Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Alunos: Marcos Vinícius Pereira Campina Fernandes, Maria Eduarda Silva Rocha
Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco
Professora Andrea Karla Pereira da Silva
Impactos socioambientais da indústria da moda “Fast Fashion” apresentados no documentário “The True Cost”
O documentário “The True Cost” expõe os impactos sociais, ambientais, econômicos e também políticos causados pela indústria “Fast Fashion” da moda, impactos esses que podem e deixam consequências irreversíveis à sociedade e ao meio ambiente. 
Em primeira análise pode-se falar sobre os desastres industriais nos países subdesenvolvidos (de onde vem quase que toda a produção) que ocorrem frequentemente em razão do Fast Fashion, com resultados terríveis como a morte de vários trabalhadores, que já são diariamente negligenciados e ignorados até chegar o ponto em que a falta de importância com as condições e ambiente de trabalho resultam em tais desastres. Os funcionários que não têm opções melhores que o trabalho em fábrica, encontram salários e carga horária abusivos, e encontra-se até trabalho infantil nas fábricas. Tais condições abusivas impactam profundamente a sociedade local, filhos são separados dos pais pois não há onde ficar e serem cuidados, tendo às vezes até que serem levados com as mães para às fábricas. Protestos são feitos por melhores condições, mas tudo que gera é caos e mortes.
A produção de roupas a todo vapor nessa indústria gera danos massivos ao meio ambiente, por conta do descarte excessivo e consumismo desenfreado que é reforçado pelo Fast Fashion, o meio ambiente é poluído e ocorre a liberação de gases de efeito estufa em detrimento da utilização de químicos na fabricação de roupas. O documentário também expõe uma fábrica de couro que polui um rio importante local, destruindo o rio e afetando com sérios problemas de saúde todos que se utilizam dele para propósitos de agricultura ou para beber, piorando a situação de vida de pessoas que já não têm uma base econômica satisfatória.
Voltando mais ainda no processo, no campo, onde é obtida a matéria prima para a maioria das roupas que é o algodão, os impactos socioambientais são tão intensos quanto os que vêm mais adiante nesse ciclo. Além da pressão econômica e conflitos com os agricultores que leva ao suicídio de milhares desse grupo, os impactos se abrangem com o uso dos agrotóxicos. O solo sofre mais e mais com o tempo através desse uso tornando-se contaminado, e a comunidade também é afetada, aumentando o número de problemas de saúde como câncer, doenças mentais e problemas de nascença.
Relação do Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651/2012) com o documentário.
Vemos no documentário que o sistema do fast fashion tem se tornado o grande vilão da moda, afetando não só esse setor, mas também problemas como opressão a grupos humanos, tráfico de influência, danos ao meio ambiente, entre outros exibidos como veemência no documentário “The true Cost”. Assim, o movimento do Slow Fashion nasce com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre outra possibilidades de consumir moda, que englobe princípios éticos, conscientes e de sustentabilidade no enfrentamento ao trabalho escravo.
No entanto, os aspectos sociais ainda são fator determinante para que esse tipo de moda seja amplamente utilizado, e também na forma como ocorre o mau uso coletivo dos recursos ambientais e humano. De certa forma, existem também agentes por trás da insustentabilidade atual, em alguns casos, essas grandes indústrias por trás disso, estão respaldados até por bancadas políticas que pressionam, reorganizam as pautas ambientais e até leis como a reforma do Código Florestal Brasileiro que propõe a redução da Reserva Legal na Amazônia de 80% para até 50%.
A legislação ambiental Brasileira era vista como uma das mais avançadas do mundo, com o objetivo de proteger o meio ambiente e reduzir ao mínimo as consequências de ações. No Brasil, os órgãos ambientais são responsáveis por fiscalizar e fazer cumprir as leis que se aplicam tanto às organizações de qualquer natureza como ao cidadão comum. Na própria Constituição Brasileira de 1988, está descrita a importância de conservar o ecossistema através da preservação e recuperação ambiental, entendendo que disso depende a qualidade de vida que todo indivíduo é digno de ter. No entanto, desse conjunto de leis ambientais tem-se Novo Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651 - 2012) que dispõe sobre a preservação da vegetação nativa e revoga o Código Florestal Brasileiro de 1965, e também apresenta muitos pontos controversos e tem o apoio claro do presidente da República Jair Messias Bolsonaro que defende o avanço ruralista e até, de regularizar garimpos e explorar terras indígenas. 
Análise da Lei e os impactos e proposta de medidas necessárias para mitigar ou resolver os problemas ambientais da indústria da moda.
O novo Código Florestal foi interpretado por alguns como inovador por trazer incentivos a recomposição da vegetação nativa das áreas de preservação permanente e de reservas legais e por proporcionar regramentos específicos aos Estados, com vastas áreas destinadas às unidades de conservação e terras indígenas. Destacaram também a inserção de referenciais para ações de proteção e maior monitoramento da exploração e transporte de recursos florestais. Considerava-se que o Código Florestal revogado era desconectado da realidade prática e que precisava urgentemente ser revisado, a fim de avançar na busca pela conciliação entre preservação ambiental e produção agropecuária. A comunidade científica reconhece a importância da agricultura na economia brasileira e mundial, como também a importância de se aperfeiçoar o Código Florestal para atender à nova realidade brasileira e mundial.
No entanto, para melhorar a eficiência de proteção das áreas de vegetação natural é importante considerar alternativas que inibam eficientemente a criação de novos passivos, buscar uma solução viável e uma forma de conservar as áreas que ainda não contam com nenhuma proteção. Ainda falta a participação efetiva da sociedade e das autoridades para atingir um padrão de qualidade em relação à proteção dos recursos florestais, pois atualmente há no Brasil uma grande legislação ambiental, mas sem a eficácia. É necessário, portanto, garantir o prosseguimento dos avanços científicos e tecnológicos para aperfeiçoar a adequação ambiental de atividades produtivas. Os resultados já alcançados devem traduzir-se em políticas que garantam uma ação integrada entre ciência e tecnologia e os setores produtivos. A legislação não só florestal como ambiental deve ter como objetivos principais a proteção dos recursos naturais os quais garantem para os serem humanos os serviços ambientais como a produção de água, a regulação do ciclo de chuvas e dos recursos hídricos, a proteção da biodiversidade, a polinização, o controle de pragas, o controle do assoreamento dos rios e o equilíbrio do clima que sustentam a vida e a economia de todo o país, incluindo da industria da moda retratada no documentário “The True Cost”.

Mais conteúdos dessa disciplina