Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
QUÍMICA GERAL AULA 10 – Ligações Químicas Parte 1 Definição: Junção entre átomos, moléculas ou íons onde cada espécie química procura uma maior estabilidade Ligação Química Átomos ligados Átomos isolados Mais estável Menos estável E n er g ia Configurações eletrônicas dos átomos Elemento Grupo ou família Elétrons internos Elétrons de valência Configuração total Elementos do grupo principal: Elétrons “s” e “p” 11Na 1 [Ne] 3s 1 [Ne]3s1 14Si 14 ou 4A [Ne] 3s 2 3p2 [Ne] 3s2 3p2 33As 15 ou 5A [Ar]3d 10 4s24p3 [Ar] 4s23d104p3 Elementos de transição: Elétrons “ns” e “(n-1)d” 22Ti 4 ou 4B [Ar] 3d 24s2 [Ar] 3d24s2 27Co 9 ou 9B [Ar] 3d 74s2 [Ar] 3d74s2 42Mo 6 ou 6B [Kr] 4d 55s1 [Kr] 4d55s1 Configurações eletrônicas dos átomos Camada de valência Camada interna Na: 1s2 2s2 2p6 3s1 Mg: 1s2 2s2 2p6 3s2 Al: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1 Ge: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p2 Símbolo de Lewis Enxofre Família 6A z = 16 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4 Elétrons ligantes Elétrons não ligantes Elétrons não ligantes Elétrons ligantes Regra do octeto: Lewis Os átomos tendem a ganhar, perder ou compartilhar elétrons até que eles estejam rodeados por 8 elétrons na camada de valência. Walter Kossel relacionou a estabilidade dos elementos com as suas configurações eletrônicas Grupo 1, 2, 3→ Os átomos tendem perder e- para alcançar o octeto Grupo 5, 6, 7→ Os átomos tendem ganhar e- para alcançar o octeto Grupo 8 (Gases nobres)→Tem o octeto completo • Porque as substâncias ao nosso redor se comportam de maneira diferente? Ex: Sal de cozinha: elevado ponto de fusão, sólido duro, frágil, conduz corrente elétrica quando dissolvido em água. • Porque materiais como cera de vela são moles, tem baixo de fusão e não conduzem corrente? • Porque alguns materiais, como o ouro, são brilhantes, maleáveis, conduzem corrente quando fundidos ou sólidos? As respostas para estas perguntas estão no tipo de ligação que existe dentro da substância, as quais são responsáveis pelo comportamento das substâncias. Em nível atômico podemos distinguir um metal de um não-metal com base em suas posições na tabela periódica As ligações química são as forças atrativas que ligam os átomos de modo a formar substâncias mais complexas e estáveis. Iônica Refere-se às forças eletrostáticas que existem entre íons de cargas opostas. Covalente Ocorre o compartilhamento de elétrons entre dois átomos. Metálica Grande n° de cátions são mantidos unidos por um grande n° de elétrons • Usualmente medimos a temperatura de um gás em graus Celsius, mas em qualquer cálculo envolvendo gases, a temperatura deve ser expressa em gases. Ligação iônica Estabilidade das substâncias iônicas Depende: Energia de ionização do metal não deve ser muito elevada; Energia liberada na adição de elétrons ao metal deve ser alta. Energia de interação eletrostática NaCl ClNa Cl-Na+ E n er g ia 7 8 7 k J .m o l- 1 1 4 7 k J .m o l- 1 496-349= 147 kJ.mol-1 -787 +147= - 640 kJ.mol-1 Energia de interação eletrostática Depende das cargas nos íons e dos tamanhos dos íons: Eel energia de interação eletrostática k é uma constante de proporcionalidade (8,99 x 109 J.m /C2 ou 1,389 x 105 kJ.pm/mol-1 ) Q1 e Q2 são as cargas do cátion e do ânion d é a distância entre seus centros. d QQ Eel 21= Energias envolvidas na ligação iônica Energias de Rede É a energia requerida para separar completamente um mol de composto sólido iônico em seus íons gasosos NaCl (s) → Na + (g) + Cl - (g) ΔH rede= +788 kJ.mol -1 Por que a Energia de Rede do NaCl > KCl? Por que o NaCl2 não se forma??? A remoção de um segundo elétron do Na exigiria uma quantidade de energia 10 vezes maior do que a energia necessária para remoção do primeiro elétron do Na. ΔH ionização 2e- = 496 + 4561= 5058 kJ.mol-1 11Na A ligação iônica é de natureza forte e não direcional + - + - +- Figura: agregados iônicos: (a) par iônico (b) quadrado iônico (c) visão 3D do sólido iônico (a) (b) (c) Características das substâncias iônicas Os sólidos iônicos são quebradiços, tem elevado ponto de fusão, são substâncias cristalinas e quebram-se de maneira regular em superfícies planas Ligação metálica Ligação metálica Ocorre entre metais, a camada de valência da maioria dos metais contém 1, 2 ou 3 elétrons. Os núcleos dos átomos, positivamente carregados se ligam, por atração aos elétrons carregados negativamente. Ligação metálica: mar de elétrons O metal sólido é constituído por átomos metálicos (cátions) em posições ordenadas com seus elétrons de valência livres (deslocalizados) para se movimentarem pelo sólido. Íons X+ fixos Os elétrons de valência não estão ligados aos átomos, mas deslocalizados por todo o cristal, movendo-se livremente em todas as direções e sendo compartilhados por todos os cátions com igual probabilidade Estrutura Cristalina No estado sólido, os átomos dos metais se agrupam de forma geometricamente ordenada, dando origem às células, ou grades, ou reticulados cristalinos. Ligas metálicas •Latão = cobre + zinco •Bronze = cobre + estanho •Ouro 14 quilates = ouro+cobre •Ligas de níquel-titânio com adição de cobre (CuNiTi) Propriedades das ligações metálicas •São não direcionais – atração eletrostática; •Força da ligação metálica – depende da carga dos cátions; Propriedades dos sólidos metálicos Elevados ponto de fusão e ebulição: A ligação metálica é muito forte, e “segura” os átomos unidos com muita intensidade Bons condutores de calor e eletricidade, dúcteis e maleáveis: Elétrons livres que existem na ligação metálica Brilho metálico: Interação dos elétrons do metal com os diversos comprimentos de onda incidentes (quase todas as transições são permitidas). Ligação covalente •LEWIS: Átomos adquirem uma configuração eletrônica de gás nobre pelo compartilhamento de elétrons com outros átomos; •Cada par de elétrons compartilhado constitui uma ligação covalente; Interação coulombiana entre os dois elétrons e os núcleos H H Formação da molécula de H2 Atrações e repulsões entre elétrons e núcleos na molécula de hidrogênio Estrutura de Lewis Representa os átomos por seus elementos (símbolos químicos), as ligações covalentes por um traço e os pares de elétrons não-ligantes por pontos: Regras para escrever uma Estrutura de Lewis 1- Desenhe o esqueleto da molécula ou íons unindo os átomos por ligações simples; 2- Conte o número total de elétrons de valência da estrutura: Molécula: some o n° de elétrons de valência dos átomos participantes Cátion: elétrons de valência - n° de elétrons iguais à carga positiva; Ânion: Elétrons de valência + n° de elétrons igual à carga negativa; 3- Distribua 2 elétrons de valência para cada ligação covalente simples e o restante sob a forma de pares não-ligantes, de modo a atende o octeto. Desenhe a Estrutura de Lewis para: CO2 SO4 2- NO2 + Ligações Múltiplas N N N=N N≡N 1,47 Å 1,24 Å 1,10 Å Estruturas Ressonantes Ambas estruturas tem modelos idênticos de ligação covalente e tem a mesma energia→ Estruturas ressonantes A estrutura real é descrita pela média das duas estruturas de ressonância Estruturas Ressonantes • Exemplo: no ozônio, as possibilidades extremas têm uma ligação dupla e uma simples. A estrutura de ressonância tem duas ligações idênticas de caráter intermediário. • Exemplos comuns: O3, NO3 -, SO4 2-, NO2 e benzeno. O O O O O O • Escrevemos as estruturas de ressonância para o benzeno de tal forma que haja ligações simples entre cada par de átomos de C e os seis elétrons adicionais estejam deslocalizados por todo o anel: • O benzeno pertence a uma categoria de moléculas orgânicas chamada de compostos aromáticos (devido ao seu cheiro). Ressonância no benzeno Estrutura de Lewis diferentespara representar uma molécula Carga formal: EV-(1/2 EL+ENL) OCO Carga formal de um átomo em uma estrutura de Lewis é a carga que um átomo teria em uma molécula se todos os outros átomos tivessem a mesma eletronigatividade. OCO Exceções à regra do octeto N° ímpar de elétrons BF F F PCl Cl Cl Cl Cl N O Octeto Incompleto Octeto Expandido Polaridade e eletronegatividade •Ligação Covalente Apolar: é aquela na qual os elétrons estão igualmente compartilhados entre dois átomos. Ligação Covalente Polar: um dos átomos exerce maior atração pelos elétrons ligantes que o outro. Eletronegatividade É a habilidade de um átomo de atrair elétrons para si em certa molécula. • Pauling estabeleceu as eletronegatividades em uma escala de 0,7 (Cs) a 4,0 (F). Relaciona-se com: Afinidade eletrônica: é a energia liberada quando um elétron é adicionado a um átomo neutro no estado gasoso. Energia de ionização: é a energia mínima necessária para arrancar um elétron de um átomo isolado no estado gasoso. Eletronegatividade Polaridade e eletronegatividade A diferença na eletronegatividade entre dois átomos é uma medida da Polaridade de Ligação. A extremidade positiva em uma ligação polar é representada por + e o polo negativo por - (cargas parciais) Classificação das ligações pela diferença de eletronegatividade Diferença Tipo de ligação 0 Covalente apolar 2 Iônica 0 < and <2 Covalente polar Momento dipolo Considere HF: •A diferença de eletronegatividade leva a uma ligação polar. •Há mais densidade eletrônica no F do que no H. Momento dipolo (μ) É a medida da magnitude de um dipolo : Medidos em debyes (D) = 3,34x 10-30 C x m Q é a grandeza das cargas r é a distância do centro dos átomos Qr= Propriedades das ligações Ordem da ligação Refere-se ao número de pares de elétrons ligantes compartilhados por 2 átomos em uma molécula Ordem 1 H-H NH3 Ordem 2 H2C=CH2 CO2 Ordem 3 HC≡CH N2 Bond Type Bond Length (pm) C-C 154 C=C 133 CC 120 C-N 143 C=N 138 CN 116 Comprimento das ligações covalentes Bond Lengths Triple bond < Double Bond < Single Bond É o comprimento entre os núcleos de 2 átomos em uma ligação covalente, determinado em grande parte pelo tamanho dos átomos. Comprimento das ligações covalentes Modificações nas vizinhas da ligação podem alterar o comprimento da ligação. Ex.: C – H no metano = 99,3 pm C – H no acetileno = 95,3 pm A força de uma ligação química é medida pela energia necessária para rompê-la. É a variação de entalpia para a quebra de uma ligação covalente em átomos gasosos, também denominada como energia de dissociação (D). D é uma energia transferida do ambiente para a molécula→ Energia de ligação MOLÉCULA FRAGMENTADAMOLÉCULA Absorve Energia Libera Energia ΔH°r= Σ D(ligações rompidas) - Σ D (ligações formadas) Use a energia das ligações para calcular a variação de entalpia padrão: H2 (g) + F2 (g) 2HF (g) DH0 = SD(reagentes) – SD(produtos) Tipo de ligação quebrada N° de ligações quebradas Energia da ligação(kJ/mol) Variação de Energia (kJ) H H 1 436.4 436.4 F F 1 156.9 156.9 Tipo de ligação formada N° de ligações formadas Energia da ligação (kJ/mol) Variação de Energia (kJ) H F 2 568.2 1136.4 DH0 = 436.4 + 156.9 – 2 x 568.2 = -543.1 kJ C-C C=C C≡C 1,54 Å 1,34 Å 1,20 Å 348 KJ 614 KJ 839 KJ Quando o número de ligações entre os átomos aumenta, os átomos são mantidos mais próximos e mais firmemente unidos. Entalpia de ligação e Comprimento da ligação •A ligação covalente que mantém uma molécula unida é uma força intramolecular. •A atração entre moléculas é uma força intermolecular. •Forças intermoleculares são muito mais fracas do que as forças intramoleculares. •Quando uma substância funde ou entra em ebulição, forças intermoleculares são quebradas. Forças intermoleculares As forças intermoleculares são responsáveis por várias propriedades físicas dos compostos, como ponto de fusão, ponto de ebulição, solubilidade (miscibilidade), tensão superficial, etc. Influência da energia da ligação em algumas propriedades dos materiais Quanto maior a energia envolvida na ligação química há uma tendência de: • Maior ser o ponto de fusão do composto; • Maior a resistência mecânica; • Maior a dureza; • Maior o módulo de elasticidade; • Maior a estabilidade química; • Menor a dilatação térmica; Forças Intermoleculares Molécula Exemplos Força de London Apolar H2, N2, S8, C8H18, CCℓ4, CO2... Dipolo-dipolo Polar HCℓ, PCℓ3, HCN... Ligação de hidrogênio POLAR COM: H- F, H-O, H-N HF, H2O, NH3, HCOOH... DIPOLO-DIPOLO Ocorrem em moléculas polares, de modo que a extremidade negativa do dipolo de uma molécula se aproxime da extremidade positiva do dipolo de outra molécula. São mais fortes que as forças de dipolo instantâneo. Mistura de forças dipolo-dipolo atrativas e repulsivas. Características de grupos polares FORÇAS DE DISPERSÃO DE LONDON É uma atração que ocorre entre moléculas apolares, que quando se aproximam umas das outras, causam uma repulsão entre suas nuvens eletrônicas, que então se deformam, induzindo a formação de dipolos. É característica das cadeias carbônicas. Ex.: H2; N2; O2; CO2; BF3; CH4; He; Ne; etc. FORÇAS DE DISPERSÃO DE LONDON O núcleo de uma molécula (ou átomo) atrai os elétrons da molécula adjacente (ou átomo). Nesse instante, forma-se um dipolo (denominado dipolo instantâneo). Força de dispersão de London: é significativa somente quando as moléculas estão próximas. FORÇAS DE DISPERSÃO DE LONDON •A ligação de London depende : - do número de eletrons; - do tamanho da molécula; - da forma da molécula. São encontradas em todas as substâncias. A intensidade dessas forças aumenta com o aumento da massa molecular e dependem das formas moleculares. • 9 F ; 17 Cl ; 35 Br ; 53 I À medida que o raio atómico aumenta (aumento do nº de eletrons) as forças de dispersão de London são mais fortes, daí que, à temperatura ambiente o flúor e o cloro são gases, o bromo é líquido e o iodo é sólido. LIGAÇÃO DE HIDROGÊNIO Forças de natureza elétrica do tipo dipolo-dipolo, porém bem mais intensas. O corre quando a molécula é polar e possui H ligado a elemento muito eletronegativo e de pequeno raio (F, O, N), de modo que o hidrogênio de uma molécula estabelece uma ligação com o átomo muito eletronegativo de outra molécula. FORÇA DE LONDON DIPOLO- DIPOLO LIGAÇÃO DE HIDROGÊNIO INTENSIDADE CRESCENTE DAS FORÇAS INTERMOLECULARES 2 KJ.mol-1 2 KJ.mol-1 20 KJ.mol-1 Referências bibliográficas 1. BROWN, T. L; LE MAY Jr, H.E; BURSTEN, B. R; BURDGE, J. R. Química a Ciência Central. 9. ed. São Paulo: Pearson, 2005. 2. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 3. http://www.oocities.org/vienna/choir/9201/geometria_molecular.htm 4. http://player.slideplayer.com.br/11/3226988/# 5. CHANG, Raymond. Química Geral. ArtMed, 09/2010. VitalBook file. http://www.oocities.org/vienna/choir/9201/geometria_molecular.htm http://player.slideplayer.com.br/11/3226988/
Compartilhar