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AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
FISIOTERAPIA NAS DISFUNÇÕES 
TEMPOROMANDIBULARES (ATM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
FISIOTERAPIA NAS DISFUNÇÕES 
TEMPOROMANDIBULARES (ATM) 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
 
MÓDULO II 
 
 
2 PRINCIPAIS DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR 
 
 
2.1 AS DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES (DTMS) 
 
 
A articulação temporomandibular é uma complexa e importante articulação 
do corpo humano que depende da estabilidade anatômica e funcional do sistema 
estomatognático para funcionar de forma harmônica e adequada. Alterações 
articulares ou musculares de seus componentes podem ocasionar desequilíbrios 
funcionais desencadeando DTMs. 
O termo disfunções temporomandibulares (DTM) designa alterações 
envolvendo a ATM e seus componentes funcionais (músculos, ligamentos, disco 
articular). Engloba variadas desordens relacionadas ao sistema mastigatório e que 
se manifestam principalmente com dor, que pode irradiar para cabeça e braços, 
estalos ou crepitações e dificuldades de abrir ou fechar a boca. 
Historicamente, estas disfunções já tiveram várias nomenclaturas. 
Inicialmente, eram chamadas de distúrbios da articulação temporomandibular. Em 
1959, introduziu-se o termo síndrome de disfunção da articulação 
temporomandibular; anos mais tarde, criou-se a expressão distúrbios funcionais da 
articulação temporomandibular. 
Foram utilizadas ainda outras denominações dando enfoque aos aspectos 
etiológicos da disfunção, como: distúrbio oclusomandibular; mioartropatia da 
articulação temporomandibular ou síndrome dor-disfunção da articulação 
temporomandibular. 
Em 1982, um pesquisador chamado Bell sugeriu o termo disfunções 
temporomandibulares que se popularizou mundialmente. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
 
2.1.1 Antecedentes históricos 
 
 
Descrições dos sinais e sintomas de desarranjos funcionais e parafuncionais 
do sistema mastigatório podem ser encontrados em manuscritos anteriores ao 
nascimento de Cristo, oriundos do antigo Egito e da Grécia antiga. 
Modernamente, o estudo das disfunções temporomandibulares (DTMs) 
intensificou-se na década de 30 com estudos de Costen, um otorrinolaringologista. 
No início da década de 70, estudos sistemáticos começaram a surgir focados nos 
sinais e sintomas das DTMs. 
A alta incidência de alterações funcionais da ATM desencadeou estudos de 
vários profissionais em busca de possíveis fatores causais. Inicialmente, acreditava-se 
que o principal fator desencadeador destas disfunções eram alterações oclusais 
dentárias. Posteriormente, a hiperatividade muscular foi dada como principal motor 
desencadeador de alterações funcionais da ATM. Nos anos 80, pesquisadores 
levantaram a hipótese de as DTMs serem decorrentes de desarranjos articulares 
internos da ATM. Atualmente, predomina o conceito de que as DTMs possuem 
etiologia multifatorial. 
 
 
2.1.2 Epidemiologia 
 
 
Não existem dados precisos sobre o número de pessoas acometidas por 
disfunções temporomandibulares, mas segundo estudos norte-americanos atuais 
cerca de 70% da população tem ao menos um sintoma de disfunção articular e 33% 
de uma disfunção muscular. Porém, apenas uma em cada quatro pessoas com 
sinais o reconhece e o reportam como um sintoma. Das pessoas que apresentam 
um ou mais sinais de disfunção temporomandibular, somente 5% procuram 
tratamento. 
Embora as DTMs possam ocorrer em qualquer idade, atingem mais 
comumente adultos jovens (20 a 40 anos). Normalmente acometem mais mulheres 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
do que homens, em uma proporção que varia entre 3:1 a 9:1. Essa diferença pode 
ser decorrente do fato de que as mulheres culturalmente preocupam-se mais com a 
sua saúde e procuram assistência médica precocemente. A mulher está exposta à 
maior flutuação emocional decorrente de seus ciclos naturais de vida (ciclo 
menstrual, gravidez, menopausa), estando mais predisposta a desencadear 
sintomas de dores miofasciais tensionais. 
 
 
2.1.3 Etiologia 
 
 
É consenso atual entre os autores de pesquisas científicas acerca das 
DTMs, que a etiologia destas disfunções é multifatorial. Acredita-se que alterações 
funcionais, estruturais e psicológicas estejam reunidas e sejam desencadeadoras 
dos sintomas. 
Diversos fatores causais podem estar relacionados à etiologia da DTM, 
como: alterações de oclusão; ausência de dentes; próteses totais (dentaduras), 
parciais (ponte móvel) ou pontes fixas mal adaptadas; mastigação unilateral; hábitos 
parafuncionais; alterações posturais; tensão emocional; stress; traumas articulares 
agudos e crônicos; patologias sistêmicas, entre outros. Muitas vezes esses fatores 
apresentam-se associados em um mesmo indivíduo. 
 
 
2.1.4 Sintomatologia 
 
 
As DTMs podem causar alterações em diversos sistemas orgânicos, 
portanto estão associadas a diversos sinais e sintomas. Há grande flutuação na 
sintomatologia e são frequentes os períodos de exacerbação e remissão de 
sintomas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
2.1.4.1 Dor na ATM 
 
 
As dores decorrentes das disfunções temporomandibulares normalmente 
são profundas, do tipo musculoesquelético e obedecem a certas características: é 
iniciada ou agravada pela função da ATM (falar, mastigar); a dor responde à 
palpação da musculatura ou da articulação de uma maneira proporcional ao grau de 
força aplicada; quando aguda, costuma ser contínua, localizada diante da orelha, 
podendo se irradiar pela face ou região temporal e tem intensidade variável de leve 
a incapacitante. Quando crônica, geralmente apresenta-se como uma dor contínua, 
leve, localizada e sem irradiação. Quase sempre ocorre seguida de crepitação, 
podendo durar meses ou anos. 
 
 
2.1.4.2 Cefaleia 
 
 
A dor de cabeça é um sintoma muito comum entre os pacientes de DTM. 
Muitos estudos encontraram dados de cefaleia recorrentes em 70% a 80% de 
pacientes com disfunção temporomandibular em comparação com 20% da 
população em geral. 
Muitos fatores podem causar ou contribuir para o aparecimento das dores de 
cabeça, mas a maioria deles relaciona-se a alterações musculares. Outras causas 
podem ser: constante excitação do sistema nervoso simpático e do mecanismo de 
resposta hormonal ao stress; macrotraumas, mastigação unilateral, apertamento 
dental, bruxismo, interferência oclusal; e distúrbios circulatórios. 
As cefaleias mais suaves são comumente atribuídas às excessivas 
contrações da musculatura esquelética da cabeça e pescoço. Embora possa haver 
um componente vasodilatador cerebral envolvido, essas cefaleias não são causadas 
primariamente por processos vasculares ou inflamatórios. A cefaleia tensional pode 
ser acompanhada de dor facial, cervical, no ombro e nas costas, estando 
relacionadas com a ansiedade e fadiga (TUCKER, 2000). 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
Tende a aparecer inicialmente como uma sensação de pressão firme, não 
pulsátil, distribuída por toda a cabeça ou localizada na região frontal, temporal e/ou 
occipital. Ela aumenta de intensidade com a movimentação da cabeça ou sob 
pressão digital nos músculos envolvidos. A dor pode surgir dessa constante tensão 
de flexão e extensão das partes que unem a cabeça e o pescoço a partir da lesão, 
espasmo do nervo e inflamação. 
 
 
2.1.4.3Ruídos nas articulações temporomandibulares 
 
 
Os ruídos articulares apresentam-se na forma de estalidos ou crepitações. 
O estalido articular é um som único, seco, de curta duração que pode 
ocorrer durante a abertura e o fechamento mandibular. Está frequentemente 
relacionado a alterações no disco articular. O disco assume uma posição 
anteriorizada e quando se tenta movimentar a mandíbula, o côndilo não consegue 
mover-se livremente, uma vez que o bordo posterior do disco interfere com esse 
movimento. No momento em que o côndilo consegue ultrapassar a resistência 
criada pelo bordo posterior do disco, é produzido um estalo. Isto caracteriza o que é 
conhecido como deslocamento do disco com redução. Ocasionalmente, o côndilo 
articular não consegue ultrapassar o bordo posterior do disco. Nessa situação, o 
disco se transforma em uma barreira mecânica impedindo a translação normal do 
côndilo, e com isso há limitação da abertura da boca e desvio dessa abertura para o 
lado em que ocorreu o deslocamento do disco. Com o passar do tempo, a amplitude 
de abertura da boca gradualmente vai aumentando. Isto é conhecido como 
deslocamento do disco sem redução (BRUNO, 2004). 
A crepitação articular é um som múltiplo que acompanha praticamente 
todo o trajeto condilar e indica provável lesão do disco articular. É o barulho 
característico de contato ósseo do côndilo com a eminência articular, sendo comum 
nas doenças degenerativas. A crepitação lembra a sensação de se ter areia entre as 
superfícies articulares quando se coloca os dedos indicador ou médio sobre a 
superfície lateral da ATM e orienta-se ao paciente que faça movimentos de abertura 
e fechamento. Nesse caso, o que ocorre é a ausência de superfícies articulares lisas 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
e cobertas por uma fibrocartilagem íntegra. Com isso, obtém-se um ruído 
semelhante ao de duas superfícies rugosas se atritando durante um movimento. 
 
 
 2.1.4.4 Restrição da função mandibular 
 
 
A crepitação lembra a sensação de se ter areia entre as superfícies 
articulares quando se coloca os dedos indicador ou médio sobre a superfície lateral 
da ATM e orienta-se ao paciente que faça movimentos de abertura e fechamento. 
Os valores médios para abertura da boca na população normal se situam entre 45 
mm e 55 mm. Similarmente à dor, a limitação dos movimentos mandibulares pode 
causar uma grande ansiedade nos pacientes, que podem relatar tanto uma 
sensação geral de apertamento na face, o que provavelmente é uma disfunção 
muscular, ou a sensação de que a mandíbula subitamente “travou”, o que 
frequentemente está relacionado com problemas de deslocamento do disco da 
articulação temporomandibular. 
 
 
2.1.4.5 Sintomas musculares 
 
 
A dor e a contratura muscular ao redor da mandíbula devem-se 
principalmente ao uso excessivo da musculatura, frequentemente decorrente de um 
stress psicológico que faz com que o indivíduo aperte firmemente ou ranja os 
dentes. A maioria dos indivíduos consegue colocar as pontas dos dedos indicador, 
médio e anular verticalmente no espaço entre os dentes frontais superiores e 
inferiores sem forçar. Quando um indivíduo apresenta um problema relacionado à 
musculatura em torno da articulação temporomandibular, esse espaço geralmente é 
menor. 
As desordens musculares podem ocorrer devido ao uso excessivo e 
incorreto da ATM, em que os músculos sobrecarregados desenvolvem estados de 
contraturas e espasmos dolorosos. Os músculos envolvidos nos movimentos da 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
ATM são exatamente os envolvidos com o processo mastigatório. As atividades 
parafuncionais são as grandes responsáveis pelo stress muscular que inicia com 
situações de contratura, evoluindo para miosites. 
 
 
2.1.4.6 Sintomas oftálmicos 
 
 
Frequentemente, pacientes com disfunções temporomandibulares 
apresentam sintomas como dor na região supraorbitária e nos olhos. 
 
 
2.1.4.7 Sintomas otológicos 
 
 
É comum pacientes com disfunções na ATM se queixarem de dor no ouvido. 
O ouvido encontra-se contido no osso temporal e relaciona-se com o côndilo 
mandibular, separado deste apenas pela parede timpânica. A proximidade do ouvido 
com a ATM e os músculos da mastigação como também suas inervações comuns 
no trigêmeo, criam uma condição frequente de dor reflexa (MACIEL, 1998). 
Alguns outros sintomas no ouvido, que também podem ter origem por 
problemas musculares são: dores reflexas no ouvido, sensações de ouvido 
tampado, certos tipos de zumbidos ou barulhos no ouvido. 
 
 
2.1.4.8 Sintomas labirínticos 
 
 
As tonturas ou vertigens, também chamadas de labirintites são originadas, em 
grande parte dos casos, devido a um ligamento que está em contato com o labirinto e 
um músculo, que é tracionado quando ocorre um desequilíbrio na musculatura da 
ATM, causando uma sensação de perda do equilíbrio ou tontura muitas vezes 
bastante acentuada, que normalmente melhoram com o tratamento da ATM. 
 
 
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 43 
 
 
QUADRO 1 - RESUMO DA SINTOMATOLOGIA DAS DTMS 
 Dor na ATM ou áreas vizinhas, espontânea ou à mastigação; 
 Dor e espasmo nos músculos mastigatórios e da coluna cervical; 
 Dor na região auricular, podendo irradiar-se para o ângulo mandibular; 
 Zumbido ou sensação de bloqueio nos ouvidos; 
 Dor na região dos olhos; 
 Cefaleia; 
 Estalido articular 
 Crepitação articular 
 Restrição da função mandibular; 
 Sintomas labirínticos (tonturas, vertigens) 
FONTE: Elaboração própria. 
 
 
 
2.2 FATORES ENVOLVIDOS NAS DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES 
 
 
Condições que podem predispor ao aparecimento das DTMS, causar seu 
desencadeamento ou interferir no processo de cura das disfunções. 
 
 
2.2.1 Alterações funcionais de oclusão/ausência de dentes 
 
 
Alterações de oclusão podem estar relacionadas à discrepância de bases 
ósseas maxilomandibulares ou a desarmonia dental. Como a manutenção da saúde 
da articulação temporomandibular depende de uma boa oclusão, potencialmente, 
todo portador de má-oclusão é candidato a ter problemas na articulação 
temporomandibular. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
 
2.2.2 Hábitos parafuncionais 
 
 
Certos hábitos podem causar pressões inadequadas na articulação 
temporomandibular, causando microtraumatismos articulares. Com a continuidade 
destes microtraumatismos, podem ocorrer alterações intra-articulares, como: 
deslocamento de disco articular, alterações capsulares e ligamentares, diminuição 
de líquido sinovial, entre outras. Estes hábitos inadequados podem induzir ou 
agravar alterações estruturais. Por exemplo, abrasão dentária pode agravar 
situações preexistentes, tais como mordida profunda ou um edentulismo parcial, 
com perda da dimensão vertical e deslocamento mandibular. Em outros casos, o 
bruxismo pode levar a uma nova posição intercuspidal e deslocamento mandibular 
severo (FUZARO, 2007). 
Entre os hábitos parafuncionais mais comuns, pode-se citar: apertamento 
dental diurno ou noturno; apertamento de lábios; colocação de objetos entre os 
dentes; apoio de mão na mandíbula; bruxismo; briquitismo; roer unhas ou remover 
cutículas com os dentes; mastigar de um só lado; chupar ou morder o dedo; apoiar a 
mão sobre o queixo enquanto dorme; dormir com travesseiros inadequados; apoiar 
com o ombro o telefone de encontro com o ouvido. 
Em especial, hábitos de apertamento dental, bruxismo e briquitismo, 
ocasionam desgastes excessivos dos dentes. 
O bruxismo é um hábito noturno, caracterizado pelo apertar ou ranger de 
dentes, em que as forças sobre a musculatura mastigatória são excessivas, 
produzindo dores de cabeça, problemas gengivais, desgaste do esmalte ou 
mobilidade dental e disfunções temporomandibulares, entre outros sintomas 
(FIGURA 23). Por ser um hábito noturno, muitas vezes, o paciente desconhece essa 
realidade. Alguns dos principais sinais e sintomas do bruxismo são:acordar com os 
músculos da face cansados ou doloridos; acordar com a mandíbula travada; 
presença de desgaste nos dentes caninos. 
Denomina-se briquismo, quando esse hábito é diurno. 
 
 
 
 
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 45 
FIGURA 23 - DESGASTES DENTÁRIOS CAUSADOS PELO BRUXISMO E BRIQUISMO 
 
FONTE: BARROS, 2008. 
 
 
Pacientes portadores dos hábitos do bruxismo ou briquismo podem relatar 
sensibilidade nos dentes ao ingerir alimentos gelados ou ácidos. Devido à abrasão 
da superfície de mastigação, pode haver perda de parte do esmalte do dente, 
expondo a dentina. É comum observar, uma cor escurecida na superfície de 
mastigação dos dentes. O constante atrito ou aperto entre os dentes superiores e 
inferiores podem causar problemas periodontais, como bolsas, retração gengival, 
perda do tecido ósseo de sustentação e mobilidade dental (BARROS, 2008). 
 
 
2.2.3 Tensão muscular 
 
 
Condições de stress crônico podem tirar os músculos do estado de repouso 
para um estado de contração excessiva. Essa hiperatividade dos músculos pode 
fazer com que eles fiquem doloridos. Fatores tensionais levam, por vezes, o 
indivíduo a assumir posturas errôneas da cabeça, dos ombros e mesmo de todo o 
corpo, tendo como reflexo dor na musculatura cervical e cefaleias de tensão e 
desencadeando mialgias, pontos de espasmo, contratura muscular e pontos gatilho 
(trigger points). 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
 
2.2.4 Respiração bucal 
 
 
Respirar pela boca facilita a protusão da cabeça, abaixamento da mandíbula, 
posição inferiorizada e anteriorizada da língua. A respiração bucal pode então, 
aumentar a atividade dos músculos acessórios, como esternocleidomastóideos e 
escalenos. Quando esses músculos se contraem e têm como ponto fixo o tórax, eles 
puxarão para frente e para baixo as vértebras cervicais superiores onde elas se 
originam (CARVALHO, 2008 e DOUGLAS, 1998). 
Dessa forma o occipital se anterioriza, contudo os músculos cervicais 
posteriores se contraem, exercendo uma força de extensão do occipital. Para regular 
a linha da visão, os músculos da parte inferior da cervical e do quadrante torácico 
superior, flexionam-se produzindo uma cifose torácica. 
Com o occipital estendido, a boca se abre e a mandíbula retrai. Quando a boca 
se fecha, os supra e infra-hióideos ficam mais tensos. A cabeça da mandíbula assume 
uma postura mais posteriorizada comprimindo a zona retrodiscal e gerando dor. Uma 
alteração da mandíbula pode ocasionar uma alteração da mecânica da ATM. 
 
 
2.2.5 Traumas das estruturas mastigatórias e da coluna cervical 
 
 
Traumas bruscos nas estruturas mastigatórias podem resultar em 
alterações nas relações entre os maxilares, desencadeando uma DTM. Quando, por 
razões diversas, a boca é mantida aberta de modo exagerado (em um tratamento 
médico ou odontológico prolongado, por exemplo), poderá haver danos aos 
ligamentos, à cápsula articular ou mesmo deslocamento de disco articular. 
Uma condição frequentemente associada a acidentes de carro é a 
aceleração/desaceleração cervical (whiplash). É caracterizada como o movimento 
brusco da cabeça para frente e para trás, causando estiramento e compressão dos 
componentes da articulação temporomandibular, podendo danificá-la. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
 
2.2.6 Disfunções sistêmicas 
 
 
Alterações sistêmicas que comprometem outras articulações do corpo 
podem atingir as articulações temporomandibulares, é o que ocorre nos casos da 
artrite psoriática, lúpus e artrite reumatoide. 
 
 
2.2.7 Fatores posturais 
 
 
As DTMs podem ser desencadeadas ou agravadas por alterações do 
padrão postural adequado. Estas podem alterar a posição do osso hioide e 
consequentemente da posição postural da mandíbula (pela ação dos músculos 
supra-hióideos). Podem ocorrer alterações morfofuncionais ao redor dos músculos 
da cabeça, do pescoço e dos ombros. 
Funcionalmente, a coluna cervical, a ATM e as articulações entre os dentes 
estão intimamente relacionadas. A anormalidade funcional ou má posição de uma 
delas pode afetar a função ou posição das outras. O equilíbrio entre os flexores e 
extensores da cabeça e pescoço é afetado pelos músculos da mastigação e os 
músculos supra e infra-hióideos. A desordem tanto nos músculos da mastigação 
quanto nos músculos cervicais pode facilmente alterar este equilíbrio. Este equilíbrio 
entre os grupos musculares opostos é visto na postura relaxada. 
Uma alteração postural comum em pacientes portadores de DTM é o 
posicionamento anterior da cabeça. Esta posição leva a hiperextensão da cabeça 
sobre o pescoço, quando o paciente corrige para as necessidades visuais, flexão do 
pescoço sobre o tórax, e migração posterior da mandíbula. Estes fatores podem 
levar a dor e disfunção na cabeça e pescoço. 
A postura da cabeça e do pescoço e a oclusão são mutuamente 
relacionadas, assim, a postura ideal é dividida em três classes, sendo: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
 Classe I (oclusão normal): os dentes inferiores devem estar circunscritos 
pelos dentes superiores, em intercuspidação máxima, os incisivos superiores 
devem recobrir um terço dos incisivos inferiores (FIGURA 24 A); 
 Classe II: recuo relativo da mandíbula, os molares superiores e inferiores 
perdem a distância normal de meio dente de defasagem (FIGURA 24 B). 
 Classe III: avanço da mandíbula para frente, posição baixa da língua. 
Postura militar – cabeça para trás em retração, tórax inflado (FIGURA 24 C); 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
FIGURA 24 - RELAÇÃO ENTRE A OCLUSÃO E A POSTURA
 
FONTE: Adaptado de GOMES, 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
2.2.8 Fatores psicológicos 
 
 
Os fatores psicológicos das DTMs são normalmente classificados em três 
grupos: comportamentais, cognitivos e afetivos. Os fatores comportamentais 
incluem hábitos bucais, postura da mandíbula e tensão muscular. Inclui 
comportamentos observáveis das atitudes dos indivíduos. A categoria cognitiva 
engloba sentimentos de como o indivíduo se sente frente a alterações de saúde, 
crenças sobre a causa e o significado do sintoma. A categoria afetiva inclui 
condições emocionais gerais (ansiedade, depressão, medo). 
 
QUADRO 2 - RESUMO DOS FATORES ENVOLVIDOS NAS DTMS 
Fatores predisponentes 
(aumentam o risco de 
aparecimento de DTMs) 
 Falta de dentes; 
 Alterações funcionais; 
 Hábitos parafuncionais; 
 Respiração bucal; 
 Tensão muscular. 
Fatores de início 
(podem desencadear as 
DTMs) 
 Trauma das estruturas mastigatórias; 
 Atividades parafuncionais moderadas ou 
severas; 
 Mudanças bruscas nas relações entre os 
maxilares; 
 Intensa tensão física ou psicológica súbita; 
 Aceleração/desaceleração cervical (whiplash) 
 Condições médicas que conduzem a 
desarranjo estrutural. 
Fatores perpetuadores 
(podem interferir no 
processo de cura) 
 Fatores posturais; 
 Fatores oclusais; 
 Fatores psicossociais; 
 Disfunções musculares. 
FONTE: Elaboração própria baseada em BRUNO, 2008. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS DTMS E CONDIÇÕES CLÍNICAS 
 
 
Não existe consenso para a classificação das DTMs, porém de modo geral, 
estas podem ser classificadas em: 
 Anomalias de desenvolvimento; 
 Disfunções musculares; 
 Disfunções de interferência do disco articular; 
 Osteoartrose; 
 Alterações de mobilidade da mandíbula; 
 Artrite reumatoide. 
 
 
2.3.1 Anomalias de desenvolvimento 
 
 
As anormalidades congênitas da articulação temporomandibular são 
incomuns, porém, quando presentes, causam deformidades faciais e mau 
alinhamento das arcadas dentárias, superior e inferior. 
As alterações da mandíbula e da ATM incluem: hipoplasia (micrognatia): 
mandíbula pequena; hiperplasia (prognatismo): mandíbula grande; displasia: 
agenesia parcial ou completa da ATM ou malformação de suas partes e anomaliaspós-embrionárias; alterações da ATM ligadas a patologias congênitas primárias. 
 
 
2.3.2 Disfunções musculares 
 
 
Os músculos envolvidos com a ATM podem tornar-se cronicamente 
dolorosos ou sensíveis em decorrência do stress de contração excessivo, 
normalmente causado por condições psicossomáticas. As disfunções musculares 
são as causas mais comuns de dores na cabeça e pescoço. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
A queixa mais comum dos pacientes é a mialgia, caracterizada como uma 
dor imprecisamente localizada que piora a movimentação e a palpação. Outra 
queixa é a dor miofascial, condição semelhante à mialgia, adicionada da presença 
de sensibilidade aos pontos gatilhos (trigger points). A miosite também pode 
ocorrer. Trata-se de uma inflamação muscular aguda, dolorosa e generalizada 
normalmente resultante de um processo infeccioso ou traumático. 
O espasmo muscular é definido como uma contração muscular dolorosa 
abrupta e involuntária acompanhada de dor severa e de alta intensa e enrijecimento 
da musculatura envolvida. A contratura muscular é o encurtamento muscular 
crônico associado a alterações das fibras musculares decorrentes da redução 
prolongada da amplitude de movimento. 
Os trigger points são focos de hiperirritabilidade muscular que quando 
comprimidos, se mostram sensíveis localmente (latentes). Se estiverem 
suficientemente hipersensíveis (ativos), podem desencadear um quadro de dor 
referida, elevada sensibilidade, distúrbios neurovegetativos e alterações 
proprioceptivas. Também podem localizar-se na pele, fáscias, ligamentos e 
periósteos. Os músculos ligados à articulação temporomandibular, são 
frequentemente sede de trigger points (FIGURA 25). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 25 - TRIGGER POINTS NA MUSCULATURA DA ATM 
 
FONTE: Adaptado de WIMBER, 2008. 
 
 
2.3.3 Disfunções de interferência do disco articular 
 
 
2.3.3.1 Deslocamentos do disco articular 
 
 
Os deslocamentos articulares do disco são normalmente decorrentes do 
rompimento ligamentar entre o disco e o côndilo da mandíbula com consequente 
deslocamento do músculo pterigóideo lateral. O deslocamento mais comum é 
anteromedial (FIGURA 26). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 26 - DESLOCAMENTO ANTERIOR DO DISCO ARTICULAR DA ATM 
 
FONTE: Adaptado de THOMAS, 2008. 
 
 
Podem ser classificados em três tipos: 
 Deslocamento do disco com redução: o disco está deslocado da sua 
posição em direção anterior e medial ou lateral, com redução em abertura 
total, geralmente resultando em um ruído. Sinais e sintomas principais: 
clique recíproco na ATM tanto em abertura como em fechamento, que 
ocorre num ponto a pelo menos 5 mm a mais na abertura da distância 
interincisal do que no fechamento e é eliminado em abertura protrusiva. 
Clique na ATM nos movimentos de abertura e fechamento e reproduzível 
em duas ou três tentativas consecutivas e clique durante excursão lateral 
ou protusão em duas ou três tentativas consecutivas (FIGURA 27). 
 Deslocamento de disco sem redução e com abertura limitada: o disco 
está deslocado da sua posição normal para uma posição anterior e medial 
ou lateral, com abertura mandibular limitada. Sinais e sintomas principais: 
história de limitação significativa de abertura; excursão contralateral menor 
que 7 mm e/ou desvio não corrigido para o lado ipsilateral na abertura; 
distensão passiva aumenta a abertura por 4 mm ou menos, além da 
abertura máxima não assistida; ausência de ruído articular ou presença de 
ruído articular não satisfazendo critérios de deslocamento de disco com 
redução (FIGURA 27). 
 
 
 
 
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FIGURA 27 - DESLOCAMENTO ANTERIOR DO DISCO ARTICULAR DA ATM COM 
E SEM REDUÇÃO 
 
FONTE: Adaptado de THOMAS, 2008. 
 
 
 Deslocamento de disco sem redução e sem abertura limitada: uma 
condição em que o disco é deslocado da sua posição entre o côndilo e a 
eminência para uma posição anterior e medial ou lateral, não associada à 
abertura limitada. Sinais e sintomas principais: história de limitação 
significativa da abertura mandibular; máxima abertura não assistida maior 
que 35 mm; distensão passiva aumenta a abertura em 5 mm ou mais, 
além da abertura máxima não assistida; excursão contralateral maior que 
7 mm; presença de ruídos articulares não satisfazendo critérios de 
deslocamento de disco com redução; nos casos que permitem exame por 
imagens, pode-se utilizar a artrografia ou ressonância magnética que 
revelam a posição do disco articular sem redução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.3.3.2 Lesões traumáticas 
 
 
O teto da fossa glenoide é uma camada muito fina de osso separando esta 
da fossa craniana média. Este osso raramente é fraturado, apesar de em injúrias 
severas o côndilo poder ser dirigido contra esta barreira fina. Isto é verdade por três 
razões: o disco articular absorve o choque; a cabeça do côndilo é angulada para 
adiante sobre o pescoço do ramo mandibular; o pescoço do côndilo, sendo muito 
mais fino que o ramo ou o côndilo, tende a fraturar primeiro, protegendo o teto fino e 
a fossa craniana média. 
Os sinais e sintomas encontrados são: dor pré-auricular; dificuldade para 
abrir a boca. Se apenas um lado for acometido, há um desvio da mandíbula para o 
lado afetado. Frequentemente uma mordida anterior. O diagnóstico é baseado em 
achados físicos e radiológicos. O tratamento constitui-se de fixação 
maxilomandibular e às vezes redução cruenta. 
 
 
2.3.3.3 Neoplasias 
 
 
São incomuns. Entre os tumores benignos, pode-se encontrar: condroma, 
osteocondroma e osteoma. Mais raramente entre os tumores benignos encontra-se: 
mixoma, displasia fibrosa, granuloma de células gigantes, sinovialoma, 
condroblastoma, osteoblastoma e hemangioma sinovial. Tumores malignos são 
ainda mais incomuns: fibrossarcoma, condrossarcoma e mieloma múltiplo. Pode 
haver invasão da ATM por tumores da bochecha ou parótida. Os sinais e sintomas 
são: dor, movimento limitado da mandíbula e dificuldade de oclusão dentária. A 
radiografia mostra destruição óssea, com imagens de aposição e reabsorção. O 
tratamento é cirúrgico (FUZARO, 2008). 
 
 
 
 
 
 
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2.3.4 Osteoatrose 
 
 
Doença articular degenerativa progressiva de caráter não inflamatório. É 
caracterizada pela deterioração e abrasão das cartilagens articulares e das 
superfícies dos tecidos moles, além do espessamento e da remodelação dos ossos 
subjacentes, com formação de cistos subarticulares. Costumeiramente, podem ser 
sobrepostas por condições inflamatórias dolorosas. A sintomatologia inclui dor e 
rigidez na face e mandíbula, dor na abertura bucal e durante a mastigação, restrição 
da amplitude do movimento de abertura da mandíbula, travamento em abertura e 
presença de ruídos articulares. 
 
 
2.3.5 Alterações de mobilidade da mandíbula 
 
 
A mandíbula pode apresentar duas situações extremas de problemas 
funcionais: excesso de mobilidade (luxação) e redução de mobilidade 
(anquilose). 
 
 
2.3.5.1 Luxação da articulação temporomandibular 
 
 
A luxação ocorre quando há perda total ou parcial do contato entre duas 
superfícies articulares. Acontece quando o côndilo ultrapassa os limites dos 
movimentos limítrofes da cavidade glenoide e não consegue retornar a posição 
inicial funcional sem auxílio. Pode acontecer de forma uni ou bilateral. A unilateral 
ocorre quando somente uma das articulações é atingida. A linha mediana 
mandibular e o queixo são desviados para o lado oposto da luxação. Na bilateral, 
não há desvio da linha mediana, porque as duas articulações são atingidas, porém o 
indivíduo torna-se incapaz de fechar a boca. 
 
 
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A mandíbula permanece em posição aberta da boca quando luxada. Podem 
ser definidas três formas: episódio simplesagudo; luxação crônica recorrente; 
luxação crônica permanente. A primeira requer redução manual sob anestesia local 
e sedação ou anestesia geral. A luxação crônica recorrente e a luxação crônica 
permanente podem requerer tratamento cirúrgico. 
Podem ser classificadas em: 
 Anterior (para frente): mais comum. Pode ser uni ou bilateral. Ocorre 
quando o côndilo ultrapassa a eminência articular; 
 Posterior (para trás): geralmente é bilateral e ocorre quando o indivíduo 
sofre um traumatismo na região do queixo de frente para trás, forçando o 
côndilo de encontro à parede timpânica, levando a fratura do colo do 
côndilo; 
 Cranial (para cima): traumatismos no corpo da mandíbula ou no queixo 
podem levar o côndilo a romper o teto da cavidade glenoide, ficando em 
contato com a fossa craniana. 
 Lateral: pode ser para fora (a partir de um trauma, o côndilo se fratura e 
se inclina para distal, ou a partir de uma fratura do côndilo oposto, a 
mandíbula se desloca para distal); ou para dentro (o côndilo fraturado ou 
a mandíbula se desvia para medial). 
Em alguns casos, quando o indivíduo não consegue o fechamento por si 
próprio, utiliza-se uma manobra, para recolocar a articulação, na sua posição 
normal, dentro de sua cavidade. Quando não é possível, pode ser necessário utilizar 
técnicas de sedação para possibilitar o relaxamento muscular e facilitar a 
recolocação da articulação. 
Existem fatores predisponentes para a ocorrência de luxações. Entre eles, 
pode-se citar: fossa mandibular rasa ou eminência articular curta; formato divergente 
entre côndilo, cavidade glenoide e disco articular; lassidão ligamentar, abertura 
exagerada recorrente da boca (bocejo, gargalhada, vômito, grito); tratamento 
odontológico prolongado, traumatismos, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
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2.3.5.2 Subluxação da articulação temporomandibular 
 
 
É quando existe uma pequena diferença, mantendo ainda a cabeça da 
articulação sobre o topo da eminência articular. Ao iniciar a abertura da boca, na 
articulação, começa um processo de rotação da articulação e de translação (a 
articulação caminha do fundo para a borda da cavidade, até a eminência articular). 
Quando se abre a boca ao máximo, em uma articulação normal, essa cabeça deverá 
parar no ápice dessa eminência, sem ultrapassá-la. 
Na subluxação interna, o disco localizado no interior da articulação está 
localizado à frente de sua posição normal. Na subluxação interna sem redução, o 
disco nunca desliza de volta para a sua posição normal e o movimento da 
articulação é limitado. Na subluxação interna com redução (mais comum), o disco 
está localizado à frente de sua posição normal apenas quando a boca está fechada. 
Quando a boca é aberta e a mandíbula desliza para frente, o disco retorna à sua 
posição normal, produzindo um estalido ao retornar. Quando a boca é fechada, o 
disco desliza novamente para frente e, frequentemente, produz outro som. Em 
muitos casos, o único sintoma desta disfunção é a produção de estalido quando a 
mandíbula é aberta ou movida lateralmente. 
 
 
2.3.5.3 Anquilose 
 
 
A anquilose é a perda parcial ou total dos movimentos mandibulares 
resultante da fusão de ossos da articulação ou da calcificação dos ligamentos 
periarticulares, limitando ou bloqueando os movimentos mandibulares. Tipicamente, 
a calcificação dos ligamentos periarticulares é indolor, mas a abertura da boca é de 
2,5 cm ou menos. A fusão dos ossos da articulação causa dor e limita com mais 
intensidade os movimentos mandibulares. 
Pode ser dividida em: fibrosa e óssea. Na anquilose fibrosa, a articulação 
é substituída por tecido fibroso, impedindo a excursão normal do côndilo e 
geralmente o paciente apresenta abertura limitada de boca. Na anquilose óssea, a 
 
 
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ATM está totalmente fundida no osso temporal e na mandíbula e ocorre o 
impedimento total dos movimentos. 
As causas mais comuns são: trauma e artrite reumatoide, eventualmente 
anormalidades congênitas, infecções e neoplasias. Ao RX pode-se observar: 
deformidade condilar, estreitamento e irregularidade do espaço interarticular ou 
obliteração da morfologia normal do osso. O tratamento é normalmente cirúrgico 
(FUZARO, 2008). 
 
 
2.3.5.4 Artrite reumatoide 
 
 
A artrite reumatoide afeta a ATM em apenas 17% dos indivíduos que a 
apresentam. Quando a artrite reumatoide é grave, especialmente em indivíduos 
jovens, a parte superior da mandíbula pode sofrer degeneração e diminuir de 
tamanho. Essa lesão pode acarretar um desalinhamento súbito de muitos ou de 
todos os dentes superiores e inferiores (má oclusão). Se a lesão for grave, a 
mandíbula pode fundir-se ao crânio, levando a um processo de anquilose e limitando 
a capacidade de abrir a boca. 
Em geral, a artrite reumatoide afeta as duas articulações 
temporomandibulares de forma similar. O movimento mandibular costuma ser 
suficiente para as atividades normais, embora a mandíbula não abra tanto quanto de 
costume. A artrite reumatoide da articulação temporomandibular é tratada com os 
medicamentos usados para a artrite reumatoide de qualquer articulação. A 
manutenção da mobilidade articular e a prevenção de anquilose são particularmente 
importantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIM DO MÓDULO II

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