da vinda de 
Dom João VI. Essas Escolas, assim como a de Engenharia, estavam 
vinculadas em sua origem a instituições militares [...] a formação da elite 
o passo mais importante foi a fundação da Faculdade de direito de São 
Paulo (1827) e de Olinda (1828). Delas saíram bacharéis que, como 
magistrados e advogados, formaram o núcleo dos quadros de políticos 
do Império. (FAUSTO, Boris. Op. cit., p. 237)
A sociedade, no final dos oitocentos, caminhava a passos largos em direção ao de-
senvolvimento e ao progresso. O Rio de Janeiro na última década do século XIX era 
o maior centro urbano do país. Lá acontecia toda movimentação política importante, 
as transações econômicas e os maiores investimentos, capitaneados pelo Barão de 
Mauá, que até o ano de sua falência, em 1875, foi um dos maiores empreendedores 
que o Brasil já teve.
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O Barão de Mauá: Irineu Evangelista de Souza: industrial, banqueiro, político e diplomata.
• 1846: Edifi cou os estaleiros da Companhia Ponta da Areia, a indústria náutica brasileira, 
Niterói - RJ. Dividiu-se entre a profi ssão de industrial e a de banqueiro.
Possuía a maior indústria do país, fabricando caldeiras para máquinas a vapor, investindo 
em engenhos de açúcar, guindastes, prensas, armas e tubos para encanamento de água.
Foi precursor na área dos serviços públicos. Entre várias de suas atuações, podemos citar:
• 1851: Construiu uma companhia de gás voltada para a iluminação pública do Rio de Janeiro.
• 1852: Corporações de navegação a vapor no Rio Grande do Sul e no Amazonas.
• 1854: Primeira estrada ferroviária: de Petrópolis - Rio de Janeiro.
• 1854: Primeira estrada ladrilhada do país, a União e Indústria: Petrópolis - Juiz de Fora.
• 1874: Ajustou o assentamento do cabo submarino, entre tantas outras realizações.
• Com capitalistas da Inglaterra e cafeicultores de São Paulo, tomou parte na construção 
da Recife and São Francisco Railway Company, da estrada de ferro Dom Pedro II – hoje 
a Central do Brasil, e da São Paulo Railway – atual Santos-Jundiaí.
• Deu início à edificação do canal do mangue, no Rio de Janeiro, e respondeu pela 
implantação dos primeiros cabos telegráficos e submarinos, conectando o Brasil 
à Europa.
• Em 1850 inaugurou o Banco Mauá, MaCGregor & Cia, com fi liais nas capitais brasilei-
ras e no exterior: Londres, Nova Iorque, Buenos Aires e Montevidéu.
• 1875: Sofreu um duro golpe, amargou a falência do Banco Mauá. Em vista disso, foi obri-
gado a vender a maior parte de suas empresas a capitalistas do exterior.
Encontrava-se então doente, era portador de diabetes, porém só sossegou quando fi nal-
mente conseguiu liquidar todas as suas contas..
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Fonte: Info Escola. Disponível em: https://goo.gl/pY8bJQ. Acesso em: 19 fev. 2015
São Paulo apresentava grande evolução, se comparado ao que era no início do 
século XIX; agora estava se tornando um centro de negócios cafeeiros e atraía cada 
vez mais imigrantes para suas lavouras e para a capital da província. Eram maiores 
que São Paulo algumas capitais do norte e nordeste: Salvador, Recife e Belém.
A economia brasileira ainda estava concentrada quase que predominantemente 
na agricultura. O censo de 1872 indicava que 80% dessa atividade movia a eco-
nomia do país, ficando os serviços, em que os serviços domésticos representavam 
mais da metade desta categoria, com 13% e a indústria com apenas 7% das ativi-
dades econômicas, isso porque a mineração era enquadrada nesta categoria. 
O desenvolvimento econômico só se consolidaria no Centro-Sul a partir de 
1870, deixando o nordeste definitivamente para trás. Essa inversão deu-se com o 
aumento do consumo de café em países como os Estados Unidos, onde o costume 
de tomar café ampliou-se muito com o rápido crescimento da população norte-
-americana. O mesmo não ocorreu com o principal produto de exportação do 
nordeste, o açúcar, que sofria concorrência principalmente de Cuba e do açúcar 
extraído da beterraba na Alemanha. Outro fator que impulsionou a produção do 
açúcar cubano foi que em 1860 70% da produção da ilha estavam automatizados, 
utilizando máquinas a vapor, enquanto que nos engenhos pernambucanos a auto-
matização chegava a apenas 2% da produção.
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UNIDADE Primeira República ou “A República do Café com Leite”: 
As Oligarquias e a Organização Política (1889-1930)
Outro produto que alavancava a economia do norte/nordeste era o algodão, 
isso desde os tempos da colônia, mas já no início do século XIX o algodão dos 
Estados Unidos começou a desbancar as exportações brasileiras desse produto que 
era fornecido pelas províncias de Pernambuco, Maranhão, Paraíba e Alagoas. O 
algodão teve uma sobrevida na “entressafra” da Guerra Civil americana entre os 
anos de 1861 a 1865 e voltou a ter importância com o impulso posterior dado 
pela indústria têxtil nacional.
Outro produto que se tornou o eldorado da produção brasileira de gêneros primá-
rios para a exportação foi a borracha amazônica. Nas últimas décadas do século XIX, 
a partir da década de 1880 até a primeira década do século XX, a borracha chegou a 
desenvolver um polo econômico regional muito importante. O negócio sobrevivia das 
difíceis condições de trabalho, quase que artesanal, e o comércio se concentrava nas 
mãos de pequenos atravessadores, formado principalmente por grupos de portugue-
ses. Com o aumento da demanda, surgiu uma rede bancária, casas importadoras de 
bens de consumo, que alimentava um comércio crescente com os extrativistas. Isso 
fez também com que o fluxo de pessoas aumentasse muito para Porto Velho, Belém e 
Manaus, desenvolvendo essas cidades e algumas outras no interior dessas províncias. 
Mas, o pequeno trabalhador e o seringueiro continuaram a ser explorados.
Nem toda atividade agrícola produzida no país se destinava à exportação. Des-
de a colônia, algumas regiões se dedicaram ao abastecimento interno de gêneros 
de primeira necessidade, como arroz, feijão, milho, mandioca, bovinos e porcos. 
Destacaram-se nessa produção interna as províncias de Minas Gerais e o sul do 
país, com destaque para o Rio Grande do Sul. Essa produção era distribuída pra-
ticamente para quase todo o país. Minas, com sua vasta extensão de terras e com 
regiões muito distintas, tanto poderia abastecer o Rio de Janeiro, São Paulo, como 
províncias do nordeste, como Bahia e Pernambuco.
Figura 2 Áudio descrição: Desenho 
de um trem “maria fumaça” de 
cor marrom em um fundo de cor 
amarelada
Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images
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Apesar da importância e praticidade do transporte sobre trilhos, o Brasil, que chegou a ter 
uma extensa malha ferroviária, não deu prosseguimento a esse meio de transporte, que foi 
“encolhendo” ao longo de nossa história republicana... 
“Esta estrada de ferro que se abre hoje ao trânsito público é apenas o primeiro passo na 
realização de um pensamento grandioso”. Esta declaração foi feita por Irineu Evangelista de 
Souza perante o Imperador D. Pedro II ao inaugurar, no dia 30 de abril de 1854, o primeiro 
trecho de linha férrea no país. Chamada inicialmente de Estrada de Ferro Petrópolis, ligando 
Porto Mauá a Fragoso, no Rio de Janeiro, contava com uma extensão de 14 Km e sua che-
gada a Petrópolis, transpondo a Serra do Mar, ocorreu somente em 1886. As difi culdades e 
desafi os para implantar estradas de ferro no Brasil eram muitos. Procurando atrair inves-
tidores, o governo implantou um sistema de concessões, que se tornou característico da 
política de infraestrutura do então Império. Entre o fi nal do século XIX e início do século XX 
foram efetuados investimentos signifi cativos para a construção de linhas férreas, oriundos, 
entre outros, de investidores britânicos. A expansão ferroviária atendeu a dois objetivos: 
propiciar a entrada de capital estrangeiro no país e o crescimento da economia exportadora.As primeiras linhas, nesse sentido, visavam interligar os centros de produção agrícola e de 
mineração aos portos, através da ligação direta ou vencendo obstáculos à navegação fl uvial. 
Com o objetivo de ordenar a implantação das linhas, foram feitos vários planos de viação. No 
entanto, a política de concessões estabelecida pelo governo brasileiro inviabilizou a constru-
ção de uma rede integrada da malha ferroviária..
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Fonte: IPHAN – http://portal.iphan.gov.br/
Histórias sobre o Governo 
Provisório da República
Fato importante durante a proclamação da República foi que estava em curso 
nos Estados Unidos a I Conferência Internacional Americana, convocada pelos 
americanos. Os republicanos viam com bons olhos a aproximação do Brasil com os 
Estados Unidos. Com isso, substituíram o representante brasileiro na conferência 
por um republicano histórico, Salvador de Mendonça, que aproximou mais o Brasil 
dos pontos de vista políticos dos Estados Unidos, haja vista a anterior preferência 
dada à Inglaterra pelos monarquistas. “O nítido deslocamento do eixo da diploma-
cia brasileira de Londres para Washington se deu com a entrada do Barão do Rio 
Branco para o Ministério das Relações Exteriores, onde permaneceu por longos 
anos, entre 1902 e 1912” (FAUSTO, 2000). Com Joaquim Nabuco na embaixada 
brasileira em Washington, o alinhamento com os Estados Unidos não foi automá-
tico, mas garantiu ao Brasil o status de potência sul-americana.
O governo provisório, instituído na noite do dia 15 de novembro de 1889, 
teve como primeira e mais importante missão elaborar a primeira Constituição 
republicana da história do Brasil, como vimos acima. Mas, nesse interim, outra me-
dida importante seria colocar em prática uma política econômica, a cargo de Rui 
Barbosa, que pudesse alavancar o desenvolvimento do país, pois as regiões mais 
distantes do centro de poder permaneciam estagnadas economicamente. O país, 
agora uma república federativa, dava autonomia aos estados, mas devia zelar pelo 
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UNIDADE Primeira República ou “A República do Café com Leite”: 
As Oligarquias e a Organização Política (1889-1930)
desenvolvimento integral da nação. Na monarquia, “tal como sucedera na Colônia, 
a administração imperial centralizada estava muito presente nas regiões próximas à 
Corte e em algumas capitais de província, esfarelando-se nas áreas mais distantes” 
(FAUSTO, 2000).
Voltando-nos para o início da política republicana, vejamos alguns decretos im-
portantes, segundo a Câmara dos Deputados. Durante o Governo Provisório, algu-
mas medidas importantes foram tomadas. Em um regime de exceção, não faltaram 
medidas “antidemocráticas”, como o decreto 85-A, que “cria uma comissão militar 
para julgamento dos crimes de conspiração contra a República e seu Governo, 
aplicando-lhes as penas militares de sedição”, ou o Decreto nº 7, que “dissolve e 
extingue as assembleias provinciais e fixa provisoriamente as atribuições dos go-
vernadores de estados”, e ainda o decreto que bania a família real do país, o De-
creto nº 78-A, que “trata do banimento do território brasileiro do Sr. D. Pedro de 
Alcântara, e com ele sua família, e ainda fica-lhe vedado possuir imóveis no Brasil”.
Nem todas as notícias foram antidemocráticas, afinal os republicanos precisa-
vam mostrar ao país algumas mudanças positivas, como a que definiu os eleitores 
para escolha da Assembleia Constituinte de 1890; e o Decreto nº 6, que “declara 
que se consideram eleitores para as câmaras gerais, provinciais e municipais todos 
os cidadãos brasileiros, no gozo dos seus direitos civis e políticos, que souberem ler 
e escrever”. Outra medida importante, que na realidade era um benefício concedi-
do pelo imperador, foi o decreto n. 5, que “assegura a continuação do subsídio com 
que o ex-imperador pensionava do seu bolso a necessitados e enfermos, viúvas e 
órfãos”1 (FAUSTO, 2000).
O Brasil não poderia ser governado eternamente por decretos de um governo 
provisório. Por isso, os partidários da república liberal pressionaram para que a As-
sembleia Constituinte fosse instalada o mais rápido possível, pois do outro lado, o dos 
militares, não haveria oposição se acaso viesse a prevalecer um regime de ditadura 
republicana, possibilidade já aventada durante a campanha republicana; era melhor 
não correr esse risco. Para o ministro da fazenda do governo provisório – Rui Barbo-
sa – “era necessário dar uma forma constitucional ao país para garantir o reconheci-
mento da república e a obtenção de crédito no exterior”. (FAUSTO, 2000) 
Figura 3 Áudio descrição: Imagem 
da capa da Constituição da República 
dos Estados Unidos do brasil, 
proclamada em 15 de novembro de 
1889 em exposição numa vitrine.
Figura 3
Fonte: Wikimedia Commons
1 Os dados dos decretos foram retirados do site da Câmara dos Deputados: <https://goo.gl/3NVnDU>. Acesso em: 
19 fev. 2015. FAUSTO, Boris. História do Brasil. 10ª ed. São Paulo: Edusp, 2000, p. 249.
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Logo após a proclamação da República, o Governo Provisório nomeia comissão de juristas, 
sob a presidência de Saldanha Marinho, para elaborar projeto de Constituição. Esse projeto 
deveria ser submetido à discussão e aprovação da Assembleia Constituinte, escolhida por 
meio de eleições, a ser instalada em 15 de novembro de 1890. O projeto apresentado pela 
Comissão não foi aprovado pelo Governo Provisório, que encarregou Rui Barbosa de revê-lo. 
Por quinze dias, Rui reuniu-se em sua residência, na praia do Flamengo, para discutir com 
todos os ministros os artigos com suas emendas. Ao longo do processo, Rui levava todas as 
modifi cações a Deodoro. Por fi m, deu forma defi nitiva ao projeto, aprovado em junho de 
1890, que contemplava o presidencialismo, a federação e a divisão dos poderes em Legisla-
tivo, Executivo e Judiciário2.
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A nossa primeira Constituição republicana teve como inspiração o modelo cons-
titucional dos Estados Unidos, consagrando a República Federativa Liberal. A au-
tonomia dos estados foi garantida pelo Art. 65, paragrafo 2º da Constituição; nele 
os estados, antigas províncias, através do modelo federativo, passaram a ter auto-
nomia em várias matérias administrativas, como, por exemplo, contrair emprés-
timos no exterior, organizar suas forças militares, decretar impostos, entre outras 
atribuições, antes vedadas pela centralização de poderes nas mãos do monarca.2
Mas, segundo Boris Fausto, a ideia de ultrafederalismo, defendida pelos positi-
vistas gaúchos, foi rechaçada pelos militares apoiados pelo estado de São Paulo. 
À união coube criar os impostos de importação, criar bancos, emitir moeda e or-
ganizar as forças armadas nacionais, e caso necessário fosse, a União poderia in-
tervir nos Estados para restabelecer a ordem e, ainda, manter a forma republicana 
federativa, assim como em outras situações que achasse necessária sua intervenção 
(FAUSTO, 2000).
Figura 4 Áudio descrição: Ilustração 
denominada como “A pátrica recebe das mãos do 
governo republicano a sua Constituição política. A 
fi gura é composta pela representação da Pátria por 
uma uma mulher que ergue uma girlanda acima 
da cabeça de Rui barbosa, enquanto o Marechal 
Deodoro entrega a constituição para a Pátria.
Ao fi nal consta os dizeres: “A pátria recebe das mãos 
do governo republicano a sua Constituição Política”
Figura 4
Fonte: bndigital.bn.br
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UNIDADE Primeira República ou “A República do Café com Leite”: 
As Oligarquias e a Organização Política (1889-1930)
Importante!
Quando foi afinal promulgada, a 24 de fevereiro de 1891, a primeira Constituição repu-
blicana, pouco alterada ao longo dos debates legislativos, trazia a marca indelével das 
contribuições de Rui Barbosa. Deve-se a ele o figurino federativo e presidencial que a 
República assumiu. Uma das mais significativas contribuições de Rui Barbosa à Consti-
tuição de 1891 foi atribuir ao recém-criado Supremo Tribunal Federal o controle sobre a 
constitucionalidade das leis e atos do Legislativo e Executivo. E, como o projetoconstitu-
cional não contemplava a garantia da liberdade do indivíduo em situações de violência 
ou coação, por ilegalidade ou abuso de poder, Rui acrescentou-lhe o direito ao habeas-
-corpus. Assim, foi Rui Barbosa quem transformou o STF no guardião da Constituição e, 
em especial, dos direitos e liberdades individuais.
Fonte: Projeto memória. Disponível em: https://goo.gl/TsRxQH. Acesso em: 19 fev. 2015.
Trocando ideias...
A Constituição estabeleceu os três poderes: Executivo, Legislativo e Judici-
ário, que deveriam ser independentes e harmônicos entre si. O poder que antes 
era desempenhado pelo monarca seria desempenhado por um presidente da Re-
pública, eleito periodicamente num espaço de quatro em quatro anos. A forma de 
governo escolhida na Constituição de 1891 foi a presidencialista. Os ministros, 
pessoas de confiança do presidente, poderiam ser nomeados ou demitidos a qual-
quer momento. O primeiro presidente e vice-presidente, excepcionalmente, seriam 
eleitos de forma indireta pela Assembleia Constituinte.
O Legislativo, assim como na monarquia, foi divido em Câmara de Deputados 
e Senado; a diferença estava no fato de que na República os senadores não teriam 
mais o cargo de forma vitalícia. No entanto, seus mandatos eram longos, nove 
anos, e cada estado e mais o distrito federal elegeriam três representantes para o 
Senado. Os deputados seriam eleitos proporcionalmente ao número de habitantes 
de seus estados, com mandatos de apenas três anos.
A Constituição decidiu pelo voto direto e universal, suprimindo o antigo sistema 
de censo econômico, em vigor durante a monarquia. Poderiam votar todos os cida-
dãos brasileiros acima de 21 anos, exceto mendigos, analfabetos e praças militares. 
As mulheres, apesar de não serem citadas na Constituição, ficaram implicitamente 
impedidas de votar.
Caricatura do “voto de cabresto” acesse: https://goo.gl/42SvyW
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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL
TÍTULO I - Da Organização Federal - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art 1º - A Nação brasileira adota como forma de Governo, sob o regime repre-
sentativo, a República Federativa, proclamada a 15 de novembro de 1889, e 
constitui-se, por união perpétua e indissolúvel das suas antigas Províncias, em 
Estados Unidos do Brasil.
Art 2º - Cada uma das antigas Províncias formará um Estado e o antigo Município 
Neutro constituirá o Distrito Federal, continuando a ser a Capital da União, en-
quanto não se der execução ao disposto no artigo seguinte.
Art 3º - Fica pertencendo à União, no planalto central da República, uma zona 
de 14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada para nela 
estabeIecer-se a futura Capital federal.
Parágrafo único - Efetuada a mudança da Capital, o atual Distrito Federal passará 
a constituir um Estado.
Art 4º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-
-se, para se anexar a outros, ou formar novos Estados, mediante aquiescência das 
respectivas Assembleias Legislativas, em duas sessões anuais sucessivas, e apro-
vação do Congresso Nacional.
Art 5º - Incumbe a cada Estado prover, a expensas próprias, as necessidades de 
seu Governo e administração; a União, porém, prestará socorros ao Estado que, 
em caso de calamidade pública, os solicitar.
Art.6º - O Governo federal não poderá intervir em negócios peculiares aos Estados 
[...] 
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Fonte: Planalto. Disponível em: https://goo.gl/tLgFBx. Acesso em: 19 fev. 2015
Apesar do Decreto n. 6, o voto durante a Primeira República, ou mesmo depois, não foi livre 
como se supõe e a lei não garantiu a liberdade de escolha do cidadão, pois o sistema eleito-
ral estava subordinado, em cada região, à vontade de um “coronel”, homem rico, geralmente 
fazendeiro, que impunha aos seus subordinados sua vontade política, através do abuso de 
sua autoridade, uso da violência, ou mesmo pela compra de votos, elegendo seus apadri-
nhados para os diversos cargos políticos e judiciários. Esse sistema de imposição é conhecido 
na historiografi a como “voto de cabresto”.
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Outras medidas importantes do Governo Provisório, tomadas por Decretos, fo-
ram promulgadas na primeira Constituição republicana. Já separados pelo decreto 
119-A de 7 de janeiro de 1890,
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UNIDADE Primeira República ou “A República do Café com Leite”: 
As Oligarquias e a Organização Política (1889-1930)
Estado e Igreja passaram a ser instituições separadas. Deixou assim de exis-
tir uma religião oficial no Brasil. Importantes funções, até então monopo-
lizadas pela Igreja Católica, foram atribuídas ao Estado. A República só 
reconheceria o casamento civil, e os cemitérios passaram às mãos da admi-
nistração municipal. Neles seria livre o culto de todas as crenças religiosas. 
Uma lei veio completar, em 1893, esses preceitos constitucionais, criando 
o registro para o nascimento e o falecimento de pessoas [...] os imigrantes 
alemães não eram em sua maioria católicos, e sim protestantes luteranos. 
Outra medida destinada a integrar os imigrantes foi a chamada grande natu-
ralização [...] tornaram-se cidadãos brasileiros os estrangeiros [...] não decla-
rassem, dentro de seis meses após entrar em vigor a constituição, o desejo 
de conservar a nacionalidade de origem. (FAUSTO, 2000)
Portanto, a Constituição resolveu de forma prática alguns empecilhos para inte-
grar cidadãos de origem e crenças diferentes ao cotidiano da nação. O que não se 
resolveu foi a situação econômica do país, grande pretensão de Rui Barbosa.
Durante o Governo Provisório, o Ministério da Fazenda esteve sob a batuta do 
republicano de última hora, Rui Barbosa, político competente e influente nas últi-
mas décadas da monarquia. Rui conviveu durante muito tempo com a submissão 
do país à politica econômica inglesa e a estagnação da indústria nacional, sempre 
atada às amarras das decisões do monarca. Agora, como ministro da fazenda, Rui 
Barbosa pretendia melhorar as condições de investimento no país e alavancar a 
industrialização, que no Segundo Reinado representava apenas 7% da economia 
brasileira. Entre seus planos estava favorecer a classe média emergente. A monar-
quia deixou de herança um país que se equilibrava na balança comercial agrícola, e 
que não mudou muito durante a Primeira República.
O primeiro ano da República foi marcado por forte entusiasmo nos negócios; 
foi uma verdadeira febre de negócios e, consequentemente, de grande especulação 
financeira. No final do Império, a quantidade de papel moeda que circulava no país 
era incompatível com as novas demandas do mercado financeiro, em grande parte 
por causa da entrada de imigrantes, a abolição da escravatura e a nova realidade 
do mercado de trabalho com mão de obra assalariada.
Rui Barbosa, desde o início de sua gestão no Ministério da Fazenda, tentou solu-
cionar o problema do “meio circulante” com vasta oferta de crédito, e isso foi reali-
zado por decreto; foram vários decretos na tentativa de aumentar a oferta de moeda 
e facilitar a formação de sociedades anônimas. Entre seus decretos estava o que 
dava aos bancos autonomia para emitir papel moeda. O banco emissor do Rio de 
Janeiro, administrado por um dos maiores empresários da época, Francisco de Paula 
Mayrink, teve o papel fundamental de emissor do Rio de Janeiro. “As iniciativas de 
Rui Barbosa concorreram para expandir o crédito e gerar a ideia de que a República 
seria o reino dos negócios” (FAUSTO, 2000).
Mas, nem tudo que reluz é ouro. A oferta de crédito fácil colaborou para a 
criação de muitas empresas, entre elas empresas que estavam fora do mundo real, 
gerando especulação na bolsa de valores e elevando fortemente o custo de vida, 
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criando assim uma alta inflação, que corroeu muitos negócios. “No início de 1891 
veio a crise, com a derrubada do preço das ações, a falência de estabelecimentos 
bancários e empresas. O valor da moeda brasileira, cotado em relação à lira ingle-
sa, começou a despencar” (FAUSTO, 2000). Contribui para essa situação de criseno Brasil uma forte crise ocorrida na Argentina no ano de 1890 e que tinha como 
sustentáculo os mesmos investidores estrangeiros, ou seja, os ingleses, que segura-
ram suas aplicações na América do Sul.
Figura 5 Áudio descrição: 
ilustração simplificada de 
Rui Barbosa erguendo um 
lápis.
Figura 5
Fonte: Fundação Rui Barbosa
O Encilhamento, nome pelo qual fi cou conhecida a política econômica de Rui Barbosa, teve 
consequências desastrosas para o futuro do país. Houve um extraordinário aumento infl a-
cionário, que alçou os preços às alturas, provocando uma crise muito séria. Este momento 
crucial para a economia do país fi cou conhecido como encilhamento – termo utilizado no 
esporte com o objetivo de designar os preparativos para a entrada dos cavalos na pista de 
corrida – e durou de 1889 a 1892. A intenção de Rui Barbosa foi boa, porém colocar em 
circulação tanto papel-moeda para fi nanciar novas indústrias, sem nenhuma garantia, 
atraiu aqueles que, abusando da boa fé ou da credulidade de outrem, fi zeram uso de atos 
contrários à moral ou às leis. Os especuladores conceberam planos grandiosos demais para 
se concretizarem, e logo após ofereceram suas ações na Bolsa de Valores, vendendo-as a 
um preço considerável. A elevada infl ação, conjuntamente com o encilhamento, criou uma 
desabalada aquisição de mercadorias, com o objetivo de revendê-las mais tarde com o lucro 
resultante da variação do seu preço na Bolsa de Valores.
O que aconteceu depois foi uma disputa acirrada entre as empresas que possuíam ações na 
Bolsa, conturbando ainda mais o cenário econômico. Em janeiro de 1891, muito frustrado, o 
ministro deixou o governo, à beira de um colapso. 
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Fonte: Info Escola. Disponível em: https://goo.gl/hoZoS8. Acesso em: 19 fev. 2015.
Rui Barbosa não conseguiu alavancar o progresso do Brasil em sua gestão 
como ministro da fazenda. A grave situação vinha dos tempos da Monarquia e 
não poderia ser resolvida apenas aumentando-se o meio circulante – quantidade 
de papel moeda disponível no mercado. A dívida externa consumia anualmente 
grande parte do saldo da balança comercial. Em 1890, o déficit público se 
agravou, e com isso as perspectivas de melhoras no campo econômico se esvaíam;
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UNIDADE Primeira República ou “A República do Café com Leite”: 
As Oligarquias e a Organização Política (1889-1930)
aumentavam a desproporção entre o que o governo arrecadava e o que era preciso 
gastar, principalmente para as operações militares em curso com algumas revoltas 
regionais, como, por exemplo, Canudos2.A situação só se agravou até o fim do 
século XIX. As disputas políticas também não ajudaram a equacionar os problemas 
econômicos, que durariam ainda algumas décadas.
Organizando a República...
Os diversos grupos que disputavam o poder tinham concepções e interesses 
diferentes de como organizar a República. As classes dominantes das ex-províncias 
de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul defendiam a ideia de república 
federativa com considerável grau de autonomia em relação ao poder central. Em 
relação à organização do poder, tanto os paulistas do PRP quanto os políticos 
mineiros defendiam o modelo liberal. “A base da República seria constituída de 
cidadãos, representados na direção do Estado por um presidente eleito e pelo Con-
gresso” (FAUSTO, 2000). Os maiores adversários dessa concepção de república, 
positivistas ou não, estavam aninhados no Exército.
Entre os gaúchos republicanos, predominava o positivismo, tanto no Exército 
como na vida pública, sob a influência de Júlio de Castilhos. Os militares do Exér-
cito, alinhados a marechal Deodoro, antigo monarquista, não tinham uma visão 
elaborada de república, mas sabiam de antemão que deveriam ter mais participa-
ção no poder do que tiveram com a monarquia. Os militares do Exército defendiam 
um Poder Executivo forte, com um curto período de ditadura republicana, ou até 
o regime se consolidar. A autonomia das ex-províncias era vista com certa descon-
fiança, o principal motivo era a possibilidade de fragmentação do país. A Marinha, 
capitaneada por Floriano Peixoto, era vista como monarquista, mas os jovens sol-
dados da escola militar, ligados a Floriano, propunham uma inserção maior na 
sociedade como “soldados-cidadãos”, desejavam uma sociedade com “Ordem” e 
“Progresso” e por eles influenciada. Os militares governaram o país até 1894, 
quando assumiu o primeiro presidente civil de nossa história, o paulista Prudente 
de Morais, colocando um fim nas pretensões de uma República fardada linha dura.
A Instalação da República Liberal
O que prevaleceu depois de dois governos militares, Deodoro e Floriano, foi 
a República Liberal, iniciada no governo de Prudente de Morais, eleito em 1º de 
março de 1894. Também a partir desse governo, declinou o jacobinismo republi-
cano concentrado no Rio de Janeiro. “Tornou-se aguda a oposição, já existente 
na época de Floriano, entre a elite política dos grandes Estados e o republicanismo 
jacobino, concentrado no Rio de Janeiro” (FAUSTO, 2000).Os jacobinos cariocas 
eram antilusitanos e adversários do Liberalismo, e se assumiam como patriotas. 
2 Para saber mais sobre Canudos, leia o livro: MACEDO, José Rivair; MAESTRI, Mário. Belo Monte: uma história da 
guerra de Canudos. São Paulo: Expressão Popular, 2004.
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Boa parte do comércio carioca estava nas mãos dos portugueses, que eram cons-
tantemente atacados pelos jacobinos. 
No governo de Campos Sales, a República Liberal se consolidou; o jacobinismo 
foi totalmente debelado, após uma tentativa de assassinato de Prudente de Morais. 
Os militares, por ora, se recolheram aos quartéis. Capitaneados pelo Estado de São 
Paulo, teríamos daí por diante um longo período de dominação de “poucos” na po-
lítica, ou seja, uma República Oligárquica; estavam sendo criados os mecanismos 
para que essa política de “poucos” ganhasse estabilidade.
 Oligarquia: é uma forma de governo na qual o poder político se encontra concentrado nas 
mãos de um pequeno número de pessoas privilegiado por algum motivo [...] O governo de 
poucos sugerido pela expressão Oligarquia pode ser consequência de variados privilégios na 
sociedade, ou seja, distinções provenientes da nobreza, de laços familiares, de poder militar, 
de partidos políticos ou da própria riqueza. Como consequência da concentração do poder 
nas mãos de grupos pequenos, ocorre o impedimento que amplas parcelas da população 
participem do processo político e de seus debates [...] O Brasil tem sua história republica-
na muito marcada pela Oligarquia. O período designado como Primeira República, entre 
1889 e 1930, é o mais emblemático nessa questão, pois os grandes proprietários de terras se 
benefi ciavam de seus poderes econômicos para promover apropriação dos meios políticos, 
infl uenciando diretamente o futuro do país.
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Houve em alguns Estados, devido à autonomia que conquistaram com o fede-
ralismo, vários atritos entre as elites rivais. O governo federal, aproveitando-se de 
dispositivos constitucionais, passou a intervir nessas questões particulares, sempre 
em apoio ao seu grupo aliado, pois caso um grupo rival ao governo federal saísse 
vencedor nas disputas por poder, os arranjos políticos entre Estados e União pode-
riam sofrer sérios abalos.
Devido a esses problemas entre elites rivais nos Estados, o presidente Campos 
Sales concebeu um arranjo que ficou conhecido na historiografia brasileira como 
“política dos governadores”, cujos principais objetivos foram:
reduzir ao máximo as disputas políticas no âmbito de cada estado, presti-
giando os grupos mais fortes; chegar a um acordo básico entre a União e 
os Estados; pôr fim à hostilidade existente entre Executivo e Legislativo, 
domesticando a escolha dos deputados. O governo central sustentaria 
assim os grupos dominantes nos estados, enquanto que estes, em troca, 
apoiariam a política do presidente da república. Para ajustar a Câmara 
dos Deputados [...] processou uma pequena, mas importante modificaçãoem seu regimento [...] um exemplo vivo de como se manipulava a repre-
sentação popular [...] os candidatos eleitos recebiam um diploma [...] ele 
era muitas vezes contestado [...] a validade do diploma dependia de exame 
por parte de uma comissão de verificação de poderes, constituída de de-
putados escolhidos pelo plenário da Câmara [...]. Este era em regra uma 
figura afinada com o presidente da república. (FAUSTO, 2000)
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UNIDADE Primeira República ou “A República do Café com Leite”: 
As Oligarquias e a Organização Política (1889-1930)
Pode-se deduzir daí como as escolhas das prioridades político-sociais do país 
foram manipuladas pelos grupos detentores de maior poder econômico e, conse-
quentemente, estabelecidos nos Estados mais ricos do país, vindo com isso afetar 
toda a estrutura educacional e de distribuição de renda nos estados mais pobres, 
consequências estas que nos afetam até os dias atuais. Desses arranjos políticos, 
surgiu outra nomenclatura clássica de nossa historiografia, a política do “café com 
leite”, relacionando a alternância no poder dos dois Estados que mais cresciam 
política e economicamente no final do século XIX. Mas a lógica não é tão simples 
assim. Segundo Joseph Love, a “Política dos Governadores” foi apoiada pelos es-
tados de São Paulo e Minas Gerais, ou seja, apoiando a política dos governadores, 
esses estados estariam mais fortes para dominar o poder da União.
O sistema politico instaurado pela constituição de 1891 parecia anômalo 
na América Latina, até mesmo anacrônico à luz das tendências centraliza-
doras do México, da Colômbia, da Argentina. E, todavia, uma república 
descentralizada servia melhor aos interesses de poderosos grupos orienta-
dos para a exportação na chamada “política dos governadores”, de 1900. 
Esse sistema, dirigido pelo presidente da república e pelos presidentes 
de São Paulo e de Minas Gerais, era um arranjo segundo o qual as elites 
dirigentes de todos os níveis apoiavam-se reciprocamente. (LOVE, 1992)
São Paulo tratou logo de garantir sua autonomia. Com a economia em expansão 
e uma Força Pública poderosa, os políticos paulistas se articularam para apoiar o 
governo federal e com isso ter dele o apoio para as políticas de valorização do café. 
A economia paulista se diversificava bastante durante os primeiros anos da Repúbli-
ca, mas a força política do estado ainda era substancialmente alimentada pela elite 
cafeeira, que é quem investia boa parte de seus lucros na industrialização do estado.
A habilidade política dos paulistas estava centrada no fato de que na década de 
1890 a produção das fazendas paulistas cresceu demais, causando problemas para os 
lucros dos barões do café. A grande oferta do produto fazia o preço baixar no mercado 
internacional. Para evitar as perdas geradas pelo aumento da oferta do produto, ou da 
oscilação da moeda nacional em relação à libra esterlina, o governo federal foi pres-
sionado pelos políticos paulistas, na sua maioria pertencentes à elite dos cafeicultores, 
para que se criassem mecanismos legais para evitar a falência dos barões do café.
Campos Sales fez vários planos de intervenção governamental no mercado ca-
feeiro; o mais conhecido, de 1906, foi o “Convênio de Taubaté”. Esse acordo foi 
assinado pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O governo 
federal fez um empréstimo de 15 milhões de libras para comprar o café “exce-
dente” dos cafeicultores; com isso, evitou que os barões tivessem prejuízo. O café 
comprado era estocado e vendido no mercado internacional. A compra do café 
22
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pelo governo fazia diminuir a oferta do produto, com isso equilibrava a dinâmica 
produção-consumo, fazendo o preço do café se elevar novamente.
No ano de 1907, São Paulo, por oposição dos outros estados do convênio, se 
associou a um grupo de exportadores americanos, cujo líder era Hermann Sielcken, 
o que possibilitou a São Paulo retirar até o final de 1907 8,2 milhões de sacas de 
café, armazenadas em cidades da Europa e Estados Unidos, mas também era uma 
situação provisória, pois o volume de negócios era muito grande para se manter 
sem um empréstimo de grande vulto e a longo prazo.
O presidente Afonso Pena, no final de 1908, encaminhou um pedido de ga-
rantia federal para um empréstimo de 15 milhões de libras para São Paulo levar 
adiante seu projeto de estocagem do excedente da produção cafeeira. O pedido foi 
aprovado sem emendas, mas não sem contar com alguns votos contrários. A maior 
crítica era sobre o favorecimento de São Paulo em detrimento dos demais estados 
da federação. O deputado mineiro Pandiá Calógeras achava que os paulistas es-
tavam cometendo desatinos na lavoura, e que a nação não deveria arcar com as 
irresponsabilidades de São Paulo. Em julho de 1913, o empréstimo dos paulistas 
foi pago aos banqueiros estrangeiros.
Outras valorizações forçadas da produção cafeeira se deram durante a Primeira 
Guerra Mundial (1914-1919), com o presidente Venceslau Brás, e mais outra no 
governo do paraibano Epitácio Pessoa, que contou com o apoio dos políticos mi-
neiros (1921). A economia de São Paulo estava se diversificando cada vez mais, 
mas os políticos paulistas não abandonaram a defesa dos barões do café na esfera 
federal, de onde ainda se abastecia boa parte dos políticos paulistas. Em 1924, o 
mineiro Arthur Bernardes, preocupado com as contas da União, quebrou a tradi-
ção de proteção aos cafeicultores paulistas, que a partir daí assumiram a defesa 
permanente do “ouro negro”, que ajudou a alavancar a riqueza dos paulistas. 
Diferentemente dos políticos paulistas, que defendiam em bloco a elite cafeicul-
tora do estado, os mineiros representavam um estado com uma economia diversifi-
cada em produtos, como leite, café, gado e indústria. Minas Gerais, diferentemente 
de São Paulo, dependia muito mais dos recursos da União. Com isso, os políticos 
mineiros se “profissionalizaram”, sem defender interesses específicos, acumulando 
assim bastante poder. O poder e a influência dos mineiros na Câmara dos Deputa-
dos, onde contavam com 37 membros, era muito maior que o poder e a influência 
dos paulistas, que contavam com 15 representantes a menos nesta Casa. 
Os mineiros capitalizaram sua força política para indicação de seus correligioná-
rios a vários cargos federais. Essas indicações lhes valeram também oportunidades 
de expansão econômica. Na década de 1920, quase 40% das novas construções 
23
UNIDADE Primeira República ou “A República do Café com Leite”: 
As Oligarquias e a Organização Política (1889-1930)
de ferrovias federais se concentravam em território mineiro. Mas, como bons polí-
ticos, circunstancialmente, apoiavam a valorização do café.
Os políticos gaúchos, no plano federal, defenderam uma política de gastos 
conservadores com a estabilização dos preços. Os políticos gaúchos estão bas-
tante ligados à instituição militar pelo viés ideológico comum, o positivismo, mas 
tanto os militares quanto os integrantes do PRR estiveram “afastados” da admi-
nistração federal até 1910. O estado do Rio Grande do Sul passou por diversas 
convulsões políticas. “Uma das regiões mais instáveis do país nos primeiros anos 
da república era o Rio Grande do Sul [...] entre a Proclamação da República e a 
eleição de Júlio de Castilhos (1893), dezessete governadores se sucederam no 
comando do Estado” (FAUSTO, 2000). 
O charque, principal produto rio-grandense, era consumido principalmente pe-
las camadas mais pobres da população, em especial as do nordeste e da capital 
do país. Se não houvesse rígido controle dos preços das mercadorias, o poder 
aquisitivo dos consumidores de seu principal produto de exportação deixaria de 
comprá-lo, e com isso se instalaria uma crise no principal setor produtivo do es-
tado. Os militares apoiavam essa política de controle dos preços defendida pelos 
políticos gaúchos. Era uma política financeira conservadora como a classe militar, 
haja vista que “as rebeliões tenentistas da década de 1920, por exemplo, apontam 
ainflação e o desequilíbrio orçamentário como males tão graves quanto a fraude e 
as desigualdades regionais” (FAUSTO, 2000). 
Os estados nordestinos não chegaram a formar nenhuma força política de ex-
pressão durante a Primeira República. Eles se perderam em intermináveis disputas 
regionais, como, por exemplo, no direito de cobrar impostos interestaduais de 
mercadorias que circulavam na região. O político nordestino que conseguiu alguma 
projeção (1906-1911) foi Francisco Rosa e Silva, pernambucano, que chegou a 
unir as forças regionais para defender interesses específicos da região, contra a 
tentativa de impedir o governo federal de aprovar no ano de 1906 garantias para 
a aprovação da lei de valorização do café.
As oligarquias de São Paulo e Minas Gerais, no início da República, se uniram 
para defender seus interesses. A política “café com leite” serviu para posicionar 
os dois estados na dianteira das disputas políticas com outras regiões, mas nem 
sempre os interesses convergiram com isso, e o acordo tácito entre os dois estados 
sofreu alguns arranhões com o passar do tempo.
No início da República, a preponderância dos militares foi visível, mas São Paulo 
tratou de articular e fazer valer seus interesses na Constituinte. A república liberal ga-
nhou força; com o apoio dos mineiros, prepararam a estrada para a tomada civil do 
poder. Os três primeiros presidentes civis saíram das oligarquias cafeeiras de São Paulo: 
24
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Prudente de Morais, Campos Sales e Rodrigues Alves. As elites paulistas abandonaram 
suas divergências e ocuparam em bloco o PRP, enquanto que os mineiros só conse-
guiram se acertar a partir do ano de 1897, com a chamada “segunda fundação” do 
partido republicano mineiro, o PRM; com isso a força política dos mineiros só cresceu.
A partir do ano de 1909, abriu-se uma ferida na relação entre São Paulo e Mi-
nas Gerais. Foi a deixa para a volta dos militares ao campo de batalha político e, 
na esteira, dos políticos gaúchos. Na campanha presidencial (1909-1910), com a 
ruptura Minas-São Paulo, o candidato marechal Hermes da Fonseca, sobrinho de 
Deodoro, obteve o apoio de gaúchos e mineiros, além, é claro, dos militares. Rui 
Barbosa, candidato com o apoio de São Paulo e Bahia, saiu derrotado.
Nesse cenário, os políticos gaúchos ganhavam mais projeção. Conservadores se 
uniram ao senador mineiro Pinheiro Machado, que fazia dupla com Borges de Me-
deiros, herdeiro político de Júlio de Castilhos, que controlava o partido republicano 
rio-grandense, o PRR, onde se elegeu presidente de seu estado por diversas vezes 
(1898-1908 e 1913-1928). Pinheiro Machado controlava seus aliados espalhados 
pelo país, através de seu cargo na Comissão de Verificação de Poderes do Senado 
e na Câmara dos Deputados. Esses cargos o aproximaram bastante de políticos do 
nordeste, cujo conservadorismo também os aproximava dos gaúchos.
Em 1910, foi fundado o PRC – partido republicano conservador – mas a eli-
te política de São Paulo não aderiu a esse projeto, que foi passageiro. Pinheiro 
Machado, político sagaz, evitou conflitos com os paulistas, chegando inclusive a 
defender os projetos de valorização do café. Talvez essa proximidade se devesse 
aos seus pais serem paulistas e a ele ter frequentado a faculdade de Direito de São 
Paulo. A força de Pinheiro Machado e suas ligações com gaúchos e nordestinos 
atrapalhavam os planos das oligarquias paulista e mineira. Esse fato colaborou 
para que não houvesse mais dissenções entre mineiros e paulistas. “Um pacto 
não escrito foi concluído na cidade mineira de Ouro Fino, pelo qual mineiros e 
paulistas tratariam de se revezar na presidência da república”. Com isso, “o pres-
tígio de Pinheiro Machado declinou e ele terminou seus dias assassinado no Rio 
de Janeiro (1915)” (FAUSTO, 2000). 
São Paulo e Minas, a partir de 1910, assistiram à ascensão gaúcha no cenário 
político nacional. Os paulistas se concentravam cada vez mais na política caseira, 
os gaúchos passaram a ocupar diversos ministérios importantes: Fazenda, Viação, 
Obras Públicas, Justiça. São Paulo e Minas esboçaram um novo atrito com a morte 
de Rodrigues Alves, candidato paulista eleito novamente presidente em 1918 e que 
morreu sem tomar posse. A solução foi indicar um candidato “neutro” – elegeu-se 
o paraibano Epitácio Pessoa – que se curvou aos interesses dos dois estados.
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UNIDADE Primeira República ou “A República do Café com Leite”: 
As Oligarquias e a Organização Política (1889-1930)
Presidentes da República do “Café com Leite”
Figura 6 – 3.º Prudente 
de Morais 1894–1898 
Piracicaba - SP
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 7 – 4.º Campos Sales 
1898–1902 
Campinas - SP
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 8 – 5.º Rodrigues 
Alves 1902–1906 
Guaratinguetá - SP
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 9 – 6.º Afonso Pena 
1906–1909 
Santa Barbara - MG
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 10 – 9.º Venceslau 
Brás 1914–1918 
Brasópolis – MG
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 11 – 10.º Delfim 
Moreira4 1918–1919 
Cristina - MG
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 12 – 12.º Artur 
Bernardes 1922–1926 
Viçosa - MG
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 13 – 13.º Washington 
Luís 1926–1930 
“Paulista” de Macaé- RJ
Fonte: Wikimedia Commons
A República do “café com leite” se liquefez com a quebra do jogo por parte do 
“paulista” Washington Luís, que indicou seu sucessor, o paulista Júlio Prestes, que 
se elegeu, mas não tomou posse. Esse fato foi muito importante, pois dele surgiu 
não apenas outro governo, mas um novo capítulo da história da República brasi-
leira, a “Revolução de 1930”. Os projetos de República estiveram todos ligados 
às elites do país. A população pobre, durante toda a Primeira República, esteve 
alienada da república, dominada que foi pelas oligarquias estaduais; os direitos dos 
cidadãos se resumiram à defesa dos interesses de poucos cidadãos.3
3 Delfim Moreira foi candidato a vice-presidente de Rodrigues Alves, que faleceu antes de tomar posse de seu segundo 
mandato. Como Presidente da República, assumiu provisoriamente a presidência durante as eleições vencidas por 
Epitácio Pessoa, após um acordo entre Paulistas e Mineiros para substituir o presidente morto.
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27
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Museu da República
https://goo.gl/4SCus9
Museu da República – Passeio Virtual
https://goo.gl/ApdJ9
 Vídeos
O Café - história e penetração no Brasil
https://youtu.be/qs4LLlotBJw
A História das Ferrovias no Brasil
https://youtu.be/j-5uOoJ9QVk
História do Café
https://youtu.be/feIgXtBmdcA
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UNIDADE Primeira República ou “A República do Café com Leite”: 
As Oligarquias e a Organização Política (1889-1930)
Referências
BONAVIDES, Paulo; ANDRADE, Paes. História constitucional do Brasil. 3ª ed. 
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