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Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 1 ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITOS, ELEMENTOS, PODERES, ORGANIZAÇÃO, NATUREZA, FINS E PRINCÍPIOS CARACTERÍSTICAS DO CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO: • Pertence ao ramo do Direito Público, ou seja, está submetido, principalmente, a regras de caráter público (direito penal, por exemplo); • É considerado como direito não codificado, pois, não pode ser reunido em uma única lei e sim em várias leis específicas, chamadas de legislações esparsas (lei de licitações, lei de improbidade administrativa, por exemplo); • O Direito Administrativo pátrio é não contencioso, ou seja, não há a previsão legal de Tribunais e Juízes Administrativos ligados ao Poder Judiciário (Princípio da Jurisdição Única); • Possui regras que se traduzem em Princípios Constitucionais (que levam este nome por estarem previstos na própria C.F./88. no art. 37, caput) e Princípios Infraconstitucionais (previstos nas legislações específicas do tema Direito Administrativo); • Segundo Maria Sylvia Di Pietro “Direito Administrativo é o ramo do direito público que tem por objeto órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública”. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO • 1- Lei; • 2- Doutrina; • 3- Jurisprudência; • 4- Costumes – DIREITO CONSUETUDINÁRIO (aquilo que é passado de geração em geração, algo similar a condutas já socialmente adequadas). REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO A expressão Regime Jurídico Administrativo é usada para designar, em sentido amplo, o regime de Direito Público a que está submetida a Administração Pública, ou seja, esta tem que observar normas de caráter público, onde o interesse da coletividade tem que prevalecer como finalidade única dos atos administrativos praticados pelo Administrador Público. As normas de natureza pública podem conceder à Administração Pública tanto prerrogativas quanto restrições. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 2 Prerrogativas quando oferece ao Agente Público, dentre outras atribuições, o Poder de Polícia, no qual há a utilização do Poder de Império (poder de coagir o Administrado a aceitar a imposição da vontade do Estado através de uma limitação ao direito subjetivo do particular). Restrições no que diz respeito à emissão dos atos administrativos, que devem estar sempre vinculados à finalidade pública, sob pena de serem declarados nulos de pleno direito, em virtude da presença de uma ilegalidade que causa um vício insanável na formulação do ato e compromete toda a sua estrutura. No que diz respeito aos requisitos que compõem o Regime Jurídico Administrativo, também deve ser destacada a Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado, onde a Administração Pública coloca-se em pé de desigualdade em face do particular, tendo em vista o fato desta poder impor a sua vontade (que representa o interesse da coletividade) em detrimento da vontade do particular. FINS O bem comum da coletividade administrada. Toda atividade do administrador público deve ser orientada para esse objetivo. Se dele o administrador se afasta ou desvia, trai o mandato de que está investido, porque a comunidade não institui a Administração senão como meio de atingir o bem-estar social. Ilícito e imoral será todo ato administrativo que não for praticado no interesse da coletividade. O fim, e não a vontade do administrador, domina todas as formas de administração. Os fins da Administração consubstanciam-se, portanto, na defesa do interesse público, assim entendidas aquelas aspirações ou vantagens licitamente almejadas por toda a comunidade administrada, ou por uma parte expressiva de seus membros. CRITÉRIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O critério objetivo (material), ou seja, o que é realizado pela administração pública: a) Serviço Público (atividade positiva); b) Poder de Polícia (atividade negativa, pois demonstra o que não pode ser feito). Pelo critério subjetivo (formal), ou seja, quem realiza são: a) Órgãos; b) Pessoas. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 3 PRINCÍPIOS - DE FORMA EXPLÍCITA NO ARTIGO 37, DA CF/88, TRAZ: • Legalidade – Poder constituinte de 1º grau. Na AP, o agente público só pode fazer ou deixar de fazer o que está expressamente na lei. Na CF, as pessoas não podem fazer o que a lei proíbe (autonomia de vontade); • Impessoalidade – Poder constituinte de 1º grau. Direciona que o servidor não pratique um ato para favorecer ou prejudicar alguém. Vedação a promoção pessoal (art. 37, P.1º); • Moralidade – Poder constituinte de 1º grau. Exige que o agente público paute sua conduta por padrões éticos que têm por fim último alcançar a consecução do bem comum, independentemente da esfera de poder ou do nível político-administrativo da Federação em que atue; • Publicidade – Poder constituinte de 1º grau. Vem propiciar a transparência, de modo que a todos é assegurado o direito à obtenção de informações e certidões, para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal, assim como o remédio do habeas data.; • Eficiência – Passou a ser expresso a partir de 1998 com a Reforma Administrativa. Deve ser dirigida à consecução do máximo de proveito, com o mínimo de recursos humanos, materiais e financeiros com destinação pública, a partir da constatação de que a eficiência pode ser obtida pelo contrato de gestão, e de acordos administrativos referentes à atividades tipicamente estatais. Previsão de avaliação periódica de desempenho nos termos de lei complementar; ALGUNS DOS PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS/INFRACONSTITUCIONAIS SÃO: • Probidade Administrativa - “Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.” Segundo a lei, as penalidades podem ou não ser cumulativas; • Economicidade – Fazer mais com menos, alcançar benefícios com pouco custo; • Segurança Jurídica – Tem o objetivo de vedar a aplicação retroativa de nova interpretação de lei no âmbito da Administração; • Razoabilidade – visa a proibir o excesso, no sentido de aferir a compatibilidade entre meios e fins de modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte da Administração Pública, com lesão aos direitos fundamentais; • Proporcionalidade – Este princípio exige proporcionalidade entre os meios utilizados pela Administração e os fins que ele deve alcançar; • Igualdade ou Isonomia – Todos são iguais perante a lei. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da igualdade impõe à Administração Pública a vedação de qualquer espécie de favoritismo ou desvalia em proveito ou detrimento de alguém; Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 4 • Motivação – Exige-se do administrador público a indicação dos fundamentos de fato e de direito que motivaram suas ações; • Finalidade; • Ampla Defesa e Contraditório – O sentido desse princípio, no âmbito da Administração Pública, é o de oferecer aos administrados a garantia de que não serão surpreendidos com restrições à sua liberdade, sem as cautelas preestabelecidas para sua defesa; • Supremacia do Interesse Público – Segundo este princípio, o interesse público deve prevalecer sobre o interesse privado ou individual, isto ocorre devido ao fato do Estado defender o interesse da coletividade quando pratica os atos administrativos e não apenas o interesse de um único administrado; • Continuidade do Serviço Público – Os serviços públicos oferecidos pela Administração Pública à coletividade, devem ser prestados de maneira contínua, sem interrupções, não podendo ser suspensos sem a comunicação prévia das autoridadespertinentes aos administrados; • Indisponibilidade ou Poder-dever – Não pode dispor livremente de um patrimônio que não lhe pertence, pois, na verdade, os bens públicos pertencem a toda a coletividade, sendo o Estado apenas o seu gestor, exercendo a tutela destes; • Autotutela – O Estado tem o dever de fiscalizar a emissão dos seus atos administrativos, para isto, conta com um mecanismo que possui três espécies de controle: a anu lação, a revogação e a convalidação dos atos administrativos. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 5 ATO ADMINISTRATIVO CONCEITO: • Segundo Hely Lopes Meirelles: "Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria". • Cretella Junior apresenta uma definição partindo do conceito de ato jurídico. Segundo ele, ato administrativo é: "a manifestação de vontade do Estado, por seus representantes, no exercício regular de suas funções, ou por qualquer pessoa que detenha, nas mãos, fração de poder reconhecido pelo Estado, que tem por finalidade imediata criar, reconhecer, modificar, resguardar ou extinguir situações jurídicas subjetivas, em matéria administrativa". ELEMENTOS: Alguns autores utilizam a expressão elementos do ato administrativo, outros utilizam, para o mesmo fim, a expressão requisitos ou, ainda, pressupostos. Os elementos do ato administrativo que serão aqui analisados, ausência de quaisquer desses elementos torna o ato administrativo inválido. São eles: competência, finalidade, forma, motivo, objeto = CO.FI.FO.MO.OB (motivo e objeto podem ser facultativos, ou seja, podem ser discricionários, mas via de regra, todos os elementos são vinculativos, à administração pública). • COmpetência: é a função atribuída a cada órgão ou autoridade por lei. Tem competência para praticar determinado ato administrativo a autoridade que recebeu essa função da lei, assim, a competência só pode ser alterada ou retirada por lei. Ela se caracteriza por ser irrenunciável, imprescritível, inderrogável e improrrogável. Permite-se a delegação de competência, ou seja, a transferência de competência da autoridade superior para o seu subordinado, bem como, prevê a avocação de competência, isto é, o chamamento de competência do subordinado pela autoridade superior. Há excesso de poder quando o agente público pratica ato fora do seu campo de atribuições. • FInalidade: é o resultado que a administração quer alcançar com a prática do ato. Em sentido amplo, a finalidade corresponde à consecução de um interesse público, nesse sentido, o ato administrativo deve ter sempre uma finalidade pública; em sentido estrito, finalidade é o resultado específico que cada ato deve produzir, conforme definido em lei. Há desvio de finalidade, quando o agente público busca fim alheio ao interesse público ou fim diverso daquele especificamente previsto pela lei para aquele ato. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 6 • FOrma: é o modo pelo qual o ato se exterioriza. No Direito público, a regra é a solenidade das formas, a forma escrita, mas, excepcionalmente, admitem-se atos verbais, gestos, apitos, sinais luminosos, cartazes e placas. • MOtivo: é o conjunto de circunstâncias, de acontecimentos que levam a Administração a praticar o ato. Motivação é a exteriorização, a indicação, pela autoridade competente, do motivo do ato praticado. Para uns a motivação só é obrigatória quando a lei exigir, para outros, sempre que for indispensável para o controle do ato. • OBjeto: é o mesmo que o conteúdo do ato administrativo, é aquilo que o ato decide, enuncia, diz, dispõe. O objeto deve ser lícito, possível, certo (determinado ou determinável) e moral, assim como o ato de direito privado. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS = N.O.N.E. 1) Normativos: Aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando a correta aplicação da lei 2) Ordinários: Visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico da Administração. 3) Negociais: Aqueles que contêm uma declaração de vontade do Poder Público coincidente com a vontade do particular. 4) Enunciativos: Aqueles que se limitam a certificar ou atestar um fato, ou emitir opinião sobre determinado assunto. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 1) Vinculado é aquele no qual a administração pratica sem nenhuma margem de liberdade em sua decisão, ou seja, obedece ao que estar previsto na lei, não cabendo ao agente apreciar a oportunidade e conveniência administrativa da edição desse ato. 2) Discricionários são os que a administração pratica com uma certa liberdade na sua escolha, pois apesar de o ato estar previsto na lei, a mesma deixa uma margem quanto ao seu conteúdo, podendo a sua realização ser feita pela oportunidade e conveniência administrativa. 3) Gerais são aqueles que não possuem destinatários determinados, ou seja, são atos abstratos. 4) Individuais são aqueles que possuem destinatários certos, produzindo os seus efeitos concretos diretamente sobre estes. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 7 5) Internos são aqueles nos quais tem a finalidade de produzir os seus efeitos apenas no âmbito interno da administração, atingindo as pessoas e os órgãos diretamente ligados. 6) Externos são aqueles que atingem a administração de uma forma geral. 7) Simples é aquele que vai decorrer apenas de uma única manifestação de vontade de apenas um órgão ou colegiado, assim ele se completa a partir de sua manifestação, não dependendo de outros. 8) complexo é aquele que vai necessitar para a sua formação da manifestação de dois ou mais órgãos administrativos, só sendo considerado perfeito quando ocorrer essas manifestações. 9) composto é aquele que apesar de ser manifestado por apenas um órgão, ele necessita de um outro ato para que o aprove e assim possa estar apto a produzir os seus efeitos. 10) constitutivos são aqueles que criam uma situação nova para os seus destinatários, podendo ser o reconhecimento de um direito ou a imposição de uma obrigação. 11) extintivos são aqueles que põe fim a uma determinada situação jurídica individual. 12) modificativos são aqueles que alteram uma situação já existente, sem provocar a sua extinção, não suprimindo os direitos e obrigações já existentes. 13) declaratórios é aquele no qual afirma a existência de um fato ou então de uma situação jurídica. EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS = R.A.C.C. Revogação: é a extinção de um ato administrativo legal e perfeito, por razões de conveniência e oportunidade, pela Administração, no exercício do poder discricionário. Anulação: é a supressão do ato administrativo, com efeito retroativo, por razões de ilegalidade e ilegitimidade. Cassação: modalidade de anulação do ato administrativo que, embora legítimo na sua origem e formação, torna-se ilegal na sua execução. Ocorre principalmente nos atos negociais. Caducidade: extinção de ato administrativo em consequência de norma jurídica superveniente, a qual impede a permanência da situação anteriormente consentida. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 8 Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 9 Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 10 PODERES ADMINISTRATIVOS Os poderes da Administração são instrumentais, ou seja, são instrumentos conferidos à Administração e empregados apenas para o atendimento do interesse público. Exceder os limites das atribuições ou desviar das suas finalidades constitui abuso de poder e, consequentemente, prática de ato ilícito. O poder administrativo é conferido à autoridade para remover interesses particulares que se opõem ao interessepúblico. • Excesso de Poder – ocorre quando o agente extrapola os limites de sua competência, pratica o ato mesmo não tendo competência para isso. • Desvio de Finalidade – ocorre quando o administrador abandona a finalidade indicada na lei e busca atender outra diversa da estatuída na norma que autoriza a sua atuação (Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público). A Administração Pública não pode renunciar os poderes conferidos à ela. Há um dever de agir, o exercício é obrigatório e indeclinável. ESPÉCIES DE PODER • Poder Vinculado – É aquele conferido pela lei à Administração para a prática de ato de sua competência, ficando determinados os elementos e os requisitos necessários a sua formalização. • Poder Discricionário – a Administração tem liberdade de escolha da conveniência, oportunidade e conteúdo do ato. • Poder Normativo – é o poder conferido aos chefes do Executivo para editar decretos e regulamentos com a finalidade de oferecer fiel execução à lei. Não se deve confundir regulamentos com a lei, não podendo contrariar, restringir ou ampliar suas disposições. “Constituição Federal – Art.84. Compete privativamente ao Presidente da República: IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”; • Poder Disciplinar – é o exercido pela Administração para apurar as infrações dos servidores e das demais pessoas que ficarem sujeitas à disciplina administrativa. O poder disciplinar não pode ser confundido com o poder punitivo do Estado, que é exercido pela Justiça Penal, ele só abrange as questões relacionadas ao serviço público. Entretanto, uma mesma infração pode dar ensejo a uma punição administrativa e a criminal. O poder disciplinar da administração não está sujeito a prévia definição sobre a infração funcional e a respectiva sanção. O administrador age segundo sua discricionariedade, ou seja, aplicará a sanção que achar cabível, oportuna e conveniente, dentre as que estiverem enumeradas em lei ou regulamento para as infrações administrativas. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 11 • Poder Hierárquico – juntamente com o poder disciplinar, o poder hierárquico sustenta a ordem administrativa. É através do poder hierárquico que a Administração escalona a função de seus órgãos, revê a atuação de seus agentes e estabelece a relação de de subordinação entre seus servidores. A hierarquia existe no Poder Executivo. O poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração. • Poder de Polícia – é a atividade do Estado que limita os direitos individuais em benefício do interesse público, ou seja, é o mecanismo de frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os abusos do direito individual. O interesse público está relacionado com a segurança, moral, saúde, meio ambiente, consumidor, propriedade, patrimônio cultural. Razão do poder de polícia – interesse social. Fundamento – princípio da predominância do interesse público sobre o particular, supremacia geral que o Estado exerce em seu território sobre todas as pessoas, bens e atividades. Objeto – todo bem, direito ou atividade individual que possa afetar a coletividade ou por em risco a segurança nacional, exigindo regulamentação, controle e contenção pelo Poder Público. Finalidade – proteção ao interesse público. Extensão – é muito ampla, abrange desde a proteção à moral e aos bons costumes, a preservação da saúde pública, até a segurança nacional. Limites – são demarcados pelo interesse social em conciliação com os direitos fundamentais individuais, através de restrições impostas às atividades do indivíduo que afetam a coletividade. Atributos – discricionariedade (livre escolha de oportunidade e conveniência), autoexecutoriedade (decidir e executar diretamente sua decisão sem a intervenção do Judiciário) e coercibilidade (imposição coativa das medidas adotas pela Administração). Meios de Atuação – preferentemente preventiva através de ordens e proibições, sobretudo por meio de normas limitadoras e sancionadoras de conduta daqueles que utilizam bens ou exercem atividades que possam afetar a coletividade. Sanções – são impostas pela própria Administração em procedimentos administrativos compatíveis com as exigências do interesse público, respeitando a legalidade da sanção e a sua proporcionalidade à infração. Condições de validade – a competência, a finalidade e a forma, acrescidas da proporcionalidade de sanção e da legalidade dos meios empregados pela Administração. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 12 Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 13 SERVIÇOS PÚBLICOS CONCEITO: É toda atividade do estado pautada no interesse público, sob a primazia de: Dever de Prestação do Estado : direta ou indiretamente, por meio de delegação; Universalidade (generalidade): deve buscar atender o maior número de pessoas possível (reserva do possível), evitar a prestação de serviço a um número muito restrito de pessoas; Modicidade (modicidade das tarifas): prestado com custo baixo, dentro do possível, para atender a maior quantidade de pessoas possíveis; Cortesia: urbanidade; educação; busca a satisfação do administrado; Adaptabilidade: buscar investir em técnicas modernas de prestação do serviço; Isonomia/Igualdade: os iguais devem ser tratados de forma igual e os desiguais de forma desigual na medida de sua desigualdade; Continuidade: prestação ininterrupta dos serviços. CLASSIFICAÇÕES • Prestação do serviço Exclusivo de Estado (indelegáveis): Estado deve prestar o serviço diretamente (ex.: serviço postal, segurança pública), não pode delegar a particulares; • Regime de Fazenda Pública Delegação obrigatória: o Estado tem o dever de delegar, não é possível que o Estado tenha o monopólio (serviços de comunicação: TV e rádio; atividade cartorária); • Exclusivo com possibilidade de Delegação (delegáveis): Estado pode prestar direta ou indiretamente; (transporte público, energia elétrica, telefonia); • Não exclusivo: Estado tem o dever de prestar diretamente, mas o particular pode prestar independentemente de delegação (ex.: saúde, educação, previdência). • Utilização do serviço Gerais (uti universi): indivisíveis; Estado presta a todos e são usufruídos por todos simultaneamente, não sendo possível identificar os usuários, nem quanto cada um utiliza (ex.: iluminação pública, segurança pública). São custeados pela Administração, por meio da cobrança de impostos. • Singulares/individuais (uti singuli): Estado presta a todos, mas é possível identificar os usuários e verificar quanto cada usuário utiliza (ex.: energia elétrica, transporte público). São cobrados individualmente e proporcionalmente, por meio de taxas (tributo) ou tarifas (preço público). Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 14 Delegação (descentralização por colaboração): o Estado se mantém na titularidade e transfere somente a execução do serviço. Pode ser feita às entidades privadas da Administração Indireta (EP ou SEM) ou a particulares. No primeiro caso depende de lei. No segundo caso pode ser por meio de contrato de concessão ou permissão. Concessão de serviço Público: a) Remunerada pelo usuário (ex. transporte público, energia elétrica); b) É possível a fonte alternativa de receita; c) Licitação à só na modalidade Concorrência. SUJEITOS a) Poder concedente: Estado (U, E, DF, M, consórcios públicos e agencias reguladoras); b) Concessionária, pode ser: 1) Pessoa Jurídica (pessoa física); 2) Consórcio de Empresas: podem participar da licitação antes de formar o consórcio, firmam apenas o compromisso; se for vencedora, antes da celebração do contrato, firmam o consórcio. Subconcessão: Subcontratação no contrato de concessão: depende delicitação na modalidade concorrência. PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO Permissão é contrato administrativo (todo contrato administrativo é de adesão). CONCESSÃO: Licitação à qualquer modalidade, a depender do valor; o Contratado: pessoa física ou jurídica, a Concessão: PJ ou consórcio de empresas; não há exigência de lei específica autorizadora. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 15 BENS PÚBLICOS CONCEITO: São todos os bens móveis ou imóveis pertencentes às pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, Distrito Federal, Municípios e suas respectivas autarquias e fundações públicas). Considerados públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno. O ART. 99/CC TRAZ A CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS COMO: • Bens públicos de uso comum: São bens destinados ao uso coletivo, ou seja, são bens de uso geral, que podem ser aproveitados por todos os indivíduos. Ex.: calçadas, praças, rios, praias, ruas etc; Geralmente são indisponíveis por natureza, pois são bens não patrimoniais e não podem ser alienados. • Bens públicos de uso especial: São os lugares usados pela Administração para que se consiga atingir seus objetivos (repartições públicas). Em outras palavras, são bens nos quais são prestados serviços públicos, tais como: hospitais públicos, escolas e aeroportos. São bens patrimoniais indisponíveis e não podem ser alienados. • Bens públicos dominicais Constituem o patrimônio do Estado – pertencem ao Estado na sua qualidade de proprietário. São bens disponíveis, sem destinação pública definida. Assim, podem ser aplicados para a obtenção de renda, ou seja, desde que obedecidas as determinações legais, tais bens podem ser alienados. Exemplo(s): terras devolutas e prédios públicos desativados e sem destinação pública específica. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 16 PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR CONCEITO: É o mecanismo utilizado pela administração pública para apurar possíveis irregularidades cometidas pelos funcionários públicos. O PAD foi criado na área que chamamos direito administrativo disciplinar, em que investiga, mas também protege a estabilidade do servidor público e abre a possibilidade de efetuar a ampla defesa das acusações. SINDICÂNCIA Todo PAD acontece em razão de uma denúncia de infração. Essa denúncia pode levar à abertura de uma sindicância, mas ela não faz parte das fases do PAD, é apenas uma investigação preliminar sobre o ato ilícito. Se for comprovada uma infração em que a pena é de advertência ou suspensão de até 30 dias, o servidor pode ser punido na sindicância punitiva. Caso não seja encontrada nenhuma irregularidade, a sindicância é arquivada. Agora, se for apurado que houve o cometimento de infração grave, com pena de suspensão maior que 30 dias ou demissão, a sindicância levará à abertura do PAD, que é dividido em três fases: 1. Instauração: publicação do ato que cria a comissão do processo; 2. Inquérito: fase realizada pela comissão; 3. Julgamento: pela autoridade competente. 1. INSTAURAÇÃO Durante essa fase é formada a Comissão do PAD, composta de três servidores estáveis designados pela autoridade competente. É na instauração que o processo disciplinar é iniciado de modo formal. Esses três servidores são responsáveis por conduzir o processo com ética e imparcialidade. Ainda, a lei diz que o presidente da Comissão deve ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível do servidor investigado. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 17 2. INQUÉRITO Fase de responsabilidade exclusiva da Comissão e é dividida em mais três etapas: a) Instrução b) Defesa c) Relatório 3. JULGAMENTO Após receber e analisar o relatório da Comissão, a autoridade julgadora tem 20 dias de prazo para dizer sua decisão final. A autoridade pode, ou não, seguir a recomendação da Comissão. Caso seja necessário, o servidor investigado pode pedir a revisão do processo. Na revisão, você pode apresentar fatos novos que comprovem a sua inocência. A revisão pode ser solicitada a qualquer tempo, mesmo após alguns anos desde o início do processo. Na revisão, só cabem dois resultados: a manutenção da condenação ou o arquivamento do processo (como no exemplo citado acima). Ainda em relação à revisão, cabe fazer uma ressalva: um pedido de revisão nunca poderá piorar a penalidade. Ou seja, a autoridade julgadora não pode agravar a pena após a revisão. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 18 PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO PAD 1. Princípio do Devido Processo Legal; 2. Princípios da Ampla Defesa e do Contraditório; 3. Princípio da Presunção de Inocência ou de não culpabilidade; 4. Princípio da Motivação. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 19 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA CONCEITO: A Lei de Improbidade Administrativa foi sancionada com o objetivo de punir o agente público desonesto. Trata-se de um regime sancionatório que visa proteger a probidade no trato com a coisa pública. Com ela, buscou-se evitar ou coibir condutas que causem lesão patrimonial ou moral à Administração Pública. A palavra probidade tem na sua origem latina “probitas” que, por significar honestidade e integridade, obtemos de sua negação que improbidade significa desonestidade. Portanto, probidade na administração quer dizer honestidade e rigor na função pública. A Ação de Improbidade Administrativa tem como objetivo combater o desvirtuamento no uso da máquina pública. É uma ação que abrange todos aqueles que desrespeitaram os princípios fundamentais e se utilizaram da administração pública em benefício próprio ou de terceiros. DISPOSIÇÃO CONSTITUCIONAL: “Art. 37, § 4o, CF – Os ATOS de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA IMPORTARÃO: 1- SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS; 2- PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA; 3- INDISPONIBILIDADE DOS BENS; 4- RESSARCIMENTO AO ERÁRIO, Na forma e gradação previstas em lei, SEM PREJUÍZO DA AÇÃO PENAL CABÍVEL.“ Como não poderia ser diferente, a lei de improbidade administrativa deve conter as hipóteses consideradas como condutas ímprobas Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 20 Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 21 Exercícios banca FURB: 1. (FURB – Auxiliar (Pref. Massaranduba/2020) A administração pública tem como base a estrutura do Estado no Brasil. Ao encontro dessa temática, a estrutura organizacional do Estado, no Brasil, divide-se em três poderes, os quais são: a) Presidência, Câmara dos Deputados e Senado. b) Executivo, Legislativo e Judiciário. c) União, estados e municípios. d) Presidente, governadores e prefeitos. e)Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça e Tribunal de Justiça do Estado. 2. (FURB – Administrativo (Pref. Blumenau)/2019) Segundo Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo do Brasil consiste “no conjunto harmônico dos princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. As regras criadas pelo Direito Administrativo são definidas e baseadas em fontes que podem ser: I- Leis. II- Doutrinas. III- Costumes. IV- Formulários. V- Manuais. Estão corretos os itens: a) Apenas I, IV e V. b) Apenas I, III e IV. c) Apenas I, II e V. d) Apenas II, III e V. e) Apenas I, II e III. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 22 3. (FURB – Administrativo (Pref. Blumenau)/2019) Entre os princípios fundamentais da Administração Pública, consta o princípio da impessoalidade que determina: a) O agente público deve tratar todos de forma respeitosa, respeitando as diversas personalidades. b) O agente público deverá fazer apenas o que a lei determina. c) Os atos administrativos, paraque produzam efeito, sejam levados ao conhecimento público. d) O agente público deve sempre fazer escolhas que objetivem o bem de alguns grupos. e) O agente público deve ter sua conduta voltada para o interesse público, em detrimento de interesses particulares, próprios ou de terceiros. 4. (FURB – Técnico (Pref. Guabiruba)/2019) No serviço público, usuário é considerado: a) A pessoa física ou jurídica que se beneficia ou utiliza, efetiva ou potencialmente, o serviço público. b) Quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente ou sem remuneração. c) Órgão ou entidade integrante da administração pública de qualquer dos Poderes da União. d) A pessoa que faz uso de drogas de qualquer natureza. e) Pessoa ou empresa que fornece materiais de uso do órgão governamental. 5. (FURB – Legislativo (CM Pomerode)/2019) Considerando a disciplina legal dos Serviços Públicos municipais, assinale a alternativa correta: a) A concessão de serviços públicos é feita, como regra, por licitação, mas é lícito também que seja realizada por contratação direta nas hipóteses legais, bem como por dispensa de licitação. b) No Município de Pomerode, a fixação e alteração dos preços dos serviços públicos prestados pelo município e aprovação dos preços dos serviços concedidos ou autorizados é feita por Lei Ordinária de iniciativa do Prefeito Municipal e, posteriormente, implementada por Decreto Legislativo. c) Na concessão dos serviços públicos, o poder concedente apenas transfere ao concessionário a execução, permanecendo titular desse serviço, o que lhe permite dele dispor de acordo com o interesse público, alterar as cláusulas regulamentares ou rescindir o contrato por motivo de interesse público. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 23 d) O Município poderá dar nome de pessoas vivas a bens e serviços públicos de qualquer natureza. e) Lei municipal disporá sobre a concessão ou permissão de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as hipóteses de dispensa da licitação e, excepcionalmente, as hipóteses de contratação direta. Direito Administrativo WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 24 Gabarito: 1) B 2) E 3) E 4) A 5) C 1 E-book Direito Administrativo FURB GM-Itapema ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITOS, ELEMENTOS, PODERES, ORGANIZAÇÃO, NATUREZA, FINS E PRINCÍPIOS FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO FINS ATO ADMINISTRATIVO PODERES ADMINISTRATIVOS SERVIÇOS PÚBLICOS BENS PÚBLICOS PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 1. Princípio do Devido Processo Legal; 2. Princípios da Ampla Defesa e do Contraditório; 3. Princípio da Presunção de Inocência ou de não culpabilidade; 4. Princípio da Motivação. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
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