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Prof. Dr. Patricia Krecl Ciências do Ambiente CONTEÚDO DA AULA 9 • Geração de energia elétrica • Usinas nucleares (não renovável) • Represas hidrelétricas (renovável) • Uma corrente elétrica produz um campo magnético. • Será que um campo magnético é capaz de produzir uma corrente elétrica? Geração de energia elétrica por indução eletromagnética NÃO Geração de energia elétrica por indução eletromagnética Lei de indução de FARADAY (ano 1831) Uma diferença de potencial será induzida pelas extremidades de uma espira se o campo magnético do circuito estiver variando. A tensão induzida é diretamente proporcional à taxa com que varia o campo através da espira. • Um imã em movimento induz uma corrente elétrica no fio que a rodeia. • O mesmo acontece se o fio é movimentado em relação ao imã. • Quanto mais rápido se deslocar o imã (ou o fio), maior será a voltagem induzida. As fontes de energia mecânica que movimentam esse condutor (fio) podem ser: - Queda d’ água (energia hidráulica). -Produção de vapor através da queima de combustíveis (carvão, petróleo, gás, urânio, etc.) que aquece água líquida. - Energia cinética do vento. Uma usina elétrica deve ser projetada com a capacidade de suprir a necessidade máxima de seus consumidores. Geração de energia elétrica por indução eletromagnética Energia nuclear • Fonte não renovável • Urânio Reação em cadeia Para controlar – deve-se eliminar o agente causador da fissão (nêutrons) Energia que mantém prótons e nêutrons juntos no núcleo é a ENERGIA NUCLEAR U235 = 92 prótons 143 nêutrons Energia nuclear • Fissão nuclear – descoberta em 1939 • Divisão de um núcleo de urânio fornece dois fragmentos de fissão com diversos nêutrons o que torna possível a continuação da fissão em outros núcleos de urânio Média-vida de um isótopo: tempo necessário para que a metade da quantidade original de aquele isótopo decaia em outro elemento. Por exemplo, o urânio-238 sofre decaimento, emitindo uma partícula alfa (2 prótons e 2 nêutrons), e forma outro elemento químico, o tório-234. Energia nuclear A fissão do núcleo de urânio não ocorre espontaneamente na natureza. Deve ser bombardeado com nêutrons de baixa energia. Isto não acontece com nenhum outro isótopo natural. Na natureza, o minério de urânio mais comum e importante é a uraninita, composta por uma mistura de UO2 (dióxido de urânio) com U3O8 (octóxido de triurânio). Existem dois isótopos do urânio: 99,27% de 238U, media-vida: 4,468x109 anos, não físsil 0,72% de 235U, media-vida: 7,038x108 anos, físsil 0,0050% de 234U, meia-vida: 2,46x105 anos ENRIQUECIMENTO do urânio É preciso dispor de urânio que contenha 3-5% de 235U para fabricar o combustível nuclear através de difusão ou centrifugação. Energia nuclear •Década de 60 - eletricidade barata quando comparada ao petróleo e carvão e pudesse representar a base de uma economia dependente de energia. •Década de 70 - aumentou a preocupação com a segurança. •1979 - primeiro grande acidente com usina nos USA (Three Mile Island) •Abril de 1986 - o grave acidente com a usina nuclear de Chernobyl na antiga União Soviética – explosão do reator liberando grande quantidade de radioatividade. Países produtores de urânio Apenas 25% do território brasileiro foi objeto de prospecção, e as duas principais reservas são a de Caetité (mina Lagoa Real), e a de Santa Quitéria. 235U Carvão Petróleo • 1 kg 3.000 toneladas 14.000 barris Energia nuclear 1 kg de U235, que contém ~2,6 x 10 24 núcleos, pode fornecer 8x10 10 Btu de energia sob fissão completa (equivale a energia contida em 3 mil toneladas de carvão ou 14 mil barris de petróleo). 1 Btu = British Thermal Unit = 252 calorias = 1055 joules Energia nuclear O núcleo é protegido por uma blindagem, composta de Fe com cimento contendo Ba Barras de controle de Cd e B – absorvem nêutrons Central nuclear no Brasil A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) tem 2 usinas em operação: - Angra 1, 1985, potência 640 MW. - Angra 2, 2001, potência 1.350 MW. Para os próximos anos, está prevista a entrada em operação de Angra 3, de 1.405 MW, que está em obras. Propriedade da Eletronuclear, subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras - Eletrobras. Central nuclear no Brasil Gerenciamento de resíduos radioativos em Angra Rejeitos de baixa radioatividade: materiais utilizados na operação das usinas (luvas, sapatilhas, roupas especiais, equipamentos e até fitas crepes) são coletados, separados, e descontaminados para reduzir seus níveis de radioatividade. Alguns materiais são triturados e prensados, para ocuparem menos espaço e acondicionados em recipientes que bloqueiam a passagem dessa radiação. Resíduos de média radioatividade: compostos de filtros, efluentes líquidos solidificados e resinas são acondicionados em uma matriz sólida de cimento e mantidos dentro de recipientes de aço apropriados. Com o passar do tempo, esse material perde a radioatividade, mas até lá tem de ser encapsulado e armazenado em depósitos isolados e monitorados. Resíduos de alta radioatividade: elementos combustíveis já usados na geração de energia termonuclear ficam armazenados em piscinas especiais dentro dos prédios de segurança das usinas. Energia nuclear Resíduos radioativos Desafio: desenvolver um método aceitável e seguro para isolar os resíduos radioativos do meio ambiente por milhares de anos. - Atualmente são armazenados dentro de piscinas de água ou em envólucros de casco seco próximos ao reator. - Mais de 40 mil toneladas encontram-se armazenadas atualmente. - Tempo muito longo de decaimento dos resíduos ~103 anos para decair de 108 para 104 curies. Sumário das opções de descarte dos resíduos radioativos Resíduos com alto teor de radioatividade Formações geológicas Continentais Minas de sal Rocha Eliminação total Envio ao espaço Transmutação em reatores Oceânicas Calotas polares Sedimentos no leito marinho Energia nuclear Energia nuclear: aplicações MEDICINA NUCLEAR utiliza os radioisótopos, tanto em diagnósticos como em terapias para tratamento de células cancerígenas. Diagnóstico: Uso do iodo-131 (I-131) para diagnóstico de tireóide. O paciente ingere uma solução de I-131, que vai ser absorvido pela glândula que depois passa por um detector. AGRICULTURA: Acompanhamento do metabolismo das plantas Eliminação de pragas Conservação de produtos Radiação beta: feixe de elétrons emitido por substâncias radiotivas, baixo poder de penetração. Utilização: e usado em carnes, vegetais, etc. http://www.cena.usp.br/irradiacao/irradiacaoalimentos.htm http://www.cena.usp.br/irradiacao/irradiacaoalimentos.htm Fonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear, www.cnen.gov.br Energia nuclear: aplicações INDÚSTRIA Aviação: inspeções frequentes nos aviões, para verificar se há “fadiga” nas partes metálicas e soldas essenciais sujeitas a maior esforço (por exemplo, nas asas e nas turbinas) usando a gamagrafia. Indústria farmacêutica: utiliza fontes radioativas de grande porte para esterilizar seringas, luvas cirúrgicas, gaze e material farmacêutico descartável, em geral. http://www.cnen.gov.br/ • ATIVIDADE (A) Atividade de um radionuclídeo exprime o grau de radioatividade de uma determinada quantidade de material radioativo. Unidade: Ci (Curie): a quantidade de material radioativo em que se desintegram 3,7 x 1010 átomos por segundo. Unidade (SI): Bq (Bequerel) • DOSE ABSORVIDA (D) Exprime a quantidade de energia que uma radiação ionizante comunica a uma determinada quantidade de matéria. Unidade: rad (Radiation Absorbed Dose ou Dose Absorvida de Radiação). Unidade (SI): Gy (Gray) 1J/kg; 1 Gy=100 rad • DOSE EQUIVALENTE (H) Medida da dose de radiação num tecido; permite relacionar os vários efeitos biológicos de vários tipos de radiação. Unidade (SI): Sv (Sievert). Grandezas e unidadesdas radiações Grandezas e unidades das radiações Energia nuclear Efeitos na saúde Depende da dose: tempo e grau de exposição Indivíduo exposto a altas doses de radiação: náuseas, dores de cabeça, febre, anemia por lesões na medula óssea, hemorragia por perda da capacidade de coagulação, dores no ventre e queda de cabelo. Acima de 50 mSv (milisieverts) moradores devem ser retirados. Acima de 10 mSv não saem de casa. A exposição média por pessoa proveniente de fontes naturais é de 2,4 mSv por ano. Impactos ambientais da energia nuclear ETAPAS: -Mineração -Beneficiamento -Enriquecimento (produção de UF6) -Reconversão e produção de pastilhas UO2 -Geração de energia -Transporte e embarque de produtos intermediários -Reprocessamento e disposição final de resíduos • Emissões de radionuclídeos (isótopos xenônio e criptônio) que afetam todas as formas de vida, aquíferos, solos e atmosfera. • Polêmico: disposição final de resíduos de alto teor radioativo • Emissões indiretas de CO2 (motores/transporte) Escala INES (International Nuclear Events Scale): quantifica a gravidade dos incidentes e acidentes nucleares Acidente nuclear A explosão liberou 10 vezes mais radiação do que a bomba de Hiroshima – 100 milhões de curies. Para estancar o fogo, foram jogados toneladas de areia, boro para absorver as emissões de nêutrons e chumbo para blindagem. Hoje o reator está entumbado em 300 mil toneladas de concreto •A nuvem radioativa se propagou sobre o norte da Europa e contaminou suprimentos de alimentos. Foram encontrados resquícios de radiação a 3.500 km do local. • 31 mortes imediatas • Hospitalização de centenas • Estima-se que a nuvem de Chernobyl vai causa ~15 a 20 mil mortes adicionais por câncer ao redor do planeta nos próximos 50 anos (representa um pequeno aumento na porcentagem de câncer natural). Mais observado foi aumento de câncer de tiroide em crianças. Acidente nuclear de Chernobyl A nuvem radioativa produzida por Chernobyl espalhou-se de forma errática pela Europa Ocidental. Localidades na Suécia registraram valor de radiação 100 vezes maior do que a radiação de fundo, enquanto cidades ao redor receberam doses muitos maiores. Ao todo 160 mil pessoas foram evacuadas da área vizinha em um raio de 30 km. Acidente nuclear de Chernobyl Acidente de Chernobyl Assista o vídeo preparado pelo canal Globo (Brasil) no aniversário 30 do acidente nuclear https://globoplay.globo.com/v/4978612/ Acidente nuclear de Fukushima (Daiichi) 11/03/2011: Terremoto magnitude 9,0 na escala sismológica na costa NE do Japão, seguido de um tsunami. O tsunami gerou ondas de 15 m de altura, inundou 560 km2 e matou 19.500 pessoas com danos a portos e cidades costeiras, com mais de um milhão de edifícios destruídos ou parcialmente desabados. Nesse dia, os reatores 1, 2 e 3 estavam operando, enquanto as unidades 4, 5 e 6 estavam em corte por uma inspeção periódica. Quando o terremoto foi detectado, as unidades 1, 2 e 3 se desligaram automaticamente. Ao desligar-se os reatores, parou a produção de eletricidade. Ausência de um muro de contenção adequado para a altura das ondas (a planta Daiichi foi criada na década de 1960), alagou a usina e o sistema de resfriamento foi comprometido. Acidente nuclear de Fukushima (Daiichi) https://www.world-nuclear.org/information-library/safety-and-security/safety-of-plants/fukushima-daiichi-accident.aspx O principal radionuclídeo foi o iodo-131 (volátil, meia-vida: 8 dias); seguido de césio- 137 (meia-vida: 30 anos, transportado pela pluma e contaminar o solo, forte emissor gama em sua decadência), césio-134 (meia-vida: 2 anos; solúvel). http://www.world-nuclear.org/information-library/safety-and-security/safety-of-plants/fukushima-daiichi-accident.aspx http://www.world-nuclear.org/information-library/safety-and-security/safety-of-plants/fukushima-daiichi-accident.aspx
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