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ETIMOLOGIA Psicologia= Palavra de origem grega que deriva de Psyche (alma) + logia (ciência, estudo) Com o passar do tempo, a palavra psicologia tem sido usada para indicar o estudo da alma, da mente e/ou comportamento. A matéria-prima da Psicologia O homem em todas as suas expressões, as visíveis (nosso comportamento) e as invisíveis (nossos sentimentos), as singulares (porque somos o que somos) e as genéricas (porque somos todos assim) — é o homem-corpo, homem-pensamento, homem-afeto, homem-ação e tudo isso está sintetizado no termo subjetividade. Subjetividade = mundo de idéias, significados e emoções construído internamente pelo sujeito a partir de suas relações sociais, de suas vivências e de sua constituição biológica; é, também, fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais PARADOXO: “Psicologia é uma ciência com um longo passado, mas com uma curta história”História da Psicologia História: é a ciência que estuda o Homem e sua ação no tempo e no espaço. Está ligada ao anseio do Homem ao autoconhecimento. Qualquer produção humana possui história. Compreendê-la é fundamental para entender o processo de desenvolvimento humano. História e Psicologia: contextualização das teorias psicológicas de acordo com o momento histórico de seu formulador. Por que estudar história da Psicologia? Psicologia uma ciência jovem: Boa parte de sua história é recente e relevante para a compreensão de conceitos e teorias. Propicia experiência de síntese, amarrando os fios soltos que constituem a atual diversidade. “Psicologia tem um longo passado, mas uma curta história” Estudo das origens históricas Suporte filosófico e raízes fisiológicas eixos de sustentação da Psicologia Grécia Antiga (700 A.C) : “Necessidade do homem de se conhecer” Em toda a sua história, a Filosofia traz vários estudos sobre os humores, temperamentos, sofrimentos e ética. FILOSOFIA Indagações como : “ As pessoas percebem a realidade”? “O que é a consciência”? “ As pessoas são capazes de exercer o livre arbítrio”? lidam com a natureza da mente e dos processos mentais e são percursoras da busca pelo conhecimento e da compreensão do funcionamento mental do ser humano (ATKINSON, 1995) A Filosofia se desenvolveu como uma área do conhecimento que buscava valorizar a experiência da subjetividade privatizada, ou seja, as experiências dos indivíduos como únicas e privadas. Desse modo, o sujeito é capaz de autonomia, iniciativa, sentimentos e emoções privadas. Os filósofos preocupavam-se em estudar a natureza humana e voltavam sua atenção para: A consciência – a capacidade humana de perceber as coisas; O intelecto – a capacidade de pensamento e raciocínio; A ética e a moral que diferenciavam o homem dos animais O desenvolvimento da Psicologia encontrou respaldo especial nos estudos de três grandes filósofos: Sócrates (469/ 399 A.C): A principal característica do ser humano é a razão e a razão é superior aos instintos; Esse aspecto permitiria ao homem deixar de ser um animal irracional; Abre caminho para o início da exploração da Psicologia: as Teorias da Consciência: “Conhece-te a ti mesmo” Platão (427/ 347 A.C) A alma é separada do corpo; Concluiu que o lugar da razão no corpo humano era a cabeça, representando fisicamente a psique. Quando o corpo morre, a alma fica livre para ocupar outro corpo. Aristóteles ( 387/ 322 A.C) Entendia corpo e mente de forma integrada (alma e corpo não podem ser dissociados) e percebia a psyche como princípio ativo da vida; Tudo que nasce, cresce, se reproduz e se alimenta possui sua psyche ou alma.Vegetais – alma vegetativa; Animais –alma vegetativa e alma sensitiva; Homens – alma vegetativa, alma sensitiva e alma racional – função pensante Teorizou sobre temas como motivação, aprendizagem, memória e personalidade; Estudou as diferenças entre razão, percepção e sensações. A Filosofia (mãe de todas as ciências) foi a pioneira na introdução da Psicologia. Durante muitos séculos, foi definida como um saber acerca da alma. No entanto, a alma era considerada uma realidade metafísica e nunca poderia ser tomada como uma ciência mas somente como uma crença. Os filósofos limitavam-se a especulações, fazendo uso da razão, reflexão e discussão. Utilizavam, assim, como método o raciocínio dedutivo e as leis da lógica e rejeitavam todo o conhecimento proveniente dos sentidos (conhecimentos empíricos). A este período, a psicologia ficou conhecida como pré-científica e só depois em 1879 passa a funcionar como ciência. Filosofia: Caráter predominantemente especulativo podia-se resolver todos os problemas pensando. Charles Darwin “A origem das espécies” (1859) influenciou de modo revolucionário todos os domínios das ciências e deu novo impulso as investigações psicológicas. • Até o ultimo quarto do sec. XIX, os filósofos estudavam a natureza humana mediante a especulação, a intuição e a generalização baseada em suas experiências. • O que distingue a filosofia da psicologia moderna são a abordagem e as técnicas usadas, que detonam a emergência desta ultima como um campo de estudo próprio, essencialmente científico. • O campo da psicologia é grande e disperso. Os acessos são arbitrários. Psicólogos sabem coisas diferentes uns dos outros. O estudo da história ajuda a entender que apesar das diferenças de interesses e de linguagens muitas das raízes são comuns. • Idade Média: Poder da igreja católica . Monopolização do saber. Pecado. o homem sujeito ao livre arbítrio e aos desígnios divinos Inquisição.Sociedade feudal. • Renascimento: descoberta de novas terras. Transição para o capitalismo. Evolução da ciência :física (Galileu) e medicina (estudo de anatomia). Decartes – “Penso, logo existo”. Separação entre corpo e mente. Darwin – Teoria da evolução. interacionismo corpo-mente / continuidade homem-animal; • Idade contemporânea: perspectivas diversas e complementares (neurociência; evolucionista; genética; comportamental; cognitiva e sociocultural). Neste contexto de mais rigor, as esferas da filosofia se abrem e as questões ligadas à psicologia passam a ser investigados pela fisiologia e neurofisiologia – o sistema nervoso central começa a ser teorizado – os pensamentos, as percepções e sentimentos humanos estavam nele! Para entender o psiquismo passa a ser necessário compreender os mecanismos e funcionamento do cérebro. Hipócrates (pai da Medicina) fez muitas observações importantes acerca de como o cérebro controlava outros órgãos e realizou a primeira tentativa científica de compreender o cérebro na vida humana, tanto em sua função como em seu significado. Seus estudos abriram as portas para a relação dos estudos da psicologia com a biologia. Hipócrates foi o primeiro a formular uma teoria do temperamento. Segundo ele, há quatro tipos de temperamentos, conforme os quatro fluídos corporais: Sanguíneo (sangue), Fleumático (linfa ou bleuma), Colérico (bílis), Melancólico (bílis negra). Quando os humores estivessem alterados, o corpo e a mente seriam afetados de maneira previsível, dependendo de qual dos humores estivesse em excesso. Dessa forma, propunha-se a classificação de quatro tipos de personalidades, conforme as características desses temperamentos ou humores: • Sanguíneo: É sempre cordial, eufórico e vigoroso. Receptivo por natureza, toma suas decisões pelas emoções e não por meio de pensamentos ponderados. • Fleumático: É calmo, frio e bem equilibrado, raramente explode em riso ou raiva, mantendo suas emoções sobre controle. • Colérico: É ardente, vivaz, ativo, prático e voluntarioso. Por ser decidido e teimoso, torna-se autossuficiente e muito independente. • Melancólico: É um temperamento analítico, abnegado e perfeccionista. Admira as belas artes e é introvertido por natureza. Contudo, às vezes é levado por seu ânimo a ser extrovertido Século XIX: As ciências sociais começam a se constituir, tratando de assuntos de ações humanas em sociedade,dependendo do contexto histórico e social de cada comunidade. Epistemologia dominante na época Positivismo: Valorizava apenas fatos cuja verdade estavam acima de qualquer suspeita, ou seja, somente fatos que pudessem ser comprovados cientificamente. Materialismo: Estudo da matéria. Assim, a consciência poderia ser estudada através da Química e Física, concentrando-se assim na estrutura anatômica e fisiológica do cérebro. Empirismo: Conhecimentos são adquiridos através das experiências sensoriais. René Descartes : Interação mútua entre corpo e mente (interacionismo). Defendeu o estudo realizado com cadáveres, o que propiciou grande avanço na área de anatomia. Em “O discurso do método” (1637) deu forma ao chamado método científico. A constituição da Psicologia como ciência A partir das contribuições da Filosofia e da Fisiologia surgiram duas abordagens que são os antecedentes próximos da Psicologia Moderna: Mente → abordagem filosófica. As correntes filosóficas preocuparam- se em explorar os conteúdos e processos mentais. Corpo → abordagem fisiológica. A Fisiologia é o ramo da Biologia dedicado ao estudo do funcionamento dos organismos vivos. A Fisiologia estuda os mecanismos envolvidos nas funções corpóreas (digestão, circulação, excreção, etc). Em meados do século XIX, começou a haver interesse em conhecer os mecanismos fisiológicos subjacentes aos fenômenos mentais (fisiologia do sistema nervoso). A partir daí, o conhecimento da mente passou a ser considerado como algo demasiadamente metafísico e portanto, impossível de atingir cientificamente. A Psicologia afastou-se da Filosofia e passou a interessar-se pelo mensurável, observável. Filosofia X Fisiologia (Especulação) (Experimentação) Psicologia e misticismo Por que as práticas místicas não compõem o campo da Psicologia científica? - não são construídas no campo da Ciência, a partir do método e dos princípios científicos; - estão em oposição aos princípios da Psicologia, que vê não só o homem como ser autônomo, que se desenvolve e se constitui a partir de sua relação com o mundo social e cultural, mas também o homem sem destino pronto, que constrói seu futuro ao agir sobre o mundo. As práticas místicas têm pressupostos opostos, pois nelas há a concepção de destino, da existência de forças que não estão no campo do humano e do mundo material. O que é ciência? A ciência compõe-se de um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de maneira programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação de sua validade. Assim, podemos apontar o objeto dos diversos ramos da ciência e saber exatamente como determinado conteúdo foi construído, possibilitando a reprodução da experiência. Dessa forma, o saber pode ser transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido. Essa característica da produção científica possibilita sua continuidade: um novo conhecimento é produzido sempre a partir de algo anteriormente desenvolvido. Negam-se, reafirmam-se, descobrem- se novos aspectos, e assim a ciência avança como um processo. Método científico Construção do conhecimento: -Identificação do problema a estudar -Observação dos dados- experimentos -Descrição dos fenômenos observados -Repetição e confirmação das experiências -Teorização- Estabelecimento de leis Paradigmas na Psicologia Dicotomia: Mente X Corpo Inato X Adquirido Objeto de estudo x Examinador Psicologia ou Psicologias? Pressupostos da Psicologia 1.A Psicologia desenvolveu-se num contexto histórico- social (Onde e quando o conhecimento foi produzido?); 2.A Psicologia é empírica (baseada em evidências observadas e não em achismo); 3.A Psicologia é teoricamente diversa (há diferentes Teorias Psicológicas: Comportamental, Psicanalítica, Humanista, Cognitivista...); 4.O comportamento é determinado por causas múltiplas (as questões são complexas e não se resumem a: João bebe porque é sem-vergonha!); 5. Nosso comportamento é moldado por nossa herança cultural (crenças, valores, tradições e costumes dos nossos grupos sociais); 6. Hereditariedade e Meio Ambiente influenciam mutuamente o comportamento (tendências genéticas + condições do ambiente); 7. Nossa experiência do mundo é extremamente subjetiva (cada um constrói uma visão do mundo a partir do seu ponto de vista). O Surgimento da Psicologia como ciência Século XIX : Em 1879, inspirado pela Fisiologia , Wudnt criou o primeiro laboratório de Psicologia Experimental Estudou os processos mais elementares da percepção e a velocidade dos processos mentais mais simples. Nova Psicologia: Fenômenos psicológicos são constituídos por provas factuais, observacionais e quantitativas, sempre baseadas nas experiências sensoriais A ambição de Wundt era estabelecer uma identidade independente para a Psicologia. Ele foi, nos primeiros anos da evolução da Psicologia como disciplina científica distinta / autônoma, um baluarte. Wilhelm Wundt determinou o objeto de estudo, o método de pesquisa, os tópicos a serem estudados e os objetivos da nova ciência. Formado em Medicina ele criou um espaço compatível com os laboratórios das ciências naturais. Este laboratório tornou-se um centro de investigação. Esta foi a forma mais eficaz de Wundt atingir o seu principal objetivo que era contribuir para o processo de autonomia da Psicologia – separando-se, nesse contexto, e apenas nesse, da Filosofia. Psicologia passa a ser vista como uma nova ciência que estuda o comportamento humano através de métodos e objetivos próprios! Subjetividade Observável, mensurável (comportamento) Explicar como o homem pode interpretar e conhecer a si mesmo e o mundo em que vive, incluindo a interação dos indivíduos entre si, a interação com a natureza, com os objetos e com os sistemas sociais, econômicos e políticos dos quais faz parte. Em 1887, G. Stanley Hall fundou o American Journal of Psychology, a primeira revista de psicologia publicada nos Estados Unidos. E, em 1888, a Universidade da Pensilvania nomeou James McKeen Catell, um americano que estudara com Wundt, professor de psicologia, a primeira docência em psicologia do mundo.A posição de Catell fez com que a psicologia fosse reconhecida nos círculos acadêmicos como disciplina independente. A ciência e o método científico na Psicologia Método (grego): caminho para se chegar a um fim. O método científico é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de produzir novo conhecimento. Ideais do método científico: objeto específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas, processo cumulativo do conhecimento, objetividade, universalização, crença no progresso, neutralidade científica. O problema das ciências humanas: o problema da objetividade e da neutralidade nas ciências que estudam o homem. Na Psicologia, o observador se confunde com o seu objeto de estudo. Psicologia científica X Senso Comum A psicologia científica, não deve confundir-se com a “psicologia do senso comum” . Por senso comum entende-se o conjunto de ideias, crenças e convicções transmitidas culturalmente e que cada indivíduo possui a respeito de como as pessoas funcionam, se comportam, sentem e pensam. O senso comum descreve as crenças e proposições que aparecem como normal, sem depender de uma investigação detalhada para alcançar verdades mais profundas como as científicas. A apropriação do conhecimento científico pelo senso comum também pode ocorrer ou vice-versa. PSICOLOGIA E SENSO COMUM PSICOLOGIA Ciência Procura aprofundar os seus conhecimentos; Aplica métodos rigorosos e definidos; Atinge conclusões objetivas; Conhecimentos rigorosos SENSO COMUM Forma de sabedoria popular ; Conhecimentos superficiais e incertos ; Imetódico ; Conclusões subjetivas; Conhecimentos pouco rigorosos A psicologia é entendida como ciência devido ao fato da mesma excluira simples observação (sabedoria popular) dos fatos; Como ciência, sustenta-se em métodos bem organizados para atingir os seus fins que se traduzem, essencialmente, em: 1. fazer uma descrição dos comportamentos e processos mentais; 2. compreender o que há de comum entre os indivíduos e o que os distingue dos grupos 3. tentar explicar um determinado comportamento identificando a sua causa; 4. prever eventos futuros baseados em eventos passados e por último; 5. descobrir quais os fatores que levam à alteração (mudança) de determinados comportamentos, tentando modelá-los de modo a torná- los adequados às situações ou ao meio. Para isso, necessita recorrer a outras ciências para que possa analisar de forma mais rigorosa os fatos psíquicos, isto é, não trabalha isoladamente pois assim é lhe possibilitado uma visão mais diversificada e mais complexa dos fenômenos. A antropologia, sociologia, biologia, medicina, dentre outras são algumas das ciências que complementam o estudo da psicologia. A Psicologia como ciência Seu status de ciência é obtido à medida que se “liberta” da Filosofia, e atrai novos estudiosos e pesquisadores, que, sob os novos padrões de produção de conhecimento, passaram a: 1. Definir seu objeto de estudo; 2. Delimitar seu campo de estudo; 3. Formular métodos de estudo desse Objeto; 4. Formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimento na área Embora a Psicologia científica tenha nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que ela encontra campo para uma rápido crescimento. É ali que surgem as primeiras abordagens ou escolas em Psicologia, as quais deram origem às inúmeras teorias que existem atualmente. Psicologia = “crise permanente” Diversidade de posições teóricas e metodológicas - complexidade - objeto de estudo – o homem. A instabilidade epistemológica da Psicologia faz com que siga em ziguezague em termos de modas psicológicas .As escolas mais clássicas se desdobram, e além disto há o surgimento de novas correntes psicológicas. Definição atual Psicologia é a ciência que se ocupa em estudar o comportamento e os processos mentais dos indivíduos. Psicologia é tanto um campo de estudos acadêmicos, como um campo de aplicação dos conhecimentos: em consultórios, hospitais, empresas, organizações, escolas, comunidades etc... Caracteriza-se pela grande diversidade de abordagens e áreas de atuação (ciências biológicas, humanas e sociais) Algumas questões pertinentes levantadas pela Psicologia Como aprendemos? Que fatores influeciam no nosso desenvolvimento? O que são emoções?Elas são inatas ou adquiridas? Qual a influência dos grupos sobre os indivíduos? Como se desenvolve a personalidade? Qual a importância dos valores e das atitudes na percepção dos indivíduos? Como atuar sobre o desajustamento? Como estimular a criatividade das pessoas? (Teles, 2003) A Dicotomia Mente X Corpo Filosofia: duas entidades distintas (mente e corpo), onde destacava-se a superioridade da mente. Platão definiu a mente, ou alma [Psykhé], como “o piloto do navio”, dando preferência para a alma que devia guiar o corpo. Já Aristóteles definia o corpo como órganon (instrumento) da alma, isto é, mero instrumento no seu aperfeiçoamento, dando preferência e supremacia para esta. Para Descartes e os ensinamentos cristãos, a mente ou alma estariam fora do corpo, ou seja, corpo e mente seriam unidades distintas. Todas as informações que a mente recebe, vêm dos estímulos corporais. Tudo que a mente sabe, ela sabe através dos cinco sentidos. O cérebro não conhece mundo real, só conhece as informações que chegam a ele através das sensações, ou seja, a mente consciente apenas se manifesta através do corpo, é um complemento, está inserida nele. Concluindo, se não há corpo, não há mente. Temos um corpo que atua no meio e uma mente como mediadora entre esse corpo e o meio. Desse modo, a mente humana atua como uma mediadora entre a cultura e o meio. A Dicotomia Inato X Adquirido O que determina o nosso comportamento? Será o meio ou é a natureza? Somos biológica ou socialmente determinados? Inato: indica que o comportamento humano e a personalidade são determinados geneticamente. O comportamento é determinado por características que nascem com o ser humano (inatas). Portanto, segundo estes, o crescimento biológico do corpo e o desenvolvimento segue padrões definidos por programas genéticos. Adquirido: os seres humanos são produto daquilo que aprendem e dos ambientes em que vivem, deste modo os autores que crêem no pólo adquirido tentam estabelecer ligações entre determinados comportamentos e determinados ambientes. Assim, a nossa maneira de ser e de agir é influenciada pelo que aprendemos, pelas experiências vividas e pela nossa história pessoal (empirismo). Interacionismo: fatores biológicos e maturacionais + fatores ambientais (interação contínua entre o indivíduo e o meio). Indivíduo (personalidade) --------> Fatores ambientais (caráter) -----> Fatores biológicos (temperamento) ---> O Surgimento das primeiras escolas em Psicologia Da fundação da Psicologia como ciência em 1879, por Wilhelm Wundt , até em torno de 1960, os primeiros 80 anos da Psicologia como ciência, caracterizam-se como o período chamado de época das escolas . A partir daí, o chamado período das escolas entrou em declínio, quando a pretensão de cada escola de ser uma explicação completa e coerente para os fenômenos mostrou-se inviável. A quantidade de informação produzida questionando cada uma das escolas era tamanha, que produziu o “rompimento” das escolas. Isto levou a uma abertura em relação ao diálogo entre as correntes, ao contrário da posição vigente anteriormente, fechada e “absolutista”. Em alguns casos, levou à visão de complementaridade entre correntes de pensamento. As primeiras abordagens em Psicologia Funcionalismo : William James (1.878) Estudo da consciência e a compreensão de seu funcionamento. Como o homem usa a consciência para adaptar-se ao meio. Ou seja o importante era responder “o que fazem os homens” e “por que o fazem”. Estruturalismo: Tichner (1901) Está preocupado com a compreensão do mesmo fenômeno do Funcionalismo: a Consciência. Mas, diferentemente de W. James, Titchner irá estudá-la em seus aspectos estruturais, isto é, nos estados elementares da consciência como estruturas do sistema nervoso. Associacionismo: Thorndike (1874) - Formulação da primeira teoria da aprendizagem - A aprendizagem se dá através de um processo de associação de idéias. Para aprender uma coisa complexa, precisamos aprender primeiro as idéias mais simples. - Lei do efeito- todo comportamento tende a se repetir se for recompensado. Se for castigado, tenderá a não ocorrer mais. AS TRÊS GRANDES FORÇAS DA PSICOLOGIA Histórico da psicologia no Brasil 1962 • Lei 4119 de agosto de 1962 dispõe sobre os cursos de formação e regulamenta a profissão. • Determina funções privativas do psicólogo a tríade de títulos – Bacharel, licenciado e o titulo de Psicólogo. • O espírito da lei volta-se a uma formação generalista • Entende-se profissão como uma prática institucionalizada, socialmente legitimada e legalmente sancionada. • Ao longo desses anos de profissão regulamentada, muito se estudou e se debateu sobre a situação da Psicologia no Brasil. Suas características, suas responsabilidades, seus rumos, demonstram a necessidade de atenção da categoria (profissionais, pesquisadores, docentes e estudantes) ao desenvolvimento da profissão • O marco referencial para os estudos sobre a profissão de psicólogo no Brasil é a sua regulamentação, promovida pela Lei Federal no 4.119, de 27 de agosto de 1962. • Não seria exagero afirmar que, a partir de então, os psicólogos passaram a produzir conhecimento sobre a profissão. Assim é que o Boletim de Psicologia, periódico editado pela Sociedade de Psicologia de São Paulo, dedicou um número especial sobre a profissão recém regulamentada, resultado de um simpósio promovido pela Associação Brasileira de Psicólogos e pela própria Sociedadede Psicologia de São Paulo intitulado “A situação atual da Psicologia no Brasil”, realizado em julho de 1963, em Campinas, São Paulo. Nesse número especial, questões como a formação acadêmica do profissional , a situação da profissão e o código de ética profissiona, dentre outros, já são objetos de investigação. A profissão de Psicólogo Reconhecimento da Psicologia como profissão no Brasil: Lei de 1962. Exercício da profissão: uso de métodos e técnicas da Ciência Psicológica para fins de diagnóstico psicológico, orientação e seleção profissional, orientação psicopedagógica e solução de problemas de ajustamento. O psicólogo utiliza um conjunto de técnicas e de conhecimentos científicos que lhe possibilitam compreender o outro, seus discursos, expressões e gestos buscando uma análise das razões dos atos, pensamentos, desejos e emoções de outro ser humano. LEI Nº 4.119, DE 27 DE AGOSTO DE 1962: Dispõe sobre os cursos de formação em psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. CAPÍTULO III • DOS DIREITOS CONFERIDOS AOS DIPLOMADOS • Art. 10. Para o exercício profissional é obrigatório o registro dos diplomas no órgão competente do Ministério da Educação e Cultura. • Art. 11. Ao portador do diploma de Bacharel em Psicologia, é conferido o direito de ensinar Psicologia em cursos de grau médio, nos termos da legislação em vigor. Art. • 12. Ao portador do diploma de Licenciado em Psicologia é conferido o direito de lecionar Psicologia, atendidas as exigências legais devidas. • Art. 13. Ao portador do diploma de Psicólogo é conferido o direito de ensinar Psicologia nos vários cursos de que trata esta Lei, observadas as exigências legais específicas, e a exercer a profissão de Psicólogo. • § 1º Constitui função privativa do Psicólogo e utilização de métodos e técnicas psicológicas com os seguintes objetivos: (Expressão "privativa" vetada pelo Presidente da República e mantida pelo Congresso Nacional, em 17/12/1962) a) diagnóstico psicológico; b) orientação e seleção profissional; c) orientação psicopedagógica; d) solução de problemas de ajustamento. • § 2º É da competência do Psicólogo a colaboração em assuntos psicológicos ligados a outras ciências Crítica A Lei 4119 é apenas aparentemente clara, na realidade bastante confusa e imprecisa talvez para não criar, numa época que seria muito inoportuna para a classe psicológica, problemas de competência recíproca, de superposição e de rivalidades. OBJETO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA A concepção de homem que o pesquisador traz consigo “contamina”, inevitavelmente, a pesquisa em Psicologia.Conforme a definição de homem adotada, tem-se uma concepção de objeto que combine com ela. Como há uma riqueza de valores sociais que permitem várias concepções de homem, no caso da Psicologia, esta ciência estuda os “diversos homens”. A intervenção do Psicólogo “A intervenção do psicólogo é intencional, planejada e feita com a utilização de conhecimentos específicos do Campo da Ciência” (Bock, 2002). Difere da atitude do senso comum – amigo x Psicologia = intervenção a partir da perspectiva da Promoção de Saúde. Saúde = bem estar bio-psico-social. A Psicologia utiliza-se, portanto, do Conhecimento Científico (Teorias Psicológicas) e de métodos e técnicas próprias de investigação da vida psicológica e do comportamento humano:Testes Psicológicos; Técnicas de entrevistas; Técnicas de observação e registro de comportamento.A partir da coleta e análise de dados, o psicólogo poderá planejar sua intervenção: terapia, treinamento, orientação ou intervenção institucional – visando à promoção da saúde. Psicologia X Psiquiatria • Campos de saber e de atuação diferentes • Psicologia: visa estudar os processos e o funcionamento psicológicos, não assumindo o compromisso com o patológico – “Normalidade”. • Psiquiatria: foco nos aspectos e funcionamento psicológicos que se desviam da “normalidade” – patológico. • Aproximação entre a Psicologia e a Psiquiatria – Psicanálise: patológico = exacerbação do funcionamento normal da Psique.Década de 50 – novo distanciamento das duas áreas de conhecimento: o desenvolvimento da Psicofarmacologia – bases biológicas e orgânicas da Psiquiatria.Trabalho interdisciplinar entre Psicologia e Psiquiatria Psicologia e práticas emergentes • As áreas emergentes são constituídas a partir de práticas que transcendem a própria Psicologia, definindo-se assim na transdiciplinaridade e hoje constitui um desafio para o mundo, não só para a psicologia. • O emergir de novas práticas estão relacionados a: Oferta, demanda típica do mercado, e um chamado da sociedade . Inquietação diante das práticas Emergente. • Questão importante: A qualificação recebida pelo psicólogo nos cursos de graduação confere uma base sólida para o exercício em qualquer área Emergente? • O Conselho Federal de Psicologia vem trabalhando no sentido de focalizar e ampliar o debate em relação as Práticas Emergentes. Exemplo: A criação da Comissão Nacional de Gestão do Risco, Desastres e Emergência- Comissões e grupos de trabalhos. • O estudo psicológico de doentes não é senão um caso particular em psicologia clínica: diríamos que é uma psicologia clínica especializada. • A psicologia contribuí às vezes, de maneira decisiva para o progresso de amplos setores da ciência médica, tais como a psicopatologia, a psiquiatria clínica, a neurologia, etc. 3b3cb69fd01c8369f361767ed23ea848289100e99a9e2719e08f2f01daef2f83.pdf 3b3cb69fd01c8369f361767ed23ea848289100e99a9e2719e08f2f01daef2f83.pdf 3b3cb69fd01c8369f361767ed23ea848289100e99a9e2719e08f2f01daef2f83.pdf 3b3cb69fd01c8369f361767ed23ea848289100e99a9e2719e08f2f01daef2f83.pdf
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