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Acústica

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Conforto Ambiental: 
Acústica
• Conceitos Físicos do Som.
• Conhecer os conceitos de conforto ambiental e conceitos físicos do som.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Conceitos Físicos do Som
UNIDADE Conceitos Físicos do Som
Conceitos Físicos do Som
Nesta disciplina vamos estudar as principais características físicas do som, além 
de entender como nossos projetos de urbanismo e de arquitetura são afetados por 
este item, e, principalmente, como podemos tratar este incômodo.
Podemos entender o Conforto Ambiental como um estado de satisfação de uma 
pessoa em um determinado local, ou seja, uma pessoa está confortável em um am-
biente quando todos os estímulos que proveem deste ambiente deixam-na em um 
estado de tranquilidade e calma. Resumidamente, podemos dizer que uma pessoa 
está confortável em relação a um fenômeno quando pode observá-lo ou senti-lo, 
sem incômodo ou preocupação.
Como você já sabe, estar confortável em um local vai além do que apenas a 
acústica, ou seja, depende do conforto térmico, do conforto luminoso, do conforto 
ergonômico, entre outros fatores. Além disso, existe um fator psicológico, que é 
difícil de ser quantificado, por ser pessoal, isto é, se você gosta do estilo de música 
que está tocando no rádio, você está aproveitando o fenômeno de maneira plena 
e sem desconforto, enquanto que, se você não gosta do estilo de música, você não 
está aproveitando o fenômeno, independentemente do volume do som, e da quali-
dade dos aparelhos que estão sendo utilizados.
De qualquer maneira, a redução das interferências e dos ruídos é um pré-requi-
sito para o conforto acústico, e vamos estudar como isso pode ser medido e como 
podemos resolver estes problemas. Vamos começar?
A primeira coisa que vamos estudar são as características físicas do som, pois é 
preciso entender como o som funciona, para entender como as formas de absorção 
e vedação vão trabalhar.
A nossa primeira pergunta deve ser: “O que é o som?”
E teremos várias respostas para esta pergunta, de acordo com a fonte na qual 
você for pesquisar, isto é, se você procurar uma resposta na Física, você terá que “o 
som é uma forma de energia vibratória que se propaga em um meio”; a psicologia 
dirá que “o som é uma sensação inerente a cada indivíduo”; ou seja, cada ciência nos 
dará uma resposta para esta pergunta, mas o que precisamos entender para nosso 
uso é mais simples e direto, ou seja, como vamos deixar o indivíduo confortável com 
relação ao fenômeno acústico, independentemente da definição que vamos assumir.
Fisiologicamente, percebemos o som pela vibração das moléculas de ar que 
estão suspensa no ambiente; o som parte de uma fonte sonora, que inicia o mo-
vimento destas partículas; conforme as partículas mais próximas da fonte vão se 
movendo, elas vão atingindo outras partículas, que também se movem, e desta ma-
neira, o som vai se propagando. Quanto mais distante da fonte sonora a partícula 
estiver, menor será a força com a qual ela será atingida e se moverá.
O som pode ser percebido entre ambientes, por menor que seja a vibração; 
como o som se propaga pela vibração das moléculas, quando estas moléculas se 
8
9
chocam contra uma parede, por exemplo, elas farão com que esta parede vibre, 
transmitindo, desta maneira, o som para cômodos contíguos. Quanto mais fina for 
uma parede, mais ela irá vibrar, e mais som será transmitido.
O som também pode ser definido como uma diferença de pressão, ou seja, a 
pressão atmosférica é constante e estática; quando eu falo ou faço algum barulho, 
estou interferindo na pressão, causando um abalo que será sentido pelas outras 
pessoas como um som; dependendo da pressão sonora envolvida, este abalo na 
pressão pode ser sentido fisicamente, pelo deslocamento do ar, além do barulho, 
como por exemplo, em uma explosão.
Vamos começar entendendo alguns conceitos importantes para entender o com-
portamento do som, e como podemos tratá-lo.
O mais importante é saber que o som é uma onda, e se propaga de maneira 
tridimensional, ou seja, a partir de um emissor o som irá se propagar em todas as 
direções. Além disto, como qualquer tipo de onda, o som precisa de um meio físico 
para se propagar, isto é, o som só se propaga se houver um material no qual ele 
vá se espalhar.
Vamos estudar alguns parâmetros desta onda, que a caracterizam e que nos 
permitem a quantificação do som.
Vamos começar entendendo o que é o “Período”. Como você já imagina, o pe-
ríodo de uma onda tem relação direta com o tempo. O período de uma onda é o 
tempo de duração de um ciclo.
Posição de Equilíbrio
Amplitude
Tempo
Período
Vibração
T
A
A
Figura 1 – Período
É possível ver na figura 1 que o período é o tempo que a onda precisa para 
completar um ciclo completo, ou seja, para sair do estado de repouso e atingir a 
sua menor e a sua maior amplitude, e retornar ao ponto de repouso. Este período 
pode ter uma variação praticamente infinita de tempo; é claro que quando falamos 
em som, estes tempos são bastante pequenos.
O próximo parâmetro de uma onda que devemos entender é a “Frequência”. 
A frequência de uma onda pode ser entendida como o número de ciclos que uma 
onda faz em um determinado período.
9
UNIDADE Conceitos Físicos do Som
O físico que definiu este tipo de medição foi Heinrich Rudolf Hertz, que definiu 
que a frequência é o numero de ciclos em um segundo; esta medida, em homena-
gem ao físico alemão, é conhecida como Hertz.
Figura 2 – Frequência
Na figura 2, podemos ver que em um período de tempo de 1 segundo a onda 
percorre dois ciclos completos, o que significa que esta onde tem uma frequência 
de 2 Hertz, ou 2 Hz.
É fácil entender estes parâmetros, certo? E estes dois conceitos juntos se expli-
cam, isto é, como já vimos, a onda que está representada na figura 2 tem uma fre-
quência de 2 Hz; desse modo qual seria o período desta mesma onda? Isto mesmo! 
0,5 segundo, ou que significa dizer que em um período de 0,5 segundo ela faz um 
ciclo completo. Agora tenho a certeza que estes parâmetros ficaram mais claros.
Apenas como curiosidade, pois estudaremos isto adiante, as menores frequências 
com as quais trabalhamos em acústica são de 250 Hz.
Um outro parâmetro que utilizamos para definir as ondas sonoras é a “Ampli-
tude”. Podemos definir a amplitude de onda como a distância entre o ponto de 
equilíbrio da onda e o seu pico ou o seu vale.
Como falamos em distância, a medida de unidade da amplitude de onda pode ser o 
metro, o centímetro ou ainda o milímetro. Também podem ser utilizadas outras medi-
das, como o Pascal, mas para nossos trabalhos, utilizaremos o metro ou suas divisões.
Al
tu
ra
x /cm
t (s)
0.012
-0.012
0.4 0.8 1.2 1.6 2.0 2.4 2.8
0.04
-0.04
0
A= 0,012 cm
Figura 3 – Amplitude
10
11
Na figura 3 é possível ver que a amplitude da onda que está representada na 
figura é 0,012cm; lembre-se que a amplitude vai do repouso até o pico da onda. 
Isto é simples, certo?
Apenas para fixar os conceitos que vimos, qual é o período da onda representa-
da na figura 3? Isso mesmo! Esta onda tem um período de 2 segundos, ou seja, a 
onda faz um ciclo completo em 2 segundos.
E qual seria a frequência desta mesma onda? Esta é um pouco mais difícil, certo? 
Mas como sabemos que a frequência é medida em segundos, podemos verificar 
que a frequência desta onda é de ½ Hz, ou seja, em um segundo, a onda consegue 
fazer metade de um ciclo. Está ficando mais simples, não é?
O próximo parâmetro a ser estudado é o “Comprimento de Onda”. Como na ca-
racterística anterior, o comprimento é dado em metros, centímetros ou milímetros, 
pois é uma medida de distância.
Esta distância é medida entre características iguais da onda, isto é, a distância é 
medida entre o momento de repouso, ou o pico, ou o vale; o comprimento de onda 
dá a distância entre pontos iguais.
Pr
es
sã
o
P (Pa)
30
-30
2 4 6 8 10 12 14
0
�= 10 m
x (m)
Figura 4 – Comprimento de onda
Você deve ter reparado na imagem que existe uma letra grega, o λ (lambda). 
Este é o símbolo utilizadopara indicar o comprimento de onda. Na figura 4 
podemos ver que o comprimento de onda é de 10m, ou seja, a distância entre 
pontos iguais desta onda é de 10m. Também é possível perceber que não temos 
a presença do tempo neste gráfico, então não podemos calcular o período e a 
frequência das ondas.
Outro parâmetro que existe para todas as ondas, e, também para as ondas sono-
ras, é a “Velocidade”. A velocidade, obviamente, é uma medida da rapidez com que 
a onda se propaga em algum meio. A velocidade, como você certamente já sabe, 
é representada pela letra “v”.
A velocidade de propagação (v) é a divisão da distância percorrida pela onda, 
pelo tempo necessário para percorrer esta distância. Como estamos falando em 
uma distância dividida por um tempo, a unidade de medida da velocidade de pro-
pagação vai ser dada em metros por segundo (m/s). 
11
UNIDADE Conceitos Físicos do Som
Você já deve ter percebido que a velocidade de onda é uma relação entre o 
comprimento de onda (λ) e o período, ou seja, a velocidade de onda é a divisão do 
comprimento de onda pelo período.
Figura 5 – Velocidade de Propagação da Onda
No caso do som, quanto mais denso o meio onde a onda está se propagando, 
mais rápida é esta velocidade. Isto significa que o som se propaga mais rápido na 
água do que no ar, por exemplo. Para que se tenha uma ideia, consideramos que a 
velocidade do som no ar é de 340 m/s.
Tabela 1 – Velocidade do som em diferentes meios
SÓLIDOS
Vidro (20º C) 5130 m/s
Alumínio (20º C) 5100 m/s
LÍQUIDOS
Glicerina (25º C) 1904 m/s
Água do Mar (25º C) 1533 m/s
Água (25º C) 1493 m/s
Mercúrio (25º C) 1450 m/s
GASES
Hidrogênio (0º C) 1286 m/s
Hélio (0º C) 972 m/s
Ar (20º C) 343 m/s
Ar (0º C) 330 m/s
Fonte: Adaptado de http://bit.ly/2M2QOeN
Para nós, arquitetos, pensando no conforto acústico de nossos clientes, o som se 
propagar mais rapidamente no concreto do que no ar, por exemplo, pode ser um 
problema muito grave, e difícil de ser resolvido. E porque você acha que isto pode 
12
13
ser um problema? Exatamente! Como o som se propaga mais rápido em meios 
mais densos, ele também é mais difícil de ser absorvido pelos materiais isolantes. 
Importante!
Conhecendo a velocidade do som no ar, é possível calcular a distância que um raio caiu, 
contando-se os segundos que o som leva para chegar. Quando você vir o clarão de um 
raio, comece a contar os segundos. Se o som demorar, por exemplo três segundos para 
chegar, é sinal que o raio caiu a aproximadamente 1 Km. 
Você Sabia?
Já que estamos falando sobre a velocidade de propagação do som, tenho a cer-
teza de que você já assistiu a algum filme da série “Guerra nas estrelas”, ou algum 
outro filme de ficção cientifica. Você deve ter percebido que a maior parte destes 
filmes tem varias cenas de ação, com explosões, raios disparando e naves voando 
para todos os lados. Outra coisa presente na maior parte destes filmes é o som 
das explosões, das armas e das naves. Você acha que estas cenas aconteceriam de 
verdade, caso não tivéssemos a tecnologia, isto é, as batalhas seriam tão barulhen-
tas? Isso mesmo, é claro que não ouviríamos nenhum som, porque o som precisa 
de um meio para se deslocar, e no espaço temos o vácuo, o que quer dizer que 
não existe nenhum meio físico que permitiria o deslocamento do som. Esta é uma 
liberdade que os cineastas tomam, para que os filmes fiquem mais emocionantes, 
apenas isso.
Vamos agora estudar algumas qualidades fisiológicas do som, que tem a ver com 
a nossa audição e a nossa percepção do som.
A primeira característica sonora que vamos estudar é a “Intensidade Sonora”. 
A inten sidade sonora tem relação direta com a quantidade de energia transportada 
pela onda sonora. 
A intensidade sonora é o que chamamos, normalmente, de volume do som. 
Quando uma pessoa pede para que aumentemos o volume do rádio ou da televi-
são, ela está pedindo para que aumentemos a intensidade sonora, ou seja, a quan-
tidade de energia que aquela onda sonora está transportando. 
A intensidade sonora é medida em decibéis, que é uma divisão de 1 bel; esta 
escala é relativa, isto é, não tem dimensão; e logarítmica, ou seja, 2dB não são o 
dobro de 1dB, já que a escala aumenta de forma logarítmica. 
0 dB é o limiar da audição, ou seja, o som mais baixo que o ser humano con-
segue ouvir, enquanto que 120 dB é o limiar da dor, causando a surdez com uma 
exposição muito curta; o decibel será usado em nossos cálculos acústicos.
Existe uma lei da física que nos ajuda a entender como a intensidade sonora 
diminui com a distância. É a lei do inverso do quadrado da distância.
13
UNIDADE Conceitos Físicos do Som
r
2r
3r
I
Potência da fonte
S
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
I
I
9
4
Figura 6 – Lei do inverso do quadrado da distância
Na figura 6 podemos entender como o som perde sua potencia conforme vai se 
distanciando da fonte. Na figura, se você tem uma distancia “r”, o som atinge uma 
área “A”; se dobrarmos a distância para “2r”, a área atingida pelo som quadruplica, 
ou seja, a intensidade sonora é inversamente proporcional ao quadrado da distância. 
Na pratica isto significa que se da fonte sonora estiver saindo uma intensidade 
de som igual a “X”, no ponto “r”, localizado a 1m de distância da fonte, estará che-
gando a mesma quantidade de som “X”. 
No ponto 2r, localizado a 2m de distancia da fonte, a intensidade de som que 
estará chegando é de “X/4”, ou seja, apenas ¼ do som que sai da fonte original. 
No ponto “3r”, que está localizado a 3m de distancia da fonte original, a intensi-
dade de som que estará chegando será de “X/9”, nove vezes menos do que o som 
que saiu da fonte.
Isto pode ser um grande problema para um show, por exemplo, pois as pessoas 
mais pertos das caixas acústicas ouvirão uma quantidade ensurdecedora de som, 
para garantir que as pessoas mais distantes dos palcos e das caixas acústicas con-
sigam ouvir algum som. 
Você consegue perceber como isto vai influenciar diretamente nossos projetos de 
auditórios e teatros? Onde colocar as caixas acústicas, de tal forma a garantir que 
todos os presentes ouçam a mesma quantidade de som? Acertar este cálculo e este 
posicionamento é um grande desafio para os especialistas em som arquitetônico.
Figura 7 – Posicionamento das caixas acústicas
Fonte: somaovivo.org
14
15
Na figura 7, temos um grupo de caixas acústicas na posição “ST1”. Esta é a po-
sição mais tradicional de uso destas peças, no palco, próximo aos músicos, ou no 
púlpito, próximo ao pastor ou ao padre, se pensarmos em um local de culto. Nesta 
posição, podemos ter a certeza de que se o ouvinte “ov1” estiver ouvindo conforta-
velmente, o ouvinte “ov2”, mais distante do palco, ou do púlpito, não estará ouvindo 
praticamente nada, enquanto que se o ouvinte “ov2” estiver ouvindo confortavelmen-
te, certamente o ouvinte “ov1” estará com uma intensidade sonora ensurdecedora.
Já a posição do conjunto de caixas acústicas indicado na posição “ST2”, no alto 
do palco, vai diminuir a diferença entre as distâncias que o som deve percorrer en-
tre os ouvintes “ov1” e “ov2”, o que quer dizer que a diferença entre a intensidade 
sonora ouvida pelos dois ouvintes será menor.
Esta é uma das formas de resolver este problema; você consegue pensar em 
alguma outra maneira de resolvermos este problema? Isso mesmo! Podemos ter 
um conjunto de caixas acústicas, com menor potência, na parte dos fundos da sala. 
Podemos ainda, colocar os alto falantes pendurados no centro da sala. Você perce-
be como existem saídas, o que precisamos é entender a física do som, e em como 
podemos resolver os problemas de nosso cliente.
Escala de Decibéis, disponível em: http://bit.ly/2GFWnLQ 
Ex
pl
or
No link acima mostra a escala de decibéis; é possível notar que sons com até 
cerca de 50 dB são considerados repousantes, já que não incomodam. A partir dis-
to, os sons começam a incomodar, fatigar, e chegam a ser perigosos ou dolorosos. 
É importante que o arquiteto conheça esta escala por vários motivos,como por 
exemplo, escolher o melhor caixilho para a vedação de uma janela, em função do 
local onde o imóvel está sendo construído. Locais mais barulhentos vão pedir es-
quadrias com mais poder de vedação e isolamento acústico.
Caso o profissional esteja fazendo uma reforma de um imóvel que vai mudar de 
uso, se transformando em uma indústria, por exemplo, é preciso que se pense em 
fazer um tratamento acústico, diminuindo o stress tanto dos funcionários, como dos 
moradores do entorno.
Você já deve ter percebido que nem sempre isto é feito, já que todos conhe-
cemos casos de alterações que resultaram em pioras na vizinhança, mas temos a 
obrigação de não cometer estes erros.
A segunda característica do som que vamos estudar é o “Timbre”. É esta a ca-
racterística que nos permite diferenciar as fontes sonoras; aliás, esta é uma caracte-
rística da fonte sonora, e não do som.
Você já deve ter ouvido falar em instrumentos que tem uma afinação diferente 
dos outros, certo? Isto acontece com frequência em uma orquestra, onde um violi-
no, por exemplo, pode ter uma afinação diferente de outro violino. 
É o timbre que nos permite reconhecer a diferença entre violinos com diferentes 
afinações; é o timbre que faz com que o maestro reconheça um instrumento fora 
15
UNIDADE Conceitos Físicos do Som
do tom em meio a uma orquestra com dezenas de instrumentos, ou um condutor 
perceba uma voz desafinada em um coral com dezenas de outras vozes. 
O timbre nos permite distinguir sons que tenham a mesma intensidade e a mes-
ma frequência, identificando a fonte sonora, como faz um maestro ou um condutor, 
que tem o ouvido treinado para esta função.
Comparação entre timbres, disponível em: http://bit.ly/2GFXawi 
Ex
pl
or
No link acima é possível ver que o timbre tem uma relação direta com a forma da 
onda, pois muitas vezes a amplitude e a frequência são as mesmas, mas o formato 
da onda nos permite perceber as diferenças.
A terceira característica que vamos estudar é a “Altura do Som”. Altura do som 
não tem a ver com a intensidade e o “volume” do som. Esta “Altura” à qual esta-
mos nos referindo tem a ver com a classificação do som em “Graves”, “Médios” e 
“Agudos”, e não com a frase usual que diz que “o som está alto” quando o volume 
de som é muito grande. É importante que você entenda esta diferença.
Esta “Altura sonora” está relacionada com a frequência sonora, com o número 
de ciclos por segundo, ou Hertz, e está muito associado à musica, mas é importan-
te para a acústica além disto.
Gr
av
es
M
éd
io
s
Ag
ud
os
0 20 400 1600 20000 f (Hz)
Sons
Ul
tra
-so
m
In
fra
-so
m
Figura 8 – Altura ou frequência sonora
A altura do som está relacionada diretamente com a frequência, como é possível 
ver na figura 8; quanto menor a frequência, mais grave, ou grosso o som; quanto 
maior a frequência, mais agudo ou mais fino.
Grave
Agudo
Comprimento de onda
Comprimento de onda
Amplitude
Amplitude
Figura 9 – Comparação entre ondas graves e agudas
16
17
Outra característica importante do som é a “inteligibilidade”, ou seja, o grau de 
compreensão do que está sendo dito. Em arquitetura este é um conceito fundamen-
tal! Você já pensou se em um projeto de auditório ou de teatro, as pessoas não 
conseguirem entender o que está sendo falado?
Em termos de acústica arquitetônica este é uma das caraterísticas mais impor-
tantes, já que vai garantir a eficiência acústica do espaço. De nada vai adiantar que 
seu projeto atenda a todas as normas, esteja esteticamente agradável, seja acessível, 
sustentável, ou qualquer outro parâmetro que você quiser adotar, se as pessoas não 
puderem se comunicar, ou mesmo permanecer no espaço.
Vamos estudar agora, como as ondas sonoras se compartam no espaço, para 
conseguir entender como podemos fazer o tratamento, tanto de ambientes fecha-
dos, como de ambientes abertos.
Como já foi dito, uma onda sonora parte de um emissor. Esta onda tende a se 
propagar de maneira esférica, em todas as direções, caso não haja nenhum obstá-
culo, como é possível ver na figura 10.
Figura 10 – Propagação da onda sonora
Quando estas ondas encontram uma superfície lisa e dura elas irão se refletir, como 
é possível ver na figura 11. As linhas vermelhas representam as ondas que são refleti-
das. É necessário que o bloqueio seja feito por uma superfície dura; caso a superfície 
não seja resistente, a superfície vai transmitir a vibração para a parte posterior.
Quando a onda sonora atinge uma superfície dura e lisa já sabemos o que acon-
tece, mas e se a superfície tiver uma abertura, o que vai acontecer? Veja a figura, e 
tente entender como isso funciona.
Figura 11 – Refl exão Figura 12 – Difração
17
UNIDADE Conceitos Físicos do Som
Desta maneira fica mais fácil de entender, certo? O que ocorre com esta aber-
tura é o efeito da difração, que está representada na imagem pelas ondas na cor 
magenta, isto é, as ondas sonoras passam pela abertura e continuam com apenas 
uma perda de potência sonora.
Eu sei que a maior parte destes conceitos já são conhecidos, pois são componen-
tes da Física que estudamos no Ensino Médio, mas sempre é interessante relembrar 
algumas coisas antes de seguirmos em frente.
Vamos em breve estudar o comportamento do som nos ambientes urbanos e 
nos ambientes construídos, e as definições que estudamos vão ajudar a entender o 
que acontece nestes locais e como podemos fazer para resolver os problemas que 
irão surgir com o excesso de barulho.
18
19
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Propriedades do som - Atura, intensidade, timbre 
Vídeo sobre as características do som.
https://youtu.be/pWqAtp1baqE
Ondas Sonoras - Brasil Escola
Vídeo sobre parâmetros da onda sonora.
https://youtu.be/kR5FSlOPrhI
 Leitura
Novas tecnologias no estudo de ondas sonoras
Artigo sobre características do som.
http://bit.ly/2Kv9Gjj
Parâmetros acústicos subjetivos: critérios para avaliação da qualidade acústica de salas de música 
Tese sobre características de salas de música.
http://bit.ly/2Kx0AT3
19
UNIDADE Conceitos Físicos do Som
Referências
BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle de ruído. Ed. Blucher, São Paulo. 
1ª ed. 2018.
SOUZA, L. C. L; ALMEIDA M. G. & BRAGANÇA, L. Be-a-bá da acústica ar-
quitetônica: ouvindo a arquitetura. Ed. UFSCAR, São Carlos, 1ª ed. 2006.
20
• Acústica Urbana .
• Conhecer os conceitos de acústica urbana e os tratamentos pertinentes 
para o ruído urbano.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Acústica Urbana
UNIDADE Acústica Urbana
Acústica Urbana 
Olá caro(a) aluno(a)! Nesta Unidade vamos conversar sobre o som das grandes 
cidades, que é chamado de ruído urbano. Qualquer pessoa que more em um am-
biente urbano, em qualquer lugar do planeta sofre as consequências deste ruído; no 
Brasil, onde a legislação é mais permissiva e a fiscalização é ineficaz, o problema 
toma dimensões catastróficas.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a poluição sonora é um 
dos maiores problemas de saúde pública do mundo; a poluição sonora perde ape-
nas para a poluição do ar como agente poluidor. Isto significa que esta é a segunda 
pior fonte de poluição mundial.
Não existem números definitivos no Brasil com relação aos malefícios causados 
por este tipo de poluição, mas na Europa, de acordo com alguns estudos, pelo me-
nos 10.000 pessoas morreram por problemas com o ruído ambiental; pelo menos 
43.000 internações hospitalares, e 900.000 casos de hipertensão. A partir destes 
números, e com o conhecimento que a maior parte dos países da Europa possuem 
uma legislação mais rígida com relação ao ruído, podemos imaginar o número de 
pessoas que são afetadas no Brasil, certo? Você consegue compreender os riscos 
envolvidos neste tipo de levantamento?
Número de pessoas afetadas
Mortalidade
Doença (distúrbio do 
sono, cardiovascular)
Fatores de risco (pressão arterial, colesterol, 
coagulação sanguínea, glicose)
Indicadores de estresse (resposta 
autônoma, hormôniosdo estresse)
Sentimentos de desconforto 
(aborrecimento, perturbação)
Figura 1 – Efeitos do Ruído Urbano
Nos casos mais leves, a pessoa vai sentir apenas um desconforto devido ao ruído 
(que é o que a maioria de nós acaba sentindo, ou seja, o ruído é apenas chato e 
cansativo). Os problemas vão aumentando em pessoas que tem maior sensibilidade 
a este tipo de ruído. As pessoas mais sensíveis podem desenvolver distúrbios do 
sono e problemas cardiovasculares; estes problemas junto a outras condições po-
dem levar até a morte.
8
9
Os estudos dizem que, na Europa, existem cerca de 125 milhões de pessoas 
expostas a ruídos superiores a 55 dB, que é o maximo recomendado pela OMS, o 
que pode, a longo prazo, causar sérios problemas de saúde.
Este campo de estudo vem se desenvolvendo na Europa e nos Estados Unidos, 
desde o final dos anos de 1960 e começo dos anos de 1970, com o nome de 
“Soundscape”, que foi traduzido como “Paisagem Sonora”, e que pode ser en-
tendido como um ambiente sonoro, com ênfase na forma como ele é percebido e 
entendido pelo indivíduo ou pela sociedade. Você também já pode imaginar que 
esta é uma ciência multidisciplinar, com a ação conjunta de várias áreas, estudando 
os diferentes aspectos deste problema; além de arquitetos e urbanistas, psicólogos, 
sociólogos, médicos, entre vários outros especialistas.
Na Europa, em 2014, foi estabelecida a Norma ISO 12913, que define o que é 
uma paisagem sonora, e que regulamenta como o levantamento de uma paisagem 
sonora deve ser feito, organizando os aspectos práticos deste trabalho e definindo 
quais formas de identificação e quantificação de ruído devem ser utilizadas para a 
execução do trabalho. É interessante que entendamos como funciona este tipo de 
levantamento, pois ele será muito usado em nossos projetos, tanto de arquitetura, 
quanto de urbanismo.
A figura 17 mostra a praça Nauener Platz, em Berlim. Este local foi um dos 
primeiros a ter o levantamento da paisagem sonora feito de acordo com a norma 
europeia, e é um ótimo exemplo de como o trabalho deve ser conduzido, e como os 
resultados podem ser utilizados para a encontrar soluções para o problema sonoro, 
uma vez que tenha sido estabelecido a fonte e o tipo de ruído.
As regras para este levantamento indicam que ele deve ser feito com a utilização 
de várias metodologias, a fim de evitar que os resultados sejam tendenciosos ou 
enganosos, utilizando-se de vários agentes e de várias mídias.
Figura 2 – Paisagem Sonora de Nauener Platz
Fonte: Reprodução
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UNIDADE Acústica Urbana
Os dados que são utilizados para a confecção destes mapas devem ser levanta-
dos de formas semelhantes em todos os casos, garantindo a isonomia e a exatidão 
das medidas obtidas. Entre estas formas de levantamento, estão medidas obtidas 
com medidores de ruídos (chamados de decibelímetros), que são colocados em al-
guns pontos por um determinado número de horas, e em horários diferentes; tam-
bém são levantados dados do tráfego de veículos no local, em vários dias e horá-
rios; são feitas gravações com microfones especiais; são feitas caminhadas sonoras, 
executadas por voluntários, que vão anotando as sensações que vão percebendo e 
o volume do ruído que vão ouvindo ao longo de percursos pré-determinados, tam-
bém em dias e horários variados. Além de tudo isto, devem ser feitas entrevistas 
espontâneas com moradores da área e transeuntes, a fim de descobrir a percepção 
sonora dos diferentes públicos do local que está sendo estudado.
É possível perceber que o levantamento tenta ser o mais completo e isento pos-
sível, utilizando-se de várias fontes diferentes e de vários métodos para a coleta dos 
dados. Na figura 17 ainda é possível ver, em destaque, a indicação de alguns dos 
pontos que foram utilizados como referência para as medições.
A partir dos dados levantados, é feito o mapa que vai desenhar a paisagem so-
nora; este mapa vai indicar os níveis de ruído que foram levantados em toda a área 
do terreno, conforme indicado na figura 17.
O próximo passo é analisar o mapa obtido, a fim de entender a paisagem sonora 
desta praça. Logicamente a parte lindeira à rua é a que recebe a maior quantida-
de, por ser a parte fronteiriça do terreno; o que este tipo de levantamento faz é 
quantificar este ruído, permitindo uma leitura mais exata dos níveis sonoros, o que 
vai ajudar nas medidas de controle ou mitigação da poluição sonora e do ruído. 
É possível perceber, por exemplo, que o nível de ruído em uma parte muito grande 
da praça está acima do recomendado pela OMS, o que pode levar a incômodos, 
desconfortos, sinais de stress e outros problemas (conforme pudemos observar na 
figura 16), quando a exposição ocorrer por um período muito prolongado.
Este conhecimento mais exato é uma das vantagens da paisagem sonora, pois 
vai subsidiar o arquiteto com ferramentas para a concepção do projeto.
Você percebe como isto pode ser útil no momento em que você vai estudar a 
implantação de um projeto? Se você puder conhecer a paisagem sonora do local 
onde o projeto se situa, você obviamente não vai colocar os dormitórios voltados 
para esta área, já que sabe que vai causar problemas para o usuário; você vai fazer 
uma outra setorização, evitando problemas futuros. 
Você pode achar que o que o levantamento da paisagem sonora faz é mostrar 
o óbvio, ou seja, as regiões mais próximas à rua ou às fontes sonoras irão sofrer 
com muito mais ruído, mas, mais do que apenas confirmar esta lógica, este le-
vantamento faz a quantificação deste ruído, ou seja, a que nível de ruído estamos 
nos referindo. Isto vai lhe ajudar, além da opção mais correta para a setorização, a 
escolher quais materiais e quais tipos de caixilho deverão ser usados para diminuir 
as quantidades de som que chegarão ao seu usuário.
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Mas antes de falarmos sobre isso, vamos continuar entendendo o problema des-
ta praça. Como é possível ver com o mapa da paisagem urbana, os níveis de ruído 
nas partes mais externas da praça eram muito altos, chegando a 80 dB, o que é 
muito acima do recomendado pela OMS (55dB, como você se lembra). O levanta-
mento confirmou algo que era percebido pelos moradores do entorno: a praça era 
um local ermo e abandonado, com uso restrito, não sendo visto como um espaço 
de lazer ou de contemplação. Você conhece algum lugar com estas características? 
Isso mesmo! Uma grande parte de nossas praças e mesmo de nossos parques sofre 
com este problema, já que é muito desagradável ficar em um local com muito ruído. 
O desafio dos arquitetos, paisagistas e urbanistas responsáveis pelo projeto, de-
pois de perceberem que o principal problema local era o nível de ruído, então, o 
desafio era transformar esta praça, praticamente abandonada, em um local agradá-
vel e convidativo. Várias saídas foram encontradas para o controle sonoro. Uma das 
mais interessantes e inesperadas foi o uso de um muro de gabião para o controle 
sonoro, como é possível ver no link abaixo.
Muro gabião, disponível em: http://bit.ly/2OurArx
Ex
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or
Este muro está localizado junto ao playground infantil, e além de cumprir uma 
função essencial, como isolante acústico, também desperta a curiosidade dos usu-
ários pelo material inusitado, além da maneira diferente como este material é utili-
zado neste projeto.
Além deste muro, foram feitas intervenções acústicas em outros pontos do par-
que, com a colocação de vegetação arbustiva, além de árvores de pequeno e médio 
porte, que formam um isolamento da fonte de ruído em relação à área da praça, 
isto é, conseguimos segregar a fonte de ruído em relação à praça. Uma das vanta-
gens do uso de vegetação nestes pontos é o isolamento acústico, sem, no entanto, 
causar um bloqueio visual (como também é possível notar na opção pelo muro de 
gabião, já que é possível perceber a altura média desta peça).
Com a diminuição do ruído no espaço, os arquitetos e paisagistas responsáveis 
pelo projeto fizeram intervenções paisagísticas, incrementando o mobiliário urbano 
e, por consequência,aumentando o fluxo de usuários do espaço. 
Com o aumento deste fluxo, foram feitas algumas experiências com interven-
ções sonoras, isto é, os profissionais criaram algumas esculturas sonoras, bem 
como sonorizaram algumas peças de mobiliário urbano.
Mobiliário urbano sonorizado, disponível em: http://bit.ly/2OA2M1E 
Ex
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or
Estas peças eram um convite, aos usuários, à contemplação do espaço e ao re-
laxamento, garantindo, assim, uma permanência maior no espaço, e um uso mais 
intensivo de toda a área disponível.
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UNIDADE Acústica Urbana
O levantamento da paisagem sonora também possibilita ao profissional sugerir 
alterações para a diminuição do ruído, e, portanto, do desconforto gerado. No caso 
desta praça, além das atitudes tomadas pelos responsáveis pelo projeto, e que já 
foram mencionadas, o que mais você poderia sugerir? Exato! A diminuição da ve-
locidade dos veículos que circulam pelo local poderia diminuir em alguns decibéis 
o ruído gerado pelo tráfego. 
Uma outra experiência muito interessante aconteceu na Inglaterra, no parque 
linear de Brighton Valley. O levantamento da Paisagem Sonora no local seguiu os 
parâmetros indicados pela Norma, como já vimos, com caminhadas, gravações e 
decibelímetros. Como já era esperado, e é possível ver na figura 20, as áreas mais 
próximas das vias para veículos são as mais barulhentas, com níveis quase insupor-
táveis de ruídos.
Com se trata de um parque linear, com o comprimento muito maior do que a 
largura, o som atravessa muito facilmente o espaço, o que significa que praticamen-
te toda a área sofre com a poluição sonora. Não é preciso dizer que este também 
é um espaço muito pouco utilizado pela população, funcionando mais como uma 
passagem ou travessia, do que propriamente como um espaço de lazer.
Figura 3 – Paisagem Urbana de Brighton Valley
Fonte: Reprodução
Com este problema posto, os arquitetos, paisagistas e urbanistas utilizaram uma 
nova ferramenta, que é a simulação, por computador, do uso de barreiras acústicas 
e de vegetação para descobrir qual o benefício que estas alterações trariam para o 
espaço, antes de serem efetivamente construídas. 
Esta seria uma grande vantagem em termos de projeto, certo? Imagine você 
construir um muro em volta de todo o espaço de um parque ou de uma praça, e 
descobrir, no final, que o ganho em termos de conforto acústico, ou diminuição de 
ruído foi de apenas 2 ou 3 dB?
De qualquer modo, a figura 21 mostra uma simulação sobre qual seria a redu-
ção de ruído, caso fosse construída uma barreira de 1 metro de altura em todo o 
perímetro do parque.
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É possível perceber que haveria um ganho significativo em termos de acústica, 
mas o ruído que ainda haveria no parque seria muito incômodo para o uso cons-
tante das pessoas, o que significa que o custo da construção não iria compensar. 
A construção de um muro maior nem chegou a ser simulada, já que isto criaria, 
além de uma barreira acústica, uma barreira visual, algo indesejável em um parque. 
Figura 4 – Paisagem sonora com a construção de um muro com 1 metro de altura
Fonte: Reprodução
Para finalizar os estudos, os projetistas decidiram tentar uma nova opção de 
tratamento acústico, que não só a mitiga o som gerado pelo entorno, como tenta 
fazer com que o usuário preste atenção em um som agradável, como o som da 
água corrente (quando estiver presente no parque, como neste caso), ou o som de 
pássaros nativos, desviando assim a atenção do ruído. Nesta simulação, o resultado 
foi bem mais interessante, e prático, ou seja, a redução foi considerável, e o espaço 
teve a sua potencialidade de uso aumentada exponencialmente.
Figura 5 – Paisagem sonora com o uso dos cursos d’água
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Acústica Urbana
O uso destes subterfúgios melhora grandemente a usabilidade do espaço, fazen-
do com que os sons sejam menos percebidos.
O conceito de paisagem acústica também tem um uso muito intenso no contexto 
urbano, isto é, é importante que pensemos nas consequências que o desenho ur-
bano tem para os usuários. A cidade de São Paulo tem um caso emblemático, que 
vem sendo discutido por arquitetos e urbanistas há muitos anos, que é o elevado 
Presidente João Goulart, popularmente conhecido como “Minhocão”.
Esta via elevada, que une as zonas Leste e Oeste da capital paulista, causou uma 
degradação muito grande na zona central de São Paulo, desvalorizando o seu en-
torno imediato por uma série de fatores, como a poluição do ar, a poluição visual, 
os seus baixios, que se tornaram focos de criminosos e de pessoas em situação de 
rua, entre vários outros problemas, mas, sem dúvida, uma das causas para uma 
maior decomposição do espaço, foi a poluição urbana causada pela via.
Paisagem Sonora – Elevado Pres. João Goulart, disponível em: http://bit.ly/2OAAYKz 
Ex
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Veja o estudo completo da paisagem sonora do elevado Presidente João Goulart, 
disponível em: https://youtu.be/Q-wdAyCafYwEx
pl
or
Os índices de ruído que atingem os prédios fronteiriços à via são ensurdecedo-
res, chegando a 85 dB no horário de pico do trânsito; a exposição contínua a tais 
índices levaria os usuários à surdez em pouco tempo. A proximidade das edifica-
ções em relação à via, também, causa um efeito de reflexão, isto é, o som se rebate 
entre as fachadas dos edifícios, e vai subindo com uma intensidade quase igual à 
da sua origem. Na figura é possível ver que praticamente a fachada inteira das edi-
ficações que estão voltadas para a via elevada têm a mesma cor, isto é, recebem a 
mesma quantidade de som em toda a sua área.
Com esta preocupação em mente, a administração pública tomou a decisão de 
fechar o acesso dos veículos à via em determinados dias e horários, diminuindo o 
ruído causado à noite, e liberando a área para o uso de pedestres, como uma área 
de lazer. Mas esta solução isolada tem se mostrado ineficiente; é claro que, nos pe-
ríodos de fechamento da via elevada, o ruído desaparece, mas assim que os acessos 
são reabertos, o problema retorna.
E você? Qual a saída que você daria para o problema sonoro causado por esta 
via? Várias opções foram pensadas; uma delas, a de mais simples implantação, é a 
diminuição da velocidade dos veículos, pois quanto maior a velocidade, mais atrito 
entre os pneus e o asfalto, e mais ruído é gerado; esta é uma atitude, aliás, que já 
foi tomada: a velocidade nesta via, atualmente, está limitada a 50 km/h.
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Uma outra opção que poderia ser usada, é a troca do asfalto que é utilizado, 
por um asfalto que reduz o atrito, e, portanto, reduz o ruído emitido pelos ruídos; 
alguns estudos falam em uma redução de até 6dB, o que representa uma redução 
significativa, mas que, devido aos índices do local, pode ser considerada desprezí-
vel, ou seja, o custo da obra em função do ganho acústico seria ineficiente.
Chegamos, finalmente, à colocação de barreiras acústicas. As barreiras acústicas 
são anteparos, que podem ser construídos em vários materiais, e que tem a função 
de bloquear a passagem do som, refletindo a maior parte das ondas sonoras de 
volta ao emissor. 
Tenho a certeza que você se lembra quando estudamos o comportamento das 
ondas sonoras, e vimos que uma onda que encontra uma barreira dura e lisa vai ser 
refletida, certo? É isso o que uma barreira acústica faz: ela reflete as ondas sonoras, 
jogando o som de volta para o emissor. Como os carros estão circulando em velo-
cidade pela via, isto não é um problema, e vai aliviar em grande medida o problema 
dos moradores do entorno.
Você deve conhecer outros lugares em outras cidades com problemas seme-
lhantes, certo? Esta é uma situação muito mais comum do que podemos imaginar, 
e pensar em soluções para estes casos é uma das nossas obrigações, pois desta 
forma poderemos melhorar a qualidade de vida de uma comunidade inteira, muitas 
vezes com soluções simples e baratas.
Já que falamos em barreiras acústicas, vamos estudar um pouco estes apa-
ratos, entendendo como funcionam, e qual a melhor maneira de utilizá-losem 
nossos projetos.
Como você já entendeu, as barreiras são anteparos que refletem o som de volta 
ao emissor. A figura 6 mostra como a barreira funciona, mas é possível perceber 
que se trabalharmos com o som em formas de ondas, como podemos ver, as repre-
sentações ficam muito complicadas, pois começam a se sobrepor. 
Mortalidade
Figura 6 – Barreira Sonora com ondas
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UNIDADE Acústica Urbana
Para facilitar o entendimento e o nosso desenho de projeto (como veremos mais 
para frente), tomamos a liberdade de transformar as ondas sonoras em raios sono-
ros, o que deixa o entendimento dos projetos mais imediato e muito mais visual. 
Esta mudança também facilita o entendimento das barreiras, já que agora fica mais 
simples compreender como o som se comporta.
Mortalidade
Figura 7 – Barreira Sonora com raios
É importante saber que as barreiras não bloqueiam totalmente o som, isto é, 
uma pequena parte do som é transmitido pelo material, independentemente do 
material usado, além da “sombra” de som, que é o som que passa por sobre a bar-
reira e chega ao receptor.
Existem vários tipos de barreiras que podem ser utilizadas, com uma grande 
variedade de materiais e formas de uso, dependendo muito da criatividade e da ne-
cessidade do projetista. Já vimos que os projetistas da Nauener Platz utilizaram um 
muro de gabião como barreira acústica; o que mais podemos criar?
Uma das mais simples e mais interessantes esteticamente é a barreira acústica 
vegetal, que é uma composição feita com espécies vegetais de portes variados, 
criando um bloqueio sonoro muito efetivo e bonito. 
Figura 8 – Barreira acústica vegetal
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Para este tipo de barreira são utilizadas forrações, arbustos e árvores de peque-
no, médio e grande porte, e é preciso um conhecimento de botânica e de paisagis-
mo para a escolha correta das espécies, mas este tipo de opção pode ser um ótimo 
complemento ao projeto de paisagismo.
É claro que será necessário um espaço mais amplo para a implantação de uma 
barreira, como essa, em função do espaço que será ocupado pela vegetação, além 
do tempo necessário para que as plantas atinjam o seu tamanho ideal, mas este 
tipo de solução apresenta uma outra vantagem, que é a permeabilidade visual, 
ou seja, além de ela funcionar muito bem para diminuir a intensidade sonora que 
chega a partir da fonte sonora, esta barreira não bloqueia a passagem da luz e do 
vento, proporcionando vistas e eixos visuais a partir da rua, ou da fonte sonora.
Caso não seja possível contar com todo o espaço necessário, ou o tempo neces-
sário para a maturidade das espécies vegetais seja muito longo, pode ser interessante 
uma mistura de uma barreira convencional com uma cobertura vegetal, o que dimi-
nuiria a rigidez visual da barreira física, além de reduzir consideravelmente, tanto o 
tempo necessário para o crescimento da vegetação, quanto a área de implantação.
Figura 9 – Barreira física com vegetação
Outro tipo de barreira sonora que pode ser utilizada são as barreiras topográfi-
cas, isto é, podemos utilizar a topografia do espaço a nosso favor, no caso de lotes 
ou terrenos que tenham desníveis, ou podemos criar topografias que funcionem 
como barreiras, diminuindo o som e, diferente do que acontece com as barreiras 
vegetais, reduzindo, também, a permeabilidade visual, isto é, segregando de manei-
ra mais direta os emissores do ruído dos receptoras.
Figura 10 – Barreira Topográfi ca
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UNIDADE Acústica Urbana
Uma das vantagens das barreiras topográficas é a possibilidade de a sua forma 
ser variável, isto é, esta construção pode ter uma maleabilidade grande durante o 
seu percurso, o que a deixaria mais agradável visualmente, além da possibilidade 
de ser colocada sobre esta topografia uma cobertura vegetal, como uma forração, 
o que iria garantir a estabilidade da topografia, e a leveza visual que acompanha a 
massas vegetais.
Além destas opções, constamos ainda com uma grande variedade de barreiras 
sonoras pré-fabricadas. Estas barreiras acústicas são construídas em vários mate-
riais, como alumínio, madeira, vidro, concreto, entre outros, e são utilizadas nor-
malmente em estradas ou avenidas que tem tráfego intenso de veículos, principal-
mente ônibus e caminhões.
Estas barreiras vão proteger a população que mora no entorno destas vias da 
poluição sonora, mas podem, também, ser uma forma de recuperação urbana. 
É muito comum que as estradas cortem as cidades de regiões metropolitanas, des-
valorizando grandes espaços destas localidades; além de reduzir o ruído urbano 
causado pelo transito, as barreiras sonoras podem segregar o trafego de veículos 
que não se dirigem a estes municípios, deixando estas áreas mais tranquilas, segu-
ras e devolvendo-as a estas cidades.
Barreira Acústica de alumínio, disponível em: http://bit.ly/2Yj2D7h 
Ex
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or
Barreiras acústicas como no link acima podem separar de maneira muito efi-
ciente o tráfego de uma rodovia de um centro urbano, segregando visualmente os 
veículos que estão de passagem; com um bom projeto viário, seria possível separar 
os fluxos, requalificando estes espaços.
Além deste tipo de barreira, existem as barreiras acústicas feitas em vidro, que 
não segregam visualmente os veículos; este tipo de barreira pode ser interessante 
para locais que tenham algum atrativo turístico, e que queiram que a visão deste 
ponto de interesse atraia os turistas que estão de passagem.
Barreira acústica de vidro, disponível em: http://bit.ly/2YhMi2t
Ex
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or
É importante que você perceba a relevância do estudo da poluição sonora, e, prin-
cipalmente, as opções que temos para controlar ou mitigar o ruído em nossas cidades. 
Muitas ruas e avenidas com um valor urbano muito grande foram degradadas 
de maneira muito rápida por mudanças no tráfego de veículos, que causaram au-
mentos muito grandes nos níveis de ruído destes lugares, afastando os moradores e 
frequentadores destes locais, desvalorizando grandes áreas de nossas cidades.
É preciso que estas mudanças sejam executadas depois de muito estudo, e que 
sejam acompanhadas por medidas que possam controlar os níveis sonoros.
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Material C omplementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Estudo de açoes mitigadoras para ruído no viaduto do Minhocão
Vídeo sobre ações mitigadoras no Elevado Pres. João Goulart.
https://youtu.be/i_tg-N6lJks
Vídeos ilustrativos da utilização de barreiras acústicas
Video sobre barreiras acústicas.
https://youtu.be/yW3XXbiZW3Q
 Leitura
Barreiras acústicas na cidade
Artigo sobre barreiras acústicas urbanas.
http://bit.ly/2M7ihMs
Barreiras acústicas como medida de mitigação dos ruídos gerados pelo tráfego rodoviário: Setor Noroeste – DF
Artigo sobre barreiras acústicas.
http://bit.ly/2KNEvjA
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UNIDADE Acústica Urbana
Referências
BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle de ruído. Ed. Blucher, São Paulo. 
1ª ed. 2018. 
SOUZA, L. C. L; ALMEIDA M. G. & BRAGANÇA, L. Be-a-bá da acústica ar-
quitetônica: ouvindo a arquitetura. Ed. UFSCAR, São Carlos, 1ª ed. 2006.
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• Introdução;
• Absorção Sonora.
• Conhecer materiais e usos para a execução dos projetos de tratamento acústico.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Tratamento Acústico
UNIDADE Tratamento Acústico
Introdução
Quando tratamos de conforto ambiental acústico, mesmo que este conceito seja 
subjetivo, como já estudamos, deve estar balizado por alguns parâmetros, e no caso 
brasileiro esses parâmetros estão estabelecidos em nossas normas e regras.
A Norma Brasileira de Regulamentação (NBR) 10151, por exemplo, trata da 
medição do nível sonoro em áreas habitadas. Essa norma indica as formas de me-
dição desses níveis, e facilita e agiliza os processos em caso de excesso de ruído 
provocado por indústrias ou comércios em áreas que tenham residências.
A NBR 10151 indica os níveis sonoros para cada tipo de uso de um ambiente, 
preservando o conforto sonoro dos espaços, em função da utilização, ou seja, os 
níveis sonoros que são admitidos em um teatro,por exemplo, são diferentes dos 
níveis sonoros que são admitidos em uma biblioteca, e é necessário que esses níveis 
sejam definidos e seguidos – e é disso que trata essa norma.
No caso de arquitetos e engenheiros em geral, não apenas os especializados em 
acústica, temos ainda a NBR 10575, que fixa o desempenho das vedações usadas 
em edificações, ou seja, o quanto essas vedações, sejam paredes, sejam caixilhos, 
ou sejam lajes entre unidades, podem deixar passar de som; caso os índices dentro 
de uma unidade habitacional superem o que foi fixado na NBR, os projetistas e 
construtores podem ser processados judicialmente.
Outra norma que deve ser utilizada em nossos projetos é a NBR 12179, que 
aborda o tratamento acústico de ambientes, listando os níveis de absorção sonora 
de vários materiais, e que deve ser utilizada nos cálculos dos tempos de reverbera-
ção dos espaços, de acordo com o seu uso e a sua finalidade, além, é claro, de suas 
dimensões e de seu volume.
Você consegue perceber que, devido a todas essas normas e regulamentações, 
a poluição sonora e o ruído urbano nas grandes cidades são problemas sérios e, 
como arquitetos e cidadãos, precisamos fazer o possível para ajudar a resolver tal 
situação. Certamente, um bom projeto de arquitetura ou de urbanismo é um grande 
passo para essa resolução. De modo que para entender as características do som, 
precisamos compreender tais aspectos para podermos utilizá-las em nossos proje-
tos de tratamento acústico.
O som se propaga a partir de um emissor, em todas as direções, de forma 
esférica, ou seja, o som é um fenômeno tridimensional. O que acontece quando 
essa onda encontra uma barreira fixa e resistente? Nesse caso ocorre o fenômeno 
chamado de reflexão, ou seja, as ondas retornam para o emissor. Quando essa 
barreira tem uma abertura, ocorre o fenômeno da difração, em que o som passa 
pela mencionada abertura e se espalha, como se viesse de uma outra fonte – com 
menos intensidade.
Utilizaremos essas características e algumas outras que veremos agora em nos-
sos projetos de tratamento acústico.
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A próxima característica do som a ser estudada é a ressonância, que pode ser en-
tendida como a vibração de um corpo que é influenciada pela vibração de outro cor-
po. Você já deve ter visto a cena clássica de um copo de cristal sendo quebrado por 
uma pessoa que se utiliza apenas da voz, certo? Isso acontece pela ressonância, ou 
seja, a voz da pessoa emite vibrações, caso a frequência dessas vibrações coincida 
com a frequência das vibrações da taça, o aumento na amplitude da onda, devido ao 
aumento de potência, fará com que a estrutura da taça acabe por colapsar e quebrar.
Assista a este vídeo, do programa da “Eliana”, onde um participante consegue quebrar a taça 
com a voz. Disponível em: https://youtu.be/7QxER6Db5f4Ex
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Mas a ressonância tem um papel importante em nossos estudos sonoros, para 
que possamos entender o funcionamento dos instrumentos musicais – e como pro-
duzem cada som característico.
Um instrumento de corda funciona por ressonância, ou seja, quando o músico 
aperta a corda de um violão, esta é dividida em duas partes, que vibram em frequ-
ências próximas e aumentam a sua potência, associando-se à caixa ressonante que 
é o corpo do instrumento, amplificando o som.
Outra característica fundamental e que precisamos conhecer é a difusão, a qual 
faz com que uma sala tenha uma qualidade de som mais homogênea.
Figura 1 – Difusão das ondas sonoras
Na Figura 1 é possível ver como as ondas sonoras se chocam com uma su-
perfície que é rígida, mas que não é lisa – podemos ver como as ondas mudam 
de direção. O que acontece é que a difusão causa um espalhamento no som, de 
forma geral, distribuindo-o de modo mais uniforme no ambiente. Essa é uma das 
características que mais utilizamos no tratamento acústico, pois com determinada 
intensidade sonora conseguimos preencher um ambiente de maneira regular.
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UNIDADE Tratamento Acústico
Figura 2 – Difusores de som
Fonte: Reprodução
Utilizamos o princípio da difusão para a redução do ruído e tempo de reverbera-
ção – ainda estudaremos o que é o tempo de reverberação – e também para o dire-
cionamento do som, melhorando a inteligibilidade e sua qualidade em um ambiente.
A Figura 2 mostra um modelo de difusor acústico, que é colocado para que o 
som se espalhe de forma semelhante por todo o ambiente, direcionando as ondas, 
ou os raios sonoros, para lugares que tenham pouca intensidade sonora.
Outra preocupação deve ser a estética final, ou seja, o aspecto que o projeto 
terá, devendo ser um dos fatores a serem considerados na execução de um projeto 
acústico, já que existe grande variedade de difusores no mercado – e a escolha de 
qual será utilizado é feita pelo projetista responsável.
Outra característica do som que devemos entender é a reverberação, que tem 
relação direta com outro aspecto que já estudamos – a reflexão. A reverberação 
pode ser entendida como um prolongamento do som, isto é, quando as ondas so-
noras são refletidas várias vezes dentro de um ambiente, fazendo com que um som 
se prolongue por muito tempo. Um tempo muito longo de reverberação faz com 
que o som fique ininteligível, ou seja, impossível de ser entendido.
Exemplo de Reverberação: http://bit.ly/2LolpRd 
Ex
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Como é possível no link acima, existem vários raios sonoros que chegam ao re-
ceptor a partir do emissor, cada um desses raios faz um percurso diferente, alguns 
mais diretos e, portanto, mais rápidos; alguns com mais desvios e, portanto, mais 
lentos. Mas o que isto significa?
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Isso quer dizer que teremos vários raios sonoros chegando ao mesmo receptor 
em tempos diferentes, ou seja, esse receptor ouvirá o mesmo som várias vezes, em 
momentos específicos. Dessa forma, será muito difícil conseguir entender o que é 
dito, já que a mesma letra e as mesmas palavras chegarão aos ouvidos do recep-
tor em vários momentos. É claro que a intensidade sonora vai diminuindo com o 
tempo, ou seja, quanto mais tempo os raios sonoros ficarem no ambiente, menos 
potência terão, e com o tempo o som desaparecerá, mas até que isto aconteça, o 
entendimento da fala será quase impossível.
O tempo de reverberação tem uma relação direta com o tamanho do ambiente, 
ou mais precisamente com o volume do ambiente, isto é, ambientes com grandes 
volumes possuem maior tempo de reverberação, logo, o som ficará mais tempo 
circulando nesse espaço.
É claro que existem lugares e momentos em que pode ser interessante que o 
tempo de reverberação seja alto: imagine uma catedral gótica, com um grupo de 
padres rezando uma missa com o auxílio do canto gregoriano, ou uma récita de 
um órgão! O tempo de reverberação dentro de uma dessas igrejas é muito alto, 
chegando a vários segundos. Tal tempo de reverberação faz parte dos efeitos ca-
racterísticos desse tipo de música – do contrário, as composições feitas para serem 
executadas nesses espaços não teriam a mesma sonoridade.
A reverberação e reflexão nos ajudam a entender outro fenômeno característico 
do som, o eco, que pode ser considerado como um tipo específico de reverberação. 
O eco é a repetição inteligível de uma palavra que acaba de ser dita. Como o ouvi-
do humano tem a capacidade de distinguir sons com um intervalo mínimo de 0,1s 
entre os quais, é necessário que o tempo mínimo entre a produção de um som e o 
seu retorno para os nossos ouvidos seja de 0,1s.
Mas o que isso quer dizer na prática? Como você se lembra, a velocidade do 
som é de 340 m/s. Como conseguimos distinguir sons com intervalos de 0,1s, isso 
significa que o som precisa percorrer, pelo menos, 34 metros antes de retornar aos 
ouvidos da fonte emissora para que seja entendido como um eco, de modo que o 
som que acabou de ser emitido deve encontrar uma barreira rígida a, pelo menos, 
17 metros de distância para que seja captado corretamente pelo emissor.
Eco: http://bit.ly/2ZwZnFX 
Ex
pl
or
Você consegue entender a diferença entre o eco e a reverberação?Para um eco, 
além de uma distância mínima, o ideal é que tenhamos apenas um obstáculo. Caso 
tenhamos uma distância menor do que essa, e mais obstáculos, como paredes, por 
exemplo, teremos a reverberação. A principal diferença entre esses dois fenômenos 
é a inteligibilidade – ou a sua falta – do som.
Finalizando os conceitos que devemos entender, trataremos da absorção e 
transmissão sonora.
11
UNIDADE Tratamento Acústico
A absorção e transmissão são características de todos os materiais, isto é, em 
alguma medida todos os materiais absorvem certa quantidade do som que chega 
até os quais e, parcialmente, transmitem o som que lhes alcança.
A transmissão sonora, como o próprio nome diz, é a transmissão das ondas 
sonoras através de um material, dando-se de duas maneiras: aérea e por impacto.
É a transmissão aérea que faz com que os moradores de unidades residenciais 
contíguas ouçam os ruídos uns dos outros, ou seja, as ondas sonoras chegam até as 
paredes, onde uma parte do som é refletida de volta para o emissor, enquanto outra 
parte é transmitida através destas, fazendo com que um morador ouça a televisão 
do outro quando está com o volume alto, ou ouça uma conversa mais acalorada.
A transmissão por impacto é mais comum em lajes, isto é, quando o seu vizinho 
do andar de cima pisa com muita força ou quando um objeto pesado cai no chão, 
de modo que o som é transmitido pelo impacto – e não pelo ar.
A NBR 10575 impõe limites a esses tipos de transmissão, o que significa que o 
material que será utilizado para a vedação entre as unidades deverá ser escolhido 
em função da sua absorção sonora, ou deverá ser combinado com algum tipo de 
isolante acústico. A mesma coisa acontece com as lajes que deverão receber uma 
camada de isolante acústico, evitando a transmissão por impacto.
Figura 3 – Transmissão sonora
Fonte: Acervo do conteudista
Absorção Sonora
A absorção ocorre quando o som que chega até determinado material é “absor-
vido” pelo qual, ou seja, esse som para de se propagar e não é refletido de volta ao 
ambiente ou à fonte. Como a absorção sonora está diretamente ligada à dissipação 
sonora, já que o som penetra nesses materiais e perde a sua potência, os materiais 
que são considerados bons absorvedores de sons são os porosos, leves e moles.
12
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Se pensarmos em uma escala pequena, os raios sonoros penetram nesses ma-
teriais macios através dos poros ou das aberturas que apresentam, e vão perdendo 
a sua potência, ficando “presos” nessas fibras, ou nesses pequenos espaços. Por tal 
motivo, os materiais que são considerados bons absorvedores sonoros incluem as 
espumas, lãs de vidro, de rocha ou de Polietileno Tereftalato (PET), os tecidos, des-
de que tenham uma espessura relativamente grande e os feltros – você já deve ter 
reparado que as paredes dos cinemas e de alguns teatros são revestidas de carpete, 
certo? Agora você entendeu a razão disso.
Essa é a característica do material que é a mais utilizada no tratamento acústico de 
ambientes, controlando os ruídos e a reverberação, isto é, a distribuição de materiais 
absorventes sobre as superfícies de um espaço, tais como paredes, pisos, tetos e até 
mesmo em mobiliário, diminuindo o tempo de reverberação e os ruídos no ambiente.
A capacidade de absorção do som de cada material é chamada de coeficiente 
de absorção sonora e ocorre quando parte da energia incidente sobre esse mate-
rial é dissipada, transformando-se em energia térmica.
O coeficiente de absorção sonora varia de 0 a 1, onde 0 significa que toda a 
potência sonora que chega a esse material é refletida de volta ou transmitida através 
do qual, e 1 diz que toda a potência sonora que chega à superfície desse material 
é absorvida. Geralmente, tal coeficiente é dado em frações decimais como, por 
exemplo, 0,1 ou 0,35, mas também pode ser fornecido em porcentagem: 0,1 cor-
responde a 10%; 0,35 corresponde a 35% etc.
Esse coeficiente depende de vários fatores como, por exemplo, da densidade e 
estrutura desse material. Como já vimos, materiais porosos são melhores absor-
vedores de som do que os lisos e rígidos. As condições de montagem do material 
também influenciam em sua capacidade de absorção, isto é, existe uma diferença 
de absorção – por exemplo, se o material for montado encostado em uma superfí-
cie, ou se for montado distante dessa superfície. No primeiro caso, o material não 
poderá se movimentar, o que diminui a sua capacidade de absorção, enquanto o 
material montado a uma certa distância de uma superfície pode se movimentar 
mais livremente. Outros fatores, tais como ângulo de incidência da onda sonora e 
a frequência desta onda também alteram esses coeficientes de absorção, alterando 
as qualidades acústicas dos materiais.
Você deve estar se perguntando como é medido o coeficiente de absorção sono-
ra, certo? Qual é a unidade desse coeficiente, não é mesmo? Muito bem, entendere-
mos como é realizada essa medição. Começaremos compreendendo um pouco da 
história da acústica arquitetônica. Essa área começou com um físico estadunidense 
chamado Wallace Clement Sabine. Tal físico começou a estudar vários auditórios e 
percebeu que, em alguns, o entendimento das palavras era melhor que em outros, 
e começou a se questionar sobre o que mudava de um para o outro.
Sabine percebeu, então, que as diferenças entre esses espaços era o material, 
e iniciou alguns testes, fazendo mudanças nos materiais de acabamento desses 
espaços, e alterando, assim, a acústica dos ambientes. Dessa maneira, Sabine 
percebeu que alguns materiais deixavam o ambiente com uma sonoridade mais 
13
UNIDADE Tratamento Acústico
inteligível, ou seja, em função do que era empregado, o tempo em que o som ficava 
reverberando no espaço era alterado, o que facilitava o entendimento.
A partir de tais estudos, Sabine começou a perceber o coeficiente de absorção 
de cada material e como poderiam ser utilizados para o “tratamento” acústico dos 
ambientes, ou seja, como esses materiais deveriam ser empregados em cada espa-
ço para aumentar ou diminuir o tempo de reverberação, facilitando o entendimento 
do que era dito, melhorando a inteligibilidade.
Como Sabine foi o precursor desses estudos e percebeu a característica de cada 
um dos materiais, a unidade de medida da absorção sonora é o Sabine, nomeada, 
obviamente, em sua homenagem.
Atualmente a aferição do coeficiente de absorção de um material é feita de uma 
forma normatizada, ou seja, diferentemente do que era realizado por Sabine, que 
se utilizava da própria audição e de um cronômetro para determinar quanto tempo 
um som ficava no ambiente – atualmente são empregadas câmaras ressonantes.
Em tais câmaras ressonantes existe um rígido controle sonoro, definido em nor-
mas como, por exemplo, a ISO 354, com uma medição exata da reverberação 
dentro do ambiente. Para conseguir essa precisão, tal ambiente é totalmente iso-
lado dos ruídos externos e sons, em diferentes frequências, são emitidos por um 
alto-falante, e é medido o tempo necessário para que esses sons parem de circular 
nesse espaço, com a ajuda de microfones extremamente sensíveis. Dessa forma é 
determinado o tempo de reverberação nessa sala.
Quando um fabricante quer levantar o coeficiente de absorção sonora de um ma-
terial, é colocada uma amostra de 1 m² dentro de um ambiente, em um local pré-
-determinado. Com o material em posição, um alto-falante emite a mesma série de 
sons em várias frequências. Os microfones também captam quanto tempo o som 
fica reverberando no ambiente. Com a diferença de tempo entre as duas medições 
é possível determinar o coeficiente de absorção sonora da amostra fornecida.
Figura 4 – Câmara ressonante
Fonte: usp.br
14
15
Essas medições são realizadas em instituições certificadas, pois os níveis de ru-
ído produzidos pelas máquinas e aparelhos são definidos por normas que devem 
ser observadas. Na Figura 4, por exemplo, a câmara apresentada é do Instituto de 
Pesquisas Tecnológicas (IPT), ligado à Universidade de São Paulo(USP). Na Figura 
é possível ver uma grande porta, a qual permite a passagem de veículos, máquinas 
e equipamentos que necessitam de aferição de suas qualidades sonoras que, por 
sua vez, devem também atender às normas. Isso mostra como é séria a questão 
acústica para a nossa sociedade, de modo que a medição e aferição desses dados 
deve, portanto, ser encarada de maneira séria por todos, inclusive por arquitetos, 
engenheiros e designers.
Frequência (Hz)
Ensaio realizado conforme norma ISO: 354
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
125Hz 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz
Espaçamento - 15 cm entre painéis
Espaçamento - 15 cm entre painéis
4000Hz NRC
0,80
0,90
0,1535
50
0,48
0,53
0,76
0,85
0,86
0,99
1,08
1,10
1,03
1,050,19
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Figura 5 – Tabela de absorção
Fonte: Adaptado de owa.com.br
A Figura 5 mostra uma tabela de absorção de um forro acústico, na qual  é 
possível ver várias frequências sonoras e o coeficiente de absorção desse material 
para cada uma das quais. Para a frequência de 500 Hz, por exemplo, esse material 
absorve 0,76 Sabine, ou 0,85 Sabine, dependendo do espaçamento definido para 
a instalação das placas. Você deve ter notado, também, que as frequências mais 
baixas têm uma absorção muito menor do que as frequências altas. Isso acontece 
com todos os materiais de absorção acústica. Os sons de baixa frequência, ou mais 
graves são mais difíceis de serem bloqueados ou absorvidos.
Quando os seus projetos precisarem de tratamento acústico, você consultará 
tais tabelas antes de definir os materiais que serão utilizados, além de estabelecer a 
forma como serão usados e as superfícies onde serão aplicados.
Uma das descobertas mais importantes desse físico – e utilizada até hoje – é a 
fórmula para o cálculo dos tempos de reverberação de um ambiente. Um tempo de 
reverberação muito alto deixa o som ininteligível, como já estudamos, mas um tem-
po de reverberação muito baixo pode deixar o som seco, isto é, embora inteligível, 
o som parece uma fala brusca e violenta, algo que não é agradável aos ouvidos.
15
UNIDADE Tratamento Acústico
O tempo de reverberação correto é fundamental, principalmente em ambientes 
onde a inteligibilidade do som é essencial. Em um auditório com um projeto de 
acústica, por exemplo, um bom tempo de reverberação pode fazer com que seja 
desnecessário o uso de amplificação elétrica como, por exemplo, o uso de micro-
fones e alto-falantes; enquanto que em uma sala de jantar dificilmente teremos 
problemas com um tempo de reverberação.
Em suas experiências, Sabine descobriu que além dos materiais de acabamento 
utilizados em um ambiente, as dimensões do espaço também deveriam ser levadas 
em conta e, principalmente, o seu volume.
A fórmula de Sabine para o cálculo do tempo de reverberação diz o seguinte:
• TR = 0,161 x (V ÷ ΣS);
• TR = Tempo de Reverberação;
• 0,161 = constante de Sabine;
• V = Volume do ambiente;
•	 ΣS – Somatória das áreas de absorção.
Parece confuso? Não se preocupe, entenderemos cada um desses itens e você 
perceberá que tal cálculo é simples de ser executado.
O Tempo de Reverberação (TR) do ambiente é o valor que queremos encontrar, 
de modo a verificar se esse tempo é o ideal, de acordo com a NBR 12179 e com 
o uso do espaço.
O Volume (V) é aquele calculado do espaço, obtido quando multiplicamos as 
medidas das paredes pela altura do pé-direito da sala.
Finalmente, temos a somatória das superfícies de absorção (ΣS). Mas o que são 
as superfícies de absorção? Quando mencionamos um ambiente construído para o 
cálculo do tempo de reverberação, tratamos do espaço formado por paredes, piso 
e teto. Cada um desses elementos tem determinada área, isto é, cada uma das pa-
redes, o teto e piso têm áreas diferentes e, além disso, tais elementos também são 
construídos ou revestidos com um ou mais materiais – mesmo que esses elementos 
ainda não tenham nenhum tipo de revestimento.
Cada um desses materiais de construção ou de revestimento tem um coeficiente 
de absorção específico – conforme acabamos de entender. A área de absorção, por-
tanto, é a área da superfície multiplicada pelo coeficiente de absorção do material. 
Veja um exemplo:
16
17
Figura 6 – Sala
Fonte: Acervo do conteudista
Na Figura 6 temos uma sala de aula ou um auditório. Calcularemos a área de 
absorção dessa sala. Assim, você entenderá, na prática, como funciona a fórmula 
de Sabine para calcular o tempo de reverberação.
Começaremos com a parede que está à frente no desenho e que tem a porta. 
Vamos chamá-la de parede 1. É interessante que você sempre organize o seu pen-
samento desse modo, racionalizando o seu trabalho, ou seja, teremos as paredes 1, 
2, 3 etc. Na Figura 7 é possível ver que a área dessa parede é de 15,00 m², ou seja, 
5,00 m de largura, multiplicado por 3,00 m de altura. Lembre-se que na figura 6, 
estamos vendo as medidas externas da sala, enquanto que, para nossos cálculos, 
devemos utilizar as medidas internas, conforme a figura 7.
Figura 7 – Parede 1
Fonte: Acervo do conteudista
É igualmente possível notar que temos uma porta nessa parede. Tal porta é 
de madeira maciça, que tem um coeficiente de absorção sonora de 0,06 Sabine, 
a parede de alvenaria tem um acabamento em reboco liso com pintura, com um 
coeficiente de absorção sonora de 0,03 Sabine. Como vimos, esse coeficiente de 
absorção variará de acordo com a frequência sonora, portanto, quando fazemos 
esse tipo de cálculo, utilizamos uma frequência de 500 Hz, considerada média.
17
UNIDADE Tratamento Acústico
Como cada um desses materiais tem um coeficiente diferente, o nosso próximo 
passo será calcular a área de cada um desses elementos para depois encontrarmos 
as áreas de absorção dos quais.
Nossa porta tem 1,00 m de largura por 2,10 m de altura, bastando fazer a mul-
tiplicação, conforme a seguir:
• Área porta = 1,00 m × 2,10 m = 2,10 m²
Para encontrar a área de alvenaria, basta subtrair a área que acabamos de cal-
cular da porta, da área que já conhecemos da parede, conforme mostrado a seguir:
• Área alvenaria = 15,00 m² - 2,10 m² = 12,90 m²
Depois de descobrir a área de cada material, encontraremos a área de absorção 
de cada um desses elementos. Começaremos pela porta, já que foi o primeiro ele-
mento com o qual trabalhamos. Para calcular a área de absorção, multiplicaremos 
a área da porta pelo seu coeficiente de absorção sonora, vejamos:
• S porta = 2,10 m² × 0,06 Sabine = 0,126 Sabine/m²
Significa que, das ondas sonoras que chegarem à porta, 12,6% serão absor-
vidas. Uma parte do restante dessas ondas será refletida de volta para dentro do 
ambiente, e uma outra parcela será transmitida para outro ambiente através desse 
material. Simples de entender estes conceitos, certo?
Calcularemos a área de absorção sonora da parede, tal como mostra a se-
guinte equação:
• S alvenaria = 12,90 m² × 0,03 Sabine = 0,387 Sabine/m²
Simples até aqui, certo? Até agora conseguimos a área de absorção de cada um 
dos elementos que compõem a parede. Para que possamos obter a área de absor-
ção da parede, devemos, finalmente, somar os dois resultados:
• S parede1 = 0,126 m²/Sabine + 0,387 m²/Sabine = 0,513 m²/Sabine
Significa que a área de absorção dessa parede é de 0,513 m²/Sabine.
Voltando à fórmula do tempo de reverberação, devemos fazer os mesmos cálcu-
los para as demais paredes, encontrando a área de absorção de cada uma das quais, 
utilizando as suas áreas e os coeficientes de absorção de cada um dos elementos 
que compõem as paredes; ou seja, caso tenhamos janelas, cortinas, revestimentos 
cerâmicos, enfim, cada tipo de material utilizado nos acabamentos de cada uma 
das paredes deve ser contabilizado. Suponhamos que as outras paredes também 
não tenham nenhum tipo de revestimento, apenas a pintura, tal como na parede 1. 
Consideraremos a parede 2 com uma das paredes com o comprimento de 10 m, 
ou seja, conforme dito anteriormente, usaremos as medidas internas da sala; a áreadessa parede será de 30 m², e o cálculo da área de absorção será como se segue:
• S parede2 = 30,00 m² × 0,03 Sabine = 0,9 m²/Sabine
18
19
Para a parede 3, que é a outra parede com 5 m de comprimento e que tem uma 
área de 15 m², o cálculo ficará da seguinte maneira:
• S parede3 = 15 m² × 0,03 Sabine = 0,45 m²/Sabine
Finalmente, a parede 4, que é igual à parede 2, já sabemos que a sua área de 
absorção é de 0,9 m²/Sabine.
Fácil até aqui, certo? Devemos, agora, calcular as áreas de absorção do piso e 
teto de maneira semelhante ao que fizemos com as paredes. Ao começar pelo piso, 
sabemos que a sua área é de 50 m²; o material em que o piso se apresenta neste 
momento é o concreto aparente, ou seja, ainda não foi aplicado nenhum tipo de 
revestimento; o coeficiente de absorção do concreto é de 0,03 Sabine, portanto, o 
cálculo ficará desta forma:
• S piso = 50 m² × 0,03 Sabine = 1,5 m²/Sabine
Suponhamos que o teto tenha o mesmo acabamento do piso, portanto, temos 
que a área de absorção do teto é igual à do piso, ou seja, 1,5 m²/Sabine.
Em projetos mais específicos, feitos por escritórios especializados em acústica 
arquitetônica, os técnicos chegam a calcular as áreas dos mobiliários, e até mesmo 
as das pessoas que utilizarão o espaço, a fim de obterem resultados mais precisos 
e exatos. Em nossos projetos cotidianos, no entanto, não chegaremos a esse nível 
de precisão.
De qualquer modo, com essas áreas de absorção calculadas, faremos a soma-
tória de todas para que utilizemos a fórmula de Sabine. Assim ficará a somatória:
•	 ΣS = S parede 1 + S parede 2 + S parede 3 + S parede 4 + S Piso + S Teto;
•	 ΣS = 0,513 m²/Sabine + 0,9 m²/Sabine + 0,45 m²/Sabine + 0,9 m²/Sabine + 
1,5 m²/Sabine + 1,5 m²/Sabine = 5,763 m²/Sabine.
Para que utilizemos a equação de Sabine, falta um último dado que necessita ser 
calculado: o volume da sala. Como você já sabe, o volume é lado × lado × altura, 
ou seja:
• V = L × L × H;
• V = 5,00 m × 10,00 m × 3,00 m = 150 m³.
Com esses resultados podemos voltar à equação de Sabine, a fim de encontrar-
mos o tempo de reverberação dessa sala. Para tanto, basta colocar os valores em 
seus lugares, vejamos:
• TR = 0,161 × (V ÷ ΣS);
• TR = 0,161 × (150,00 m³ ÷ 5,763 m²/Sabine);
• TR = 0,161 × 26,03 s;
• TR = 4,19 s.
19
UNIDADE Tratamento Acústico
Obtemos, então, que o tempo de reverberação em tal sala será de 4,19 segun-
dos, ou seja, um som ali emitido demorará 4,19 segundos para parar de circular 
em tal ambiente.
Fácil de entender esses cálculos com este passo a passo, certo?
Todas as vezes encontraremos o tempo de reverberação dessa mesma maneira. 
A nossa próxima etapa será fazer os ajustes desses tempos de reverberação em 
função do uso da sala, o que estudaremos na próxima Unidade.
20
21
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Cálculo do Tempo de Reverberação
Este site mostra o mesmo som com diferentes tempos de reverberação.
http://bit.ly/2ZvMfRt
Absorção sonora (ISO 10534-2 e ISO 354)
Este site mostra como é realizada a medição da absorção sonora.
http://bit.ly/2ZxdURH
 Vídeos
Ensaio de Absorção Sonora da Lã de Rocha
https://youtu.be/uPVNS9YU0ys
Episódio 11: Tratamento Acústico: Tempo de Reverberação
https://youtu.be/3RZiDqgEmG4
21
UNIDADE Tratamento Acústico
Referências
BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle de ruído. São Paulo: Blucher, 2018.
SOUZA, L. C. L.; ALMEIDA, M. G.; BRAGANÇA, L. Bê-á-bá da acústica 
arquitetônica: ouvindo a arquitetura. São Carlos, SP: UFSCar, 2006.
22
• Projeto Acústico.
• Estudar os fenômenos acústicos em ambientes fechados e calcular o tempo de reverberação.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Projeto Acústico
UNIDADE Projeto Acústico
Projeto Acústico
Olá caro(a) aluno(a)! Ficou claro o cálculo do tempo de reverberação? Caso tenha 
alguma dúvida, reveja os passos, pois vamos continuar trabalhando com este conceito. 
Como você se lembra, calculamos o tempo de reverberação em uma sala, como 
a que está representada na Figura 1:
Figura 1 – Sala
Fonte: Acervo do Conteudista
Depois de fazermos todos os cálculos necessários, chegamos a um tempo de 
reverberação de 4,19 s, como você se lembra. Mas, e agora? Como vamos saber se 
este é um bom tempo de reverberação? 
Para responder a esta pergunta, vamos analisar a NBR 12179, que normatiza o 
tratamento acústico em recintos fechados. Esta Norma, por exemplo, fala sobre os 
coeficientes de absorção acústica de vários materiais e define que, além do trata-
mento acústico que veremos a seguir, é preciso fazer o estudo geométrico-acústico 
para auditórios, teatros, cinemas etc.
Esta Norma fornece uma tabela, indicada na Figura 2, que reúne o volume de um 
ambiente ao seu uso; quando sabemos o volume de um ambiente e o uso que ele terá, 
conseguimos descobrir o tempo de reverberação ideal; lembra-se que falamos sobre 
isto na unidade anterior? Mencionamos naquele momento, que uma catedral, por 
exemplo, pode ter um tempo de reverberação bem alto, em função do canto grego-
riano e até mesmo dos rituais que são feitos naquele espaço; qualquer um que já te-
nho ido a uma missa, sabe como é marcante a voz do padre naquele grande espaço.
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9
 
2,4
2,2
2,0
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1,4
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0
Volume em metros cúbicos
Te
m
po
 de
 re
ve
rb
er
aç
ão
 a 
50
0H
z
Tempo Ótimo de Reverberação
Músi
ca de
 Órgã
o
Igreja
 Catól
ica
Cinema
Sala de co
nferência
Estúdio de
 rádio par
a música
Ópera
Estúdio
 de rád
io para
 palav
ra
Sinag
oga
Igreja
 Prop
estan
te
Sala d
e Conc
reto
Fig ura 2 – Tabela de tempo de reverberação
Quando sabemos o uso de um ambiente, e o seu volume, basta cruzarmos estas 
duas informações e teremos o tempo de reverberação ideal. Na figura, por exemplo, 
descobrimos que uma sala de conferência com um volume de 1200m³, deverá ter um 
tempo de reverberação ideal de 0,8 segundos; o uso desta tabela, como você pode 
ver, é bem simples e direto, certo? O que você acha pensarmos na sala na qual traba-
lhamos na unidade anterior, para que possamos fazer o tratamento dela?
Se analisarmos a tabela, não temos o uso específico de “Sala de aula” ou “Auditó-
rio”; podemos pensar em nossa sala como uma sala de conferência, que é o uso mais 
próximo. A seguir precisamos descobrir o volume da sala; em nosso exemplo, sabemos 
que a sala que estamos estudando tem um volume de 150 m³. Se cruzarmos estas 
informações, descobriremos que o tempo de reverberação ótimo é de 0,5 segundos.
Precisamos, portanto, adequar o tempo de reverberação que obtivemos, de 4,19 
segundos, ao tempo de reverberação ideal para esta sala, de 0,5 segundos. Você tem 
alguma ideia de como podemos fazer isto? Exatamente! Vamos mudar os materiais 
de revestimento que foram utilizados em nosso projeto por outros que tenham um 
coeficiente de absorção sonora maior, sendo assim ao reduzir a quantidade de ondas 
sonoras que estão suspensas no ambiente diminuiremos o tempo de reverberação.
Para nosso exemplo procuraremos apenas escolher materiais que diminuam 
este tempo de reverberação, sem uma preocupação estética, ou seja, sem uma 
atenção específica com a escolha de cores, texturas ou acabamentos. Mas lembre-
-se que esta deve ser uma condicionante de seu projeto, pois além de uma sala 
acusticamente funcional, é preciso que criemos uma sala que seja agradável.
Como já vimos, a maior parte dos materiais disponíveis no mercado já está 
aferida; a tabela 1 mostra uma parte das tabelas de materiais que estão na NBR 
9
UNIDADE Projeto Acústico
12179, que é bem geral, mas não inclui os produtos mais novos; de qualquer modo, 
é possível consultar a maior parte dos coeficientes de absorção sonora nos sites 
dos próprios fabricantes, verificando todas as demais especificações, como cores, 
dimensões,

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