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INVESTIGAÇÃO-CRIMINAL

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1 
 
 
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL 
1 
 
 
Sumário 
 
 Investigação Crimina ...................................................................................... 3 
Conceito e histórico da polícia ..................................................................... 4 
Conceito de investigação criminal ............................................................... 6 
Conceito de prova ........................................................................................ 7 
Evolução histórica da prova criminal ............................................................ 8 
A Investigação Criminal ............................................................................. 15 
Processos da Investigação Criminal .......................................................... 18 
Interrogatório .......................................................................................... 18 
Infiltração policial .................................................................................... 25 
Informante .............................................................................................. 26 
Vigilância ................................................................................................ 27 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A história do Instituto NOSSA HISTÓRIA, inicia com a realização do sonho de 
um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos 
de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a NOSSA HISTÓRIA, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A NOSSA HISTÓRIA tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas 
de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber 
através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Investigação Criminal 
 
A investigação policial tem como foco a obtenção de provas criminais que 
podem ser testemunhais e técnicas. Prova Criminal é aquela utilizada para 
demonstrar ao Juiz a veracidade ou falsidade da imputação feita ao réu e das 
circunstâncias que possam influir no julgamento da responsabilidade e na 
individualização das penas. 
As provas técnicas são as perícias, realizadas por peritos criminais, e são 
formadas pelas evidências materiais do 
crime. As prova testemunhais 
 são constituídas pelos depoimentos 
 das testemunhas, abrangendo, no sentido 
amplo, as declarações das vítimas e o 
interrogatório dos suspeitos ou indiciados. A 
atividade de investigação criminal consiste 
na apuração 
dos crimes, que é feita através da busca de provas, periciais ou testemunhais. As 
provas periciais são técnicas, realizadas por peritos criminais e são formadas pelas 
evidências materiais do crime. 
As prova testemunhais são constituídas pelos depoimentos das testemunhas, 
abrangendo, no sentido amplo, as declarações das vítimas e o interrogatório dos 
suspeitos ou indiciados. A pesquisa, coleta e produção das provas periciais compete 
à Criminalística. Via de regra, o trabalho pericial exige imediatidade. 
A título de exemplo, o exame residuográfico de verificação de pólvora exige a 
condução do suspeito imediatamente após a prática do delito. O exame de lesões 
corporais e de verificação de aborto exige lapso temporal curto entre o crime e o 
exame. Considerada a importância da prova pericial e científica é imprescindível o 
isolamento e a preservação do local do crime. 
Falhas no isolamento do local do crime podem impossibilitar a produção da 
prova pericial. Vestígios deixados no local do crime podem levar ao autor. Como 
exemplo, um simples estojo componente de munição ou projétil componente de 
4 
 
 
munição, encontrado em local de homicídio mediante disparo de arma de fogo, pode, 
através de perícia, ser prova crucial para demonstrar autoria. 
 
Conceito e histórico da polícia 
 
A palavra Polícia é vocábulo derivado do latim “politia”, que por sua vez, 
procede do grego “politeia”, que significa, segundo Thomé, (...)administração da 
cidade. Segundo o mesmo autor, Polícia pode ser definida como: (...) instrumento de 
utilidade e que passa a ser responsável pela investigação das infrações penais 
cometidas e pela política de disciplina e restrição empregada a serviço do povo. 
Marcineiro (2001), conceitua Polícia como sendo: (...) a organização 
administrativa que tem por atribuição impor limitações à liberdade (individual ou de 
grupo) na exata medida necessária à salvaguarda e manutenção da ordem pública 
(...). 
No entanto, a polícia mais visível a todos é a de segurança pública e por isso 
mesmo todos tendemos a confundi-la, enquanto parte, com o todo (...) a polícia se 
especializa e hoje, se apresenta com duas funções: a polícia preventiva 
(administrativa), de proteção individual e coletiva e a polícia judiciária, ou seja, 
atividade policial repressiva (judicial) ao crime e de auxílio à justiça penal 
(investigação científica dos crimes). (MARCINEIRO, 2001: 47,48). 
Segundo Tourinho Filho (2001), (...) a Polícia é o órgão incumbido de manter e 
preservar a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio 
(TOURINHO FILHO, 2001:27). Você já teve a oportunidade de ler o que dispõe o 
artigo 144 da Constituição Federal de 1988 com relação à segurança pública. Diz o 
artigo: 
5 
 
 
 
Portanto, às Polícias Rodoviária Federal, Ferroviária Federal e Militares cabe 
o policiamento ostensivo, atuando precipuamente na 
prevenção dos delitos. De outro lado, é interessante que 
você perceba que a atuação principal das Polícias Federal 
e Civis ocorre após a prática do crime, na repressão dos 
delitos. Apuram materialidade e autoria das infrações 
penais, por meio da função investigativa. 
À Polícia Federal cabe a apuração das infrações penais contra a ordem política 
e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas 
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática 
tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo 
se dispuser em lei, além de prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, o contrabando e o descaminho, nos termos do artigo 144, § 1º, I e II da 
Constituição Federal de 1988. 
A Polícia Civil, também chamada de Polícia Judiciária, tem competência 
residual, tendo a função de apurar as infrações 
penais e respectivas autorias, ressalvadas as 
atribuições da Polícia Federal e as infrações da 
alçada militar, de acordo com o artigo 144, § 4º, da 
Carta Magna. 
Inicialmente, segundo Thomé (1997), a ação militar em defesa da posse, a 
função policial e a função de julgar não estavam separadas. A atividade investigativa 
ficava sob a responsabilidade dos magistrados, em especial dos Juízes de Paz. Com 
6 
 
 
o rápido crescimento das atividades econômicas e sociais, fez-se necessária a 
organização dos serviços policiais. 
Segundo Marcineiro e Pacheco, (2001), a origem da Polícia Judiciária, como 
organização, ocorreu em 1841, com a promulgação da Lei no. 261, de 03 de 
dezembro, que apresentava uma organizaçãopolicial incipiente, criando em cada 
província um Chefe de Polícia, com seus delegados e subdelegados escolhidos 
dentre os cidadãos. A partir da promulgação da república, em 1889, a Polícia passou 
a atuar de acordo com o modelo político vigente. 
Na democracia a Polícia tinha como foco a segurança pública dos cidadãos, e, 
nos períodos ditatoriais, a Polícia tinha como prioridade salvaguardar a segurança 
nacional estatal, o que fica evidenciado pelos dispositivos que versavam sobre 
segurança pública, inseridos nas Constituições Federais que se sucederam. 
A atual Constituição Federal de 1988 é fruto de uma redemocratização, iniciada 
em 1985, após vinte e um anos de regime de exceção. Promulgada em um Estado 
Democrático de Direito, a Carta Magna prima pela garantia dos direitos individuais. 
Nesse contexto, a Polícia passa a ter o dever de prestar serviços respeitando tais 
garantias e contribuindo para salvaguardá-las 
 
Conceito de investigação criminal 
 
Segundo Bueno (1977), investigar significa (...) indagar, pesquisar, fazer 
diligências para achar, (...), descobrir. (BUENO, 1977:685). É um ato instintivo do 
homem que o faz movido pelo princípio inteligente e pelo instinto de curiosidade. Você 
concorda? Muito bem, vamos adiante e contextualizando. 
7 
 
 
A investigação policial, ou investigação criminal, é atividade policial direcionada 
à apuração das infrações penais e de sua autoria. É o trabalho realizado por policiais, 
especialmente delegados e seus agentes, procurando esclarecer a autoria e 
materialidade de delitos, bem como as circunstâncias em que ocorreram. Estas 
circunstâncias são detalhes de fatos criminosos com a preocupação de melhor 
identificar as pessoas com eles 
relacionados e o próprio objeto do 
crime, visando reunir elementos 
probatórios para o indiciamento ou 
não e posterior encaminhamento à 
apreciação judicial. 
O objetivo da investigação criminal é amealhar provas criminais, 
para comprovar materialidade e autoria do delito. 
 
Conceito de prova 
 
Como dito, o objetivo da investigação criminal é a busca das provas criminais 
necessárias para a elucidação do crime. O vocábulo “prova” origina-se do latim 
probatio, que por sua vez emana do verbo probare, com o significado de demonstrar, 
reconhecer, formar juízo sobre um fato. De Plácido e Silva (1978), A prova consiste, 
pois, na demonstração da existência ou da veracidade daquilo que se alega como 
fundamento do direito que se defende ou que se contesta.(De PLACIDO e SILVA, 
1978: 1253). 
Todas as afirmações de fato feitas pelo autor, bem como as afirmações feitas 
pelo réu, que normalmente se contrapõem àquelas, podem ou não corresponder à 
verdade. De acordo com Cintra, as dúvidas sobre a veracidade das afirmações de 
fato feitas pelo autor ou por ambas as partes no 
processo, a propósito de dada pretensão em 
juízo, constituem as questões de fato que devem 
ser resolvidas pelo juiz, à vista da prova dos fatos 
pretéritos relevante. 
8 
 
 
Especificamente com relação à prova criminal, pode-se afirmar que é aquela 
utilizada para demonstrar a ocorrência ou não de uma infração penal e as 
circunstâncias que possam influir no julgamento da responsabilidade e na 
individualização das penas. As provas criminais formam a convicção a respeito da 
autoria e materialidade da infração penal, das condições de antijuridicidade e 
culpabilidade, e de todos os demais elementos necessários para fundamentar uma 
decisão condenatória ou absolvitória. 
Em síntese, a prova criminal é aquela utilizada para demonstrar ao Juiz a 
veracidade ou falsidade da imputação feita ao réu e as circunstâncias que possam 
influir no julgamento da responsabilidade e na individualização das penas. 
 
Evolução histórica da prova criminal 
 
O sistema probatório, no Processo Penal Brasileiro, adotou o modelo 
europeucontinental, fazendo-se importante uma breve análise das origens deste 
modelo. Os meios de prova, concebidos como instrumentos de reconstituição de fatos 
pretéritos, sempre acompanharam a história da civilização, estando fortemente 
condicionados por circunstâncias históricas e culturais. 
Na Antiguidade, a religião era a força propulsora das organizações 
rudimentares e, posteriormente, das cidades, estando acima de tudo e de todos. Leis 
e religião se misturavam. Coulange (1996) menciona que o respeito dos antigos às 
leis advinha da crença de que estas eram ditadas pelos deuses, tinham origem 
sagrada. (COULANGE, 1996:152). 
Esta foi uma época em que os 
homens não conheceram a liberdade 
individual, pois não se tinha a mais leve ideias 
sobre a individualidade humana e sobre os 
Direitos a ela inerentes. Foi neste período em 
que se instituíram as ordálias ou juízos de 
Deus, e os juramentos. Aqueles se fundavam 
na crença de que Deus não deixaria de 
9 
 
 
sustentar o Direito do inocente, estes no pressuposto de que ninguém se atreveria a 
tomar Deus como testemunha de uma falsidade. 
Santos (1970), conceitua ordália como “sendo a submissão de alguém a uma 
prova, na esperança de que Deus não o deixaria sair com vida ou sem um sinal 
evidente, se não dissesse a verdade ou fosse culpado.” (SANTOS, 1970:25). 
Segundo Santos (1970), as ordálias constituíram a prova suprema usada pelos 
germanos primitivos e os povos antigos da Ásia, não tendo aplicação entre os 
romanos, que, segundo Sznick conheceram e fizeram uso da tortura contra seus 
escravos na Antiguidade. (SZNICK, 1978:24). 
Durante muitos séculos na Idade Média, com o domínio absoluto dos bárbaros 
na Europa, as ordálias também tiveram aplicação. Segundo Santos, (1970:26) na 
prova pelo fogo se fazia o acusado carregar uma barra de ferro em brasa por certa 
distância, ou caminhar, com os pés nus, sobre ferros candentes, e a prova pela água 
fervente consistia no acusado tirar um ou mais objetos do fundo de uma caldeira de 
água fervente, sendo o acusado absolvido se não restassem lesões e condenado no 
caso contrário. 
Montesquieu (1996), menciona que a prova pela água fervente podia ser 
substituída, a critério do acusador, por certa quantia e pelo juramento de algumas 
testemunhas que declarassem que o acusado não havia cometido o crime. 
(MONTESQUIEU, 1996: 553). 
Acerca dos juramentos, Santos (1970) analisa: Compreende-se facilmente a 
inclusão do juramento entre os velhos sistemas probatórios, que se reflete na 
influência exercida pelas religiões sobre os homens e as organizações sociais da 
Antiguidade e da Idade Média, bem como na circunstância de ser quase impossível, 
numa época em que a escrita não existia, colherem-se provas testemunhais, dada a 
pouca densidade da população e a própria natureza patriarcal dos agregados 
humanos. Assim, pode-se dizer que a prova pelo juramento decorria da própria 
necessidade (...). (SANTOS, 1970: 30-31). 
Com a desmoralização do juramento, instituiu-se como instituto probatório o 
duelo, também chamado combate judiciário. No final da época medieval e durante a 
10 
 
 
Idade Moderna surgiram, na Europa, os tribunais da inquisição, período em eram tidos 
como hereges os que contrariavam os dogmas oficiais da Igreja Católica. 
Discorrendo sobre este momento, Cotrin (1997) menciona que a tortura era 
utilizada oficialmente nos interrogatórios, na presença dos juízes, com a finalidade de 
obter a confissão. (COTRIN, 1997:157). Novinski (1982) nomina este método de 
“inquisitivo”, atuante nos séculos XVI, XVII e XVIII, e que atendia aos interesses de 
todas as facções do poder: coroa, nobreza e clero. (NOVINSKY, 1982:47). 
Considerando a dificuldade de se obter outros meios de prova, a confissão do 
acusado representava o objetivo primordial do procedimento inquisitório. Enfocando 
a tortura, Gomes Filho (1997), menciona: somente ela podia fornecer a certeza moral 
a respeito dos fatos investigados, e a pesquisa cedia vez à confirmação deuma 
verdade já estabelecida.(GOMES FILHO, 1997:22). 
A tortura clássica tornou-se mecanismo regulamentado e legalizado de Prova. 
Segundo Foucault, (2002) a tortura é um jogo judiciário estrito (...), o paciente é 
submetido a uma série de provas, de severidade graduada, e que ele ganha 
aguentando ou perde confessando. (FOUCAULT, 2002:36). Ortega (1998), 
discorrendo sobre o sistema jurídico-penal e processual penal, nos séculos XVI e 
XVII, na Europa, menciona que a tortura tratava-se de peça fundamental no processo, 
utilizada para obter a confissão do réu, e era diferenciada de acordo com a classe 
social a que pertencia o indivíduo, estando a nobreza sujeita à tortura apenas nos 
delitos considerados extremamente graves. Portanto, o princípio da igualdade era 
inexistente naquela época. (ORTEGA, 
1998:463) 
Valiente (2002), sintetiza algumas 
das ideias defendidas por Beccaria, na 
obra citada: a mudança do processo 
inquisitivo para o acusatório, público, 
com meios de prova claros e racionais; a 
igualdade entre nobres, burgueses e plebeus; a proporcionalidade entre os delitos e 
as penas; a nítida separação entre a religião e o Estado e seus Poderes, 
desvinculando os conceitos de pecado e delito; a supressão total da tortura e da pena 
11 
 
 
de morte; e a preferência dos métodos preventivos aos repressivos; ideias estas que 
continuam a influenciar os sistemas penais e processuais penais atuais. (VALIENTE, 
2002:161,162) 
Para Bentham, a tortura era empregada para suprir a deficiência dos meios 
probatórios da época: “A tortura, empregada para arrancar as confissões, objetiva 
suprir a deficiência das provas. Supondo que o delito não está provado, que faz o 
juiz? Ordena atormentar uma pessoa, na dúvida de ser inocente ou culpado”. 
(tradução da autora). 
Sabadell (2002), discorrendo sobre a tortura oficializada afirma: A tortura 
judicial está vinculada ao sistema de provas legais, desenvolvido a partir do século 
XIII pelos doutrinadores do Direito medieval europeu. Sua base é a classificação 
sistemática das provas romanas, segundo o método escolástico, em graus: provas 
plenas, semiplenas, indícios e presunções. Acima da prova plena está o notorium. 
Por meio deste instituto era concedida a dispensa de produção de provas em 
determinados casos. (SABADELL, 2002:275). 
Sabadell (2002), conceitua notorium como sendo a prova 
à qual se deve dar a máxima credibilidade, já que, 
diferentemente das demais provas, não se permite que se 
estabeleça nenhuma discussão ou questionamento. Na Idade 
Média e grande período da Idade Moderna, inexistia a 
concepção de direitos individuais, havendo sempre a 
prevalência do interesse público em detrimento do indivíduo, o 
que se coaduna com o sistema inquisitório. A confissão era a 
regina probatium* e o depoimento de uma só testemunha não 
possuía valor probatório (testis unus, testis nullus**). 
Em matéria de processo penal, o princípio da inocência do acusado era 
desconhecido, as provas não eram reunidas para apurar uma possível 
responsabilidade penal do réu, sendo que esta era constituída por cada um dos 
elementos que permitiam reconhecer um culpado. 
De acordo com Sabadell (2002), (...) a existência de uma meia prova implicava 
a consideração do réu como meio culpado. Um grau alcançado na demonstração da 
12 
 
 
culpa (prova semiplena), implicava, consequentemente, um determinado grau de 
punição, incluindo a autorização para o uso da tortura. Em outras palavras, não se 
torturava um inocente, e sim um meio culpado, para confirmar a suspeita legalmente 
criada de que ele era realmente culpado. (SABADELL, 2002:278). 
Foram citados alguns meios de prova 
utilizados no transcorrer da história. É 
importante, também, mencionar os sistemas 
de valoração de prova, além do já citado 
sistema das provas legais. 
Conforme Sabadell (2002), o sistema 
das provas legais passou por várias fases, 
sendo inicialmente rígido, mas ao longo dos séculos a doutrina o submeteu a 
modificações para facilitar a sua aplicação, até o surgimento posterior do sistema da 
livre apreciação de provas. 
Os ideais iluministas postulados pela Revolução Francesa romperam com o 
sistema inquisitivo, e, através da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 
de 1789, conferiram maior liberdade aos juízes na apreciação da prova e na indicação 
dos motivos da convicção. Tratava-se do sistema da íntima convicção. 
Tais ideais foram uma reação ao sistema inquisitório e à doutrina das provas 
legais. Vêm ao encontro de um sistema probatório que respeita o ser humano 
enquanto sujeito de direitos e garantias individuais, dentre elas, a proibição legal da 
tortura, a presunção de inocência do acusado e o direito ao contraditório. 
Segundo Grinover (1982), a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 
de 1789, advinda da Revolução Francesa, consagrou a escola do Direito Natural, 
“selando a concepção da existência de direitos subjetivos preexistentes ao Estado, 
não criados, mas reconhecidos por este”. 
Acerca desta Declaração, menciona Bobbio (1992), (...) o núcleo doutrinário da 
Declaração está contido nos três artigos iniciais: o primeiro refere-se à condição 
natural dos indivíduos que precede a formação da sociedade civil; o segundo, à 
finalidade da sociedade política, que vem depois (...) do estado de natureza; o 
terceiro, ao Princípio de legitimidade do poder que cabe à nação. (BOBBIO, 1992:93). 
13 
 
 
Gomes Filho (1997:55) entende que uma verdadeira Justiça penal pressupõe 
o reconhecimento, à defesa, do poder de produzir provas contrárias às da acusação, 
a fim de obter-se não uma verdade extorquida inquisitorialmente, mas uma verdade 
obtida através de meios probatórios produzidos pelas partes. 
Gomes Filho (1997:31) afirma que em 1808, o Code d’instruction criminelle 
francês instituiu a combinação entre os padrões inquisitório e acusatório, 
influenciando os demais ordenamentos continentais e representando, até os dias 
atuais, o modelo inspirador da maioria das legislações. A doutrina passou a postular 
limitações à íntima convicção do juiz, e, segundo esta nova concepção, o juiz só 
estaria autorizado a condenar se, além de 
convencido, estivesse amparado por um 
mínimo de elementos probatórios. 
Passou-se a postular pelo sistema da 
persuasão racional, também chamado por 
Capez de sistema da livre (e não íntima) 
convicção, da verdade real ou do livre convencimento. Conforme Colucci (1988): Num 
terceiro estágio, em respeito ao contraditório, fixou-se como pressuposto do direito de 
defesa o conhecimento pelas partes dos caminhos percorridos pelo juiz ao julgar 
(persuasão racional), cedendo-se ao julgador liberdade de valoração da prova, desde 
que acompanhada de demonstração lógica dos motivos da decisão. 
A motivação das sentenças e decisões de modo geral, tornou-se verdadeira 
garantia individual, evitando-se que a excessiva liberdade na avaliação das provas 
transformasse o processo penal em instrumento de opressão e terror, em vez de 
protetor das liberdades públicas. (COLUCCI, 1988:237-250). 
O sistema probatório de persuasão racional foi adotado pelo Código 
Processual Penal Brasileiro - Decreto-Lei n.3689, de 03.10.1941-, através do seu 
artigo 157. Não serão atendíveis as restrições à prova estabelecidas pela lei civil, 
salvo quanto ao estado das pessoas; nem é prefixada uma hierarquia de provas: na 
livre apreciação destas, o juiz formará, honesta e lealmente, a sua convicção. 
A própria confissão do acusado não constitui, fatalmente, prova plena de sua 
culpabilidade. Todas as provas são relativas; nenhuma delas terá, ex vi legis, valor 
14 
 
 
decisivo, ou necessariamente maior prestígio que outra. Se é certo que o juiz fica 
adstrito às provas constantes dos autos, não é menos certo que não fica adstrito a 
nenhum critério apriorístico no apurar, através delas, a verdadematerial. 
Nunca é demais, porém, advertir que livre convencimento não quer dizer puro 
capricho de opinião ou mero arbítrio da apreciação das Provas. O juiz está livre de 
preconceitos legais na aferição das Provas, mas não pode abstrair-se ou alhear-se 
ao seu conteúdo. Não estará ele dispensado de motivar sua sentença. E 
precisamente nisto reside a sufi ciente Garantia do Direito das partes e do interesse 
social. 
Através do sistema da persuasão racional, não há hierarquia entre as Provas 
e o juiz pode decidir de acordo com a sua consciência, desde que o faça 
motivadamente e, considerando-se a visão sistêmica, obedecendo à Constituição da 
República, o Código de Processo Penal e demais legislações vigentes. Tal motivação 
não se faz necessária apenas nas decisões do júri, considerando a soberania dos 
vereditos e o sigilo das votações, preceituados no artigo 5º, XXXVIII, da Carta Magna. 
De outro lado, os meios de prova mencionados no Código de Processo Penal 
são apenas exemplificativos, admitindo-se as provas inominadas. Acerca deste 
sistema, entende Capez (2002), que: (...) atende às exigências da busca da verdade 
real, rejeitando o formalismo exacerbado, e impede o absolutismo pleno do julgador, 
gerador do arbítrio, na medida em que exige motivação. Não basta ao magistrado 
embasar a sua decisão nos elementos probatórios carreados aos autos, devendo 
indicá-los especificamente. 
Não pode, igualmente, o magistrado buscar como fundamento elementos 
estranhos aos autos. (CAPEZ 2002:267). Tem-se, pois, um sistema processual penal 
que permite todos os meios de prova, limitados, entretanto, pelas normas 
constitucionais e infraconstitucionais. Neste sistema, concebe-se a prova no 
Processo Penal como verdadeiro direito garantido às Polícias, à acusação e à defesa, 
assegurado pela leitura coordenada da Constituição da República, e por textos legais 
internacionais. 
 
 
15 
 
 
 
 
 
A Investigação Criminal 
 
A investigação criminal, em regra, inicia-se com a notícia da ocorrência de um 
fato criminoso que chega até a polícia. A partir disso são destacados investigadores 
para trabalhar no caso. Estes irão levantar informações das mais diversas maneiras, 
entrevistando, acompanhando (seguindo um alvo) ou interrogando pessoas, 
procurando documentos, monitorando indivíduos, deslocamentos, conversas 
telefônicas, entre outras atividades. 
Caso seja um crime que exija uma perícia de local de crime, os peritos criminais 
se deslocam para o local e realizam os exames periciais, entretanto, em geral ocorre 
pouca ou nenhuma troca de informações entre a equipe de investigação e a perícia 
criminal na cena do crime. 
Quando se tratar de outro tipo de 
crime, que não envolva um exame de 
local, a investigação continua evoluindo 
sem a participação da perícia. Nesse 
processo é gerada uma grande 
quantidade de informações que, 
dependendo do tipo de delito, podem se 
constituir em um volume muito grande de dados. Em regra, até esse ponto, não houve 
nenhuma participação da perícia que, portanto, não conhece ainda nada do que está 
sendo investigado. 
Em determinado momento da investigação é solicitado o exame de corpo de 
delito, feita por meio de um distante (descontextualizado) memorando ao coordenador 
da área de perícia. É então designado um perito criminal para realizar o exame 
pericial. Normalmente, nesse momento já se tem uma enorme quantidade de 
informações acerca do fato investigado. Entretanto, em regra, nenhuma dessas 
informações chega até o perito. O mesmo recebe apenas o corpo de delito, e a 
16 
 
 
solicitação do exame, por exemplo, uma arma em que é solicitado o exame geral da 
mesma, bem como se os projéteis remetidos foram expelidos pelo cano da referida 
arma, que pode ter sido utilizada em um homicídio ou suicídio de uma criança. 
Uma vez que o perito não sabe desse detalhe, e não recebe essa informação, 
ele realiza o exame solicitado e encaminha o laudo. Entretanto, caso ele soubesse ou 
tivesse sido perguntado se seria possível a uma criança de “x” anos disparar a arma 
contra si mesma, ele poderia fornecer informações importantes e até definitivas 
acerca do ocorrido. Esse é um caso extremo. Entretanto, inúmeras outras situações 
ocorrem todos os dias nos institutos de criminalística do país. 
Portanto, ao requisitar a perícia, é importante que o solicitante, seja ele um 
delegado de polícia, promotor de justiça ou juiz, inclua no pedido o máximo de 
informações possível, visando subsidiar o perito na avaliação dos exames 
necessários e da melhor forma de fazê-los, de modo a atender aquilo que é solicitado, 
ou dando-lhe (ao perito) condições de também avaliar o que seria mais importante 
constar no laudo, naquelas circunstâncias. 
Tome-se o exemplo de um segundo caso: um cadáver que chega ao IML, tendo 
sido encaminhado para exame cadavérico, sendo questionado apenas os quesitos 
legais. No caso em análise, entretanto, suspeita-se de erro médico, mas essa 
informação não chega até o legista, que realiza os exames de rotina. Porém, a 
detecção de um possível erro médico, exigiria exames complementares, os quais não 
são realizados em todos os casos. Assim, é preciso que a perícia seja entendida como 
um processo relevante e paralelo à investigação criminal. 
É necessário ainda, que ambos os processos se desenvolvam de forma 
harmônica e integrada, é preciso, enfim, criar canais de comunicação para que a 
perícia e a investigação criminal atuem de forma a se complementarem mutuamente. 
Por exemplo, em casos de crimes financeiros, depois de toda a investigação 
desenvolvida, remete-se ao perito criminal contador ou economista, um expediente 
solicitando a perícia, em que muitas vezes o próprio solicitante não sabe exatamente 
o que perguntar, e junto à solicitação encaminha-se um caminhão de documentos. 
Como, em geral o perito não sabe do que se trata, ele precisará gastar um 
tempo enorme somente para entender a que se referem aqueles documentos e qual 
17 
 
 
a sua possível ligação com o(s) delitos(s) investigados (OLIVEIRA, 2005). Em 
resumo, a investigação criminal (ou policial) deve buscar essencialmente, levantar as 
provas relativas a um ato criminoso sob investigação. Ocorre que nessa busca pela 
realidade dos fatos em apuração, verifica-se uma dicotomia no processo 
investigatório e na produção das provas. 
Aquelas de ordem subjetiva ficam sob a responsabilidade dos investigadores 
de campo que entrevistam, interrogam, buscam testemunhas etc., enquanto as 
segundas ficam a cargo dos peritos criminais, que efetuam o levantamento dos 
vestígios materiais do crime, seja ele um levantamento de local, de ambiente virtual 
(Internet), de armas ou materiais diversos utilizados para perpetração do delito, 
levantamentos contábeis nos crimes de ordem financeira, e diversos outros. 
Nesse sentido VILLANOVA (1977, p. 122), afirma que: (...) a investigação 
criminal ou policial tem como objetivo fundamental, estabelecer as provas em relação 
ao delito em apuração, sejam elas de ordem material, objetiva; de ordem pessoal, 
informativa, ou apenas indiciárias, desde que possibilitem levar à certeza em relação 
aos fatos, ou seja à verdade....Na realidade a investigação tem que buscar elucidar 
os fatos investigando pessoas e coisas. Ocorre 
que só as primeiras cometem crimes, entretanto 
sempre se utilizando, alterando, eliminando ou 
de qualquer maneira interferindo e 
relacionandose com as segundas... . (...) cabe à 
criminalística a investigação das evidências 
materiais do crime e à investigação de campo, ou 
subjetiva, as evidências pessoais. 
Ambas buscam segundo suas técnicas e 
ferramentas próprias, partindo de elementos 
conhecidos para os desconhecidos restabelecer a verdade, recuando no tempo para 
verificar a existência do crime, estabelecer a sua dinâmica, modos e meios de 
execução e determinara sua autoria. 
No que tange à criminalística através dos vestígios objetivos do crime, 
enquanto a investigação empírica busca o mesmo fim, porém seguindo outros 
18 
 
 
caminhos. Portanto uma completa a outra e a otimização de resultados só será 
possível quando as duas interagirem de modo lógico e harmônico para que as provas 
subjetivas e objetivas se ajustem e se completem. 
 
Processos da Investigação Criminal 
 
Podemos dizer que a investigação necessita de técnicas que assegurem um 
trabalho lógico, sequencial, pautado pelas garantias individuais e coletivas do 
cidadão, na busca imparcial da verdade objetivando cumprir o dever do Estado, na 
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Visa 
à investigação policial resposta para as perguntas: (hectâmetro). 
 
A investigação é direcionada de acordo com os diferentes tipos de delitos, 
guardando características próprias e peculiares em função dos mesmos. É um estudo 
profundo de um problema, com a finalidade de descobrir fatos novos. Tanto a 
investigação quanto a análise se baseiam no exame completo de um problema 
concreto. A investigação será realizada a fim de obter informação sobre um tema, 
nela se procura, sobretudo, recolher e organizar informações básicas. 
 
Interrogatório 
 
Interrogatório é o termo utilizado pelo Código de Processo Penal para 
conceituar a inquirição do acusado no processo penal. O procedimento do 
interrogatório encontra-se disposto nos artigos 185 a 196 do Código de Processo 
Penal, que foram todos alterados pela Lei n. 10792, de 1.12.2003. 
19 
 
 
No âmbito policial, denomina-se interrogatório o ato em que o suspeito ou 
indiciado pela prática da infração penal presta depoimento formalmente nos autos, 
perante a autoridade policial. Usualmente conceitua-se declaração como sendo a 
inquirição da vítima e depoimento a inquirição da testemunha. Evidentemente que as 
técnicas ora mencionadas 
também podem ser aplicadas 
durante a tomada de declarações 
da vítima ou a tomada de 
 depoimento de testemunha. 
A preparação é importante 
porque é comum o autor da 
infração penal, embora 
confessando o delito, fazê-lo de 
forma a se beneficiar, diminuindo as consequências penais, alegando, por exemplo, 
uma legítima defesa putativa ou uma injusta provocação da vítima, etc. Dessa forma, 
é importante que o interrogador busque, de forma técnica, elucidar o crime, tentando 
sempre buscar a verdade dos fatos. 
 
Técnicas de abordagem dos fatos 
 
Os fatos acontecem dentro de uma estrutura de tempo, espaço, ação e 
resultado. Entretanto, quando alguém vai narrá-los, nem sempre o faz obedecendo a 
uma sequência real desses fatos dentro daquela estrutura. Pode acontecer que o 
interrogador, em favor da investigação, não tenha interesse de obter a narrativa de 
maneira ordenada. 
Assim, levando-se em conta a sequência como um interrogado pode narrar os 
fatos que estão sendo investigados, o interrogador pode se valer de cinco técnicas, a 
saber: da sequência memorial; da sequência dos fatos; da sequência embaralhada; 
da sequência protaitiva, e da sequência retroativa: 
A experiência tem demonstrado que a prática de um delito, via de regra, quebra 
a rotina de quem o pratica, tanto por força das atividades necessárias à perpetração 
20 
 
 
do delito, como em razão dos cuidados que se toma para ocultar os fatos. Isto não 
pode deixar de ser levado em conta por quem investiga. 
Por essa razão, é importante buscar apurar onde e com quem o suspeito ou 
indiciado esteve durante todo o dia do crime, manteve contatos ou encontros com 
pessoas estranhas, ausentou-se de casa ou do trabalho sob qualquer pretexto, se 
saiu mais cedo ou chegou mais tarde, etc. 
Dessa forma, a sequência como os fatos serão abordados deve obedecer a 
critérios técnicos que sejam de pleno conhecimento e domínio do interrogador. 
 
O emprego de técnicas no transcurso do interrogatório norteia o interrogador 
para que demonstre conhecimento e segurança acerca do delito que investiga, e 
obtenha objetivamente a informação desejada. 
 
Técnica da Sequência Memorial 
 
Esta técnica tem aplicação quando a pessoa que estiver sendo inquirida se 
prontifica a narrar os fatos espontaneamente. A sequência com que os fatos são 
narrados depende da lembrança que interrogando tenha das circunstâncias do fato. 
Muitas vezes o interrogando inicia a sua fala pelo ato executório e depois 
desordenadamente vai narrando as demais circunstâncias, por parte, na medida em 
que estas vão lhe surgindo na memória. 
 
Técnica da Sequência dos Fatos 
 
Esta técnica procura abordar o acontecido levando em conta a sequência em 
que os fatos se desenrolaram, percorrendo a narrativa do início ao fim do delito. Para 
aplicação desta técnica faz-se necessário que a pessoa que estiver sendo inquirida 
 
21 
 
 
demonstre a vontade de expor os fatos, devendo o interrogador conduzir a narrativa 
para que os fatos sejam relatados de forma clara e dentro da sequência dos próprios 
acontecimentos, quando, como e porque iniciou, como se desenvolveu e como e 
quando terminou. 
Técnica da Sequência Embaralhada 
 
Esta técnica aplica-se quando há indícios de que a pessoa que está sendo 
inquirida optou por mentir acerca dos fatos que se investiga. O interrogador deve, 
então, embaralhar ao máximo os pontos já abordados, induzindo o interrogando a 
erro, para que não consiga responder com encadeamento, lógica e coerência às 
perguntas feitas, fazendo-a constatar que a sua versão dos fatos não condiz com as 
demais provas materiais e testemunhais amealhadas. Somente uma narrativa real e 
verdadeira se sustentaria harmônica diante desta técnica. 
 
Técnica da Sequência Protaitiva 
 
É a técnica pela qual o interrogador parte de um determinado momento que 
pode ser de horas ou dias antes do crime e vai avançando no tempo, buscando 
esclarecer as atividades e convivências da pessoa que se interrogando, levando-se 
em conta o tempo decorrido, a partir do momento estabelecido pelo interrogador. 
A experiência tem demonstrado que para esconder atividades e encontros 
relacionados com a preparação e execução do crime, o suspeito ou indiciado acaba 
inventando situações que são facilmente desmentidas posteriormente. 
 
Técnica da Sequência Retroativa 
 
Esta técnica percorre o tempo de forma inversa aos acontecimentos. Parte de 
um determinado momento que pode ser da comunicação do delito ou de sua 
execução e vai retroagindo no tempo até um determinado horário, cujas evidências 
indiquem como sendo o tempo gasto para o suspeito ou indiciado cogitar, preparar e 
executar o delito. Técnicas de Comportamento São técnicas que tratam da postura, 
da forma como o interrogador deve se comportar frente ao interrogando. 
22 
 
 
Técnica da Espontaneidade 
 
É a técnica que deve ser utilizada para o início de um interrogatório. Consiste 
em permitir que o interrogando, espontaneamente, sem qualquer interferência do 
interrogador, narre livremente o fato criminoso. Por esta técnica, o interrogando faz 
uma narrativa dos fatos por ele praticados; da forma mais livre possível. Através desta 
técnica, o interrogador se comporta de forma amigável com o interrogando, dando a 
este um grau de liberdade maior nas suas colocações. 
Ainda que a narrativa não corresponda àquilo que já foi apurado nos autos, o 
interrogador não deverá interferir, tudo registrando fielmente, inclusive não deixar 
transparecer que não está acreditando na versão apresentada. Se a versão for 
mentirosa, certamente não resistirá ao crivo da investigação séria, profissional e 
criteriosa. A verdade virá naturalmente à tona. 
Todavia, é interessante que perceba que nem todo autor de crime confessa o 
fato espontaneamente e aí se faz necessário o emprego de outras técnicas para se 
chegar à verdade.Técnica da Indução 
 
Caracteriza-se pela formulação de perguntas ao interrogando que o induzam, 
pela própria maneira como são formuladas, a dar uma resposta certa e objetiva. A 
técnica da indução permite ao interrogador direcionar o diálogo. Através desta técnica 
o interrogador discute as circunstâncias do delito e elucida pontos relevantes 
mencionados durante a narrativa espontânea. 
O que caracteriza esta técnica é a formulação de perguntas bem elaboradas 
que induzam o interrogando a dar uma resposta certa, precisa, sobre este ou aquele 
momento do delito, sobre esta ou aquela circunstância não esclarecida. As perguntas 
devem ser claras, diretas e de preferência curtas, para que não paire dúvidas ao 
interrogando sobre a resposta que deverá dar. 
O interrogador jamais deve contar o fato que investiga ao interrogando, pois 
assim fazendo correrá o risco de prejudicar a busca da verdade. De um modo geral, 
ainda que o interrogando resolva narrar os fatos espontaneamente, dificilmente o fará 
23 
 
 
de forma completa, isso acontece tanto intencionalmente, como por qualquer outro 
motivo, como esquecimento e até mesmo por desconhecer este ou aquele detalhe. 
Assim, pela técnica da indução, formulando perguntas bem elaboradas, levase 
o interrogando a, se tiver mentido na narrativa espontânea, não conseguir sustentar 
a sua versão dos fatos. 
 
Técnica da Persuasão 
 
Esta técnica tem por objetivo persuadir, convencer o investigando a primar pela 
verdade dos fatos. Assim o policial deve argumentar com os benefícios da lei, 
mostrando ao interrogando que somente tem a ganhar se disser a verdade. 
Evidentemente, o interrogador jamais deve inventar benefícios legais inexistentes. 
As Leis Federais de números 8.072/1990 e 9.269/1996, preveem diminuição 
da pena de um a dois terços para o concorrente que confessa o delito, delatando os 
demais participantes. 
A Lei Federal n. 9.807/1999, em seu art. 13, dispõe que o juiz poderá 
conceder o perdão judicial, com a consequente extinção da punibilidade ao acusado 
que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação 
ou processo criminal. 
A Lei Federal n. 9034/95, que dispõe sobre a utilização de meios operacionais 
para a prevenção e repressão de ações praticadas por organizações criminosas, no 
seu artigo 6º, menciona a colaboração eficaz, ou delação premiada, que consiste em 
um instrumento que permite ao indiciado, em troca da diminuição de pena, fornecer 
informações que propiciem o desmantelamento de organização criminosa da qual 
faça parte, ou que tenha conhecimento das suas atividades. 
 Entre as atenuantes do crime, há a confissão espontânea, prevista no art. 65, 
inciso III, letra “d” do Código Penal Brasileiro, constituindo um incentivo à confissão. 
Outros argumentos ainda podem ser utilizados pelo interrogador, tais como a 
possibilidade de responder o crime em liberdade, em face da primariedade, bons 
antecedentes, residência fixa, emprego e profissão certos, etc. 
24 
 
 
O primeiro argumento é de que, uma vez esclarecido o fato criminoso cessa a 
perseguição da polícia, que sempre causa transtornos à vida pessoal, social e 
profissional de alguém. 
Sabe-se que o silêncio do interrogado não pode ser interpretado em prejuízo a 
sua defesa, nos termos do artigo 5º, LXIII, da Constituição Federal de 1988. Não 
obstante, esta atitude motiva a intensificação das investigações. 
A cessação da pressão social e da imprensa também pode constituir um forte 
argumento para convencer uma pessoa a esclarecer o delito. 
 
Técnica do Desmentido 
 
Esta técnica consiste em relacionar e mostrar ao suspeito que está faltando 
com a verdade, mostrando a ele todas as controvérsias que seu interrogatório 
apresenta, oferecendo a ele, após, a oportunidade de dizer a verdade. Com paciência, 
o interrogador deve aguardar a reação do suspeito, agindo sempre com calma e 
segurança. Após a aplicação desta técnica, deve-se retornar à técnica da 
espontaneidade. 
 
Técnica do Questionamento 
 
Consiste em questionar o que foi dito pelo indiciado e que não estiver de acordo 
com o que se apurou. Deve-se indagar acerca do que foi alegado pelo indiciado que 
esteja mal esclarecido. 
 
Técnica da Alternância 
 
Consiste na aplicação das técnicas mencionadas acima, com o diferencial de 
que, a aplicação de cada técnica deve ser feita por policial diferente, alterando-se, 
portanto as técnicas e seus aplicadores. Cada policial deverá estar plenamente certo 
da técnica que irá aplicar, além de conhecer com a maior profundidade possível o fato 
delituoso que estiver sendo apurado. 
25 
 
 
Esta técnica tem proporcionado bons resultados práticos, pois é muito comum 
o investigando, no decorrer da aplicação das técnicas, escolher um dos policiais para 
revelar a verdade, por ter maior afinidade com ele do que com os demais. 
Técnica da Informação 
 
Cruzada Aplica-se esta técnica nos casos em que se investiga dois ou mais 
coautores ou partícipes do delito, e quando a versões dos fatos oferecidas por eles 
sejam controversas. Deve ser aplicada por um único policial, de maneira que se 
mantenha um perfeito domínio sobre os pontos abordados e que estes sejam 
explorados com todos os interrogandos. 
É importante inquirir os suspeitos separadamente impossibilitando que um 
deles tome conhecimento das declarações dos demais. Quando o interrogador 
verifica que existem divergências, questionar o interrogando cuja versão esteja em 
desacordo com o conjunto probatório podendo realizar acareação entre os suspeitos, 
a fim de elucidar os fatos. É interessante que você perceba que a acareação deve ser 
breve e se restringir apenas ao ponto em que houve controvérsia. 
 
Do Emprego do Detector de Mentiras 
 
Diferentemente de outros Países, o detector de mentiras não é utilizado no 
Brasil, sabendo-se que ele busca afetar psicologicamente o suspeito. 
 
Infiltração policial 
 
A infiltração policial trata-se de técnica operacional eficaz, que permite a 
obtenção de conhecimentos profundos da 
organização criminosa, obtidos pelo policial 
infiltrado. Apresenta elevado risco para o 
policial infiltrado, pelo que requer planejamento 
e preparação. Deve ser realizada por tempo 
determinado, mediante prévia autorização 
judicial e, preferencialmente, sob 
acompanhamento do Ministério Público. 
26 
 
 
No Brasil, em descompasso com a maioria dos países mais avançados no 
tocante à repressão ao crime, a infiltração até bem pouco tempo não era permitida. 
Foi inserida no sistema processual penal brasileiro pela Lei n. 10217/01, que alterou 
a redação do artigo 2º da Lei Federal n. 9034/95: Art. 2º. Em qualquer fase da 
persecução criminal são permitidos, sem prejuízo dos já previstos em lei, os seguintes 
procedimentos de investigação e formação de provas: 
V – infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, em tarefas de 
investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes, mediante 
circunstanciada autorização judicial. Trata-se de uma técnica de investigação que 
objetiva obter informações, mediante o recrutamento e posterior inserção de pessoas, 
em determinado ambiente, sob a proteção de uma história-cobertura. A infiltração visa 
a atingir, entre outros, os seguintes objetivos: obter informações ou provas; constatar 
se um crime está sendo planejado ou realizado; determinar o momento oportuno para 
a realização de uma operação policial; identificar pessoas envolvidas em um crime. 
 
Informante 
 
A técnica do informante permite 
estabelecer procedimentos uniformes, a 
serem utilizados no manejo de fontes 
vivas (informantes), que se encontram 
inseridos na comunidade, e, portanto, 
possuem informação de grande valia. 
Existe a necessidade de sua 
 regulamentação 
através de diretrizes gerais, a serem seguidaspelos órgãos policiais, que contemplem 
o acompanhamento e fiscalização pelas Corregedorias de Polícia. 
 
 
 
 
27 
 
 
 
Vigilância 
 
A vigilância é a 
 observação encoberta, contínua ou 
periódica de pessoas, veículos, lugares e 
objetos com a finalidade de obter 
informações sobre as atividades e a 
identidade de pessoas. Muito 
frequentemente, a vigilância é a única 
técnica de investigação a que se 
pode recorrer para averiguar a identidade dos fornecedores, transportadores e 
compradores de drogas ilícitas. O planejamento de uma operação de vigilância, seja 
a pé ou por outros meios, deve levar em conta a possibilidade de uma contra 
vigilância, por parte do suspeito ou de seus cúmplices, por meios similares, incluídas 
as contramedidas eletrônicas. 
De modo geral, existem três tipos de vigilância: 
a) Vigilância móvel: em que o investigador segue um indivíduo a pé ou em um 
veículo. 
b) Vigilância fixa: que consiste em vigiar continuamente, a partir de um ponto 
fixo, um local, objeto ou pessoa. 
c) Vigilância eletrônica: na qual se utilizam aparatos eletrônicos, mecânicos ou 
de outra índole para interceptar o conteúdo de comunicações orais ou telefônicas. 
Os objetivos da vigilância são: 
 Obter provas de um delito. 
 Proteger agentes encobertos ou corroborar seu testemunho. 
 Localizar pessoas observando seus conhecidos e os lugares que 
frequentam. Testar a confiabilidade de informantes. 
 Localizar bens escondidos ou contrabando. 
 Impedir que se cometa um ato criminoso ou prender uma pessoa 
no momento em que comete o delito. 
28 
 
 
 Obter informações que possam ser utilizadas em interrogatórios. 
 Obter pistas e informações graças aos contatos mantidos com 
outras fontes. Determinar onde se encontra uma pessoa a qualquer momento. 
 Obter provas admissíveis nos tribunais. 
Uma das primeiras medidas que antecedem qualquer operação de vigilância é 
a designação do policial coordenador. Nas operações em que participam vários 
policiais, deve ser preparado um plano tático que preveja as eventualidades e 
especifique a função de cada um dos policiais, a duração da vigilância, as 
substituições. Além disso, deve-se estabelecer um sistema seguro de comunicação 
com os superiores e uma coordenação central. Também devem ser combinados 
sinais para a comunicação entre os policiais da vigilância. 
Na sequência, você tem a oportunidade de ver mais pormenorizadamente 
aspectos da vigilância eletrônica, considerando a sua ampla utilização e sua previsão 
legal. 
a) Vigilância eletrônica 
A vigilância eletrônica compreende muitas e diversas tecnologias, algumas das 
quais exigem um equipamento complexo e caro. Em muitos países, a vigilância 
eletrônica está estritamente limitada pelo temor de violar o direito à intimidade das 
pessoas. É extremamente importante que se levem em conta essas limitações 
potenciais à estratégia de investigação, e se atue de acordo ao planejar as operações 
de vigilância eletrônica. 
A vigilância eletrônica é um aparato investigativo que ocasiona excelentes 
resultados operacionais, destacadamente no combate ao crime organizado e ao 
tráfico de drogas. Para utilizar eficazmente os diversos aparatos e técnicas requeridas 
por esse modo especializado de investigação, é necessário receber instrução e 
capacitação especializadas. 
b) Captação de conversações ambientais 
No que concerne à captação de conversações ambientais, a Lei Federal n. 
10217/2001 instituiu no sistema jurídico brasileiro esta modalidade de vigilância 
eletrônica. 
29 
 
 
A Lei Federal n. 10217/2001 acrescentou o inciso IV, ao artigo 2º da Lei Federal 
n. 9034/1995, disciplinando expressamente acerca da captação e interceptação 
ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou acústicos, bem como o seu registro e 
análise. 
c) Interceptação de comunicações telefônicas 
Mendes, (1999), como a maioria dos doutrinadores, considera interceptação 
telefônica a captação, por terceiro, de conversa telefônica, sem ou com o 
conhecimento de um ou de ambos os interlocutores. Quando feita por um dos 
interlocutores, a captação é chamada gravação de conversa telefônica. A prova obtida 
mediante gravação de conversa telefônica será objeto de comentário posteriormente. 
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso XII estabelece: 
(...) é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, 
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, 
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou 
instrução processual penal. Anteriormente à previsão constitucional o fundamento 
legal utilizado para a interceptação era o artigo 57, inciso II, alínea “e” da Lei n. 
4117/62 (Código Brasileiro das Telecomunicações), que, excepcionando o princípio 
constitucional, admitia fossem violadas as comunicações, desde que judicialmente 
autorizadas e 
(...) para fins de investigação criminal ou prova em processo penal. Com o 
advento da Constituição Federal de 1988, a quebra do sigilo das comunicações 
passou a ter tratamento constitucional, porém, exigindo necessária regulamentação 
por lei ordinária, no entendimento majoritário da doutrina e jurisprudência, inclusive 
do Supremo Tribunal Federal. 
30 
 
 
 
A Lei n. 9296/96 prevê diversas exigências para a concessão de interceptação 
telefônica, tais como: 
 a interceptação deve ser utilizada como prova em investigação criminal 
e em instrução processual penal; 
 infração penal apurada deve ser punida com pena de reclusão; 
 requerimento deve ser feito pela autoridade policial, na investigação 
criminal, ou pelo representante do Ministério Público, na investigação criminal e na 
instrução processual penal; 
 necessidade de ordem judicial; 
 prazo máximo de interceptação de quinze dias, prorrogável por igual 
período, comprovada necessidade; 
 procedimento deve tramitar em segredo de justiça; 
 exigência de realização de auto circunstanciado após o término da 
interceptação, constando o resumo das operações realizadas. 
A mencionada Lei, em seu artigo 10º, previu: 
Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de 
informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou 
com objetivos não autorizados em lei. Penal – reclusão, de dois a quatro anos, e 
multa. 
Com o advento da Constituição Federal de 1988, que inseriu diversos direitos 
e garantias individuais muitas vezes limitadoras da busca da prova criminal, e também 
 
31 
 
 
em razão dos crescentes índices da criminalidade, os agentes estatais que realizam 
investigação viram-se obrigados a se aperfeiçoar no exercício profissional e a se 
pautar em técnicas eficazes à atividade investigativa. 
Dessa forma, técnicas e procedimentos passaram a ser adotados. Nesse 
contexto, recursos como técnicas de interrogatório, infiltração, uso de informantes e 
vigilância são cada vez mais utilizados pelas Polícias investigativas na elucidação dos 
delitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
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