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1 A ciência da hidráulica data de muitos milhares de anos, quando rodas d’água, represas a comportas eram usadas para controlar o fluxo da água nas irrigações e no uso doméstico. Hoje, entretanto, a expressão “hidráulica” geralmente refere-se a “hidráulica força”, na qual um fluido sob pressão controlada, é utilizado para executar trabalho. A força hidráulica é utilizada praticamente em todos os setores da indústria. É aplicada nas residências, nos automó- veis, nos aviões, barcos, tratores, nos satélites artificiais, máquinas, ferramenta e até nas máquinas de fazer pão. A razão de tão diversificada aplicação da hidráulica, está no fato de ser um fluido, a maneira mais versátil de transmitir força a modificar movimentos. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE HIDRÁULICA Fig. 1 - A figura ilustra a Lei de Pascal, que afirma: “A pressão exercida em um ponto qualquer num líquido estático é a mesma em todas as direções a exerce força igual em áreas iguais”. Um fluido é infinitamente flexível. Pode mudar instantaneamente de forma; pode ser dividido em partes de modo a realizar trabalho em locais diferentes; pode movimentar-se rapidamente em um ponto e lento em outro; pode transmitir força em uma ou em todas as direções. Nenhum outro corpo ou meio reúne o mesmo índice de positividade, exatidão e flexibilidade de controle. Tem a possibilidade de transmitir um máximo de força num mínimo de espaço a peso. O presente manual não é uma publicação destinada a um estudo profundo dos componentes a circuitos hidráulicos. Servirá, entretanto, para demonstrar alguns dos princípios fundamentais dos mesmos. FORÇA, PRESSÃO, TRABALHO , ENERGIA Define-se “Força” como qualquer causa que tenha a tendência de produzir ou modificar um movimento. Para mover um objeto, por exemplo, o cabeçote de uma máquina ferramenta, devemos aplicar força ao mesmo. A quantidade de força necessária, dependerá da inércia que o objeto apresentar. Força pode ser expressa em qualquer unidade das medidas de peso, sendo porém mais usualmente expressa em quilos. Pressão vem a ser força aplicada em unidade de área a normalmente expressa em quilos por cm2. A pressão atmosférica da Terra proporciona um exemplo da relação entre força a pressão. A camada de ar que cobre a superfície da Terra é de tal volume que seu peso total pode ser expresso em toneladas. Entretanto, a força exercida pelo peso da coluna de ar na área de 1 centímetro quadrado, ao nível do mar, é de apenas 1 quilo. Portanto, a “pressão” atmosférica ao nível do mar será de 1 quilo por cm2, ou 1 atmosfera. Princípios Básicos de Hidráulica 2 Fig. 2 – Exemplo de como uma força mecânica pode ser transmitida, multiplicada ou controlada por meio de um fluido hidráulico sob pressão. A relação entre força (F), pressão (P) e área (A) é expressa matematicamente como segue: F (quilos) = P (quilos por cm2) x A (área cm2). É interessante e importante notar que uma bomba hidráulica não “bombeia” pressão. A bomba simplesmente produz um fluxo. Pressão será gerada somente quando um cilindro, motor hidráulico, válvula ou uma restrição tender a impedir a passagem do fluxo. Desde que o fluxo não encontre resistência à passagem, não haverá pressão. Trabalho vem a ser a aplicação de uma força movimentando-se a uma certa distância e é normalmente expresso em quilos-metros ou quilograma-metros. Por exemplo, uma força de 120 quilos aplicada na extremidade de um braço de alavanca de 1 metro, produzirá um trabalho de 120 quilograma-metros. A fórmula para trabalho é a seguinte: T trabalho quilograma-metros) = F (quilos) x D (distância-metros). O conceito de trabalho não tem ligação com o fator tempo. “Energia vem a ser trabalho por unidade de tempo e HP é a unidade comum para medição de energia. Um HP é a quantidade de energia necessária para elevar um peso de 75 quilos a uma altura de 1 metro no tempo de 1 segundo. MECÂNICA DOS FLUIDOS No século 17, Pascal elaborou a lei fundamental que forma a base da hidráulica moderna. Diz a lei de Pascal: pressão exercida em qualquer ponto de um líquido em forma estática, é a mesma em qualquer direção a produzirá a mesma força em áreas equivalentes. A Fig. 1 ilustra a lei de Pascal. Visto serem os fluidos líquidos praticamente incompressíveis, fôrças mecânicas podem ser transmitidas, multiplicadas ou controladas por meio de um fluido líquido sob pressão. Isto é demonstrado pela Fig. 2. Aplicando 100 quilos de força sobre o pistão da esquerda, o pistão da direita levantará 500 quilos, embora se movimente 5 vezes mais lentamente que o da esquerda, em razão da diferença de áreas. Princípios Básicos de Hidráulica 3 CARACTERÍSTICAS DO FLUXO A lei de Pascal não faz referência ao fator fricção, pois é baseada nos líquidos em forma estática. Quando um fluido atravessa um circuito hidráulico haverá fricção a resultará na formação de calor. Conseqüen- temente, pane da energia transmitida pelo fluido será perdida na forma de energia térmica. Embora a fricção nunca possa ser eliminada completamente, poderá ser, contudo, controlada até um certo ponto. As quatro maiores causas para fricção excessiva são: tubulação demasiado longa, quantidade muito grande de curvas e conexões, velocidade excessiva do fluido causada por tubos subdimensionados e excessiva viscosidade do fluido. A Fig. 3 ilustra o efeito da fricção em relação à pressão. Desde que a pressão é o resultado da resistência ao fluxo, a pressão no ponto “B” é zero. Assumindo que o peso do fluido e o diâmetro do tubo “A” são de tal ordem que venham a produzir uma pressão estática de 1 Atm no ponto “C”, o fluxo do ponto C para o ponto B resulta numa queda de pressão de 1 Atm. O potencial de energia existente no ponto C é completamente dissipado na movimentação de fluido para o ponto B, convertendo-se em calor, produzido pela fricção encontrada pelo fluido movimentando-se através da tubulação. As alturas do fluido nos tubos D, E e F ilustra a ação da fricção ao produzir queda de pressão. Na movimentação de um fluido, a queda de pressão tende a aumentar e a pressão a diminuir, desde que a distância da fonte de pressão venha a aumentar. A queda de pressão através de um orifício de um dado tamanho, varia na razão do quadrado do fluxo passando através desse orifício. INFORMAÇÕES ÚTEIS Alguns dos pontos já mencionados são repetidos abaixo, com alguns dados adicionais, que são de utilidade para meIhor compreensão da hidráulica nas máquinas: 1) O óleo é o fluido mais comum utilizado em hidráulica para máquinas, por servir como lubrificante e ser praticamente incompressível. 2) O peso do óleo varia consideravelmente em função de sua viscosidade. De 0,88 a 0,92 kg/litro vem a ser o peso da maioria dos óleos, em relação à sua viscosidade. 3) A pressão ao fundo de uma coluna de óleo de 1 metro, será de aproximadamente 0,088 Atm. Para se encontrar a pressão ao fundo de qualquer outra coluna bastará a multiplicação da altura (em metros) pelo fator 0,088. Fig. 3 – Ilustrando o efeito do atrito sobre pressão. Princípios Básicos de Hidráulica 4 A figura abaixo demonstra como Bramah aplicou o princípio de Pascal à prensa hidráulica. Prensa Hidráulica Este é o princípio de operação de um macaco hidráulico ou de uma prensa hidráulica. É interessante notar a semelhança entre esta prensa e uma alavanca mecânica, como se vê na próxima ilustração. Pascal já havia então descoberto que “força está para força como distância está para distância”. 1. Uma força de 10 kgf aplicada em um pistão de 1cm2 de área... 2 ...desenvolverá uma pressão de 10 kgf/cm2 (10 atm) em todos os sentidos dentro deste recipiente. 4. As forças são proporcionais às áreas dos pistões. 3. Esta pressão suportará um peso de 100 kgf se tivermos uma área de 10 cm2. ENTRADA = SAÍDA 10 kgf 1cm2 100 kgf 10 cm2 Vista A Princípios Básicos de Hidráulica 5 A potência hidráulica pode ser comparada a um sistema de alavancas. DEFINIÇÃO DE PRESSÃO Pressão é a força exercida por unidade de superffcie. Em hidráulica, a pressão é expressa em kg/cm2.Atmosfera abrevia-se atm (ou bar). Conhecendo a pressão e a área em que ela se aplica, podemos determinar a força total: força (kgf) = pressão (kg/cm2) x área (cm2). CONSERVAÇÃO DE ENERGIA Uma lei fundamental da Física afirma que a energia não pode ser criada e nem destruída. A multiplicação de forças não significa obter alguma coisa do nada. O pistão maior, movido pelo fluido deslocado pelo pistão menor, faz com que a distância de cada pistão seja inversamente proporcional às suas áreas, como se vê na figura abaixo. O que se ganha com relação à força tem que ser sacrificado em distância ou velocidade. A energia não pode ser criada nem destruída 1. Se o pistão se move 10 centímetros, desloca 10 centímetros cúbicos de líquido (1cm2 x 10 cm = 10 cm3). 2. 10 centímetros cúbicos de líquido movimentarão somente 1 centímetro neste pistão. 3. A energia transferida será igual a 10 quilos x 10 centímetros ou 100 kgf.cm. 4. Neste ponto também teremos uma energia de 100 kgf.cm (1 cm x 100 kgf). 1. Se aplicarmos 10 kgf neste ponto... 3. ... se este braço de alavanca for 10 vezes maior.... 2. ... levantaremos 100 kgf neste outro ponto... 4. ... que este. Vista B Princípios Básicos de Hidráulica 6 A primeira prensa hidráulica, de Bramah, e algumas prensas usadas atualmente utilizam água como meio de transmis- são. Todavia, o líquido mais comum utilizado nos sistemas hidráulicos é o óleo derivado de petróleo. O óleo transmite força, quase instantaneamente, por ser praticamente incompressível. A compressibilidade de um óleo é de cerca de meio por cento a uma pressão de 70kg/cm2, porcentagem essa que pode ser desconsiderada nos siste- mas hidráulicos. O óleo é mais empregado, também, porque serve de lubrificante às peças móveis dos componentes. TRANSMISSÃO DE ENERGIA HIDRÁULICA A hidráulica pode ser definida como um meio de transmitir energia pressionando um líquido confinado. O componente de entrada de um sistema hidráulico chama-se bomba e o de saída, atuador. Os atuadores são do tipo linear, como o cilindro demonstrado na figura abaixo, ou rotativo, no caso de motores hidráulicos. 1. A bomba empurra o líquido dentro de uma tubulação. 2. Esta tubulação conduz o líquido aos atuadores que se movimentam, gerando uma força mecânica que move uma carga. 3. Alguns atuadores operam em uma linha reta (atuadores lineares), tais como cilindros. São usados para levantar cargas, exercer forças, fixar peças, etc.... Haste e pistão Ao reservatório Bomba Carga Atuador linear Atuador rotativo 4. Os atuadores rotativos ou motores hidráulicos fornecem uma energia rotativa de saída. Podem ser ligados a polias, engrenagens, cremalheiras e pinhões, transportadores, etc.... Eixo de acionamento Motor hidráulico Bomba Princípios Básicos de Hidráulica 7 FATORES DE CONVERSÃO DE UNIDADES DE PRESSÃO 1 atm = 1,0333 kgf/cm2 1 atm = 1,0134 bar 1 atm = 14,697 PSI (lbf/pol2) 1 atm = 760 mmHg 1 kgf/cm2 = 0,9677 atm 1 kgf/cm2 = 0,9807 bar 1 kgf/cm2 = 14,223 PSI (lbf/pol2) 1 kgf/cm2 = 736 mmHg 1 bar = 0,9867 atm 1 bar = 1,0196 kgf/cm2 1 bar = 14,503 PSI (lbf/pol2) 1 bar = 750 mmHg 1 PSI = 0,0680 atm 1 PSI = 0,0703 kgf/cm2 1 PSI = 0,0689 bar 1 PSI = 51,719 mmHg Acionamento Hidráulico 8 ACIONAMENTO HIDRÁULICO OBJETIVOS • reconhecer vantagens do acionamento hidráulico; • modificar funcionamento nos circuitos e relacionar causa e efeito; • reconhecer a necessidade do uso de válvula de segurança; • analisar vantagens e desvantagens da reversibilidade dos atuadores. VELOCIDADE VARIÁVEL A maior parte dos motores elétricos tem uma velocidade constante, e isso é aceitável quando temos que operar uma máquina a velocidade constante. O atuador (linear ou rotativo) de um sistema hidráulico, entretanto, pode ser acionado a velocidades variáveis e infinitas, desde que se varie o deslocamento da bomba ou se utilize uma válvula controladora de fluxo. 1. Se uma bomba tem uma vazão constante de 10 litros por minuto (10 lpm)... 3 . ...este cilindro fará este percurso em 1 minuto. Velocidade máxima 2 . ...e se este volume é de 10 litros... Bomba Acionamento Hidráulico 9 Velocidade reduzida 4. Se a bomba tem uma vazão de 10 litros por minuto... 5. ... mas uma válvula restringe este fluxo... 6. ... o atuador recebe apenas 5 litros por minuto (5 lpm) e percorre somente metade de seu curso em um minuto. 7. O excesso de 5 litros por minuto retorna oa reservatório através da válvula de segurança. Bomba Fluxo REVERSIBILIDADE Poucos são os acionadores reversíveis. Os que o são, normalmente, têm que estar quase parados antes de poder-se inverter a direção de rotação. O atuador hidráulico pode ser invertido instantaneamente sem quaisquer danos, mesmo em pleno movimento. Uma válvula direcional de 4 vias, como mostra a figura seguinte, ou uma bomba reversível atuam esse controle enquanto a válvula de segurança protege os componentes do sistema de pressões excessivas. 1. Nesta posição de válvula direcional... 2. ... a vazão da bomba é dirigida para o lado da cabeça do cilindro. 3. A haste do cilindro avança. 4. O óleo proveniente do lado da haste do cilindro é dirigido diretamente ao tanque. Bomba Válvula de segurança Posição inicial da válvula Acionamento Hidráulico 10 PARADA INSTANTÂNEA Se pararmos, instantaneamente, um motor elétrico, poderemos danificá-lo ou queimar seu fusível. Igualmente, as máqui- nas não podem ser bruscamente paradas e nem ter invertidos os seus sentidos sem a necessidade de se dar novamente a partida. Entretanto, um atuador hidráulico pode ser parado sem danos quando sobrecarregado e recomeçar seu funcionamento, imediatamente, assim que a carga for reduzida. Durante a parada, a válvula de segurança desvia, simplesmente, o deslocamento do fluxo da bomba ao tanque. PROTEÇÃO CONTRA SOBRECARGA A válvula de segurança protege o sistema hidráulico de danos causados por sobrecarga. Quando esta carga excede o limite da válvula, processa-se o deslocamento do fluxo da bomba ao tanque, com limites definidos ao torque ou à força. A válvula de segurança possibilita, também, ajustar uma máquina à força ou ao torque especificados, tal como numa operação de travamento. DIMENSÕES REDUZIDAS Mesmo em condições de altas velocidade e pressão, os componentes hidráulicos possibilitam transmitir um máximo de força em mínimos peso e espaço. 5. Na outra posição da válvula direcional, o óleo é dirigido para o lado da haste do cilindro. Bomba 7. O óleo proveniente da cabeça do cilindro é dirigido para o tanque. 6. A haste do cilindro se retrai. Posição invertida da válvula A pressão em um sistema hidráulico 11 A PRESSÃO EM UM SISTEMA HIDRÁULICO OBJETIVOS • resolver problemas de: a. pressão criada no fundo de uma coluna de óleo; b. pressão positiva para alimentação da bomba; • reconhecer as causas da cavitação a aeração; • mostrar como é criada a pressão; • identificar a função de uma válvula de segurança em um sistema hidráulico; • comparar bombas quanto à sua classificação. PRESSÃO EM UMA COLUNA DE FLUIDO O peso de um óleo varia em função de sua viscosidade. Entretanto, nas condições normais de uso, o peso da maioria dos óleos hidráulicos é 0,90 kg/dm3. Um fato importante relacionado ao peso de um óleo é o efeito causado pelo mesmo quando dá entrada em uma bomba. O peso do óleo cria uma pressão de 0,090 kg/cm2 no fundo de uma coluna de 1m de óleo. Assim, para calcular a pressão no fundo de uma coluna de óleo, basta multiplicar a altura da coluna, em metros, por 0,09 kg/ cm2, ou essa altura, em decímetros, por 0,009 kg/dm2. 1. Um decímetro cúbico de óleo pesa aproximadamente 0,90 quilos. 2. Se este peso for dividido igualmente entre os 100 centímetros quadrados da base, a força em cada centímetro quadrado é de 0,0090 kgf. A pressão na base será de 0,0090 atmosferas (kgf/cm2). 3. Uma coluna de dois decímetros pesará duas vezes mais e a pressão na base da coluna será de 0,0180 atmosferas. O peso do óleo gera pressão Aplicando esse princípio, consideremos, agora,as condições em que o reservatório está localizado: acima ou abaixo da entrada da bomba. Quando o nível do óleo está acima da entrada da bomba, uma pressão positiva força o óleo para dentro da bomba. A pressão em um sistema hidráulico 12 1. Se o nível de óleo está 30 decímetros acima da entrada da bomba... 2. ... a pressão aqui é de 30 x 0,0090 ou 0,27 atmosferas. A bomba está sendo alimentada com uma pressão positiva. Bomba Entrada Saída 3. Se o nível de óleo está 30 decímetros abaixo da entrada da bomba... Bomba 4. ...há um vácuo equivalente a 0,27 atmosferas somente para succionar o óleo. 0 mecanismo da bomba cria uma condição de pressão negativa. 30 dm O nível de óleo acima da entrada alimenta a bomba Por outro lado, se o nível do óleo estiver localizado abaixo da entrada da bomba, um vácuo equivalente a 0,09 kg/cm2, por metro, será necessário para levantar o óleo até a entrada da bomba. Na verdade, o óleo não é levantado pelo vácuo, mas é forçado pela pressão atmosférica no vão criado no orifício de entrada, quando a bomba está em operação. O nível de óleo abaixo da bomba requer um vácuo para que o óleo seja succionado OBSERVAÇÃO A água a os vários Fluidos hidráulicos que resistem ao fogo são mais pesados que o óleo e, portanto, requerem mais vácuo por metro de levantamento. A PRESSÃO ATMOSFÉRICA ALIMENTA A BOMBA A bomba é normalmente alimentada pelo óleo proveniente da diferença de pressão entre o reservatório a sua entrada. Normalmente, a pressão do reservatório é a pressão atmosférica, ou seja, 1kg/cm2. É necessário então, criar um vácuo parcial ou pressão reduzida para que haja fluxo. A figura seguinte demonstra um típico macaco hidráulico, ou seja, um simples pistão alternado. Puxando-se o pistão cria-se um vácuo parcial na câmara de bombeamento. A pressão atmosférica no reservatório empurra o óleo, enchendo o vão. Em uma bomba rotativa, as câmaras sucessivas aumentam em tamanho ao passarem pela entrada, criando-se assim uma condição idêntica. A pressão em um sistema hidráulico 13 3. A pressão atmosférica age neste ponto empurrando o óleo para a câmara, preenchendo o vazio criado. 2. Um vazio ou um vácuo parcial é criado neste espaço. 1. Em seu curso de sucção, o pistão da bomba se move para fora aumentando a sua câmara de bombeamento. Bomba Para o cilindro Se for possfvel formar um vácuo completo na entrada, haverá então 1 kg/cm2 de pressão para empurrar o óleo para dentro da câmara. Entretanto, a diferença de pressões deve ser bem menor. Primeiramente, os líquidos se vaporizam no vácuo total e isto provoca a formação de bolhas de ar no óleo; as bolhas atravessam a bomba, explodindo com força considerável quando expostas à pressão na saída a danificando a bomba. Mesmo que o óleo tenha boas caracterfsticas de vaporização, como o óleo hidráulico, por exemplo, uma pressão muito baixa na entrada (alto índice de vácuo) permitirá que escape o ar misturado ao óleo. Essa mistura de ar com óleo pode causar cavitação. Quanto mais rapidamente a bomba girar, menor será essa pressão, aumentando, assim, a possibilidade de cavitação. CAVITAÇÃO É a situação em que o líquido não preenche inteiramente o espaço existente. Geralmente, a cavitação está associada à entrada da bomba. A maioria dos fabricantes de bombas recomenda um vácuo máximo de 0,85 kg/cm2 absoluto na entrada da bomba. Assim, com uma pressão de 1kg/cm2, resta uma diferença de 0,15 kg/cm2 a empurrar o óleo para dentro da bomba. Evitando-se uma altura excessiva, as linhas de entrada permitem a suavidade do fluxo com o mínimo de atrito. Se as conexões de entrada não forem bem vedadas, o ar à pressão atmosférica concentra-se na área de baixa pressão a entra na bomba. Essa mistura também é inconveniente e barulhenta, mas é diferente da que provoca a cavitação. O ar, quando exposto à pressão na saída, é comprimido, formando um amortecedor, a não cede violentamente. Não se dissolve no óleo, mas entra nos sistemas como bolhas compressíveis, que causam operações irregulares na válvula e no atuador. AERAÇÃO É o ar existente no fluido hidráulico. A aeração excessiva faz com que o fluido tenha aparência leitosa e com que os componentes operem irregularmente em razão da compressibilidade do ar retido no fluido. COMO É CRIADA A PRESSÃO A pressão resulta da resistência oferecida ao fluxo do fluido. A resistência ocorre em função de: 1. carga de um atuador; 2. restrição ou orifício na tubulação. A figura a seguir exemplifica uma carga sobre um atuador. O peso de 1.000 quilogramas oferece resistência ao fluxo sob o pistão a cria pressão no óleo. Se o peso aumenta, o mesmo acontece com a pressão. A pressão em um sistema hidráulico 14 Na figura seguinte, uma bomba em deslocamento de 10 l/min tem uma válvula de segurança regulada para 70 kg/cm2, ligada na saída a uma simples torneira. Se esta torneira estiver totalmente aberta, o deslocamento do fluxo da bomba se processa sem restrição e não se registra pressão no manômetro. 2. Não há pressão nesta condição. 1. Quando a torneira está totalmente aberta, todo o fluxo da bomba pode atravessá-la sem restrições. Válvula de segurança Bomba 10 Ipm 0 atm Bomba 1. A força é de 1.000 kgf. 3. A pressão será: 1.000 : 10 = 100 kg/cm2. 2. A área é de 10 cm2. 100 atm 10 Ipm 1.000 10 cm2 Suponhamos, agora, que o registro seja gradativamente fechado. Isto oferecerá resistência ao fluxo, causando aumento de pressão. Quanto maior restrição, tanto mais pressão haverá para empurrar os 10 l/min através da torneira. Sem a válvula de segurança no circuito, teoricamente, não haverá limite à pressão. Na realidade, alguma coisa teria que ceder ou, então, até mesmo a bomba poderia parar a acionar o motor elétrico. Em nosso exemplo, se forem necessários 70 kg/cm2 de pressão para empurrar o óleo através da abertura, a válvula de segurança se abrirá. A pressão, porém, permanecerá 70 kg/cm2. A pressão em um sistema hidráulico 15 Restringindo-se ainda mais o registro, passará menos óleo através do mesmo e mais na válvula de segurança, como se vê na figura seguinte. 5. Quando a válvula de segurança permitir passagem parcial ou total do fluxo... Válvula de segurança 6. ... o manômetro acusará o ajuste de regulagem da válvula de segurança. 70 atm 3. À medida que o fluxo for restringido pelo fechamento gradual da torneira... 4. ... a pressão aumentará. Se o registro estiver completamente fechado, toda a vazão passará pela válvula de segurança com 70 kg/cm2. Pode-se concluir, pelo exemplo acima, que uma válvula de segurança ou um componente que limita a pressão sempre deve ser usado quando, nos sistemas, se utilizar bombas de deslocamento positivo. BOMBAS DE DESLOCAMENTO POSITIVO CRIAM O FLUXO A maioria das bombas utilizadas nos sistemas hidráulicos é classificada como bombas de deslocamento positivo . Isto significa que, com excessão de variações na eficiência, o deslocamento é constante a determinada pressão. A saída é positivamente separada da entrada, de forma tal que o fluido que entra na bomba é forçado para o pórtico da saída. A função da bomba é criar o fluxo; a pressão é causada pela resistência a esse fluxo. Há uma tendência comum em responsabilizar a bomba por qualquer perda de pressão que ocorra. Com poucas excessões, a perda de pressão só ocorre quando há vazamento total. Exemplo : Uma bomba desloca 10 litros por minuto sob um pistão de 10 cm2 de área para levantar um peso equivalente a 1. 000 quilogramas. Enquanto o peso estiver sendo levantado ou mantido pelo óleo hidráulico, a pressão será de 100 kg/cm2 (1.000 : 10 = 100 kg/cm2). Mesmo que um furo no pistão deixe escapar 8 litros por minuto, a 100kg/cm2 a pressão será mantida constante, embora o levantamento se processe mais lentamente. A pressão em um sistema hidráulico 16 1. Se 8 litros por minuto são perdidos em um vazamento... 2. ... o óleo não perdido (2 lpm) deverá ainda levantar o pistão. 3. Assim, existirá ainda uma força de 1.000 kg sobre o óleo e a pressão, dessa forma, serámantida. Bomba 100 atm 10 Ipm 1000 A figura abaixo ilustra essa condição. A perda total da pressão no sistema só é provocada pela perda total do fluxo da bomba Assim, a bomba poderá estar desgastada, perdendo praticamente toda sua eficiência; porém, sua pressão será mantida. Essa pressão mantida não é um indicador das condições da bomba. É necessário medir o fluxo a uma dada pressão para se determinar as condições da bomba. Vazamento no cilindro Fluxo em paralelo e em série 17 Fluxo em vias paralelas FLUXO EM PARALELO E EM SÉRIE OBJETIVOS • distinguir seqüências de movimentos em esquemas hidráulicos; • identificar circuito com fluxo em paralelo e circuito com fluxo em série; • demonstrar que em fluxo em série as pressões são somadas. FLUXO EM PARALELO Uma característica peculiar a todos os líquidos é o fato de que eles sempre procuram os caminhos que oferecem menor resistência. Assim, quando há duas vias de fluxo em paralelo, cada qual com resistência diferente, a pressão só aumenta o necessário e o fluxo procura sempre a via mais fácil. 1. O óleo pode escolher 3 vias de passagem. 2. Ele escolherá primeiro “A” porque é requerida uma pressão de apenas 7 atm. O manômetro, junto à bomba, acusará uma pressão de 7 atm. 7 atm abre válvula A 14 atm abre válvula B 21 atm abre válvula C Bomba Fluxo em vias paralelas 3. Se o fluxo em “A” for bloqueado... 4. ... o óleo fluirá através da válvula B quando a pressão alcançar 14 atm. 5. O manômetro registrará 14 atm. Bomba 14 atm abre válvula B 21 atm abre válvula C Fluxo em paralelo e em série 18 OBSERVAÇÃO Da mesma forma, quando a saída da bomba for dirigida a dois atuadores, o que necessitar de menos pressão se movimentará primeiro. Como é difícil balancear cargas com exatidão, os cilindros que devem ter sincronismo de movi- mentos geralmente são ligados mecanicamente. FLUXO EM SÉRIE 1. Não existe resistência ao fluxo aqui. Asim... 2. ... este manômetro registra pressão 0. 3. Neste ponto uma mola equivalente a 7atm oferece resistência ao fluxo. 4. Desta forma, o manômetro acusa 7 atm. 5. Aqui, o fluxo encontra uma resistência de 14atm, mais a queda de pressão de 7 atm da válvula A. 6. As pressões acima são somadas e o manômetro acusa 21 atmosferas. 7. Com uma queda de pressão de 21 atmosferas aqui... 8. ... e com uma mola equivalente a 21 atm neste ponto... 9. ...teremos uma pressão de 42 atm neste ponto. Queda de pressão através de uma restrição ou orifício 19 4. Um acréscimo de pressão aqui... 5. ... causará uma passagem de óleo através do orifício. 6. A queda de pressão será de 50 para 10kg/cm2 ou de 40kg/cm2 (40atm). B QUEDA DE PRESSÃO ATRAVÉS DE UMA RESTRIÇÃO OU ORIFÍCIO OBJETIVO • identificar as variações do fluxo através de uma restrição ou orifício. Um orifício é uma passagem restrita em uma linha hidráulica ou em um componente, utilizado para controlar o fluxo ou criar uma diferença de pressão (queda de pressão). Para que haja fluxo de óleo através de um orifício, deverá haver uma diferença ou queda de pressão. Inversamente, se não houver fluxo, não haverá queda de pressão. Considere a condição do orifício na figura seguinte. A pressão é igual nos dois lados; assim sendo, não haverá fluxo. Uma pressão maior em A força um fluxo no sentido da esquerda para a direita e o óleo passa através do orifício, como mostra a próxima ilustração. 1. Se a pressão aqui... 2. ...é igual a esta... 3. ... não há fluxo neste ponto. orifício A 7. Neste caso a queda de pressão é somente de 1atm e o fluxo será menor. B Queda de pressão através de uma restrição ou orifício 20 Se o fluxo for bloqueado depois do orifício, a pressão se igualará imediatamente nos dois lados da restrição, de acordo com a lei de Pascal. Observe a figura seguinte. OBSERVAÇÃO Esse princípio é essencial às operações de muitas válvulas controladoras de pressão compostas (balanceadas). 8. Se a passagem é bloqueada após o orifício, o fluxo cessa. 9. A pressão será, então, igualada em ambos os lados do orifício. C Pressão e carga de trabalho 21 PRESSÃO E CARGA DE TRABALHO OBJETIVOS • demonstrar que a pressão é proporcional à carga; • demonstrar que a força é igual ao produto da pressão pela área; • demonstrar que a pressão é força aplicada por unidade de área. PRESSÃO A pressão é proporcional à carga e a leitura do manômetro indica, em kg/cm2, a carga do trabalho a qualquer momento. A pressão é igual à força dividida pela área do pistão. É expressa pela fórmula: 1. Se esta válvula for regulada a 100 kg/cm2... Válvula de segurança Pistão Mesa móvel Material Mesa fixa 2. ... e a área do pistão tiver 20 cm2... 3. ... a força atuante será 100 x 20 = 2.000kg. P = F A onde: P = pressão, em kg/cm2 F = força, em kg A = área, em cm2 OBSERVAÇÃO O aumento ou decréscimo na carga resultará em um aumento ou decréscimo na pressão de operação. A FORÇA É PROPORCIONAL À PRESSÃO E À ÁREA Quando se utiliza um cilindro hidráulico para fechar ou prensar, a força gerada pode ser calculada por: F = P . A Como exemplo, suponhamos que uma prensa hidráulica tenha uma regulagem de 100 kg/cm2 de pressão e essa pressão seja aplicada numa área de 20cm2. A força gerada será de 2.000 kg, como se vê na figura seguinte. Pressão e carga de trabalho 22 A força é igual ao produto da pressão pela área COMPUTANDO A ÁREA DO PISTÃO Calcula-se a área de um pistão pela fórmula: A = 0,7854 . d2 onde: A = área, em cm2 d = diâmetro do pistão, em cm Da fórmula básica P = F A deduzem-se: F = PA e A = F P Velocidade do fluido hidráulico 23 a = Vol/t V V = Vol/t a Vol/t = V.a onde: V = velocidade, em dm/min a = área, em dm2 Vol/t = volume/tempo, em l/min 1. Suponhamos que este tubo tenha um diâmetro duas vezes maior que um outro tubo qualquer. 2. Para que tenhamos a mesma área do primeiro seriam necessários 4 tubos com este diâmetro. VELOCIDADE DO FLUIDO HIDRÁULICO OBJETIVOS • demonstrar que a velocidade do atuador varia em função da área do pistão e do volume de fluido admitido no mesmo; • demonstrar que a velocidade do fluxo através de um tubo varia ao quadrado do diâmetro; • calcular o diâmetro interno do tubo utilizando tabela monográfica. ATUADOR E ENCANAMENTO O atuador pode ser linear ou rotativo (cilindro ou motor). A velocidade de ambos depende de suas dimensões e do fluxo que estão recebendo. Para relacionar o fluxo à velocidade, considera-se o volume que deve preencher o atuador para percorrer uma dada distância. A relação é a seguinte: Concluímos com isso que: • a força ou torque de um atuador é diretamente proporcional à pressão e independe do fluxo; • sua velocidade dependerá da quantidade de fluxo, dispensando-se a pressão. VELOCIDADE NA TUBULAÇÃO A velocidade com que o fluido hidráulico passa pela tubulação é um fator importante e digno de consideração pelo efeito de atrito que a velocidade acarreta. Geralmente, as faixas de velocidade recomendadas são: linha de sucção... 6 a 12 dm por segundo = 0,6 a 1,2 m/s linha de pressão... 20 a 60 dm por segundo = 2 a 6 m/seg Recomenda-se baixa velocidade para linha de sucção visto que pouca queda de pressão pode ser tolerada. Deve-se notar que: 1. A velocidade do fluido através de um tubo varia inversamente ao quadrado do diâmetro interno do tubo. As figuras abaixo nos mostram que dobrando o diâmetro interno de um tubo, quadruplicamos sua área interna; assim, a velocidade será apenas 1/4 no tubo maior. Diminuindo-se o diâmetro pela metade, a metade será diminuída em 1/4, quadruplicando a velocidade do fluxo. Velocidade do fluido hidráulico 24 2. Normalmente, o atrito do líquido num tubo é proporcional à velocidade. Todavia, se o fluxo for turbulento o atrito variará em função do quadrado da velocidade. O atrito cria turbulência no fluido oferecendo resistência ao fluxo, resultando em queda de pressão através da linha. A figura seguinte é uma tabela monográfica, útil para: . l selecionar o diâmetro interno se o fluxo for conhecidol determinar precisamente a velocidade sendo o tamanho do tubo e o fluxo conhecidos. Para usar a tabela, coloque uma régua ligando dois valores conhecidos e leia o valor procurado na terceira coluna. Velocidade (m/s) = l/min . 0,170 área (cm2) 3. Se a velocidade do fluxo (Ipm) através deste tubo fosse de 5cm por segundo.... 4. ... o mesmo fluxo (Ipm) deveria passar com uma velocidade 4 vezes maior, ou seja, 20 cm por segundo. Se o fluxo na tubulação menor tornar-se turbulento, o atrito será 16 vezes maior que aquele existente na tubulação primária. PROCEDIMENTO PARA DETERMINAÇÃO DAS DIMENSÕES DO ENCANAMENTO Se forem dados o deslocamento da bomba e a velocidade do fluxo, usa-se esta fórmula para calcular a área interna do tubo: Quando são conhecidos os dados de deslocamento e a área, a velocidade é: A = l/min . 0,170 , sendo A em cm2 velocidade (m/s) Velocidade do fluido hidráulico 25 Trabalho e potência 26 TRABALHO E POTÊNCIA OBJETIVOS • enunciar os conceitos de trabalho e potência; • demonstrar transformações de potência do sistema internacional em unidades inglesas; • demonstrar problemas de aplicação de potência a sistemas hidráulicos. TRABALHO Quando se movimenta uma força por determinada distância, efetua-se um trabalho . trabalho = força . distância Expressamos o trabalho em quilogrâmetros (kgm). Por exemplo, se um peso de 10 quilos for levantado 10 metros, o trabalho será: 10 quilogramas x 10 metros = 100 quilogrâmetros (kgm) A fórmula acima não considera a velocidade em que o trabalho é feito. POTÊNCIA O trabalho realizado por unidade de tempo chama-se potência . potência = força . distância ou trabalho tempo tempo A unidade-padrão de potência é o cavalo-vapor (cv), que equivale a levantar 75 kg a um metro de altura em um segundo. Também existe o equivalente em potência elétrica e calor. 1cv = 0,986 HP 1cv = 4.500 kgm/min ou 75 kgm/s 1cv = 736 W (potência elétrica) 1cv = 41,8 BTU/min = 10,52 kca1/s 1HP = 33.000 lb-pé por minuto 1HP = 746 W 1HP = 42,4 BTU/min A potência necessária para movimentar 1l/min a uma pressão de 1kg/cm2 é equivalente a 0,0022 cv. Portanto cv = vazão (l/min) . pressão (kg/cm2 ) . 0,0022 Todavia, a potência requerida para girar a bomba deverá ser um pouco maior, desde que o sistema não tenha 100% de eficiência. Na prática usa-se a seguinte fórmula: cv = l/min . kg/cm2 426 Para o Sistema Inglês, a equivalência é expressa pela seguinte fórmula: HP = 0,0007GPM . PSI onde: HP = cavalo-força GPM = galões por minuto PSI = libras por polegada quadrada Trabalho e potência 27 POTÊNCIA E TORQUE Se for necessário converter cv em torque ou vice-versa, em qualquer equipamento rotativo, sem computar pressão a fluxo, teremos: torque = 725 . cv rpm ou cv = torque . rpm 725 O torque nesta fórmula será dado em kgm. Também HP = torque (lb/pol) . rpm no Sistema Inglês. 63 025 Símbolos gráficos e diagramas de hidráulica 28 SÍMBOLOS GRÁFICOS E DIAGRAMAS DE HIDRÁULICA OBJETIVOS • classificar símbolos hidráulicos; • classificar diagramas e conhecer suas utilizações. SÍMBOLOS GRÁFICOS DE HIDRÁULICA Os circuitos hidráulicos e seus componentes são representados de diferentes maneiras. Dependendo do que a figura deve comunicar, pode ser um desenho representando o próprio componente, um corte mostrando a construção interna, um desenho gráfico que demonstra a função ou a combinação de quaisquer dos três. Os símbolos gráficos são simples figuras geométricas, sem intenção de mostrar a forma de construção interna do compo- nente, mas somente sua função no circuito. DIAGRAMAS REPRESENTATIVOS Um diagrama representativo é utilizado, principalmente, para mostrar a disposição do encanamento de um circuito. Os símbolos são desenhos dos contornos que mostram a forma externa efetiva dos componentes e encanamento até as várias aberturas das unidades. Os diagramas representativos têm pouco valor para instrução ou para a solução de proble- mas, pois não mostram a construção interna ou função dos componentes. Diagrama representativo DIAGRAMAS EM CORTE Os diagramas em corte contêm muitas informações sobre a operação de um circuito e sobre a construção e operação de seus componentes. Esses diagramas são ideais para instrução e são largamente utilizados para esse fim. Em razão do tempo e do custo envolvidos, raramente são feitos para outras finalidades. Freqüentemente, fazem-se múltiplos diagramas em forte, cada um mostrando uma fase diferente da operação do circuito. Códigos de cores ou desenhos são usados nas linhas, para demonstrar a função do fluido durante a fase de operação que está sendo representada. Símbolos gráficos e diagramas de hidráulica 29 LINHAS Canos hidráulicos, tubos e passagens de líquido são demonstrados como linha individual, conforme se vê na figura seguinte. Há três classificações básicas: Uma linha de trabalho (sólida) transporta o fluxo principal no sistema. Para efeitos gráficos, isso inclui a linha de entrada da bomba (sucção), linhas de pressão e linhas de retorno ao tanque. • A linha piloto (tracejado comprido) transporta o fluido utilizado para controlar a operação de uma válvula ou outro compo- nente. • A linha de dreno (tracejado curto) transporta o vazamento de óleo para o reservatório. Diagrama em corte Diagrama combinado Diagrama gráfico Símbolos gráficos e diagramas de hidráulica 30 Linha de pressão Linha piloto Linha de dreno Linha de contorno. Delimita um conjunto de funções em um único corpo Conector Linha flexível União de linhas Linhas cruzadas não-conectadas Direção do fluxo SIMBOLOGIA 1. Linhas a suas funções 5. A linha piloto opera uma válvula ou um outro controle (linha tracejada comprida). 3. A linha de pressão também é sólida. 1. A linha de entrada de uma bomba é uma linha sólida. 2. As linhas de retorno são igualmente linhas de trabalho (sólidas). 4. A linha de dreno transporta o vazamento de óleo ao reservatório (linha tracejada curta). Fluxo do óleo Motor hidráulico Válvula de segurança Bomba Reservatório Três classificações de linhas hidráulicas Símbolos gráficos e diagramas de hidráulica 31 Reservatório aberto à atmosfera Linha terminando abaixo do nível de fluido Linha terminando acima do nível de fluido Linha sob carga Plugue ou conexão bloqueada Restrição fixa Restrição variável 2. Bombas Bomba simples, deslocamento fixo Bomba simples, deslocamento variável Bomba reversível com dois sentidos de fluxo 3. Motores a cilindros Motor rotativo, deslocamento fixo Motor rotativo, deslocamento variável Motor reversível, dois sentidos de fluxo Motor oscilante Símbolos gráficos e diagramas de hidráulica 32 Cilindro de simples ação com retração por mola Cilindro de ação simples com avanço por mola Cilindro de dupla ação Cilindro com haste dupla Cilindro com dois amortecedores fixos Cilindro com dois amortecedores reguláveis Cilindro telescópico 4. Outros Eixo com rotação em um único sentido Eixo com rotação nos dois sentidos (reversível) Manômetro Termômetro Símbolos gráficos e diagramas de hidráulica 33 Rotâmetro (medidor de fluxo) Motor elétrico Acumulador por peso Acumulador por mola Acumulador por gás (genérico) Acumulador por gás com bexiga Acumulador por gás com membrana Acumulador por gás com pistão Filtro Aquecedor na linha Símbolos gráficos e diagramas de hidráulica 34 Regulador de temperatura sem representação das linhas de fluxo do meio refrigerante Regulador de temperatura (as setas indicam que o calor pode ser introduzido ou dissipado) Intensificador de pressão Pressostato 5. Válvulas - símbolos básicos Válvula de retenção sem mola Válvula de retenção com mola Válvula de retenção pilotada para abrir Válvula de retenção pilotada para fechar Válvula de retenção dupla ou geminada Válvula agulha Componente básico de válvula Válvula de passagem única, normalmente fechada Símbolos gráficos e diagramas de hidráulica 35 Válvula de passagem única, normalmenteaberta Duas conexões bloqueadas Duas direções de fluxo Duas direções de fluxo interligadas Uma direção de fluxo em tandem e dois bloqueios Quatro conexões bloqueadas Passagem de fluxo bloqueada na posição central Símbolo para válvula de múltiplas vias (as setas mos- tram a direção do fluxo) 6. Válvulas - exemplos Válvula direcional, duas posições, duas vias Válvula direcional, três posições, quatro vias (centro aberto) Símbolos gráficos e diagramas de hidráulica 36 Válvula de posicionamento infinito (indicado por barras horizontais de centro fechado) Válvula desaceleradora normalmente aberta Válvula de segurança Válvula de descarga com dreno interno controlada re- motamente Válvula de seqüéncia atuada diretamente e drenada ex- ternamente Válvula redutora de pressão Válvula de contrabalanço com retenção integral Símbolos gráficos e diagramas de hidráulica 37 Válvula controladora de fluxo com compensação de pressão e temperatura com retenção integral Válvula seletora de manômetro simples Válvula seletora de manômetro com manômetro incorporado Válvula de controle direcional de quatro conexões, quatro vias e duas posições. Operada por pressão através de uma válvula direcional piloto, comandada por solenóide, com retorno de mola Válvula de controle direcional de quatro conexões, quatro vias e três posições. Operada por pressão através de uma válvula direcional piloto, comandada por solenóide com centragem por molas Símbolos gráficos e diagramas de hidráulica 38 7. Acionamentos Por ação muscular (símbolo básico, sem indicação do modo de operação) Botão Alavanca Pedal Apalpador ou came Mola Rolete Rolete articulado ou gatilho (operando em um único sentido) Solenóide com uma bobina Solenóide com uma bobina operando proporcionalmente Piloto direto Piloto indireto Solenóide e piloto Símbolos gráficos e diagramas de hidráulica 39 Solenóide ou piloto Solenóide e piloto ou mecânico Acionamento por áreas de atuações diferentes (o retângulo maior representa a área de atuação maior) Conversor hidropneumático vermelho – pressão do sistema ou operação verde – sucção ou dreno azul – fluxo em descarga ou retorno amarelo – fluxo controlado laranja – pressão reduzida, pressão piloto ou pressão de carga violeta – pressão intensificada branco – fluido inativo O código de cores usado nos desenhos de componentes e nas linhas hidráulicas é o seguinte:
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