Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Contracepção e ISTs Lembrando: Quais são os direitos sexuais de todas as pessoas? ❖ Acesso aos serviços de saúde reprodutiva e sexual; ❖ Buscar, receber e compartilhar informações relacionadas à sexualidade; ❖ Respeitar a integridade do corpo; Escolher as parcerias sexuais; ❖ Decidir ser ou não sexualmente ativo; ❖ Ter relações sexuais consensuais; ❖ Decidir se quer e quando quer ter filhos – planejamento reprodutivo; ❖ Lutar por uma vida sexual satisfatória, segura e prazerosa. Imunização - níveis de prevenção: Vacina HPV: ❖ Realizada por meio de vacina quadrivalente (tipos 6, 11, 16 e 18), estando indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos; ❖ O esquema é composto de 2 doses, com intervalo de 6 meses; ❖ Para pessoas vivendo com HIV, pessoas transplantadas de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos, a faixa etária indicada para imunização é de 9 a 26 anos, sendo o esquema de vacinação composto por 3 doses (0, 2 e 6 meses). Vacina HBV - Hepatite B: ❖ No Brasil, desde 2016, a vacinação contra a hepatite B está indicada para todas as faixas etárias; ❖ A gestação e a lactação não representam contraindicações para a imunização. Vacina HAV - Hepatite A: ❖ Atualmente, no SUS, a vacina para hepatite A está indicada para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos ou para pessoas com situações especiais (hepatopatias crônicas, coagulopatias, PVHIV). Métodos Contraceptivos: Métodos hormonais: combinados ou só de progesterona; DIU de cobre – disponível na APS; Métodos de barreira: camisinha feminina e masculina; Métodos comportamentais: tabelinha (alto risco de falha); Métodos irreversíveis; Critérios de elegibilidade de métodos contraceptivos: ❖ A OMS define os critérios de elegibilidade dos métodos anticoncepcionais para permitir a melhor escolha, por parte do usuário e do profissional de saúde, para cada caso individualmente; ❖ A escolha do método passa por uma análise sobre comorbidade + escolha individual + hábitos de vida + idade; ❖ 1 e 2 - recomenda o uso; ❖ 3 - deve-se evitar mas depende de uma análise mais individual; ❖ 4 - não indicar; ❖ Em aleitamento - em menos de 6 semanas do parto -> não realizar métodos hormonais. OBS: Estrogênio -> altera o eixo da prolactina -> poderia inibir a produção de leite. ❖ D - o DIU de cobre é categoria 1 se: ❖ For introduzido em menos de 48h do parto, com ou sem aleitamento, desde que não haja infecção puerperal (categoria 4); ❖ For introduzido após 4 semanas do parto; ❖ História pessoal de câncer de mama -> crescimento / desenvolvimento tumoral relacionado com hormônios -> pode ter receptor de estrogênio / progesterona -> sempre evitar métodos hormonais. IST's - Infecções Sexualmente Transmissíveis: Rastreamento de IST - e agora? Qual nível de prevenção? ❖ Rastreamento: detectar doença antes do início de sinais e sintomas -> nível secundário de prevenção; ❖ Principais fatores de risco para IST: ❖ Falta de uso de preservativos; ❖ Idade mais baixa; ❖ Recomendação: rastreamento anual deve ser feito em pessoas de até 30 anos de idade com vida sexualmente ativa ou outro subgrupo populacional, de maior risco; ❖ Profissionais do sexo, múltiplos parceiros. ❖ Para o restante da população, a testagem para sífilis e demais ISTs dependerá de avaliação de risco, devendo fazer parte da abordagem de gerenciamento de risco; ❖ Mucosa anal - mais vascularizara -> risco maior. ❖ O sítio de rastreamento para clamídia e gonococo irá depender da prática sexual realizada pela pessoa. ❖ Por exemplo, sexo oral sem preservativo - coleta de material de orofaringe; sexo anal receptivo sem preservativo - coleta de swab anal; sexo vaginal receptivo sem preservativo - coleta de material genital; sexo insertivo sem preservativo - coleta de material uretral. História Sexual: Perguntas específicas para avaliação de risco Abordagem da história sexual deve ser repetida de acordo com o perfil do usuário e a pactuação das ações a cada conduta; Saúde sexual: ❖ “Vou fazer algumas perguntas sobre sua saúde sexual porque a saúde sexual é importante para a saúde geral, sempre pergunto a todos os pacientes sobre isso. Se estiver tudo bem pra você, vou fazer algumas perguntas sobre questões sexuais agora”; ❖ “Você tem dúvidas ou preocupações em relação a sua saúde sexual que gostaria de discutir?”. Identificação: ❖ “Qual é a sua orientação sexual?””; ❖ “Qual é a sua identidade de gênero?"; ❖ “Qual sexo foi designado ao seu nascimento / como está registrado na certidão de nascimento?”.” Parcerias: ❖ “Você já teve relações sexuais?"; ❖ Se sim: “você tem relações sexuais com homens, mulheres ou ambos?”; ❖ “Nos últimos 3 meses você teve relações sexuais com alguém que não conhecia ou que acabou de conhecer?”; ❖ “Você tem parceiros sexuais fixos?"; ❖ “Você já foi forçado ou pressionado a ter relações sexuais que não queria?”. Práticas sexuais: ❖ “Nos últimos 3 meses você teve algum tipo de relação sexual? Anal? Vaginal? Oral?”. ”Nessas relações fez uso de algum método contraceptivo de barreira (camisinha)?”; ❖ “Já trocou sexo por dinheiro ou drogas?”. História de ISTs: ❖ “Você já teve uma IST? Se sim: qual? Quando e como foi diagnosticado? Fez o tratamento completo? Sua parceira tratou?”; ❖ “Você já foi testado alguma vez para HIV, sífilis, hepatite B / C? Se sim: há quanto tempo e qual foi o resultado?”. Proteção: ❖ “O que você faz para se proteger de ISTs, incluindo o HIV?”; ❖ “Quando você usa essa proteção? Com qual parceira?”; ❖ “Você já foi vacinado contra hepatite A, B e HPV?”. Planejamento reprodutivo: ❖ “Você tem algum desejo de ter (mais) filhos (as)?”; ❖ Se sim: “quantos filhos (as) você gostaria de ter? Quando você gostaria de ter um filho? O que você e sua parceria estão fazendo para evitar a gravidez até este momento?”; ❖ Se não: "você está fazendo alguma coisa para evitar a gravidez?. ❖ Certifique-se de fazer as mesmas perguntas também para pacientes trans que ainda possuem órgãos reprodutivos femininos. Abordagem Sindrômica: Foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1991; A abordagem sindrômica consiste em incluir as infecções dentro de síndromes pré-estabelecidas, baseadas em sinais e sintomas, a fim de estabelecer tratamento imediato sem aguardar resultados de exames confirmatórios; É um método rápido de identificação de um agravo e como não necessita de recursos laboratoriais, os indivíduos poderão ser tratados no momento da consulta. Síndromes das ISTs genitais: Fatores de risco para ISTs: ❖ Idade abaixo de 30 anos; ❖ Novas ou múltiplas parceiras sexuais, parceiras com IST; ❖ História prévia / presença de outra IST; ❖ Uso irregular de preservativo; ❖ As síndromes das ISTs vaginais dividem-se em: corrimento uretral / vaginal, úlceras anogenitais, herpes vaginal, verrugas anogenitais. Corrimento Uretral / Vaginal: Possíveis agentes etiológicos; Cervicite - infecções que atacam o colo do útero como clamídia e gonococo -> pode usar com DIP; ❖ Em caso de anamnese com avaliação de risco + exame especular em paciente com corrimento uretral / vaginal: ❖ Toda paciente com corrimento vaginal deve realizar exame especular. ❖ Dor à mobilização do colo uterino, secreção purulenta do OE do colo / colo hiperemiado com sangue / fatores de risco associados; ❖ Sim -> tratar gonorréia e clamídia; ❖ Não -> avaliar aspecto de corrimento. ❖ O aspecto do corrimento determina o tratamento - ao avaliá-lo é possível encontrar: ❖ Corrimento abundante, bolhoso e amarelo esverdeado -> tricomoníase ou vaginose; ❖ Corrimento grumoso, com prurido e eritema -> candidíase; ❖ Corrimento branco ou amarelado, sem cheiro e sem prurido -> causa fisiológica. ❖ Tratamento medicamentoso: ❖ Candidíase recorrente (> 4 episódios/ano); ❖ Para gestante, usar somente tratamento tópico. A VO esá contraindicada; ❖ Álcoole metronidazol oral não devem ser misturados. ❖ Em caso de cervicite; ❖ Mulher assintomática -> pode aparecer na colpocitologia (tratar mesmo assintomática - pode estar transmitindo). ❖ Exame preventivo não é para diagnosticar ISTs. ❖ Uma pessoa com um tipo de IST pode ter as outras já que a transmissão se dá da mesma forma -> sempre realizar teste rápido de outras ISTs na detecção de uma. OBS: O exame preventivo de câncer de colo de útero (colpocitologia oncótica) e a colposcopia devem ser realizados com o intuito de diagnosticar vulvovaginite, vaginose e cervicite. Quando indicados (para rastreio de neoplasias intraepitelial cervical), devem preferencialmente ser realizados após tratamento das ITR. Úlcera Anogenital: História clínica: avaliar práticas e fatores de risco para IST; Lesões: ulcerativa erosivas, precedidas ou não por pústulas e / ou vesículas, acompanhadas ou não de dor, ardor, prurido, drenagem de material mucopurulento, sangramento e linfadenopatia regional; Possíveis agentes etiológicos: IST como causa provável considerando história clínica + características das lesões; ❖ Se IST não parecer causa provável -> considerar outras causas; ❖ Se IST parecer uma causa provável -> laboratório disponível. Se laboratório estiver disponível -> identificamos o patógeno; Se laboratório não estiver disponível -> observamos se há evidências de lesões vesiculosas ativas; ❖ Se tiver evidência de lesão vesiculosa ativa -> herpes genital; ❖ Se não apresentar lesões vesiculosas ativas e tiver mais de 4 semanas -> tratar sífilis, cancróide (cancro mole) donovanose, linfogranuloma venéreo; OBS: Realizar biópsia - úlceras com mais de 1 mês sem cicatrização (diagnóstico diferencial de neoplasia). ❖ Se não apresentar lesões vesiculosas ativas e ainda não tiver mais de 4 semanas -> considerar sífilis e cancróide. Resumindo a etiologia das síndromes de úlcera genital; ❖ Herpes - fica em remissão mas sem cura (é possível tratar a lesão -> só transmite se tiver lesão ativa). Tratamento: ❖ Doxiciclina - teratogênico (contraindicado para gestantes); ❖ Azitromicina - trata 3 infecções ao mesmo tempo. Herpes genital: ❖ Herpes simples genital: infecção genital por HSV - 2 pelo contato com feridas abertas transmissíveis; ❖ Ulcerações poliformes rasas que drenam secreção serosa com bolhas inicialmente pruriginosas que rompem; ❖ Surgimento de gânglios na região inguinal; ❖ Febre. ❖ Tratamento: ❖ Primeiro episódio - tratamento mais longo; ❖ Recidiva - é mais fácil levar o paciente a remissão; ❖ Quanto mais precoce o tratamento melhor (as vezes as lesões, bolhas ou vesículas, são precedidas por prurido, incômodo - já iniciar tratamento com aciclovir). Sífilis: ❖ Toda erupção cutânea sem causa determinada deve ser investigada com testes para sífilis; ❖ Agente etiológico: o Treponema pallidum (descoberto em 1905); ❖ Transmissão: contato sexual, mas também pode ser transmitida verticalmente para o feto (abortamento, prematuridade, natimortalidade, manifestações congênitas precoces ou tardias); ❖ Quando não tratada, pode evoluir para formas mais graves (sistemas nervoso e cardiovascular); ❖ Classificação: (orienta o tratamento e monitoramento); ❖ Sífilis recente (primária – de 10 a 90 dias após o contágio, secundária e latente recente): até 1 ano de evolução; ❖ Sífilis tardia (latente tardia e terciária): mais de 1 ano de evolução. ❖ Evolução: sífilis primária - cancro duro (duração de 3 à 8 semanas – pode não ser percebida) após período de 6 semanas a 6 meses (pode estar em latência) evolui para sífilis secundária; ❖ Cancro duro: úlcera rica em treponemas, geralmente única e indolor, com borda bem definida e regular, base endurecida e fundo limpo (local de entrada da bactéria - pênis, vulva, vagina, colo uterino, anus, boca, etc); ❖ Acompanhada de linfadenopatia regional. ❖ Lesões na sífilis secundária: ❖ Erupção macular eritematosa pouco visível - roséola (tronco e raiz dos membros); ❖ Lesões papulosas eritematoacastanhadas (todo o corpo) atingem a região plantar e palmar, com um colarinho de escamação característico, em geral não pruriginosa; ❖ Condilomas planos nas dobras mucosas, pp/ na área anogenital (lesões úmidas e vegetantes que frequentemente são confundidas com HPV. Alopecia em clareiras e madarose são achados eventuais); ❖ Essas lesões secundárias acontecem após 6 meses da infecção – logo seria considerado sífilis recente. ❖ Todas essas lesões (primárias ou secundárias) desaparecem espontaneamente -> falsa impressão de cura e continua transmitindo; ❖ Toda pessoa com erupção cutânea sem causa determinada deve ser investigada sífilis. ❖ Sífilis latente: assintomático; ❖ Latente recente ( < 1 ano de infecção); ❖ Latente tardia ( +1 ano de infecção). OBS: Identificar se é uma lesão recente ou tardia é fundamental pois muda o tratamento. ❖ Sífilis terciária: 15% a 25% das infecções não tratadas de longa data; ❖ Inflamação: destruição tecidual; ❖ Comum o acometimento do sistema nervoso e do sistema cardiovascular; ❖ Formação de gomas sifilíticas (tumorações com tendência a liquefação) na pele, mucosas, ossos ou qualquer tecido. ❖ Testes diagnósticos: ❖ Exames diretos: Pesquisa ou detecção do T. pallidum em amostras coletadas diretamente das lesões – não usamos na APS; ❖ Testes imunológicos não treponêmicos: VDRL, RPR, TRUST, USR; OBS: Quantificáveis (ex.: 1:2, 1:4, 1:8) → titulação alta antes de tratar, após tratamento a titulação vai diminuindo. Importantes para o diagnóstico e monitoramento da resposta ao tratamento. ❖ Testes treponêmicos: FTA-Abs, ELISA/EQL/CMIA, TPHA/TPPA/MHA-TP; ❖ Teste Rápido (TR) – treponêmicos – é o mais importante para o diagnóstico na hora da consulta ou em gestantes – não serve para controle do tratamento (o resultado só diz: positivo ou negativo). OBS: São os primeiros a se tornarem reagentes. Permanecem reagentes por toda a vida, mesmo após o tratamento (cicatriz imunológica). São importantes para o diagnóstico, mas não estão indicados para monitoramento da resposta ao tratamento. ❖ A análise isolada do título de um único resultado de um teste não treponêmico (ex: VDRL, RPR) é um equívoco frequente. ❖ Deve-se comparar as titulações de 3 em 3 meses; ❖ Uma titulação isolada não diz nada sobre o tratamento. ❖ Textos antigos mencionam um ponto de corte acima do qual o resultado seria indicativo de doença ativa e, abaixo, indicativo de resultado falso-reagente ou de inatividade da doença. Essa ideia leva a decisões terapêuticas inadequadas; ❖ Há que se incorporar definitivamente a ideia de que títulos altos nos testes não treponêmicos (em queda) podem ser encontrados em pacientes adequadamente tratados, e de que títulos baixos podem ser encontrados em três situações: ❖ Infecção recente; ❖ Estágios tardios da infecção (sífilis tardia); ❖ Casos de pessoas adequadamente tratadas que não tenham atingido a negativação (cicatriz sorológica). OBS: Pessoas com títulos baixos em testes não treponêmicos, sem registro de tratamento e sem data de infecção conhecida, são consideradas como portadoras de sífilis latente tardia, devendo ser tratadas. ❖ A escolha do teste para diagnóstico: ❖ Iniciar a investigação com teste rápido treponêmico; ❖ Se teste rápido treponêmico negativo -> orientação geral sobre ISTs; ❖ Se teste rápido treponêmico for positivo: realizar teste não treponêmicos (VDRL); ❖ VDRL reagente: sífilis confirmada; ❖ VDRL não reagente: realizar teste treponêmicos FTA-abs; ❖ FTA-abs reagente: sífilis confirmada; ❖ Se VDRL não reagente e FTA-abs não reagente: resultado falso positivo para o primeiro teste. ❖ Esquema terapêutico de acordo com o estadiamento da sífilis; ❖ Penicilina Benzatina IM – sífilis primária e secundária; ❖ Penicilina Cristalina IV – neurossífilis; ❖ Repetir a cada 3 meses o VDRL -> acompanhara titulação. ❖ Devido ao cenário epidemiológico atual, recomenda-se tratamento imediato, com benzilpenicilina benzatina, após apenas um teste reagente para sífilis (não esperar a confirmação com outros testes para iniciar tratamento) para as seguintes situações (independentemente da presença de sinais e sintomas de sífilis): ❖ Gestantes; ❖ Vítimas de violência sexual; ❖ Pessoas com chance de perda de seguimento (que não retornarão ao serviço); ❖ Pessoas com sinais/sintomas de sífilis primária ou secundária; ❖ Pessoas sem diagnóstico prévio de sífilis. ❖ Atualmente, para definição de resposta imunológica adequada, utiliza-se o teste não treponêmico não reagente ou uma queda na titulação em duas diluições em até seis meses para sífilis recente e queda na titulação em duas diluições em até 12 meses para sífilis tardia (a queda da titulação demora mais); ❖ VDRL não reagente; ❖ VDRL – queda em 2 diluições (VDRL 1:16 -> VDRL 1:4). ❖ História clínica: avaliar práticas sexuais e fatores de risco para IST; ❖ Lesões: polimórficas, pontiagudas, únicas ou múltiplas, achatadas ou papulosas, papilomatosas, semelhantes a couve-flor; ❖ Agente etiológico; ❖ A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada; ❖ A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral - vaginal, genital - genital ou mesmo manual - genital; ❖ Muitas pessoas infectadas pelo HPV não apresentam sinais ou sintomas, elas não sabem que têm o vírus, mas podem transmiti-lo. ❖ Diagnóstico clínico quando a lesões clínicas ou em exame preventivo Papanicolau (citopatologia), colposcopia, peniscopia e anuscopia, e também por meio de biópsias e histopatologia; ❖ Verruga anogenital sugestiva de HPV após anamnese e exame físico: avaliar se é um caso especial (gestante, imunossuprimido, verruga de grande volume, doença disseminada)? ❖ Se for um caso especial com suspeita devemos -> referenciar; ❖ Se não for um caso especial temos duas opções: tratamento ambulatorial ou tratamento domiciliar (auto aplicado). ❖ Tratamento ambulatorial: não curativo, apenas trata as lesões; ❖ Ácido tricloroacético (TCA) 80%-90% sobre a ferida; ❖ Podofilina 10 - 25%; ❖ Eletrocauterização; ❖ Exérese cirúrgica; ❖ Crioterapia. ❖ Tratamento domiciliar (auto aplicado). ❖ Imiquimode ou podofilotoxina. HIV: Garantia do sigilo; Garantia de informações aos contatos; Tratamento do HIV: ❖ Desde dezembro de 2013, o DCCI / SVS / MS recomenda início imediato da TARV para todas as PVHIV, independentemente do seu estágio clínico e / ou imunológico (independente da contagem de CD4 +). ❖ O medicamento não deve ser interrompido após o início do tratamento -> desenvolve resistência ao tratamento. Aconselhamento: ❖ É um diálogo baseado em uma relação de confiança que visa proporcionar à pessoa condições para que avalie seus próprios riscos, tome decisões e encontre maneiras realistas de enfrentar seus problemas relacionados às IST / HIV / Aids; ❖ O papel do profissional no aconselhamento: ❖ Ouvir as preocupações do indivíduo; ❖ Propor questões que facilitem a reflexão e a superação de dificuldades; ❖ Prover informação, apoio emocional e auxiliar na tomada de decisão para adoção de medidas preventivas na busca de uma melhor qualidade de vida. Rastreamento - HIV: ❖ “Recomendamos que todas as pessoas que já se injetaram drogas no passado realizem um exame para HIV, pois essa doença responde bem ao tratamento. Você já considerou a possibilidade de realizar esse teste?”; ❖ Como você não tem parceiro sexual fixo e nem sempre usa preservativo, é possível que esteja em maior risco para o HIV. Você já considerou realizar um exame para HIV?”; ❖ O teste rápido é realizado em sangue capilar; ❖ Se positivo, o exame deve ser repetido em nova amostra utilizando teste, preferencialmente, de outro lote. Aconselhamento pré-teste: ❖ Reafirmar o caráter confidencial e o sigilo das informações; ❖ Trocar informações sobre o significado dos possíveis resultados do teste e o impacto na vida de cada usuário; ❖ Considerar as possíveis reações emocionais que venham a ocorrer durante o período de espera do resultado do teste e reforçar medidas de prevenção neste período; ❖ Reforçar a necessidade de tratamento da(s) parceria(s) sexual(is); ❖ Enfatizar a relação entre IST e HIV / aids; ❖ Explorar qual o apoio emocional e social disponível (família, parceiros, amigos, trabalho e ❖ outros); ❖ Avaliação de riscos: explorar as situações de risco de cada usuário e medidas de prevenção específicas. Aconselhamento pós-teste - Resultado positivo: ❖ Reafirmar o caráter confidencial e o sigilo das informações; ❖ Diante de Resultado Negativo: lembrar que um resultado negativo não significa imunidade; ❖ Lembrar que um resultado negativo significa que a pessoa (1) não está infectada ou (2) está infectada tão recentemente que não produziu anticorpos para a detecção pelo teste; ❖ Avaliar a possibilidade do usuário estar em janela imunológica e a necessidade de retestagem. Aconselhamento pós-teste: Resultado positivo: ❖ Informar o resultado de forma direta e em tom neutro; ❖ “O seu resultado do HIV foi positivo. Isso significa que provavelmente em algum momento você foi exposto ao HIV.”. ❖ Nesse momento, faz-se uma pausa para permitir a resposta do paciente; ❖ Abordar as preocupações do paciente e identificar as fontes de apoio emocional de que ele dispõe. ❖ “O que está passando pela sua cabeça agora?”; ❖ “Quem poderia dar apoio enquanto você lida com essa situação?”; ❖ “É muito importante cuidar da sua parte emocional ao lidar com essa situação difícil. No passado, como você geralmente lidou com outras situações difíceis?”; ❖ “O que você pretende fazer ao sair desta clínica? Com quem pretende conversar a respeito?”; ❖ “Agora que você sabe que tem HIV, está preocupado com alguém em especial?”; ❖ “Tem algo que você precisará fazer de forma diferente agora que sabe que tem HIV?”; ❖ “Conversamos sobre várias coisas hoje. Qual delas será a mais importante para você lidar hoje?”; ❖ “Antes de marcarmos a próxima consulta, tem algo a mais que você queira conversar?”; ❖ “Antes da próxima consulta, é possível que você tenha dúvidas e queira conversar. Estou à disposição para conversar sem agendamento prévio nos horários em que eu estiver na clínica.”. Exames complementares - solicitar na primeira avaliação: ❖ Linfócitos TCD4 – avaliar o grau de imunossupressão (repetir de 6 em 6 meses); ❖ CD4 > 350 em 2 exames consecutivos de 6 meses em 6 meses depois não precisa pedir mais. ❖ Carga viral de 3 em 3 meses após início do TARV – posteriormente repete semestralmente; ❖ Hemograma completo – repetir semestral ou anualmente; ❖ Função renal: ureia, creatinina, Na+, K+ - anualmente; ❖ Marcadores hepáticos: TGO, TGP, FA, LDH, bilirrubinas -> em uso de TARV = de 3 / 3 ou 6 / 6 meses; ❖ Tratamento hepatotóxico. ❖ EAS – anualmente; ❖ Radiografia de tórax; ❖ PPD - anualmente; ❖ Sem TB ativa, C4>350 e PPD > 5 mm -> tratar infecção latente com isoniazida 300mg/dia por 6 a 9 meses; ❖ Se CD4 < 350 mm3 → uso de isoniazida independente do valor do ppd. ❖ Sorologias: toxoplasmose, anti-HCV, Anti-HbS, anti-HBc total e IgM, HbsAg, anti-HAV, VDRL. Tratamento com antirretrovirais: ❖ A TARV só deve ser iniciada quando a pessoa estiver motivada e comprometida com o tratamento; ❖ Após iniciado não pode interromper; OBS: TARV: Tenofovir 300 mg (TDF) + Lamivudina 300 mg (3TC) + Dolutegravir 50 mg (DTG). ❖ Tomar 1 comprimido (“2 em 1” TDF+3TC) e 1 comprimido de DTG, juntos, em tomada única diária (no horário de preferência do paciente, sempre no mesmo horário, com ou sem alimentos). ❖ Após 6 meses do início do uso de antirretrovirais, a carga viral deve se tornar indetectável ou < 4 cópias/mL. Acompanhamento e monitoramento de paciente com infecção peloHIV na APS: ❖ Após a introdução da TARV, recomenda-se o retorno em 7 dias a fim de avaliar a presença de efeitos adversos e a adesão ao tratamento; ❖ Em seguida, as consultas podem ser agendadas mensalmente para observar a adaptação do paciente à TARV; ❖ Pacientes com boa adesão à TARV, com carga viral indetectável e com contagens de linfócitos T CD4 > 350 cels / mm3, em pelo menos 02 aferições consecutivas, podem ser avaliados pelo médico 2 vezes/ano. Quando encaminhar para nível secundário? ❖ Quando o paciente preferir ser acompanhado em outro serviço; ❖ Gestantes em qualquer idade gestacional; ❖ Crianças e adolescentes até 14 anos incompletos; ❖ Pacientes com contagem de linfócitos T CD4 < 350 cels/ mm3, independentemente de sintomas relacionados à infecção pelo HIV / AIDS; ❖ Pessoas que apresentam doenças relacionadas à infecção pelo HIV, independentemente da contagem de linfócitos T CD4; ❖ Coinfecções pelo HBV, HCV, tuberculose; ❖ Contraindicações ao uso do esquema de primeira linha (2 em 1 -Dolutegravir, Lamivudina, Tenofovir); ❖ Casos de falha terapêutica ou pacientes com histórico de uso de outros antirretrovirais. OBS: A Atenção Básica é a porta de entrada preferencial da rede SUS, sendo responsável por acolher as pessoas vivendo com HIV e promover a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas necessidades de saúde.
Compartilhar